DICIONÁRIO YORUBÁ

Dicionário

– A –

Ados = comida feita com farinha de mulho de pipoca e mel
Abá = pessoa idosa, velho.
Abadá = para sempre ou roupa
Abadó = milho híbrido, canjica
Abará = bolinhos feitos com massa de feijão fradinho
Abébé = leque.
Aberem- embrulhinhos enrolados na folha velha de bananeira
Abiodum = um dos Obá da direita de Sango.
Àbaja = marca facial do povo de Òyó
Ade = coroa.
Adetá = nome sacerdotal de uma sacerdote Enhgenho Velho.
Afonjá = uma qualidade de Sango que dá nome ao Axé Opo Afonjá.
Agboulá = Egun que dá nome a uma casa Ilha de Itaparica.
Agôgô = instrumento musical cônico feito de ferro.
Ayabá = orisá feminino, senhora idosa.
Aiyê = o mundo terrestre.
Airá = um Orixá da família de Xangô
Ajá = campainha, sino, cachorro
Ajimudá = título sacerdotal ligado a Egungun e Oyá
Akoro = uma qualidade de Ogun.
Aku = obrigação funerária.
akikó = galo.
Alá = espécie de pano branco, universo
Alabá = nome de um sacerdote do culto aos ancestrais.
Alabê = Ogan confirmado que canta e toca o candomblé
Alafiá = felicidade; tudo de bom.
Alafin = o mesmo que o rei – Nigéria.
Alapini = nome sacerdotal do culto aos ancestrais, egungun
Alase = pessoa que tem autoridade.
Alé = noite ou Exú
Apaoká = jaqueira.
Aramefá = conselho de Osòóssi, composto de seis pessoas.
Aré = nome do primeiro Obá de Sango.
Ararekolê = como vai?
Aresá = um dos Obá da esquerda de Sango.
Ariasé = local onde se dá o início das obrigações.
Arô = Título de honra enre autoridades civís em Ketu
Arôlu = o total
Asobá = cargo no culto de Obaluaiyê.
Ati = e (conjunção).
Atin- pó, energia ligada a um Orixá
Atori = vara pequena usada no culto de Osalá e usada para tocar atabaque.
Awá = nós.
Awon = eles.
Asedá = babalawo iniciado por Òrúmìlá.
Asó = roupa.
Asogun = Ogan de ogun encarregado dos sacrifícios.
A-ian-madê = como vão os meninos?
Adupé-lewô-Olorun = graças a Deus por ter conservado minha vida e a minha saúde até hoje.
Alabasé = companheiro, colega de trabalho.
Alaiyè = possuidor da vida.
Asé = força vital e que assim seja.
Aiyê = Terra.
Ago = licença.
Am-nó = o misericordioso.
Aba-lasé-di = cerimônia de iniciação.
Asesê = cerimônia fúnebre.
Amadosi d’Orisá = cerimônia do dia do òrìsá dar o nome.
Amasi no ori = cerimônia de lavar a cabeça com ervas sagradas.
Ataré = pimenta da costa.
Ata = pimenta
Afurá = bolo feito com arroz.
Ambrozó = feito de farinha de milho.
Agbon = côco.
Ajé = poder feiticeiro.(a)
Ajeun = comida.
Agusó = espécie de legumes.

– B –

Bàbá = papai.
Babalawo = sacerdote, pai do segredo
Badá = título sacerdotal.
Babá Kekere = Pai Pequeno
Baiani = Orisá da família de Xangô.
Balé = chefe de comunidade.
Balué = Banheiro.
Bamgbosê = sacerdote do culto de Sango.
Bé = pular, pedir.
Bi = nascer, perguntar.
Bibá = está aceito.
Bibé = está seco.
Biwá = nasceu para nós.
Biyi = nasceu aqui, agora.
Bó = adorar
Bo = cobrir.
Bode = portão.
Borogun = aquele que adora Ogun, saudação da família.

– D –

Dagan = cargo importante ligado ao Axé
Dagô = dê licença.
Dê = chegar.
Deiyi = chegou agora.
Dodo = banana da terra frita.
Duro = esperar.

– E –

Ebá = pirão de farinha de mandioca ou inhame.
Ègbé = sociedade.
Ebo = comida feita de milho branco, especial para Oxalá.
Ebó = sacrifício ou oferenda.
Ebori = cerimonia de dar ebó a cabeça (Ori)
Edun = nome próprio.
Edun ara = pedra de raio.
Egun = espírito ancestral.
Eiye = pombo.
Ejé = sangue.
Ejilaeborá = Décimo segundo odú no meredinloguno.
Ejionilé = Oitavo Odu no meredinlogun.
Ekó = comida feita com milho branco; akasa.
Eku = rato.
Elebó = aquele que faz o sacrifício.
Eledá = o Deus supremo ou aquele que lhe mantém vivo
Elemasó = título de um sacerdote no culto de Oxaguian
Elerin = um dos Obá da esquerda de Sàngo.
Elessé = que está aos pés, seguidor.
Êpa = amendoim.
Éran = carne.
Êre = as esculturas de madeiras ou energia infantil ligada ao orixá
Eru = carrego.
Erúkéré = chicote feito com crina de cavalo, usado por Osóssi.
Eruexin- Chicote de crina de búfalo usado por Oyá .
Etu = galinha D’angola.
Ewá = nome de um orixá.
Esu = nome de um importante orisá erroneamente associado ao diabo católico.

– F –

Fatumbi = título de um sacerdote de ifá.
Filá = gorro.
Fun = dar, trazer, soprar
Funké = a que veio para cuidar.

– G –

Gan = outro nome do agogô na Nação ioruba.

– I –

Yangui = pera de laterita, simboliza Esù, o primeiro criado lama/ar/hálito
Ianlé = as partes da comida que são oferecidas ao orixá.
Iansan = orixá patrono dos ventos, do rio Niger e dos relâmpagos.
Igbá = recipiente onde se colca os objetos do òrìsá.
Ibi = aqui, quando o Odu está negativo.
ibiri = objeto de mão, usado pela orixá Nanã, feito em palha, couro e contas.
Ibó = lugar de adoração.
Igbô = floresta.
Iemonjá = orisá dos rios e das águas salgadas.
Ijesá = nome de uma região da Nigéria e de um toque para orisá Osum, Osála e Ogum.
Iká = modo de deitar-se das pessoas de orixá feminino, para saudação, nome de um Odu.
Iku = morte.
Ilè = casa.
Ilé = terra.
Ina = fogo.
Ipeté = inhame cozido,temperado com camarão seco, sal, azeite de dendê e cebola, de Oxun
Ire = felicidade.
Iuindejà = título sacerdotal.
Iuintonã = título sacerdotal.
Isu = inhame.
Iyá = mãe.
Iyabasé = cargo de inicada de Osun, òrìsá da cozinha.
Iyalaxé = mulher mais importante da casa.
Iyalodé = um alto título, líder entre as mulheres.
Iyalorisá = Zeladora do culto.
Iyamasê = orisá mãe de Sango.
Iya Kekere= Mãe pequena
Iyamoro = título de uma sacerdotisa do templo de Obaluaiyê.
Iyawo = nome dado aos iniciados, noiva.

– J –

Ji = despertar
Jinsi = título sacerdotal.
Jô = dançar.
Jobi = título sacerdotal.
– K –

Kaiodé = nome de uma sacerdotisa de Osòóssi.
Kan = um (número cardinal).
Kankanfô = um dos obá da direita de Sango. general
Kefá = sexto número ordinal.
Kejilá = décimo segundo (numero ordinal).
Kekerê = pequeno.
Ketà = terceiro (nº. ordinal).
Kolabá = nome de uma sacerdotisa do culto de Sango.
Kopanijê = um toque especial do orixá Obaluaiyê.
Koserê = que seja feliz, e que tudo de bom aconteça.
Labá = bolsa de couro usada no culto de Sango.

– L –

Lara = no corpo.
Lê = forte.
Lesé = aos pés (lesé orisá – seguidores do orisá).
Ló = ir.
Lode = lado de fora; lá fora.
Lodo = no rio.
Logun = corrupitela de Logunèdé.
Logunedé = nome de um òrìsá.
Lonon = no caminho.

– M –

Mariwo = tala do olho do dendezeiro desfiada.
Mode = cheguei.
Mogbá = título de um sacerdote do culto de Sango.
Mo jubá = meus respeitos.

– N –

Nanã = nome da orisá

Nilè = na casa.

– O –

Obá = rei.
Obaluwaiyê = nome do orisá patrono das doenças epidêmicas.
Obarayi = nome de uma sacerdotisa filha de Sango.
Obatalá = òrìsá do pano branco, O supremo.
Obatelá = nome de um dos obá da direita de Sango.
Obasorun = nome de um dos obá da esquerda de Sango.
Obi = fruto africano utilizado nos rítuais.
Obitikô = Sango.
Oburo = irmão (ã) mais novo.
Ode = fora, rua.
Odé = caçador; nome que também é dado ao orixá Osòóssi.
Odi = nome de um odu, jogo de ifá.
Odo = rio.
Odófin = nome de um dos obá da direita de Sango.
Odu = òrìsá que indicam seu momento ou destino
Oduduwá = orisá que participou da criação da terra.
Ofun = nome de um odu.
Ogã ou Ogan = cargo de alta importancia no culto.
Ogoda = uma qualidade de Sangô.
Ogue = instrumento de percussão feito de chifres de boi.
Ogun = orixá patrono do ferro, do desbravamento e da guerra.
Oyn = mel.
Oyakebe = nome de uma sacerdotisa de Iansan.
Ojá = ornamento feito com tira de pano.
Ojé = sacerdote do culto de Egun ou Egungun.
Ojó = dia da semana.
Oju = olho.
Ojubó = lugar de adoração.
Oke = montanha.
Oke-Aro = saudação para Osòóssi.
Okó = marido.
Oko = roça, fazenda. òrìsá da agricultura.
Olelé = bolo feito com feijão fradinho; abará.
Olodê = o senhor da rua, do espaço, de fora.
Olorum = entidade suprema, força maior, que está acima de todos os orisás.
Olouwo = cargo dentro do culto de Ifá.
Olùwá = senhor.
Oluwayê = senhor do mundo
Olubajé = cerimônia onde Obaluwaiye reparte sua comida com seus filhos e seguidores.
Olukotun = o nome do ancestral mais velho, cabeça do culto de Egun.
Omi = água.
Omo = filho.

Omode = criança
Omolu = vodun djedje ou Nação efon.
Omorisá = filho de orisá.
Onon = caminho.
Onãsokun = um dos obá da esquerda de Sango.
Onìkòyi = um dos obá da esquerda de Sango.
Onilé = órìsá da terra.
Onilè = dona da casa.
Opasorô = cajado de Osalá.
Opo = pilastra.
Ori = cabeça.
Oro = preceito, costume tradicional.
Orobô = fruto africana que se oferece à Sango e outros òrìsás.
Orukó = nome do iniciado.
Osoniyn = orisá que vive dentro das folhas (ewe).
Osé = semana; rito semanal.
Osi = esquerda, ou a terceira pessoa de um cargo.
Osá = nome de um odu ifá
Oti = aguardente.
Otun = direita, ou segunda pessoa de um cargo.
Ówó = dinheiro.
Osogiyan = uma qualidade de Osalá relacionado com o inhame novo.
Osalá = o mais respeitado, o pai de todos orisás.
Osalufã = uma qualidade de Oxalá; Oxalá velho.
Ose = sabão da costa africana.
Osòóssi = orisá igbo, patrono da floresta e da caça.
Ososo = milho cozido com pedaços de coco; comida do orixá Ogun.
Osum = òrìsá das águas do rio.
Osumare = nome do orisá relacionado a chuva, babalawo do Orun.

– P –

Pá = matar.
Pade = encontrar.
Pe = chamar.
Peji = altar.
Pepeiye = pato.
Pepelê = banco.
Peté = plano, chato, horizontal.

– S –

Si = para.
Sòrò = falar.
Sun = dormir.

– T –

Tanã = vela, lâmpada, fifo.
Temi = nome sacerdotal.
To = suficiente, basta.

– U –

Uwá = vir.
Unbó = está vindo, está chegando.
Unjé = comida.
Uwo = olhar, reparar.

– X –

Xaorô = pequenos guizos
Xarará = emblema do orixá Obaluaiyê.
Xê = fazer.
Xekeré = cabaça revestida com contas de Santa Maria ou búzios.
Xerê = chocalho especial para saudar Xangô, em cabaça com cabo ou em cobre.
Xirê = festa, brincadeira.
Xokotô = calças.
Xorô = fazer ritual.

Seguem agora algumas palavras e expressões, derivadas do yoruba e de outras influências linguísticas, igualmente de origem africana, mas provenientes de outras nações e que já sofreram entretanto alteração e adaptação fonética por força do português. No entanto, estas palavras e expressões são utilizadas correntemente no dia a dia das casas de santo. Isto para explicar porque algumas letras que não se encontram acima, se encontram abaixo, pois letras como o C não fazem parte da língua Yoruba.

A

Abadá – Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô – Milho torrado
Abebé – Leque.
Abassa – Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
Adé – Coroa.
Adie – Galinha.
Adupé = Dupé – Obrigado.
Afonja – É uma qualidade de Xangô.
Agbô – Carneiro.
Aguntam – Ovelha.
Ajeum – Comida.
Alabá – Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
Aledá – Porco.
Alaruê – Briga.
Alubaça – Cebola.
Axó – Roupa.
Axogum – Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.

B

Baba – Pai.
Babaojê – Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto aos eguns.
Babassá – Irmão gêmeo.
Balê – Casa dos mortos.
Balé – Chefe de comunidade.
Beji – Orixá dos gêmeos.
Biyi – Nasceu aqui, agora.
Bô – Adorar.

C

Conguém – Galinha da Angola.
Cambaú – Cama.
Cafofo – Túmulo.
Caô – É um tipo de Xangô.
Catular – Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para iniciação no Candomblé.
Cutilagem – É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.

D

Dã – Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dara – Bom, agradável.
Dide – Levantar.
Dagô – Dê licança.
Dê – Chegar.
Dudu – Preto.

E

Edu – Carvão.
Eiyele – Pombo.
Elebó – Aquele que está de obrigação.
Eledá – Orixá guia.
Erú – Carrego; carga.
Equê – Mentira.
Esan – Vingança.
Emi – Vida
Enu – Boca
Eran – Carne
Ejó – Cobra.
Egun – Alma, espírito.
Epô – Azeite
Epô-pupa – Azeite de dendê
Eró – Segredo

F

Fá – Raspar
Fadaka – Prata
Filá – Gorro
Funfun – Branco
Fenukó – Beijar
Ferese – janela
Fo – Lavar
Fún – Dar
Farí – Raspar cabeça.

G

Ga – Alta, grande
Ge – Cortar
Gari – Farinha
Gururu – Pipoca

I

Iya – Mãe
Iya iya – Avó
Iyalorixá – Mãe de santo (sacerdote de orixá)
Iban – Queixo
Idí – Ânus, nádega
Ibô – Mato
Ibó – Lugar de adoração
Ilê – Casa
Ibá – Colar, cheio de objetos ritualístico
Inã – Fogo
Ijexá – Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum, Ogum e Oxala.
Ipadê – Reunião
Ida – Espada
Ida-oba – Espada do Rei
Ideruba – Fantasma
Idodo – Umbigo
Ifun – Intestino
Idunnu – Felicidade
Igi – Árvore
Ijo – Dança
Iku – Morte
Iyabasé – Cargo, pessoa que cozinha para Orixá
Iyalaxé – Mãe do axé do terreiro

J

Jajá – Esteira
Jalè – Roubar
Ji – Acordar, roubar
Jimi – Acorda-me
Joko – Sentar
Jade – Sair
Jagun – Guerreiro, Soldado

K

Kà – Ler, contar
Kan – Azedo
Kekerê – Pequeno
Koró – Fel, amargo
Kòtò – Buraco
Kuru – Longe
Ko Dara – Ruim
Ku – Morrer
Kosi – Nada

L

Là – Abrir
Lê – Forte
Lile – Feroz, violento
Liló – Partir
Larin – Moderado
Ló – Ir
Lailai – Para sempre
Lowo – Rico
Lu – Furar
Lodê – Lado de fora, lá fora
Lodo – No rio
Lonan – Senhor do caminho

M

Malu – Boi
Meje – Sete
Mun – Beber
Muló – Levar embora
Mojubá – Apresentando meu humilde respeito
Mo – Eu
Mí – Viver
Mejeji – Duas vezes
Mi-amiami – Farofa oferecida para exu
Modê – Cheguei

N

Ná – Gastar
Ní – Ter
Níbi – No lugar
Nítorí – Por que
Nu – Sumir
Najé – Prato feito com argila
Nipa – Sobre
Nipon – Grosso.

O

Obé – Faca
Obé fari – Navalha
Oberó – Alguidar
Obirim – Mulher, feminino
Ojiji – Sombra
Oju ona – Olho da rua, ( caminho )
Okó – Pênis
Omin – Água
Omin Dudu – Café preto
Otín – Álcool
Owo – Dinheiro
Oyin – Mel
Obá – Rei
Odé – Caçador
Orun – Céu
Ofá – Arco e flecha
Olorum – Deus
Ota e Okuta – Pedra
Odo – Rio
Obo – Vagina
Otin nibé – Cerveja
Otin Dudu – Vinho tinto
Otin fum-fum – Aguardente
Odê – Fora, rua
Olodê – Senhor da rua
Omo – filho, criança.
Ongé – Comida

P

Pá – Matar
Pada – Voltar
Padê – Encontrar
Paeja – Pescar
Peji – Altar
Pelebi – Pato
Pupa – Vermelho
Paki – Sala
Patapá – Burro
Pepelê – Banco

R

Rà – Comprar
Rere – Muito bem
Re – Ir
Rìn – Trabalhar
Rí – Ver
Ronu – Pensar
Roboto – Redondo

S

Sanro – Gordo
Sare – Rápido, correr
Sínun – Dentro
Sise – Trabalho
Sun – Dormir
Sarapebé – Mensageiro
Sòrò – Falar
Si Ori – Abrir a Cabeça

T

Tata – Gafanhoto
Tèmi – Meu, minha
Toto – Atenção
Titun – Novo
Tóbi – Grande, maior
Tàbá – Tabaco, fumo
Tete – Aplicado
Tanã – Vela, lâmpada
Tún – Retorno
Taya – Esposa
Tutu – Frio, gelado

W

Wa – Nosso
Wèrè – Louco
Wúrà – Ouro
Wu – Desenterrar
Wun ni – Gostar
Wakati – Hora
Wara – Leite

X

Xaorô – Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.
Xarará – Instrumentoque contém o axé do Orixá Obaluaiyê
Xê – Fazer
Xirê – Festa, brincadeira

Y

Yan – Torrar
Yaro – Ficar aleijado
Yiyan – Assado
Yonrin – Areia
Yama – Oeste
Yara-ypejo – Sala

XAMANISMO

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História do Xamanismo

Cachimbo Sagrado

Xamanismo – Raiz da Terra

A palavra xamã é originária do idioma dos Tungos da Sibéria, é um conjunto de crenças e práticas ancestrais que reverencia a natureza e todas as formas de vida.

Segundo os estudiosos, o xamanismo está presente há mais de trinta mil anos com a sabedoria e a beleza da crença de um povo milenar, o indígena, que é parte fundamental da nossa herança.

O xamã é um curador de almas, para tanto entra em um estado alterado de consciência sempre que deseja para obter orientação do mundo espiritual, sempre acompanhado de forças espirituais ou animais de poder (totens).

Através de rituais sagrados, o xamã traz a visão do mundo espiritual. Por este processo ritualístico, conhece o caminho do coração e conduz a reconexão com o sagrado e a natureza.

A busca do autoconhecimento requer empenho e dedicação. Para que isto se torne realidade, a xamã Antonieta Pires o guiará na busca dos sentimentos mais profundos da alma para despertar em você uma nova consciência.

Antonieta Pires aceita convites para a realização de seu trabalho sensitivo, cursos, palestras e conferências. Atua na área de energização de ambientes empresariais e residenciais, incluindo o desenvolvimento de rituais xamanicos em grupo ou individuais.

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Xamanismo Raiz da Terra

O xamanismo é a mais antiga prática espiritual e filosófica da humanidade. Os rápidos resultados, introvisões de profundo significado, o contato com realidades ocultas, a obtenção de autoconhecimento, a busca do poder pessoal, contribuem para o interesse nas práticas.

Já no início da humanidade, quando os homens ainda moravam em cavernas, observaram o ciclo da natureza e suas manifestações, refletiam sobre sua relação com o Universo, e, sem saber, estabeleciam uma ponte com o macrocosmo, traçando um fio que nunca mais iria se romper.

O xamanismo é um conjunto de crenças ancestrais. Sua prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranqüilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.

Durante algum tempo as práticas xamânicas encontraram-se adormecidas, mas voltaram a despertar a atenção dos homens modernos, independentes de seu estágio cultural ou do fato de serem, agora, cosmopolitas.

O xamã pode ser homem ou mulher. É o mago, o curandeiro, o bruxo, o médico, o terapeuta, o conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual, etc. Ele é o explorador da consciência humana. O praticante é levado a sair do torpor convencional, reconhecendo os seus limites, transcendendo a sua visão pessoal do mundo, buscando um plano mais universal. Capazes de elevar a consciência para estados de êxtase desconhecidos para o homem comum e de ser relacionar com outras realidades, os xamãs são seres privilegiados por viverem entre o mundo material e o espiritual. Através de um chamado interior ele vive um confronto existencial que o faz sair de uma zona de conforto confrontando-se com suas limitações e enfrentando seus anseios. Reforçando a coragem e a determinação, o praticante mobilizado por visões, introvisões e vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas proporções na sua vida. O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com a natureza.

O xamã é alguém capaz abandonar seu corpo, e viajar entre os mundos. O conhecimento adquirido nessas viagens com os habitantes de diferentes realidades o qualificam a manter o bem-estar e a cura para eles próprios e para os membros de suas comunidades. A facilidade de realizar essas viagens define o xamã como “Aquele que voa”,. Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida, em suma, é trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

Então o xamanismo é a técnica do êxtase , um conjunto de procedimentos para exercitar o controle do vôo mágico. Não é um culto, mas um conjunto de práticas e técnicas tão antigas quanto o ser humano, e que usa o simbolismo de cada cultura das pessoas que as praticam. Mas, por trás destes símbolos, as mesmas forças e os mesmos elementos estão agindo no infinito, possibilitando aos indivíduos aprenderem conscientemente a transpor o aparente abismo existente entre o mundo físico e espiritual.

Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual e ao estado atual da alma humana, o trabalho é feito com tambores, canções, meditações, instrumentos de poder, danças, respirações, visualizações, estórias, vivências e muito, muito amor.

A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o “Espírito Essencial” que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. Ele descobre quem ele é, e como se relaciona com o Universo. O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante, e provém do desenvolvimento de seus próprios dons.

Atualmente, as pessoas se preocupam cada vez mais com o autoconhecimento e questionam-se: “O que eu realmente devo fazer na vida?” Nesta busca, deparam-se com barreiras, seja com relacionamentos, trabalho, saúde, carreira e etc. O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida, cria falta de vitalidade, limita a criatividade e as predispõe ao papel de vítimas. A consciência se limita a fugir, a ter medo.

A vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro. As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente inerte seja reativada.

O antigo modo de viver abre caminho para a consciência. A xamã Antonieta Pires o aproxima do verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem à tona. Auxilia a pessoa entrar em um processo mais rápido de transformação pessoal. Quando convidamos o amor para despertar poderes mais profundos, trabalhar os desafios torna-se uma aventura.

O praticante explorará a estrutura de sua própria consciência e compreenderá como os fatos acontecem na sua vida, deixará de ser vítima das circunstâncias. Será inspirado pelos desafios e aprenderá a utilizar a energia para caminhar no Amor. Paz e Luz!

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Cachimbo Sagrado

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Desde o momento em que a Grande Mulher Novilho Búfalo Branco apareceu à Nação Sioux, o Cachimbo vem sendo considerado uma Cura Sagrada, partilhada entre os Irmãos e Irmãs da América Nativa. Trata-se de uma forma de oração, que nos permite falar a verdade e curar relacionamentos feridos ou rompidos.
Nós recebemos o Cachimbo para poder enviar nossas preces e manifestar nossa gratidão ao Grande Mistério e para simbolizar a Paz entre todas as Nações, Tribos e Clãs. O fornilho do Cachimbo representa o aspecto feminino de todas as coisas vivas e o tubo é o símbolo do aspecto masculino em todas as formas de vida. O simples ato de colocar o tubo no fornilho simboliza união, criação e fertilidade.

Quando o Cachimbo está abastecido, cada pitada de Tabaco é abençoada, assim como cada ramo de Nossos Parentes é convidado a entrar no Cachimbo na forma de espírito para poder ser honrado e fumado. Honramos a Mãe Terra, o Pai Céu, o Avô Sol, a Avó Lua, as Quatro Direções, o Povo-em-pé (árvores), O Povo de Pedra, os seres de asas, os seres de barbatanas, os de quatro patas (animais), os rastejantes (insetos) a Grande Nação das Estrelas, Os irmãos e Irmãos do Céu, os povos subterrâneos, os seres do Trovão, os Quatro Espíritos principais (Ar, Terra, Água e Fogo) e todos os seres de Duas Pernas da família humana.

Ao fumar o Cachimbo, é de suprema importância que cada pitada de tabaco colocada no fornilho seja fumada. Cada floco de tabaco assumiu um espírito em seu corpo e é honrado como sendo a essência de Todos os Nossos Parentes em sua forma. Se o fogo, que é parte da Eterna Chama da Vida, não toca nem incendeia o tabaco, o espírito que está lá dentro não pode ser libertado em fumaça. Se a fumaça não é aspirada pelo corpo, os espíritos de Nossos Parentes e de nossos Ancestrais não podem entrar em comunhão conosco. Esvaziar um fornilho que não foi totalmente fumado é cometer um grave erro e desonra os espíritos que vieram fumar conosco. O uso irresponsável do Cachimbo Sagrado pode prejudicar a boa vontade dos espíritos em vir nos assistir na nossa busca de unidade.
A fumaça que sai do Cachimbo representa prece visualizada e nos lembra do espírito presente em todas as coisas. Compreendemos que toda a vida provém do Grande Mistério e retornará a essa fonte original. Graças a essa compreensão. Graças a essa compreensão, sabemos que estamos todos juntos seguindo o mesmo trajeto, caminhando juntos em cada parte do Elo Sagrado ou da Roda da Vida.
Toda vez que partilhamos o mesmo Cachimbo descobrimos a união com Todos os Nossos Parentes. A essência de toda criatura viva penetra em nós quando a fumamos e passamos a carregar seus espíritos dentro de nossos corpos. Somos lembrados de que a harmonia é alcançada através da união sagrada com todos os seres que nos cercam. Nunca pensamos que o espírito de qualquer forma de vida possa estar fora de nós mesmos, já que através do Cachimbo pedimos a eles que entrem em nosso Ser e dividam nosso próprio Espaço Sagrado e nossa experiência de vida.
Os aspectos do ensinamento do Cachimbo que simbolizam a Paz são multifacetados. No mundo moderno muitas vezes olhamos para a paz como ausência de guerra, mas a Paz representa muito mais do que isto, dentro do nosso modo nativo de pensar. A paz é um modo de agir, saber, criar, ouvir, falar e viver. Em todas as circunstâncias a paz vem do interior de nosso próprio Ser. Essa paz resulta do equilíbrio de reconhecer e honrar as polaridades macho/fêmea, ensino/aprendizagem, humildade/orgulho e todos os outros aspectos do viver em harmonia. Não é algo que possa ser pesado, exceto pelo nosso próprio Ser. Se tivesse que haver uma medida, ela seria determinada pela capacidade do coração de permanecer aberto, sereno e livre de receios.

Nota: (Extraído de Cartas do Caminho Sagrado – de Jamie Sams.)

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 CURSO CACHIMBO SAGRADO   ”O CAMINHO DO CORAÇÃO

VENHA CONHECER COMO UTILIZAR O CACHIMBO SAGRADO E ENTRAR EM CONTATO COM AS FORÇAS DOS ANCESTRAIS DE PELE VERMELHA. “Chanunpá” “Petenguá”

A proposta fundamental desse curso é auxiliar você a reavaliar o uso que tem feito do dom da vida. É apresentar-lhe novos argumentos quanto aos paradigmas xamânicos que são diferentes aos desta cultura, paradigmas passíveis de serem usados para vivermos de forma mais real e harmônica.
Nada é possível se não temos energia.
Por isso o foco das práticas dessa fase é ampliar a energia pessoal, trabalhando primeiro uma consciência dos drenos que estão levando embora essa energia. Aprender a deixar de se esvair nas pessoas e situações que nos envolvem e podem nos dominar, aprendendo a ser mais centrado(a) e descobrir a essência de sua alma (quem é você).
O que lhe mostramos é uma porta, cabe a você atravessá-la e descobrir a vastidão que se encontra além da sua janela.

         INFORMAÇÕES:

fone: fixo –  55 11 2781-5144             cel –  55 11 5221-4263

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Vivências da Alma

“Tudo na terra tem um propósito, cada doença uma erva para curar, cada pessoa uma missão a cumprir. Esta é a concepção dos índios sobre a existência”. Antonieta Pires

A xamã e terapeuta Antonieta Pires desenvolveu um trabalho especial e exclusivo para você.

Conheça os processos inovadores para despertar a percepção intuitiva.

A alternativa é o caminho espiritual como modelo de aprendizado humano, e para alcançar este estágio de conhecimento mais elevado, ela compartilha com você uma experiência transformadora para percorrer e conhecer a escalada do autoconhecimento, conseguindo religar o ser humano desde a sua origem sagrada.

Para que este objetivo seja alcançado, a xamã desenvolveu práticas em princípios xamânicos com utilização de poderosas técnicas de mobilização energética, cerimônias de proteção, rituais sagrados, terapias de vidas passadas, respiração, vivências, terapia da alma e ervas sagradas. Compartilha seus dons natos a serviço do ser humano que procura encontrar seu próprio caminho e sua verdade existencial.

A cura nativa despertará em você a conexão com o sagrado.

A ONG

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            http://www.filhosdaterra.org.br/

Quem Somos
Em 2003 na ocasião de um workshop na Riviera de São Lourenço,  Antonieta Pires  conheceu  a comunidade indígena Guarani e a difícil realidade encontrada na comunidade em Boracéia.
Um fato deixou-a comprometida com aquela comunidade, a esposa do pajé, ao vê-la, correu em sua direção abraçando-a como se já soubesse de sua ida, como quem aguarda pela visita de um parente e amigo. Um laço espiritual e um comprometimento surgiram neste momento, o que modificaria sua vida. Esse fato deu iniciou a um trabalho voluntário de assistência, nasceu então a ONG Instituto de Desenvolvimento dos Filhos da Terra, que desenvolve projetos para atender a comunidade  indígena. O sorriso das crianças e a esperança que elas têm é que motiva Antonieta  a continuar com esse projeto e luta pelo povo indígena.

 Projetos

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XAMANISMO

O xamanismo é a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade. Hoje médicos, advogados, donas de casa, psicólogos, espiritualistas, místicos, estudantes, executivos, e pessoas das mais variadas crenças estão estudando e aplicando o xamanismo.

Os rápidos resultados, introvisões de profundo significado, o contato com realidades ocultas, a obtenção de auto-conhecimento, a busca do poder pessoal, contribuem para o interesse nas práticas.

O xamanismo é um conjunto de crenças ancestrais. Sua prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde.

Propicia tranqüilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.

O xamã pode ser homem ou mulher. É o mago, o curandeiro, o bruxo, o médico, o terapeuta, o conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual, etc.. Ele é o explorador da consciência humana. O praticante é levado a sair do torpor convencional, reconhecendo os seus limites, a sua limitada visão pessoal do mundo, buscando um plano mais universal.

Através de um chamado interior ele vive um confronto existencial que o força a sair de uma zona de conforto, do falso brilho, da alienação.

Reforçando a coragem e a determinação, o praticante mobilizado por visões, introvisões e vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas proporções na sua vida. O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta.

Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o “Espírito Essencial” que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. Ele sabe quem ele é , e como se relaciona com o Universo. O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante, e provém do desenvolvimento de seus próprios dons.

Hoje, no Planeta, a vibração está mais alta do que nunca. As pessoas se preocupam cada vez mais com o autoconhecimento e fazem a si mesmo uma pergunta : ” O que eu realmente devo fazer na vida ? “

Nesta busca deparam-se com barreiras, seja com relacionamentos, trabalho, saúde, carreira e etc.. O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida. Cria falta de vitalidade, limita a criatividade e predispõe ao papel de vítima. A consciência se limita a fugir, a ter medo. A vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro.

As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente ignorante seja destruída. Isso se manifesta quando o ser se revela espontaneamente.

Na verdade, o antigo modo de viver acaba, abrindo caminho para um jeito mais consciente.

Quando se aproxima o verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem a tona. A pessoa entra em um processo mais rápido de transformação pessoal. Quando convidamos o amor para despertar poderes mais profundos, trabalhar nos desafios torna-se uma aventura.

O praticante explora a estrutura de sua própria consciência e vai compreendendo como os fatos acontecem na sua vida, deixando de ser vítima das circunstâncias. Sente-se inspirado pelos desafios e aprende a utilizar a energia de forma a caminhar no Amor – Paz e Luz.

Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual e ao estado atual da alma humana, o trabalho é feito com tambores, canções, meditações, instrumentos de poder, danças, respirações, visualizações, estórias, vivências e muito, muito amor.

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REFLEXÃO

            Neste momento deixe de lado idéias pré-concebidas. Tente ir além do raciocínio para chegar até aquela parte de você que te conduziu para esta página.

            O xamanismo é a magia natural. É uma abordagem que a sociedade nos tirou. É a busca tradicional do auto-conhecimento, da cura e do poder pessoal.

            Sua pratica possibilita navegar na consciência individual e coletiva, onde você reconhecerá as manifestações espirituais da natureza e de toda a “Criação Divina “.

            As práticas xamânicas permitem ao espírito humano harmonizar-se com toda a Criação.

            O xamanismo não é religião. Ele nos religa a uma fonte de sabedoria superior. Conduz o praticante para descobrir o seu papel, sua finalidade na vida, sua evolução. Propicia uma nova inspiração, uma nova visão do viver e de tudo o que foi vivido, mostrando maneiras de se harmonizar com os acontecimentos naturais da vida.

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ANIMAL

No xamanismo passamos pela descoberta do animal guardião que está presente em cada um de nós. Seja chamado de animal de poder, espírito protetor, nagual, aliado totem, animal guardião. É o nosso alter ego, nosso duplo. Os animais estão mais próximos do que nós da Fonte Divina. O animal é mítico, onírico. Quando compartilhamos de sua consciência animal, podemos transcender o tempo e o espaço, e, as leis de causa e efeito. A natureza da relação entre o homem e o animal é de origem espiritual. É o nosso instinto animal, nosso lado mais forte e menos racional.

Os animais de poder são manifestações dos poderes arquetípicos ocultos, que estão por trás das transformações humanas. Torna as pessoas com um corpo vigoroso, aumenta a resistência a doenças, a acuidade mental, e a auto-confiança.

Eles auxiliam no diagnóstico de doenças, na realização de objetivos desafiadores, para aumentar a disposição, auxiliam no auto-conhecimento. Enfim, um aliado.

O antropólogo Michael Harner, em seu livro “The Way of The Shaman ” descreve que quando uma pessoa está doente ela está desanimada, ou seja ela perdeu sua força animal, está deprimida, fraca e predisposta a adoecer.

No xamanismo realizamos uma ritual, com tambor, para que os praticantes se conectem com seu animal, e também deixamos nosso animal aflorar através da ” Dança do Animal “, uma outra forma de evocação. No xamanismo, os praticantes costumam, também ter as sua canções, para evocar o poder dos animais.

Cada animal traz seus talentos, ou uma essência espiritual, e através disso, cada um com sua própria medicina, transmitem-nos a sua sabedoria. Vamos conhecer alguns deles :

Águia – Iluminação, a visão interior, invocada para poderes xamânicos, coragem, elevação do espírito a grandes alturas.

Aranha – Criatividade, a teia da vida, manifestação da magia de tecer nossos sonhos.

Baleia – Registros da Mãe Terra, sons que equilibram o corpo emocional, origens.

Beija flor – Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade.

Borboleta – Auto-transformação, clareza mental, novas etapas, liberdade.

Búfalo – Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância.

Cavalo – Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força ,clarividência.

Cachorro – Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço.

Cobra – Transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade.

Coiote – Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor.

Coruja – Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga.

Elefante – Longevidade, inteligência, memória ancestral, proteção, auto-suficiência.

Falcão – Precisão, preces ao Universo, mensageiro, olhar em volta, observar a distância.

Gato – Entendimento sobre mistérios, sensualidade, limpeza, visões místicas, independência

Golfinho – Pureza, iluminação do ser, sabedoria, paz, amor, harmonia, comunicação.

Leão – Poder, força, majestade, prosperidade, nobreza, liderança, coragem, segurança.

Lobo – Amor, relacionamentos saudáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento.

Morcego – renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas.

Onça – Espreita, proteção do espaço, silêncio, observação, precisão.

Pantera – mistério, sensualidade, sexualidade, beleza, sedução, força, flexibilidade.

Sapo – Evolução, limpeza, transformação, mistério, humor, emoções.

Tartaruga – estabilidade, organização, longevidade, honra, paciência, sabedoria . urso – introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade.

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Achando um Animal do Poder

Uma das ferramentas mais poderosas para o crescimento pessoal do Xamã é o trabalho com os espíritos animais. Para os mais experientes neste caminho, os animais podem aparecer freqüentemente, principalmente quando se necessitam do auxílio deles. Mas encontrar um Animal de Poder às vezes pode ser uma tarefa difícil.

A primeira coisa que eu faço quando ajudo alguém a descobrir os animais de poder deles, é realizar uma série de perguntas da experiências daquela pessoa com animais.

Você alguma vez teve um encontro com um animal em sua mente?

Quando você visita um jardim zoológico, que animal você normalmente quer ver primeiro?

Você alguma vez teve sonhos poderosos envolvendo um certo tipo de animal?

Sua casa sempre teve algum animal em particular?

Você alguma vez foi atacado por um animal selvagem? (Alguns Xamãs acreditam que se você sobrevive a um ataque de um animal selvagem, aquele se torna seu Animal de Poder).

De tempos e tempos realizo perguntas como estas, identificando assim freqüentemente um ou mais animais. Isto necessariamente não significa que estes animais são seus aliados, entretanto eles normalmente são.

Geralmente, é melhor pedir uma confirmação física de algum tipo. Entre na sua mente e pergunte se tal animal é seu aliado; peça que ele revele isto para você de alguma maneira dentro de uma semana. A Confirmação pode ser de muitas formas: achando pegadas, vendo um programa de televisão e então surge o animal, quadros ou estatuetas dos animais. Espere para ver o que vai acontecer. Você poderá ser surpreendido!

Se você não receber nenhuma confirmação, dê aproximadamente mais uma semana ao animal.

Se após você receber a confirmação, ainda esteja com dúvidas, peça uma confirmação física uma vez mais. Não se preocupe caso não receba nenhuma confirmação, você pode tentar outras técnicas para achar seus animais de poder.

Debaixo de tais circunstâncias, geralmente é melhor realizar uma Jornada Xamânica para encontrar o animal de poder. Se você não sabe como fazer, você pode achar alguém que possa viajar para você. Tenha certeza que você se sente confortável ao lado daquela pessoa e que você possa confiar nela.

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Uma Jornada Simples

Eu geralmente prefiro ajudar a pessoa a procurar dentro dela. Aqui está uma jornada simples que pode ser usada para ajudar a localizar seu animal.

Fique em uma posição confortável, deitado para cima ou sentado. Aos poucos relaxe e respire fundo pelo seu estômago, passando por seu nariz e para fora da sua boca. Leve quatro respirações profundas. Imagine uma bola branca ou uma luz de ouro dentro de você, feita de puro amor. Permita enviar um raio de pura luz para o topo de sua cabeça. Sinta esta energia amorosa fluir em você, relaxando todos os seus membros. Deixe essa luz fluir por sua espinha e observe que toda tensão que existia dentro de você, não existe mais, e que está sendo preenchida por uma paz. Quando sentir que a luz atingiu o fundo de sua espinha, faça algumas respirações profundas para ter certeza que toda a tensão e resistência foi absorvida pela luz.

Agora, imagine que este raio de luz dentro de você se expande, de forma que isto o envolve completamente em uma esfera ou ovo de pura luz. Saiba que você é amado e é protegido. Se você desejar, chame o Grande Espírito (Deus, Deusa, etc.) para guiar e proteger você nessa jornada.

Agora, imagine que você está caminhando por uma longa trilha num bosque. Sinta que está lá. Sinta a grama em baixo de seus pés e uma brisa gentil tocar a sua face. Cheire as flores e as árvores. Ouça todos os filhos da floresta circunvizinha. (Tente se imaginar ” completamente lá “, não force as imagens virem. Deixe virem naturalmente). À frente entre na mata fechada, você ouvirá um som e um vento gentil.

Sente perto desse fluxo e relaxe. Pergunte agora ao seu aliado, quais são as suas qualidades e se ele pode ajudar você na sua vida. Sinta uma presença perto de você. Você sabe que este é seu animal de poder. Você sabe que ele não pode entrar na mata fechada, que é seu espaço protetor sem sua permissão. (Se você se sente amedrontado, saiba que você pode despertar do estado xamânico a qualquer hora que se fizer necessário). Permita-o entrar na mata fechada. Deixe ele vir até você. Procure conversar com ele, dance ou brinque, correndo de um lado para outro. Siga o que seu coração está falando.

Quando acabar despeça-se dele e agradeça-o por ter vindo ao seu encontro. Agradeça também ao Grande Espírito por lhe permitir conhecer seu animal de poder. Agora volte pela trilha do bosque. Novamente, sinta o caminho como se estivesse realmente nele.

Quando chegar ao ponto de partida da Jornada. Sinta que a esfera de luz ainda o protege. Faça algumas leves respirações, e abra lentamente seus olhos.

Você pode realizar algumas variações dessa Jornada. Por exemplo, quando eu sou atraído pela energia calma e protetora, eu imagino que sou uma árvore, tirando energia da terra por minhas raízes e recebendo a luz de meus galhos. Faça como você se sentir melhor.

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Trabalhando com um Animal de Poder

Para que você comece a trabalhar com seu animal de poder, tudo o que você precisa, é ter respeito por seu animal. Lembre-se que o animal veio fazer com você uma parceria que visa orientar você em seu crescimento pessoal e espiritual.

O modo mais fácil para começar a trabalhar com os animais de poder é estudar primeiro as habilidades naturais do animal e seus modos de como metaforicamente você vai aplicá-las em diversas situações na vida. Por exemplo, por causa de sua visão, a águia poderia lhe ajudar a manter uma visão de suas verdadeiras metas. Um imagem de uma águia capturando sua presa é uma ferramenta poderosa para ajudá-lo alcançar metas. Tais imagens servem para lhe dar a força que você precisa para manter sua visão e metas. Também estudando os modos naturais do seu animal, ajuda a criar um laço poderoso entre você e seu animal, permitindo assim o ajudar até mesmo em sua vida animal.

Além de estudar os modos naturais dos animais, é também importante estudar a mitologia dos animais. Ao redor do globo terrestre, culturas diferentes (especialmente as xamânicas) aplicou muitos aspectos míticos para os animais. Para alguns: o urso representa introspecção, o colibri representa alegria, e o leopardo representa poder interno. Nós podemos usar estes mitos para nos ajudar a conectar com nossos animais de poder e como um enfoque para entender o que esses animais vieram nos ensinar.

Antes de estudar os mitos dos animais, eu pessoalmente acho que você deveria estudar os hábitos naturais deles, para forjar uma conexão poderosa entre vocês.

Assim que você estabelecer uma conexão forte com seu animal de poder, você poderá convocá-lo quando desejar para auxiliá-lo e aconselhá-lo. Geralmente essa comunicação se dá pela Jornada Xamânica ou uma voz interna.

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Usando um Enfoque

Outro modo xamânico que você pode usar para conectar os seus animais de poder, é utilizar um enfoque (um objeto físico para representar o animal) para conectar com seu espírito animal. Embora um enfoque não seja necessário para trabalhar com seu animal, poderá ser útil, quando você não sentir firmeza ao conectar-se com seu animal por meditação ou viajando, e quando você está impossibilitado de visualiza-lo claramente em sua mente.

Nestes casos, é melhor usar um objeto que representa sua conexão com seu animal. Este enfoque poderia ser uma escultura de seu animal, parte do corpo do animal, um cristal (representando sua conexão), ou um quadro de seu animal. Com a experiência, aprendi que nenhum enfoque é necessariamente melhor que qualquer outro.

Para usar um enfoque, eu o preparo normalmente com antecedência realizando um simples ritual. Seguro o enfoque nas mãos e apresento para a Mãe Terra e o Pai Céu, e pergunto se ele serve para conectar com meu animal. Procuro sentir a energia fluindo pelas minhas mãos e tomando conta de todo meu ser dando-me a paz e o respeito necessário para a conexão.

Quando você quiser usar o enfoque, simplesmente segure-o em suas mãos. Normalmente, eu seguro um enfoque em ambas as mãos. Você também pode deitar-se colocando-o sobre seu corpo (como em cima de seu coração representando uma sincera conexão). Sinta a energia de que você precisa, vindo de seu animal. Eles adoram a servi-lo porque aprendem auxiliando-o nos seus desafios. Os espíritos dos animais, são seres interessados na evolução e no crescimento. Assim como você gosta de auxiliar uma pessoa quando ela precisa de ajuda, os animais também apreciam ajudá-lo. Como você eles gostam de ser agradecidos e serem tratados com respeito. Simplesmente, se você não tratá-los bem, eles irão procurar alguém que os trate melhor.

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Dançando com seu Animal e Outros Tipos de Conexão

Outro modo xamânico de conectar com seu animal é imitar o movimento dele. Este é um modo saudável para conectar com seu animal. Exercite esses movimentos para livrar-se da tensão. Combinando esses movimentos através da dança, você verá que esse ritual irá ajudar o fortalecimento espiritual e a sua conexão com seu animal.

A dança é uma prática regular em diversos rituais xamânicos. Através da dança nós criamos um equilíbrio e harmonia entre aqueles que estão dançando. No nosso caso, trata-se da forma pela qual um grupo, através da dança entram em contato com seus animais, pois ela permite que o dançarino ou dançarinos transitem de um estado de consciência para o outro, propiciando a entrada no estado xamânico de consciência.

Ao dançar você têm que saber realizar os movimentos dos animais, aplicando os movimentos humanos equivalentes ao do animal. (Por causa de diferenças fisiológicas, nós não podemos imitar exatamente os movimentos dos animais). Para aqueles que já realizaram artes marciais ou balé, pode notar que certos movimentos nessas artes imitam aos dos animais. Isto é porque muitos dos movimentos foram derivados da observação de como os animais moviam-se. Um bom ponto de partida para trabalhar com este tipo de experiência, é que você estude os movimentos que o animal realiza, depois simplesmente confie na sua própria intuição.

Uma coisa importante ao dançar o seu animal, é que aprendendo a se equilibrar fisicamente, isso ajuda você se equilibrar em todos os outros níveis: emocionalmente, mentalmente e espiritualmente. Ao dançar seu animal, tente manter seu equilíbrio enquanto levanta um pé (imitando o guindaste, ou uma garça). Esteja seguro ao realizar as trocas dos pés para que você não se desequilibre. Seja paciente, e verá que em pouco tempo você estará realizando os movimentos do seu animal naturalmente, enquanto dança.

É muito importante dentro do xamanismo, que você se transforme regularmente no seu animal, para que ele sinta-se satisfeito e possa permanecer ao seu lado. Esse espírito animal que existe na nossa mente-corpo, deseja ter a alegria de existir na forma material. Temos que encarar esse fato como uma permuta, pois tal como o ser humano deseja sentir a realidade incomum tornando-se um Xamã, também o animal de poder deseja sentir a nossa realidade entrando no corpo de um ser humano vivente.

Não só a dança é um meio de manter o animal ao nosso lado. Outro modo para expressar seu modo de vida, é lançar do artifício das emoções, imitando os filhotes do seu animal. Chore, sinta-se solitário e deixe seu corpo emitir qualquer som para que você sinta-se mais vivo. Sinta o piar, grunhir, uivar entre outros. Estes filhotes representam a dor de experiências passadas, como também ajudam a aumentar sua conexão com o animal.

Outro modo xamânico para conectar seu animal, é fazer uso de máscaras e fantasias que o representam. Máscaras simples e baratas podem ser feitas facilmente com papel-marchê. Outro modo para trabalhar com as máscaras é as usar quando estiver dançando seu animal, e até mesmo ao representar os filhotes dele.

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Conclusão

Acima de tudo, quando trabalhamos com os nossos animais, é importante perceber que este tipo de trabalho é uma forma de poesia e de arte, mostrando o que é ser verdadeiramente humano. O espírito dele representa algo que você precisa trabalhar em sua vida animal. Trabalhando com o espírito animal, você está trabalhando em você, ajudando em seu crescimento para se tornar tudo aquilo que você deseja ser. Trabalhar com os animais é ter responsabilidade em sua vida, escolhendo criar sua própria realidade, o modo de como você escolhe viver a vida e reagir às experiências dela. Um metáfora que eu prefiro designar para isto é: Você é seu animal de poder. Uma vez que você pode aceitar isto, você verá que pode realizar qualquer coisa verdadeiramente que colocar no seu coração e mente. Lembre-se que você nunca está só.

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A ARTE DA CURA

A Arte da Cura Simples

Como eu mencionei anteriormente, a verdadeira cura é a arte de viver. Vou explicar a vocês algumas técnicas curativas simples que qualquer um pode usar em sua vida diária. Para realizar essas técnicas você não precisa ter nenhuma habilidade psíquica. Eu escolhi estas técnicas por causa da simplicidade delas e de suas utilidades. Quando incorporadas em sua vida diária, eles podem trazer equilíbrio, aliviar a tensão e podem lhe ajudar a criar sua própria realidade conscientemente.

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Respirando o Ar fresco

Um das técnicas curativas mais simples que qualquer um pode usar, é a respiração consciente. Respirar é uma fonte de vida; sem isto, não sobreviveríamos. Quando nós respiramos conscientemente, nós sentimos o controle desta fonte de nossas próprias vidas, acalmando nossas emoções e nos fortalecendo interiormente. Para respirarmos conscientemente é importante aprender corretamente a respirar. Para respirar corretamente, você tem que inspirar lentamente pelo seu nariz e levá-lo profundamente até seu estômago. Encha seu estômago, então permita que o ar suba para seu pulmão enchendo-o de ar. Agora exale lentamente o ar de seu pulmão, e depois o do seu estômago.

Eu particularmente exalo pela minha boca. Alguns xamãs defendem a idéia que, ao inalar e exalar, você deveria realizar cada um deles com a mesma duração. Em todo caso, sua respiração deve ser lenta, rítmica e profunda. Esteja atento como o seu corpo responde; veja se sente-se melhor! Conscientemente concentre-se em sua respiração. Tudo aquilo que existe é sua respiração. Inale. Exale. Se imagens vêm, aos poucos deixe-as irem ao exalar. Relaxe e concentre-se completamente em sua respiração. Inale. Exale.

Se você deseja, você pode realizar uma visualização simples. Imagine que ao inalar, você está levando energia positiva para dentro de você, e que ao exalar, você está lançando energia negativa para fora. Pode ajudar, imaginando o ar como uma fumaça colorida entrando e partindo com cada respiração.

Com a prática diária, dentro de algum tempo você verdadeiramente estará respirando conscientemente. Essa técnica deverá ser realizada dez minutos por dia. Em pouco tempo, você sentirá muita paz, e se sentirá mais sóbrio e jovial.

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Movimente o Bem-estar

Além de exercícios longos, como dançar o animal; movimentos de mãos rápidos e simples também são úteis. Exercícios longos são bons para aliviar a tensão e fortificar a confiança, enquanto exercícios pequenos são maravilhosos quando você precisa relaxar e não tem tempo. Eu sugiro que você pratique ambos.

Eu gosto de combinar a respiração consciente com o movimento simples. Um de minhas técnicas favoritas é levantar as minhas mãos como se elas quisessem voar. Quando eu inalo, eu viro as palmas de minhas mãos para cima, e lentamente elevo minhas mãos até a altura do peito. Ainda inalando, eu trago minhas mãos para o lugar em meu corpo que eu sinto tenso (normalmente até meu umbigo, plexo solar, ou coração). Quando eu paro de inalar, eu viro as palmas das minhas mãos para baixo, então exalo enquanto abaixo lentamente minhas mãos.

O exercício acima serve fundamentalmente para aliviar a tensão e traz o equilíbrio e a coragem que eu preciso. Também fortalece minha conexão com a Mãe Terra. Por poder ser realizado rapidamente, eu uso freqüentemente esta técnica, quando eu necessito entrar em ação imediata. Quanto mais realizarmos essa técnica, mais nosso corpo responderá a isto.

Porém, é importante não esquecer que devemos sempre realizar outros exercícios para nos sentirmos bem. Além de aliviar a tensão e equilibrar as emoções, essa técnica xamânica realizada juntamente com outros exercícios físicos nos mantêm fisicamente saudáveis. Está conexão entre mente e corpo, promove o bem-estar emocional, bem como o mental.

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Em Contato com a Natureza

Um dos melhores modos que eu sei de aprender a viver em equilíbrio, é realizar passeios na natureza. O ar fresco das árvores e outras plantas ajudam esvaziar seus pulmões. A luz do sol além de ajudar a reduzir a depressão, nos provê de Vitamina D. Devemos aproveitar esses benefícios da Mãe Terra e do Avô Sol, que tanto nos ajudam a relaxar.

Tudo isso, e muito mais vem da beleza da natureza. A natureza ajusta a tudo. As plantas provêem de oxigênio os animais, da mesma maneira que os animais provêem gás carbônico para as plantas. Plantas alimentam os animais, que eventualmente alimentam outros animais, em eterno ciclo da cadeia alimentar. Quando eu entro na natureza, sinto o círculo perfeito da vida que a natureza inspira em mim. Eu encontro o meu lugar no mundo. A natureza me ensina que há esperança, e me dá a coragem e a fé que eu preciso para continuar vivendo. Por isso foi que eu escolhi seguir o caminho do xamanismo.

 Eu penso que qualquer um pode receber esta inspiração e este raio de esperança da natureza, e você não precisa ser um xamã tradicional para fazer isso. Se você pode aceitar a beleza da natureza, isso é o bastante. Eu não posso descrever as maravilhas e inspiração que eu recebi e continuo recebendo da natureza. Mas você pode experimentar isto, em sua própria vida.

Entrar em contato com a natureza ajuda elevar nossas esperanças e nos dá coragem para viver. Nos ensina como nós somos merecedores dessa dádiva, porque nós somos as crianças da Mãe Terra, independente de raça, religião, ou de cultura. A natureza nos ensina a sentir e viver nossa unidade com todas as coisas, e é esta unidade que nos ensina como entrar em equilíbrio e em paz com tudo. Se você pode manter sempre contato com a natureza, eu recomendo essa vivência.

Não, estou me referindo às várias formas de toque de cura holística que são populares hoje em dia. Estou de me referindo a um simples toque. Em nossa sociedade, nós ficamos paranóicos sobre tocar o outro. Talvez nós tememos o toque, porque sofremos abuso, ou porque nós ouvimos falar de outros que foram abusados. Nós temos o temor de que outros nos machuquem? Ou nós não nos sentimos merecedor de ser tocado de um modo amável? Como um ser humano, eu sou um animal social. Eu sinto que nossa sociedade precisa se curar deste medo. Eu sinto que nós temos que aprender aceitar que nós podemos ser tocados, e tocar o outro, amando e sem necessariamente ter relação sexual. Eu vi como esta forma amorosa de toque verdadeiramente pode curar.

Certa ocasião em meu trabalho, eu encontrei uma mulher que estava sofrendo uma grande dor. Me senti triste por não poder fazer nada para ajudá-la. Mas eu segurei as mãos dela entre as minhas. E me lembro do sorriso que surgiu em seu rosto, os olhos dela estavam cheios de lágrimas. A mulher sentiu-se aliviada e feliz. Então, eu chorei. Palavras não podem explicar o que aconteceu naquele dia. Tudo que eu posso dizer, que daquele dia diante disso, eu descobri o poder de um simples toque.

Meu professor de Reiki poderia dizer que foi transferida uma energia curativa para a mulher, e eu concordaria. Chame de energia do Reiki se você gostar, mas você pôde dá mesma maneira chamar isto de, maná, prana, ch’i, entre outros nomes. Ou até mesmo de um simples toque. Tudo que eu sei que esta é um essência de nós como seres humanos, e de todas as coisas. Penso que esta é uma verdade escondida dentro de uma concha no mundo em que nossa sociedade criou. Gosto de dizer, que Energia é o que nós somos. Quando nós aprendemos dançar com uma energia, compartilhar isto com todos nossos irmãos da terra, isto é o que verdadeiramente nos faz o que nós verdadeiramente somos. Assim não tenha nenhum medo. Pergunte aos outros se eles precisam de um abraço. E não tenha medo de pedir um se você precisa. E até mesmo, além do toque, não tenha nenhum medo de sorrir e dizer oi para estranhos que encontra em seu caminho. Não tenha medo de ser quem você é.

A Árvore da Vida provavelmente foi uma das primeira meditações que eu aprendi; foi quando eu tive minha primeira conexão conscientemente com a natureza e o modo xamânico de vida. Eu comecei a crescer no meu caminho, assim que fiz esta meditação. Para mim, ela tornou-se uma fonte poderosa de energia e inspiração, e foi de grande ajuda em meu trabalho de cura interior. Também passou a ser considerado um exercício preliminar em muitos de meu trabalho xamânico.

A meditação da Árvore da Vida pode servir para muitos propósitos. Nos ajuda a relaxar em todos os níveis. Ajuda a nos centrar e conectarmos com a Mãe Terra e o Pai Céu. E nos ajuda a lembrar de nós mesmos. Eu apresento agora os fundamentos desta meditação, espero que seja de grande ajuda em sua jornada na terra.

Sente-se em uma posição confortável. Tome algumas respirações lentas e profundas. Respire pelo seu nariz e estômago. Quando seu estômago estiver cheio de ar, comece a encher os pulmões. Lentamente solte o ar de seu pulmões e estômago. Se você sentir falta de ar, então simplesmente encha de ar o estômago e não seus pulmões. Acima de tudo, uma respiração deveria ser confortável e relaxante para você.

Agora imagine um raio de luz saindo de seu coração e estendendo-o abaixo de você na terra. Permita sentir a energia que flui de sua espinha para o solo. Onde seus pés tornam-se raízes que aprofunda-se em baixo da terra. Sinta as raízes que estendem de seu corpo. Como se elas fossem parte de você; e sinta-as penetrando na terra.

Agora, direcione sua consciência para seu coração e imagine outro raio de luz saindo da sua cabeça indo em direção ao céu. Sinta que esse raio transforma-se em galhos com folhas verdes, subindo cada vez mais alto em direção ao ceú.

Puxe por seu galhos a energia do céu, e leve-a para a terra. Deixe-a fluir por suas raízes. Deixe-a fluir profundamente em seu coração, como para todas partes de seu corpo. Deixe dissolver toda sua dor, medo e frustração. Relaxe completamente. Procure alimentar-se dessa energia. Permita que esse raio que saiu de seu coração, transforme você completamente numa árvore. Sinta sua pele ficando rígida até tornar-se um tronco forte e vigoroso como uma árvore. Sinta a energia que flui dentro, abaixo e acima de você. Você tornou-se uma árvore viva. Sinta-se como uma árvore. Não imagine que a está vendo de longe. Tente ao invés disso, simplesmente ser a árvore. Você é uma árvore! Imagine como uma árvore sente ao puxar a água e outros nutrientes por suas raízes que estão ligadas a Mãe Terra. Sinta! Imagine como uma árvore se sente ao puxar o ar e umidade do Pai Céu. Sinta! Imagine como uma árvore sente seu alimento fluindo por seu tronco de cima a baixo. Sinta!

Você é o centro de energia, arraigado firmemente entre o céu e a terra. Você está em equilíbrio perfeito com você e com todas as coisas. Sinta a maravilha e a beleza desta conexão. Sinta a paciência infinita da árvore. Sinta a alegria de simplesmente estar vivo. Sinta o poder de ser um com todas as pessoas e coisas, de conhecer seu lugar neste mundo, de se conhecer verdadeiramente. Transforme-se!

Permita-se experimentar tudo isso, até que você sinta o desejo de despertar sua consciência. Pode sentir como um puxão em seu estômago, ou uma memória lânguida que tenta aflorar na sua mente. Sinta um esfera de energia encolhendo ao redor de você, até atingir o seu coração e, desaparecer. Sinta-se humano mais uma vez. Sinta sua respiração lenta e profunda. Permita sentir sua conexão para terra e céu pelas raízes e galhos da árvore da vida. Sempre que você estiver conectado com a Mãe Terra e o Pai Céu; você será a criança deles. Agradeça-os por se lembrar de ser filho deles, e dê graças por ter tido a coragem de se lembrar. Agora tome algumas respirações mais profundas e lentas.

Se você tem um trabalho xamânico para fazer, você pode começar deste ponto. Caso contrário, você pode abrir seus olhos lentamente e pode despertar sua consciência. Sinta a alegria de estar vivo, sentindo a maravilha e alegria de seu próprio corpo vivendo e movimentando-se.

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Escute as árvores

Escute. Você ouve isto? Você ouve vozes levadas pelo vento? Você ouve folhas sussurrando, os galhos rangendo, uma oração de vozes silenciosas? Elas estão ao redor de nós, e estão nos guiando para nossa cura, para nós mesmos e nosso mundo. Elas nos ensinam lições infinitas de paciência e de paz. Quem são elas? Elas são as árvores e outras plantas que compartilham nosso mundo, e que são ignoradas freqüentemente.

Na minha juventude, eu sempre levei muito tempo dentro de bosques solitários, simplesmente para achar minha paz e me conectar com o mundo. Eu não sabia nada de xamanismo, mas amei e amo os bosques. Eu sempre soube quanto alimento material e espiritual a natureza me deu, como também efetuou cura em minha vida. Sempre corri para a natureza como uma velha amiga, quando eu me sentia tão só. Com a natureza eu sempre soube, que eu nunca estava só. Quando criança, eu não entendia nada disso, mas aos poucos eu soube que era tudo verdade.

Como xamã, e olhando para trás a minha infância, eu agora entendo certas coisas. Como eu falei com a Mãe Terra, e como ela me nutriu. E quanto eu amei tudo como filho dela. Quando criança eu me sentia único com a natureza. Tudo que eu tenho agora são minhas recordações. Mas tais coisas desapareceram com a perda da inocência, como vim a entender recentemente. Lentamente, no xamanismo, esses sentimentos vêem a superfície, auxiliando-me a achar meu lugar neste mundo. Eu escuto às árvores, e elas me fazem lembrar quem eu sou verdadeiramente. As árvores sabem quem elas são, e elas estão aqui para nos fazer lembrar de nosso verdadeiro EU.

Quando eu decidi primeiro (porque era uma escolha) escutar às árvores, eu fui confrontado com muito ceticismo. Elas realmente estavam falando comigo? Simplesmente era com minha mente subconsciente que eu estava falando? Será que sou um louco? Mas agora eu percebo que tudo isso não importa, eu devo aprender com a minha experiência e vivência. Se o que eu aprendo, me faz uma pessoa melhor, por que eu deveria me aborrecer me questionando? Todo esse processo me leva a ver a beleza e as maravilhas da natureza, uma essência de pura poesia que nos faz lembrar da verdadeira humanidade. Como em minha infância, eu não tento entender (neste momento em nosso desenvolvimento, nós não temos qualquer tipo de respostas), eu pouco sei. Assim eu apresento a vocês um segredo esquecido de quando eu era uma criança, escutar às árvores.

Como você pode falar com as árvores? Primeiro, você tem que escolher. Esta talvez é a parte mais dura de tudo: ir além do ceticismo, manter uma mente aberta. Freqüentemente é muito mais fácil falar com os animais. Mas plantas? O que é tão estranho afinal de contas? Se você acredita em evolução ou crê nas tradições do xamanismo, e que todos nós somos irmãos, então as plantas são nossas irmãs.

Em segundo lugar, devemos aprender a respeitar as plantas. As plantas nos dão o oxigênio que necessitamos para a nossa respiração. Árvores nos provêem com madeira para casas e papel. Plantas provêem comida para nós e outros animais. Árvores provêem casas para numerosos tipos de animais. As Plantas ajudam a fertilizar a terra, todos os anos quando elas perdem suas folhas. Plantas nos provêem de medicamentos que nossa medicina usa no dia a dia. Há tantas coisa na nossa vida que nós podemos e devemos agradecer a planta.

Uma coisa útil é realizar o exercício da Árvore da Vida, descrito anteriormente. Essa prática será de grande ajuda para você aprender a conectar com o mundo das plantas. Quando sentir-se confortável com aquele exercício, você pode mudar para começar a verdadeira comunicação com plantas. Aqui está uma meditação para lhe ajudar a começar a falar com as árvores.

Dê um passeio pela natureza e procure uma árvore que você sinta uma conexão. Confie em sua intuição. Note o aparecimento da árvore: sua forma, seu tamanho e sua coloração. Examine a forma de suas folhas, e sinta-a como folhas. Sinta o seu cheiro. Use todas suas sensações para experimentar a árvore. Olhe agora o ambiente da árvore. Como a árvore interage com seu ambiente, com a paisagem, com outras plantas e animais?

Agora sente-se próximo a árvore, com suas costas apoiada na árvore. Permita-se um tempo para relaxar, respirando o ar fresco, tomando várias respirações profundas. Sinta a árvore atrás de você. É dura, áspera ou lisa? Esteja atento a todas suas sensações. Sinta a árvore levando nutrientes em seu tronco através de suas raízes, e levando gás carbônico de suas folhas pelos seus galhos e pelos seus troncos. Sinta os nutrientes que vão de cima para baixo pela árvore. Sinta uma energia que flui na sua espinha como uma espiral ao apoiar-se contra a árvore.

Comece agora o exercício da Árvore da Vida. Sinta que uma energia fluindo para cima e para baixo em sua espinha. Deixe essa energia crescer. Deixe ela envolver seu corpo. Agora deixe sua energia e a árvore se fundirem. Torne-se UM com a árvore. Simplesmente, sinta a conexão. Sinta que você gosta de ser UM com a árvore. Saiba que você é UM com a árvore.

Saiba que a árvore lhe dará as respostas que você precisa para faze-lo lembrar quem você é. Quando você sentir-se completamente confortável, poderá fazer as perguntas que você precisa perguntar. As vezes você nem terá a necessidade de falar com a árvore de seu coração. Em todo caso, saiba que você terá sempre as respostas que você busca, isso é possível porque as árvores dão as respostas livremente, e nunca pedem qualquer coisa em troca.

Depois de fazer todas suas perguntas, aproveite o momento de ser UM com a árvore. Simplesmente desfrute esta conexão que você compartilha. Aos poucos, separe-se da árvore. Leve algum tempo nesse processo de desconexão. Simplesmente devolva a energia da árvore e sinta ela devolvendo a sua. Note como sua energia mudou na sua conexão com a árvore. A árvore deu-lhe a energia que você precisava. Relaxe e desperte devagar, abrindo a sua consciência aos poucos. Então abra lentamente seus olhos.

Vire e abrace a árvore. (Isto é comum em muitas tradições xamânicas. Mostra que você honra a árvore. Também lhe permita devolver qualquer energia que você não precisa, para a árvore). Quando você sentir que é tempo de ir, agradeça a árvore por tudo que ela fez para você, dando-lhe respostas, provendo-o de energia e, de ar para que você respire. Se você deseja repetir esta meditação com esta árvore em particular, por favor dê pelo menos três dias de intervalo para que a árvore possa recarregar suas energias. Agora note como você está sentindo paz, equilíbrio e amor.

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FUNDAMENTOS

Algumas bases do xamanismo:

  • Conexão com a natureza e compreensão de seus ciclos.

Os xamãs baseiam-se na observação constante da natureza e de seus ciclos a fim de compreenderem a si próprios.  Amam  e reverenciam os espíritos da natureza  reconhecendo os aspectos dos mesmos em si. Buscam nas diferentes energias que ela oferece simbologias de suas forças interiores.

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Alguns aspectos de grande foco dos xamãs:

Sol – Grande fonte de luz e energia para os habitantes da Mãe Terra. Simboliza a energia Yang, masculina. É o símbolo da vitalidade, representando nossas vontades, desejos, nossa essência. É a magia que nos faz brilhar.

Lua – Representa o movimento e o princípio feminino. Dirige o mundo dos sonhos, da  imaginação, dos fluxos, da sensibilidade e das emoções.

Planetas – Cada um dos planetas tem características específicas: Mercúrio:  Energia do intelecto, indica a forma e habilidade de comunicação, idéias, maneiras de pensar, inteligência, intelectualidade, juventude.

Vênus:  Rege a afetividade, relacionamentos, amor, beleza, habilidades artísticas, senso estético.

Marte: Energia de iniciativa,  força, coragem, o lado guerreiro.

Júpiter: Energia de abundancia, prosperidade,  expansão, oportunidades, sorte, otimismo, aventuras, conhecimentos filosóficos, viagens e excessos.

Saturno: Energia de disciplina, realidade, estrutura, limitações, paciência, rigidez, cobranças, construção.

Urano: energia da revolução, liberdade, do inesperado, imprevisível, surpresas, mudanças súbitas.

Netuno: A inspiração, o sonho, a ilusão, a compaixão, o misticismo, a fé, a espiritualidade, a intuição.

Plutão: A transformação, renascimento e renovação. É também o planeta que trabalha com a sexualidade, poder e a mente inconsciente que não controlamos.

Animais: cada espécie animal tem uma sabedoria e qualidades específicas que podem ser utilizadas para várias situações. O trabalho com os animais auxilia a despertar tais qualidades e características dentro de nós.

Plantas: idem animais

Minerais: idem animais

4 Elementos: Água, Terra, Fogo  e Ar. Atualmente os xamãs estão trabalhando também com o 5o elemento: éter.

Direções sagradas: Norte (ar), Sul (água), Leste (fogo), Oeste (terra), em cima (pai céu), em baixo (mãe terra/centro da terra) e  dentro de si.

  • Respeito:

A palavra “respeito” significa “olhar novamente” , olhar além da primeira impressão e estar disposto a ver o que não está óbvio.

Nós mesmos, precisamos de respeito para limpar nossos egos. Quando nós estamos dispostos a olhar para uma nova luz, sem julgamento, nós adquirimos uma maior confiança e coragem em nossas vidas. Nós aprendemos aceitar nossas limitações e estamos dispostos a ampliar nossos horizontes e limites para viver a vida mais completamente.

Respeito para com os outros no aprendizado é fundamental. Quando nós estamos dispostos a ver as pessoas sob uma nova luz, damos a elas o espaço que precisam para crescer; nós não as limitamos pelas nossas expectativas ou julgamentos .

O respeito com a Mãe Terra vem do aprendizado de que nós não somos donos dela, somos sim filhos dela. Nós precisamos da terra para viver. Para que nós possamos viver em harmonia, nós precisamos proteger a Terra dos efeitos da poluição, da devastação e assim por diante.  Respeitar a Terra completamente, exige que  respeitemos a tudo e a todos, enxergando tudo como parte integrante de nós, e logo, parte integrante de Deus.

  • Foco no “aqui e agora” :

O xamã está  completamente focado no presente, pois as modificações realizadas no presente são capazes de alterar o passado e futuro.

Viver cada momento como sagrado, é reconhecer que todas as coisas são interligadas numa grande Teia Cósmica. O aprendizado é viver completamente  agora mesmo: Carpe Diem. O aqui e agora é o ponto no qual o poder do xamã existe; é o único ponto do qual  se pode fazer escolhas e mudar seu mundo.

  • Auto consciência em todos os níveis.

  • Ritmos: trabalho com músicas e ritmos para levar o indivíduo a um estado elevado de consciência.

  • Foco no hemisfério direito do cérebro

  • Respiração consciente

Respirar é uma fonte de vida; sem isto, não sobreviveríamos. Quando nós respiramos conscientemente, nós sentimos o controle desta fonte de nossas próprias vidas, acalmando nossas emoções e nos fortalecendo interiormente. Para respirarmos conscientemente é importante aprender corretamente a respirar.  Você deve colocar toda sua consciência em sua respiração  e nos efeitos que a respiração consciente causa em seu corpo.

  • Gratidão:

Sentimento pleno de gratidão por todas as coisas. O sentimento de gratidão é que possibilita o fechamento dos ciclos de prosperidade e recebimento, sem este sentimento o ciclo fica interrompido e a energia se perde ao invés de se renovar.

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INSTRUMENTOS

Os xamãs sempre se utilizaram de objetos mágico-religiosos que lhes conferiam poder às cerimônias e rituais, assim como os talismãs que os protegiam. Descrevo a seguir um dos mais conhecidos, acrescentando que são infindáveis os instrumentos de poder utilizados nas práticas xamânicas.

TAMBOR

O tambor é considerado universalmente como um instrumento indispensável do xamanismo. É o veiculo pelo qual os xamãs fazem suas viagens a outros mundos. O tambor também é usado para invocar espíritos, para curas, para afastar espíritos malignos.

O tambor deverá adquirir uma alma antes de ser utilizado, alguns o preparam com banhos de ervas, evocações, defumações, canções, preces, etc.. Deve ser honrado o sacrifício do animal e da árvore, pois estes espíritos também falarão através do toque do xamã.

Os nativos norte-americanos associam o toque do tambor as batidas do coração da Mãe-Terra e também ao som do útero. O tambor dá acesso a força vital através de seu ritmo.

O tambor é considerado o cavalo, ou a canoa, que leva ao mundo espiritual. É o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra, que permite ao Xamã viajar ao Centro do Mundo ( Eliade )

É utilizado por xamãs e sacerdotes do mundo inteiro, em diversos tamanhos e formas, como, por exemplo o Damaru ( o instrumento de Shiva ), os tambores japoneses, as tablas indianas, as tumbadoras cubanas. É usado no Tantra, no Budismo Tibetano, nos cultos afro, tais como a Umbanda e o Candomblé ( atabaques ). Neste último existe a prática do batismo dos atabaques, onde são aspergidos por água benta; são oferecidas comidas dos santos, e os tambores envoltos com as cores dos orixás a que foram consagrados. Nos cultos jeje-nagô os atabaques são percutidos com varinhas ( aguidavis ), nos cultos de angola são percutidos com as mãos.

Os sons repetitivos e monótonos, permitem ao xamã alterar sua consciência. O antropólogo M. Harner, relata uma pesquisa feita em laboratório, que o tambor produz modificações no sistema nervoso, pois as batidas são de baixa freqüência, predominando o nível de freqüência do eletroencéfalograma, por esse motivo, para conservação do transe, geralmente um assistente assume o tambor. O tambor associado a cânticos, sinos , e outros instrumentos cria um ambiente muito propício para o transe.

O chefe do tambor, ogã, tamborileiro, é o maestro da viagem, do transe. Os toques podem aumentar o campo de força. Existem toques para cura, para guerra, para as jornadas.

A velocidade de toque para uma jornada xamânica varia de 150 a 200 batidas por minuto.

MARÁCAS E CHOCALHOS

Muito utilizados, principalmente na América do Sul, geralmente feitos de cabaça, ou chifres de gado, o interior contém sementes ou pedras.

Possuem a mesma finalidade dos tambores, também são utilizados para aberturas de rituais e exorcismos.

PEDRAS E CRISTAIS

Há um conto xamânico que o Criador vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, e jogando-os no Universo criou as estrelas.

Os aborígenes australianos chamam os cristais de luz solidificada.

Pedras e cristais vem sendo utilizados, pelas mais diferentes civilizações. Eles possuem vibrações variadas de luz e som. No xamanismo norte-americano são chamados de Seres Pedra, detentores dos registros da Mãe Terra.

TRAJES E MÁSCARAS

O simbolismo por trás dos trajes, representa a saída do mundo material para a entrada no mundo espiritual. Os trajes cerimoniais se fazem presentes em todas as religiões: a batina do padre, a paramentação dos orixás, os mantos dos magos e sacerdotes, o branco, as peles de animais, as fardas e etc..

O mesmo acontece com penas, cocares , que simbolizam também a iniciação. Os trajes representam um microcosmo espiritual que se distingue do espaço profano em volta. Está impregnado, através da consagração de forças espirituais. É como se adquirisse um novo corpo.

As máscaras encarnam poderes sobrenaturais, dando um meio ao homem para se aproximar de forças divinas.

PAU-FALANTE

Utilizado especificamente por nativos norte-americanos. Trata-se de um pedaço de pau consagrado para se apresente o “Sagrado Ponto de Vista “Neste ritual não pode ser utilizada nenhuma palavra que não represente a verdade. Só fala quem estiver com o pau-falante na mão, os demais permanecem em silêncio . É uma forma de honrar a sabedoria dos outros. São empregados em reuniões, processos grupais, relacionamentos entre as pessoas , etc..

CACHIMBOS

É de uso corrente o cachimbo entre os xamãs do mundo inteiro. Para os nativos norte-americanos, ele surgiu com a aparição da Mulher Novilho Búfalo Branco, na tribo Lakota.

Ela explicou que o fornilho representava a Terra , e o cano tudo o que nasce sobre a Terra.

O fornilho representa o aspecto feminino e o cano o masculino. A união dos dois simboliza o princípio da criação, da fertilidade. O Cachimbo Sagrado é uma forma de oração, as preces são enviadas através do cachimbo. A cada pitada de tabaco se está honrando o que os nativos chamam de Todas As Nossas Relações ( Mitakuye Oyassim ) , que são todas as manifestações da vida da Criação, seres elementais, animais, insetos, peixes, pedras plantas, ancestrais, e etc..

O cachimbo também é utilizado por xamãs peruanos em rituais com plantas de poder, na magia dos pretos velhos, por índios brasileiros em rituais de cura e exorcismo. O fato de alguns cachimbos serem de uma peça só não tira o valor ritual.

OUTROS

Também são empregados em rituais, os paus-de-chuva, que simbolizam os movimentos das águas, bastões de diferentes formas e adornos que precederam as varinhas mágicas.

 Arcos e flechas, amuletos e talismãs, diferentes instrumentos musicais, raízes e sementes, cruzes mandalas, e etc.., são usados de acordo com cada cultura.

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MEDITAÇÃO

Busque um lugar tranqüilo, preferencialmente na natureza aonde possam ficar com os pés descalços e ter um lugar para sentar-se durante uns 30 a 40 minutos sem ser interrompido. Libere seu corpo de pesos, cargas e objetos que possam distraí-lo; retirem os objetos eletrônicos e em especial retirem seus problemas e conflitos, agora você esta pronto para entregar-se a oportunidade de crescer interiormente.

Sentado numa posição confortável, invoque a divindade que mora dentro de nós para que assista e ilumine este momento; peça a Mãe Terra que lhe guie e proteja; feche os olhos e busque através de uma tranqüila respiração a chave da paz interior, permita que tudo seja natural e flua. A respiração profunda e calma será a chave de toda esta experiência, porque produzirá uma troca química no seu interior capaz de nos levar a uma freqüência vibratória mais elevada.

Uma vez conseguida a calma, tanto física como emocional, deixe que natural e progressivamente um halo de luz desça desde o céu ao seu redor; sinta-se inundado e protegido por este grande tubo de luz e quando todo seu corpo ficar saturado por esta luz até alcançar cada uma de suas células, sinta que milhares de gotas se desprendem do céu e caem através de seu cabelo, roçando seu rosto e percorrendo seu corpo; deixe que este momento se converta em eterno para que o Sol que habita seu interior se sinta vivo e seja capaz de conectar-se com o grande Sol que começa aparecer em cima de você. Permita que este contato seja possível e que seu Sol interior seja ativado pelo grande Sol celestial; “vejo em meu coração que sobre minha cabeça se há formado um belo Arco-Íris, o qual se transforma lentamente num Círculo Íris e que desce ao meu redor até chegar a base do primeiro centro energético (chacra) em meu interior”. A partir deste instante sem tempo, este Círculo Íris irá subir em um movimento circular tocando cada centro energético ao largo da sua coluna vertebral; cada um destes centros de irradiação magnética ficará impregnado com as cores deste poderoso Íris até elevar sua freqüência e estabelecer o contato com sua essência deixando que o amor seja a expressão pura e imutável deste momento. Agora este Íris alcançou a parte superior do seu Ser e deixará a Paz com um aroma de Luz inundando tudo ao seu redor e ao seu alcance. Neste momento de plenitude, sinta novamente sua respiração, calma e profunda, retornando a cada célula e a cada parte do seu corpo, sinta o movimento do sangue percorrendo suas veias numa peregrinação até as suas mãos e no momento em que isto ocorra, leve a mão esquerda até a altura do seu plexo solar consciente que a Mãe Terra, Pachamama, está em sua mão e agora ela se instala em seu centro vital; depois leve a mão direita até a altura do coração transportando Wiracocha, Pai Sol, para que desperte para sempre seu Sol interior que é capaz de iluminar a noite mais escura.

Antes de finalizar coloque sua costa em contato com a terra, entregando-se a força da terra, permita que seu dorso seja as planícies e suas pernas ligeiramente dobradas sejam as montanhas e formem os vales profundos onde moram os espíritos dos ancestrais de todos os tempos; agora vire suavemente seu corpo e beije a Terra, neste momento sinta que seu umbigo está se entrelaçando com o umbigo de Pachamama porque através deles fluirá a vida eterna e o caminho sagrado de todas as eras.

Exercício cedido gentilmente por Mallku, “James Arévalo Merejildo”, retirado do livro Eternamente Machu Picchu.

Traduzido livremente por Jaguar Dourado, “Wagner Frota”, um Lobo do Cerrado

Outras exercícios:

A Grande Tecelagem

A Respiração do Jaguar e da Águia

Absorvendo a Energia do Sol

Como criar o Silêncio Interior

Como encontrar seu Local de Poder

Como se libertar de vivências negativas já passadas

Como transformar a energia do medo.

Controlando seu Campo Energético

Corrigindo seu Corpo Espiritual

Encontrando seu Animal de Poder

Equilíbrio da Energia Interna

Evitando a dissipação da Energia Interna – Exercício só para mulheres

Exercício da Serpente de Fogo da Terra

Exercício do Tatu

Exercício para realizar uma Fusão com o Sol

Exercícios Xamânicos

Exercitando a Segunda Atenção

Explorando seu Corpo Espiritual

Ficando Invisível

Limpando os Chakras

Livrando-se da Energia Pesada

Mudança de Forma

Para a União com as Forças da Natureza

Purificando seu Corpo Espiritual

Queimando seus Apegos

Sentindo o Campo de Energia

Técnica Asteca para Projeção Astral

Um Encantamento para obter Força

Visão Etérica

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PLANTAS DO PODER

Deus disse :

” Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra e todas as árvores frutíferas, contendo em si mesmas a sua semente, para que vos sirva de alimento. ” Gênesis 1,29

Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos uma completa farmácia natural.

Umas alimentam, outras nos perfumam, outras nos purificam, nos calmam, nos dão prazer, etc.. Porém, algumas plantas transportam a mente humana a regiões de maravilhas espirituais, alterando a nossa consciência, levando-nos ao Mundo Profundo, reconectando-nos com os nossos ancestrais.

O uso de Plantas Sagradas vem fazendo parte da experiência humana há milênios. Não podem nunca serem confundidas com drogas que causam a dependência e colocam em risco a saúde de quem as usa. A Planta é criação de Deus, a droga é uma criação humana.

As Plantas de Poder são ingeridas em rituais. Obedecem a preceito mágico-religiosos e proporcionam cura, autoconhecimento, expansão da consciência.

Conhecidas atualmente como plantas enteógenas ( entheos = Deus dentro ) são também reconhecidas como; Plantas Mestres, Plantas Professoras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder, Plantas Sagradas.

As plantas de Poder, em suas diferentes espécies, participaram e participam de cerimônias rituais em todos os continentes. Com o advento das obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas para expansão da consciência, porém há sinais de sua utilização em muitas escrituras sagradas.

Atualmente, existem comunidades religiosas que se utilizam de Plantas de Poder, como sacramento de seus rituais tais como; a Igreja Nativa Americana que se utiliza do Peiote ( Don Juan ) ; o Catimbó, da Jurema; O Santo Daime, a União Vegetal, e a Barquinha, da bebida Sacramental conhecida no Peru como Ayauasca, e nas matas brasileiras com os nomes; iagé, nixi honi xuma, caapi.

As Plantas de Poder aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e transportam o praticante para outras camadas vibracionais ou dimensões. A experiência é individual, algumas pessoas tem visões, outras canalizam mensagens, fazem regressões, recebem insights, recebem soluções para seus problemas com maior claridade, percebem as causas de suas doenças, recebem cura, se conectam a arquétipos, aos mitos, aos medos, traumas, símbolos que estão no inconsciente coletivo, visualizam entidades, viajam astralmente, etc…

O uso ritualístico de Plantas de Poder, proporciona, sem dúvida, uma experiência místico-religiosa de beleza incomparável, proporcionando o samadhi, o êxtase, o nirvana, o encontro com o Eu Superior, o transe.

Alerta – A busca pelas Plantas de Poder pode ser perigosa. Não são todos os que dizem conhece-las, que as conhecem realmente. As Plantas de Poder só trazem resultados benéficos, se utilizadas dentro de um fundamento espiritual. Consagradas em rituais e preparadas de forma correta.

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RODA SAGRADA

As rodas, ou círculos, representam a totalidade. Na Índia é um instrumento para conduzir ao Eu Profundo, e é chamada de Mandala. Segundo Jung, a mandala se encontra na própria alma humana, aparecendo nos sonhos e em diversas imagens criadas pelo nosso inconsciente. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. O princípio masculino e feminino na China (Yin-Yang) é simbolizado por um círculo dividido, em branco representando o Céu, e o preto a Terra.

Os círculos aparecem no zodíaco, calendários, talismãs, pontos, templos, altares, etc..

O círculo é um símbolo para o entendimento do mistério da Roda da Vida. O homem olha o mundo físico através de seus olhos, que são circulares. Assim como a Terra, a Lua, o Sol e os Planetas. O tempo discorre de um movimento circular, e muitos ritos e cerimônias observam o sentido horário. Os pássaros constróem seus ninhos em formas circulares, os animais delimitam seu território em círculo.

Os índios americanos reconhecem a vida como um movimento circular, um caminho a ser percorrido na Roda Medicinal, Roda de Cura.

Quando se constrói uma Roda Medicinal, edifica-se uma representação simbólica do Universo e da Mente Universal, cujo o Todo é conectado em sincronização harmônica com todos os seres.

A Roda é um mapa da mente e a carta da vida. É um círculo de geração de poder, debaixo do controle da mente, permitindo seu uso para achar nosso próprio caminho de autoconhecimento, para mudar e transformar a própria vida.

As Rodas Medicinais dos nativos norte-americanos são constituídas de 36 pedras alinhadas de forma circular. Existem várias versões, dependendo de cada tradição.

Servem também para rezar, meditar, contemplar, fortalecer nossa conexão com a natureza, etc..

Estudar a Roda Medicinal ajuda a lembrar a conexão com todos os aspectos do Universo. Cada pedra na Roda Medicinal é uma ferramenta para ajudar você a entender traços de seu passado que molda o presente e o futuro planetário.

Uma das chaves da sabedoria de muitas culturas xamânicas é o conceito da Roda Sagrada, conhecido também pelo xamanismo como Círculo da Vida. Da mesma maneira que há muitas culturas diferentes que respeitam a Roda Sagrada, assim também há muitos símbolos associados com ela, a Mandala Tibetana, a Roda Medicinal, o Pentagrama, a Cruz Céltica, a Roda do Sol, o Sol Espiral e muitos mais. Estes símbolos procuram trazer iluminação para aqueles que meditam e se conectam com eles.

Em todas as cerimônias e rituais realizados dentro da Roda Sagrada dos Nativos Americanos, começa-se saudando e invocando as quatro direções. As direções são associadas a cada estação do ano e a um elemento. Cada direção tem um Guardião Espiritual que corresponde a um clã e, tem aliados no reino animal, mineral e vegetal.

Os Guardiões Espirituais trazem os ventos correspondentes a cada direção para a terra. Wabun é o mensageiro da alvorada que traz o vento morno da primavera do leste. Shawnodese traz do Sul o vento quente do verão. Mudjekeewis traz do Oeste o vento fresco do outono. Waboose é o detentor do mistério dos conhecimentos antigos e traz o vento frio do Norte.

Todas direções apontam para um caminho. A direção leste indica o caminho do visionário, o poder da luz, o portal para busca da iluminação. A direção sul indica o caminho da cura da criança interior promovendo o crescimento, o poder da confiança e do amor, o portal para as emoções. A direção oeste indica o caminho da cura física, o poder da transformação e introspecção, o portal para o corpo. A direção norte indica o caminho do guerreiro, o poder do conhecimento e da sabedoria, o portal para a mente, purificando a terra e obrigando os homens a isolar-se para a renovação.

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Meditando com as Quatro Direções

Começamos virando para o Leste – Invocamos a Wabun, o leste é o centro de iluminação onde habita a águia, que voa mais alto e tem uma visão aguçada. É representado pela cor amarela que representa, o nascer do sol, a primavera, o nascimento, um novo início, a iluminação. O leste é onde o Avô Sol nos sauda a cada manhã. Seu elemento é o Fogo, procure conectar-se com ele, pedindo clareza para enxergar uma situação, clarear um relacionamento, definir um novo projeto de vida, e fortalecer a sua autoconfiança.

Olhando para o Sul, invocamos Shawnodese, o sul é onde mora a criança interior e também representa o lugar onde começa a vida física. É representado pela cor vermelha que representa a culminância do Sol, o meio-dia, o verão, o crescimento, o vigor físico, a inocência e o frescor da infância, os sentimentos, a alegria, a paixão. Os animais sagrados são: o camundongo (que vê as coisas de perto e sente tudo pelo toque), o coiote (o trapaceiro, usando as armadilhas das emoções para ensinar) e o sapo (purificação). Seu elemento é a Água, procure entrar em contato com ela ouvindo uma fita de tambor com o ritmo do coração, perto de um lago ou num campo aberto e verde. Perceba suas emoções, identifique as feridas, conecte-se com sua criança interior. Reavalie os seus comportamentos, considerando como evitar cair em novas armadilhas, mas sem perder a confiança em si e no mundo.

No Oeste, invocamos Mudjekeewis, o oeste é morada do Urso dentro da Roda Sagrada. É representado pela cor preta que representa o por do Sol, o outono, o silêncio, o repouso, a introspecção e contemplação, a oração para conseguir a cura e transformação, os desafios da idade adulta, o contato com os espíritos ancestrais, a força e a regeneração através da Mãe Terra. A Terra é o seu elemento, procure conectar-se com ela caminhando pelo bosque com os pés descalços ao cair da tarde.

Virando para o Norte, suplicamos a Waboose a sabedoria do norte, que é o local sagrado dos ancestrais. É representada pela cor branca, que representa o branco da neve no inverno, o silêncio das montanhas, as sabedorias dos anciões, a capacidade de aprender através das experiências, a busca de novos conhecimentos, abertura de novos horizontes, libertando-se dos padrões mentais dogmáticos ou ultrapassados, aprendendo a pensar, analisar, sintentizar, compreender, organizar e lembrar. Os animais sagrados são o búfalo (representando a abundância), a coruja (a sabedoria) e a borboleta (renascimento). Seu elemento é o Ar, que nos ajuda a descobrir a sabedoria dos longínquos antepassados e a estabelecer um elo de ligação com o divino. Procure sentir o ar, imaginando-se no alto de uma montanha com ventos fortes e nuvens correndo ao seu lado, não esqueça de agradecer aos antepassados através de oração, pelo legado de conhecimento que eles deixaram para nós, os seus descendentes.

Volte-se novamente para o Leste. Você completou o círculo da Roda Sagrada. Aonde você se encontra agora, você tem a habilidade para escolher e tomar decisões dentro de sua própria vida. Você é merecedor, porque você é uma criança do universo, como todas as coisas. Olhe para baixo em direção a Mãe Terra e a chame para ajudar você a entrar em equilíbrio e harmonia com todas as coisas. Agora olhe para o Pai Céu e o chame para guiá-lo e o ajudar nesta conexão. Agora honre a direção de dentro, onde mora seu coração. Escute seu coração. Ele o guiará no seu caminho, se você escolher escutá-lo.

A partir deste ponto, você pode escolher meditar em alguma direção, dançar seus animais para achar seu poder pessoal ou reconhecer uma necessidade a ser cumprida. Este é um ponto perfeito para realizar um ritual ou uma cerimônia. No centro do círculo, todas as coisas são possíveis; nós só estamos limitados pelas limitações que nós colocamos na nossa vida.

Ao término de seu trabalho, chame as direções, no sentido anti-horário, honre-as por tudo que lhe foi dado para ajuda-lo a devolver a consciência normal. Lembre-se das lições que você aprendeu dentro da Roda Sagrada, porque elas também são verdadeiras fora da Roda, entretanto às vezes é difícil perceber isto. Você sempre está conectado com todas as coisas na Roda Sagrada. Como Águia do Coração Leve, meu mestre que me iniciou no xamanismo, disse: “A Roda Sagrada está aberta, contudo nunca quebrada. Ho!

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SAUNA SAGRADA

É o local onde oferecemos a água de nosso corpo para a Mãe Terra. Tradicionalmente é confeccionada com Salgueiros, tendo a forma semelhante a uma nave espacial. Os mourões de salgueiros são utilizados para formar a armação da tenda, e o número de salgueiros varia de acordo com a intenção. O salgueiro por ser a árvore do amor é a preferida, porém podem ser utilizadas as nativas.

A porta de entrada da tendas poderá ficar para o Leste ou Oeste, dependendo da intenção do condutor. A tenda é construída diretamente sob a terra, tendo um buraco no centro. A armação da tenda é recoberta por lonas.

Na cerimônia as pessoas reúnem-se na fogueira ritual, onde são esquentadas pedras, diretamente no fogo, pelo período de aproximadamente três horas. São feitas evocações, e saudações ao fogo.

As pessoas vão entrando em fila na tenda, que já tem uma pedra para dar o pré-aquecimento. É importante lembrar que as pedras guardam registros da Terra.

Ao entrar na tenda, cada pessoa passa pelo condutos, que faz evocações e purificações com uma pena, preparando o participante para entrar.

Ao entrar ajoelhado o participante evoca o mantra : “Por Todas As Nossas Relações “, e ocupa um lugar dentro da tenda, dirigindo-se no sentido horário.

Quando todos estão dentro da tenda, o Guardião do Fogo, vai, a pedido do condutor, trazendo as pedras quentes conforme a intenção do trabalho.

Após as pedras colocadas no centro da tenda, a porta é fechada, e começam as invocações, jogando água e ervas nas pedras. São invocados os poderes das quatro direções, animais de poder, canções, preces, etc..

O vapor começa a subir tomando conta da tenda, elevando a temperatura de forma intensa. Neste momento, através da própria elevação da temperatura do ambiente, as pessoas começam a suar purificando seu corpo, e entram em estado alterado de consciência, recebendo visões esclarecedoras.

Nesta cerimônia podemos sentir que a Terra tem vida. Entrar na tenda é nascer de novo, une-se o espiritual com o mental, aprendemos a abrir o nosso espírito, a ser pacientes.

A INIPI é uma cerimônia de cuidados e purificação .Abre nossos poros para liberar toxinas.

Ela simboliza o retorno ao útero da mãe. Uma tenda do suor, sem a cerimônia é apenas quente. Com a cerimônia estaremos unidos a Terra, nos convertemos em parte integrante da Terra. Na INIPI nos concentramos na purificação do físico, da mente, das emoções, do espírito.

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ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA

VISÕES – IMAGINAÇÃO

Os estados alterados de consciência, não envolvem apenas o transe, e sim a capacidade de viajar na realidade incomum com o objetivo de encontrar-se com espíritos animais, plantas, mentores, obter insights, para curas, etc..

Os estados alterados de consciência incluem vários graus; Stanley Kryppner chega a classificar 20 estados diferentes de consciência . Eliade fala do êxtase, Castañeda fala do nagual. Nirvana, samadhi, alfa, transe, satori, consciência cósmica, supra-consciência, etc.. também são nomes para a mesma manifestação.

São através desses estados que conseguimos nos conectar com nossos mitos, símbolos, nossa verdade interior. Conseguimos expandir a nossa percepção para os mistérios que estão guardados em nós mesmos.

Aprendemos a sentir, ver e ouvir a energia. Nos religamos com o Sagrado e com a fonte criativa de tudo o que nos acontece. Através da consciência ordinária, não conseguimos alcançar níveis profundos do nosso ser.

Existem diversas técnicas ou rituais para se chegar a estados mais profundos de consciência, dentre elas : tambores, danças, jejuns, plantas de poder, respirações, posturas corporais, etc..

Através dos estados alterados nos alcançamos uma experiência divina, acessamos uma fonte de Sabedoria Superior, curamos nosso corpo, nos conhecemos melhor através das visões, expandimos a nossa consciência.

No mundo inteiro administram-se placebos, que acarretam em diminuição da dor, náuseas, ansiedades, etc..

O corpo não tem segredos, nunca mente, os pensamentos passados, ou presentes não passam sem deixar sua marca corporal. As imagens comunicam-se com tecidos e órgãos, e até células para promoverem mudanças.

Os xamãs compreendem, o nexo entre o corpo, alma e mente, num sentido espiritual. O trabalho ritual do xamã tem efeito terapêutico direto, visualizar imagens vívidas e induzir estados alterados de consciência, que conduzem a auto-cura.

Na medida em que adquirimos conhecimento deste sistema de defesa, podemos treinar nosso sistema imunológico para funcionar com eficácia. Os cientistas já comprovaram que o sistema nervoso central, não sabe diferenciar uma vivência real de uma vivência imaginária.

Nosso sistema imunológico é violentamente agredido por muitos tipos de comportamentos e pensamentos. De acordo com pesquisas, imagens específicas, sentimentos positivos, sugestões, aprender como reagir com fatores estressantes de modo relaxado, tem o poder de aumentar a capacidade do sistema imunológico, no sentido de combater a doença.

Os caminhos do xamanismo, são acima de tudo, espirituais prática xamânica compreende a capacidade de entrar e sair de estados alterados. No xamanismo considera-se a doença como originária do mundo espiritual. A maior atenção não é dada para os sintomas, ou a doença em si, mas a perda de poder pessoal que permitiu a invasão da doença.

Sentimentos, pensamentos e imagens podem, na realidade, causar liberação de substâncias químicas. Um equilíbrio químico é essencial à manutenção da saúde.

As imagens e visões, são usadas como instrumentos para reestruturar o significado de uma situação, de modo que ela deixe de criar sofrimento.

As imagens transmitem mensagens compreendidas pelo sistema imunológico. Elas ligam os pensamentos conscientes aos glóbulos brancos.

Saúde é estar em harmonia com a visão do mundo. É uma percepção intuitiva do Universo e de Todas as Suas Relações. No xamanismo aprendemos a nos comunicar com animais, plantas, estrelas e minerais, conhecemos a morte e a vida e não vemos diferença entre elas. Expandimos para além do estado ordinário de consciência para experimentar as vibrações do Universo.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS CRISTAIS

Generalidades

Os cristais (e as pedras preciosas) são a manifestação mais pura da energia e da luz no plano físico. Os átomos que os compõem estão em perfeita harmonia, e permitem assim a manifestação da luz em forma sólida. Fisicamente já está provado e comprovado que os cristais são os melhores condutores e amplificadores de energia, sendo utilizados na composição de fibra ótica, chips de computadores, fabricação de relógios (Rubi, Quartzo), etc. Da mesma forma, como são condutores, receptores, amplificadores ou geradores de energia, são utilizados metafìsicamente para curas, meditações, energização de ambientes e pessoas, ou de qualquer outro ser vivo. Os cristais têm vida, são parte de um todo maior formado de energia pura. Tudo o que é energia é vida e tem vida. Esses seres tão especiais podem tornar-se amigos imprescindíveis, ajudando no crescimento espiritual e no autoconhecimento, e principalmente ensinando inúmeras

formas de utilizar positivamente sua energia em conjunto com a nossa.

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Devemos aprender a nos relacionar com eles da melhor forma possível, e assim estaremos ao mesmo tempo melhorando o relacionamento com nosso Eu Superior, nossos semelhantes, com o planeta, o Universo e com a força maior que é Deus/Deusa/Tudo O Que Existe. É de extrema importância que o coração e a intuição estejam sempre presentes, e milhares de descobertas individuais se oferecerão, a partir do convívio e do relacionamento com esses seres maravilhosos. A simples contemplação de um Cristal de Quartzo ou de uma pedra preciosa ou semipreciosa já nos transmite energia e nos leva a outras dimensões e à percepção de realidades paralelas, através da luz, da pureza e da beleza. Com a ajuda dos cristais, penetramos com mais clareza em nosso mundo interior. O único segredo para o funcionamento perfeito da interacão da energia de um cristal com a nossa própria é a intenção clara.

É preciso saber que o cristal por si só não pode processar nenhum tipo de cura. A interação de energias é absolutamente necessária. Existem vários tipos de cristais e pedras preciosas, e cada um tem sua energia particular. Para fazer uma comparação prática e fácil, o Cristal de Quartzo seria como um clínico geral, aquele médico da família, que sabe de tudo um pouco, e é também conselheiro, psicólogo, amigo, etc. Já as pedras coloridas são as especialistas, cada qual dominando sua área de energia e de cura, com energias mais específicas. Por isso mesmo, é aconselhável que a primeira pedra a ser adquirida seja um cristal de quartzo simples, de terminação única. A partir do relacionamento com este primeiro cristal, vamos pouco a pouco aumentando nossa coleção e começando a interagir com as diferentes energias das diferentes pedras.

O primeiro passo é a escolha de nosso primeiro cristal. Às vezes ele nos é presenteado, às vezes o encontramos por acaso, às vezes o adquirimos. Neste último caso é aconselhável sentir e olhar para vários cristais, e escolher exatamente aquele que nos atrair, que chamar nossa atenção. É comum dizer-se que não escolhemos um cristal, é ele que nos escolhe. O importante é trazê-lo para casa e a partir do primeiro momento estabelecer um relacionamento. De posse do cristal, procede-se à sua limpeza e energização.

DICAS

  • Quando seu cristal quebrar em vários pedaços, junte esses pedaços e coloque num jardim ou vaso de plantas. Se acontecer apenas uma lasca ou pequena fratura, não dê importância, continue a usá-lo da mesma maneira. Muitas vezes as pedras se quebram ou desmancham, e quando isso acontece é porque receberam uma carga de energia que talvez estivesse dirigida a você, e se sacrificaram em seu benefício. Isto geralmente acontece com as Malaquitas e as Turmalinas Pretas.
  • Se um Cristal Biterminado se quebrar no meio quando você estiver na presença de outra pessoa, guarde uma das pontas e dê a outra a essa pessoa. Quando acontece este fato é porque o relacionamento entre os dois está necessitando de alguma clareza ou equilíbrio.
  • Considere seus cristais e suas pedras como extensões de seu próprio ser. Se tiver alguma dúvida a respeito de quanto tempo deixá-los numa limpeza ou energização, ou qual o melhor método para isso, pense no que seria bom para você e faça o mesmo com eles. Por exemplo, se você tiver mais afinidade com incensos orientais, estes serão os melhores para limpar as suas pedras. Se sua afinidade forem os incensos ligados ao Xamanismo, como sálvia, cedro e artemísia, o mesmo vale para suas pedras, e assim por diante.
  • Nunca coloque peixes ou plantas num aquário de pedras destinado a limpeza de ambientes, pois eles não sobreviverão. Se você tiver um aquário ornamental, com peixes e plantas, pode colocar alguns cristais para energizar os peixes e plantas, mas neste caso a intenção clara do aquário não é para limpeza de ambientes.
  • Quando fizer algum tipo de trabalho com as pedras para enviar energia de cura à distância, lembre-se sempre de pedir permissão, em meditação, ao Eu Superior da pessoa a quem quer enviar essa energia, para não desrespeitar o livre arbítrio da pessoa. Depois de pedir a permissão, você terá a sensação exata se deve ou não proceder com o trabalho.
  • Se tiver cachorros como animais de estimação, não coloque pequenas pontas de Cristal de Quartzo para eles, pois têm o hábito de comer as pedras, e se estas tiverem pontas, podem feri-los interiormente. Dê preferência, neste caso, a pequenas peças roladas, pois estas podem ser engolidas sem prejudicar os animais. Quanto a outros animais, como gatos, não precisa se preocupar, pois estes não comem as pedras.
  • Cristais e pedras preciosas podem e devem ser aplicados em conjunto com outras técnicas de utilização de energias, como Radiestesia e Radiônica, Reiki, Massagens, Cerimônias Xamânicas, etc.
  • Não se atenha a nenhuma regra se sua intuição determinar algo diferente, Os cristais e pedras ampliam a intuição e você deve confiar nela. Se achar que precisa aplicar uma pedra num chakra diferente do costumeiro, pode fazê-lo sem medo de errar.
  • Dê sempre preferência a pedras em seu estado bruto, ou simplesmente polidas ou roladas. Pedras lapidadas podem conter o que é chamado de energia de forma, que dá mais força à forma que à própria energia da pedra. Somente as lapidações curvas, como esferas, ovos ou cabochões, não prejudicam a força energética das pedras.

PEDRAS DE PODER

Há um conto xamânico que o Criador vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, jogando-os no Universo criou as estrelas. Os aborígines australianos chamam os cristais de luz solidificada.

 

O Reino mineral, além de prover a substância do nosso corpo, que é a expressão física de nós mesmos, mas a comida que comemos contém elementos do reino mineral para nossas necessidades .Pedras e rochas são partes desta terra antes de qualquer outra forma de vida. Elas tem presenciado a evolução deste planeta. A humanidade utiliza do reino mineral como as coisas mais preciosas da terra (ouro, prata, petróleo, jóias, etc ) Cada pedra tem pode receber e transmitir energia . Pode ser usada para curar, para proteção, para trasmutar vibrações, para meditação.

 

 

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Pedras e cristais vem sendo utilizados, pelas mais diferentes civilizações. Eles possuem vibrações variadas de luz e som. No xamanismo norte-americano são chamados de Seres Pedra, são detentores dos registros da Mãe-Terra. Das pedras quentes na tenda-do-suor, que proporcionam purificação e limpeza, ao significado da Roda da Vida, Roda Medicinal, composta por 36 pedras, que simbolizam o mapa da consciência.

As pedras possuem um espírito, um talento, um poder específico. Amplificam pensamentos, expandem a consciência, auxiliam nos processos de cura, protege de energia negativas. Algumas delas (AD = comentários de Antonio Duncan) :

 

  • Ametista: para meditação, tranqüilizar os pensamentos, acalmar e trazer a paz. Ensinar humildade abrindo a mente para vibrações superiores.
  • Âmbar : é uma resina fossilizada. Para depressão, dores corporais, melhora o humor, protege crianças. Deve ser sempre limpado após uso.
  • Abalone : é uma concha. Utilizo-a na cerimônia de purificação e limpeza, representando o elemento água.
  • Água-Marinha : harmoniza ambientes, desbloqueia a comunicação, reduz o stress, estabelece ligação com a natureza, alegria nos relacionamentos.
  • Amazonita : reforça qualidades masculinas, acalma o sistema nervoso.
  • Cornalina : Conexão com a energia da Terra, traz segurança, abre caminho para o novo, aumenta a motivação, estimula pensamentos.
  • Crisocola : é a pedra dos terapeutas holísticos. Alivia os medos, para parturientes, atenua a tristezas e raivas, equilibra emoções.
  • Crisoprásio : introspecção. Abre para novas situações, problemas mentais, acalma, torna as pessoas menos egoístas.
  • Quartzo: reflete a pureza. É um coringa, usado para cura, para ampliação dos poderes xamânicos, é o mais utilizado nas suas diversas formas.
  • Quartzo Azul : aumenta o conhecimento sobre a espiritualidade
  • Quartzo Rosa : é a pedra do amor incondicional. Acalma as mágoas, equilibra emoções, atrai o perdão, o amor próprio, auxilia nos traumas de infância.
  • Quartzo Fumê : Purifica chacra básico. Aumenta a esperança, trabalha a aceitação, o desapego.
  • Quartzo Verde: para a cura física (principalmente para o coração). Traz prosperidade. É conhecido também como aventurina.
  • Citrino : (atenção com ametista queimada) Liga-se com o Sol.Criatividade, dissipa emoções negativas, clarifica pensamentos, estimula a consciência cósmica.
  • Esmeralda : Para equilíbrio físico, emocional e mental. Para sabedoria, aumenta a capacidade psíquica, reforça e imunidade, traz renascimento. Não se aconselha a usar com outras pedras.
  • Granada : Informações de vidas passadas, paciência, amor e compaixão, coragem. Limpa pensamentos impuros
  • Lápis-Lázuli : Para clarividência, intuição. Relaciona-se com a mente, paz, espiritualidade, iluminação, amplia o poder pessoal.
  • Madeira Petrificada / fóssil : Para trabalhar regressão a vidas passadas, tem conexão com a terra e desperta a consciência ecológica.
  • Malaquita : A preferida dos xamãs da Africa. É a pedra de cura. Para proteção, para as crianças dormirem em paz, relaxamento.
  • Obsidiana : ajuda a esquecer amores antigos, aguça as visões, ajuda a liberar raiva, ensina o desapego. Deve-se conhecer bem a pedra antes de usá-la.
  • Pedra-da-Lua :desperta o lado feminino, sensibilidade, conecta-se com o subconsciente, acalma as emoções, traz paz de espírito.
  • Sodalita : Para mudança de atitudes, equilibra o metabolismo, compreensão intelectual, equilíbrio yin e yang, fortalece a comunicação, desperta a terceira visão.
  • Turmalina Negra : repele energias negativas.
  • Fenacita : trabalha com os chacras superiores. Conecta-se com energias angélicas.
  • Moldavita : harmonização com o Eu Superior, ajuda a dar “ground” equilibrando corpo e mente.

Há uma variedade de livros sobre o tema, entre eles, o ABC dos Cristais e o Caminho das Pedras do meu grande amigo-irmão, o saudoso Antonio Duncan.

LISTA DE PEDRAS

ÂMBAR

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É uma mistura de várias resinas de origem vegetal, mas é utilizado como pedra para efeitos energéticos. É mais abundante na Alemanha, República Dominicana, Canadá e Sicília. Trabalha mais especificamente no plexo solar (terceiro chakra), fortalecendo-o e energizando-o. Sua energia é anti-depressiva, pois ajuda a encarar a vida com mais humor e alegria a cada passo do caminho. Ajuda também a aliviar dores, quando colocado diretamente sobre a área dolorida (qualquer área do corpo). Pode também ser usado como proteção contra qualquer tipo de negatividade, e nesse aspecto seu uso é especialmente recomendado para crianças e adolescente. Como amuleto, os antigos o usavam para atrair amor, aumentar o prazer no sexo, para assegurar fertilidade e combater a impotência.

           ÁGATA AZUL RENDADA (BLUE LACE)

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É proveniente dos Estados Unidos, Austrália, Uruguai e Brasil; sua cor original é azul bem clarinha com listas brancas que se assemelham a renda. Está relacionada ao quinto chakra e tem uma energia de livre expressão, espontaneidade e pureza. É uma pedra que atrai particularmente as crianças, por ter uma sintonia com a energia dos anjos da inocência, alegria e pureza. Ajuda a liberar nossa verdade interior sem censura e sem julgamento. Fisicamente, é usada para impedir a contração do chakra laríngeo, portanto aliviando tensões nos ombros e pescoço, infecções linfáticas, dores de garganta e problemas de tiróide. Também pode ser usada como auxiliar no tratamento da artrite, no fortalecimento da estrutura óssea e nos processos de desenvolvimento das unhas das mãos e dos pés.

        ÁGUA MARINHA

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Pertence ao grupo do berilo, e sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). É considerada a pedra básica do quinto chakra. Sua cor é azul claro, azul, ou azul esverdeado. Pode ser transparente ou opaca, porém as mais transparentes são mais fortes para o trabalho energético. É encontrada em diversas regiões do planeta, principalmente no Brasil (MG e BA), Rússia, Austrália, Índia e Sri Lanka. Sua energia representa a capacidade de verbalização, a expressão da verdade interior e universal através do poder da palavra falada. Relaciona-se também intimamente com a essência angélica de cada ser. A nível físico, sua força de purificação tem grande efeito em todo o sistema respiratório superior e nos órgãos da fala. Ajuda a combater congestões e infecções da garganta, problemas de tiróide, dificuldades respiratórias (rinite, sinusite, asma, bronquite), rouquidão e problemas nas cordas vocais. Seu uso é particularmente recomendado a pessoas que utilizam muito a voz (locutores, atores, cantores, professores, oradores, etc.)

           ÁGATA MUSGO

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Outra variedade especial de ágata, que se apresenta em cor branca leitosa ou transparente com inclusões verdes que se assemelham ao musgo. É usada no quarto chakra (cardíaco), como auxiliar nos processos de cura de doenças genéticas, congênitas ou hereditárias (diabetes, hemofilia, aneurismas, etc.). A nível emocional, é usada para aumentar e liberar a capacidade de alegria do coração.

        AMAZONITA

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Pertence ao grupo do feldspato e sua composição química é K (AlSi3O8) (silicato de alumínio e potássio). Sua cor é verde azulada, é opaca, e provém principalmente do Brasil, EUA, Índia e Madagascar. Seu potencial energético está mais ligado ao chakra laríngeo, mas também se aplica ao cardíaco. Ajuda no aperfeiçoamento da expressão pessoal, não somente através da fala, aliviando e acalmando o cérebro e o sistema nervoso. Por aumentar a expressão criativa, é recomendada para ser usada pelas pessoas envolvidas com a vida artística. Fisicamente, pode ser usada para aliviar tensões musculares, principalmente nos ombros e pescoço; ajuda também a minorar problemas relacionados com a gravides e o parto. Como amuleto, atribui-se a ela o poder de atrair sucesso e também a sorte no jogo.

          AMETISTA

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É uma das variedades do grupo do quartzo (SiO2 – Óxido de Silício), cuja cor é violeta, variando do lilás pálido ao roxo escuro, transparente. É mais amplamente encontrada no Brasil, Uruguai, México e Madagascar. Trabalha principalmente no chakra coronário (sétimo), mas também tem afinidades com as energias do chakra frontal (sexto). Representa a ligação com a espiritualidade propriamente dita e o poder de transmutação da chama violeta. Sua energia relaxante e suave a torna perfeita para trabalhos de relaxamento e meditação. Ajuda a eliminar sentimentos de raiva, medo e ansiedade e atrai a mente para uma compreensão mais profunda, com tranquilidade. Fisicamente, ajuda a eliminar dores de cabeça, enxaquecas e insônia. Pode também ser usada para auxiliar no combate à vícios mentais, como o alcoolismo.

           APOFILITA

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É um cristal raro, procedente da Índia, cuja composição química é KCa4(Si4O20) (OH, F). 8H2O (Fluorsilicato hidratado de cálcio e potássio). Pode ser incolor ou verde clara, e é bastante transparente. A Apofilita incolor ativa e equilibra o chakra “Estrela da Alma” (décimo primeiro) e o coronário (sétimo). A Apofilita verde tem maior sintonia com o cardíaco (quarto) e o laríngeo (quinto). Ela facilita o contato com energias angélicas, promovendo uma conexão definida e clara com o corpo físico e mandando informações para o consciente, ao mesmo tempo produzindo reflexão para o reconhecimento e a correção de deficiências. Possui ainda uma forte energia de preservação e rejuvenescimento de células e tecidos, podendo ser sempre usada para a recuperação e manutenção da saúde física. Ajuda também a melhorar e clarear a visão.

 

         AVENTURINA (QUARTZO VERDE)

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É a variedade verde da família do quartzo (SiO2 – óxido de silício). É opaca, translúcida e pode ser encontrada no mundo inteiro, principalmente no Brasil, EUA, Índia e Europa. Atua no chakra cardíaco, com a energia de cura que é comum a todas as pedras verdes. Estimula o tecido muscular, fortalece o sangue e trás saúde e bem-estar. É particularmente eficiente no tratamento de problemas da pele. Pode ser ainda usada para aliviar o stress, restaurar o equilíbrio emocional e ajudar a liberar o medo e a ansiedade. Como amuleto, atribuem-se a ela os poderes de prosperidade financeira e sorte.

         

         AZURITA

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É uma pedra azul escura (anil ou índigo), que pode ser transparente ou opaca e cuja composição química é Cu3[(OH)2 / (CO3)2] – (carbonato básico de cobre). É proveniente da África, EUA, Rússia, Grécia e Itália. Trabalha no chakra frontal (sexto), abrindo a visão interior, a percepção da verdade infinita e a consciência cósmica. Tem a capacidade de deslocar pensamentos subconscientes para a mente consciente, dissolvendo quaisquer bloqueios que possam estar impedindo a ligação com a visão interior. Ajuda a dissolver conceitos limitados e crenças antigas. Auxilia a recuperar a memória e a coordenação mental. É ótima para ser usada na elaboração de estudos, textos e teses. Fisicamente, age principalmente na área da visão e da audição. É indicada para o tratamento de infecções nos olhos e ouvidos, labirintite, amnésia e problemas de perda de memória e concentração.

         CALCITA

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É um mineral macio, de composição química CaCO3 (carbonato de cálcio). Pode ser encontrada em todo o planeta e pode apresentar as mais diferentes variedades de formas e cores, desde o incolor transparente até o preto. Frequentemente tem a forma de romboedros (sólidos de seis faces paralelas duas a duas). As melhores calcitas para o trabalho energético são as rombóides, pois nos ligam a realidades paralelas. A lição mais importante de todas as calcitas é a arte de ser, o conhecimento do nosso próprio ser em todos os aspectos e todas as dimensões.

calcita incolor, também chamada de calcita ótica, tem a propriedade da refração dupla. Pode ser usada no chakra coronário (sétimo), mas também é uma das ativadoras do “Estrela da Alma” (décimo-primeiro), permitindo assim que a energia do “Divino Impessoal” se transmita à identidade personalizada. Ela também pode ser usada como elo de percepção de realidades paralelas, tanto passadas como presentes ou futuras. Fisicamente, pode ser usada no sexto chakra para melhorar a visão, e é ainda um agente de equilíbrio na assimilação de cálcio pelo corpo.

calcita verde é basicamente uma equilibradora da mente, tornando mais flexíveis os limites rígidos do intelecto. Pode ser usada no sexto chakra para a liberação de padrões antigos de pensamento, e no quarto chakra para fazer contato com as emoções ligadas a esses padrões. Auxilia nas transições, no desapego, na liberação de coisas antigas e em processos de mudanças mentais, escolhas e decisões. Fisicamente, ajuda no tratamento dos ossos, ligamentos e tendões (artrite, tendinite, reumatismo) e na cura de alergias a fumaças tóxicas e produtos químicos.

calcita azul equilibra o emocional e remove bloqueios para que as emoções possam fluir mais livremente. Reduz a intensidade de traumas relacionados a mudanças e de emoções fortes. Tem maior efeito quando usada no quarto ou no terceiro chakra.

calcita rosa, usada no chakra cardíaco, ajuda a dissolver padrões emocionais de medos antigos, bem como de tristeza, mágoa e solidão, enquanto simultaneamente abre caminho para a entrada da energia do Amor Incondicional, expandindo a capacidade de amar e ser amado, de dar, receber e ser amor.

calcita dourada pode ser usada no chakra coronário e no plexo solar, integrando a nova espiritualidade ao corpo físico e às realidades do plano físico. Auxilia a manter equilíbrio emocional durante fases de transição, assegurando a expressão perfeita do poder pessoal e aumentando a capacidade de reconhecer o que é verdadeiro. Fisicamente, ajuda o aparelho digestivo a manter o equilíbrio durante fases de transição, e é especialmente efetiva em problemas relacionados à vesícula.

calcita amarela também pode ser usada simultaneamente no chakra coronário e no plexo solar, unindo o que é percebido pelo mental superior com as frequências mais densas da matéria. Quando usada no coronário, estimula a glândula pineal, para que perspectivas de maior grandeza sejam percebidas conscientemente.

calcita laranja, geralmente usada no chakra sexual (segundo), transmite sensações de felicidade, reduz o ceticismo e ajuda a aceitação. Quando usada no plexo solar, pode também ajudar a equilibrar o emocional. As esferas lapidadas de calcita laranja transmitem uma aura de felicidade ao ambiente em que se encontra.

          CELESTITA

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É um mineral azul claro, transparente, de composição química SrSO4 (sulfato de estrôncio), proveniente do México, Polônia, EUA, Madagascar. Atua sobre o chakra laríngeo (quinto) e suas energias são de purificação, clareza, pureza, calma e compreensão. Tem uma sintonia direta com a energia angélica. Facilita a paz e o silêncio da mente para que a conexão com os planos superiores seja bem integrada. Ajuda a discernir se a orientação está realmente vindo dos planos espirituais ou se o ego está interferindo. Auxilia na canalização fluente e clara das mensagens e energias recebidas. Fisicamente, pode ser usada como substituta da água-marinha em qualquer problema físico ligado aos órgãos relacionados com o chakra laríngeo.

           CHAROÍTA

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É um mineral bastante novo, tendo sido descoberto na década de 60 na região do Rio Chara, na Sibéria. Sua composição química é (Kna) 5(CaBaSr) 8(Si6O15) 2Si4O 9(OHF) 11H2O (silicato hidratado complexo de potássio, sódio, cálcio, bário e estrôncio). Sua cor violeta intensa é permeada por traços pretos e brancos, formando desenhos magníficos. Por possuir essas linhas pretas, tem a importante propriedade de trazer ao corpo físico a energia mais pura da alma representada pelo violeta. É uma pedra que proporciona o reconhecimento dos medos mais profundos que se escondem em nosso ser, para que possamos resolvê-los. Faz também a ligação direta da energia do Eu Superior com a energia do centro da Terra, passando através de todo o nosso corpo físico. Liberta-nos dos condicionamentos impingidos por religiões, pela sociedade e pela própria História, mostrando que existem novos caminhos e novas possibilidades para o crescimento espiritual ainda no plano físico, sem termos que esperar a morte para entramos em contato com a energia de Deus/Deusa/Tudo O Que Existe.

          CIANITA

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É um mineral de cor azul, transparente a opaco, e de composição química Al2SiO5 (silicato de alumínio), procedente do Brasil, EUA, Áustria e Suíça. A cianita ativa e equilibra o chakra causal (décimo), promovendo através dele a conexão com o plano causal, que é o plano mais elevado e sutil do mental superior. Neste plano é que todas as frequências da energia espiritual se transformam em formas-pensamento, para serem depois trazidas à realidade (ou ilusão) do plano físico. Com o acesso a este plano através da cianita, podemos processar e programar o que desejamos manifestar em nossas realidades. A cianita é a ponte que une o corpo de luz ao corpo físico através da mente. Pode ser também usada em meditações para facilitar a canalização e o contato com guias espirituais e mestres. Assim como os cristais “laser”, lâminas de cianita também podem ser utilizadas para fazer incisões no campo áurico, atravessando camadas de formas mentais desnecessárias e criando novos espaços energéticos por onde possam penetrar pensamentos de luz. Essas mesmas lâminas também podem ser usadas para criar escudos energéticos de proteção em volta do campo áurico.

         

          CITRINO

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O citrino natural é uma variedade transparente de quartzo (SiO2 – óxido de silício), de cor amarelo claro até pardo-dourado, que pode ser encontrado no Brasil, Madagascar, EUA, Espanha, Rússia, França e Escócia. É importante saber diferenciar o citrino natural, que é usado energeticamente, do citrino comercial, que é uma ametista queimada por processos químicos para ter cor semelhante à do citrino natural. A energia desta pedra é semelhante à do sol: aquece, conforta, penetra, energiza e dá vida. Trabalhando no plexo solar (terceiro chakra), é um forte equilibrador emocional, dissipando tensões e depressões, acalmando e aliviando condições de distúrbio e removendo bloqueios de ordem emocional. É a pedra essencial para tratar dos distúrbios no aparelho digestivo, que estão sempre intimamente ligados aos distúrbios emocionais. Pode ser usado no tratamento de gastrites, úlceras, prisão de ventre, diarréia, etc. Remove medos, evita pesadelos, e usado com ametista assegura um bom sono para facilitar a percepção psíquica. Atua também fortemente contra a depressão, a autodestruição e a tendência ao suicídio, pois eleva a alma em direção à compreensão e à compaixão.

        COBALTOCALCITA

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É uma calcita que adquire a tonalidade magenta devido a presença do cobalto. Sua composição química é CaCO3 (carbonato de cálcio) e é mais encontrada no Zaire e na Espanha. Atua no chakra cardíaco (quarto) e no sexual (segundo). Esta descoberta recente no reino mineral é também chamada de Afrodite, em homenagem à deusa grega do amor, por representar a verdadeira manifestação do Amor Incondicional. Sua energia estimula suavemente o corpo emocional e faz renascer sentimentos de auto-estima e merecimento. Dilui traumas trazidos de vidas passadas associadas à falta de amor, ajudando a descartar crenças antigas de desmerecimento que obstruem o oferecimento e a aceitação do amor verdadeiro. Ancora a energia luminosa no corpo físico, fazendo com que este reflita e emane a luz do amor. associa e equilibra o amor físico com o espiritual, dando um sentido mais completo à sexualidade. A cobaltocalcita também é ótima companheira para as crianças, desenvolvendo a expressão de sua sabedoria interna e suavizando suas emoções. Pode ainda ser usada para um melhor entrosamento energético com a criança interior.

           CORAL

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 Os corais são um empréstimo do reino animal ao reino mineral. São formados por pequenos pólipos que segregam uma substância calcária através de suas bases. Sua composição química é CaCO3 (carbonato de cálcio + magnésia + matéria orgânica). Suas cores mais comuns são o vermelho, rosado, branco, negro e azul. Para efeitos energéticos são mais usados os corais vermelhos, que atuam no segundo chakra. São provenientes do Mar Mediterrâneo ocidental, golfo de Biscaya, Canárias, Japão, Austrália e Havaí. Trabalham a nutrição da energia sexual e da criatividade e podem ser usados para aumentar a fertilidade e para garantir um bom desenvolvimento do feto durante a gravidez. Usados como amuletos, atribuem-se a eles os poderes de atração sexual e fertilidade.

         CORNALINA

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É uma variedade de ágata, do grupo do quartzo, e sua composição química é SiO2 (óxido de silício). Sua cor vai do laranja ao vermelho acastanhado, é translúcida e é encontrada principalmente na Índia e no Uruguai. Atua no chakra sexual (segundo), ativando-o e energizando-o. Sua energia inspira ação, movimento, eloquência e coragem, mantendo o corpo físico bem desperto e ativo, e inspirando sensação de bem-estar e de pertencer à Terra. Pode auxiliar a ensinar o indivíduo a moldar um lugar único para si na vida e a utilizar o poder pessoal no mundo físico. Recomenda-se seu uso para pessoas distraídas, confusas e desconcentradas. Assenta a atenção no momento presente para que se possa concentrar em acontecimentos correntes. Estimula um amor e uma apreciação mais profunda pela beleza e pelas dádivas da Terra. Deve ser usada pelos tímidos para aumentar sua coragem. Fisicamente, deve ser usada em casos de infertilidade, impotência, distúrbios dos órgãos sexuais e reprodutores e doenças da pele. Estimula os impulsos sexuais e fortalece a saúde em geral.

           CRISOCOLA

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É um mineral opaco, de cor verde azulada, cuja composição química é CuSiO3. 2 H2O (silicato de cobre hidratado). É procedente do Chile, Rússia, EUA e Zaire. Atua no chakra laríngeo (quinto) e na área entre o laríngeo e o cardíaco. Trata-se de uma pedra feminina, representante da água, do inverno, da Lua, do passivo porém poderoso, das emoções e da energia Yin. É ideal nos casos de perturbações femininas. É extremamente benéfica às mulheres que sofrem de desconforto menstrual (dor lombar, cólicas, depressão). Também é perfeita para segurar, usar ou meditar durante o trabalho de parto. É um equilibrador emocional e pode ser posta sobre o chakra do coração para colocar o comportamento errático ou emocionalmente descontrolado sob o controle da vontade. Alivia a dor da tristeza e a tensão da raiva, substituindo-as por compreensão e perdão. Proporciona paz à mente e ao coração. Pode-se empregá-la como pedra de resfriamento para baixar febres, curar queimaduras, neutralizar a raiva e acalmar nervos em frangalhos. Descongestionante, pode ser usada em casos de rinite e sinusite. Auxilia também no equilíbrio da pressão arterial. Na área psicológica, ajuda a eliminar ansiedade, stress, culpa, tensão nervosa e medo sobrenatural. Faz a limpeza do subconsciente e desenvolve o equilíbrio emocional e a maturidade.

           CRISOPRÁSIO

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Faz parte do grupo do quartzo (calcedônia), e sua composição química é SiO2 (óxido de silício). É translúcido, de cor verde maçã, e existem jazidas na Índia, Brasil, Madagascar, Rússia. África do Sul e EUA. Atua no chakra cardíaco, capacitando o indivíduo a ter a coragem de ser, de amar e de aceitar incondicionalmente a si mesmo e aos outros. Ajuda a reduzir complexos de superioridade e inferioridade. Focaliza a habilidade de ser amoroso e de perdoar. Fisicamente, auxilia a aumentar a assimilação de vitamina C e a melhorar estados de fraqueza. Pode ser usado também para promover relaxamento e distensão muscular, principalmente nas áreas dos ombros e pescoço.

         CROCOÍTA

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É uma pedra rara, transparente, de cor laranja ou vermelho alaranjado e de composição química PbCrO4 (cromato de chumbo). É proveniente da Tasmânia (Austrália). Agindo diretamente sobre o segundo chakra, a crocoíta potencializa a energia sexual a níveis muitidimensionais, aumentando infinitamente nosso potencial de criação, de vitalidade e de coragem. Desperta em nós a consciência da vida infinita, procurando uma maior interação dos corpos sutis para a criação e manifestação de novas realidades, tanto a nível espiritual como físico. Dá-nos coragem e disposição para enfrentar o desconhecido, sem medos ou hesitações. No plano físico, fortalece os órgãos de reprodução, promovendo vitalidade e grande fluxo de energia. Aumenta a nossa consciência de pertencermos ao planeta, nosso sentimento de amor e apreciação pela Natureza e por tudo que faz parte, como nós, deste grande ser vivo que é a Terra. Representa o núcleo da Terra, a energia da matéria ígnea, o magma, a força vital, criadora e motriz.

            DIAMANTE

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A mais nobre das pedras preciosas, o diamante é o carbono cristalizado, de símbolo químico C. É transparente e sua coloração pode variar do incolor ao negro. As principais jazidas se encontram na África, Sibéria, Índia e Brasil. Atua principalmente sobre o chakra coronário (sétimo), mas pode ativar e energizar todos os outros. Símbolo mais alto da luz branca, ajuda-nos através da transformação, pela qual chegamos a um estado de não dualidade. Neste estado, podemos utilizar esta luz em todos os aspectos de nosso ser.

A energia do diamante fortalece as funções cerebrais e ajudam o alinhamento dos ossos do crânio. Ele pode ser utilizado no tratamento de todas as doenças ligadas ao cérebro, ao sistema nervoso e às glândulas pineal e pituitária. Ajuda a eliminar bloqueios no chakra coronário e na personalidade. Afastando a negatividade, purifica o corpo físico e o etérico. Promove a comunhão com o Eu Superior e amplifica as energias da abundância, da inocência, da pureza e da fidelidade.

           DIAMANTE HERKIMER

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É um tipo de cristal de quartzo (SiO2 – óxido de silício) encontrado unicamente nas minas de Herkimer, estado de New York. Por sua clareza excepcional, parece um diamante e pode substituí-lo em trabalhos energéticos. Atua no chakra coronário (sétimo) e também ativa o “Estrela da Alma” (décimo-primeiro). Promove a limpeza dos corpos sutis e equilibra a energia dentro do corpo e da mente, também purificando. Aumenta a percepção dos sonhos e ajuda em experiências conscientes fora do corpo, por isso sendo também conhecido como “cristal dos sonhos”. Guarda informações e amplifica formas-pensamento positivas, Colocado sobre o corpo, limpa e dissolve bloqueios em áreas emocionalmente tensas e congestionadas.

           DIOPTÁSIO

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É um mineral transparente, de cor verde esmeralda, de composição química Cu6 (Si6O18)6H2O (silicato de cobre hidratado). As principais jazidas estão na Namíbia e no Zaire. Atua no chakra cardíaco e tem a capacidade de fazer com que seu raio verde de cura penetre nos recessos mais profundos e escondidos de nosso coração, dissipando dores e medos enraizados e esquecidos. Sua forte energia faz com que dores emocionais, mesmo aquelas trazidas de vidas anteriores, sejam transmutadas, e o coração se manifesta em sua totalidade, pronto para receber e emitir a energia do amor novo transformando todo o nosso ser. Promove a união com o nosso próprio ser, eliminando quaisquer sentimentos de separação, fazendo a conexão direta com a fonte universal do amor. Usado sobre o quarto chakra, o dioptásio nos faz sentir uma verdadeira renovação do coração, dissipando todas as feridas antigas e nos dando ânimo e disposição para usar toda a potencialidade do coração rejuvenescido, transformando todos os padrões preestabelecidos de nossa relação com o amor.

         ENXOFRE

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O cristal do enxofre é amarelo claro, translúcido e seu símbolo químico é S (enxofre). É encontrado principalmente no México, Bolívia, EUA, Índia e Japão. Trabalha no plexo solar (terceiro chakra), e sua principal função é a de eliminação. Por isso mesmo é muito benéfico para a parte inferior do aparelho digestivo, auxiliando os órgãos de filtragem e eliminação (fígado, rins, vesícula, baço, pâncreas, bexiga e intestinos). Não deve ser colocado em água, pois se dissolve muito facilmente. Para limpá-lo energeticamente, o método mais efetivo é o uso da selenita. Nas civilizações antigas era comum queimar-se o enxofre para afastar demônios e maus espíritos e para proteger as habitações contra energias negativas. Pode ser usado também para aliviar sensações de queimadura e problemas da pele. Seu uso no plexo solar ajuda a eliminar sentimentos de raiva, depressão, irritabilidade e egoísmo, e para aumentar a força de vontade e o poder de argumentação.

     ESMERALDA

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É um mineral verde, de transparente a opaco e composição química Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de berílio e alumínio). Atua no chakra cardíaco (quarto) e simboliza a energia verde da cura. Ajuda a revitalizar o corpo físico, normaliza a pressão arterial e é a grande especialista das doenças do coração. Sua energia está relacionado com o renascimento, abundância e a maturidade. Na área psicológica, proporciona equilíbrio emocional e mental, harmonia e habilidade de expressão. Deve ser usada sozinha, pois sua energia não se compatibiliza com a de outras pedras, com exceção do diamante.

          FENACITA

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É uma pedra rara, incolor e transparente, formada por várias faces naturais, com brilho vítreo. Sua composição química é Be2 (SiO4) (silicato de berílio), e é encontrada no Brasil, Madagascar, Rússia e EUA. Atua principalmente no “Portal das Estrelas” (décimo-segundo chakra) e nos outros chakras acima da cabeça. Tem a capacidade de nos unir às energias provenientes do Sol Central do Universo, principalmente às energias angélicas. Em meditação com a fenacita, passamos a compreender a multidimensionalidade de nosso ser e a unicidade com Deus/Deusa/Tudo O Que Existe e nossa essência angélica. Recomendamos bastante prática com as pedras mais simples, como o cristal de quartzo, a ametista e o diamante Herkimer, antes de começar a praticar meditações com a fenacita. A energia é muito forte, e para que se atinjam bons resultados é necessário muita prática e conhecimento.

         FLUORITA

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É um mineral transparente ou translúcido, que pode ser encontrado em diversas tonalidades, do incolor ao violeta, sendo mais comum a violeta. Sua composição química é CaF2 (fluoreto de cálcio) e é proveniente dos EUA, Brasil, Inglaterra e Alemanha. Atua principalmente no chakra coronário (sétimo). As variedades de outras cores atuam nos chakras correspondentes àquelas cores. É uma pedra relativamente nova, que ainda está desenvolvendo seu potencial completo. É uma catalisadora de transmutação que pode levar à devoção inspiracional, à verdade cósmica e à sabedoria. Tem um potencial de cura semelhante ao da ametista. Ajuda em desordens mentais e no despertar espiritual. Os octaedros de vários tons podem ser usados no terceiro olho para ajudar na meditação e relaxamento. Trabalha com a mente consciente e é útil para colocar pensamentos em ordem, reduzir envolvimento emocional em situações em que se quer ganhar uma perspectiva mais acurada. É também utilizada para assimilação mais fácil de informações. Beneficia os dentes e os ossos, aliviando a artrite, o reumatismo e as dores na coluna. Aumenta a intuição e regulariza o apetite sexual. Manifesta o aspecto mais alto da mente; a mente em sintonia com o espírito. Facilita a comunicação interdimensional.

                GOSHENITA

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É o berilo incolor, transparente, que tem seu nome devido à jazida de Goshen, nos EUA. É também encontrada no Brasil. Sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). Ativa e energiza o chakra coordenador (nono), mas pode ser também usado no coronário. Ajuda a coordenar o movimento de energias entre todos os chakras e os corpos sutis, trazendo um estado de plenitude e conforto. Auxilia o indivíduo a manter a compostura e o autocontrole através das mudanças da vida e a dirigir a energia de cada revelação aos aspectos mais elevados do seu ser.

            GRANADA

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É um mineral de cor vermelho escuro, de transparente a translúcido, proveniente do Brasil, África do Sul, Checoslováquia, Austrália, Sri Lanka e Madagascar. Sua composição química é Fe3 Al2 (SiO4)3 (silicato de ferro e alumínio – variedade almandina) ou Mn3 Al2 (SiO3)2 (silicato de alumínio e manganês – variedade espessartita). Atua no chakra básico (primeiro) auxiliando no ancoramento, que significa estar presente no próprio corpo, e na habilidade para atuar de forma amorosa no plano físico. Dá energia e coragem e ajuda a sair de condicionamentos mentais. Fisicamente, trabalha diretamente com o sangue e a circulação. Seu uso é recomendado durante sangramentos, hemorragias e para todas as doenças relacionadas com sangue.

          HELIODORO

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Pertence ao grupo do berilo, é de cor amarelo claro, transparente, e sua composição química é Be3 Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). As principais jazidas estão na Rússia, Brasil, Namíbia e Madagascar.

Atua no sétimo chakra (coronário) e seu propósito é a conexão com a sabedoria do Eu Superior e da espírito. Ensina a parar de fazer o que não é necessário, filtrando as distrações e estímulos desnecessários. Aumenta a percepção psíquica, o otimismo e a felicidade.

Também é usado para trazer energia cósmica ao corpo físico através do chakra coronário e para auxiliar a mente consciente a reter informações. Como amuleto, é usado para proteger contra tempestades.

         HELIOTRÓPIO

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Faz parte do grupo do quartzo (calcedônia), é opaco e tem cor verde escura com pontos vermelhos. Sua composição química é SiO2 (óxido de silício), e é proveniente da Índia, Austrália, China, Brasil e EUA.

Atua sobre o chakra básico (primeiro) e seus pontos vermelhos trabalham para equilibrar deficiências de ferro no fluxo sanguíneo. Reforça e protege o sistema imunológico, sendo por isso recentemente muito usada no tratamento de pacientes com AIDS.

Pode ser também usada em quaisquer outros problemas do sangue e da circulação. Ajuda também a revigorar e estimular toda a saúde, a dar coragem, e a eliminar os medos e a raiva.

          HEMATITA

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É uma pedra opaca de cor cinzenta, encontrada em quase todo o mundo, principalmente no Brasil, Inglaterra, Alemanha e EUA. É um óxido de ferro (Fe2 O3), e por isso mesmo tem em sua essência a força do ferro e a natureza etérica do oxigênio, trabalhando tanto no corpo físico quanto no etérico. É um mineral que trabalha a metamorfose, incorporando elementos espirituais na forma física. A essência da hematita é de cor vermelha (quando passa por processos de polimento a água que escorre dela sai completamente vermelha) e por isso tem efeito direto sobre o sangue e sua circulação no corpo humano. Com o poder de fortalecer e purificar o sangue, é essencial no tratamento e prevenção de doenças como o câncer, leucemia, AIDS, anemia e diabete. Ajuda na coagulação, cicatrização, no controle de perda de sangue durante cirurgias e na purificação da corrente sanguínea. Sua principal missão é ancorar no corpo físico a essência do espírito. A hematita atua no chakra básico (primeiro) e principalmente no oitavo chakra, o “Estrela da Terra”, que é ativado e equilibrado por ela. Desta forma, a hematita constrói a ponte que liga a energia do espírito, que entrou através do “Estrela da Alma”, com as raízes do planeta. É uma pedra que promove o total ancoramento das energias na Terra, eliminando limitações da mente e promovendo um equilíbrio entre o sistema nervoso etérico e o sistema nervoso físico. Pode também ajudar a dissolver a negatividade. Fisicamente, é ótima para ser usada contra tonteiras, pressão baixa, após intervenções cirúrgicas e anestesia, e auxilia o sono quando usada em conjunto com a ametista. Auxilia no tratamento de cãibras e tem um grande poder de alinhar a coluna vertebral. Durante sessões de energização com cristais, deve-se sempre colocar hematitas nas mãos ou pés da pessoa, para que a energia recebida possa ancorar no corpo físico. É essencial o uso de hematita nos pés ou mãos quando se está trabalhando com pedras aceleradas nos chakras transpessoais. Sempre que houver uma exposição a um excesso de energia, a hematita deve ser usada dentro dos sapatos, para descarregar o excesso para a Terra.

          INDICOLITA (TURMALINA AZUL)

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É um mineral transparente, encontrado em variados graus de azul, principalmente encontrado no Brasil, Sri Lanka e Madagascar.

Sua composição química é (NaLiCa) (Fe11MgMnAl)3 Al6[(OH)4(BO3)3Si6O18] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável). Atua principalmente no chakra frontal (sexto), mas também pode ser usada no laríngeo e no cardíaco.

No frontal, ajuda a desenvolver a capacidade de concentração e de visualização e traz sensações de paz a mentes conturbadas; usada no laríngeo, permite uma expressão verbal mais clara e no cardíaco, acalma um coração zangado ou entristecido.

No entanto, a principal expressão energética da indicolita, como todas as outras turmalinas, está diretamente ligada à cura física ao nível celular. Para este tipo de aplicação, quando usada no chakra frontal, ajuda a combater todos os tipos de problemas dos órgãos da visão e da audição; no chakra laríngeo é usada contra dores de garganta, problemas de tireóide e problemas da fala.

         JADE (JADEÍTA)

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É um mineral verde, transparente, de composição química MaAl (Si2O6) (silicato de alumínio e sódio). É proveniente da Birmânia, China, Japão, México e Guatemala. No Extremo Oriente, é usada desde tempos imemoriais como pedra de cura em geral, proteção e harmonização emocional.

É também conhecida como pedra dos sonhos; pois aumenta a capacidade de lembrar dos sonhos e interpretá-los. Usada sob o travesseiro ajuda a liberar emoções reprimidas através do processo dos sonhos.

Era também muito usada pelos Maias e Astecas para trazer a paz equilibrando o físico, o emocional e o mental. Atua no chakra cardíaco (quarto) e seu uso é aconselhado como complemento a qualquer tipo de medicina oriental, pois sua vibração está em harmonia com este tipo de medicina.

           JASPE VERMELHO

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Pertence ao grupo do quartzo (SiO2 – óxido de silício), é opaco e cor de tijolo, encontrado em quase todo o mundo, principalmente no Brasil. Entre as inúmeras variedades do Jaspe, o vermelho é o mais usado para fins energéticos, auxiliando o processo de maior aceitação do corpo físico e da sexualidade.

Atua no segundo chakra (sexual), reduzindo sentimentos de vitimização e trazendo uma energia mais dinâmica e vivaz. É particularmente aconselhável para pessoas que sintam culpa ou vergonha por terem uma orientação sexual diferente, estimulando a auto-aceitação e a auto-estima.

         KUNZITA

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Pertence ao grupo do Espodumênio, tem cor rosa claro ou rósea-violeta, é transparente e sua composição química é LiAl (Si2O8). É mais encontrada no Madagascar, Brasil, EUA e Birmânia. ativa e equilibra o chakra cardíaco (quarto), exprimindo o amor em ações.

Expande a energia amorosa do chakra cardíaco para os outros chakras. É uma pedra ótima para se usar junto ao coração. Manifesta o estado maduro do coração: aberto, desobstruído, seguro, forte, vibrante, radiante, equilibrado e amoroso. Une as pessoas à própria fonte infinita do amor. Seu objetivo é preparar o amor-próprio internalizado para que se expresse externamente.

Tem habilidade em criar equilíbrio entre a mente e o coração. Também é uma poderosa pedra pessoal de meditação. Pode-se usá-la para equilibrar estados emocionais negativos e/ou estados mentais perturbados. É também usada para atrair amor.

         

         LABRADORITA

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Pertence ao grupo do feldspato, é opaca. de cor cinzenta escura, apresentando um jogo de cores em tons metálicos brilhantes, frequentemente azuis e verdes. É mais encontrada no Canadá, Madagascar, México, Rússia, Finlândia e EUA. Sua composição química é Na(AlSi3O8)Ca(Al2Si2O8) (silicato de alumínio, cálcio e sódio). Atua no chakra frontal (sexto), estimulando a visualização e a imaginação. Facilita a transformação da intuição em pensamento, trazendo para o consciente as informações guardadas no subconsciente. Tem uma sintonia muito forte com a estrela Sirius, e as pessoas que se sentem atraídas pela labradorita geralmente têm algum relacionamento com aquele sistema estelar.

         

         LÁPIS LÁZULI

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É uma pedra opaca de cor azul anil (índigo), e de composição química Na8(Al6Si6O24)S2 (silicato de alumínio e sódio com enxofre). É proveniente do Afeganistão, Rússia e Chile. Atua no chakra frontal (sexto). Acalma a mente, desenvolvendo a intuição, a meditação e a sabedoria. Ajuda a aumentar as habilidades mentais e a sensibilidade à energia sutil. Fisicamente, ajuda a melhorar a concentração, a memória e a visão. É muito importante para os alicerces da Terra, pois representa luz absoluta. Toca o âmago do coração, do amor e da beleza, harmonizando tanto o interno quanto o externo. É uma pedra de contemplação e meditação. Tem grandes propriedades de cura e purificação. Ajuda a desenvolver a estabilidade e o poder da mente que possibilitarão atuação da força espiritual. Atrai a mente para o interior à procura de sua própria fonte de poder. No Egito antigo era moída e colocada nos olhos dos faraós que faleciam, para que eles pudessem enxergar as portas de entrada para a outra vida.

         LARIMAR

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É uma variedade da pectolita, opaca, de cor azul-celeste, apresentando traços brancos e às vezes avermelhados ou pretos. É proveniente da República Dominicana e sua composição química é NaCa2Si3O8 (OH) (silicato de sódio e cálcio hidratado). Atua principalmente no chakra laríngeo (quinto). Transmitindo a tranquilidade pacífica dos mares do Caribe, o larimar é uma pedra extremamente útil para unir a calma do coração à paz da mente, integrando o amor emanado pelo quarto chakra com o pensamento positivo. Através de seu uso, facilitamos a comunicação de nossa energia mais pura, passando aos semelhantes nossa compaixão e paz interior. Embora seja de origem vulcânica, o larimar apresenta as qualidades da água e do ar, esfriando emoções afogueadas, tensões e facilitando a comunicação tranquila, compreensiva e eficiente entre seres. É uma pedra profundamente ligada à energia dos golfinhos, à inteligência pura e intuitiva, simples e inocente. Traz alegria, bem-estar, e desperta nossos sentimentos mais puros. Embora pertença ao quinto chakra pode ser igualmente usada no sexto e no quarto, em situações onde necessitemos de nossa pureza interior para aplacar pensamentos raivosos ou negativos e emoções intensas de raiva, ciúme ou inveja. Diz a lenda que as piscinas e fontes de Atlântida eram revestidas de larimar, e por isso mesmo ela também é conhecida como mármore de Atlântida. Experimente usar larimar em regiões onde existam golfinhos e prepare-se para uma agradável surpresa.

        LEPIDOLITA

É a variedade lilás da mica, sendo também conhecida como mica roxa. Sua composição química é K(LiAl)3 (SiAl)4 O10 (F OH)2 (fluorsilicato básico de potássio, lítio e alumínio). É proveniente dos EUA, e do Brasil. Atua no chakra coronário (sétimo), causal (décimo) e cardíaco (quarto). A lepidolita une as energias dos raios rosa e violeta fazendo com que o amor gerado no coração atinja as mais altas esferas, através do equilíbrio dos chakras cardíaco e coronário e da ativação destas energias do plano causal. Com isso, prepara o caminho para a harmonização de sentimentos de auto-estima, aceitação, abertura, honestidade e perdão, provenientes do chakra cardíaco, com o intelecto e a energia do espírito. Desperta o amor à espiritualidade, por sua capacidade de sintonizar energias angélicas em alto grau. A lepidolita é uma pedra que ajuda nas transições, facilitando a restruturação e reorganização de padrões antigos de atitudes, crenças e pensamentos. Ela induz à mudança, quando necessário, estimulando a aceitação do novo. Fisicamente, ajuda a reduzir a tensão e o stress, auxilia o processo da digestão, e pode ser usada para aliviar cãibras nas pernas, tendinite, músculos tensos e para localizar áreas do corpo onde existam bloqueios energéticos

 

         MALAQUITA

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É um mineral opaco de cor verde clara a verde escura, e geralmente os traços de diversas tonalidades de verde formam lindos desenhos em sua superfície. Sua composição química é Cu2 [(OH)2 CO2] (carbonato básico de cobre). As malaquitas de melhor qualidade são provenientes do Zaire, mas também podem ser encontradas na Rodésia, Namíbia, EUA, Rússia, Austrália, Israel e Chile. É uma pedra do chakra cardíaco (quarto), mas também atua com grande eficácia sobre o plexo solar. Sua energia de cura é extraordinária, servindo praticamente para todos os fins curativos. É costume dizer-se que quando houver dúvida sobre qual pedra deve ser usada para um determinado mal. pode usar a malaquita pois, além de tudo, ela ajuda a restabelecer a saúde de uma forma geral. Colocada sobre o plexo solar, libera a tensão do diafragma e restaura a respiração profunda e plena. Ajuda o funcionamento de todo o aparelho digestivo, além do respiratório. Tem a qualidade de absorver energia podendo ser colocada sobre qualquer área doente ou dolorida para extrair a energia da dor e trazer à tona as causas pisico-emocionais. Emocionalmente, trabalha para revelar nossos medos mais profundos sobre mudança e crescimento, e nos auxilia a reconhecermos e utilizarmos nossos poderes. Por isso mesmo é uma pedra perfeita para trabalhar a abundância, a prosperidade e a manifestação de nossos desejos. Usada junto ao computador ou aparelhos de televisão, absorve a radiação emitida, protegendo os usuários. Para efeito de proteção contra acidentes de locomoção, deve ser sempre carregada dentro de automóveis, aviões e outros veículos. Junto à crisocola e à pedra da lua, é muito eficaz no tratamento e prevenção de qualquer tipo de câncer. Quando usada para extirpar dores ou doenças, deve ser limpa pelo processo da selenita imediatamente após o seu uso. Por ser derivada do cobre, a malaquita não reage bem ao sal e portanto sua limpeza energética nunca deve ser feita através do processo água / sal.

          MOLDAVITA

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É um mineral de origem extraterrestre, formado por rochas fundidas pela queda de meteoritos na região da Moldávia. É transparente, de cor verde garrafa. Sua composição química é SiO2 (+Al2O3) (óxido de silício+óxido de alumínio). Atua no chakra coronário (sétimo). Ajuda a canalizar informação e energia de fontes extraterrestres ou interdimensionais. Equilíbrio entre corpo físico e mente. alinhamento com o Eu Superior. reconexão espiritual, envolvendo mudança e regeneração. Ajuda a desvencilhar-se de crenças limitadoras que o impedem de receber maior percepção espiritual. Tem muito em comum com seres originários de Sírius, Plêiades e Orion, e ajuda “star children” a se aclimatarem no planeta. Novo raio verde-marrom, combinação de cura (verde) na Terra (marrom). Comunicação conscientes com forças de origem “star-seed” (semente estrela).

          MORGANITA

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Pertence ao grupo do berilo, é transparente, de cor rosa-lilás, rosa, ou rosa alaranjado. Sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). É encontrada principalmente no Brasil, Madagascar, Moçambique, Namíbia e EUA. A morganita abre o chakra cardíaco para a recepção e transmissão da energia do Amor Incondicional a níveis multidimensionais. Ensina o amor ao Todo, a compreensão da ligação de nosso coração com o coração universal. É a pedra do Amor Universal, trazendo a nossos corações a vibração angélica canalizada através da Fenacita. Atua também sobre a respiração, fortalecendo fisicamente os pulmões e permitindo o fluxo da energia do amor por todo o nosso corpo. Às vezes apresenta nuances alaranjadas fundindo o rosa do Amor Universal com o dourado da Iluminação e da Sabedoria Cósmica. O uso da Morganita sobre o chakra cardíaco nos dá a sensação da unidade do Amor Total e ajuda-nos a compreender que pertencemos a um todo. A qualidade acelerada da Morganita aplica-se principalmente aos cristais de boa transparência. Os cristais mais opacos funcionam dentro da mesma vibração do quartzo rosa.

           OBSIDIANA

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É uma rocha vulcânica, amorfa, rica em óxido de silício. Sua cor é geralmente negra, do opaco ao translúcido, e é encontrada no mundo inteiro. A obsidiana mais usada é chamada de “Lágrima de Apache” (Apache tear), proveniente dos EUA, e que, apesar de negra, apresenta uma transparência quando olhada contra a luz. Trabalha no chakra básico (primeiro), ancorando forças espirituais ao corpo. Tem a propriedade de amplificar as emoções negativas para que as percebamos melhor. Ajuda a liberar a raiva e ativa um senso de poder positivo que nos move a tomarmos conta de determinada situação. Ensina o desapego, com sabedoria e amor, ajudando a liberação de crenças e hábitos antigos. A obsidiana tem um forte poder de absorção das energias negativas, mesmo as mais resistentes, funcionando até em casos de obsessão espiritual. Para não permitir que ela acumule a energia negativa absorvida, é imprescindível limpá-la pelo processo da selenita após cada uso. existe uma variedade de obsidiana negra opaca com pontos brancos que se assemelham a flocos de neve, e por isso mesmo é chamada de “obsidiana floco de neve”, que é mais suave e deve ser usada nos casos menos graves.

          ÔNIX

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Pertence ao grupo do quartzo (SiO2 – Óxido de silício).

Existem várias cores de ônix, mas para efeitos energéticos o mais usado é o ônix negro. É encontrado no mundo inteiro.

Trabalha no chakra básico, agindo principalmente como pedra de ancoramento, que significa estar presente no próprio corpo.

Pode ser usado para eliminar a mágoa, para aumentar o autocontrole e para estimular o poder da tomada de decisões.

          PEDRA DA LUA

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Faz parte do grupo do feldspato, é geralmente incolor e translúcida, e sua composição química é K(AlSi3O8) (silicato de alumínio e potássio). É proveniente da Índia, Birmânia, Sri Lanka, Austrália, Brasil, Madagascar, Tanzânia e EUA. Atua no quarto chakra, fazendo conexão com a energia da lua e o aspecto feminino de nossa natureza emocional, abrindo o ser à parte feminina da personalidade, para que ele possa integrar-se inteiramente na unicidade. Ajuda a acalmar e equilibrar as emoções, trazendo-as sobre o controle da vontade superior, em vez de reprimi-las. Age como guardiã à entrada do subconsciente e serve para nos proteger das nossas próprias emoções. Auxilia os homens a se sintonizarem mais com o aspecto feminino de sua natureza. Fisicamente, estimula a glândula pineal a ajudar nos processo do crescimento, ajuda nos pequenos desequilíbrios das endócrinas nas mulheres, e pode ainda auxiliar na limpeza de linfáticos congestionados. É também usada na prevenção e tratamento do câncer.

            PEDRA DO SOL

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Pertence ao grupo do feldspato, é opaca, de cor alaranjada cintilante. Sua composição química é Na(AlSi3O8)Ca(Al2Si2O8) (silicato de sódio, cálcio e alumínio). Existem jazidas nos EUA, Índia, Canadá, Noruega e Rússia. Atua no plexo solar (terceiro chakra), ativando o nosso sol interior e irradiando sua luz para facilitar o fluxo livre de energias. Pode ser usada para dissipar medos, aliviar stress, aumentar a vitalidade e para encorajar a independência e a originalidade.

Na Grécia antiga, era usada para representar o Deus Sol, trazendo vida e abundância aos que a usavam. Na Índia, era usada pelos antigos como proteção contra as forças destrutivas dos reinos sobrenaturais.

          PERIDOTO

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Também conhecido como Crisólita ou Olivina, é um mineral de cor verde amarelada, transparente, e sua composição química é (MgFe)2 SiO4 (silicato de ferro e magnésio). É proveniente do Egito, Birmânia, Austrália, Brasil, África do Sul, EUA, Zaire e Noruega. O peridoto é um calmante, purificador e equilibrador do corpo físico. Atua principalmente no chakra cardíaco (quarto) e no plexo solar (terceiro). Auxilia a digestão de alimentos e alivia a prisão de ventre e as condições de inflamação do intestino. Estimula a cura dos órgãos do aparelho digestivo, principalmente fígado, rins e vesícula. Ajuda a equilibrar o sistema endócrino, principalmente as glândulas endócrinas que controlam a saúde do corpo físico e associam-se diretamente aos chakras. Age como um tônico para animar e acelerar todo o organismo, deixá-lo mais forte, sadio e radiante. Pode afetar certos estados emocionais negativos, como raiva e inveja. Purifica e cura mágoas, egos feridos e ajuda a reparar relacionamentos deteriorados. Cura mordidas de insetos e ajuda em doenças do fígado. É também usado para atrair amor e acalmar a raiva.

          PIRITA

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É um mineral opaco de cor cinzenta, ou cinzento-amarelada, com brilho metálico. Sua composição química é FeS2 (sulfeto de ferro). Existem jazidas em todo o mundo, mas as mais importantes se encontram na Itália (ilha de Elba) e nos Andes (Peru, Chile e Bolívia). É também conhecida como “ouro dos tolos”, devido à sua semelhança com o ouro. Atua no chakra coronário (sétimo), trazendo a sabedoria do espírito para trabalhar mais especificamente com o conceito da expectativa mais larga e abrangente, encorajando os ideais do bem-estar físico, emocional e mental. Também ajuda a ver além das aparências, promovendo uma compreensão maior daquilo que está entre as palavras e as ações. Como amuleto, é usada para atrair riqueza e prosperidade, e proteção contra perigos físicos e vibrações negativas.

             QUARTZO ENFUMAÇADO (FUMÊ)

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É o tipo de quartzo (SiO2 – óxido de silício) de cor parda a cinzenta enfumaçada. É transparente e provém de todo o mundo, principalmente Brasil, EUA e Escócia. Atua no chakra básico (primeiro), equilibrando o espírito na Terra e dando um escudo de proteção contra energias negativas. Ensina que há luz na escuridão. Ajuda nossa busca interior para que possamos nos integrar e transformar nossas sombras em luza. Estabiliza as emoções e dá segurança quando se teme o fracasso. Também encoraja a experimentar coisas novas e a desenvolver uma atitude de auto-aceitação no processo de aprendizagem. cura depressão e outras emoções negativas. Fortalece rins, pâncreas, aumenta a fertilidade, equilibra a energia sexual. Inicia o movimento da Kundalini. Dissipa bloqueios do subconsciente e negatividade em todos os níveis. Fortalece a percepção dos sonhos e habilidade de canalização. Aumenta o conhecimento da Natureza e a preocupação com o meio ambiente.

               QUARTZO OLHO DE FALCÃO

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É um agregado de quartzo opaco (SiO2 – óxido de silício), com inclusões de hornblenda, possuindo cor azul-acinzentado a azul-esverdeado e opalescência de superfície.

É encontrado principalmente na África do Sul. Atua no chakra frontal (sexto), e sua principal mensagem é a de estar sempre alerta, ajudando o indivíduo a observar mais profundamente o ambiente físico que o cerca.

O uso do Olho de Falcão é apropriado para auxiliar-nos na observação aguçada da realidade que estamos criando, e também da energia das pessoas que nos cercam.

          QUARTZO OLHO DE TIGRE

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É um tipo de quartzo (SiO2 – óxido de silício) opaco, listrado de dourado e marrom, apresentando um brilho sedoso. As jazidas mais importantes localizam-se na África do Sul, Austrália, Birmânia, Índia e EUA.

Pode ser usado no chakra básico (primeiro) e no plexo solar (terceiro). Sintetiza as energias do Sol e da Terra. Ajuda as pessoas a se tornarem mais práticas, trazendo um otimismo que conduz ao sucesso. Traz a percepção das necessidades pessoais, assim como das necessidades dos outros, e tem sido usada para estimular a criação e a manutenção da abundância.

         QUARTZO ROSA

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É a variedade rosa do quartzo (SiO2 – óxido de silício), transparente, proveniente do Brasil, EUA e Japão. É a pedra fundamental do chakra cardíaco. Ele representa o Amor Incondicional, e acende a chama rosa desse amor em nossos corações. Através de sua suave emanação, permite que nos lembremos de nossa essência amorosa, do nosso propósito, despertando no centro de nosso ser esse amor sem cobranças, sem culpas ou mágoas, sem posse e sem medo, o amor a todos os aspectos de nosso ser e do universo, um amor com perdão, consciência e compaixão. Munidos desta energia, estamos prontos para expandi-la e para criar uma nova realidade em nossas vidas e no universo. O quartzo rosa ensina o poder do perdão e reprograma o coração a amar-se, auxiliando a construção e manutenção da auto-estima, da auto-aceitação e do autovalor.

         RODOCROSITA

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É um mineral róseo-avermelhado, com listras brancas, de transparente a opaco, proveniente da Argentina. Sua composição química é MnCO3 (carbonato de manganês). Atua no chakra cardíaco (quarto), ensinando o amor à vida e a repartir o amor com os outros. Tem forte influência no processo criativo e na mente intuitiva. Atua bem em conjunto com a malaquita, adicionando energia amorosa ao potencial de cura da malaquita. a chama do amor gerada e alimentada pelo quartzo rosa se expande quando entra em sintonia com a energia da rodocrosita, a pedra de dar e receber amor. Quando em contato com o chakra cardíaco, a rodocrosita ocasiona a transmissão da energia amorosa para fora do coração, buscando a conexão direta com outras fontes de amor, Ela também age sobre o terceiro e o segundo chakras, unindo o amor às emoções e à energia sexual. A rodocrosita proporciona equilíbrio emocional para relacionamentos amorosos e amplifica nosso sentimento de amor ao planeta em que vivemos e à vida, de uma maneira geral.

            RUBELITA (TURMALINA ROSA)

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É a variedade de turmalina de cor rosa a vermelha, ocasionalmente com tonalidade violeta. É transparente e sua composição química é (NaLiCa)(Fe11MgMnAl)3 Al6[(OH)4(BO3)3Si6O18)] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável). As jazidas mais importantes são encontradas no Sri Lanka, Madagascar e Brasil. Atua no quarto chakra (cardíaco), transmitindo a energia de amor gerada no coração diretamente às células do corpo físico.

Reforça a vontade de compreender o amor e estimula a criatividade da aspiração amorosa. Amplifica as qualidades curativas do coração e promove paz e alegria durante o período de crescimento e de mudanças, liberando tendências destrutivas.

          RUBI

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Pertence ao grupo do Corindon, tem cor vermelha, de transparente a opaca, e sua composição química é Al2O3 (óxido de alumínio). É proveniente da Birmânia, Tailândia, Índia, Sri Lanka, Afeganistão, Austrália e Brasil. Atua no chakra básico (primeiro), ativando e vitalizando o corpo através da ação do fluxo sanguíneo. Trabalha diretamente com o sangue, a circulação e o coração. Representa o mais alto grau da justiça divina, que é o não-julgamento e proporciona o reconhecimento do poder através da verdade do espírito, Fisicamente, é usada para prevenir e combater qualquer tipo de doença ligada ao sangue. Ajuda a eliminar a desorientação, os desapontamentos, a depressão e a raiva. Auxilia ainda na tomada de decisões, nos problemas com a imagem paterna e nos assuntos de família. Proporciona equilíbrio emocional, flexibilidade, autoconfiança, habilidade para negociações, harmonia e auto-estima.

          SELENITA (GIPSITA)

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É a forma incolor, transparente e cristalizada do gipso. Sua composição química é CaSO4.2H2O (Sulfato hidratado de cálcio). É proveniente do México, Sibéria, Brasil e EUA. Atua sobre os chakras transpessoais acima da cabeça, principalmente o “Portal das Estrelas” (décimo segundo). Não é considerada pedra preciosa porque é muito macia e sensível demais para ser lapidada. Não é raro se notar que a selenita muda de forma, às vezes curvando-se. esta capacidade da selenita demonstra a maleabilidade do forma física quando em sintonia direta com a energia da luz do espírito. Por isso mesmo ela pode ser usada para promover flexibilidade à natureza, dando maior força às decisões. Com sua ajuda, uma pessoa pode perceber mais claramente os aspectos mais profundos de qualquer situação, compreendendo melhor tanto o que está na superfície quanto o que está no fundo. No corpo físico, promove flexibilidade à estrutura muscular e ajuda a alinhar a coluna vertebral. Quando colocada na base da coluna com seu fluxo energético direcionado para cima, ajuda a remover bloqueios energéticos em qualquer parte da coluna. na direção oposta, colocada na base do pescoço com o fluxo energético direcionado para baixo, ela vai ajudar a equilibrar o fluxo de energia vital na coluna. Também pode ser usada para facilitar a regeneração da estrutura das células, para corrigir deformações do sistema ósseo, e durante ataques de epilepsia. A selenita é um importante instrumento para ativar os chakras transpessoais, situados acima da cabeça, principalmente a ligação entre a “Estrela da Alma” e o “Portal das Estrelas”. através desses chakras, recebemos a energia da mais pura luz do espírito, ligando-nos ao grande Sol Central do Universo, a fonte de todas as energias e de toda a luz. Um dos aspectos mais importantes da selenita é a capacidade de maleabilizar a energia pura da luz para que possa manifestar-se no plano físico através da canalização. Como a selenita é muito sensível, devemos procurar não dar espaço a pensamentos ou atitudes negativas enquanto estivermos trabalhando com ela, pois ela pode se fraturar ou quebrar. Este mineral também apresenta propriedades de solubilidade, e por isso não deve ser deixado por muito tempo em contato com a água. Ao usar a selenita em meditações ou para ativar os chakras transpessoais, tenha ao mesmo tempo nas mãos, pés ou no chakra básico, pedras de ancoramento, como a hematita ou a turmalina preta. Outra função importantíssima da selenita é a limpeza e energização simultâneas de outras pedras, objetos, e até mesmo de pessoas ou ambientes. Por isso ela se transforma num instrumento indispensável para quem trabalha energeticamente com cristais ou com qualquer outro tipo de terapia energética.

          SMITHSONITA

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É um mineral translúcido a opaco, que pode ser de cor rosa, verde clara ou azul claro. Sua composição química é ZnCO3 (carbonato de zinco). Atua principalmente no chakra cardíaco (quarto). A smithsonita alivia, conforta e tranquiliza os sentidos. Sua energia suave e prazeirosa conduz à facilidade nos relacionamentos, ajudando-nos a encontrar saídas elegantes e satisfatórias em situações embaraçosas. Ela trabalha a auto-aceitação, e é excelente companheira em situações de desamor e abandono. Diminui tensões e ansiedades, promovendo a alegria de viver amorosamente. Um dos aspectos mais importantes é a capacidade de nutrir a criança interior com amor, o que ajuda o indivíduo a se sentir amado pelos outros. Auxilia os nascimentos e o trabalho do parto, ajudando também os bebês a se adaptarem à vida. Aumenta a capacidade psíquica, confirmando ou negando as mensagens recebidas através da clarividência e da intuição. Pode ser usada para ajudar na adaptação a novas fases e promove bem-estar e paz interior. Realça o charme pessoal e dá maior autoconfiança. Fisicamente, pode ser usada durante massagens para ajudar a aliviar tensões musculares. Neste caso, deve ser colocada no chakra correspondente ao músculo tensionado, ou no alto da coluna, se a massagem for nas costas. Também pode ser utilizada contra erupções da pele, congestionamentos nasais, problemas digestivos e no tratamento da osteoporose.

          SODALITA

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É um mineral de cor azul escura acinzentada, de translúcido a opaco, cuja composição química é Na8 (Cl2Al6Si6O24) (silicato de sódio e alumínio com cloro). É mais encontrada no Brasil, Canadá, Índia e EUA. Atua no chakra frontal (sexto), abrindo o subconsciente para a canalização da intuição. Atravessa a densidade e a ilusão trazendo clareza e verdade. Fortalece a comunicação e a expressão criativa. Ajuda a ser mais objetivo e e menos crítico sobre os modos de lidar com a existência. Ensina também a examinar as metas depois que elas foram atingidas.

É uma das despertadoras da terceira visão, preparando a mente para receber a visão interior e o conhecimento intuitivo, ajudando também a chegar a conclusões mais lógicas. Acalma e clareia a mente e alivia o medo. Fisicamente, equilibra o sistema endócrino e fortalece o metabolismo e o sistema linfático.

          SUGILITA

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É um mineral de cor magenta a violeta profundo, opaco, proveniente da África do Sul. Sua composição química é (K Na) (Na Fe3 + ) 2 (Li Fe3 +) Si12 O30 , (silicato ferroso de lítio e potássio). Atua no chakra coronário (sétimo), trazendo a visão da perfeição divina em todas as coisas. Surgiu no planeta há pouco tempo. Seu raio violeta representa o elo entre a mente e o corpo físico, sintonizando o indivíduo com seu corpo mental, a fim de que ele descubra o que gera o problema físico. Cria um estado de receptividade a influências mais elevadas. Pode ser usada como proteção contra as realidades duras do mundo e para capacitar o indivíduo a aceitar viver no aqui e agora, acreditando em si mesmo. Ajuda também a eliminar a hostilidade, o preconceito, a raiva, e todos os atributos negativos que se possa imaginar. Tem o poder de transmutação, trazido pela essência do raio violeta. Facilita e filtra a comunicação com energias angélicas e extraterrestres. Fisicamente, traz energia curativa ao sistema nervoso, auxiliando o equilíbrio entre os lados direito e esquerdo do cérebro; ajuda na coordenação física e na tratamento de doenças ligadas ao cérebro e ao sistema nervoso central, como autismo, dislexia, epilepsia, etc.

          TANZANITA

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É uma variedade da Zoisita, de cor violeta azulada, transparente e proveniente da Tanzânia. Sua composição química é: Ca2 Al3 (SiO4) 3(OH) (silicato de cálcio e alumínio). a suavidade dos tons violeta-azulados da Tanzanita nos permite a sintonia direta com a dimensão dos Arcanjos. Com este contato, o chakra coronário é estimulado para canalizar visões dos reinos espirituais mais elevados. Sua energia age como uma força espiralada que traz proteção e segurança durante toda a atividade. A Tanzanita é uma pedra mágica, e produz a perfeita simetria do poder pessoal e da atualização, trazendo força da vontade ao processo da manifestação das energias espirituais superiores. Também facilita a comunicação com o mundo espiritual das mais antigas comunidades tribais localizadas em todo o planeta, assim como o encontro com os diferentes aspectos do próprio ser e a compreensão das maravilhas que existem em outros planos. Fisicamente, pode ser usada no tratamento de problemas da pele, no alinhamento da coluna e para ajudar a voltar de um estado comatoso.

          TEMPEST STONE

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É uma pedra formada por uma mistura de Olho de Tigre, Olho de Falcão e Hematita, proveniente dos EUA. Atua no plexo solar e no chakra básico, e sua função principal é dar uma nova perspectiva ao conjunto de reações emocionais que possa estar provocando causa ou desordem na vida das pessoas.

Sua poderosa energia provoca mudanças pessoais, dissipando formas-pensamento que possam estar congestionando o corpo emocional. Seu uso é aconselhável durante “tempestades emocionais” de resistência ã mudança

         TOPÁZIO

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É uma gema transparente, que pode ser de várias cores diferentes, porém os mais comuns são o amarelo dourado, o azul claro e o incolor. Sua composição química é Al2 (SiO4) (FOH2) (silicato de alumínio fluorado). É proveniente do Brasil, Sri Lanka, Madagascar, Austrália, EUA, Rússia, México e Namíbia. O topázio incolor atua no chakra coordenador (nono), integrando a luz do espírito aos chakras do corpo físico. O topázio azul atua no chakra laríngeo (quinto), apresentando as mesmas características vibratórias da água-marinha. O topázio amarelo é conhecido como topázio imperial, e é o de uso mais comum para efeitos energéticos. Atua no plexo solar (terceiro chakra), ativando-o e equilibrando-o. Ajuda a promover a digestão física e mental, colocando em foco as emoções e os pensamentos. Ensina a respeito da irrealidade da matéria e da eternidade do espírito. Magnetiza nosso ser por inteiro, o que significa que nos carrega com uma capacidade maior de compreensão, vontade, clareza, concentração e criatividade. É excelente ajuda nos casos de trauma nervoso, exaustão ou depressão mental. Promove a ligação e a manifestação consciente da sabedoria. Alivia a dor do reumatismo. Age contra inveja, intriga, doença, injúria, morte súbita, feitiçaria e magia negativa e loucura. Regula o sistema digestivo e é usado para auxiliar na perda de peso.

           TURMALINA MELANCIA

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É um tipo de turmalina bicolor, apresentando normalmente a cor rosada no interior e verde externamente. É principalmente encontrada no Brasil, Madagascar e Sri Lanka e Moçambique.

Sua composição química é (NaLiCa) (Fe11MgMnAl)3 Al6 [(OH)4 (BO3)3 Si6 O18] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável).

Atua no chakra cardíaco (quarto), representando a sinergia do coração, pois possui o verde da cura e o rosa do amor incondicional. Integrando essas duas energias e simbolizando a totalidade do chakra cardíaco.

            TURMALINA NEGRA

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É uma turmalina opaca, de cor negra brilhante, com a mesma composição química e proveniência das outras turmalinas. Atua no chakra básico, provendo um escudo protetor contra todas as energias negativas. Ela não absorve energia negativa, mas repele. Por esta razão sugere-se que as pessoas sempre tragam consigo uma turmalina preta para proteção.

Tem propriedades elétricas, como todas as turmalinas, e também ajuda a defesa contra doenças debilitadoras, como condições cardíacas, artrite e sistema imunológico fraco.

Ensina como conservar-se radiante nas circunstâncias mais obscuras e como manter uma consciência espiritual vivendo em grandes cidades poluídas e cercadas de gente sem consciência.

          TURQUESA

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É uma pedra opaca de cor azul celeste a azul esverdeado, de composição química CuAl2 [(OH)2 / PO4]4 4H2O (fosfato de alumínio e potássio, contendo cobre). Provém dos EUA, Irã, Afeganistão, Tibete, Austrália e Israel. Atua no chakra laríngeo (quinto), capacitando a verbalização, a clareza na comunicação e o equilíbrio da expressão emocional. Representa a paz interior, o estar em paz consigo mesmo e com todos os seus aspectos, devendo ser usada sempre que houver algum conflito interior. Fisicamente, ajuda na cura de quaisquer problemas do sistema respiratório e músculos do peito e do pescoço.

Atua também diretamente nas células da pele, amaciando e rejuvenescendo. Por isso mesmo, aconselha-se usar uma turquesa nos recipientes de cremes hidratantes.

           VARISCITA

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É um mineral verde claro, opaco, proveniente dos EUA e da Austrália. Sua composição química é Al PO4 2H2O (fosfato hidratado de alumínio). Atua no chakra cardíaco (quarto), emitindo energia curativa diretamente ao chakra básico. Com uma vibração suave e um movimento sutil, ajuda a compreender porque estamos aqui e como nos relacionamos com o planeta.

Ajuda a encontrar soluções ou ações que possam produzir resultados positivos para todos. Fisicamente, auxilia a regenerar a elasticidade das veias e da pele e pode ser usada no tratamento da impotência e das desordens do sistema de reprodução masculino.

          VERDELITA (TURMALINA VERDE)

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É a turmalina de cor verde, transparente, de mesma composição química e proveniência das outras turmalinas. Atua no chakra cardíaco (quarto), transmitindo a energia curativa do verde diretamente para as células afetadas, possibilitando assim uma recuperação mais rápida de qualquer enfermidade.

Esta propriedade torna a verdelita imprescindível como auxiliar das outras pedras no tratamento de todas as enfermidades do corpo físico.

           WULFENITA

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É um mineral translúcido, de cor laranja, cuja composição química é PbMoO4 (molibidato de chumbo). Provém do México e EUA. Atua no chakra sexual (segundo), trazendo para o foco a energia criativa, principalmente para remover obstáculos que possam impedir ou limitar o progresso e o desenvolvimento em qualquer situação. Pode ser também usada para auxiliar na conexão com energias naturais do planeta, como árvores, florestas, rios, montanhas, etc.

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TABELAS PRÁTICAS DE CONSULTA

SAÚDE EM GERAL

Acidez – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Pirita, Smithsonita, Topázio Imperial.

Acne – Magnetita, Smithsonita, Tanzanita, Turquesa, Zincita.

AIDS – Cuprita, Diamante, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Hematita, Jaspe Vermelho, Malaquita, Quartzo Vermelho, Realgar, Rubi, Selenita, Sugilita.

Alcoolismo – Ametista, Kunzita, Selenita, Sugilita.

Alergias – Ágata Musgo, Calcita Verde (fumaças tóxicas e produtos químicos), Cornalina, Jaspe Paisagem, Magnetita (pele), Peridoto, Smithsonita (pele), Tanzanita, Turquesa (pele), Zincita (pele).

Amigdalite – Ágata Azul Rendada, Água Marinha, Angelita, Celestita, Indicolita, Malaquita, Quartzo Azul, Shattuckita, Topázio Azul.

Amnésia – Azurita, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita, Tanzanita.

Anestesia – Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Selenita, Tanzanita.

Anemia – Coral, Cornalina, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Turmalinas (todas).

Aneurisma – Ágata Musgo, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.

Anorexia Nervosa – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Cornalina, Diamante, Kunzita, Topázio Imperial, Turquesa.

Apendicite – Citrino, Enxofre, Malaquita, Peridoto.

Arteriosclerose – Esmeralda, Madeira Petrificada, Selenita.

Artrite – Ágata Azul Rendada, Azurita, Calcita Verde, Coral, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Howlita, Kunzita, Madeira Petrificada, Rubelita, Turmalina Preta.

Asma – Água Marinha, Albita, Celestita, Crisocola, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.

Assimilação de Cálcio – Calcita (todas), Dolomita, Howlita.

Assimilação de Ferro – Heliotrópio, Hematita.

Assimilação de Flúor – Fluorita.

Assimilação de Oxigênio – Hematita.

Assimilação de Proteínas – Alexandrita, Rubelita.

Assimilação de Vitaminas – Piromorfita.

Assimilação de Zinco – Zincita.

Astigmatismo – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli.

Autismo – Ametista, Azurita, Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Malaquita, Opala Branca, Selenita, Sugilita.

Azia – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial. * Batimento Cardíaco* – Charoíta, Esmeralda, Magnesita, Malaquita.

Bronquite – Água Marinha, Albita, Celestita, Crisocola, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.

Bulimia – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Cornalina, Kunzita, Topázio Imperial, Turquesa.

Bursite – Fluorita, Malaquita.

Cãibras – Hematita, Lepidolita, Magnetita, Malaquita.

Câncer – Azurita-Malaquita, Crisocola, Diamante Herkimer, Fluorita, Hematita, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pedra da Lua, Pérola, Quartzo Azul, Rubelita.

Candidiase – Cinábrio, Hemimorfita.

Cardiovasculares – Adamita, Dioptásio, Esmeralda, Heliotrópio, Hematita, Kunzita, Malaquita, Rubi.

Catarata – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Quartzo (cristal), Turquesa.

Cicatrização – Hematita, Malaquita, Rubi, Verdelita.

Circulação – Ágata Musgo, Albita, Bixbita, Coral, Cornalina, Enxofre, Esmeralda, Espinélio, Galena, Granada, Heliotrópio, Hematita, Kunzita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pirita, Quartzo Rosa, Rubi, Topázio Imperial, Turmalina Preta, Verdelita.

Cirrose Hepática – Enxofre, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.

Cirurgia – Esmeralda, Hematita, Malaquita, Peridoto, Verdelita.

Cisto – Cornalina, Crisocola, Magnesita, Malaquita, Shattuckita.

Coagulação – Hematita, Rubi, Shattuckita.

Cólera – Malaquita.

Colesterol – Coral, Esmeralda, Magnesita, Rubi.

Cólica – Crisocola, Granada, Magnesita, Malaquita, Safira.

Coma – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Selenita, Sugilita, Tanzanita.

Conjuntivite – Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.

Convulsões – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita.

Cura Generalizada – Aventurina, Diamante, Diamante Herkimer, Dioptásio, Esmeralda, Espinélio (verde), Hiddenita, Jadeíta, Malaquita, Nefrita, Peridoto, Quartzo (Cristal), Serpentina, Turquesa, Variscita, Verdelita.

Daltonismo – Ametista, Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.

Dengue – Malaquita.

Depressão – Citrino, Crisocola, Larimar, Topázio Imperial.

Derrames – Diamante, Diamante Herkimer, Rubi, Selenita, Sugilita.

Descongestionamento – Água Marinha, Amazonita, Celestita, Crisocola, Quartzo Azul, Smithsonita, Topázio Azul, Turquesa.

Desequilíbrios Hormonais – Granada, Kunzita.

Desmaios – Selenita, Zircão.

Diabetes – Ágata Musgo, Ametista, Ametrino, Bixbita, Citrino, Enxofre, Granada, Hematita, Magnetita, Malaquita, Peridoto, Rodocrosita, Rubi, Topázio Imperial.

Diarréia – Citrino, Enxofre, Halita, Hematita, Magnesita.

Dietas – Hemimorfita, Topázio Imperial.

Disenteria – Citrino, Enxofre, Halita, Hematita, Rubi.

Disfunções Cerebrais – Safira, Selenita, Sugilita.

Dislexia – Ametista, Azurita, Diamante, Hematita, Indicolita, Malaquita, Safira, Sugilita, Turmalina Preta, Vivianita.

Distrofia Muscular – Azurita-Malaquita, Turmalina Preta.

Diurético – Enxofre, Halita, Peridoto.

Diverticulite – Citrino, Enxofre, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial, Vesuvianita.

Doenças Genéticas e Congênitas – Ágata Musgo, Granada, Shattuckita, Turmalinas (todas).

Doenças Venéreas – Cornalina, Crocoíta, Granada, Heliotrópio, Hemimorfita, Opala Negra, Quartzo Rosa, Rubelita, Rubi.

Dor de cabeça – Ágata Azul Rendada, Ametista, Fluorita, Halita, Hematita, Kunzita, Magnetita, Zircão.

Dores em geral – Âmbar, Ametista, Diopsídio, Enxofre, Euclásio, Hemimorfita, Kunzita, Magnetita, Malaquita, Safira.

Eczema – Malaquita, Tanzanita, Turquesa.

Edema – Malaquita, Pedra da Lua.

Endurecimento de Vasos – Esmeralda, Granada, Heliotrópio, Rubi, Variscita.

Enfarte – Adamita, Esmeralda, Malaquita.

Enfizema – Malaquita.

Enxaqueca – Ametista, Charoíta, Malaquita, Zircão.

Epilepsia – Ametista, Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Kunzita, Malaquita, Opala Branca, Sugilita.

Equilíbrio (perda) – Azurita, Granada, Hematita, Zircão

Esclerose – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita.

Esclerose Múltipla – Água Marinha, Charoíta, Cuprita, Diamante, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Malaquita, Rubi, Selenita, Sugilita, Tanzanita.

Esterilidade – Cornalina, Crocoíta, Wulfenita.

Estomatite – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.

Fadiga – Crocoíta, Hematita, Selenita, Topázio Imperial, Vanadinita.

Faringite – Água Marinha, Angelita, Celestita, Malaquita, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul.

Febre – Água Marinha, Brasilianita, Celestita, Coral, Crisoberilo, Crisocola, Diopsídio, Jaspe Vermelho, Lápis Lázuli, Malaquita, Quartzo Azul, Rubi, Topázio Azul, Turquesa.

Ferimentos – Hematita.

Fertilidade – Âmbar, Cinábrio, Coral, Cornalina, Crisocola, Crocoíta, Lingam, Quartzo Enfumaçado, Wulfenita.

Fibroma – Cornalina, Crisocola, Malaquita.

Fome – Apatita (verde, amarela), Cornalina.

Fraqueza – Apatita, Cinábrio, Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Heliotrópio, Hematita, Magnesita, Malaquita, Peridoto, Pirita, Rubi, Turmalina Preta, Zircão.

Fraturas – Ágata Azul Rendada, Dolomita, Fluorita, Howlita, Malaquita.

Frigidez – Cornalina, Crocoíta, Uvarovita, Wulfenita.

Gagueira – Vivianita.

Gangrena – Citrino, Cuprita, Heliotrópio, Hematita.

Gases – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Peridoto.

Gastrite – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.

Gengivite – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Coral, Cornalina, Malaquita, Piromorfita.

Glaucoma – Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.

Gota – Citrino, Crisoprásio, Enxofre, Kunzita, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.

Gravidez – Amazonita, Crisocola, Smithsonita, Unakita.

Gripe e Resfriados – Água Marinha, Celestita, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Malaquita, Quartzo Azul, Topázio Azul.

Halitose (mau hálito) – Citrino, Topázio Imperial.

Hemofilia – Ágata Musgo, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Shattuckita.

Hemorragia – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Coral, Cornalina, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Malaquita, Rubi, Topázio Imperial.

Hemorróidas – Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Turquesa.

Hepatite – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Bixbita, Citrino, Coral, Enxofre, Fluorita, Granada, Hematita, Magnesita, Malaquita, Peridoto, Rubelita, Rubi, Topázio Imperial.

Hérnia – Malaquita.

Hérnia de Hiato – Citrino, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.

Herpes – Granada, Hemimorfita, Magnetita, Turquesa.

Hipertensão – Água Marinha, Celestita, Crisocola, Esmeralda, Quartzo Azul, Rubi, Topázio Azul, Turquesa.

Hipoglicemia – Ágata Musgo, Ametista.

Hipotiroidismo – Água Marinha, Azurita, Celestita, Crisocola, Cuprita, Indicolita, Kunzita, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.

Impotência – Âmbar, Cornalina, Crocoíta, Lingam, Variscita, Wulfenita.

Indigestão – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.

Infecções – Angelita, Crisocola, Madeira Petrificada, Malaquita, Obsidiana, Peridoto, Rodonita, Rubi, Thulita.

Infecções causadas por fungos – Ágata Musgo.

Infecções Linfáticas – Ágata Azul Rendada, Pedra da Lua, Sodalita, Sugilita.

Inflamações – Ágata Musgo, Água Marinha, Âmbar, Celestita, Crisocola, Euclásio, Fluorita, Galena, Granada, Hematita, Malaquita, Obsidiana, Peridoto, Quartzo Azul, Rodonita, Thulita, Topázio Azul.

Insolação – Brasilianita, Crisoberilo, Crisocola, Turquesa.

Insônia – Ametista, Fluorita, Hematita.

Intoxicações – Ágata Musgo, Calcita, Citrino, Crisocola, Diamante, Diamante Herkimer, Espinélio, Granada, Halita, Lápis Lázuli, Magnesita, Magnetita, Malaquita, Nefrita, Pedra da Lua, Peridoto, Quartzo Azul, Rubelita, Safira, Turquesa.

Irritações da Pele – Pérola, Smithsonita, Tanzanita, Turquesa.

Labirintite – Azurita, Hematita, Indicolita, Zircão.

Laringite – Ágata Azul Rendada, Água Marinha, Angelita, Celestita, Crisocola, Lápis Lázuli, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul.

Lepra – Tanzanita, Turquesa.

Leucemia – Alexandrita, Coral, Cuprita, Diopsídio, Granada, Heliotrópio, Hematita, Malaquita, Opala, Pedra da Lua, Quartzo (cristal), Quartzo Rosa, Realgar, Rubi.

Limpeza Energética – Selenita, Turmalina Preta.

Lumbago – Magnetita.

Lúpus – Água Marinha, Albita, Cuprita, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Malaquita, Realgar, Rubi, Selenita, Sugilita, Tanzanita, Turquesa.

Mal de Hodgkin – Ágata Musgo, Enxofre, Lápis Lázuli.

Mal de Meniere – Kunzita.

Mal de Parkinson – Kunzita.

Meningite – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.

Menopausa – Cornalina, Crisocola, Crocoíta, Pedra da Lua, Wulfenita.

Menstruação – Coral, Cornalina, Crisocola, Granada, Jadeíta, Magnesita, Pedra da Lua, Rubelita, Rubi, Wulfenita.

Miopia – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli.

Mongolismo – Charoíta.

Narcolepsia – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Quartzo Olho de Tigre, Rodocrosita, Selenita, Sugilita.

Náusea – Citrino, Espinélio, Granada, Kunzita, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.

Nefrite – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Cornalina, Diopsídio, Enxofre, Esmeralda, Halita, Jadeíta, Kunzita, Magnesita, Malaquita, Nefrita, Peridoto, Quartzo Enfumaçado, Rodocrosita, Safira, Serpentina, Uvarovita.

Obesidade – Apatita (verde, amarela) , Cinábrio, Topázio Imperial.

Odores do Corpo – Magnesita.

Osteoporose – Dolomita, Fluorita, Howlita, Smithsonita.

Otite – Azurita, Indicolita, Zircão.

Pancreatite – Bixbita, Citrino, Enxofre, Magnesita, Magnetita, Malaquita, Peridoto, Quartzo Enfumaçado, Topázio Imperial, Turmalina Preta.

Paralisia – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.

Parto – Ágata Musgo, Amazonita, Ametista, Crisocola, Jadeíta, Magnesita, Pedra da Lua, Rubelita, Smithsonita.

Pedras (rins) – Brasilianita, Crisoberilo, Enxofre, Malaquita, Peridoto.

Pedras (vesícula) – Brasilianita, Calcita Dourada, Crisoberilo, Enxofre, Malaquita, Peridoto.

Picadas de Insetos – Angelita, Malaquita, Peridoto, Turquesa.

Poliomielite – Selenita.

Pneumonia – Adamita, Malaquita.

Psoríase – Magnetita, Tanzanita, Zincita.

Prisão de Ventre – Citrino, Coral, Enxofre, Esmeralda, Halita, Jaspe, Magnesita, Peridoto.

Queimaduras – Ágata de Botswana, Cornalina, Crisocola, Enxofre, Hematita, Malaquita, Turquesa.

Quistos – Malaquita.

Recuperação – Apofilita, Heliotrópio, Hemimorfita, Malaquita, Smithsonita, Verdelita.

Regeneração – Ajoíta, Alexandrita, Apofilita, Hemimorfita, Smithsonita, Verdelita, Wulfenita.

Rejuvenescimento – Ajoíta, Apofilita, Hemimorfita, Smithsonita, Turquesa, Wulfenita.

Relaxamento Muscular – Amazonita, Crisocola, Crisoprásio, Diopsídio, Lepidolita, Smithsonita, Verdelita.

Retardamento – Kunzita.

Reumatismo – Calcita Verde, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Howlita, Madeira Petrificada, Magnetita, Malaquita, Topázio Imperial.

Revitalização – Calcita Vermelha, Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Malaquita, Piromorfita, Realgar, Selenita, Smithsonita, Verdelita, Zincita.

Rinite – Água Marinha, Celestita, Quartzo Azul, Topázio Azul.

Senilidade – Coral, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Smithsonita.

Sífilis – Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Diamante, Enxofre, Granada, Hemimorfita, Rubelita, Turmalina Preta.

Síndrome de Downs – Diamante, Diamante Herkimer, Fluorita, Shattuckita, Sugilita.

Síndrome de Pânico – Cornalina, Crisocola, Quartzo (Cristal Ísis), Selenita.

Sinusite – Água Marinha, Celestita, Quartzo Azul, Smithsonita, Topázio Azul, Turquesa.

Sudorese – Malaquita.

Surdez – Azurita, Indicolita, Zircão.

Tabagismo – Ágata de Botswana.

Tendinite – Calcita Verde, Lepidolita, Malaquita.

Tensões Musculares – Ágata Azul Rendada, Crisocola, Diopsídio, Lepidolita, Malaquita, Smithsonita, Turquesa.

Tifo – Cuprita, Malaquita.

Tonteiras – Azurita, Hematita, Kunzita, Malaquita, Zircão.

Toxinas – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Cuprita, Hemimorfita, Malaquita, Uvarovita.

TPM – Crisocola.

Tuberculose – Adamita, Enxofre, Magnesita, Malaquita, Turmalinas (todas).

Tumores – Ágata de Botswana, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Magnetita, Malaquita.

Úlceras – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Brasilianita, Citrino, Cornalina, Crisoberilo, Crisocola, Heliotrópio, Jaspe, Madeira Petrificada, Malaquita, Pedra da Lua, Peridoto, Quartzo (cristal), Topázio Imperial.

Varizes – Coral, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Variscita.

Vertigem – Zircão.

Vitiligo – Magnetita, Tanzanita, Turquesa.

Vômito – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Kunzita, Peridoto, Topázio Imperial.

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CRISTAIS E CHAKRAS

OS CHAKRAS CORRESPONDENTES AO CORPO FÍSICO.

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Os chakras são pontos energéticos situados em nosso corpo, a respeito dos quais já existe extensa literatura.

Vamos dar aqui um pequeno resumo e estudar a utilização dos cristais e pedras preciosas de acordo com nossos chakras.

São sete os chakras principais, e cada um deles se associa a uma cor diferente, a glândulas diferentes e a cristais diferentes. Cada chakra é um vórtice energético em forma de cone, com o vértice no interior do corpo, ligado à coluna, e a base voltada para fora. O sétimo chakra tem a base arredondada no topo da cabeça, virada para cima, e o primeiro tem a base virada para baixo, em direção ao chão. Todos os outros são cones duplos, partindo do centro (coluna) para a frente e para trás (ver ilustração). Ao utilizar as pedras sobre os chakras, vamos colocá-las na frente do corpo, mas é preciso que a pessoa em que elas estarão sendo aplicadas visualize a energia das pedras atingindo também a parte posterior de cada chakra. O cristal de quartzo pode ser utilizado em conjunto com qualquer chakra, embora, por suas características principais, seja classificado como pertencente ao chakra coronário (sétimo). Descendo da cabeça para os pés, vamos iniciar nosso estudo pelo sétimo chakra.

O Chakra Coronário (sétimo chakra)

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Situa-se na cabeça, bem no centro, e é também conhecido como coroa. Relaciona-se com a glândula pineal, sua cor é violeta, e está diretamente ligado à espiritualidade, ao contato com o Eu Superior, canalização e meditação. Fisicamente, rege nossa cabeça e o sistema nervoso central. É através do chakra coronário que entram no corpo as energias de transmutação, purificação e espiritualidade. As pedras que trabalham no sétimo chakra são as de cor branca transparente (incolores), violeta e dourada.

Branco transparente (incolor) Violeta/ Lilás Violeta e dourado Dourado Outras Cores
Apofilita Incolor Ametista Ametrino Calcita Dente de Cão Alexandrita
Calcita Ótica Charoita   Calcita Dourada Moldavita
Cristal de Quartzo Fluorita   Heliodoro  
Danburita Halita Violeta   Pirita  
Diamante Iolita      
Diamante Herkimer Lepidolita      
Dolomita Sugilita      
Escolecita Tanzanita      
Fenacita        
Goshenita        
Selenita (Gipsita)        
Topázio Incolor        
Ulexita        

Para ativar e energizar o sétimo chakra com um cristal de quartzo, sugerimos o seguinte exercício de meditação: Prepare o ambiente com incenso e música suave. Escolha a posição mais confortável para seu corpo, de preferência sentado numa cadeira de espaldar reto. Concentre-se praticando um relaxamento que se inicia pelos pés, subindo lentamente até a cabeça, e mentalize luz branca em volta de todo o seu corpo, para proteção. Segure com a mão direita um cristal de quartzo gerador ligeiramente inclinado, com a ponta direcionada a seu chakra coronário, mantendo uma distância de 10 a 12 centímetros. Feche os olhos e mentalize um raio de luz branca saindo pela ponta do cristal e penetrando em seu corpo através do chakra coronário, abrindo-o e energizando-o. Mantenha o cristal em constante movimento giratório, no sentido horário, por três a cinco minutos. Depois, baixe seu braço direito e, mantendo o cristal em suas mão e os olhos fechados, perceba quaisquer sensações, luzes, cores, imagens ou intuições. Terminada a meditação, é bom anotar as sensações para comparação com experiências futuras. Não se frustre se não houver nenhuma sensação nas primeiras experiências. Tudo vem com a prática e a regularidade, como em qualquer trabalho espiritual.

O Chakra Frontal (sexto chakra)

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Está localizado entre as sobrancelhas, e é também conhecido como terceiro olho ou terceira visão. Associa-se também com a glândula pituitária e é responsável por nossa concentração, memória, imaginação e visualizações. Pode-se compará-lo ao computador que registra em nosso cérebro as informações e sensações recebidas através do chakra coronário, para que possamos compreendê-las e dar forma a elas através de pensamentos ou imagens. Sua cor é o índigo (azul anil), e as pedras que trabalham com esse centro energético têm também esta cor. As principais são:

Apatita Azurita Calcantita Cianita Halita Azul Indicolita (Turmalina Azul) Labradorita Lápis Lazuli Papagoita Safira Azul Sodalita Vivianita

Fisicamente, este chakra e suas pedras correspondentes regem a visão, a audição, a memória, a capacidade de concentração e todas as funções cerebrais. Para energizar o sexto chakra, proceda da mesma forma que na meditação anterior, apontando o cristal ligeiramente inclinado na direção deste centro de energia. Lembre-se de visualizar a parte posterior do chakra também vibrando com esta luz. O sétimo e o sexto chakras devem ser trabalhados sempre em conjunto, começando-se pelo sétimo. Algumas das pedras do sexto chakra também agem sobre o quinto, como o Lápis Lazuli e a Indicolita. Para energizar o chakra laríngeo proceda exatamente como nos dois primeiros, modificando apenas a posição do cristal, que neste caso deverá ficar paralelo ao chão, horizontalmente apontando para este centro de energia, não esquecendo de girá-lo sempre em sentido horário e de visualizar sua parte posterior.

O Chakra Laríngeo (quinto chakra)

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O quinto chakra situa-se na região da garganta e se associa à tiróide, que por sua vez está ligada ao metabolismo do corpo. Este centro energético é responsável pela verbalização, pela comunicação de nossa verdade interior e pela respiração. Fisicamente rege a garganta, a laringe, a boca e o nariz. É através desse chakra que purificamos nossas energias. Sua cor é o azul, assim como a das pedras que aí trabalham. As mais importantes são:

Ágata Azul Rendada Crisocola
Água Marinha Euclásio
Ajoita Hemimorfita
Albita Larimar
Amazonita Quartzo Azul
Angelita Shattuckita
Calcantita Sílica Gema
Calcita Azul Topázio Azul
Celestita Turquesa

Algumas das pedras do sexto chakra também agem sobre o quinto, como o Lápis Lazuli e a Indicolita.

Para energizar o chakra laríngeo proceda exatamente como nos dois primeiros, modificando apenas a posição do cristal, que neste caso deverá ficar paralelo ao chão, horizontalmente apontando para este centro de energia, não esquecendo de girá-lo sempre em sentido horário e de visualizar sua parte posterior.

O Chakra Cardíaco (quarto chakra)

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Localiza-se bem no centro do peito, entre os mamilos. É associado ao timo e é nele que se concentra a energia do Amor Incondicional, nossa fonte vital. É responsável também pela saúde e vitalidade do corpo físico, o coração e os pulmões. Sua cor é o verde, e as pedras a ele associadas são verdes (representando a cura e a energia vital) ou cor-de-rosa (representando o Amor).

Verde Rosa Verde e rosa Translúcida
Ágata Musgo Calcita Rosa Jade do Transvaal Opala
Apatita Verde Cobaltocalcita (Afrodite) Turmalina Melancia Pedra da Lua
Aventurina (Quartzo Verde Halita Rosa    
Apofilita Verde Kunzita    
Brasilianita Morganita    
Calcita Verde Quartzo Rosa    
Crisoberilo Rodocrosita    
Crisoprásio Rubelita (Turmalina Rosa)    
Diopsídio Smithsonita Rosa    
Dioptásio      
Esmeralda      
Hiddenita      
Jade (Jadeíta e Nefrita)      
Malaquita      
Peridoto      
Serpentina      
Smithsonita Verde      
Uvarovita      
Variscita      
Verdelita (Turmalina Verde)      
Vesuvianita      

As pedras de cor rosa trabalham diretamente com a energia do Amor Incondicional e promovem tranquilidade e paz ao coração. As verdes trabalham com a energia da cura, da saúde, da vitalidade, do amor físico e da prosperidade. A Turmalina Melancia é bastante especial por conter as duas cores básicas deste chakra, representando-o em sua totalidade. O chakra cardíaco é especialmente importante por ser o ponto central de nosso corpo, separando (e unindo) os chakras superiores (quinto, sexto e sétimo), que regem a espiritualidade, dos inferiores (primeiro, segundo e terceiro), que regem o físico. Para energizá-lo e ativá-lo, proceda como das vezes anteriores, mantendo o cristal paralelo ao chão, na posição horizontal, com a ponta direcionada ao quarto chakra, e visualize também um raio de luz branca saindo de dentro deste seu centro de energia, encontrando-se e unindo-se ao feixe de luz que sai pela ponta do cristal.

O Chakra do Plexo Solar (terceiro chakra)

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Este chakra se localiza de quatro a seis centímetros acima do umbigo. Controla toda a nossa energia emocional e é fortemente ligado ao Ego individual. Fisicamente rege o aparelho digestivo. Não é por coincidência que problemas emocionais sempre causam problemas digestivos. A emoção e a digestão estão intimamente ligadas. A cor do terceiro chakra é o amarelo e ele se associa diretamente ao pâncreas. As pedras que aí trabalham também são amarelas, destacando-se:

A energização e a ativação do plexo solar são feitas da mesma maneira que as anteriores, ficando o cristal na posição horizontal.

O Chakra Sexual (segundo chakra)

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O chakra sexual situa-se três a quatro centímetros abaixo do umbigo, e trabalha com a energia sexual e a criatividade. É ligado também à produção da adrenalina, e ao amor do homem pela Terra e pela Natureza. Tudo que criamos em nossa mente se ativa para manifestação através deste centro de energia. Fisicamente rege os órgãos sexuais. Sua cor é laranja, assim como a das pedras que lhe correspondem:

Andaluzita Calcita Laranja Coral Crocoita Cornalina
Opala de Fogo Orpimento Vanadinita Wulfenita  

Siga o mesmo processo de energização e ativação dos chakras anteriores, posicionando o cristal inclinado levemente com a ponta direcionada ao segundo chakra. Ao visualizar a luz branca entrando em seu corpo através do chakra sexual, faça com que ela se espalhe em círculos concêntricos por toda a região abdominal.

O Chakra Básico (primeiro chakra)

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O chakra básico fica situado na direção da base da coluna, bem acima dos órgãos de reprodução, e se relaciona com a parte inferior do corpo, os pés, o ancoramento e os instintos físicos. É através dele que plantamos nossos pés no chão e nos relacionamos com o mundo físico. Sua cor é o vermelho e as pedras que com ele se relacionam são vermelhas, marrons, cinzas, pretas ou multicoloridas.

Vermelho Marrom/Cinza/Outras Cores Preto
Bixbita Ágata de Botswana Crisântemo
Calcita Vermelha Boji Stone Obsidiana
Cinábrio Galena Ônix
Cuprita Howlita Turmalina Preta
Espinélio Jaspe Paisagem  
Granada Jaspe Pele de Leopardo  
Hematita Lingam  
Heliotrópio (Bloodstone) Madeira Petrificada  
Jaspe Vermelho Magnesita  
Quartzo Vermelho Magnetita  
Realgar Quartzo Enfumaçado (Fumê)  
Rodonita Quartzo Olho de Falcão  
Rubi Quartzo Olho de Tigre  
Rutilo Quartzo Rutilado  
Thulita Quartzo Turmalinado  
Zincita Unakita  
Zircão    

As pedras vermelhas se relacionam diretamente com o sangue e a circulação. As pretas são de proteção contra a negatividade. Todas, de qualquer cor, proporcionam ancoramento. Para ativação e energização, proceda como nas meditações anteriores, mantendo o cristal ligeiramente inclinado com a ponta direcionada ao chakra básico. Importante: não gire o cristal, mantenha-o imóvel enquanto apontado para este centro energético. Os exercícios de meditação para ativação e energização dos chakras devem ser praticados com regularidade, até que você consiga sentir reações nas áreas correspondentes aos chakras. É importante anotar o que acontece durante e após os exercícios e tentar reconhecer sua influência no cotidiano. Não espere nem procure resultados imediatos. Como em todas as coisas na vida, só com a prática e a regularidade nos exercícios é que se chega a reconhecer os resultados.

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PLANTAS DE PODER

Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos deu uma completa farmácia natural.

DEUS DISSE:

“Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra e todas as árvores frutíferas, contendo em sí mesmas a sua semente, para que vos sirva de alimento”

Genesis 1,29

Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos uma completa fármácia natural. Umas alimentam, outras nos perfumam, outras nos purificam, nos calmam, nos dão prazer, etc. Porém, algumas plantas transportam a mente humana a regiões de maravilhas espirituais, alterando a nossa consciência, levando-nos ao Mundo Profundo, reconectando-nos com os nossos ancestrais.

A pergunta que os vegetalistas mais encontram é a seguinte:

– Para que é necessário tomar uma substância para encontrar a Deus ? Essa cansativa pergunta pode ser respondida por respostas cansativas, tais como :

O que seria do vermelho, se todos gostassem do azul ?
A casa do Meu Pai tem muitas moradas…
Todos os caminhos nos levam a Deus…. e por aí vai..

Quero começar tirando os rótulos: alucinógeno, drogas…

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O uso de Plantas Sagradas vem fazendo parte da experiência humana há milênios. Não podem nunca serem confundidas com drogas que causam a dependência e colocam em risco a saúde de quem as usa. A Planta é criação de Deus, a droga é uma criação humana.

As Plantas de Poder são ingeridas em rituais. Obedecem a preceito mágico-religiosos e proporcionam cura, autoconhecimento, expansão da consciência.

Com as obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas de poder, para a expansão da consciência, mas há sinais de sua utilização em Escrituras Sagradas. Sabe-se por exemplo que os sacerdotes védicos se utilizavam do Soma para entrar em contato com o Reino Celestial, que o Rei Salomão era mestre no conhecimento de algumas plantas de poder. Os druidas tomavam uma poção que lhes conferia força e coragem, mas, foi entre os primitivos, os indígenas que se têm um relato mais preciso de sua utilização.

Conhecidas atualmente como plantas enteógenas ( entheos = Deus dentro ) são também reconhecidas como; Plantas Mestres, Plantas Professoras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder, Plantas Sagradas.

As plantas de Poder, em suas diferentes espécies, participaram e participam de cerimônias rituais em todos os continentes. Com o advento das obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas para expansão da consciência, porém há sinais de sua utilização em muitas escrituras sagradas.

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Atualmente, existem comunidades religiosas que se utilizam de Plantas de Poder, como sacramento de seus rituais tais como; a Igreja Nativa Americana que se utiliza do Peiote ( Don Juan ) ; o Catimbó, da Jurema; a Ganja entre os Rastafaris, O Santo Daime, a União Vegetal, e a Barquinha, da bebida Sacramental conhecida no Peru como Ayauasca, e nas matas brasileiras com os nomes; iagé, nixi honi xuma, caapi.

As Plantas de Poder aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e transportam o praticante para outras camadas vibracionais ou dimensões. A experiência é individual, algumas pessoas tem visões, outras canalizam mensagens, fazem regressões, recebem insights, recebem soluções para seus problemas com maior claridade, percebem as causas de suas doenças, recebem cura, se conectam a arquétipos, aos mitos, aos medos, traumas, símbolos que estão no inconsciente coletivo, visualizam entidades, viajam astralmente, etc..

O uso ritualístico de Plantas de Poder, proporciona, sem dúvida, uma experiência místico-religiosa de beleza incomparável, proporcionando o samadhi, o êxtase, o nirvana, o encontro com o Eu Superior, o transe.

Gostaría de ressaltar uma pequena preocupação com relação ao uso de cogumelos e plantas sagradas, sabemos que estas plantas foram utilizadas por nossos ancestrais. Nós civilizados, que temos uma alimentação cheia de aditivos quimicos, onde reina, por exemplo, esse mundo dos refrigerantes, pricipalmente as “colas”,sei que nossos organismos não são puros e contaminados por corantes, conservantes, agrotóxicos e etc… Será que os nossos ancestrais suportavam melhor estas plantas pois seus organismos eram mais puros e naturais?

É óbvio que se observamos uma dieta, a experiência torna-se mais plena. E isso acontece na medicina também. Nos pós-operatório os médicos já vão recomendando uma certa dieta, na recuperação dos pacientes também há dietas. Porém, cada organismo é um. Eu conheço casos de pessoas que comem carne antes de irem para o trabalho espiritual. Assim como se você briga, discute, fica externando raiva de alguém, sua experiência muda. Alguns trabalhos no Perú exigem uma dieta de 7 dias, outros, antes de tomarem enteógenos passam por “purgas”.

Outro fator : O uso de plantas sagradas tende a fazer com que as pessoas passem a querer consumir produtos mais saudáveis. Quanto aos químicos, conheço muitos casos, nestes anos todos em que tive a graça de conhecer “as Plantas Sagradas”, de pessoas que largaram dependências químicas, vícios de álcool, etc. Lembrando que as Plantas possuem um poder depurativo, ou sejam elas provocam limpeza, quando acham algo a ser limpado. Tanto no corpo, como na mente, nas emoções e no espírito.

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Alerta – A busca pelas Plantas de Poder pode ser perigosa. Não são todos os que dizem conhece-las, que as conhecem realmente. As Plantas de Poder só trazem resultados benéficos, se utilizadas dentro de um fundamento espiritual. Consagradas em rituais e preparadas de forma correta.

               O texto abaixo é de Terence Mackenna foi um dos mais importantes e divertido estudioso de plantas enteógenas e visionário da América :

“A história humana tem sido uma corrida de quinze mil anos, desde o equilíbrio no berço africano até a apoteose de desilusão, desvalorização e morte em massa no século XX. Agora estamos no limiar do vôo estelar, das tecnologias de realidade virtual e de um xamanismo renascido que anuncia o abandono do corpo do macaco e do grupo tribal que sempre foram nosso contexto.

A era da imaginação está surgindo. As plantas xamânicas e os mundos que elas revelam são mundos dos quais imaginamos que viemos há muito, mundos de luz, poder e beleza que, de um modo ou de outro, estão por trás das visões escatológicas de todas as grandes religiões do mundo. Podemos reivindicar esse legado pródigo assim que pudermos refazer nossa linguagem e a nós mesmos.

Refazer nossa linguagem significa rejeitar a auto-imagem que herdamos da cultura dominadora – a imagem de uma criatura culpada pelo pecado, e portanto merecendo a exclusão do paraíso. O paraíso é nosso direito por nascença, e pode ser reivindicado por qualquer um de nós.

A natureza não é nossa inimiga, para ser estuprada e conquistada. A natureza somos nós, para ser investigada e tratada com carinho. O xamanismo sempre soube disso, e sempre, em suas expressões mais autênticas, ensinou que o caminho requer aliado. Esses aliados são as plantas alucinógenas e as misteriosas entidades mestras, luminosas e transcendentais, que residem na dimensão próxima, dimensão de beleza e compreensão extática que negamos até quase ser tarde demais.

Agora podemos nos dirigir para uma nova visão de nós mesmos e de nosso papel na natureza. Somos a espécie adaptável a tudo, somos os pensadores, os fazedores, os solucionadores de problemas

Trecho extraído do livro do meu querido amigo, o antropólogo Edward McRae: “Guiado Pela Lua “. – Ed. Brasiliense :

“O uso de psicoativos para variados fins, mas principalmente na busca da cura e contato com o divino, ocorre historicamente em muitas regiões do mundo. Os textos sagrados da Índia e os poemas épicos de Homero, na Grécia, trazem relatos sobre o uso de plantas e outras substâncias naturais para provocar alterações de consciência. Até em regiões tão ermas quanto a Sibéria usou-se cogumelos para fins xamânicos.

Entretanto, é nas Américas que se concentra o maior número dessas substâncias, e onde até hoje mais freqüentemente se faz uso delas. Seu emprego nesta região do mundo está ligado mais a fins sagrados, na recreacionais, para validar ou retificar a cultura, e não como uma maneira de temporariamente escapar dela. É possível que a maioria das tribos indígenas da região da bacia do Amazonas e do Orenoco use preparados feitos de uma ou mais plantas psicoativas em funções centrais da sua vida religiosa e cultural.

De todas as plantas, a que tem seu uso mais difundido é a Banisteriopsis, cujas variedades, caapi, quitenses e inebrians são utilizadas no preparo da ayahuasca. As receitas dessa bebida variam, e os diversos grupos adicionam a ela diferentes ervas, dependendo de suas tradições e dos fins a que ela se destina. Geralmente incluem a Diploterys Cabrerana, a Psychotria Carthaginensis ou mais comumente, a Psychotria viridis, que se crê eficientes em reforçar e sustentar as visões provocadas.”

Comentários do médico francês Jacques Mabit, estudioso da ayahuasca, fundador Takiwasi – Centro de Reabilitação de Toxicômanos e de Investigação de Medicinas Tradicionais, em Tarapoto – Peru :

“O vocabulário “alucinação”, amplamente utilizado, possui um claro sentido depreciativo que prejudica a questão a debater. Parece-nos mais apropriado em tal debate falar de “visão” e de “ver” para designar as percepções mentais experimentadas em uma sessão de Ayahuasca, cobrindo assim não sómente a imaginação mental, principal, mas também as percepções atribuídas aos outros sentidos. Não se qualifica de alucinação uma visão que conduza a uma ação eficiente ou operatória permitindo ao sujeito dominar melhor o seu universo interior. O “ver” não é experimentado como uma compreensão de ordem intelectual, mas como um entendimento imediato, global e instantâneo que mobiliza todos os sentidos e funções. A visão se manifesta do mesmo modo que um insight.

O mundo visionário das plantas oferece ampliar o panorama mental do sujeirto ocidental e em lugar da uniformização triste, linear e monótona de sua excessiva mentalização racional, outorgar-lhe uma abordagem renovada da vida em todas a sua amplitude, descobrindo-lhe realidades múltiplas ou múltiplos olhares sobre a realidade, com maior integração de seu corpo e de seu coração, de sua materialidade e sua afetividade “

        Comentários do Padrinho Alex Polari de Alverga, Diretor de Comunicação do CEFLURIS – Santo Daime, fundador da Comunidade Céu da Montanha em Mauá -RJ

“Algumas teorias especulam que, na aurora dos tempos, as plantas divinatórias foram o fruto proibido que influiu decisivamente na passagem da semiconsciência biológica para a consciência humana, trazendo com ela a faca de dois gumes do livre-arbítrio. Ajustou-se assim o espírito à matéria e consumou-se a queda do espírito na carne.

Estamos no crepúsculo desse mesmo tempo e não é a toa que a relação entre mente, consciência e espírito, trazida a baila pelo uso de plantas de poder, esteja hoje tão presente em nossa civilização, confundida pela desinformação e pelo preconceito com uma das questões mais inquietantes dessa nova civilização : as drogas.

Pessoalmente acho positivo o fato das plantas de poder não serem uma unanimidade. Se assim fosse, talvez não houvesse plantas para todos, e a ciência se apropriaria desse conhecimento, do mesmo jeito que quer fazer hoje com a acupuntura e outras práticas naturais.”

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FOLHAS E PLANTAS MÁGICAS

clips do livro de Sangirardi Jr. ” Os índios e as plantas alucinógenas “

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A palavra droga tem, hoje em dia, uma carga semântica negativa, de condenação, medo, curiosidade mórbida. Droga em grego é pharmakon , quer dizer remédio, medicamento, mas também é veneno. É o nome dado a Platão à bebida que matou Sócrates.

Em inglês o termo drug é o termo que serve tanto para remédio como para veneno. A Organização Mundial de saúde definiu : ” Dependência de droga é o uso habitual e compulsivo de qualquer droga narcórtica, de maneira que ameace a segurança e o bem-estar do próprio dependente ou de terceiros. ” Narcótico, é um termo genérico, que designa substância que produz estupor ou letargia e pode, inclusive, aliviar ou suprimir a dor.

O Bulletin on Narcotics, editado pelas Nações Unidas, já publicou inúmeros trabalhos sobre o hábito de mascar folhas de coca, o qual, além de não levar à narcose, tem efeito justamente oposto, o de eliminar sono e cansaço. Já o álcool, que pode até provocar sono comatoso, jamais foi chamado de narcótico, pois é uma das drogas sacramentadas pela civilização ocidental.

Para aumentar a confusão, entra em cena a palavra tóxico, que significa veneno, mas que adquiriu um sentido tão amplo quanto da palavra narcótico. Droga e tóxico passaram a ser palavras irmãs. Maconha é sinônimo de horror e delinqüência; cigarro de elegância e bom gosto ( hoje em dia já mudamos isso, ainda bem !).

Os meio de comunicação noticiam com destaque a prisão de maconheiros; mas veiculam insidiosas propagandas de cigarros e álcool. A sociedade combate a maconha como se fosse uma ” erva maldita ” e pune o seu uso. Mas permite que seja anunciada amplamente as bebidas alcoólicas. Não é um aguardente que o povo bebe, mas produtos falsificados pela ganância, na alquimia de fabricantes. A cachaça tem ação devastadora na saúde dos subalimento bóias frias, colonos de fazendas, operários de fábricas. E os alcoólatras se multiplicam na fermentação da miséria. Os ébrios apodrecem em vida nas sarjetas das grandes cidades.

Por que os que se empenham em combater tóxicos não começam pelos mais graves ? Basta olhar à volta, para constatar a gigantesca quantidade de tóxicos que ameaçam a saúde e a vida de nosso povo, em terra, nas águas, no ar.

Em terra, tóxicos oriundos de detritos, resíduos, podridões – a semeadura de imundices feita pela ganância do homem “civilizado” . Nos alimentos, tóxicos provenientes de substâncias químicas, produtos de conservação, defensivos agrícolas (agrotóxicos), toda uma tecnologia a serviço do lucro, através da adulteração e da fraude.

Rios, mares e lagos estão morrendo sob ação de tóxicos oriundos de esgotos, resíduos industriais, lixo, enfim, os restos pestilentos da civilização. Os ares estão envenenados pelos tóxicos de emanações deletérias, incluindo a fumaça das chaminés das fábricas e dos veículos motorizados.

Derrubam florestas e plantam dinheiro. A especulação imobiliária devasta e desumaniza. Aniquila-se a flora e a fauna, de norte a sul do país. Conseqüência : alternam-se, com intensidade crescente, secas flagelantes,e inundações diluviais. É a guerra total contra a ecologia. Seus comandantes decretaram a morte do índio – o homem da terra – enquanto desenvolvem a estratégia do “progresso”, cujas ações táticas multiplicam os tóxicos.

Missões salesianas no vale do Rio Negro, impunham, através de missionários a abolição de plantas de poder ( alucinógenos) consumidos ritualmente em cerimônias tradicionais. Abolir essas plantas é destruir a religião, pois impossibilita as práticas xamanísticas e impede que o índio se comunique diretamente com a divindade. Destruir a religião é um complexo cultural de importância básica, inclusive como fator de união tribal e intertribal. E o aniquilamento desse complexo vem ajudar o domínio do silvícola pelo homem branco.

O complexo das drogas é determinado pelo complexo cultural. Entre os maometanos o álcool é abominável e a maconha (haxixe), tranquilamente permitida. Entre nós a maconha é execrada e o álcool é amplamente institucionalizado.

Para o branco a droga fragmenta a personalidade : é um vício e um processo de fuga. Para o índio, a droga provoca uma comunhão com a divindade e a volta às mais profundas raízes ancestrais; é um processo de integração.

A rapidez e a amplitude da difusão das drogas entre os brancos teve como causa principal a ambição do lucro, que o índio desconhece. Em todas as nações indígenas, as drogas são sagradas, oriundas dos vegetais hierobotânicos. E o seu consumo é sempre cerimonial, em ritos determinados por tradição milenar.

O médico feiticeiro indígena, revelou ao homem branco importantes descobertas no reino vegetal, como as plantas de poder, que ampliaram e aprofundaram o campo das pesquisas em psicologia e psiquiatria.

O pajé, xamã ou medicine man tem a autoridade de quem conhece o efeito das plantas. E conhece porque também consumiu e consome as plantas que ministra. O mesmo tipo de conhecimento foi adquirido, modernamente, por notáveis cientístas, que fizeram auto-experiência.

O homem quer erguer-se da lama da terra. E alcançar as estrelas. E entrar em contato com seus deuses. Recorre então as ervas do sonho. A posse de plantas mágicas vem de muitos séculos, através de gerações. É legado de pioneiros que desbravaram o desconhecido. Os que ingeriram pela primeira vez cascas de árvores, folhas, flores, frutos, sementes, raízes – puros, triturados em infusões, para que se aprendesse a distinguir as espécies e quais as partes dos vegetais com poderes psicoativos.

Cada planta mágica abriga um espírito, cuja força o índio absorve, ingerindo o vegetal ou uma de suas partes. Essa força propicia o sono divinatório, as imagens (visões), o mistério das visões, a presença dos mortos, as revelações dos espíritos, enfim, o contato com o sobrenatural. Essa forca é o mana dos polinésios e dos antropólogos. É também o pneuma do Velho Testamento – sopro, vida, Espírito Santo.

Para o índio, um princípio inteligente habita o reino vegetal. Está presente em cada espécie. Esta crença está cientificamente comprovada. Toda a planta psicoativa é sagrada. E toda a planta sagrada só é consumida ritualmente.

PLANTAS QUE CURAM

A antropóloga Beatriz Caiuby Labate é uma voz altiva e ativa no universo da pesquisa acadêmica brasileira sobre o uso das plantas de poder e, em especial, da ayahuasca (1). Aos 33 anos, Bia Labate já trilhou boa parte do vasto território-alvo de sua pesquisa e, literalmente, colocou o pé na estrada, nos últimos nove anos, viajando pelo Brasil, Peru, Colômbia, México e África.

Suas andanças, em busca da gênese e da história de distintas culturas e agrupamentos que fazem uso tradicional ou contemporâneo das plantas psicoativas, lhe renderam a co-organização do livro O Uso Ritual da Ayahuasca (Mercado de Letras, 2002), onde conseguiu reunir, numa edição virtuosa, a palavra de xamãs, vegetalistas, etnólogos, cientistas sociais e psiconautas (pesquisadores empíricos e científicos de psicoativos), tornando-se referência no campo de estudos sobre as religiosidades urbanas contemporâneas e o psicodelismo.

Seu mais recente livro, A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos (também editado pelo Mercado de Letras, 2004), recebeu o prêmio de melhor trabalho de mestrado, em 2000, pela Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais – ANPOCS

       Plantas que Curam

As plantas psicoativas têm sido utilizadas há cinqüenta mil anos pela humanidade, em diferentes culturas e épocas, sendo objeto de culto e reverência ou de demonização. A paixão que despertam revela-se, em primeiro lugar, pela própria maneira de nomeá-las. Alguns pesquisadores têm criticado o termo científico alucinógeno, por sugerir uma percepção falsa e ilusória da realidade. Uma opção adotada tem sido enteógeno, originário do grego antigo, com o significado de “Deus dentro” ou “o que leva o divino para dentro de si”. Outra, mais ligada à contracultura, é psicodélico, “aquilo que revela o espírito ou alma”. Alguns preferem utilizar termos nativos, como é o caso de plantas professoras, expressão característica do vegetalismo peruano, ou adotar denominações que sublinhem as dimensões neurofarmacológicas comuns às várias substâncias, como a proposta por Michael Winkelman, plantas psicointegradoras, aquelas que “integram os hemisférios direito e esquerdo do cérebro”.

As diversas populações que fazem uso dessas substâncias consideram, em geral, que elas são habitadas por um espírito, uma “mãe”, um “dono” — com o qual podemos nos comunicar e aprender. Elas seriam, portanto, um espírito-planta. Um traço comum aos variados contextos é a crença de que, por meio dessas substâncias, é possível estabelecer contato com o mundo espiritual, com os seres divinos, e transcender as fronteiras da morte. Historicamente, o uso de tais psicoativos tem sido associado ao reforço da identidade étnica, à promoção da coesão social, à transmissão de valores culturais, à produção artística, à morte simbólica do ego, ao autoconhecimento, à resolução de conflitos sociais, à guerra, à feitiçaria, à caça, ao poder político e cósmico, à metamorfose em animais e à divinação, entre outros.

Uma das dimensões centrais das plantas de poder é a sua conexão estreita com os sistemas de cura, seja através da figura do xamã, seja através das religiões institucionalizadas. A cura propiciaria uma conexão holística entre processos mentais, emocionais e espirituais — mesmo porque, em alguns dos contextos onde estas substâncias são consumidas, tais esferas são consideradas inseparáveis. A ciência norte-americana dos anos 50 e 60 desenvolveu diversas pesquisas e experimentações sobre as virtudes médicas e terapêuticas dos psicoativos, sobretudo antes da proibição legal do LSD nos EUA, em 1966. Entretanto, o tema permanece ainda pouco estudado, além de fortemente estigmatizado.

Os assim chamados estados alterados de consciência não são provocados apenas por substâncias químicas. Eles também podem ser produzidos por estímulos auditivos, jejuns nutricionais, isolamento social e deprivação sensorial, meditação, estados de sono, abstinência sexual, comportamento motor intensivo, opiáceos endógenos e estados mentais resultantes de alterações na neurofisiologia ou química corporal. Vamos nos deter aqui sobre duas plantas que têm sido usada ritualmente, na África e na América do Sul, como formas de transe e cura, a iboga e a ayahuasca, tentando compreender os seus múltiplos contextos de uso e aplicações.

Tabernanthe iboga

Trata-se de um arbusto com uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. A que mais tem interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada nos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo, Angola e Guiné Equatorial. Seu principal alcalóide é a ibogaína, extraída da casca da raiz.

Algumas espécies animais, entre as quais os mandris e os javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. Imagina-se que os pigmeus descobriram a eboka (iboga) observando o comportamento desses animais. Até hoje, estas populações utilizam a iboga em seus ritos.

Em 1901, a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícia de que ela teria sido usada no Ocidente desde o início do século XX, no tratamento de gripe, neurastemia, doenças infecciosas e relacionadas ao sono.

Em 1962, Howard Lotsof, um jovem dependente de heroína, acabou descobrindo, por acaso, a iboga na África. Após uma viagem astral de 36 horas, relatou que perdeu o desejo de consumir heroína por completo. Em 1983, Lostsof relatou as propriedades antiaditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, anfetamina, etanol e nicotina. Fundou o International Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma farmacoterapia experimental que faz uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito dura dois dias, haveria uma atenuação severa dos sintomas de abstinência e uma perda do desejo de consumir drogas por um período mais ou menos longo de tempo.

Atualmente, a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do Buiti na Guiné Equatorial, Camarões e, sobretudo, no Gabão, onde membros importantes das hierarquias políticas do país são adeptos do culto. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também se atribuem propriedades medicinais às folhas, à casca do tronco e à raiz. No Gabão, a raiz e a casca da raiz são encontradas facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas — uma parte desse conhecimento permanece secreto. Segundo depoimentos que colhi nos Camarões em 2001, ela é empregada no tratamento da depressão, da picada de cobra, da impotência masculina, da esterilidade feminina, da AIDS e também como estimulante e afrodisíaco. De acordo com as crenças locais, seria eficaz, ainda, sobre as doenças místicas, como é o caso da possessão.

Existem dois tipos de Buiti: o tradicional, que rejeita o cristianismo, e o sincrético, o mais difundido. O primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado, por sua vez, aos Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Esses grupos elaboraram durante o século XIX um culto dos mortos, o Buiti tradicional. O Buiti sincrético ou Fang foi formado por ocasião da primeira guerra mundial. Ele é produto de influências do Buiti tradicional, do culto ancestral, característico dos Fang, o Bieri (que utiliza uma outra planta psicoativa) e da evangelização cristã. Existe, ainda, um outro culto que utiliza a iboga, o Abri, até hoje pouco investigado. Esse último é comandado por mulheres e dedica- se ao tratamento de doenças por meio da iboga e de outros vegetais medicinais.

A religião buitista contempla um rito de iniciação que dura três dias. Na abertura, o candidato confessa seus pecados e toma um banho ritual. Ele passa, então, a ingerir, em jejum, uma enorme quantidade de iboga (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.

A iniciação tem como objetivo produzir um suposto coma induzido — os estudiosos ainda não conseguiram defini-lo com precisão. De acordo com os adeptos, em algum momento o espírito sai do corpo e viaja para o plano da criação. Podem-se receber revelações, curas de enfermidades ou comunicar-se com os ancestrais. A citar (harpa sagrada) orienta a viagem e traz o espírito de volta. Terminada a cerimônia, o indivíduo — renascido com uma nova identidade, bandzi, ‘aquele que comeu’ – deve relatar suas visões ao grupo.

Podem ocorrer mortes nos rituais de iniciação do Buiti. Segundo os líderes, isto pode acontecer devido a diversos fatores, como a incompetência do guerriseur, a administração da planta a um doente muito debilitado ou, ainda, pelo fato de o paciente ser um bruxo. Os Fang conhecem uma folha-antídoto (Ebebing) que anula o efeito da iboga.

A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz perda do equilíbrio corporal, tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos com ratos e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos, na medida em que é a única substância conhecida que age diretamente sobre o suposto mecanismo da dependência no corpo humano. Entretanto, não se conhece ao certo seu grau de eficácia e não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cure a dependência química; há apenas evidências anedóticas.

Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo assim, têm sido adotados clandestinamente. No Panamá, a instituição liderada por Lotsof cobra 15 mil dólares; na Itália, o custo é de 2.500 dólares, e, nos EUA, o tratamento varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel, a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da síndrome de pós-guerra que afeta os soldados.

De acordo com o médico italiano Antonio Bianchi, a ibogaína age sobre uma enorme quantidade de receptores neuronais. Sua característica fundamental é sua ação sobre a NMDA (N-metil-D-aspartate). Esses receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do nosso corpo físico. Se esses receptores forem bloqueados, a pessoa construirá uma imagem do “eu” que não está relacionada com o eu físico, ou seja, sentir-se-á fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da viagem astral, o ponto de encontro entre as concepções religiosas e as científicas. Nessas condições, o homem tende a construir aquilo que é definido como uma bird-eye image, assumindo uma projeção de si mesmo a partir de uma posição do alto — experiência também recorrente nos relatos da ayahuasca.

Banisteriopsis caapi

o xamanismo indígena e o vegetalismo

A palavra ayahuasca pertence à língua quéchua. De acordo com estudiosos, “Aya” quer dizer dead person, soul, spirit e “Waska” significa cord, liana, vine. Assim, poder-se-ia traduzir ayahuasca em português como corda (liana, cipó) dos mortos (da alma, dos espíritos). A ayahuasca geralmente consiste na infusão do cipó Banisteriopsis caapi e do arbusto Psychotria viridis. Podem-se acrescentar mais de trinta outras espécies ao cipó, como a folha de outro cipó, Diplopterys cabrerana, conhecida na Colômbia como chagro panga.

O arbusto Psychotria viridis contém um princípio ativo, a DMT (N, N, Dimetiltriptamina), que tem semelhança estrutural com a serotonina, um importante neurotransmissor do sistema nervoso central. Quando administrada por via oral, a DMT é decomposta pela monoaminoxidase (MAO), tornando-se inativa. O cipó contém alcalóides beta-carbolinas: a Harmina, a Harmalina e a Tetrahidroharmina. Esses alcalóides inibem a atuação da enzima de MAO, o que evita que esta inative a DMT contida na folha. Assim, a interação entre esses alcalóides e a DMT permite que a bebida produza alterações no corpo.

Cerca de setenta grupos indígenas fazem uso da ayahuasca na Amazônia Ocidental, geralmente associado ao xamanismo. A bebida possui um papel central na organização social e simbólica dessas populações. Em muitos casos, o mito de origem da ayahuasca ou yagé é o mesmo que narra o aparecimento daquele determinado grupo étnico na Terra. Durante a experiência, os participantes revivem cenas mitológicas que confirmam suas crenças e introjetam valores e comportamentos socialmente sancionados. A experiência ayahuasqueira está ligada também ao destino post-mortem.

O consumo indígena do cipó tem a ver com várias dimensões da vida social — aqui nos interessa, em particular, os seus usos medicinais, como o diagnóstico e a cura de doenças. No Peru, a bebida é conhecida também como la purga, devido às suas características de desintoxicação; em certas regiões da Colômbia, é denominada el remedio. Estudiosos levantam hipóteses de que o chá contenha propriedades eméticas, antimicrobianas e anti-helmínticas, o que o tornaria efetivo no combate a vermes ascáridos e protozoários. Os praticantes afirmam que a ayahuasca é útil no combate a males naturais e mágicos.

Generalizando aspectos comuns aos vários contextos indígenas, podemos afirmar que o xamã localiza, durante o transe, através de suas visões, o mal que causa a doença e/ou o responsável por ela (no caso da feitiçaria). Ele combate espíritos malignos, captura a alma do doente de volta e, por meio da sucção, retira o objeto patogênico. Dependendo do contexto, apenas o xamã toma a bebida, ou ambos, curandeiro e paciente, comungam da mesma. O tabaco é altamente estimado e, geralmente, acompanha as sessões de cura. É considerado purificador do corpo e comida dos espíritos. Outras plantas podem ser usadas, dependendo do problema.

A explicação antropológica convencional postula que o xamanismo medicinal indígena foi transportado para as populações das pequenas cidades na orla da selva, adaptando-se ao contexto de urbanização. Porém, autores como Peter Gow têm sugerido que o xamanismo ayahuasqueiro ligado à cura, tal como o conhecemos hoje, seria, de fato, freqüentemente, uma importação da cidade para a floresta, sendo menos significativo nas zonas mais marginais ao processo de contato colonial no espaço do capitalismo internacional da borracha.

O autor se refere a outra modalidade de consumo do cipó, o vegetalismo, praticada sobretudo por populações mestiças. Este fenômeno foi estudado pelo antropólogo Luis Eduardo Luna — trata-se de uma forma de medicina popular à base de vegetais, cantos e dietas. Os vegetalistas são curadores das populações rurais do Peru e da Colômbia que mantêm elementos dos antigos conhecimentos indígenas sobre as plantas, ao mesmo tempo em que absorvem influências do esoterismo europeu e do meio urbano. São procurados para sanarem problemas emocionais, físicos, psicológicos e somáticos, vícios, má sorte, questões amorosas, susto (medo que gera a perda da alma), daño (ataque prejudicial de terceiros) e mal de ojo (inveja), entre outros. Os pacientes não se envolvem necessariamente com as atividades do curandero — apenas alguns se dedicam ao aprendizado.

A iniciação do vegetalista é marcada por uma série de rígidas restrições alimentares e abstinência sexual, além da ingestão de uma boa quantidade de plantas psicoativas — a idéia é que o aprendiz adquire no próprio corpo a força das plantas que ingeriu nos períodos de dieta, absorvendo os espíritos dessas plantas e contatando outros espíritos protetores, os quais devem ser respeitados, pois geralmente são muito ciumentos. Durante esse processo, ele aprende os icaros — melodias ou cantos mágicos que os espíritos das plantas lhe ensinam e que representam a essência de seu poder. O ícaro possui relação estreita com o conteúdo das visões experienciadas e tem diversas propriedades, entre elas a capacidade de transportar para o vegetalista qualidades da planta evocada, curar ou prejudicar pessoas. Os curandeiros afirmam que a ayahuasca lhes ensina os idiomas indígenas dos cantos que cantam.

Uma das principais ferramentas do vegetalista é o arkana, uma espécie de armadura mágica que o protege. Outra dádiva recebida dos espíritos é uma substância chamada yachay ou mariri, secreções que o vegetalista armazena no seu corpo. Ele fuma ou traga o tabaco para regurgitar esta gosma grossa, que o auxilia a extrair objetos enviados por feiticeiros rivais, posteriormente cuspidos. Outra arma de defesa e ataque são os virotes, setas mágicas com formas variadas (de espinhos, insetos, penas, ossos) que ficam alojadas atrás do pescoço ou na espinha vertebral do praticante e podem ser enviadas a distância.

As sessões são à noite e duram várias horas. O vegetalista utiliza, além dos cantos, assobios, perfumes, uma schacapa (uma espécie de maracá feito com folhas), mapachos (cigarros de tabaco) e, eventualmente, orações — no caso dos curandeiros mais urbanos, há presença de imagens de santos, além das personagens que normalmente habitam o seu imaginário, como o chullachaki e o yakuruna. Apesar dos vegetalistas serem altamente individualistas e de haver diversas modalidades de praticantes, existe, não obstante, uma rede informal de relações que inclui a transmissão de conhecimentos ou o ataque sobrenatural.

As religiões ayahuasqueiras brasileiras

o caso do Santo Daime

Embora na Colômbia, Bolívia, Peru, Venezuela e Equador haja uma tradição de consumo da ayahuasca por xamãs e vegetalistas, curiosamente é somente no Brasil que se desenvolvem religiões que fazem uso da bebida, religiões essas formadas por populações não indígenas. A exemplo dos casos do Buiti africano e da Native American Church no México e nos EUA (que faz uso do peiote), as religiões ayahuasqueiras brasileiras reelaboram os antigos sistemas de conhecimento locais a partir de uma leitura cristã.. O Santo Daime, a Barquinha e a União do Vegetal são herdeiros das práticas de consumo da ayahuasca pelo curandeirismo amazônico e são influenciadas, além do catolicismo popular, pelas tradições afro-brasileira, espírita kardecista, esotérica de origem européia (por meio do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e do movimento Rosa Cruz), bem como pela religiosidade popular nordestina.

Na década de 30, Raimundo Irineu Serra fundou a religião do Santo Daime em Rio Branco (Acre), a vertente conhecida como Alto Santo; em 1945, Daniel Pereira de Mattos criou a Barquinha no mesmo estado; na década de 60, formou-se a União do Vegetal (UDV) em Porto Velho (Rondônia), através de José Gabriel da Costa. Na década de 70, apareceu o CEFLURIS, outra ramificação do Santo Daime, liderada por Sebastião Mota de Melo. A partir do final dos anos 70, a vertente daimista ligada ao Padrinho Sebastião e a UDV começaram a se expandir pelos centros urbanos brasileiros e, nos anos 90, pelo exterior. O Santo Daime possui núcleos no Japão, na Holanda, na França, na Itália e nos Estados Unidos, entre outros. Contam-se hoje por volta de 11 mil pessoas ligadas às religiões ayahuasqueiras.

A legalidade do uso da ayahuasca foi colocada em questão durante os anos de 1985 a 1987, quando a beberagem foi incluída na lista das substâncias proscritas da Divisão de Medicamentos do Ministério da Saúde brasileiro. Foi formada uma comissão multidisciplinar que, durante dois anos, estudou as formas de consumo do psicoativo. Como resultado, o (extinto) Conselho Federal de Entorpecentes elaborou um parecer positivo, retirando a substância da ilegalidade. Em 1992, houve uma nova tentativa de proibição, tendo sido organizada uma nova comitiva, que reafirmou as decisões da anterior.

O Santo Daime preserva o caráter sagrado da festa e da dança, oriundo do catolicismo popular. Convivem no seu panteão mítico Deus, Jesus, a Virgem Maria, os santos católicos, entidades originárias do universo afro-brasileiro e seres da natureza. Também são louvadas as figuras do Mestre Irineu, identificado com Jesus Cristo, e do Padrinho Sebastião, “encarnação de São João Batista” — de onde são derivadas algumas concepções messiânicas e apocalípticas. Do espiritismo kardecista são reelaboradas noções como as de carma e reencarnação. Os indivíduos possuem dentro de si elementos de uma “memória divina”; ao mesmo tempo, podem, através do próprio comportamento, alterar seu “carma”, “evoluindo espiritualmente” em direção a sua “salvação”. Em consonância com os sistemas xamânicos, verifica-se a existência de uma “guerra mística” entre os homens e os seres espirituais. Os daimistas são concebidos como os “soldados do Exército de Juramidam”, empenhados numa “batalha astral” para “doutrinar” os “espíritos sem luz”. Todo o ritual está permeado por um espírito militar com ênfase na ordem, na disciplina etc.

A cerimônia consiste no entoar coletivo de hinos, considerados “revelações do Astral”. Os trabalhos espirituais realizados pelos daimistas são de concentração (com períodos de meditação) ou bailado (execução de uma coreografia simples), podendo chegar a produzir um verdadeiro êxtase coletivo. Há também trabalhos de missa (para os mortos) e rituais de fardamento (momento em que o indivíduo adere oficialmente ao grupo, passando a usar suas vestimentas). Recentemente, vem ganhando força alguns ritos onde ocorre incorporação de espíritos, produto das influências crescentes da umbanda nesta instituição.

Um outro ritual é o feitio do daime (ayahuasca), que consiste no processo de cocção das plantas que compõem a bebida. As mulheres limpam as folhas e os homens maceram o cipó manualmente com marretas de madeira, o que envolve bastante esforço físico. O feitio é concebido como um processo através do qual a bebida é preparada e, simultaneamente, o adepto se aperfeiçoa. Costuma-se afirmar que “é o daime que produz o daime”. Durante o feitio, consomem-se altas quantidades da substância.

Há, ainda, diversos tipos de trabalhos de cura. Para os daimistas, a doença é compreendida como tendo suas raízes em transgressões a leis que governam o mundo social, localizadas na realidade espiritual: a cura significaria a reinserção individual numa ordem social e cósmica. Isto quer dizer que a doença espiritual e a doença física seriam simplesmente graus diferentes de uma mesma experiência de desequilíbrio. Os rituais possuem a função de descobrir as causas espirituais da aflição e o daime é o seu veículo de transformação.

Uma das formas através da qual a cura se dá é por meio dos vômitos e diarréias causados pela bebida, compreendidos como uma purificação necessária do corpo. Neste sentido, o Santo Daime aproxima-se da tradição indígena e vegetalista de consumo da ayahuasca. No Santo Daime, entretanto, o vômito é revestido também de um conteúdo moral, ligado ao comportamento do indivíduo. E existe uma ênfase muito menor na cura de males físicos: os daimistas não são médicos, como os vegetalistas, embora a dimensão mais estritamente medicinal também esteja presente, revestida de conteúdo religioso.

Às vezes, pode ocorrer, associada à limpeza (vômitos), uma experiência de intenso sofrimento: a peia, uma surra do daime. A peia está associada também a outros processos fisiológicos incômodos ou aparece, ainda, sob forma de pensamentos ou sensações. Apesar de extremamente desagradável — incluindo visões aterradoras de monstros, vermes, trevas, sensação de morte ou medo intenso, enfim, toda classe de tormentos conhecidos ou não — a peia produziria efeitos benéficos, didáticos e transformadores.

Neoxamanismo Urbano

Atualmente vários jovens do primeiro mundo têm viajado ao Peru e à Colômbia para terem experiências com a ayahuasca; alguns franceses têm procurado programas especiais, na África, que reproduzem a iniciação do culto da iboga. Novos especialistas estão surgindo: neocurandeiros de origem indígena ou mestiça que se globalizam e neoxamãs brancos que passam a se dedicar às artes nativas. Existe uma graduação nas práticas oferecidas, que vão desde as especialmente forjadas para o turista, até outras bastante próximas dos contextos regionais, compostas por vários dias de isolamento, jejum e consumo contínuo de psicoativos. Há também estrangeiros que viajam em busca de cura para problemas de saúde, artistas que almejam desenvolver sua criatividade e pesquisadores interessados no xamansimo.

Seria um equívoco, portanto, reduzir todas estas atividades em torno das plantas visionárias a uma só modalidade; porém, uma têm se destacado: o neoxamanismo urbano. Trata-se de uma porção do movimento Nova Era que faz releituras específicas das tradições xamânicas ao redor do globo, elaborando uma espécie de “xamanismo universal”, muitas vezes com cunho cristão. Esta recriação fundamenta-se na apropriação livre que os líderes fazem da literatura antropológica e das publicações esotéricas sobre o universo indígena.

O neoxamanismo é controverso. Ele tem sido criticado por tentar criar uma religião ameríndia única, homogênea, abstrata e idealizada por meio da não-referência às comunidades e etnias e, sobretudo, da falta de contato com os aspectos obscuros e conflitantes presentes no xamanismo — como a morte, a guerra, a violência e a ausência de uma distinção moral nítida entre “bem” e “mal”. Mas, por outro lado, pode-se argumentar que tais práticas são uma forma de colocar os ocidentais de classe média em contato com tradições autóctones, milenares, despertando-os para outras sensibilidades, modos de vida, visões de mundo etc.

É muito difícil, num mundo marcado pelo embaralhamento das fronteiras entre “representação” e “realidade”, distinguir práticas “autênticas” de “não autênticas”. Podemos, porém, sugerir algumas características que, em geral, só estão presentes em um “verdadeiro xamã”: ele não faz autopropaganda; o seu reconhecimento emana da comunidade; existe uma espécie de inevitabilidade do seu destino, que de certa forma é um fardo; o xamã tradicional pode curar, mas também causar danos; ele não fez curso de xamanismo.

CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANTAS DE PODER

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Acredita-se que há 3 milhões de anos atrás o homem se destacava de outros primatas, numa lenta jornada em busca de si mesmo. Neste período o cérebro triplicou o seu peso. Mas segundo a ciência foi há 500.000 anos que se formou o neocórtex, onde a consciência humana, que era nebulosa ganhava amais nitidez. O neocórtex está relacionado com o raciocínio abstrato. Nos últimos cem mil anos o processo se acelerou de forma significativa. O Homo Sapiens tornara-se senhor do planeta e já devia contar com algo próximo de uma consciência de si mesmo como indivíduo singular da sua espécie e um sistema rudimentar de comunicação querendo se articular enquanto linguagem.

Nos últimos trinta mil anos, que uma verdadeira revolução ocorreu no processo evolutivo.

Por essa época, os nossos ancestrais caçadores e coletores já tinham uma forma de organização solidária que lhes garantiam a sobrevivência frente ao ataque dos predadores e os rigores do meio ambiente.

Até hoje, pesquisadores e cientistas buscam uma boa resposta para essa aceleração evolucionária, que corresponde aos últimos preparativos para que a humanidade entrasse na cena da história. Alguns autores, entre eles Wasson e Mckenna, apresentam uma sólida argumentação, que eu também partilho nessa exposição, de que uma das causas principais da súbita irrupção da auto-consciência humana teria sido a simbiose do homem com o mundo vegetal e especificamente com os psicoativos.

Essa é a perspectiva poética e visionária que sempre se apresenta quando “consultamos” a inteligência e a memória que a Mente Vegetal guarda desses eventos. Por meio dessa tese podemos entender também, o cenário onde esses homens e seus conhecimentos sobre as plantas nutritivas, curativas e psicoativas, o que causou mudanças e respostas cada vez mais rápidas na sua estrutura neural, estado de consciência e comportamento.

No entanto, foi no final da última glaciação, que ocorreu há uns doze mil anos, que as condições se tornaram propícias para a difusão da agricultura, domesticação de animais e pastoreio. A intimidade com o manejo dessa última atividade trouxe um contato cada vez mais estreito com os fungos psilocíbicos associados ao esterco de gado. Floresceram a partir dessa época festas consagradas aos cogumelos sagrados, como parte dos cultos à fertilidade associados à Grande Deusa.

Vestígios arqueológicos da arte desse período, principalmente a partir do oitavo milênio a.C., expressam de forma literal ou estilizada, o uso cerimonial dos fungos em povos e culturas bastante distantes entre si. O que parece indicar a importância e a universalidade desses cultos na formação de uma espécie de pré-religião, primeira separação que o homem fez de uma “esfera sagrada” em oposição a um “mundo profano”. Certas plantas e árvores, ou a natureza de um modo geral, eram revestidas de atributos divinos ou mesmo divinizados. Hoje estamos em condição de afirmar que esta postura não tinha nada de ingênua ou simplória, correspondendo sim à ação da psilocibina e outros agentes enteógenos e as conseqüências das visões dela decorrentes nos mitos, símbolos e arquétipos que se apresentavam à consciência da época.

Essas hierofanias vegetais foram portanto, cronologicamente, as mais antigas que se tem notícias. O que atesta que, por esse tempo, no limiar da história conhecida, já havia uma familiaridade com o tema do sagrado/vegetal, do Deus/Vegetal, que remonta a tempos ainda mais longínquos. Sem dúvida, este foi um dos principais substratos que mais tarde vieram a formar os diversos Cultos dos Mistérios da antiguidade e às grande religiões do mundo.Talvez o caso mais conhecido e também o mais eloqüente seja o do Soma

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Essas influência das plantas enteógenas na experiência dos estados místicos associados a cultos agrários e de fertilidade, podem ser encontrados desde a Ásia, passando pela Europa, até o extremo do continente sul-americano. O que nos permite supor que elas foram, desde uma antigüidade ainda mais remota, o agente acelerador e o detonador desse autêntico “Big Bang” da consciência que ocorreu nos últimos trinta mil anos. Existe um certo consenso de que as triptaminas tenham sido esse enteógeno primordial, não só pela reconstrução e suposição histórica, como também e principalmente por causa da excelência e peculiaridade do êxtase ou “miração” triptamínica, cujas visões são inigualáveis em florescência, intensidade, conteúdo e principalmente na capacidade do Eu interagir no interior dos eventos que fazem parte desse estado de consciência cósmica.

A consagração dos insights das visões como sendo de origem divina, explica a reverência com que essas plantas eram tratadas. Mais maravilhoso ainda é essa oportunidade que a Mente Vegetal ofereceu à Mente Humana e continua oferecendo ainda hoje na forma da mesma revelação que foi enviada aos nossos longínquos antepassados. Isso porque, “revelação” é uma verdade sempre idêntica em si mesma, apesar de poder ser expressa por símbolos diversos dentro da psique humana. Ela é a mesma visão dos místicos e iniciados de todas as idades, o que varia é apenas a convicção e o juízo de valor que tiveram sob o que experimentaram. Isso fica claro, quando constatamos as semelhanças e pontos comuns dos relatos das experiências de êxtase nas mais diversas tradições.

     Se no passado foram considerados bem-aventurados “aqueles que não viram e creram”, maior prazer teremos nós quando pudermos enxergar tudo aquilo que a nossa fé sempre acreditou !

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SERIAM OS DEUSES ALCALÓIDES ?

Texto apresentado na ” International Transpersonal Associations Annual Conference

“The Technologies of the Sacred”
Manaus – Amazonas – Brazil*

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         I. INTRODUÇÃO

Queremos abordar aqui, através da pergunta título da nossa conferência, um pouco do papel das plantas psicoativas no processo evolucionário da consciência humana e do seu emprego desde a antigüidade como indutor dos estados expandidos ou alterados de consciência. Depois nos deteremos mais detalhadamente na questão da consciência xamânica e da descrição da “miração”, estado particular de experiência mística e êxtase visionário que ocorre sob o efeito da bebida sacramental enteógena denominada SANTO DAIME (Ayahuasca, Yagé, Caapi, etc.) e que por suas peculiaridades, parecem ser comum apenas ao relato de experiências com os compostos triptamínicos. E, finalmente, considerar em que precisamente a proposta enteógena pode se constituir em um paradigma para uma nova consciência centrada no verdadeiro Self.

        II. UMA BREVE TEOLOGIA DOS ENTEÓGENOS

Para buscarmos uma resposta para nossa pergunta devemos retroceder cerca de três milhões de anos quando o homem, destacando-se dos demais primatas superiores começava a sua lenta evolução rumo a consciência de si mesmo. Durante o transcorrer de todo este período, o cérebro triplicou o seu peso mas foi durante os últimos quinhentos mil anos que se formou o néo-córtex. Podemos supor a consciência desta época como sendo um imenso Id dominando um lento embrião do ego em formação. Antroposofícamente falando, as mônadas ou os princípios espirituais que estavam se encarnando nessa época na Terra, promovendo a vida e a evolução humana, ainda não estavam suficientemente ajustados aos corpos físicos desses primeiros seres humanos. Segundo Steiner, eles teriam uma consciência do plano espiritual e das auras dos seres e objetos do mundo material, mas não tinham uma percepção nítida e diferenciada dos mesmos. Isso só veio a acontecer quando houve o acoplamento definitivo entre os corpos físicos etérico do homem, quando do ambos passaram a coincidir. Nesse momento, a consciência humana teria deixado de ser uma “consciência de clarividência nebulosa” para ganhar mais nitidez na apreensão do mundo material.

Nos últimos cem mil anos o processo se acelerou de forma significativa. O Homo Sapiens tornara-se senhor do planeta e já devia contar com algo próximo de uma consciência de si mesmo como indivíduo singular da sua espécie e um sistema rudimentar de comunicação querendo se articular enquanto linguagem. Foi na última fase deste período, nos últimos trinta mil anos, que uma verdadeira revolução ocorreu no processo evolutivo. Por essa época, os nossos ancestrais caçadores e coletores já tinham uma forma de organização solidária que lhes garantiam a sobrevivência frente ao ataque dos predadores e os rigores do meio ambiente. Até hoje, pesquisadores e cientistas buscam uma boa resposta para essa aceleração evolucionária, que corresponde aos últimos preparativos para que a humanidade entrasse na cena da história. Alguns autores, entre eles Wasson e Mckenna, apresentam uma sólida argumentação, que eu também partilho nessa exposição, de que uma das causas principais da súbita irrupção da auto-consciência humana teria sido a simbiose do homem com o mundo vegetal e especificamente com os psicoativos. Essa é a perspectiva poética e visionária que sempre se apresenta quando “consultamos” a inteligência e a memória que a Mente Vegetal guarda desses eventos. Por meio dessa tese podemos entender também, o cenário onde as hordas mais adaptadas desses homídeos onívoros ampliavam de forma crescente sua dieta e seus conhecimentos sobre as plantas nutritivas, curativas e psicoativas, o que causou mudanças e respostas cada vez mais rápidas na sua estrutura neural, estados de consciência e comportamento.

Levi Strauss, comentando a obra de Wasson, analisa o mito da árvore do conhecimento e a história bíblica de Adão e Eva, comendo o fruto proibido, como a metáfora do contato do homem com o enteógeno primordial. Em outras palavras, esse seria o momento da mudança do estado indiferenciado de clarividência nebulosa para o de auto-consciência lúcida, o que trouxe como conseqüência a sua expulsão do Éden.

No entanto, foi no final da última glaciação, que ocorreu há uns doze mil anos, que as condições se tornaram propícias para a difusão da agricultura, domesticação de animais e pastoreio. A intimidade com o manejo dessa última atividade, trouxe um contato cada vez mais estreito com os fungos psilocíbicos associados ao esterco de gado. Floresceram a partir dessa época festas consagradas aos cogumelos sagrados, como parte dos cultos à fertilidade associados à Grande Deusa. Vestígios arqueológicos da arte desse período, principalmente a partir do oitavo milênio a.C., expressam de forma literal ou estilizada, o uso cerimonial dos fungos em povos e culturas bastantes distantes entre si. O que parece indicar a importância e a universalidade desses cultos na formação daquilo que M. Eliade define como as primeiras hierofanias vegetais, uma espécie de pré-religião, primeira separação que o homem fez de uma “esfera sagrada” em oposição a um “mundo profano”. Certas plantas e árvores, ou a natureza de um modo geral, eram revestidas de atributos divinos ou mesmo divinizados. Hoje estamos em condição de afirmar que esta postura não tinha nada de ingênua ou simplória, correspondendo sim à ação da psilocibina e outros agentes enteógenos e as conseqüências das visões dela decorrentes nos mitos, símbolos e arquétipos que se apresentavam à consciência da época. Essas hierofanias vegetais foram portanto, cronologicamente, as mais antigas que se tem notícias. O que atesta que, por esse tempo, no limiar da história conhecida, já havia uma familiaridade com o tema do sagrado/vegetal, do Deus/Vegetal, que remonta a tempos ainda mais longínquos. Sem dúvida, este foi um dos principais substratos que mais tarde vieram a formar os diversos Cultos dos Mistérios da antiguidade e às grande religiões do mundo.

Talvez o caso mais conhecido e também o mais eloqüente seja o do Soma, que segundo os hinos do Rig-Veda era prensado e mesclado a leite para ser consumido em rituais e cerimônias dedicados ao Deus Indra. O Soma estava entronizado numa posição de destaque no Panteão Védico. É mesmo Haoma citado no Zed-Advesta, escrituras persas atribuídas a Zoroastro. O que nos permite estabelecer sua raiz ária e considerar que possa ter sido difundido pelas diversas ondas migratórias dos povos arianos que foram penetrando o Vale do Indo entre o segundo e o primeiro milênio a.C. É igualmente possível que com o passar do tempo, por dificuldades de suprimento ou de adaptação do Soma nas novas terras conquistadas, tenha havido uma planta substituta, já conhecida pelos povos drávidas que habitavam a região e cuja cultura se mesclou com a dos conquistadores. Já a Ioga e a Filosofia Sankhya seriam adições posteriores. Suas posturas corporais, métodos respiratórios e refinamento psicológico, enfatizavam a sadhana, as austeridades e a meditação como o novo método para alcançar o êxtase, o samadi, estado de consciência onde o Eu Átmico se funde no oceano de Braman. Experiência que certamente os antigos riskhis (sábios videntes que receberam a revelação dos Vedas) tiveram, embriagados pelo Soma.

Essas influência das plantas enteógenas na experiência dos estados místicos associados a cultos agrários e de fertilidade, podem ser encontrados desde a Ásia, passando pela Europa, até o extremo do continente sul-americano. O que nos permite supor que elas foram, desde uma antigüidade ainda mais remota, o agente acelerador e o detonador desse autêntico “Big Bang” da consciência que ocorreu nos últimos trinta mil anos. Existe um certo consenso de que as triptaminas tenham sido esse enteógeno primordial, não só pela reconstrução e suposição histórica, como também e principalmente por causa da excelência e peculiaridade do êxtase ou “miração” triptamínica, cujas visões são inigualáveis em florescência, intensidade, conteúdo e principalmente na capacidade do Eu interagir no interior dos eventos que fazem parte desse estado de consciência cósmica.

A consagração dos insights das visões como sendo de origem divina, explica a reverência com que essas plantas eram tratadas. O ego recém conquistado já podia transcender a si mesmo e travar contato com o Tu e com o Outro. Do respeito que nasceu do homem, com a fonte ao mesmo tempo vegetal e espiritual que lhe enviava aquela graça, aquela compreensão dele mesmo e do universo, nasceu a idéia de religiosidade, de se religar com a sua origem e pátria cósmica. Num certo sentido, religião é aquela ânsia de se relacionar corretamente com o Outro transcendente. Essa foi a aurora da consciência de si mesmo. No momento em que a consciência humana transcendeu a si mesmo e pode vislumbrar a consciência cósmica, o relâmpago precipitou-se no abismo e a Coroa do homem iluminou-se! Por isso os alcalóides, principalmente os triptamínicos, são fortes candidatos a serem protodeuses. Sob seus auspícios, foi feita a primeira grande conexão entre o mundo da jovem consciência humana recém desperta e o mundo divino e eterno, entre o sagrado e o profano. O primeiro ancestral ou herói mítico, de Gilgamesh até Viracocha, presentes em tantas cosmogonias de culturas tão distantes entre si, são os ecos e as sombras dos tempos dos titãs. Onde esses semi-Deuses, metade homem e metade Deus, foram iniciados por instrutores de uma ordem de consciência superior – vale dizer portanto divinos – a fim de trazerem a luz, o fogo de Prometeu para repartir com os seus irmãos.

Como a maior evidência arqueológica das contribuições realizadas, quando na passagem dos “Deuses Alcalóides” pelos labirintos da consciência humana, está a presença da serotonina, neuro-transmissor cerebral encarregado de estimular os receptores dos neurônios e que tem praticamente a mesma estrutura molecular da DMT (dimetil-triptamina) alcalóide presente nas várias plantas enteógenas usadas pelos homens desde a antigüidade.

Mais maravilhoso ainda é essa oportunidade que a Mente Vegetal ofereceu à Mente Humana e continua oferecendo ainda hoje na forma da mesma revelação que foi enviada aos nossos longínquos antepassados. Isso porque, “revelação” é uma verdade sempre idêntica em si mesma, apesar de poder ser expressa por símbolos diversos dentro da psique humana. Ela é a mesma visão dos místicos e iniciados de todas as idades, o que varia é apenas a convicção e o juízo de valor que tiveram sob o que experimentaram. Isso fica claro, quando constatamos as semelhanças e pontos comuns dos relatos das experiências de êxtase nas mais diversas tradições. Se no passado foram considerados bem-aventurados “aqueles que não viram e creram”, maior prazer teremos nós quando pudermos enxergar tudo aquilo que a nossa fé sempre acreditou !

        III – CONSCIÊNCIA XAMÂNICA E “MIRAÇÃO”

 Pode-se dizer que o xamanismo é o sistema de conhecimento espiritual mais arcaico que se conhece. E que, desde o começo, sua prática sempre esteve associada ao uso de enteógenos. Além de participar na maior parte de todas essas sensações, próprias dos demais estados expandidos de consciência, a consciência xamânica ou o estado de consciência xamânico também tem suas peculiaridades. A sua própria e já clássica definição como sendo “a arte do êxtase”, já pressupõe que o xamã detém um conhecimento específico de operar no êxtase e esta é a sua maior arte. Através dela, ele se aproxima de forma consciente até o máximo limiar possível da aniquilação. É este o vôo do xamã: atingir a realidade além da nossa percepção usual, mantendo sempre aberta as portas de acesso ao mundo espiritual. Porém o mais importante que queremos destacar dentro do xamanismo é a vivência, a mobilidade de atuação do Eu dentro do transe. O Eu se torna o veículo divino, a carruagem dos cabalistas (Merkabath) que alça vôo em busca dos palácios celestes. Mas ele não se limita em contemplar seus átrios e fachadas reluzentes. Ele caminha por seus labirintos, túneis secretos, ele procura conhecer o que se passa em cada um de seus aposentos e câmaras. Esse é o roteiro da “miração”, um estado de consciência místico-xamânico, obtido com a ingestão ritual do Santo Daime, que gostaríamos de nos deter mais minuciosamente.

A “miração” é um termo que foi cunhado na tradição do Santo Daime pelo Mestre Irineu para designar o estado visionário que a bebida produz. O verbo “mirar” corresponde a olhar, contemplar. Dele deriva-se o substantivo “mirante”, que é um local alto e isolado onde se pode descortinar uma vasta paisagem. A palavra “miração” une contemplação mais ação (mira+ação), o que expressa de maneira clara que o termo foi cunhado por pessoas que eram plenamente conscientes da viagem do Eu no interior da experiência visionária, característica do êxtase xamânico. E que é simbolizado pela viagem da águia voando em direção ao sol. Sem dúvida existe uma grande diferença entre uma iniciação quietista – que prepara o neófito através do silêncio e da meditação – e a iniciação xamãnica que o convida para ser protagonista totalmente responsável pelo seu desdobramento astral e vôo espiritual. Nele, somos convidados a participar de um filme em que as cenas que se desenrolam na tela, dependem, em última instância, do que está ocorrendo no interior da nossa consciência. Em outras palavras: só conseguiremos salvar a donzela do “filme astral” das garras do vilão, se a nossa disposição para tanto for tão verdadeira como a nossa capacidade de realizá-la. Temos que estar concentrados no nosso objetivo, mobilizando desde o nosso interior a coragem e a sabedoria necessária para atravessar as diversas provas do percurso iniciático. Caso contrário, a “narrativa visionária” sai do nosso controle podendo acontecer um desfecho negativo e uma interrupção do vôo do Eu rumo ao êxtase. Estamos querendo dizer que dentro da miração o estado de ação e contemplação são como as faces complementares de uma mesma moeda. A mente, antes de dar partida ao fluxo de imagem da miração, experimenta várias outras fases de preparação. Tem que distinguir a genuína experiência visionária da imaginação pura e simples, dos jogos mentais de projeção e visualização. As imagens visionárias, os eventos visionários que envolvem o nosso Eu dentro da “miração” são de ordem psico-noética, isso é, ocorrências numa ordem de realidade contígua ao mundo espiritual. O que nos permite afirmar que a “miração” ativa os nossos corpos sutis e os libera par agir dentro do cenário feérico e numinoso da realidade xamãnica.

Esse nível de consciência atingido pela “miração” vem quase sempre acompanhado de uma voz interior que guia, acompanha ou dirige o processo. Esta é, ao meu ver, a faceta mais incomum e maravilhosa da “miração” do Daime. Durante o seu transcurso nossa consciência participa dos fenômenos psíquicos, noéticos e espirituais, através dos nossos corpos sutis. Através deles, o nosso Eu comparece nos momentos decisivos e brevíssimos onde se decide sobre o nosso destino em meio às vagas probabilidades do mar de indeterminações quânticas. Dessa forma, imprimimos movimento ao que é imutável e eterno, manifestamos vida e fecundamos a matéria por seu intermédio. Ajudamos a tecer a trama do próprio destino, a complexa textura dos eventos geradores da realidade e da vida. Isso significa que, no êxtase da “miração”, estamos travando um diálogo com Deus, estamos trabalhando com Ele, estamos sendo convocados para essa grande responsabilidade de sermos co-criadores do universo. E sem dúvida, só um destino com tal nobreza justifica o plano da criação divina, as provas da evolução, o porquê da queda luciférica, a entrada em cena do mal e a nossa tarefa de convertê-lo e reunificá-lo com a verdade até o final dos tempos. Receber essa missão é o cerne da Revelação em todos os tempos. Enquanto que o cerne da iniciação é adquirir a força de vontade suficiente para executar tudo o que foi revelado na miração. Anteriormente nos referimos que a falta de mérito e de coragem durante o vôo xamãnico poderia desestabilizar a “miração”, ou o que é pior, fazer com que o fio narrativo da experiência visionária tenda para um desfecho desfavorável. Nesses reinos espirituais de deslumbrante beleza, parece que impera uma terrível justiça. O homem não está programado para ser perfeito. Ele tem que biológica, psicológica, social, moral e espiritualmente falando, escolher ser perfeito. Isso se faz através da faca de dois gumes do seu livre arbítrio. Graças a ele, o homem por um lado supera em estatura os deuses, devas e querubins, enquanto que por outro, se torna presa fácil da ambivalência de sua frágil inconsistência humana. O Budismo Tibetano se refere a esta eclosão súbita da ruptura do ego frente ao sublime, como sendo o momento em que, dentro da meditação, o meditador, sob a inspiração da Dakini (aspecto feminino do Buda), enfrenta as entidades terrificantes que se postam diante do Nirvana. Quando o ego consegue se apossar do Eu, a consciência já expandida se retrai novamente. Nesses momentos, as visões podem se tornar negativas, até mesmo terrificantes e isso está associado aos efeitos purgativos e miméticos da bebida enteógena indutora da “miração”. Reconhecido porém o impostor, é a hora da consciência, à semelhança da esfinge, lançar o seu desafio: Decifra-me ou te devoro! Somos cobrados a apresentar um desempenho compatível com a nossa presunção de alcançar a imortalidade. Se nessa hora não tivermos verdade para apresentar, o monstro elemental por nós mesmo criado, nos come. O Poder nos cobra sempre a nossa transformação para podermos continuar no caminho. Pois sem a verdade no ser, o caminho se torna perigoso para o impostor.

É o que Sebastião Mota, um dos principais “padrinhos” do Daime chama da necessidade de “ser em vez de parecer”. Ser verdadeiro é pois a ciência para entramos totalmente seguros nos estados elevados de consciência e deles conseguirmos sair, trazendo no retorno novas aquisições para continuarmos a Busca. Nos níveis sutis, a verdade atrai a verdade. O ser manifestado enquanto verdade é a matéria prima da criação. Quanto mais estamos na verdade, mais se apresenta a nós na miração aquilo que precisamos ser. E Deus nos usa como peças do seu quebra-cabeças divino, nos inspira amor e nos torna cúmplices da sua obra. A verdade do ser é exata, nela nada falta nem sobra. Não há lugar para condicionamentos mentais, hábitos viciosos disfarçados de caráter, máscaras ou papéis sociais. Se o nosso coração nos acusa, é porque não temos verdade. E sempre que esta falta de verdade interromper a nossa “miração”, desestabilizando-a, devemos aproveitar o seu momento sagrado para pedir ao Poder que nos conceda a chance de nossa transformação. O sofrimento e o desconforto, que às vezes essa disciplina nos acarreta, depois sempre é sentida como benéfica. Eis a autêntica terapia xamânica, uma terapia de conversão à verdade, onde nos afastamos das ilusões e das samsaras nos tornando cada vez mais conscientes do nobre script que Deus nos reservou.

Tentamos aqui, violando o item da inefabilidade da experiência mística, expressar de alguma maneira com as palavras, essa sensação extraordinária que é trabalharmos projetados em nossos corpos sutis nas oficinas seráficas da criação divina. Isso ocorre, como já vimos, mediante à atuação do Eu Superior no interior das imagens visionárias, como se a “miração” fosse um jogo interativo de “realidade virtual espiritual”. Para que esse processo traga benefícios que possam ser incorporados ao ser, exige-se deste uma postura passiva-receptiva e um padrão mental positivo e elevado. Dessa forma é que a barquinha da consciência pode navegar nas ondas do mar sagrado, que é a Mente, e se manter com as velas enfunadas em meio ao mau tempo e aos maus pensamentos.

Para finalizar esse ponto, gostaríamos de nos referir sucintamente a duas questões conexas à nossa abordagem de estado de consciência xamânico da “miração”. Trata-se do carma e da mediunidade, aspectos ligados ao tema da cura xamânica. Num certo sentido, a cura espiritual já é a própria imersão do Eu nesses estados elevados de consciência, fazendo com que ele amplie a sua visão interna sobre as causas dos desequilíbrios que geram as doenças. Nessas vivências visionárias do Eu no interior da “miração” também ocorre dele se lembrar de fatos relativos às suas vidas passadas, facilitando a compreensão de padrões cármicos que precisam ser interrompidos nessa encarnação.

Já o fenômeno da mediunidade, não se resume apenas ao transe e à incorporação. Num outro sentido, ele trata também da miríades de pequenos “eus” que orbitam em torno do nosso Eu central. E que à primeira distração nossa, entram por dentro da casa e assumem o lugar do dono. Em alguns estágios da “miração” podemos perceber esses “eus” como seres. Podemos perceber que cada pensamento que flui na nossa mente é um ser e com isso, aprendemos a melhor ajustar o nosso dial mediúnico para captar apenas a freqüência dos seres que nos interessam. Mas nem sempre podemos escolher o que chega à nossa mente. Portanto esse canal mediúnico também nos ajuda a auto-doutrinar os maus pensamentos e afastar as más influências psíquicas e espirituais que podem se tornar nossos futuros obsessores.

Tentamos expressar um pouco o nosso entendimento da “miração” compreendido como um estado de percepção mística que guarda várias semelhanças com aquilo que denominamos consciência cósmica. Escolhemos um aspecto da “miração”, a saber o da relação interativa do Eu com as visões, característica da tradição xamânica. Isso porque, a “miração” é ao mesmo tempo uma realidade visionária em movimento e um estado de contemplação extático. À maneira do samadi, comporta vários estágios, graus e possibilidades de realização. Apresenta planos e panoramas imensos e às vezes passa tempo trabalhando apenas alguns fotogramas. Sua meta suprema é a realização do Eu superior do homem. Apesar da ajuda inestimável das plantas sagradas para a sua consecução, o trabalho espiritual da “miração” nunca termina. Continua no dia-a-dia através do esforço de se manter coerente com os seus ensinos.

Algumas vezes, através da “miração”, temos uma percepção clara da realidade espiritual da vida além do corpo. Penetramos assim no mistério que a nossa ignorância chama de morte, mas que não passa de uma transição para um outro estado de consciência. Voltar dessa experiência da “morte” com conhecimento do que isso seja, significa ter renascido e recebido o mais alto grau de iniciação, independente do credo que cada um professe.

Por isso consagramos o ser divino presente nessas plantas amigas e professoras do homem e a “miração” que ela nos fornece. Mesmo que o seu uso responsável seja sempre benéfico, é porém dentro de um contexto ritual e religioso, que sentimos uma maior segurança para a utilização profilática e terapêutica dos enteógenos.

         IV. O CONTEXTO RITUAL DA MIRAÇÃO

 No movimento religioso do Santo Daime existem diversas modalidades de ritual: concentração, cura, feitio da bebida, estudo e desenvolvimento mediúnico e as festas dos hinários, que é a forma que nos deteremos mais aqui.

No hinário, dentro de um amplo salão na forma de uma estrela de seis pontas, se perfilam os batalhões masculino e feminino, e dos rapazes e das moças, cada um com seu setor de base. Os neófitos, idosos, senhoras e crianças, ficam sentados mais ao fundo. O sacramento enteógeno é distribuído, todos entram em fila e começa o bailado ao som dos hinos, que são cantos que os mestres e outros membros mais avançados da irmandade recebem por ocasião da miração, sendo desta forma considerados ensinos divinos, mensagens do poder do Daime para todos e não apenas para quem o recebeu. Todos cantam e bailam dentro de um retângulo de aproximadamente 80 cm. de comprimento. Cada um porta um maracá para acompanhar o ritmo do bailado. A perfeição do trabalho está na harmonia da música, no ritmo e no canto. A jornada começa no entardecer da data marcada e vai até o nascer do dia da manhã seguinte. Todo este dispositivo, predispõe seus participantes a terem uma atitude receptiva e segura em relação aos efeitos da bebida sacramental. Isto ocorre poucos minutos após sua ingestão. A consciência passa a perceber pessoas e objetos como portadoras de uma aura de leve irridescência. Logo depois sentimos uma pressão, o pulsar da energia dentro e fora do corpo, propagando-se em ondas concêntricas como uma pedra lançada na superfície de um lago. É a chegada daquilo que chamamos “Força”, a propriedade ativa do cipó, componente masculino da bebida cerimonial. O bailado e o ritmo dos maracás condensam cada vez mais energia, se constituindo também em indutores auxiliares do transe xamânico. É nesse ponto que a luz costuma chegar. A luz, o princípio feminino da folha, quando se casa com a força, o princípio masculino do cipó, gera a miração. Espoucam luzes, ouvimos zumbidos eletrônicos e o barulho de matracas. Suavemente ela se instala e nos transporta para o reino das visões. Progressivamente o nível de consciência se eleva para patamares mais elevados, tanto individual como grupalmente. Esse reservatório comum de energia psíquica e espiritual, denominamos de “corrente”, que é quem sustenta o vôo individual de cada um na miração e a beleza do conjunto. Quando isso ocorre, nosso campo visual se altera, aparecem luzes, imagens, sensações, lembranças, insights e visões. A intensidade do momento interior da viagem de cada um se expressa na força da corrente. Qualquer piscar de olhos altera o fluxo das imagens. É como se em nossa mente, um diafragma regulasse a entrada da luz e um zoom nos aproximasse dos ângulos mais desconhecidos do universo.

Dependendo do desenrolar do ritual, a corrente facilita ou dificulta a miração, sendo possível em determinados momentos, uma vivência coletiva da mesma visão, o que se constitui o ponto culminante do trabalho. Durante esse longo percurso, o eu se desdobra no astral, evoca e soluciona alguma situação cármica pendente, canaliza a energia para realizar uma cura nele mesmo ou em outro, obtém insights reveladores e libertadores para seus conflitos e é tomado por toda sorte de inefáveis estados de percepção mística, compreensão do universo, amor pelos seus irmãos, premonições e sincronicidades. Ao final de todos esses estágios, encontra-se sempre aberto à possibilidade do êxtase total e beatífico. Tudo isso, é bom que se diga, se processa em íntima conexão com a música, o canto, a dança e o ritmo dos maracás. A barquinha singra as ondas do mar sagrado da mente embalada pelo hinos que guiam a nossa travessia. Durante esta, os hinos tem o poder de responder a todas as questões que a nossa consciência coloca no exato momento em que elas são formuladas.

AYAHUASCA

Bebida Sacramental Ayahuasca, é, principalmente, fruto da decocção do cipó Banisteriopsis Caapi e a folha Psycotria Viridis. Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões.

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Bebida Sacramental Ayahuasca, é, principalmente, fruto da decocção do cipó Banisteriopsis Caapi e a folha Psycotria Viridis. Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões.

É também conhecida por Yagé, Caapi, Nixi Honi Xuma,Oasca,Vegetal, Santo Daime, Kahi, Natema, Pindé, Dápa, Mihi, etc.

Seu nome mais conhecido, AYAHUASCA é de origem quechua, que significa “Liana ´(Cipó) dos Espíritos “. É chamada também de “O Vinho da Alma ” ou “Pequena Morte”.

Utilizada por povos pré-colombianos, incas, e muito utilizada, por pelo menos, 72 tribos indígenas diferentes da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil. Foi usada provavelmente na Amazônia por milênios, e está expandindo-se rapidamente na América sul e em outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados tais como Santo Daime, União do Vegetal (UDV), Barquinha que a consagram como sacramento de seus rituais.

Ingerindo essa bebida mágica, pode-se absorver o “Espírito da Planta”. Os sentidos são expandidos, os processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões. O vôo da alma, a partida do espírito do corpo físico, uma sensação de flutuar.

A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insight´s, produzir catarses, produzindo experiências de renovação, de renascimento positivas. Visões arquetípicas, de animais, de espíritos elementais, de cenas de vidas passadas, de Divindades, etc. Abre-se o portal de outros reinos da existência.

Não são todos que recebem visões na primeira vez que experimentam. O trabalho com Ayahuasca é um processo que exige exame, dedicação, disciplina, perseverenca e tempo para um benefício mais completo. Às vezes são necessárias várias sessões para se conseguir esse presente.

A experiência é ainda mais poderosa, quando abrimos a mente e o coração e nos entregamos para receber essa energia de cura e conhecimento.

Uma vez que iniciado, o processo da renovação e transformação, eles continuam. O grande passo no trabalho com a Ayahuasca é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária , ou seja por em prática o que se aprende. Isso garante a dimensão espiritual em nosso dia-a-dia, e é essencial para recebermos as dádivas e as bênçãos espirituais e para que possamos evoluir no estudo, aprender mais.

A ela atribui-se a cura de males físicos, psicológicos,mentais e espirituais. Os estudos científicos ocidentais estão confirmando aplicações médicas e psicoterapeuticas benéficas.

A medicina sempre é consumida corretamente em ceremoniais . No Perú os xamãs evocam guardiães, protetores espirituais. Evocam ARCANAS (escudos protetores) através de cânticos de poder ( Icaros), do fumo de tabaco,de uma poção de limpeza (vomitiva), CAMALONGA, e algumas águas perfumadas (Água de Florida, Flores de Kananga) que atraem os espíritos.

A jornada com Ayahuasca, leva a exploração tanto deste mundo “ordinário”, como mundos paralelos, que estão além de nossa percepção corrente. Libera os limites normais de espaço-tempo

A história da Huasca e Mariri é contada na União do Vegetal (UDV), mostrando de forma simbólica, a origem e o significado do chá utilizado nos templos incas do Alto e Baixo Peru.

Havia uma vez uma jovem princesa muito sábia e que era a conselheira do rei inca, sua sabedoria e conhecimento eram inigualáveis por qualquer pessoa e nenhuma decisão em seu templo era tomada pelo rei antes de consultá-la. Mas um dia Huasca morreu, o rei ficou triste, chorou sua perda e a fez sepultar num local especial. Com o passar do tempo, em sua tumba nasceu uma planta desconhecida.

Todos ficaram admirados observando a nova planta, que era diferente de todas as que conheciam. O rei, que muitas vezes visitava a sepultura de Huasca, acompanhava, dia a dia, o desenvolvimento daquele arbusto. Nesse tempo, ele já havia conseguido um novo conselheiro, ele era um marechal do exercito inka chamado Mariri. Mas, apesar de sua força e astúcia, ele não era tão sábio quanto Huasca fora.

Sempre observando aquela planta, o rei um dia pensou : ” Se não existia e agora existe na tumba de Huasca, só pode ser Huasca transformada em planta e nas suas folhas guarda o conhecimento de Huasca “.

Colheu então algumas folhas, preparou um chá e deu a Mariri para que adquirisse o seu conhecimento, sua sabedoria, mas ele não suportou toda a luz de Huasca e morreu.

Igualmente, Mariri foi sepultado ao lado de Huasca e, para surpresa de todos, em sua tumba nasceu um cipó, símbolo da força e resistência.

A planta cresceu e da mesma forma, o rei inka colheu as folhas de Huasca carregadas com sua luz e sabedoria, e também o cipó com força e resistência de Mariri.

Iluminado pela lus de Huasca e protegido pela força de Mariri, o rei ensinou o segredo da bebida aos seus conselheiros e sacerdotes, os quais, por sua vez, ensinavam a outras pessoas, buscando, assim, ajudar no aperfeiçoamento da sabedoria e para o progresso espiritual da humanidade.

MADRE AYAHUASCA

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Segue abaixo a tradução de um texto de Rosa Giove, médica cirugiã do Centro Takiwasi ( Centro de recuperação de drogados, dirigido pelo médico francês Jaques Mabit, que se utiliza da ayahuasca e métodos de cura dos xamãs e ayahuasqueiros em Tarapoto, no Perú)

Em meio a escuridão da noite, no profundo silêncio da selva ( que nunca é silêncio completo pelos cantos das cigarras, das aves noturnas, o deslizar futivo dos répteis…) se eleva o canto sagrado do xamã, o ” ícaro “, conduzindo-nos dentro do mundo mágico da Ayahuasca, planta mestre da Amazonia. Nos fundimos na profundidade da terra, sólida, tibia, acolhedora, mãe do cipó. O ícaro é grave, removendo nossa essência fundamental, terrena, e logo, ascendendo em ligeiras cadências, competindo com o vento, e então a essência volátil que nos remonta ao céu num vertiginoso vôo sem fronteiras. Sentimos crescer dentro de nós a planta, o animal, o espírito ao qual nunca nos sentimos ligados e que, agora descobrimos tomando parte de nosso ser transcendente.

Cálida, doce e amarga, forte, flue em meu corpo com o sabor acre das coisas boas. Uma paisagem descortinou na minha frente, muito céu azul, vento, sol e terra.

Ao apagar-se a luz e ao conjuro dos ícaros, veio a mim uma adolescente que, saindo da garrafa que contém ayahuasca, cresce enquanto vai dançando. Tem aparência ameríndia, cabelos negros grandes e lisos e olhos rasgados. Seu corpo flexível é vegetal e dança ao meu redor, enquanto sorrí e conforme vai girando, envelhece sem perder a graça do movimento. É agora uma anciã afetuosa e amiga e a sinto como protetora, me surpreende. E então me olha com olhar travesso e volta a ser jovem.

A ayahuasca me pega pelas mãos e leva-me através dos bosques, do ar e até o mar. Alí me submerge, pese o meu temor, e descubro com surpresa que o lugar que achava ser perigoso e desolado era um mundo cheio de vida, peixes coloridos, corais, luz e beleza. No fundo dos mares decubro um cofre enferrujado em cujo interior me reencontro com uma parte de mim mesma, alí presa. Eu entendia a olhada travessa da Ayahuasca e a sua intenção de levar-me com ela.

Me veio logo um caminho rodeado de flores, onde havia um forte castelo, onde se guardava um tesouro, que pode ser aberto utilizando uma chave.

Somos muitas pessoas no caminho….várias vão ficando no caminho.

Logo, num claro do caminho, encontro a Ayahuasca Mulher, sempre bailando, que me mostra que sempre possuí a chave sem me dar conta. Me avisa que não basta ter a chave se não encontrar a porta, a fechadura, e se não souber abrí-la. Neste caso eu tenho a chave e vejo a fechadura, mas não me compete abrir a porta. É outro quem deve abrir. Cada um deve encontrar no caminho seu próprio complemento, descobrir sua própria função.

PAZ ENTRE OS AYAHUASQUEIROS

É desafiante, falarmos abertamente sobre a nossa fé, temendo o preconceito, para não constrangermos nossos filhos, pais,amigos, numa sociedade que coloca rótulos e julga o tempo todo. É curioso as pessoas nos perguntarem se trabalhamos, se temos família, o que acha nossa familia, se não é droga, se vicia, se faz mal à saude, se enlouquece.

Muitos nos olham como pessoas diferentes ! Quem sabe como uma versão atualizada dos hippies ? Talvez como fanáticos religiosos ? Poder ser uma lavagem cerebral ? A fruta que expulsou o Homem do Paraíso ? Afinal, para que precisamos de algo externo para se ligar com Deus ? Não é verdade ?

Vai um desabafo ! E também um suspiro, consciente que muito temos ainda a caminhar para tornar um direito verdadeiro a liberdade de expressão da alma.

Tem também os medrosos, aqueles que gostariam de tomar, mas não têm coragem e , de alguma forma, se justificam, criticando, condenando, julgando. Tem os que querem alguma atenção, e o pior de todos os vírus, “OS CALUNIADORES”. Esse vírus, o caluniador, é o que se pode chamar de neo-inquisição. Como hoje eles não podem mais queimar e destruir corpos como no passado, hoje tentam destruir as imagens.

Tem também o “fogo amigo”. Esse também é duro ! É gente da própria casa, ayahuasqueiros, que reproduzem o correio da má notícia. Trazem “esses virulentos” para listas. Num momento onde se reestuda a situação da ayahuasca no país, ficam fazendo ataques entre si. É como se estivessem disputando adeptos à cada palmo.

Sou filiado ao CEFLURIS desde 1991, assim como realizo trabalhos de xamanismo com ayahuasca desde 1990. Tenho amizade com muitas pessoas e grupos, UDV, Alto Santo, peruanos, chilenos, argentinos, bolivianos e outros.

Sonho sempre que todos os lados levantem a bandeira da paz. Tem uma causa maior sendo discutida. Tanto os que agridem instituições como os que defendem, parem com esse fogo, que só contamina ambos os lados. Se eu fosse uma pessoa que não conhecesse plantas de poder, por ler de ambos os lados, os ataques, jamais iria me juntar a um povo tão desrespeitoso.

O que mais falamos sobre o uso de plantas de poder é a expansão da consciência, e vemos na prática usuários se agredindo por escrito. Fazendo uma verdadeira guerra, ao invés de cada um falar dos benefícios de seus trabalhos.

A irresponsabilidade é tanta, que pessoas não tem o mínimo de consciência do que provocam na mente de nossos amigos, dos amigos de escola de nossos filhos, dos professores, vizinhos, nos empregadores, empresas. E passamos a ficar visados como viciados fanáticos e etc. O mais curioso é que, por mais que condenam, mais gente chegando e comprovando as inverdades postadas em blogs,orkut, listas, sites.

Se existem pessoas insatisfeitas com os grupos mais antigos, hoje já começamos a receber insatisfeitos dos novos grupos que se formaram.

Falando do centro que dirijo, o Céu da Lua Cheia, somos pessoas comuns, que trabalhamos e damos nosso suor para sustentar nossas famílias. Não vivemos de espiritualidade. Todos têm os seus trabalhos. Temos médicos, antropólogos, psicólogos, educadores, ambientalistas, profissionais liberais de diversas áreas, donas de casa, estudantes.

Vemos próprios ayahuasqueiros condenando outras plantas de poder como se fossem drogas, sustentados numa lei proibicionista absurda, criada pelos EUA, para discriminar mexicanos e negros. Lembre-se que para muitos que não são ayahuasqueiros a ayahuasca é uma droga também. A diferença é que ela é permitida pela lei. O pensamento xamânico diz que nada que Deus criou na natureza é uma droga.

A Ayahuasca é um veículo muito poderoso, mas é um veículo. Depende de quem dirige. Ela pode ser utilizada para fins altruísticos e de cura, como para confundir e fanatizar. Há condutores que se fazem valer do poder da Ayahuasca, como se o poder fosse deles. Servir um copão de sacramento para fazer alguém ir para um estado alterado de consciência, não tem ciência nenhuma, é só abrir a torneira. O poder é do Universo, do Reino Vegetal.

Se apenas considerarmos os problemas, acidentes, que acontecem em todas as religiões, centros, vamos todos virar ateus. Pois a lista global vai de pedofilia, roubo, exploração, fanatismo e por aí vai. Acontece inclusive com as mais antigas. Quantos morreram e sofreram com o infeliz que fez a charge de Maomé ? Assim como um brasileiro estúpido que um dia chutou uma imagem da Nossa Senhora da Aparecida, a padroeira do Brasil.

Desde o começo da minha vida espiritual fui aprendendo a respeitar todas as crenças. Por trás de todas as crenças, está um esforço do homem para se conectar com o Divino. O que é o certo ? Em qual realidade você vê o certo? A sua ? A sua faz sentido para os seus e a minha faz sentido para os meus ! É tão fácil ! Uma rosa não tenta ser uma flor de milho e uma flor de milho jamais será uma rosa .

Aprendi que harmonia é arte de saber conviver com a diferenças. Vamos praticar e o livre-arbítrio meus irmãos ! Nós podemos mudar esse ambiente virtual juntos, sendo a maioria. Vamos deixar as pessoas livres para decidirem suas vidas, suas opções. Quem vai a algum lugar e não gosta, simplesmente não volte mais. E respeite, pois tem quem gosta, quem se curou, quem se encontrou. Tanto é fanático quem se defende do que não existe, quanto quem ataca.

Portanto deixem quem pode jogar a primeira pedra, aproveitar enquanto é tempo. Se você que lê pode e vai jogar, rogue para que quando uma mão levantar a pedra para atirar em você, que ele não lhe saia igual. Talvez nesse momento você irá aprender que o que dói em você, é aquilo que fez doer ao outro.

Cuidado quando você coloca a fé num “líder espiritual”, pois com o tempo, irá descobrir que se trata de um ser humano com seus defeitos e está tomado por uma “megalomalia espiritual”. Geralmente esse líder é reconhecido quando inflado por seu próprio ego, considera-se um “mestre salvador”. Julga e condena outras crenças para se auto-afirmar como iluminado.

Que Deus perdoe todos pelo mau uso da palavra, que carrega tanta intolerância, arrogância, soberba. e carências de todos os tipos.

Para os que gostam de usar palavras do Mestre Irineu, no seu decreto de serviço, que lemos todos os dias 15 e 30 nas nossas concentrações ele enfatiza :

“DECRETO DO MESTRE IRINEU”

Centro de Irradiação Mental Luz Divina

Decreto de serviço para o ano de 1970.

O Presidente Centro de Irradiação Mental Luz Divina, Senhor Raimundo Irineu Serra, usando as suas atribuições legais Decreta: Estado Maior, ficam definitivamente obrigados os membros desta Casa, a manter o acatamento e paz da mesma, normalizando assim a sinceridade e o respeito com seu próximo.

Dentro do Estado Maior não pode haver intrigas, ódio, desentendimento por mais insignificante que seja; todos que tomam esta Santa Bebida não só de¬vem procurar ver belezas, primores, e sim corrigir seus defeitos, formando assim o aperfeiçoamento da sua própria personalidade para ingressar neste batalhão e seguir nesta linha. Se assim fizerem, poderão dizer, sou irmão……

ARRUDA DA SÍRIA

PEGANUM HARMALA

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Conheci a Arruda da Síria (Peganum Harmala) no final de um encontro em Campina Grande – Paraiba. Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre “Plantas de Poder” onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald. Nossas afinidades nos levaram a participar de uma colheita da “Raiz de Jurema” para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui efeitos semelhantes ao da Ayahuasca . Ela intensifica o efeito dos cogumelos e do DMT

Planta nativa da região do Mediterrâneo oriental, leste da Índia ,desertos do sul da Ásia e África, mas também tem sido encontrada selvagem em algumas partes do Texas-EUA

É uma planta perene que pode crescer até cerca de 0,8 m de altura, mas normalmente é cerca de 0,3 m de altura. As raízes da planta podem alcançar uma profundidade de até 6,1 m.

O uso comum para as sementes desta planta são para atuar como um inibidor da monoamina oxidase, ou IMAO. Esta inibição leva ao aumento dos níveis de substâncias químicas, como os neurotransmissores serotonina e dopamina.

Os alcalóides harmala são encontrados em uma variedade de plantas, a mais conhecida das quais é o cipó da Ayahuasca. A fonte mais concentrada de alcalóides de harmala é a semente da Peganum harmala, vulgarmente conhecida como Arruda da Síria.

Curiosidades:

Há relatos do uso de sementes de peganum para composição de uma poção de amor e uma teoria de que era a base para uma bebida considerada “dos imortais” nos tempos antigos.

Antes do Islamismo, a planta Harmala era adorado pelas comunidades que viviam ao longo das rotas de caravanas que o associavam com a divendade lunar Asfand

Conta-se que Leonardo da Vinci e Michelangelo usavam peganum pois seus poderes metafísicos abriam a visão criativa.

Na Pérsia antiga os seguidores de Zoroastro ingeriam o Haoma, bebida feira a partir de sementes de Arruda da Síria (Peganum Harmala). Ramos de arruda da Síria eram usados para aspergir água benta antes da missa,. Um herbalista grego sugeriu que a planta mágica que Hermes deu a Ulisses para defender-se contra a magia de Circe – pode ter sido a Arruda da Síria. É conhecido por ser usado como um potente afrodisíaco (no antigo Egito). Como para uso médico, ajuda contra a ousadia, dores período, vermes e piolhos.

Um apelido comum de Peganum harmala é “a ruína de plantas daninhas”, provavelmente porque a planta é geralmente encontrada em ruínas perto do Oriente Médio . Usada para conter plantas daninhas.

Na Turquia vagens secas da planta são amarradas e penduradas nas casas ou veículos para proteger contra o “mau olhado” e no Irã misturado com outros ingredientes – são queimadas, de modo a produzir uma luz, fumaça perfumada (incenso), usada como um purificador de ar e mente,

Alguns estudiosos afirmam que as sementes de peganum inspiraram os contos de magia dos tapetes voadores. As sementes eram usadas como um corante no processo de confecção de tapetes persas.

Aviso Peganum harmala se for misturado as com certos psicoativos ou determinados alimentos, pode causar-te dores de cabeça, vomitos, crises hipertensivas ou parada cardíaca, principalmente se os alimentos contém triptofano.

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CANNABIS

TRATA-SE DE UMA PLANTA GERADORA DE MUITAS POLÊMICAS ! PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL QUER PROIBIR, PARTE DESCRIMINALIZAR E OUTRA LIBERAR TOTALMENTE. QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?

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A maior parte das divulgações de pesquisas feitas até hoje, foi com criminosos. Ela circula na ilegalidade. Até agora, pouco se divulgou a respeito de milhares de pessoas que a utilizam para fins relaxantes, espirituais, meditação, recreação, etc. Até porque existe medo na pesquisa. Já ouvimos até dizer: Fumei, mas não traguei !

Segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc – Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime O relatório revelou que a maconha foi utilizada por um número estimado de 162 milhões de pessoas ao menos uma vez em 2004, ou aproximadamente um quarto da população mundial com idades entre 15 e 64 anos. O documentou ressaltou ainda que o consumo continua aumentando.

Já há estudos desenvolvidos, como os do antropólogo Edward MacRae junto a grupos de indivíduos das camadas médias urbanas formalmente integradas à sociedade, que demonstram, que entre os milhares de usuários , há os que não são vagabundos e nem excluídos da sociedade. São pessoas comuns, que ajudam o próximo e não fazem mal a quem quer que seja. Você que está lendo deve conhecer algum. A grande polêmica é se um usuário precisa de ajuda e tratamento ou ser punido com prisão.

Foi pesquisado que entre os que usam, tem de tudo, tem um mundo. Milhares de usuários são trabalhadores, têm suas famílias, são responsáveis, pagam impostos, etc. Entre os usuários há Professores, terapeutas, médicos, advogados, policiais, executivos de empresas, esportistas, intelectuais, políticos, artistas, psicólogos, psiquiatras, e vai !

O maior problema da planta é o tráfico, que financia a criminalidade, o terrorismo. Que movimenta fortunas, aproxima os criminosos e drogas químicas, principalmente dos jovens que buscam, na verdade, estados diferentes de consciência. Há tempos atrás, a sociedade fazia dessas pessoas: criminosas. Acabavam sendo criminosos pois burlavam a lei assim como os criminosos que representam perigo para a sociedade. Tudo no mesmo mesmo saco !

Sabe-se que o trafico existe quando há proibição. Quanto mais aumentam os mecanismos de repressão, mais o tráfico se especializa e cresce. Foi esse o grande exemplo da lei seca americana. Temo que um dia o tráfico se sofistique tanto, se equipe tanto, que tome conta da situação. Os países investem fortunas combatendo o tráfico, estimulados pela lei proibicionista que nega o livre-arbítrio, quando poderiam investir esses valores em educação, saúde e para promover a paz.

A nova lei que chega ao Brasil , é um avanço na direção dos direitos humanos, tornando-a um caso de saúde e separando-a do tráfico. A Comissão Internacional de Controle de Narcóticos (INCB, na sigla em inglês) da ONU elogiou em seu relatório anual a iniciativa do sistema judicial brasileiro de se concentrar no combate aos traficantes de drogas e adotar penas alternativas para os usuários.

Toda a situação demonstra ainda faltar mais estudos, mais pesquisas, e principalmente mais consciência. Para ter “consciência” é preciso que primeiramente se tenha “ciência”, pesquisando, comparando, deixar de lado preconceitos e paixões, e a sociedade ter a coragem de enfrentar paradigmas, fazendo realmente um estudo fitoquímico e psicológico para ver a verdade e não para satisfazer um ponto de vista. Mostrar os prós e os contras para que possamos orientar melhor nossos jovens.

Os aspectos científicos cabem à ciência. Os sociais a Lei, e o que é de César…para César. Não venho aqui iniciar qualquer tipo de movimento, trago abaixo informações que todo o pesquisador de plantas conhece. Quero ressaltar que sou um combatente dos vícios (sejam de substâncias, plantas, comidas,medicamentos, trabalho, esportes, jogos, bebidas, religião, pessoas). Meu interesse com as plantas é espiritual, como todo o estudioso de xamanismo que se preza e não envolve vícios. Aprendi que as coisas de Deus não viciam, O vício não é uma coisa de Deus. Deus é liberdade ! Não concordo porém, com a atitude de“satanizar” plantas. Aprendemos no xamanismo que as plantas são obras de Deus, não podem nunca ser confundidas com drogas. Deus não faz drogas. A droga é uma criação humana. Deus criou um jardim de mistérios e maravilhas na sua infinita sabedoria. Que direito tem o homem de destruir uma espécie da Criação ? E que a Verdade Divina prevaleça.

A Canabis Sativa é original da Ásia, da qual também é extraído o haxixe e o kif. A planta é também citada no Velho Testamento, cantada e louvada por Salomão, que a chamava de kálamo (cânhamo) . No Brasil era utilizada pelos escravos africanos que conheciam suas propriedades. Sabe-se que ela é de uso de muitas tribos por lá, mas principalmente os pigmeus e zulus povos de Angola, Moçambique, Congo, etc., que a utilizavam ritualisticamente como uma “planta sagrada”.

Sabe-se que os indios brasileiros também usam, principalmente na região de Maranhão e Sergipe. Vamos a algumas possibilidades : os Tenetehara (os mais famosos no uso), Saterê-Mawé, Guajajara, Tukano, Macu, Tucuna, Mura…….Era muito difundida entre negros e caboclos que a chamavam também de : fumo-de-caboclo

Era utilizada para fins terapêuticos na China, como anestésico; também por africanos e asiáticos para aliviar tosses, dores de cabeça e cólica menstruais. Alguns pesquisadores afirmam que ela é eficiente em casos de anorexia, glaucoma, enxaqueca, hipertensão, asma e ataques cardíacos. Utilizada também pela medicina Ayurveda

Segundo o pesquisador Rowan Robinson, uma antiga história relata que Shiva brigou com sua família e se afastou nos campos, e devido ao sol intenso, foi abrigar-se debaixo de uma planta alta de cânhamo, e come alguma de suas folhas, e ela o revigorou tanto, que ele a adotou como alimento preferido, tornando-se conhecido como o ” Senhor do Bangue . O Bangue era históricamente associado a Kali, aspecto feminino de Shiva.

No budismo mahaiana, prossegue Rowan, reza uma lenda que Buda viveu de uma semente de cannabis por dia durante seis anos de disciplina, antes da sua iluminação. Os budistas tântricos do Himalaia, usam cannabis ritualmente para aprofundar sua meditação e elevar a consciência.

Há traços de sua utilização ritual nas mais diferentes crenças, no taoismo chines, judaísmo, em tradições japonesas, no movimento rastafari, e em diversas práticas xamânicas.

A cannabis sativa é uma Planta da Lua. É bom entender o ensino que a lua nos dá, também através de suas plantas. A Lua reflete o brilho do Sol, porém tem uma parte da lua que o sol não Ilumina, que alguns podem chamar de Lua Negra, ou Lilith. Eu prefiro chamar de sombra.A luz do xamanismo ensina que quando lida-se com uma planta da lua, é preciso saber o que é a sombra da planta, já que a luz é evidente. Por exemplo a dependência é uma parte sombria, que pode ser provocada pelo uso sem consciência de qualquer planta. A luz de uma Planta da Lua é evidente quando consumida como um sacramento, como um poder de Deus atuante através do Reino Vegetal, refletido pela força da lua, que pode trazer conforto, introspecção, expansão da consciência, concentração. Isso é para todas as Plantas da Lua. A energia é da donzela, da rainha e da anciã . Da mãe.

Dr. Andrew Weil , bacharel em biologia pelo Harvard College e formado em medicina pela Harvard School, fez várias experiências controladas com cannabis em seres humanos. Para fazer seu trabalho também viajou muito pela América do Norte, América do Sul, África, para estudar a medicina indígena, plantas psicoativas , e estados alterados de consciência. O Dr Weil serviu como “Research Associate” em Etnofarmacologia do Museu Botânico, Universidade de Harvard, pesquisando plantas medicinais e psicoativas. Também foi Presidente do Instituto de Pesquisas de Plantas Benéficas, em Sausalito, Califórnia, instituição sem fins lucrativos, educacional e científica, dedicada à investigação do uso de plantas para melhorar a vida humana. Atualmente é conferencista da Divisão de Perspectivas Sociais da Medicina, no Colégio de Medicina da Universidade do Arizona. Também é Conselheiro de Bem-Estar no “Canyon Ranch Spa, em Tucson, Arizona, onde oferece aconselhamento individual sobre medicina preventiva e alternativa, cuidados pessoais em medicina, e vícios. Trabalhou também no Instituto de Saúde Mental em Washington, serviu o exército no serviço de Saúde Pública, estudou na reserva índia dos Dakotas do Sul e escreveu o livro editado aqui no Brasil pela Ed. Ground ” Drogas e Estados Superiores de Consciência e outros.

Dado o currículo, sinto que não se trata de um curioso, ou alguém que tem uma “ideia fixa” tanto para a repressão como para a liberalização. Os resultados do trabalho do Dr. Weil foram publicados em importantes jornais científicos, e muitos de seus textos chegaram a ser publicados em cobertura de primeira página do New York Times. Veja alguns de seus depoimentos :

“As conclusões que cheguei eram sensatas, mas não apoiavam a visão da droga (maconha), como uma ameaça direta à saúde mental. É muito menos ameaçadora do que o álcool. Publiquei minhas descobertas na crença ingênua de que uma informação honesta sobre o assunto ajudaria a resolver o acre debate que estava destruindo famílias e cidades. Pela primeira vez na minha vida descobri que dizer a verdade poderia me deixar em dificuldades. Meus empregadores não queriam que o povo soubesse o que eu tinha descoberto sobre a maconha, e ressentiam-se de toda a atenção que a obra que publiquei continua a merecer.

Ao fim da primeira metade do que deveria ser um breve período de dois anos como funcionário público federal e oficial comissionado, minha vida profissional em Washington se tornara intolerável. Fui rotulado como rebelde e elemento perturbador, fui proibido de fazer qualquer trabalho relacionado com a maconha ou outras drogas, e recebi ordem para trabalhar no hospital federal do vício em Lexington, Kentucky, na enfermaria de viciados em heroína. Recusei-me a ir. Eventualmente, demiti-me e foi-me negado crédito militar pelo ano que servi. Requeri dispensa por objeção de consciência, mas declarei que não faria qualquer serviço alternativo para um sistema que para mim parecia comprometido com a desonestidade.

Meu primeiro ato como ex-funcionário do governo dos EUA foi ir para uma reserva índia de Dakota do Sul para estudar com um curandeiro Sioux. Queria aprender com ele sobre ervas medicinais e maneiras de alterar a consciência .

Ninguém em 1971 previa a epidemia de uso de cocaína que agora prevalece, por exemplo, ou entendia o vício do cigarro como o mais difícil de vencer e o nosso mais sério problema de saúde pública. Poucas pessoas acreditavam que os tratamentos médicos alternativos se tornariam populares como agora, ou que o estudo científico das interações corpo-mente se tornariam respeitáveis. Ninguém sabia das endorfinas, as moléculas semelhantes à morfina que são produzidas em todo o cérebro humano, que servem como o nosso narcótico interno.

Ao longo desses anos receei muitos comentários de leitores de meus livros. Mais freqüentemente, os leitores me dizem que o livro exprime idéias que eles mesmos tiveram e os fez se sentirem melhor consigo mesmos, especificamente sobre seu interesse em experimentar outras formas de consciência, que aprenderam considerar como anormal ou insalubre. Estes comentários revelam a carga imposta às pessoas por nossa cultura em seu fracasso de chegar a termos com a necessidade humana de variações da experiência consciente.”

A raiz do problema da droga é o fracasso de nossa cultura em satisfazer uma necessidade humana básica. Uma vez que reconheçamos a importância e o valor de outros estados de consciência, podemos começar a ensinar as pessoas, particularmente os jovens, como satisfazer suas necessidades sem drogas. Acredito que não podemos conhecer a realidade diretamente através da atividade intelectual. Ao invés, construímos modelos ou paradigmas da realidade através dos quais interpretamos e derivamos sentido de nossa experiência. Fala-se muito em nossos dias de “deslocamento de paradigmas e conflitos entre proponentes de modelos alternativos em muitos campos da atividade humana, da Física à Medicina, até as ciências sociais. Os modelos alternativos não estão nem certos nem errados, são apenas mais úteis ou menos úteis para operarmos bem no mundo e descobrir mais e melhores opções para resolver problemas.

Mais informações :

Entrevista do Dr. Drauzio Varella com Dr. Elisaldo Carlini é médico psicofarmacologista e trabalha no CEBRID, Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas, e é professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

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COCA

Quero compartilhar um pouco do que aprendí com esta planta fabulosa a Erythroxylon Coca – La Cocamama.

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Não pode se confundida com a droga cocaína. No Perú ela é considerada a síntese das Plantas de Poder. Suas folhas até hoje são utilizadas para leitura de um oráculo, por aqueles que tem esse conhecimento. Tanto no Perú, como na Bolívia ( Ipadu) ela tem até hoje uma grande importância como chá, para dores de estômago, cólicas, disturbios digestivos, para facilitar a digestão, normalizar a pressão, problemas de pele, do aparelho respiratório, da circulação, enjôos, fadiga na laringe.

Também era utilizada para diminuir o apetite. Os incas ao subirem as montanhas, as vezes ficavam dias sem comer, sómente mascando folhas, que tiravam a fome e lhe davam mais energia.

Utilizada também como antidepressivo, e como coadjuvante no tratamento de diabetes (regula o metabolismo). Outras indicações terapeuticas estudadas : acalma inflamações, fortalece ossos fraturados, para tirar o frio do corpo, o pó das sementes tem bons efeitos no sistema nervoso, como fortificante.

No início do Imperio Inca, eles não conheciam a coca, era um conhecimento indígena. Apenas a Família Imperial fazia uso. A Planta Sagrada, era de uso restrito ao filhos de Inti ( Sol ). Pouco a pouco ela foi se popularizando. Eram levadas em bolsinhas medicinais juntamente com a lifta ( resina que é utlizada para melhor extrair os princípios das folhas).As sacerdotizas utilizavam como instrumento uma haste que na ponta tinha um beija-flor.Com o bico extraia-se a lifta para ser juntada às folhas.

O velho hábito de mascar coca continua até hoje, principalmente entre os índios, que as usam para afastar maus espíritos e para gerar sonhos.

Ao Deus Inti, divindade suprema, foi consagrado o arbusto da coca, e suas folhas são oferecidas nos rituais e cerimônias.

Em todas as consagrações aos deuses incas, as pessoas levavam em suas bocas as folhas de coca. Eles queimavam folhas para predizer o futuro, jogavam no chão para evocar Viracocha. Os sacerdotes as mascavam para abrir portas do mundo profundo. Introduziam folhas de coca na boca dos mortos, para preservá-los de perigos espirituais, assim como nas sepulturas.

As folhas de coca também eram usadas nos ritos de passagem dos filhos do rei.

No Perú havia um Templo da Coca, onde consagrava-se La Cocamama, a entidade espiritual das folhas de Coca.

Em Cuzco tive uma experiência gratificante com Edwin Flores ou Küichy. Fomos até o Templo da Serpente para fazermos uma meditação com as fôlhas de coca.

A Coca é considerada para muitos peruanos como a síntese das plantas de poder. Os incas a mascavam para suportar grandes altitudes, para matar a fome, além de possuir propriedades terapêutica\s.

Conta-se que Machu Pichu tem-na em seu nome: pichu= ato de mascar a coca., muito embora dá-se o significado de “Cidade da Paz”.

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Alguns peruanos dizem que se não existisse a Coca, não existiria o Perú.

Não havia entre os Incas nenhum ritual em que não estivessem presentes as folhas de Coca. A Coca era oferecida aos deuses, usada para a fins oraculares como as cartas de tarô, pulverizada para estancar feridas e para hematomas.

Segundo Küichy: as folhas são mascadas com a nossa mente, nós deixamos que o líquido se escorra por nossas almas.

As folhas são mascadas, juntamente com uma resina chamada lifta.

As sacerdotizas constumavam andar com um instrumento de poder, como uma varinha de mago, confeccionada em prata ou cobre com um beija-flor na extremidade. Através do bico do beija-flor, a lifta era extraída, juntando-se às folhas que serão mascadas.

Küichy começou a cerimônia com os maços de coca enrolados com a lifta, dizendo que antes precisamos acalentar as folhas ( soprar suavemente as folhas ) depois prosseguiu saudando as quatro direções ( pontos cardeais ), pedindo que repetisse junto com ele :

– Apu Inti ! ( de frente para o leste, saudando o Sol )

– Apu Pacha Mama ! ( saudando ao sul a Mãe Terra )

– Apú Huaira ! ( saudando ao oeste )

– Apú Uno ! ( saudando o norte )

Em poucas palavras, sentí uma vibração violeta. A enrgia é Sútil, traz insight´s, desde que conservemos o silêncio na mente. Ficaria horas e horas em contemplação.

A folha de coca, foi para mim, um aprendizado de interiorização, produzindo um bem estar e despreocupação com o tempo. Foi a religação de algo muito profundo, mas extremamente sutíl. Uma energia feminina, ligada ao masculino ( Sol ) inspirando criatividade, o amor, levando-me a prestar bastante atenção nas belezas da criação.

Quando os conquistadores espanhóis, sob comando de Pizarro, invadiram o Perú, eles queimaram as plantações de coca não respeitando seus fundamentos sagrados. Pizarro mandou queimar o templo da Cocamama, e as plantações, pois observou que isso iria destronar a moral do povo. E foi aí que : ATENÇÃO

Dizem que no momento em que as folhas iam sendo destruídas, os sacerdotes incas, fizeram a seguinte maldição :

– Assim como os brancos estão destruindo as folhas de coca, um dia as folhas de coca irão destruir os homens brancos ! (Através das folhas de Coca, e que se produz o veneno chamado cocaína, que mata, destroi e corrompe . Uma maldicão peruana, que tem acabado com pessoas e famílias. Essa sim uma verdadeira droga.

Deus não faz drogas, faz plantas. Quem faz as drogas são os homens

     Comentários de Menkaiká :

” O ato de mascar coca se chama picchar , e a llipt’a é como uma pasta de cor escura, se não me engano feita com cinza de plantas como a quínoa, que usada junto com as folhas extrai melhor as propriedades da planta(caroteno, ferro, cálcio). Achados arqueológicos mostram vestígios de uso das folhas de coca há 2 mil anos a.c.

A coca para os andinos não é considerada droga, pois para eles droga é o que o homem produziu com suas próprias mãos usando uma dádiva da Mãe Terra. Os efeitos medicinais da folha da coca são como de um estimulante, além de melhorar o metabolismo, mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de cabeça, tirar a fome e ajudar em problemas estomacais. Por ser estimulante e revigorante, as folhas de coca são mastigadas pelos camponeses com o propósito de recarga das energias no duro trabalho empreendido nos campos e nas altitudes.

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Os Pagos, sacerdotes andinos, usam uma chuspa, uma bolsinha de tecido ou de pele de lhama para carregar as folhas de coca. Fazem adivinhação através das folhas e também oferendas. A principal oferenda ritual chama-se k’intu que compreende em 3 folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três), sendo que a maior folha é dedicada aos Apus, espíritos da natureza protetores representados nas montanhas e picos andinos. A segunda folha, mediana, é dedicada à Pachamama, mãe terra, nutridora, provedora da vida. E a terceira folha, de menor tamanho, representa a humanidade.

Os Apus (que em quéchua significa “Senhores”) são respeitados e invocados nos rituais. Entre os eles estão: Apu Salcantay, Apu Ausangate, Apu Willkamayu, Apu Sawasiray, Verônica, Putukusi, Machu Picchu, Huayna Picchu, entre outros.

As folhas de coca também podem ser usadas para troca, para retribuir serviços, como sinal de amizade.

É interessante observar, para quem já teve a oportunidade, as relações interpessoais que se estabelecem através do ato de compartilhar a coca para a mastigação. Esse ato chama-se hallpay. Me marcou muito certa vez que tive a oportunidade de compartilhar com uma senhora campesina. Eu estava em Q’enqo, numa tarde de sol, lendo, quando passa por mim há alguns metros uma senhora campesina com seus animais. Ela acomodou-se entre as pedras para descansar. Eu estava encantada com as pequenas ovelhas e me aproximei oferecendo à senhora algumas folhas de coca. Por um momento compartilhamos em silêncio enquanto mascávamos a coca, mas esse ato silencioso foi suficiente para que conectássemos a nossa energia de algum modo através da mastigação. Depois conversamos sobre os animais e ela agradeceu as folhas. Essa é uma situação simples, mas um simples ato de compartilhar nos aproximou. Em cada lugar que vamos é muito bonito o ato de oferecernos a coca, é como compartilhar algo sagrado.

A coca é a mais linda oferenda que se pode fazer à nossa Pachamama. “

” No coqueo por vicio Ni tampoco poe el juicio %BR

      Sino por el beneficio “

A coca é uma planta da família das Erythroxyles, indígena do Peru (Erythoxylon coca). Ao arbusto conhecido por este nome, os peruanos chamam “ipatú”, podendo atingir de 1 a 3 metros de altura. Uma casca esbranquiçada cobre toda a sua haste. As flores são pequenas e amarelas e o fruto vermelho, oblongo e carnoso.

Em estado selvagem abunda nos Andes até dois mil metros de altura. Os incas exaltavam excessivamente este arbusto e utilizavam-lhe a folha como moeda. Na antiga Colômbia, os sacerdotes do Sol mastigavam e queimavam folhas de coca em honra a divindades.

Os peruanos e bolivianos mascam as folhas, depois do que, dizem, podem resistir não só a maiores fadigas e ao sono, como também aos jejuns prolongados.

Entre os habitantes do vale Calchaqui, na Argentina, achava-se muito arraigado o costume de “coquear”, isto é, mascar folhas de coca.

Os peões não empreendiam trabalho algum sem fazer préviamente seu acullico, que é o mesmo que por na boca uma certa quantidade de folhas de coca, as quais misturam llifta.

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A coca já cumpriu e ainda cumpre, um grande papel em todas as práticas religiosas e supersticiosas dos peruanos. Por exemplo, quando estão para empreender uma viagem ou um negócio, recorrem a coca do seguinte modo: molham com saliva a folha inteira e a pegam à ponta do nariz; logo dão um sopro forte e olham para o lado que caiu, se para a direita, é sorte, se para esquerda é sinal de desgraça. Raras vezes empreendem algo, se a coca lhe anunciou má sorte.

Antes de empreender qualquer negócio, oferecem coca a Pachamama, a Mãe dos cerros. Quando vão a caça, o caçador faz um buraco no chão, à beira do mato, onde todos depositam uma oferenda de coca, invocando a Pachamama para que lhes seja propícia a caça.

Em viagens pelas montanhas notam-se nas vertentes certos montinhos de pedra em que se encontram folhas de coca, que se sabe, foram ali atiradas pelos viajantes. A estes certos montinhos chamam “Apachetas” e raro é o viajante que lá passa e não tire da boca a folha que mascava, para depositá-la na Apacheta.

Esta cerimônia que tem por fim propiciar-se uma feliz viagem, encontrava-se também entre o povo guarani do Paraguai. Ali, se tinham cristianizados, formavam-se sempre ao pé de uma cruz montinhos que orlavam os caminhos e debaixo dos quais havia um enterrado.

Para os indígenas aymaras e quechuas, a folha da coca é sagrada, como a hóstia dos cristãos. É utilizada em cerimônias sociais e rituais.

Uma lenda nos conta que o Deus do Sol disse ao sacerdote Khana Chuyma:”Sobe esta montanha e encontrarás uma pequena planta com grande poder. Guarda suas folhas com amor e usa-a quando doer teu coração, ou quando tua carne sentir fome e tua mente estiver obscura.Mas quando o conquistador branco a tocar, encontrará veneno para seu corpo e loucura para sua mente.”

A folha de coca contém 0,5% de um produto anestesiante chamado cocaína. A partir do século XIX, os cientistas conseguiram sintetizar a cocaína da coca. Em um primeiro momento, ela foi utilizada por suas propriedades anestésicas. Mas, a partir de 1914, o cocaína foi definida como “droga perigosa” e proibida. Nos anos 60, após a guerra do Vietnam ressurgiu como uma droga popular. A demanda cresceu e a “máfia da droga” entrou em cena.

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COGUMELOS Mágicos

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Os cogumelos não são considerados plantas pela ciência, não têm clorofila. Porém na visão xamânica “de tudo o que está plantado” sim. Os cogumelos enteógenos, têm sido de grande importância em várias cerimônias religiosas.

O texto abaixo é extraído do livro Retorno à Cultura Arcaica (Nova Era)de Terence Mckenna, um xamã e botãnico, que viveu no Hawai, onde reproduzia o cogumelo em seu laborátorio de plantas de poder :

” Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de adivinhação e indução do êxtase xamanista. Pretendo demonstrar que a interação entre homens e os cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual pelo menos uma das partes consegue atingir níveis culturais mais elevados.

O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o surgimento das formas culturais peculiares ao Homo Sapiens. ‘

Há um fator oculto na evolução dos seres humanos que não é nem o elo perdido nem a finalidade imposta pelos céus. Minha teoria é que esse fator oculto na evolução dos seres humanos e que teve à tona a consciência humana em um primata bípede dotado de visão binocular tem a ver com um laço de realimentação com alucinógenos vegetais.

Trata-se de uma noção que ainda não foi amplamente explorada, em bora uma forma muito conservadora dela apareça em Soma: de R. Gordon Wasson. Ainda que ainda não comente o surgimento da natureza humana nos primatas, Wasson sugere que os cogumelos alucinógenos foram o agente causal do aparecimento de seres humanos espiritualmente conscientes e da gênese da religião. “

      Composição :

A ausência de clorofila impede os cogumelos de se alimentarem utilizando a energiaa solar, o que impele a espécie a desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas em outros animais e plantas ou habitando materia em decomposição. Os fungos também agem quimicamente no ar, de forma diferente das plantas com clorofila, eles aborvem o oxigênio e exalam ácido carbônico, agindo nesse ponro da mesma forma que os animais, aos quais se assemelham em composição química.

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No continente americano há o Stropharia Cubensis; que nasce no estrume do zebu. Segundo Sangirardi Jr, essa espécie de fungo tem sido empregada na América Central desde muito antes da chegada dos espanhóis que trouxeram o gado bovino. Para ele, poderiam proliferar no estrume do búfalo americano e do gamo, animais considerados sagrados pelos maias.

Este Cogumelo é muito conhecido aqui no Brasil, notamente em regiões de pasto de gado.Seu princípio ativo é a psilocibina, a parte inferior do chápéu é escura e sua cor é um tom dourado escuro

Terence Mackenna, um xamã e botânico que morava no Hawai, em seu livro : ” Aluninações Reais”, conta como consegue reproduzir o cogumelo, no seu laboratório de plantas de poder, afirmou :

– A psilocibina está intimamente ligada com a serotonina. A serotonina torna possívei ao cogumelo as funções cerebrais do universo mental.

O mais interessante é como nasce o cogumelo. Imagine agora um zebu pastando. As plantas ingeridas vão para aquela bio-máquina, que é o seu processo digestivo, e vira depois estrume. Depositado o estume na terra, fica por conta do Universo. Vem a chuva irrigando o estrume, e em seguida o Sol com seus raios dourados, energizando.Desta alquimia natural, nasce o cogumelo.

Numa das vezes que ingerí o cogumelo, dentro de um ritual xamânico, estabelecí contato com um ser, que intuí ser o elemental . Tive a visão de um elemental bastante gordo, cheio de barrigas, bonachão, bastante sorridente, passando-me que possuia os registros da Mãe-Terra e das manifestações da natureza.

Sentí uma profunda conexão com a natureza, podia observar as mais sutís formas de vegetação, e tive a compreensão que esta planta não pode ser ingerida em centros urbanos. Dizem os erveiros que os cogumelos não devem ser tomados de forma sistemática. Eles dizem que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra. Um mateiro explicou-me a utilização da seguinte maneira:

– ” Tá vendo aquele cogumelo lá ? ( referindo a um cogumelo de outra espécie). Aquele a gente não come, porque faz mal. Aquele outro às vezes a gente usa prá botar numa salada. E este ( referindo-se ao stropharya), este é o seguinte : As vezes a gente tá com a cabeça cheia de problemas, e não consegue arrumar as idéias. Então, a gente come este que é prá entendê como resolvê “.

Alguns que estudam botânica mágica, acreditam que este cogumelo veio de Órion. Se o cogumelo veio de outro planeta, não posso afirmar, porém parece que ao ingerí-lo estabelecí uma conexão com algo que não era deste planeta.

Suas visões são bastantes fortes, não sentí o tempo passar, não sentí fome. Quando tocava maracás, eu via labaredas de fogo, saindo dos mesmos. A acuidade auditiva e visual, foi bem amplificada, e nessa vivência, recebí um insigth, que proporcionou uma grande transformação em minha vida.

AMANITA MUSCARIA

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Outro famoso é o Amanita Muscária, que tem sido empregado há mais de 6.000 anos, por xamãs siberianos, um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais.

A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da humanidade).

Essa planta contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.

Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.

Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de um jogo de símbolos.

Alguns pesquisadores afirmam que ele é o próprio Soma, dos Vedas.

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Soma era mais do que uma planta, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo.

O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.

Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por muitos anos.

Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.

O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll em “Alice no País das Maravilhas” Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?

Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas, artrites.

A amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.

Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.

O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.

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UMA HISTÓRIA DE NATAL

Natal sempre marca o solstício de inverno (hemisfério norte). É nesse período que os xamãs, até hoje, realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.

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Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a “Árvore do Mundo”. Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos? Partimos da crença de que a lenda do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.

As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.

Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam. Alguns caçadores davam pedaços de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do enteógeno, os efeitos passariam para quem comesse a sua carne.

Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população. Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.

Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram amanita.

A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.

Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens estáticas (jornadas xamânicas) aos mundos profundos (transe) por um trenó de renas.

Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas

Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.

O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no xamanismo. O que acham ? Coincidência?

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Uma Lenda Siberiana

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Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura:

Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.

O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força.

Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas – os espíritos do wapaq – apareceram: tinham chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve.

Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.

A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina.

Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin – plantas dos deuses.

TEONANÁCATL

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Os Maias usavam o Teonanácatl ou “Carne de Deus” (Psilocybe Mexicana).

O primeiro registro do consumo do cogumelo Psilocybe, data de 1502, durante a coração do imperador Montezuma.

Pesquisadores da psilocibina, acreditam que ela abre uma porta para o subconsciente, permitindo que o mundo consciente seja encarado de uma perspectiva diferente.

Conhecido como a ” Carne De Deus ” é o cogumelo milenar dos índios mexicanos. Os Cogumelos Sagrados do México, têm como princípio ativo a psilocibina e a psilocina.

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Maria Sabina :

“Há um mundo além do nosso, um mundo que , próximo, e invisível. E há onde o deus vive, onde o inoperantes vivem, os espíritos e os santos, um mundo onde tudo tem acontecido e tudo é sabido.

Esse mundo fala. Tem uma línguagem própria. Eu relato o que diz. O cogumelo sagrado faz exame, me pega pela mão e traz-me ao mundo onde tudo é sabido. É eles, os cogumelos sagrados, que falam em uma maneira que eu posso compreender. Eu pergunto-lhes e eles me respondem. “

Quando eu retorno da viagem que eu fiz, tiro a prova com ele, eu digo o que ele me disse e o que me mostrou.”

Maria Sabina, curandera legendária Mazateca “A Sábia dos Cogumelos Sagrados”Oaxaca, México, realizava o ritual chamado “Velada”, que consiste em consumir ritualmente os cogumelos juntamente com os participantes, apresentando ao xamã os problemas para serem resolvidos, as dúvidas que afligem, perguntas para serem respondidas.

Essas respostas não são dadas pelo xamã e sim pelo Teonanácatl.

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DATURA

Datura é um nome genérico que abrange várias várias espécies.

A mais conhecida é a Datura Stramonium. No Brasil é conhecida como Trombeteira, Lírio. No Perú é também conhecida como Floripôndio ou Tóe.

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É utilizada desde a antiguidade, citada até na obra de Homero “Odisséia” . Conta que Ulisses chegou à ilha habitada pela ninfa Circe, esta deu de beber à tripulação uma poção, para que os marujos pudessem esquecer de sua terra natal.

Na Idade Média, a Datura compunha várias poções e ungüentos de feiticeiras. Conta-se que a pasta de Datura que as bruxas medievais aplicavam um unguento de Datura em várias partes do corpo, incluindo a genitália e o ânus, para produzir a sensação de estarem voando em suas vassouras.

Lu Gomes e Roberto Navarro (Planeta) descrevemque a imagem da bruxa voando na vassoura é considerada o estereótipo de um tipo específico de feiticeira medieval que se utilizava principalmente da Datura Stramonium. Talvez por isso a planta tenha sido apelidade de “erva do demônioe cizania.

A datura também era usada por motivos religiosos pelos índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada do colonizador branco.

Segundo Sangiradi Jr. …”planta sagrada dos Zunis, índios da cultura pueblo, o estramônio (a’neglakya) pertence aos sacerdotes da chuva e aos chefes de certas fraternidades religiosas. Somente o xamã pode colher esta erva. Ingerida, leva ao estado de transe que permite ouvir as vozes dos pássaros, curar e adivinhar. Também é usada pelos médicos-feiticeiros como tópico, em ferimentos e contusões.

Schhultes diz que os índios do nordeste dos Estados Unidos fazem uso limitado, mas o estramônio é o principal ingrediente do Wysoccan, bebido pelos algonkins, leste dos Estados Unidos, antes de um rito de passagem, em que se processa a iniciação dos adolescentes.

Também utilizada por índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada da colonização. Os componentes da planta são extremamente potentes e perigosos.

         Don Juan, no livro “A Erva do Diabo” de Carlos Castañeda :

“– A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro”.

A ingestão de sementes de datura eram parte de umm rito de passagem feitos por jovens da tribo huichol. Eles retornam do delírio sem a memória de sua mãe, como se nascessem do nada, do vazio. As folhas secas de datura eram fumadas para combater os efeitos da asma.

O nome Datura, a sua denominação genérica, é a partir do Hindu Dhatura (dhat = a essência eterna (de Deus)), que foi derivada do sânscrito nome D’hastura.

         SegundoSangirardi Jr

“…a intoxicação produzida pela droga tem dua fases opostas: a uma exaltada agitação segue-se o sono profundo e inquieto. Os sintomas são provocados por dois alcalóides do grupo tropano, que atua sobre os sistemas nervosos periférico e central. Esses dois alcalóides, dos quais a atropina é um composto racêmico, são: escopolamina (histocina), o principal e hiosciamina.

    Floripondio – A Datura dos Andes

Datura arborea ( Brugmância arborea) Flores de corola branca, por vezes amarelada com 15 a 18 cm de comprimento.

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No preparo da bebida mágica, raspa-se a casca do tronco, que é espremida numa cabaça. A dose média é aproximadamente um copo comum (200ml), o suficiente para provocar as duasclasicas etapas da embriaguez com esse tipo de substâncias : exaltação furiosa e depressão com sono comatoso.

Reinburg observou que, entre os zaparos, a issioma é reservada aos homens e constitui, quase sempre, uma bebida de prova para aspirantes de xamã.

Para os jivaros, a maikoa é beberagem dos guerreiros, que consultam os espíritos antes de partirem em expedição. Tem outros usos ainda como para o marido traido saber quem é o sedutor da esposa

Kastern menciona a grande festa do tsantsá, em que os guerreiros, na floresta, tomam uma bebedeira profética. Na rgande festa em honra do tambor sagrado, os mais velhos tomam maikoa e no dia seguinte, interpretam os próprios sonhos.

Seja qual for o tipo de datura, quantidades excessivas ou uso prolongado podem levar a convulsões, coma, danos permanentes no cerebro. Os seus alcaloides são extremamente potentes e perigosos.

Lewin, descrevendo os sintomas físicos e psíquicos provocados pela datura, mostra a preponderância de violencia insanidade e tendência de cometer desatinos.”Mais graves, diz o toxicologista alemão, eram os efeitos provocados pelos fanáticos religiosos, os taumaturgos, os magos, os sacerdotes e charlatães que, ao longo das cerimõnias cultuais, faziam fosse aspirada a fumaça daq planta atirada sobre um braseiro.

A titulo de curiosidade, diz Sangirardi Jr, vale menscionar que os negros escravos do Brasil preparavam o chamado amansa-senhor, com plantas tóxicas, entre as quais as raízes pulverizadas do estramônio. Servida pela mucama ou pelo pajem, misturada com alimentos líquidos, a planta levafva a vitima à demência ou as portas da morte.

Entre nós o estramonio tekm vários empregos na medicina popular, notadamente contra asma e coqueluche. Contra a asma fuman-se as folhas secas, que muitos compram nos hervanários, de onde a advertência de Hoehne:

“*As pessoas que as adquirem ignorando o modo de usar, preparam chás das mesmas e assim se envenenam.

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IBOGA

Afrique

Aterrizei no aeroporto de Yaounde, capital dos Camarões, com o objetivo de coletar dados sobre uma misteriosa raiz africana a qual se atribui fortes propriedades terapêuticas. A primeira sensação, o bafo quente e pegajoso, é de familiaridade. Os pagne, roupas tradicionais usadas pelos negros, fazem-nos sentir por um momento em Salvador… mas logo se percebe que não é bem “a mesma coisa”. Bastam poucas horas para que todas os nossos referencias conceituais fiquem suspensas no ar. Para o forasteiro, não existe nenhuma coerência ou ordem estética. Não há ruas nem endereços; o trânsito é cada um por si. Música 24 horas por dia. Homens passeiam (sem malícia) de mãos dadas pelas ruas. Ao andar pela “cidade”, medem, mexem e tocam em você. Como branca, dá vontade de ser invisível.

É difícil não se chocar na África, ficar imune. De repente, parece que acordamos de um sonho: existe sob os nossos olhos um continente todo pulsando e expandindo-se com sua pobreza sem precedentes. Em meio a este cenário, mil modelos de bonitos e criativos penteados enfeitiçam e contagiam o turista com uma sensação de uma alegria poderosa, encerrando simbolicamente a força de um povo.

A Iboga (1)

Não foi difícil achar o primeiro pé da tal planta. Trata-se de uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. 650 destas já foram identificadas na África Central. A que tem mais interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada sobretudo na região dos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo, Angola e Guinea Equatorial. O arbusto cresce em áreas de floresta tropical, solos pantanosos ou savanas molhadas. Ela floresce e produz frutos durante todo o ano. O seu principal alcalóide – leia-se: princípio ativo – é a ibogaína, extraída da casca da raiz e que representa 90% dos 30 alcalóides encontrados nas raízes desta espécie. A iboga pertence a família dos alucinógenos clássicos, entre eles o peyote, os cogumelos, a ayahuasca e o LSD.

Acredita-se que os pigmeus tenham descoberto a iboga em tempos imemoriais. Até hoje estas populações a utilizam em ritos nos quais dificilmente admitem a participação de brancos. Segundo os escritos de um especialista nesta planta, o italiano Giorgio Samorini, algumas espécies de animais, entre as quais os mandris e javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. É provável que os pigmeus tenham descoberto as propriedades alucinógenas da iboga observado o comportamento curioso destes animais.

Em 1901 a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícias de que ela teria sido usada no ocidente desde do início do século no tratamento de gripe, doenças infecciosas, neurastemia e doenças relacionadas ao sono.

Em 1962, Howard Lotsof, um jovem viciado em heroína em busca de uma nova droga, acaba descobrindo a iboga. Após uma viagem de 36 horas, relata que perdeu totalmente o desejo de consumir heroína e não sentiu nenhum sintoma de abstinência. Administrou a substância a sete amigos também viciados, e em cinco casos o resultado foi o mesmo.

Em 1983 Lostsof reportou as propriedades anti-aditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, afetamina, etanol e nicotina. Fundou o International Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma famacoterapia experimental que faz uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito dura dois dias, haveria uma atenuação severa ou completa dos sintomas de abstinência, permitindo que o dependente se desintoxique sem dor. Em segundo lugar, uma retirada ou perda do desejo de consumir drogas por um período mais ou menos longo de tempo.

Os rituais de iniciação da tradição do Bouiti (2)

Atualmente a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do Bouiti na Guinea Equatorial, Camarões e sobretudo no Gabão, onde membros importantes das hierarquias políticas e militares do país são adeptos. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também atribui-se propriedades medicinais às folhas, a casca do tronco e a raiz. No Gabão, a raiz e a casa da raiz são encontradas facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. Existe aí uma ONG dedicada inteiramente a iboga. Se mantida a tendência atual, a coleta da espécie selvagem está colocando-a em risco de extinção. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas. Ela é empregada no tratamentos da depressão, picada de cobra, impotência masculina, esterilidade feminina, AIDS e também como estimulante e afrodisíaco. Na crença dos curandeiros locais, é eficaz também sobre as “doenças místicas”, como é o caso da possessão.

Tonye Mahop, pesquisador do Jardim Botânico de Limbe, conta que “existem vários registros de cura da dependência de cigarro, de mganga (marijuana africana) e de fofo (um álcool local concentrado, feito de vinha de palmeira) com a iboga nos cultos do Bouiti. O problema é que os informantes não contam bem como preparam e usam a planta, tem uma parte do conhecimento que fica sempre em segredo”.

Existem dois tipos de Bouiti: o tradicional (que rejeita o cristianismo) e o sincrético, o mais difundido. O primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado por sua vez ao Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Estes grupos elaboraram durante o século XIX um culto dos mortos, o Bouiti tradicional. O Bouiti sincrético ou Fang foi elaborado na época da primeira guerra mundial. Ele é produto de influências do Bouiti tradicional; do culto ancestral tradicional dos Fang, o Bieri (que utilizava uma outra planta alucinógena), e da evangelização cristã, sobretudo católica. Atualmente há nove ramas do Bouiti. Existe um outro culto que utiliza a ioga, o Abri, até hoje pouquíssimo estudado. Este é comandado por mulheres e se dedica ao tratamento de doenças com ioga e outras plantas medicinais.

Abada Mangue Clavina é presidente da Associação Bombo Ima et Bandeei (ASSOKOBINAC) dos Camarões e líder de uma igreja Bouiti Dissumba Mono Bata em Yaounde, cuja base é o núcleo familiar composto por suas duas mulheres e 10 filhos. Há prières todos os sábados. De acordo com ele, existe um tratamento específico para a tóxico-dependência com o uso da iboga, que dura dois ou três dias, dependendo do paciente e da gravidade do problema. São ministradas duas, três ou quatro colheres de café (4 a 8 g) de um pó da casca da raiz (essa é raspada e picada). A “iboga purifica o sangue. Temos obtido sucesso em 100% dos casos”. Os casos mais difíceis podem exigir a realização de iniciação, que tem como custo 200.000 mil francos centro africanos (CFA) em oposição aos 50 mil empregados no tratamento ordinário.[3]

A iniciação dura três dias. Na abertura, o candidato confessa todos os seus pecados e toma um banho ritual. Este momento clímax da vida do bouitisita é marcado pela ingestão em jejum de uma enorme quantidade de eboka (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.

A iniciação tem como objetivo produzir um coma induzido – os estudiosos ainda não conseguiram definir com precisão o tempo de duração deste. De acordo com os praticantes, em algum momento o espírito sai do corpo e viaja para o plano da criação, para o “lado de lá”, isto é, visita o mundo dos mortos. Pode receber revelações, curas ou se comunicar com os seus ancestrais. A citar, a “harpa sagrada”, orienta a viagem e traz o espírito de volta para o corpo. Terminada a cerimônia, o sujeito, renascido com uma nova identidade – Bandzi, ‘aquele que comeu’ – deve relatar detalhadamente as suas visões e experiências. A diferença do ritual Bouiti com outros rituais de passagem tradicionalmente estudados pelos antropólogos, é que neste caso, a morte é quase real (e não metafórica ou simbólica), pois explora-se o limite concreto entre vida e morte.

A curandeira Nanga Nga Owono Justine, iniciada há 25 anos na rama Dissumba do Bouiti, explica: “A Eboka é uma ciência que corrige. Ela é como uma porta que se abre somente quando uma pessoa morre. Os negros tiveram a fortuna através da Eboka de visitar o lugar para onde iremos quando morreremos, só que antes de morrer – é uma ocasião de se transformar.” Sua mãe, a anciã Bilbang Nga Owono Christine, acrescenta: “para se curar você tem que estar convencido, é você mesmo que se cura. Precisa da intenção, da eboka e da fé em Deus, que é o maestro de tudo”. Lembrando a sua própria iniciação, época em que tinha uma “doença nos olhos”, contou que “uma estrela me guiou até um hospital no lado de lá, onde eu fui operada dos olhos. Vi o meu espírito saindo do meu corpo e os médicos me operando. Voltei curada”.

Podem ocorrer morte nos rituais de iniciação do Bouiti. Segundo Calvin, isto pode acontecer devido a diversos fatores. Um deles é a incompetência ou falta de capacidade do guerriseur. Outro é que a eboka não pode ser administrada para um doente que esteja demasiado debilitado fisicamente. Finalmente, “se doente que faz a iniciação é um bruxo, durante viagem astral o seu espírito quer para ir para a zona da obscuridade. Ele pode se perder e no caminho e não conseguir voltar, causando a morte do corpo físico”. Os Fang conhecem um antídoto, uma folha que anula o efeito da eboka, a qual chamam Ebebing.

A Versão científica

A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz ataxia (perda do equilíbrio corpóreo), tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos em ratos e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos na medida em que é a única substância conhecida que age diretamente sobre o mecanismo da dependência no corpo humano. Entretanto, não se sabe ao certo exatamente o seu grau de eficácia: há casos de recuperação e de fracasso do tratamento. Não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cura dependência, apenas evidências anedóticas – que não são poucas. Para entender o problema simplificadamente: uma substância é considerada segura para uso humano quando se aplicada em doses superiores a 10 vezes em um animal não apresente grau de toxicidade. No caso da iboga, foram constatados efeitos neurotóxicos em doses até 4 vezes superiores, ou seja, não existe uma margem de segurança suficiente. De fato, assim como há relatos de morte nos cultos de iniciação Bouiti com iboga, houve três mortes no tratamento não controlado de toxicodepentes com ibogaína na Holanda, França e Suíça. Mas não faltam entusiastas das suas virtudes e num rápido passeio pela internet é possível encontrar diversos relatos de cura de dependência com a ibogaína.

Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo assim tem sido usados clandestinamente em quartos de hotéis e apartamentos. No Panamá, a instituição liderada por Lotsof cobra 15.000 dólares o tratamento; na Itália, o custo é de US 2.500, e nos Estados Unidos varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da “síndrome do pós-guerra” que afeta soldados.

De acordo com italiano Antonio Bianchi, médico e toxicólogo em produtos naturais, a ibogaína “age sobre uma quantidade de receptores neuronais incrível. Sua característica fundamental é a sua ação sobre a NMDA (N-metil-D-aspartate). Estes receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do nosso corpo físico.” Se estes receptores são bloqueados, a pessoa constrói uma imagem do “eu” que não está relacionada com o eu físico, ou seja, está fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da “viagem astral”, o ponto de encontro entre a teoria nativa e a científica. «Nestas condições, o homem tende a construir aquilo que é definido como uma bird eye image, ou seja, o sujeito assume uma projeção de si mesmo a partir de uma posição do alto», afirma o médico.

Esta sensação não é provocada apenas pela ibogaína. Ela pode ser produzida também pela ketamina, um anestético endovenoso, ou ser resultado de um choque, uma meditação profunda etc. A medicina tem dedicado atenção crescente a um fenômeno conhecido como “near death experiences”, pessoas que passaram por perto da morte. Existem relatos de recorrências neste tipo de experiência: a presença de uma luz infinita que é a própria divindade, encontro com mortos, visão panorâmica da própria vida passada etc. Cientificamente, a explicação é de que o cérebro, quando submetido a uma enorme stress (como num ataque cardíaco, por exemplo) produz alucinações, reconstruindo imediatamente um mundo fantástico. A iniciação com a iboga seria uma experiência deste gênero. De fato, algumas descrições bouitistas sobre o « mundo de lá » coincidem com os relatos das pessoas que passaram por uma experiência vizinha da morte. Para os místicos, ao contrário, esta é uma evidência de que este mundo existe mesmo, a continuação da vida após a morte.

A profecia Bouiti

Existe uma profecia Bouiti, surgida nos anos 40 – período em que missionários católicos colonialistas franceses investiram severamente contra o culto – de que este se expandirá, unindo todos os povos negros do mundo. Por isso, os bouitistas estão abertos para a iniciação de brancos. Nos últimos anos, diversos estrangeiros, sobretudo franceses, têm se submetido a experiência. A curandeira Justine comentou, entretanto, que “já constatamos que os europeus não tem o mesmo organismo que nós. Então fazemos um tratamento mais leve, não se pode dar a mesma quantidade de eboka que damos para um africano. Quando sabemos que a pessoa já ‘viajou’, paramos.”

Participei de uma prière e comi uma colherinha de iboga. O efeito foi fortíssimo, durando 24 horas. Não posso dizer que entendi muita coisa, além do que achei o ritual bem cansativo. A sensação foi de que os Fang tem razão, a iboga é qualquer coisa que não tem a ver com este mundo, mas diz respeito ao mundo dos mortos. Ficou apenas uma enorme curiosidade – e medo – de me submeter a iniciação. A África, por si mesma, já é bastante inebriante.

Pós escrito:

Um pouco depois de terminar este escrito, meu companheiro de viagem descobriu que estava com malária. Fiquei “presa” durante 6 dias no norte do pais, numa região muçulmana (descobri que um homem pode ter no máximo 4 mulheres). Savana: calor e muito pó’. As diversas medicinas aplicadas não estavam surtindo efeito. Prossegue o tratamento. L’Afique c’est dure.

Yaounde, fevereiro de 2001.

[1]A grafia varia dependendo da região: eboga, eboka, iboga, liboka, ébogé. Há ainda denominações como mdombo, bondo, dibuyi, entre outros. Iboga é o vocábulo mais «universal».

[2]Bouti é a grafia em francês; em inglês é Bwiti e em português seria Buiti. Resolvi manter no original por via das dúvidas.

[3] Em fevereiro de 2001, 1 U$ dólar eqüivalia a 720 CFA.

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JUREMA

A “Jurema Negra” ( Mimosa Tenuiflora ), é também conhecida como Espinheiro Preto. É uma árvore muito conhecida no nordeste brasileiro~. São utilizadas a casca e a raiz macerada na água, vinho ou cachaça.

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É desta planta que se origina o famoso “Vinho da Jurema”, citado até na obra “Iracema”, de José de Alencar :

“Através da planta, os guerreiros de Araquem entravam em comunicação com o mundo invisível”

É usada nos rituais do Catimbó e pajelanças, principalmente entre os índios Jês e Tapuias e Kariris (BR). O preparo da bebida e o cerimonial eram secretos. Era usada por médicos-feiticeiros, juntamente com o fumo e o maracá, para abençoar, aconselhar e curar. A ingestão permite ao pajé entrar em contato com seus espíritos ancestrais.Na Umbanda, Jurema é a dona das ervas mágicas.

Segundo Sangirardi Jr.,os pajés indigenas ensinaram aos brancos e mestiços os mistérios da pajelança, e esta influiu no Catimbó. O “Cauim” (cachaça com Jurema), dá um sentimento de plena energia, de paz com o mundo e com nós mesmo, de empatia com todas as criaturas.

No início dos anos 90 tive a oportunidade de experimentar algumas vezes a casca da raiz de Jurema em maceração a frio com vinho branco pelo período de 21 dias e pude sentir um transe moderado.

No final Encontro da Nova Consciência de 2.007 em Campina Grande – Paraiba, Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre “Plantas de Poder” onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald.

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Nossas afinidades nos levaram a participar de uma jornada para colher a “Raiz de Jurema” para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui principio ativo semelhante ao da Ayahuasca .

Abaixo nota de Rodrigo:

“O termo Jurema designa várias espécies de plantas psicoativas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium, mas também vários tipos de bebidas, de cultos e de contextos de uso.

Há uma diversidade de significados abrangida pelos usos da Jurema, passando pelos contextos indígenas, pelo Catimbó, ou seu consumo nas religiões “afro”, até os experimentalismos urbanos contemporâneos. Assim, nos anos noventa, foi elaborada na Europa uma nova bebida feita a partir das cascas de raízes de Jurema (mimosa tenuiflora willd poir) e de sementes de Arruda da Síria (Peganum harmala). A esta beberagem se convencionou chamar, também, de Jurema. Diferente das Juremas dos cultos afro-ameríndios brasileiros, esta bebida serviu como um análogo da ayahuasca, bebida composta a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das folhas da Psychotria viridis e regularmente usada em cultos brasileiros com os nomes de Daime ou Vegetal.

A criação da Jurema européia objetivou sua utilização na substituição do Daime em trabalhos terapêuticos então realizados em Amsterdam. Posteriormente, esta Jurema difundiu-se pelo Brasil entre grupos urbanos que a acolheram dentro de perspectivas espirituais variadas, mas essencialmente informadas por uma bagagem fornecida pelas religiosidades ayahuasqueiras e “new age”. Alguns autores propuseram denominar esta nova bebida de “Juremahuasca”. A partir dessa caracterização e focando os processos sociais concretos de experimentação da jurema em tais contextos rituais recentes, o presente trabalho pretende analisar o ecumenismo presente em suas formatações, bem como apontar para obstáculos culturais que parecem dificultar sua expansão em larga medida.”

Rosane Volpatto descreve a cerimônia do Ajucá :

“A cerimônia do ajucá ou jurema, praticamente desapareceu do Brasil e é um dos rituais que combina elementos cristãos, indíigenas, espíritas e afro-brasileiros.

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O nome jurema é originário de uma árvore (acácia jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida capaz de produzir sonhos adivinhatórios.

O antigo ritual realizado pelos indígenas, supunha que os guerreiros poderiam viajar ao mundo dos espíritos tomando a poção. Os índios sonhavam, mas eram somente as mulheres que interpretavam tal sonhos e podiam revelar o passado e o futuro.

Dois grandes grupos indígenas praticavam este ritual: os jês (tapuias) e os karirís. Os detalhes destas cerimônias ficaram perdidos para sempre, pois nenhum historiador ou escritor se preocupou em escrevê-los.

Até o século XIX, o fato de beber jurema era considerado um ato de bruxaria ou prática de magia e seu uso era secreto. Alguns indígenas foram presos praticando este ritual, entretanto foram ele que ensinaram aos brancos e mestiços o uso da planta.

Existem dois tipos de jurema, a branca (Pithecolobium diversifolium) e a negra (Mimosa nigra Hub.). Os pajés indígenas elaboravam uma bebida com a jurema branca que produzia sonhos afrodisíacos e premonitórios. Também é muito usada pelos pais e mães de santo do candomblé de Pernambuco.

A infusão de jurema é preparada com suas raízes, que devem primeiro serem raspadas para eliminar a terra que nela se apresenta agregada e depois serem muito bem lavadas. Em seguida, a raiz deve ser colocada sobre uma pedra e macerada com a utilização de outra pedra. A massa formada deve ser diluída em um recipiente com água. Pouco a pouco a água se transforma em um líquido avermelhado e espumoso, semelhante ao vinho, motivo pelo qual é conhecido por este nome.

Esta bebida sagrada era servida em rituais não só dos indígenas, mas também nos cultos afro-brasileiros. Estes últimos acrescentavam à bebida mel, ervas e outras substâncias. Nos rituais de magia negra acrescenta-se sangue de animais. Em alguns templos, costumava-se misturar a jurema com aguardente de cana de açúcar, o que chamam de “cauim”.

As folhas de jurema também são usadas secas, misturadas ao tabaco, que são fumados em cachimbos que os indígenas faziam com o tronco da jurema. O pajé coloca o cachimbo ao contrário, onde se deposita o tabaco, e sopra sobre a poção que se encontra no recipiente. Curiosamente, forma-se uma figura em forma de cruz no líquido com um ponto em cada um dos ângulos formados pelos braços da cruz. Os galhos e as flores da jurema são destinados à rituais de limpeza que combatem o mau-olhado e eliminam qualquer bruxaria do corpo. Também servem para que os médiuns do candomblé ou da umbanda possam ver o futuro com mais clareza.

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Em outros rituais possui a função depuradora: costuma-se soprar a fumaça nos quatro cantos do templo ou da casa, expulsando assim os maus espíritos. Em seguida, um assistente recolhe o recipiente e o deposita sobre uma esteira de palha. As mulheres mais velhas das comunidades das regiões pobres do interior são convidadas a participar na cerimônia formando um círculo ao redor da poção. Todos os participantes acendem seus cachimbos que passam de mão e mão e de boca em boca, de modo cerimonioso e fraternal.

Uma cantadeira agita as maracás feitas com cabaças, enquanto entoa hinos para evocar a Jesus Cristo, à Virgem Maria, à Padre Cícero, à cabloca Jurema e outras entidades, pedindo-lhes a benção para todos os presentes. Elas também benzem individualmente todos os presentes. Quando a cantadeira se cansa, pede para ser substituída por outras mulheres. Ao final de algumas horas, o chefe da cerimônia serve a bebida sagrada à cada um: só podem beber dois tragos. O que sobra é jogado fora, a modo de libação, em um buraco sagrado.

Durante o transe (estado alterado de consciência)o participante, pode pedir aos santos ou entidades invocadas que lhe deixem ver com claridade o passado, presente e futuro. Também pode rezar para pedir a proteção individual ou coletiva aos espíritos protetores da natureza, geralmente de origem indígena ou afro-brasileiros. Os participantes também podem conectar os mortos. O ajucá é um dos reinos mágicos, invisíveis habitado por “espíritos dos bons conhecimentos”. Um destes reinos era o da Pedra Bonita, em Pernambuco, onde até hoje existem duas enormes pedras graníticas. Ali residiu o líder de uma seita que, no século passado, ordenou o sacrifício de muitas pessoas empregando a jurema em seus rituais. Entretanto, dizem que a jurema estava adulterada por outras substâncias que levavam à loucura, como o manacá (Brunfelsia hopeana Benth), uma planta tóxica.

Existe a crença de que os mortos se encarnam em algumas árvores, especialmente na jurema. Por isso, estas árvores são sagradas no nordeste do Brasil. Em torno delas acende-se velas e costuma-se rezar. Muitos são os que pedem à planta que lhes mostre seu destino, o que na maioria das vezes é revelado através de um sonho, na mesma noite ou nas noites seguintes a petição.

Os efeitos do “vinho de jurema”, são muito bem descritos por José de Alencar em seu romance Iracema.

“….Durante a preparação dos guerreiros tabajaras para a guerra com os pitiguaras, Iracema lhes serve o vinho da jurema e, enquanto os guerreiros deliram, ela …”

Também, segundo Andrade, “enraizamento lingüístico do termo Yu’rema na língua tupi é um forte indício de que o uso primordial, inclusive cerimonial do vinho da Jurema, além de ser herança da cultura indígena, regional, certamente já existia antes da presença dos colonizadores”.

A jurema sintetiza uma potente substância alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsáveis pelos efeitos. “

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PARICÁ – VIROLA

VIROLA (Virola Calophylla) – PARICÁ (Piptadenia / Anandathera Peregrina)

Utilizados em pó como rapé. Vem das sementes leguminosas (paricá) ou das cascas do tronco (virola). Utilizado pelos índios brasileiros, as plantas são aspiradas através de tubos, pelas narinas.

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Há varios nomes para o Paricá : niopo, nupa, yopo, cohoba, niopa, nopa, yopa, jopa, yupa, curupa, niopa, cogioba, cohiba, coíba, kurupaiara, cebil, cevil, mori, hataj, hisioma, kakoímes, curuva, . Outros do Brasil : angico, angico-branco, angico-do-campo, angico-roxo, angico-vermelho, arapiraca, cambuí-angico, curupaí, paricá-de-curtume, paricá-de-terra-firme, tiborana e outros.

Ela é de uso restrito ao xamã/pajé, que a aspira e cai em transe, entrando em comunicação com os espíritos. Então ele fica com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, curador e conselheiro. Dizem que dá grande resistência física, e visões. Diminui a sensação de fome, sede.

è uma árvore perene do gênero uma árvore do género Anadenanthera para o Caribe e América do Sul. Ela cresce até 20 metros altura, com uma casca espinhosa. Suas flores são brancas e amarelo pálido ao esférico .Trata – se de uma enteogeno utilizado na cura e cerimônias rituais. Contém bufoteína, uma triptamina que está relacionada com o neurotransmissor serotonina. Esse alcalóide é encontrado na pele de alguns sapos (kampun)

Sangirardi Jr : O Pó sagrado dos Feiticeiros

“Massaricado nos instantes de fome, evoca Jurupari. O marido, desconfiado de que a mulher o traia, que tinha um amante, recorre às virtudes do paricá. “Aquele companheiro dela era uim pouco pajé, cheirou paricá, viu logo como sua mulher lhe fazia…”Esta lenda evidencia o caráter mágico e divinatório do paricá, restrito aos poderes do pajé, o xamã, o homem medicina.

É uma cena comum, no consumo ritual das drogas hierobotânicas. O pajé está sentado ou de cócoras, com toda a sua parafernália miraculosa. Diante dele estpá o enfêrmo, o deventurado ou o aflito.

Então o xamã absorve a substância prodigiosa, cai em transe e entra em comunhão com os espíri8tos. Agora está com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, médico e conselheiro. Profetiza, adverte, receita, orienta. Descobre a origem das influências maléficas e arregimenta as forças necessárias para combatê-las.

Entre os waikás do Alto orenoco, a Piptadenia (hisioma) é planta sagrada, ligada a dois espíritos que a criaram em tempos remotos. Segundo o Padre Pane, os índios que absorviam cohoba viam os companheiros caminhando no ar e, após despertarem, contavam tudo o que lhes haviam revelado os Cemi ou Grandes Espíritos.

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Entre os índios karimés, o paricá é denominado kokoíme. E kokoíme é também o nome do Grande Espírito da Montanha, que vive nessa planta. Basta que se aspire o rapé, para receber uma parcela desse espírito e suas forças excepcionais. Durante o consumo cerimonial dos kokoíme, o médico feiticeiro conversa com os espíritos.

Os índios Kaxuiâna, trico xaribe do Rio Trombetas, consideram sagrado o pó de pariá, que consomem durante um longo e complicado ritual: a festa do mori absorveu todas as doenças e malefícios, sendo por isso atirada na mata, despachada; ; a outra parte está impregnada de mana, de qualidades purificadoras e fortificadoras, e é consumida durante a cerimônia.

Com mori, a tribo entra em comunicação com o uoroquiemã de cada indio ( espíritos animais, personificação das forças da natureza).

Finalmente, num recesso da mata, os xamãs consultam Utaré, o Grande Espírito dos Kaxuiânas, chefe de todos os pajé. Mas Trarére não fala diretamente com a voz humana, fala pelas linguagem das flautas sagradas, que só os pajés (piádzes) entendem.

Há tribos que usam o rapé paricá puro, o que é, no entanto, bastante raro. O Universal é usarem um ou mais aditivos, os quais são identicos ao da coca: cochas trituradas de caramujos hidrófilos, farinha de mandioca e, ainda, outras como o tabasco e a ayahuasca, caapi ou yajé.

Abaixo, parte da entrevista da antropóloga Beatriz Labate (B) com o antropólogo Anthony Henman (A) :

B: O que é o paricá? Quais são as evidências de que ele era consumido junto ao São Pedro?

– A: O paricá é um pó preparado a partir das sementes da Anadenanthera peregrina, uma árvore muito comum na selva, que cresce dos Andes até São Paulo. Essa semente contém dimetiltriptamina, o mesmo princípio ativo da ayahuasca (Banisteriopsis caapi + Psychotria viridis). Quando você toma o São Pedro e adiciona o paricá, faz com o que a viagem, que até aí teria sido mescalínica – ou seja, sem grandes vôos visuais – provoque uma alteração pronunciada no campo visual. Esse efeito do paricá dura de meia a uma hora no máximo.

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Provavelmente nesse momento as pessoas eram colocadas diante da imagem felínica. Essa tese se apoia na existência, em Chavín, de uma série de cabeças incrustadas nas paredes da pirâmide, em vários estágios de transformação: desde um humano totalmente humano até um felino totalmente dragão. A metamorfose, como mostraram alguns pesquisadores,está claramente associada com o inchaço do nariz. Portanto, a minha interpretação é de que, ao adicionar o paricá – que é cheirado –, produzia-se uma transformação felínica, uma verdadeira “encarnação” do espírito tutelar do culto. Há também muitas evidências do uso conjunto das duas substâncias [São Pedro e paricá] em outras culturas que apareceram depois, no Horizonte Médio do Peru, entre os Mochica, os Nasca e os Wari.

– B: Mas o paricá e o São Pedro nem sempre são consumidos em conjunto…

– A: É verdade. As “tabletas” de paricá, espécie de bandejinhas para cheirar o pó, também foram amplamente distribuídas em épocas pré-hispânicas no sul andino, até o norte do Chilee o norte da Argentina. Aí não se sabe ao certo se as pessoas usavam o cacto também – é difícil precisar se as duas plantas sempre foram associadas ou se, em alguns casos, eram usadas separadamente. No caso amazônico, é claro que o paricá foi usado sem São Pedro,numa extensa área que incluía parte do Brasil. Mas as evidências de Chavín me estimularam a fazer experiências comigo mesmo e com pelo menos vinte pessoas sob minha orientação.Todos parecem concordar em que o efeito combinado de São Pedro e paricá é mais interessante, levando a espaços mais insólitos do que aqueles provocados por cada uma das substâncias separadamente.

– B: Existem evidências históricas de que os incas utilizavam a wachuma? Este tipo de idéia parece ser moeda corrente entre grupos esotéricos contemporâneos.

– A: Não há absolutamente nenhuma evidência histórica nesse sentido, assim como não háprovas arqueológicas, nem etnográficas, de que os incas consumissem a ayahuasca. Há certeza, sim, de que usavam folhas de coca e que consumiam as sementes de paricámoídas, misturadas na chicha (bebida de milho fermentado).

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VIROLA

Outros nomes: iàquí, hacudufa, epená, nyakuana, yaca, yala, yato. Os tucanos chamam a virola de paricá.

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Arvore nativa da Colômbia, peru, Sul da Venezuela e noroeste da Amazônia brasileira. A resina avermelhada que escorre da casca, quando sua casca é arrancada, contém, entre seus princípios ativos, alta concentrações de triptaminas, principalmente a DMT, além de miristicina, óleo também encontrado na noz moscada.

Depois de extraída, coada e fervida, durante horas, a resina é trasnformada numa pasta que é colocada para secar, sendo em seguida pulverizada até se obter uma espécie de rapé, ao qual são misturadas cinzas vegetais. Entre os índios da Amazonia, este rapé é de uso exclusivo do feiticeiro ou xamã, que consome a droga em rituais mágicos, aspirando-a a través de um tubo. Ao ingerir o pó, o xamã mergulha num sono profundo e agitado, repleto de visões e sonhos, acompanhados por gritos e murmúrios, enquanto as mensagens dos espíritos são cuidadosamente anotadas por um assistente que o acompanha em seu transe.

Transcrevo abaixo trechos do livro O Círculo dos Fogos – Feitios e ditos dos indios Yanomami, do antropólogo Jacques Lizot :

“…Rikomi vascula a floresta procurando a casca da arvore Virola Elongata. Seca a casca e reduz a pó fino, que , que é despejado num longo tubo fino, fechado hermeticamente com pele de sapo.

…Eis que os xamãs avançam , com seus tubos para inalação. Colocam os pós mágicos num pote de cerâmica. Turaewê dá o sinal para a inalação. Seis vezes o caroço oblongo fixado na extremidade do tubo com resina é introduzido nas narinas de Rikomi e lá espalha a sua semente mágica. depois é a vez dos xamãs.

Então é preciso afastar as mulheres e crianças que ficavam por ali: as mulheres, por causa do odor vaginal que exalam, e que não agrada os hekura (espíritos de planta ou animal, seres sobrenaturais), as crianças, porque não poderão suportar as forças que irão se manifestar. Após um longo silêncio em que se concentrava buscando sua inspiração, Turaewe

– Espírito Lua ! Espírito do remoinho das águas ! Espírito do urubú ! Desçam em mim !

Segundo Sangirardi Jr.: ” Como acontece com os rapés oriundo da Pitadenia, os oriundos da virola também são de uso ritual exclusivo do médico-feiticeiro. este cai num sono profundo e inquieto, povoado de visões e sonhos reveladores.

Enquanto dorme, o xamã murmura, grita sons divinatórios atentamente observados por um acólito, que está ali para interpretar a mensagem dos espíritos.

Koch-Grunberg descreve um xamã dos índios Yekwana, do rio Ventuari, afluente do Orenoco, na Venezuela. ele foi preso de violenta excitação, começou a cantar e gritar selvagemente e, durante todo o tempo, seu corpo oscilava para frente e para trás.

Absorvendo o rapé pelas narinas o xamã absorve o espírito da planta e se integra no mundo mágico.

Tubos Inaladores

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Em suas prises de paricá ou virola, os indios não usam os dedos para levar a pitada de pó nas narinas, como fazem os brancos com o rapé: utilizam sempre um tubo inalador.

Salvo raríssima excessões, os tubos de inalação são feitos de ossos ocos, formam um ângulo do tarso de um ave pernalta. O rapé é consumido de sua formas diferentes :

  • através de aspiração nasal
  • introduzido nas fossas nasais mediante ao sopro de terceiro.

As variaçõesde uso dependem principalmente da forma do tubo inalador em Y, em V em X ou formando um duto único em reta.

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PEYOTE

 O Peiote ( Lophophora Williamsii ) é um pequeno cacto redondo (menos de 12 cm no diâmetro, uma planta de poder utilizada pelos nativos do México e EUA. O famoso mescalito, dos livros de Castañeda, (derivado da mescalina seu princípio ativo) É o sacramento da Igreja Nativo Americana – NAC (Native American Church ).

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Segundo Sangirardi Jr., os nomes peyote, peiote, pellote são formas hispanizadas do nome vulgar do cato sagrado dos antigos astecas. Os autores ingleses e norte-americanos escrevem peyote. Em náuatle é peyotl. assim grafaram os primeiros cronistas coloniais. e assim permanece até hoje entre os indios mexicanos.

Os huicholes dão ao peiote o nome de hicurí; os coras, seus vizinhos de huatari. entre os tarahumares rambém é hicurí, mas seguido de um oposto, huanamê que significa superior, mais alto, por certo em decorrencia do caráter religioso da planta. É o señi dos kiowas, owokowi dos comanches e o ho dos apaches mescaleros.

A maioria das ceremonias formais do Peiote misturam rufar tambores de água, cantar, orar, e contar histórias como meios de oferecer agradecimentos e como uma maneira de compartilhar com o Criador.Usado pelas tribos mexicanas, seu uso, era uma tradição bem estabelecida na época da entrada européia no mundo novo. Este uso religioso pré-histórico difundiu eventualmente nas regiões norte-americanas. Junto com esta migração vieram as mudanças nas ceremonias básicos associadas com o Peiote.

O peiotismo mexicano é muito famoso pelas práticas tradicionais da Tribo Huichol. . A maioria do peiotismo norte-americano são identificados com a Igreja Americana Nativa – Native American Church (NAC), um grupo grande na maior parte composta por nativos. Há umas divisões numerosas do NAC (NAC de America do Norte, NAC de Navajoland, NAC de S. Arizona, etc.), com cada divisão composta de diversos núceos locais. Segue abaixo transcrição do artigo de Lu Gomes e Roberto Navarro :

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” Com a chegada dos conquistadores espanhóis no México, o peiote foi perseguido pela inquisição e proibido como obra do demônio, o que não impédiu que seu uso continuasse muito difundido entre os indios mexicanos. na verdade, a disseminação cresceu nos anos seguintes, quando foi introduzida nos EUA pelos apaches mescaleros. No século XIX, o peiote desempenhava papel central na religião de várias tribos norte-americanas, incluindo os comanches, os cheyennes, os delawares e os kiowas.

Em 1906 surgiu a igreja Nativa Americana (Native American Church – NAC) que consomem legalmente o peiote em suas cerimônias, graças a um dispositivo constitucional que assegura total liberdade aos cultos religiosos, para o restante da população desses dois países, assim como para o resto do mundo, o uso da droga permanece proibido e restrito a experiências científicas.

O peiote deriva do cacto Lophophora, que cresce no Mexico e na região sudoeste dos estados Unidos. depois de colhido, o cacto é deixado para secar, adquirindo então, o aspecto de um botão enrugado de cor marrom. esse botão ressecado é o peiote, que contém vários alcalóides de ações diversas, incluindo, entre outros, um excitante dos reflexos, um convulsivo e um estimulante respiratório. A planta deve seu poder principalmente à mescalina, embora a presença de outros alcalóides psicoativos como a loforina e a anhalonina, produza efeitos mais fortes e diferentes daqueles experimentados com a ingestão da mescalina pura.

O uso médico do peiote foi bastante difundido entre médicos norte-americanos no final do século XIX, que receitavam como tônico cardíaco e medicamento para dificuldades respiratórias. ele também chegou a ser testado antiespasmódico e até mesmo em caso de manifestações histéricas, mas hoje em dia sua aplicação terapêutica é nula. estudos realizados na Universidade do estado da Califórnia, por James McCleary, revelaram que substâncias extraídas do peiote possuem propriedades antibióticas inibindo as atividades tóxicas do Sataphylococcus aureus , uma bactéria resistente à penicilina.

Samael Aun Weor, da Gnose, em seu livro : Tratado Esotérico de Endocrinologia, destaca a Glândula Pituitária, como regularizadora e controladora da estrutura celular. A pituitária é a glândula mestre do sistema endócrino, controlando as demais glândulas. Também tonifica os músculos involuntários do organismo. Cito ainda a afirmação do Dr. Jorge Adoun, de que o atómo do Cristo Cósmico se acha na glândula pituitária. Ela é do tamanho de uma ervilha e é localizada no cérebro. Blavatsky disse que a glândula pituitária é o pagem e a porta-luz da Glândula Pineal.

Os yoguis dizem que da glândula pituitária nasce a flor de lótus de duas pétalas, eles asseguram que é dai que vem o dom da clarevidência. Já alguns astrólogos afirmam que a pituitária está influenciada por Vênus.

Agora leiam o que Samael escreve sobre a pituitária, que tem a ver com o xamanismo :

Durante a colonização espanhola no México, conta-nos a tradição que sacerdotes católicos efetuaram trabalhos de catequese junto aos astecas, falando-lhes de Anjos e Arcanjos. Por sua vez, os sacerdotes astecas convidaram os católicos para comer. Dizem que os sacerdotes católicos comeram entre os alimentos um cactus. Esses cactus despertaram momentaneamente a clarevidência dos sacerdotes espanhóis. Em seguida estes viram anjos, arcanjos, etc, etc. O assombro foi terrível, e não sabiam os sacerdotes católicos o que fazer. Entretando os índios sorrindo diziam :

– Estes anjos e arcanjos de que nos falais, faz muito tempo que os conhecemos !

Conta a tradição que sacerdotes católicos fizeram matar os sacerdotes aztecas considerando-os bruxos ou feiticeiros. Não existe dúvidas de que esse cactus tem o poder de despertar instantaneamente a clarividência a quem come. Esse cactus é o Peiote. A biologia não pode subestimar o peiote, nem assegurar em forma dogmática e intransigente que as percepções sejam alucinações.

Castañeda em “A Erva do Diabo”:

” Os outros estados de realidade não comum que Dom Juan me fez experimentar foram provocados pela ingestão do cacto Lophophora williamsii (Mescalito), comumente conhecido por peiote. Geralmente a parte superior do cacto era cortada e guardada até secar e, depois, mastigada e ingerida; mas, em circunstânciais especiais, a parte superior era ingerida quando ainda fresca. A ingestão, porém, não era o único meio de experimentar um estado de realidade não comum com a Lophophora williarnsii. Dom Juan sugeriu que estados espontâneos de realidade não comum ocorriam em condições sui generis, e ele as classificou como dádivas do poder contido na planta.

A realidade não comum provocada pela Lophophora williamsii tinha três características distintas:

  • acreditava-se que fosse produzida por uma entidade denominada “Mescalito”;
  • era utilizável;
  • tinha elementos constituintes.

Mescalito era suposto ser um poder único, semelhante a um aliado no sentido de permitir que a pessoa transcendesse os limites da realidade comum, mas também bem diferente de um aliado. Como um aliado, Mescalito era contido numa planta definida, o cacto Lophophora williamsii. Mas, ao contrário de um aliado, que era apenas contido numa planta, Mescalito e a planta que o continha eram o mesmo; a planta era o centro de manifestações francas de respeito, merecendo uma veneração profunda. Dom Juan acreditava firmemente que, sob certas condições, como num estado de profunda aquiescência para com Mescalito, o simples ato de estar próximo ao cacto produziria um estado de realidade não comum.

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Mas Mescalito não tinha regulamento e, por esse motivo, não era um aliado, embora fosse capaz de transportar o homem além dos limites da realidade comum. O fato de não ter regulamento não só barrava Mescalito de ser usado como aliado, pois que, sem um regulamento, ele não podia ser manipulado, como ainda o tornava um poder muito diferente de um aliado.

Como conseqüência direta de não ter regulamento, Mescalito à disposição de qualquer homem, sem a necessidade de uma longa aprendizagem ou o compromisso de técnicas de manipulação, como exigia um aliado. E como ele estava disponível sem qualquer treinamento, Mescalito era considerado um protetor. Ser um protetor significava que podia ser alcançado por qualquer pessoa. E no entanto, Mescalito como protetor era acessível a todos; e, com certos a indivíduos, não era compatível. Segundo Dom Juan, essa incompatibilidade era causada pela discrepância entre a “moralidade inflexível” de Mescalito e o caráter duvidoso do próprio indivíduo.

Mescalito também era um mestre. Supunha-se que tivesse funções didáticas. Era um diretor, um guia para o procedimento correto. Mescalito ensinava o caminho do bem. A idéia que Dom Juan fazia do caminho do bem parecia ser um sentido de correção que consistia não de retidão em termos de moral, mas de uma tendência para simplificar os padrões de comportamento nos termos da eficiência promovida por seus ensinamentos. Dom Juan acreditava que Mescalito a simplificação ensinava ação do comportamento.

Acreditava-se que Mescalito fosse uma entidade. E como tal era suposto ter uma forma definida, que geralmente não era constante nem previsível. Essa qualidade indicava que Mescalito era percebido de maneiras diferentes não só por homens diferentes, como também pelo mesmo homem em ocasiões diferentes. Dom Juan exprimiu essa idéia em termos da faculdade de Mescalito de adotar qualquer formes a concebível. Para os indivíduos com quem ele era compatível, porém adotava uma forma imutável, depois que eles tivessem participado dele por alguns anos.

A realidade não comum produzida por Mescalito era utilizável, e nesse ponto era idêntica à produzida por um aliado. A única diferença era o fundamento lógico que Don Juan usava em seus ensinamentos para provocá-la: a pessoa devia procurar “as lições de Mescalito sobre o caminho certo”. A realidade não comum provocada por Mescalito também tinha elementos constituintes, e aqui mais uma vez os estados de realidade não comum produzidos por Mescalito e por um aliado eram idênticos. Em ambos, os característicos dos elelementos constituintes eram a estabilidade, singularidade e falta de consenso.”

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SÁLVIA DIVINORUM

A MARIA PASTORA

A Salvia Divinorum pertence à família das sálvias ou mentas. É um arbustro silvestre que chega a medir aproximadamente um metro de altura, sua folhas são ovaladas e chegam a quinze centímetros. Possue folhas com coroas brancas e cálices púrpuras. É originial de Oaxaca, México e era cultivada pelos mazatecas para adivinhações e cura. POara alguns indios era associada com a Virgem Maria de Guadalupe.

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Um antropólogo da década de trinta, Jean Basset, mencionou uma infusão chamada de “Erva Maria” que provocava visões e era usada para adivinhações por um povo do México, na década de cinquenta o Dr. Weitlaner reportou o uso de “Maria Pastora ou Ska Pastora ” entre os mazatecas de um pequeno povo de Oaxaca. Na década de sessenta Gordon Wasson e Albert Hofmann levaram mostras da planta para identificação, onde deram o nome científico de Salvia Divinorum, salvia = salvar, e divinorum = dos adivinhos.

Segundo Wasson, era conhecida no Antigo México em náhuatl como pipiltzintzintli, que significa significa “A Mais Nobre Princesa”. Pipiltzintzintli refere-se a algo extremamente nobre, conotando a superioridade da planta aos olhos dos ancestrais. A Sávia Divinorum permaneceu quase desconhecida até a década de 90 quando um etnobotânico Daniel Sieberg comEçou seus experimentos e os publicou na internet.).

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As folhas de Maria Pastora são usadas de forma oral, em infusões e mastigações. Na Europa e nos EUA, são fumadas folhas secas, ou extratos muito poderosos, que são fumados em cachimbos de água, acendido com isqueiros maçaricos, pois a substância ativa Salvinorina A tem uma temperatura de vaporização muito alta, e se fumada como cigarro ou com um isqueiro convencional não produz os efeitos desejados.

Mastigando folhas frescas os efeitos iniciam 30 minutos depois da ingestão e se prolongaram durante um pouco mais de uma hora. Fumada, faz efeito em aproximadamente trinta segundos. Os extratos variam em sua potência em 5X, 10X, 15X, 20X. À partir do 10X todos são extremamente potentes, desaconselháveis, sobretudo para principiantes.

Aparentemente a salvinorina-A não atua através de nenhum dos neurotransmisores conhecidos.Estudiosos tem dito que sua molécula não e alucinógena e sim onirógena; significa que dispara o mecanismo cerebral que troca o estado de vigilia pelo de sonho, estado que pode ser chamado de “Sonho Lúcido “

Vejam abaixo informações do site

http://plantadivina.vilabol.uol.com.br

Há muita informação sobre esta planta na internet. Mas muitas vezes são informações desencontradas, ou não confiáveis, contendo imprecisões, exageros e até mentiras levianas. A manipulação de informações realizada pelos meios de comunicação é um fato inegável e uma pessoa que busca conhecimento deveria estar alerta para isso. Uma fonte de informação recomendada é o “Guia do Usuário da Salvia Divinorum”, de Daniel Siebert, traduzido em várias línguas, neste endereço:http://sagewisdom.org/usersguide.html

Há vários livros publicados, embora nenhum ainda em português. Há uma bibliografia no fim da página pesquisa.

Até o momento, a ciência farmacológica considera que a planta Salvia Divinorum não possui qualquer substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica. Na verdade, tem-se observado que os elementos ativos da planta, Salvinorin A e Salvinorin B, são compostos moleculares únicos em seu gênero e que, portanto, não se enquadram em nenhuma classe de substâncias proscritas ou proibidas pela normas brasileiras e internacionais. Entretanto, sabe-se que o governo da Austrália criminalizou o uso desta planta em junho de 2002 assim como a Dinamarca em 2003 sendo, até agora, é os únicos países que tomaram semelhante diretriz. Também não há notícia de processos judiciais envolvendo o uso, posse, ou comércio de Salvia Divinorum em qualquer lugar do mundo. A fim de manter-se atualizado sobre o status de legalidade da Salvia Divinorum no mundo, verifique:

http://www.erowid.org/plants/salvia/salvia law.shtml

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PIPILTZINTZINTLI

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Sangirardi JR. cita que R. Gordon Wasson esclarece que esta labíada é sempre cultivada, não se encontra em estado espontâneo. os antigos cronistas espanhóis a ela se referiam como hierba, com as variedades masculina e feminina; macho e hembra. e wasson conclui que o pipltzintzintli dos astecas, a divina planta da era pré-colombiana, deve ser identica á Sálvia Divinórun, hoje invocada pelos Mazatecas em suas súplicas religiosas. As folhas da erva, depois de esmagadas na metade, são infusas em água e filtradas, embora registros coloniais mencionem a utilização de raízes, ramos e flores, possivelmente porque a planta tem virtude divina em todas as suas partes.

Informa R. E Schultes que as folhas também podem ser mascadas frrescas. os efieetos são semelhantes aos dos cogumelos sagrados, porém de menor duração. o característico são desenhos coloridos e tridimensionais em movimento caleidoscópio.

TABACO

  • NICOTIANA TABACO & NICOTIANA RÚSTICA*

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O tabaco aqui citado, não é industrializado, e sim o Tabaco Xamânico,uma planta ancestral. O Tabaco sempre foi considerado pelos índios como uma Planta de Poder, porém caiu em mau uso pelos brancos, perdendo sua força original e seu poder, sendo usado de forma viciante, responsável por terríveis males no organismo.

O tabaco selvagem é uma planta muito poderosa e curativa, em seu estado original e na forma correta de sua utilização. O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas do xamanismo. Ele fumado no Cachimbo Ritualístico, carrega as preces para o Universo.

É usado para fazer oferenda aos guardiões, ao Grande Mistério, etc.Fumar tabaco ( em ritual ) é evocar o Plano Espíritual.

Desde a aparição da Mulher Búfalo Branco para os nativos norte-americanos, o tabaco é considerado uma planta que traz claridade. Ele é o totem vegetal da Direção Leste, do Elemento Fogo. E, como tudo que é fogo, é ambíguo. Pode elevar, transmutar ou pode destruir.Quando o tabaco é utilizado espiritualmente, traz purificação, centramento, transforma energias negativas em positivas, serve de mensagero.Quando utilizado como vício pode matar.É utilizado no Xamanismo Universal. No Perú é fumado em rituais na Pipa ( cachimbo ) e na forma de cigarro. Os ayahuasqueiros chegam a dizer que :

Sin tabaco ! Sin la Ayahuasca ! Geralmente o fumo não é tragado ( tragar é coisa do vício ).

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No Perú também extraem o mel de tabaco, um poderoso alterador de consciência.Podemos ver nos rituais afro ( candomblé, umbanda, etc) a utilização do tabaco pela entidades, fazendo purificações, passes, exorcismos, oferecer charutos em despachos,etc.

No Chanumpa (EUA), para cada pitada de tabaco, convida-se um espírito para participar do ritual. Ele também é ofertado para os espíritos, para o fogo, utilizado para abrir portais da mata, honrar a Criação, confeccionar bolsas medicinais, pacote de preces,etc.

Outras formas de utilização

Entre os mateiros brasileiros, eles utilizam-se do rapé, para se harmonizarem com os seres da floresta.

Existem várias formas de utilização. Por exemplo : ao invés de utilizar produtos químicos, agrotóxicos para combater pulgões e outras pragas no seu jardim, faça uma maceração a frio com 50gr. de tabaco puro, ou fumo-de-rolo picado, durante 24 horas.

Leve para a panela, adicionando 20 pimentas, uma colher de sopa de cinzas peneirada, um pedaçõ de sabão de coco e um maço de losna.

Deixe cozinhar por 20 minutos. Ao esfriar coe. Para utilizar dilua um copo dessa solução em 3 litros de água.

COMPRESSA PARA RETIRAR ENERGIAS NEGATIVAS

( Bom para dôr-de-cotovêlo, final de caso,etc )

Para meio litro de água, coloque 4 colheres de sopa de folhas secas de tabaco ( caso não ache, serve fumo-de-corda), levando ao fogo até ferver. Quando ferver, deixe mais 5 minutos em fogo brando e retire deixando em repouso por 15 minutos coberto por um pano branco. Coe.

Pegue um pano que cubra toda a area do abdômem.Molhe o pano na infusão do tabaco e coloque em seu abdômem, deixando por 30 minutos.Esta compressa remove energias emocionais estagnadas, formas de pensamentos, quebrantes, etc.

Segundo Sangirardi Jr., o caráter religioso da fumaça remonta tempos imemoriais. Desde as cavernas da pré-história, o homem adorava o fogo. O fogo aquecia. Preparava os alimentos. Aclarava as trevas noturnas. Afastava os animais bravios. E passou a afastar também os espiritos inimigos e as forças adversas. Do fogo nasce a fumaça, que passa a participar do mesmo poder de purificar, exorcizar, de evocar os espíritos.

Fumado ou ingerido, produz o extase dos curandeiros, colocando-os em contato com forças superiores e invisíveis, que lhes permitem curar doenças, prever o futuro, afastar maus espíritos, purifica e neutraliza forças adversas.

Como expansor da consiência, é também usado um mel de tabaco, que é lambido. Também conta-se, que na forma de rapé, é utlizado para harmonização com os sêres espirituais da floresta.

Os rituais com cachimbo são utilizados por todos os povos xamânicos de todos os continentes. Também utilizados na forma de charuto, ou na palha do milho, mascados.É utlizado pelos nativos como estulantes capaz de vencer a fome, a sede e o cansaço.

Muitos povos nativos contam a história de uma Mulher Sagrada, que engravidou de gêmeos. Mesmo dentro do útero esses dois gêmeos brigavam. Um representava tudo o que era bom nos humanos, enquanto o outro representava o oposto. Quando chegou o tempo do nascimento, o garoto bom nasceu de maneira tradicional. O outro gêmeo estava tão ansioso para sair do útero, que ele se chutou para fora da mulher, ferindo-a mortalmente.

O bom filho permaneceu com a mãe, e com seus extraordinários poderes, sepultou-a conforme suas instruções. Ela lhe contou que mesmo com sua morte, boas coisas viriam para o povo. Ele permaneceu próximo de seu túmulo por alguns dias, conforme seu pedido. Antes que ele fosse embora, viu que de seu corpo nasceram as tres plantas irmãs : milho – feijão e abóbora – que deste momento em diante dariam sustento ao seu povo. De sua fronte nasceu a Planta Sagrada : Tabaco.

O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas, por muitos povos nativos. Para os nativos norte americanos, quando fumado no Cachimbo Sagrado, ele carrega as preces para os espíritos. Com frequência, é usado para se fazer oferendas para os Espíritos Guardiões. Fumar tabaco é chamar o plano espiritual para ajudar. Segundo Sun Bear, se alguém fuma por diversão, estará continuamente chamando Espírito para sí com um falso alarme. A maior parte do tabaco comprado em lojas é misturado com material químico, nocivo à saude.

Um dos nomes nativo-americano para a mistura do fumo é “kinniknnik “, que pode ser uma erva apenas (uva-ursi) ou uma combinação.

O tabaco é uma planta de grande ajuda. Utilizada para defumação ou no Cachimbo Sagrado, ele pode, trazer novos começos para quem quer que o esteja usando ou para quaisquer projetos ou lugares para o qual ele é queimado.

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WACHUMA – SAN PEDRO

O nome quéchua do cacto Trichocereus Panachoi é “Wachuma”. O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de altura, tendo a mescalina (Peiote) como princípio ativo.

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Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. É conhecido por xamãs por estar sempre em harmonia com os poderes dos animais, de seres e personagens fortes, de seres sobrenaturais, principalmente o Jaguar.

O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc.

É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San Pedrillo.

Sanguirardi Jr:

” O emprego religioso, pelo índio, da bebida extraida do San Pedro é tradição secular, que se perdeu para sempre. Hoje, o uso ritual com finalidades mágicas e curativas ocorre em práticas nas quais as raízes ameríndias são enxertadas com o catolicismo, o espiritismo e a feitiçaria européia.

Mesmo na forma sincrética atual, seu conhecimento pelos estudiosos é recente.

Por que São Pedro ?

O cacto abre as portas do Céu. Daí ter recebido o nome do apóstolo a quem disse Jesus : ” Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares sobre a Terra será ligado aos céus…” (Matheus 16:19).

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A mesma ligação é estabelecida pelo San Pedro, que dá ao xamã as chaves que abrem as portas do mundo invisível, fonte dos seus poderes mágicos, divinató0rios e terapêuticos.

Em Plants of the Gods de Schultes e Hofmann :

O San Pedro possui um símbolo do curandeirismo, pois sempre está em harmonia com os poderes dos animais, do seres fortes, dos seres sobrenaturais.

É uma das plantas mais antigas da América do Sul. A prova mais antiga remonta o ano de 1.200 a.C. Na imagem uma mulher com cara de coruja, possivelmente uma xamã, segurando um cacto San Pedro.

Quando os espanhóis chegaram ao Peru, usava-se muito San Pedro. Um texto eclesiástico diziam que os xamãs tomavam a bebida chamada Achuma, e como era muito forte, depois de tomaram perdiam o juízo e ficavam privados dos sentidos, tinham visões nas quais aparecia sómente o diabo. Como aconteceu com o Peyote no México.

Atualmente o São pedro é empregado para curar enfermidades, incluindo o alcooolismo e a loucura, par adivinhação, paa namoros, para combater qualquer tipo de feitiçaria e para assegurar êxito nas empresas pessoais.

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Os xamãs distinguem quatro tipos de cactos à partir de suas costelas. Os mais raros são aqueles que tem quatro, e são considerados os mais potentes, possuem poderes sobrenaturais especiais, sendo que as quatro costelas representam os quatro ventos, os quatro caminhos.

Em 1992, estávamos Agustin,eu, e um grupo de norte-americanos em Machu Pichu. Tomamos a decisão de realizar um trabalho com Wachuma nas ruínas. E lá fomos.

Chegamos à tarde nas ruínas, e, quando foi por volta das 21:00 hs. iniciamos o trabalho, nenhuma pessoa mais estava presente, a não ser os Espíritos de Machu Pichu.Agustin tinha levado dois rapazes que ficavam tocando flautas andinas o tempo todo, o que ajudou muito na harmonização do trabalho.

Após duas horas, já na segunda dose de San Pedro, as visões. Machu Pichu, sem utilizar nenhuma planta, já conduz as pessoas a estados alterados de consciência. Podia perceber os Espíritos Incas, como se tivesse voltado no tempo. Os rituais, a Festa do Sol. Olhando para cima…num instante as nuvens se transformaram num imenso Condor..

Num momento pedí a Agustin, que falasse um pouco sobre os Incas. E, ele nos indicou uma pedra e pediu que encostássemos nossa testa nela. Foi, a melhor resposta, me senti como recebendo um “pen drive” em minha mente. Pude compreeender sem palavras a cosmologia do Povo Inca. O legítimo Império do Sol. Sentia muita emoção. Sabia que já tinha feito parte daquela história. Senti-me resgatando um pedaço do meu ser, que estava perdido no tempo e espaço.

Estávamos no Alto, as nuvens passavam por nosso corpo, parando nos joelhos e, acima o céu estava limpo e cheio de estrelas, as nuvens iam formando fendas, dando para ver a cidade embaixo. Tive a impressão de estar no céu, caminhando pelas nuvens.

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O ponto que iniciamos o trabalho, era nas Fontes Sagradas, que ficam a 850 m. ao sul da cidade, onde as águas corriam por um canal de pedra despejando-se por cima de um terraço do Templo do Sol.Estávamos em centros religiosos onde realizavam-se as festas principais do calendário Inca e os cerimoniais ligados à água (setembro a março) e à agricultura.Foram também centros de purificação de iniciados e de sacerdotes conferindo-lhes renovação e conhecimentos místicos.

Era costume dos sacerdotes realizar cerimônias e rituais com oferendas de conchas do mar, chamadas : As Filhas do Mar. As conchas eram o alimento dos deuses do Yakumama, Serpente de Uma Cabeça.

Pude ver animais guardiões dos portais da cidade. Nesse trabalho pude compreender que Machu Pichu, ainda está muito habitada graças a força de Wachuma .

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USO SACRAMENTAL – CENTROS

As plantas enteógenas são um veiculo para penetrarmos na mente de Gaia. Com toda essa crise ambiental que o planeta atravessa pedem também uma revitalização, uma ressacralização do mundo. Em todas as partes do mundo já estão surgindo os “centros verdes”. As entidades religiosas ayahusqueiras de maior tradição são : Igreja Nativa Americana, Daime, Santo Daime (Linha do Pad. Sebastião); União do Vegetal; Barquinha, Catimbó, Igreja Nativa Americana, Movimento Rastari, Igreja Nativa America do Fogo Sagrado, entre outras.

Transcrevo abaixo parte do triálogo de Ralfh Abrahan, Terence McKenna e Rupert Sheldrake extraído do Livro: Caos, Criatividade e o Retorno do Sagrado, editado pela Cultrix :

Sheldrake : Uma das grandes vantagens emocionais do cientismo para as pessoas é o seu senso de superioridade. Converti-me ao cientismo por volta dos quatorze anos de idade. Mais ou menos como aconteceu com você Ralph, eu olhava para todas as pessoas à minha volta e as via rezando ou parecendo rezar, e imaginava que desde um ponto de vista superior, em face do qual tudo isso era superstição. As pessoas modernas sentem-se superiores à parte da religião que lhes parece infantil e pertencente ao passado. Entretanto, está ocorrendo, em toda nossa volta, um colapso de fé no cientismo; tem-se acentuado uma difundida desilusão pública com relação à ciência.

McKenna: A ciência e a política verde podem ser sacralizadas por meio da experiência psicodélica. A pessoa psicodélica sabe que o cientista que despreza pessoas curvadas em oração é um pobre tolo. Um partido verde que utilizasse uma linguagem mística, uma linguagem psicodélica, uma linguagem de integração com a natureza e com a emoção seria atraente ao extremo. É por isso que Rupert se mostra tão apaixonado pelos cultos da ayahuasca no Brasil, pois, em um novo nível, eles procuram preservar as florestas chuvosas e ajudar o povo dos duendes, mas, em outro nível, eles oferecem uma religião psicodélica que diz respeito à à imaginação, ao coração e à alma do mundo.

Sheldrake: A faixa noroeste da América voltada para o Oceano Pacífico é uma parte do mundo onde se verifica uma tentativa de reintegrar a política verde e os cultos psicodélicos das tradições judaicas e cristãs. Na Europa, muitos pessoas usam cogumelos nativos que contém psilocibina, mas não sei se eles são usados num cenário cerimonial . Na América, os culto do cogumelo desenvolveram-se sob a influência de círculos de peiote e das tradições norte-americanas da Igreja Nativa referente ao uso sacramental das plantas. Não creio que ainda restam na Europa tradições indígenas vivas desse tipo.

O moderno culto da ayahuasca originou-se na Amazônia, quando um cristão (Mestre Irineu) ingeriu essa substância e teve uma visão de Maria, que lhe apareceu como Nossa Senhora da Floresta. Ela estava vestida de verde e revelou o esquema do uso ritual da ayahuasca – que os devotos chamam de daime – como uma comunhão. Tais coisas são reveladas e não inventadas. precisam ser canalizadas. Se um culto do cogumelo tivesse de crescer na Inglaterra, isso precisaria ocorrer espontaneamente, por meio de oração e da orientação visionária.

CENTROS :

 CENTRO DE REGENERAÇÃO E FÉ – A FUNDAÇÃO

A historia da Doutrina começa com o nascimento de Raimundo Irineu Serra, em São Vicente do Ferré no dia 15/12/1892 no Estado do Maranhão. Irineu um negro alto com 2 metros de altura, filho do ex-escravo Sancho Martino e Joana Assunção, o fundador da Doutrina Santo Daime.

Saiba mais http://dev1.wikionline.com.br/Lua/SubLua1185897462It001

SANTO DAIME – CEFLURIS

 O seringueiro e construtor de canoas Sebastião Mota de Melo, natural de Eurinepé, Amazonas, foi um homem simples de sólida convicção espírita e trabalhador incansável. Discípulo do Mestre Irineu, dele recebeu o dom de trabalhar com o Santo Daime. Reuniu em torno de si centenas de adeptos – não por proselitismo, mas de forma natural, como resultado da amizade e do respeito que ele conquistou, ao atender a todos que o procuravam em busca de um conforto para os males da alma e do corpo. Há cerca de 15 anos retirou-se dos arredores do Rio Branco, Acre, onde havia fundado a comunidade religiosa conhecida como Colônia Cinco Mil, e levou parte de seu povo para uma área virgem no interior da floresta, denominada Rio do Ouro, onde trabalhavam a seringa e construíam casas, desenvolvendo também atividades agrícolas. Dois anos depois fundou o assentamento que se transformaria na atual Vila Céu do Mapiá, no município de Pauini, Amazonas.

A iniciativa cresceu sob sua liderança espiritual e seu exempCaminhoblockquote » table » lo de trabalho. Dirigia pessoalmente mutirões, acolhia pobres, doentes e necessitados. Em 1974 mandou registrar sua entidade, o Centro Eclético de Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra ( CEFLURIS ), com sede na cidade do Rio Branco, como um centro espírita estruturado sob a forma de sociedade religiosa sem fins lucrativos, responsável pela organização da Doutrina e pela feitura e distribuição da bebida sacramental utilizada nos rituais. O Padrinho Sebastião, como era carinhosamente chamado por seus afilhados, faleceu em 20 de janeiro de 1990 no Rio de Janeiro, vítima de uma insuficiência cardíaca que o fez sofrer nos últimos anos. Além da viúva, senhora Rita Gregório de Melo, deixou aos filhos Padrinho Alfredo e Pad. Waldete, respectivamente, como presidente e vice-presidente da instituição, a responsabilidade pela continuação de sua obra espiritual e da administração comunitária, feita a partir de uma associação de moradores, cuja diretoria é eleita periodicamente por seus sócios. Atualmente a população da comunidade compreende cerca de 1.000 pessoas, entre a vila e pequenas colocações ao longo do Igarapé Mapiá.Com o crescimento espontâneo registrado nas últimas duas décadas e os desafios sociais e institucionais decorrentes, a Doutrina se espalhou por diversas regiões do País e do Mundo. Website: http://www.santodaime.org

UNIÃO DO VEGETAL

 O Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, sociedade religiosa sem fins lucrativos, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento humano, com o aprimoramento de suas qualidades intelectuais e suas virtudes morais e espirituais, sem distinção de cor, credo ou nacionalidade. Suas leis situam a cidade de Brasília – Distrito Federal, Brasil – como Sede Geral. A UDV tem como símbolo da paz e da fraternidade humana Luz, Paz e Amor.

Centro – é o espaço onde se reúnem os espíritos encarnados para obter a concentração mental, estado propício ao autoconhecimento.

Espírita – pela crença nos preceitos milenares da reencarnação.

Beneficente – pelos comprovados benefícios prestados aos seus discípulos e à sociedade.

União do Vegetal – por utilizar em seus rituais, para efeito de concentração mental, o chá denominado Hoasca, preparado com a união de dois vegetais, Mariri e Chacrona, comprovadamente inofensivos à saúde.

A missão do Mestre

O uso ritualístico do chá Hoasca entre os povos amazônicos remonta aos períodos anteriores ao descobrimento da América, no século XVI. A UDV foi recriada em 22 de julhode 1961 por José Gabriel da Costa. Aqui, de braços abertos aos seus primeiros discípulos, o Mestre da União dá início à sua missão. Em 10 de fevereiro de 1922. Ao meio-dia, nasceu o Mestre da União do Vegetal, José Gabriel da Costa, na localidade Coração de Maria – município de Feira de Santana, na Bahia. Filho de Manuel Gabriel e Dona Prima Feliciana, viveu até a juventude no seio de sua família, seus pais e mais treze irmãos, que dele dão o testemunho de pessoa simples e de notável correção moral. Ainda jovem, mudou-se para trabalhar na cidade de Salvador, onde viveu por apenas quatro anos. Alistou-se como Soldado da Borracha para colher seringa na floresta amazônica. Chegou a Manaus de navio e de lá partiu para Porto Velho, no antigo território federal de Guaporé (Rondônia), onde trabalhou como enfermeiro em hospital público e conheceu Raimunda Ferreira, dona Pequenina, sua esposa. Depois, mudou-se para os seringais. Próximo à fronteira com a Bolívia, entra em contato com a Hoasca, bebendo ali o Vegetal pelas primeiras vezes.

Ainda nos seringais, ao lado de Dona Pequenina, Mestre Gabriel recriou, a 22 de julho de 1961, a União do Vegetal.

No final de 1965, retornou a Porto Velho, em busca de melhores condições de desenvolver as atividades religiosas da sociedade que recriara, distribuindo o Vegetal inicialmente numa pequena olaria de sua propriedade.

Quando passou a realizar as sessões em sua residência, Mestre Gabriel já se fazia acompanhar de alguns discípulos que viriam depois a constituir-se nos mestres responsáveis pela expansão de sua doutrina por todo o país.

Estraido de siete da União do Vegetal. Mais informações : http://www.udv.org.br/

A BARQUINHA

 Fonte: Wikipédia

A Barquinha foi fundada por Daniel Pereira de Mattos, ex-marinheiro oriundo do Maranhão. Após alguns anos da sua passagem para a vida espiritual, o centro foi oficializado como “Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus Fonte de Luz”. Com o tempo foram se abrindo outros centros que seguem a Doutrina.

Funcionando desde 1945, em Rio Branco, Acre, é uma organizacao religiosa cristã, que sincretiza práticas religiosas africanas, indígenas e européias.A história da Barquinha está ligada ao líder religioso do CICLU (Centro de Iluminação Cristã Luz Universal) Raimundo Irineu Serra – também sistematizador da doutrina daimista. Em 1936, Daniel, acometido de uma enfermidade no fígado, foi fazer um tratamento espiritual através do daime com o Mestre Irineu.Após uma visão, Daniel começou os trabalhos espirituais com o uso do Daime em um seringal, por nome de Santa Cecília. Neste espaço, começou o seu trabalho de atendimentos, por ele designados de Obras de Caridade.

Mestre Daniel tinha, segundo depoimentos, uma relação muito próxima com o mar.

Wladymir Sena Araújo, em A Barquinha: Uma cosmologia amazônica em construção, fala sobre o significado místico da barca:

“para os seus integrantes tem dois significados: o primeiro é o de que a mesma (a barca) representa a própria missão deixada por Daniel e a segunda expressa a viagem de cada um. Esta barca é a viagem de suas vidas, em resumo, uma viagem dentro da grande viagem. Ela tem como característica principal realizar uma grande travessia. A barca tenta sobretudo atravessar uma grande tempestade. Os homens que nela viajam estão na barca de Deus. Ele é portanto o seu proprietário de direito. Para que a barca não afunde é necessário “trabalhar”, procurando evitar que a Barquinha desapareça mar a dentro. Esses trabalhadores vivem em função de seu proprietário e o trabalho é uma dívida que os praticantes tem com ele.”

IGREJA NATIVA AMERICANA – NATIVE AMERICAN CHURCH

 Seu fundador foi Quanah Parker, um chefe Comanche que estudou o peyote no México no 1880s, como a medicina para curar doenças e ferimentos sérios. Na época de sua morte em 1911, o peyote era usado por diversos tribos, que integravam elementos do cristianismo e dos nativos. Gradualmente o uso ceremonial do peyote espalhou para outras tribos.

O estabelecimento formal de igrejas veio principalmente em resposta às controvérsias sobre o uso do cacto, que ameaçavam criminalizar o seu uso. Os indios defenderam bravamente a liberdade religiosa em seus estados respectivos e no congresso. Consideravam o Peyote como uma medicina holística e um sacramento cristão como “uma parcela do corpo de Cristo”.

A igreja americana nativa representa uma fusão do cristianismo, invocações de Jesus, leituras da Bíblia, uso de crucifixos com as religiões do peyote . Primeiramente em Oklahoma e mais tarde em outra nativas americanas tradicionais. As contrapartes nativas do ritual que a igreja nativo americana usa é semelhante aos rituais mexicanos do peiote; o fumo sacramental envolvido na palha do milho, penas, tambor d’agua, chocalho, incensos, fogo central (fogo transversal na forma de meia lua), artefatos sagrados, a ênfase nas quatro direções. Estima-se que a Native American Church – NAC conta com aproximadamente 250.000 participantes.

Website : http://www.nativeamericanchurch.com/

IGREJA NATIVA DO FOGO SAGRADO DO FOGO SAGRADO DE ITZACHILATLAN

 Fundada por Aurélio Dias Tekpankalli.aA Igreja do Fogo Sagrado, tem representações nos países EUA, Canadá, México, Nicarágua, Peru e Equador, além do Brasil.Cerimônias do Caminho Vermelho http://www.fogosagradodobrasil.com.br

CATIMBÓ

fonte:Wikipédia

O Catimbó baseia-se no culto em torno da planta Jurema. Não há dúvida que o Catimbó é xamanista com muita práticas de pajelança, mas é baseado em Mestres, apesar de os Caboclos também participarem. O Catimbó não é muito diferente ou melhor do que esses cultos, e não se pode dizer que suas entidades sejam de nível superior; pelo contrário, sob o ponto de vista espírita-kardecista, são entidades de baixa energia e que guardam muitas referências com a última vida que tiveram em “terra fria”. .

O Catimbó é uma reunião alegre e festiva quando em sua forma de roda (ou gira), mas, pela falta da corrente doutrinária formal vários formatos serão encontrados, dependendo da “ciência”, vidência, maturidade e ética de quem o dirige e realiza, podendo haver práticas bem soturnas.Cultua ervas, símbolos e santos católicos, mas se tivermos que caracterizar qual é o principal objeto de culto não ha dúvida que são as ervas. O Catimbó tem como principal elemento a árvore da Jurema e todos os Mestres tem um erva de fundamento.

A jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina. Da casca de seu tronco e de suas raízes faz-se uma bebida mágico sagrada que alimenta e dá força aos “ encantados do outro mundo” . Acredita-se também que é essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem, mas o Catimbó existe sem que seja necessário fazer ou beber a Jurema, Catimbó não é Santo Daime. Tal árvore é símbolo e núcleo de várias práticas mágico-religiosas de origem ameríndia. De fato, entre os diversos povos indígenas que habitaram o Nordeste, se fazia e em alguns deles ainda se faz o uso ritual desta bebida.

Este culto se difundiu dos sertões e agrestes nordestinos em direção às grandes cidades do litoral, onde elementos das outras matrizes étnicas entraram em cena. Desse modo, o símbolo da árvore que liga o mundo terreno ao além, embora amarga (muito amarga…), dá sapiência aos que dela se alimentam, ganha novos significados, surgindo um mito com traços cristãos. Neste sentido a Jurema surge como a árvore que escondeu a “ sagrada família” dos soldados de Herodes, durante a fuga para o Egito, ganhando desde então suas propriedades mágico religiosas.

Mais informações : http://www.catimbo.com.br/

TAKIWASI

Centro em Tarapoto, no Peru dirigido há anos pelo médico frances Jaques Mabit, especializado na cura e reabilitação de pacientes dependentes de drogas e outras doenças como câncer, aids e etc.Atualmente recebe pessoas do mundo inteiro, e a base do trabalho é a ingestão da ayauasca. O centro chama-se Centro de Rehabilitacion de Toxicomanos y de Investigacion de las Medicinas Tradicionales ” Takiwasi “. É formado da união de médicos, cientistas e curadores nativos. Website:http://www.takiwasi.com/

MOVIMENTO RASTAFARI

 Apresenta impottantes traços de práticas xamânicas : uso de um sacramento vegetal (Ganja),busca da experiência mística / transcendental, tambores, musica.

Surgiu com a coroação do imperador da Etiópia Hailé Selassié, em 1930. Através da musica popular jamaicana, o reggae, ganhou conhecimento internacional na década de 70 e fez seguidores no mundo inteiro.

O rastafari é conhecido por suas enormes tranças de cabelo (dreads), alimentação vegetariana, sacralização da ganja, gestos vagorosos, olhar sereno e bom humor. Pró-cristãos, seguem os ensinamentos da Bíblia. A bebida alcoólica é evitada, bem como, além da carne, ovos, queijos e massa branca. Plantar o que se come é o ideal para eles (deveria ser para todos nós!). A alimentação rasta é comumente chamada de Ital, termo oriundo de natural e vital.

Os dreads (cabelos trançados) surgiram por voltas de 1935, inspiradas em fotos de guerreiros massais e somalis da Africa Oriental. A idéia correntre de que as tranças são sujas, nunca lavadas, não é verdadeira. Uma espécie de touca de lã tecidas nas cores etíopes, a tam, as guarnece do sol e vento.

Fumar a ganja é um sacramento, comparável a hóstia ou ao incenso na igreja cristã. Citam o Gênesis, 1 29 :

“Deus disse: Eis que vos dou toda a erva de semente que existe sobre toda a face da Terra, e toda a árvore que produz fruto com semente, para vos servires de alimento.

Sob o efeito da ganja, os rastas dizem manter íntima relação com divindades, unidade com o mundo e raciocínio lógico. É consagrada durante meditações , cânticos e orações. Na forma de chá, é utilizada para relaxar crianças pequenas que choram muito ou se mostram tensas. Inúmeros pratos da cozinha rasta fazem uso da erva, também usada contra males do corpo como infecções, febres e dores de cabeça.

Bob Marley, levou, através da sua música, a realidade jamaicana e os rastafaris, às primeiras páginas de todos os jornais do mundo.Está gravada na história da Jamaica a imagem do primeiro-ministro branco, Edward Seaga, unificando os brados de Jah Rastafari no funeral de Bob Marley. A música é o maior veículo de pregação e reivindicação social. São intrinsicamente ligados à musica. Em Salmos 18, 50 lê-se:

“Por isso, Senhor, te darei graças entre as nações, entoando hinos a teu nome.

A base de tudo são os tambores burru, tradição ritmica africana difundida nos tempos de escravidão e adotada pelos rstas comonyahbinhi drums Eles cantam e louvam a JAH = DEUS, com tambores e o sacramento vegetal na mão.

Segundo Ras Kadu, musico, vocalista, integrante da Banda Jah I Ras :

” Só duas coisas q acho importante corrigir, é que os Dreads não surgiram em 1935 e sim a milenios atrás. Na verdade quando se assume a vivencia RASTA é feito o voto Nazireu discrito na Biblia em Levitico 21 (Livros de Moisés) onde abandonamos as bebidas alcoolicas, consumo de carnes, o corte de cabelo e qualquer tipo de agressão ao corpo humano, tais como tatuagens, amputamento de algum membro, etc…

Talvez o adepto mais conhecido dessa antiga disciplina que temos informação seja Sansão, que como sabemos era Nazireu e desde de seu nascimento nunca havia cortado o cabelo, as escrituras inclusive narra que ele tinha “SETE TRANÇAS” que para nós é claro que são Sete Dreads imensos…..

Outro ponto importante é que a vivencia RASTAFARI é afirmada por nós como a cultura mais antiga da Terra, atraves da historia sabemos que os povos do mundo inteiro migraram na verdade do primeiro continente habitado por seres humanos de carne e osso, mas precisamente da ETHIOPIA.

Afirmo inclusive que o xamanismo rastafari é uma vertente das praticas e vivencias dos Anciões Africanos Etiopes e isso se comprova cientificamente e historicamente por dados e pesquisas dos antropologos.

(Entende-se “Apresenta importantes traços de práticas xamânicas : uso de um sacramento vegetal (Ganja),busca da experiência mística / transcendental, tambores, musica”)

A Etiopia guarda grandes segredos, entre eles o maior tesouro desse pais, que é a herança da humanidade, encontra-se dentro das montanhas de Askum, onde a cerca de 1.500 anos atras Salomão confiou na mão da Rainha de Sabá (ou Rainha do Sul) a guarda da ARCA DO PACTO DE JEOVA, talvez o objeto de maior importancia Biblica.

NA verdade esse encontro entre o Rei Salomão e a RAinha de Sabá gerou um descendente chamado Menelik, esse descendente de Salomão firmou uma dinastia de REIS honrada, fundamentada no DEUS UNICO, JEOVÁ (JAHOVAH) daí o nome JAH, vale lembrar que nessa epoca praticamente tdos povos africanos eram politeistas. MAs o fato mais intrigante dessa história é que na Afrika existe um livro chamado “KEBRA NEGAST” que tem tanta importancia quanto a Biblia para o povo Etiope, esse livro narra a historia dos Reis, e nele contem uma profecia maxima, que diz: “Quando o 225º Rei da Dinastia de Menelik fosse coroado Rei a redenção estaria proxima”

Esse Rei foi RASTAFARI MAKONNEN (Dai o Rastafari) coroado no 2 de Novembro de 1930, e honrado com o Titulo de HAILE SELASSIE I que significa “O PODER DA SANTISSIMA TRINDADE”

Selassie I restaurou a força, e junto com ele coroou toda humanidade.

Sobre os tambores, NYAHBINGHI quer dizer batida do coração, termo usado tambem no toque xamanico, me informaram os anciões da vivencia que existem dois sons primordiais na nossa existencia, a batida do coração e o sopro da respiração, sentidos e escutados quando ainda estavamos na barriga de nossa mãe.

Leozão espero ter ajudado, esses pontos são bem importantes, é a raiz da nossa historia, a raiz de Davi e Salomão, a raiz RASTAFARI. A Tribo RASTAFARI agradece a força!!!!!!!Se precisar de qualquer coisa estamos ai !

Mais informações:

http://www.ganjahzumba.hpg.ig.com.br
http://www.reggaevale.com.br/rastafari.htm

CIGANOS

CIGANOS E A UMBANDA

As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos.
Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atendê-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselhá-las para o bem.
É muito comum usar-se em trabalhos ciganos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua…”
É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória é de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, pratica muito utilizada entre ciganos. Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor. Uma das cores, a de vinculação raramente se torna conhecida, mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.
Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar.
Para o cigano de trabalho se possível deve-se manter um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Devendo esse altar manter sua imagem, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do cigano em um suporte de alumínio, fazendo oferendas periódicas para ciganos, mantendo-o iluminado sempre com vela branca e outra da cor referenciada. Da mesma forma quando se tratar de ciganas, apenas alterando a bebida para licor doce. E sempre que possível derramar algumas gotas de azeite doce na pedra, deixando por três dias e depois limpá-la.
Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras de vinho tinto com um pouco de mel. Podendo ainda fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal e levá-los ao forno, por alguns minutos, muitas flores silvestres, rosas, velas de todas as cores e se possível incenso de lótus.
Contudo, encontramos no plano positivo falanges diversas chefiadas por ciganos diversos em planos de atuação diversos, porém, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais. Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação.
Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wladimir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmencita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Ilarin, Sarita e muitas outras também. É imprescindível que se afirme que na ordem elencada dos nomes não existe hierarquia, apenas lembrança e critério de notoriedade, sem contudo, contrariar a notoriedade de todos os outros ciganos e ciganas, que são muitos e com o mesmo valor e importância.
Por sua própria razão diferenciada, também diferenciado como dissemos é a forma de cultuá-los, sem pretender em tempo algum estabelecer regras ou esgotar o assunto, o que jamais foi nossa pretensão, mesmo porque não possuímos conhecimento de para tanto. A razão é que a respeito sofremos de uma carência muito grande de informação sobre o assunto e a intenção é dividir o que conseguimos aprender a respeito deste seguimento e tratamento. Somos sabedores que muitas outras forças também existem e o que passamos neste trabalho são maneiras simples a respeito, sem entrar em fundamentos mais aprofundados, o que é bom deixar induvidosamente claro.
Igualmente, mantêm-se as falanges ciganas, tanto quanto todas as outras, organizadas dentro dos quadros ocidentais e dos mistérios que não nos é possíveis relatar. Obras existem que dão conta de suas atuações dentro de seu plano de trabalho, chegando mesmo a divulgar passagens de suas encarnações terrenas. Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.
Ao contrário do que se pensam os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mau e trazendo uma contribuição inesgotável aos homens e aos seus pares, claro que dentro do critério de merecimento, tanto quanto quaisquer outros espíritos terão aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano.
Trabalham preferencialmente na vibração da direita e aqueles que trabalham na vibração da esquerda, não são os mesmo espíritos de ex ciganos, que se mantêm na direita, como não poderia deixar de ser, e, ostenta a condição de Gua
Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda, e “carregam as falanges ciganas juntamente com as falanges orientais uma importância muito elevada, sendo cultuadas por todo um segmento espírita e que se explica por suas próprias razões, elegendo a prioridade de trabalho dentro da ordem natural das coisas em suas próprias tendências e especialidades.
Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, confundindo-se muitas vezes pela repetição dos nomes comuns apresentados para melhor reconhecimento, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que busca no universo astral seu paradeiro, como ocorre com todas as outras correntes do espaço. O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de espíritos, também de longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e aprendizado no plano imaterial.
A argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos ou por médiuns não ciganos e que se assim o fizessem deveriam fazê-lo no idioma próprio de seu povo, é totalmente descabida e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade sua doutrina evangélica, até as impossíveis limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano e na lei de causa e efeito, pretendendo alterar a obra divina do Criador e da justiça divina como se possível fosse, pretendendo questionar os desígnios da criação e carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações.

 

OFERENDA AO POVO CIGANO

OFEREÇA FRUTAS DAMASCO MORANGO UVAS PÊSSEGO MAÇA TUDO PICADO MENOS AS UVAS, TUDO DENTRO DE UMA TERRINA BRANCA COM BASTANTE GROSELHA CUBRA COM PÉTALAS DE ROSAS VERMELHA AMARELA E BRANCA. FORRE UM TECIDO FLORIDO NO CHÃO DA SUA PREFERENCIA E DISTRIBUA DOCES SÍRIO E MOEDAS DE CHOCOLATE. COLOQUE VINHO TINTO PARA AS CIGANAS E UMA BEBIDA QUENTE E FORTE PARA OS CIGANOS A BASE DE GENGIBRE, SUCO DE UVA NATURAL PARA AS CRIANÇAS CIGANAS E CHÁ DE GENGIBRE COM CANELA E NOSMOSCADA PARA AS CHUVANIS. ACENDA VELA BRANCA, AZUL CLARO ROSA E VERMELHA E INCENSO DE JASMIM, SANDALO E CRAVO. ASSIM VC AGRADA GREGOS E TROIANOS, POIS TUDO PARA NÓS NÃO SE FAZ NADA SEM PRIMEIRO AGRADAR OS MAIS VELHOS NOSSO ESCUDO E FORTALEZA DE ENSINO E AS CRIANÇAS CIGANAS DONA DAS GERAÇÕES SEGUINTES. ESPERO QUE EU TENHA AJUDADO. PODE COLOCAR NA MESA DA SUA SALA E FAZER O CONVITE PARA TODOS, QUANDO AS VELAS TERMINAREM TODA A FAMÍLIA COME E BEBE DA OFERENDA JUNTAMENTE COM PÃO QUE TAMBÉM É COLOCADO NA MESA NUM PIRES FORRADO DE ARROZ PARA SANTA SARA.

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CURSO DE TAROT CIGANO

Este é um convite para você que deseja trabalhar de forma mais segura, confiante, equilibrada com este oráculo maravilhoso: o Tarot Cigano.
Você conhecerá intimamente e intuitivamente cada uma das 36 cartas deste tarot.
Não abordaremos tradição, nem costumes ciganos, mas você entenderá o verdadeiro significado deste oráculo.
Intuição todos temos, basta praticá-la e despertá-la de forma coerente.
*Iniciações, técnicas para desenvolver seu potencial intuitivo, Consagração dos Elementos de jogo; Consagração do Tarot Cigano; Métodos de Tiragens inéditos; Juramento do Tarólogo perante os Mentores Ciganos; Ética no Jogo.

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 FORMAÇÃO DE NOVOS GRUPOS 

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CARTAS DO TAROT

 Jamais conseguimos ver além das escolhas que não entendemos.

O tarô é um instrumento de orientação e previsão e nos auxilia a tomar decisões importantes na vida. Através dele é possível entender o presente e planejar o futuro. Nascemos para sermos felizes e nem sempre as nossas escolhas nos conduzem aquilo que é melhor para nós. O tarô nos ajuda a encontrar o melhor caminho.

Como alguém se torna tarólogo? Começa pelo interesse despertado pelo ocultismo; então se escolhe um professor e partindo de informações básicas, amplia-se e se  aprofunda a pesquisa, sempre seguida pela prática. A manipulação das cartas e a compreensão tanto dos significados quanto das relações acompanham a teoria.

Uma consulta de Tarô deve ser fiel à mensagem das cartas, mesmo que desagrade o consulente, que pode procurar o oráculo levado pela falsa idéia de que vai receber respostas prontas e milagrosas de acontecimentos futuros que solucionarão seus problemas sem necessidade de reflexão ou esforço. A mágica acontece quando o consulente abre alma e mente para o que se revela a ele, mensagem única e especial que pode levá-lo a uma mudança interna que lhe proporcionará tanto uma nova percepção de vida quanto um ânimo diferente para fazer as transformações necessárias para uma existência mais plena.

Um dos desafios do tarólogo  é evitar conselhos, porque isto é competência de padres e pastores, ou resolver o problema do cliente, tendo claros os limites éticos e resistir ao poder que lhe é dado pelo próprio consulente. A visão do oráculo como algomágico, privilégio de poucos, pode diminuí-lo.
Limitar-se à previsão, jogando cartas com o cósmico, empobrece a leitura, mas é demanda compreensível numa época em que tristeza é confundida com depressão, esculpe-se o corpo esquecendo-se do espírito, e ter é mais importante que ser. A era da informação rápida que atropela a reflexão, da imagem que sobressai a emoções e sentimentos, reflete-se e interfere na prática do Tarô.

 TARÓLOGO: PROFISSÃO OU MISSÃO

É muito comum que aqueles que se interessem por desenvolver o tarot  acabem por ser solicitados ou mesmo que se auto-motivem a usar as cartas para outros. Basta alguém saber que você está lendo ou estudando o tarot experimentalmente que logo surgem os primeiros interessados em conhecer as suas habilidades. Isso é natural e muito útil, pois pode auxiliar o leitor a treinar a sua intuição, bem como os seus conhecimentos sobre tarologia. Com a prática, e alguma auto-observação, o estudante perceberá que as mensagens lidas para outros servem, e muito, para o seu próprio crescimento interior, além de que ele mesmo possui uma peculiaridade no modo de ler, que consegue obter uma informação com mais precisão do que as outras, ou ainda, que sua leitura possui um viés próprio, uma assinatura. A prática mostrará a ele se sua leitura é mais analítica (baseada totalmente no conteúdo teórico de tudo o que você leu ou estudou e na sua habilidade mental  para reuni-las na leitura), intuitiva (quando a sua intuição der saltos inexplicáveis e precisos, muito além daquilo que foi lido ou estudado por você), psíquica (quando imagens mentais – vidência – afloram com o auxílio dos arcanos, apesar de haver pouca ou nenhuma formação teórica), ou mais sensitiva (quando a inspiração combina conhecimento do tarot com a capacidade de captar mensagens do inconsciente de quem se consulta). Com o tempo essa assinatura aliada a sua habilidade psíquica mais desenvolvida o caracterizará como tarólogo e o auxiliara a formar o seu público.

Para algumas pessoas esse público crescerá de tal modo que viver desse trabalho, ou tê-lo como complemento de uma renda,será a conseqüência natural desse processo.  O que vemos até aqui é o desabrochar de uma missão!

Palavra que parece boba, fora de moda neste mundo obcecado por teorias, formatações e credenciais. A missão, contudo, não deveria ser encarada desse modo, ela é o encontro da consciência com o propósito intrínseco da alma. Cumprir uma missão independe de a relação com essa atividade ser profissional ou não! Alguém que vive uma missão cresce com o seu caminho, não o tem apenas como um meio de ganhar dinheiro, mas como uma forma de desenvolver sua espíritualidade, compreender a vida e dar a sua contribuição para ela. Viver ou não com exclusividade desse ofício não importa, o que importa é realizá-lo com a máxima dedicação, como um sacerdócio, o que podera ou não incluir pagamento em dinheiro. Para os que cobram o dinheiro é uma forma de estabelecer uma troca por um tempo que foi dedicado. Para os que se recusam a cobrar, o pagamento é a troca humana e o alargamento da percepção de mundo que o tarot nos proporciona. Não existe de fato um modo correto ou errado de estabelecer essa relação com o tempo e o dinheiro, depende de uma série de fatores pessoais e intransferíveis, e cada um deve refletir sobre o seu próprio caso.

  O PERIGO

Para quem fez alguns cursos, com aqueles que lhe apontaram como os “melhores” professares, com certificado e tudo o mais, e leu os melhores livros e participou dos melhores seminários… Bem, para esses parece mais do que claro que estão prontos para se tornar profissionais, abrir suas tendinhas e colocar em práticatudo o que estudaram e que, inclusive, pagaram para isso, com amelhor das intenções, é claro!

O problema desse tipo de leitor é que ele se esqueceu de que um tarólogo não é apenas um interpretador de símbolos, mas que é, sobretudo, um espiritualista, que por definição é alguém que tenta fluir com a existência observando os sinais da vida, sacando o que lhe é requisitado para que ele cumpra o seu papel na grande dança cósmica ao invés de se impor, muitas vezes por puro capricho do ego, ou como uma válvula de escape dos próprios problemas.
Como disse Santo Agostinho:
Misticismo é o conhecimento de Deus pela própria experiência.
Esse é o tipo que se pergunta primeiro se o “mercado” é favorável, se dá para viver disso, e se não der, logo se perguntará como aperfeiçoar essa possibilidade. Alguns acabam virando mercadores que muito rapidamente passam a classificar e pasteurizar o seu produto para melhor comercializá-lo, que lutam por um curso credenciado de tarot, garantindo sempre que é para melhor servir os que se interessam em consultá-lo ou estudá-lo, ou que é uma forma de respeitar e proteger esse belo manancial do conhecimento humano… Isso lembrou alguém?…
É, tá cheio disso não é mesmo? Não significa ser contra a profissionalização, mas a favor da liberdade de descoberta pessoal que a prática tarológica proporciona.

COMO TARÓLOGA(O)….

Muitas pessoas acreditam que para se ler tarô, a pessoa tem de ter obrigatoriamente algum talento especial. Os mais formais se referem a este talento como intuição, ou, os mais esotéricos chamam de sexto sentido, ou mediunidade. Percebo que esta é uma dúvida das pessoas e constantemente sou perguntado sobre isto, tanto na minha experiência pessoal (como alguém que lê tarô), quanto nas aulas e cursos que ministro.

De forma alguma descarto a possibilidade de que muitas pessoas rabalhem com base em sua intuição. Afinal, esta é, sem sombra de dúvidas, uma possibilidade, pois todo ser humano, em menor ou maior grau, conta com este recurso. Logo, este pode ser um “jeito”, justo e legítimo, de se ler o tarô.
Ainda assim não creio que seja a única forma. Acredito que haja muitos e muitos jeitos de se ler tarô. Por exemplo, uma pessoa que em seu dia-a-dia é mais racional pode ler as cartas de forma muito similar a sua postura cotidiana. Ou seja, sua leitura também pode ser mais racional, mais reflexiva, embasada naquilo que ela já leu e conhece sobre o assunto.
Outro exemplo é o de uma pessoa mais sensível e que, ao ler as cartas, percebe algo em si própria ou naquele jogo. Pode ser frio, calor, algo bom, algo ruim, alguma parte de seu corpo, ou mesmo uma sensação ligada aos arcanos que aparecem num determinado jogo. Para alguns isso pode parecer com uma manifestação intuitiva, mas existe uma diferença, pois na intuição existe algo que se projeta para fora, algo que eu experimento, mas
que não diz exclusivamente de mim, mas sim do meu externo.
Neste caso que destaco a pessoa percebe, nela própria algo, ou seja sua experiência diz algo acerca dela mesma e de suas sensações. Isto, por vezes pode ter sentido em alguns atendimentos.
Esses são só alguns poucos exemplos de que existem muitas formas de se encarar o tarô e, além disso, de como encarar a si próprio diante do tarô.
Afinal, existem muitos livros sobre a origem do tarô, sua história e trajetória e muitas e muitas visões sobre cada um de seus arcanos, mas ainda vivemos um grande vazio quando colocados a nos questionar sobre o nosso papel diante das cartas.
Neste caso, não existe uma cartilha, que trate como devemos nos orientar diante do tarô. Logo o caminho de cada um deve ser construído passo a passo e em sintonia com o seu desenvolvimento interno. Ou seja, o  tarólogo se faz ao unir as suas experiências, com aquilo que existe de seu. E, sendo assim devemos perceber que somos dotados de múltiplo recursos pessoais, inerentes a nós seres humanos. A conhecida frase de Terêncio nos lembra disso:

“Eu sou homem e nada que é do humano me é estranho”.

Ou seja, podemos contar com nossa intuição, assim como podemos contar com nossa razão, nossos sentimentos, nossas sensações, ou qualquer outro recurso que se manifeste durante uma leitura de tarô.
Não devemos ficar apegados a um único caminho, ou a uma fórmula mágica.
Até porque o tarô é um complexo instrumento de autoconhecimento e este vai nos exigir de forma ampla e complexa. O tarô, para ser bem lido, vai precisar de alguém preparado para enxergar suas nuances, seus detalhes mais sutis, aquilo que existe de único e singular quando aquelas determinadas cartas se encontram em suas específicas posições.
Percebo que nenhum de nós deve ficar apoiado somente numa única forma de ler tarô.
Devemos nos olhar de forma tão complexa e tão irrestrita quanto às próprias cartas. Devemos reconhecer nossas mais vastas possibilidades e entender que esta, afinal de contas, é a nossa maior riqueza e grandeza.

O TARÔ E O TARÓLOGO

O tarô é conhecido como o espelho do inconsciente, pois revela a nossa realidade interior através de seus arquétipos e simbolismos. É o revelar de um novo caminho ou uma nova postura diante dos objetivos que nos propomos a seguir. Seu efeito espelho permite uma dinâmica entre os símbolos e o inconsciente do consulente permitindo o que Carl Jung chama de “Principio de conexão não-causal” que liga a psique do indivíduo ao mundo material formando uma só energia em duas distintas partes. Segundo o site Tarô e Simbolismo “a leitura de Tarô é somente a ponta do iceberg, o seu uso é infinito nos permitindo o desenvolvimento espiritual, autoconhecimento, equilíbrio (…). O Tarot nos fornece essas indicações, porque nos mostra novas perspectivas e enxergar além do problema”.

O responsável em levar toda bagagem racional e espiritual para o  indivíduo que se dispõe a procurar o tarô como forma de se libertar da crise existencial é o tarólogo, ou seja, uma pessoa que com seu dom e dedicação faz da tarologia uma profissão que ajuda as pessoas a trabalharem o seu inconsciente induzindo-a a organizar o que há de melhor dentro de seu espírito abalado, fazendo com que as pessoas melhorem no presente o passado que ficou e organize seu futuro melhor do que o presente que está passando. O estudo do tarô é uma ferramenta que, bem usada, liberta o homem do medo e da ignorância.
Segundo Luiz Costa sobre o estudo do tarô, “Desde seu uso junto às artes divinatórias até o uso pessoal voltado para o autoconhecimento seu estudo, levado com seriedade e honestidade de propósitos, vem abrindo a mente humana e reaproximando o homem de sua Divina Fonte”.

O tarólogo é aquele que, em seus estudos, observa os símbolos contidos nas cartas e a história que cada uma conta, sua mente deve estar aberta e livre de tendências externas que determinam e direcionam sua interpretação.

Por isso o tarô deve ser visto como um mapa, um guia que nos leva a algum lugar onde queríamos chegar, mas não tínhamos condições sozinhas.
Segundo Sallie  Nichols na obra Jung e o Tarô, “A projeção do nosso mundo interior no exterior não é coisa que fazemos de propósito. É simplesmente a maneira como funciona a psique. Em realidade, a projeção acontece de forma tão contínua e inconsciente que  costumamos não dar tento de que ela está acontecendo.
Não obstante, tais projeções são instrumentos úteis à conquista do autoconhecimento.
Contemplando as imagens que atiramos na realidade exterior, como reflexos de espelho da realidade interior chegaram a conhecer-nos”.

Desta forma o tarólogo sério buscará ser um eterno estudioso ira deslumbrar junto ao seu consulente o que existe em sua psique e buscará sem interferir em seu livre arbítrio orientá-lo dentro da ética.
Ser tarólogo além de profissão séria é uma opção de vida, pois a pessoa que aceita esta missão guarda a chave do destino de seu consulente e só a entrega, quando este se dispõe a abrir o portal que o leva a enxergar novos horizontes.

 CUIDADOS NO ATENDIMENTO

Procure sempre manter uma atitude ética e coerente, pois isto é muito importante para quem pretende trabalhar numa área tão polêmica e ao mesmo tempo fascinante. Trabalhar com tarot não é apenas conhecer o simbolismo das cartas e sim mexer com o imaginário e com as esperanças das pessoas.

Não podemos esquecer nunca de que estamos lidando com os sentimentos humanos e com pessoas que podem estar passando por algum tipo de angústia ou ansiedade e buscam uma saída. Mesmo quando a pergunta gira em torno de um possível amor ou sobre a realização de um sonho, a busca é pela confirmação do seu desejo ou por uma solução mágica que leve à resposta esperada. Este é um momento delicado, principalmente se o que as cartas indicam não é o que o cliente espera.
O cuidado na resposta é muito importante; manter uma atitude neutra, ficar atento com promessas ou dramatizações, pois a pessoa não ouve o que você fala de forma objetiva e sim de um modo emocional. Isto pode levar a uma escuta que é parcial, chegando a distorcer o significado para se aproximar do que deseja. Assim, é importante escutar com carinho e atenção e cuidar muito da forma como fala e o que diz.
A humildade e a consciência são os melhores companheiros do tarólogo.
Por vezes podemos ficar excessivamente orgulhosos de nossos acertos nas previsões e corremos o risco de nos tornarmos arrogantes.
É este o momento de ficarmos tentados a falar demais ou sem cuidados e isto pode trazer problemas.
Sempre é bom lembrarmos que todos os arcanos têm uma interpretação positiva e uma negativa, mesmo que uma prevaleça na maior parte dos casos. Também faz parte dos nossos desafios saber que tudo o que o tarot traz está sujeito a mudanças, seja a partir de uma reavaliação do cliente, seja por fatores inesperados, o que é marcado por cartas como a Torre e a Roda da Fortuna. Além disso, sempre existem outras possibilidades que não foram levantadas pelo paciente e que se encaixa nos significados das casas da mandala astrológica, se este for o jogo usado. É aí que entra a humildade:  podemos conhecer muito sobre o tarot, mas existem coisas que são trazidas pelo momento de vida e muitas vezes estão escondidas, pois não podem ser mudadas. O destino é soberano e nós só podemos ajudar a revelar se houver a possibilidade do livre arbítrio.
Apesar disso, acredito que vale a pena o desafio de ser tarólogo e descobrir muito sobre a vida, seus ritmos, suas restrições e os nossos limites, pois não passamos de instrumentos do destino.

O imaginário Tarô Cigano

Antes de os ciganos começarem a instalar seus acampamentos pelo centro-oeste da Europa, em meados do século XV, nobres e ricos de origem italiana e francesa já encomendavam aos artistas de seu tempo, a peso de ouro, coleções das 78 cartas, que hoje conhecemos por Tarô.

Os ciganos, porém, associaram seu nome às cartas de jogar. A razão para isso é as mulheres ciganas incluírem entre suas habilidades a leitura de sorte, em especial a quiromancia, a predição pelas linhas das mãos. Para o nômade, que carrega poucos pertences, é um recurso prático: não exige instrumentos especiais nem providências complicadas.
Basta a palma da mão do consulente.
À medida que se desenvolveram as técnicas de impressão dos baralhos, os jogos se tornaram mais acessíveis e muitos ciganos passaram a utilizar as cartas para ler a sorte, já que são pequenas e simples de manejar.
Não existem indícios históricos que indiquem os ciganos como autores do baralho. Entre suas habilidades mais notáveis não se incluíam as artes plásticas nem a escrita e, muito menos, as técnicas de impressão em papel. No entanto, cabem eles muito bem como personagens dos trunfos.
A figura do cigano, no cenário europeu do século XVI, pode ser mesclado à dos peregrinos, monges-viajantes, ambulantes, andarilhos e nômades. Espíritos inquietos, aventureiros, que não conseguem permanecer em suas comunidades de origens. Cabem todos eles, muito bem, como representantes do arcano sem número (0 ou 22), Le Fol.

O Louco e o Mago podem perfeitamente representar dois momentos do andarilho ou nômade, monge ou cigano. Na estrada: trouxa sobre os ombros. Nas feiras ou nas ruas monta o espaço de encenação, uma combinação fascinante de habilidades e manobras ocultas. É o mágico, hábil, astuto, enganador e muitas vezes trapaceiro.

São os saltimbancos, prestidigitadores, artistas, andarilhos e nômades de todas as espécies, a circularem de vila em vila, levando as novidades, sempre inventando artifícios para garantir a sobrevivência, entre eles, os ciganos.
Mesmo pesquisando com toda paciência os livros disponíveis e a  Internet não encontraremos exemplares históricos de baralhos que pudessem ter sido criados ou impressos por ciganos.
A quase totalidade dos anúncios que vemos hoje nos sites e folhetos sobre tiragens e baralhos ciganos, utilizam na verdade as 36 cartas do Tarot Petit Lenormand, uma simplificação que a cartomante francesa mandou redesenhar de apenas parte dos arcanos menores originais.

Apenas nas últimas décadas foram criados baralhos intitulados “ciganos”, que consistem, em sua quase totalidade, no redesenho de imagens para as 36 cartas do Petit Lenormand

        Baralho russo              Baralho Norte Americano              Brasileiro

         

Na profusão de baralhos inventados e reinventados nas últimas décadas, os temas ciganos são mais raros na Europa e um pouco mais comuns nas Américas. No entanto, boas partes das edições são regionais, modestas, difíceis de serem levantadas, mesmo com a ajuda da Internet.
Apenas um tarô europeu, redesenhado com motivos ciganos, foi bem divulgado: Zigeuner Tarot ou Gipsy Tarot Tsigane, de Walter Wegmüller. Ele deixou para trás as reduções de Lenormand e reproduziu o tarô completo, com os 22 arcanos maiores e os 56 menores, como se mostra abaixo.
Na profusão de baralhos inventados e reinventados nas últimas décadas, os temas ciganos são mais raros na Europa e um pouco mais comuns nas Américas. No entanto, boas partes das edições são regionais, modestas, difíceis de serem levantadas, mesmo com a ajuda da Internet.

Cartas do pintor boêmio Walter Wegmüller, executadas entre 1968 e 1974.
O autor do desenho mantém o layout do baralho europeu, próximo ao de Oswald Wirth, como fica evidente nos exemplos acima.

 

No caso dos arcanos menores o pintor recria as cartas de modo mais pessoal, em particular no caso das cartas numeradas de 2 a 5, que foram suprimidas no Petit Lenormand.

Esta resenha tratou apenas da questão do baralho, que se tornou um instrumento, um suporte para os sensitivos e videntes exercerem seus dons. Existem por certo inúmeros relatos dignos de nota sobre cartomantes – ciganas e não-ciganas que, na falta de tarôs mais caros, utilizavam e continuam a utilizar as simples cartas do baralho comum. Manifestam talentos que não dependem necessariamente do tarô.

                                                     

                                         TARÔ LENORMAND

Mademoiselle Marie-Anne-Adelaïde LeNormand ou Mlle.

Lenormand, foi uma cartomante francesa, de grande renome, que também exercia, além de outras artes divinatórias, a quiromancia.

Teve entre suas clientes Josefina de Beauharnais, esposa de Napoleão Bonaparte. Ela teria previsto, segundo a aura de magia que cerca seu nome, a ascensão e queda do imperador Napoleão, os segredos da imperatriz Josefina e o destino de muitos notáveis de seu tempo.
Lenormand nasceu em Alençon, na Normandia, segundo ela no dia 27 de maio de 1772, embora os documentos originais indiquem 16 de setembro de 1768. Perdeu seu pai quando tinha apenas um ano de idade e, a seguir, sua mãe, aos 5 anos. Foi enviada a um convento, de onde surgem os primeiros relatos de seus dons de clarividência.
Estabeleceu residência, em Paris, no turbulento período que se seguiu à Revolução Francesa e, nessa cidade, consolidou sua fama de advinha, de leitora da sorte. 
Mademoiselle Lenormand, retratada durante sua prisão em Bruxelas
Em 1807, Mlle. Lenormand leu as mãos de Napoleão e descobriu sua intenção de se divorciar de Josefina. Para afastá-la de cena, ele a mandou à prisão, em 11 de dezembro de 1809, onde a vidente permaneceu durante doze dias, enquanto ele providenciava o divórcio. Esse fato foi o verdadeiro lançamento de sua carreira e ela se tornou a cartomante mais popular de sua
época.
Ativa e desembaraçada, escreveu perto de trinta livros, que continuam inéditos até hoje.
As informações sobre elas são por vezes contraditórias.É tida como boa estimuladora de outras cartomantes, mais ou menos famosas. Por outro lado, alguns de seus delatores, entre os quais se encontram jornalistas contemporâneos, sustentam que sua lista de clientes eminentes era fruto da fantasia da “Sibila de Alençon” e que suas pretensas profecias eram sempre post-factum… 

Em 25 de junho de 1843, aos 74 anos de idade, foi enterrada em Paris, no cemitério Père Lachaise. Alguns críticos disseram que seu maior dom era a habilidade de amealhar riquezas. De fato, por ocasião de sua morte, deixou uma grande soma de dinheiro.


O Pequeno Lenormand

O baralho da ”Sibila de Alençon” foi inicialmente publicado em 1828 e compreendia 52 cartas, as mesmas do baralho comum. Esse conjunto foi redesenhado e reduzido a 36 cartas por volta de 1840, presumivelmente pela própria Mlle. Lenormand, à cargo da casa impressora Grimaud.
O conjunto menor, de 36 cartas, ficou conhecido como o Pequeno Lenormand.
Esse “tarot”, na verdade, consiste de uma utilização parcial de 9 cartas de cada um dos quatro naipes do baralho comum, num total de 36 cartas. Ela utiliza apenas o Ás e as cartas numeradas de 6 a 10 e, no caso das figuras, deixa o Cavaleiro de lado, como acontece, em alguns casos, com as cartas de jogar 
utilizadas na França nos últimos três séculos.

 

As cartas são numeradas de 1 a 36, numa ordem própria que não segue nem o critério de naipes nem o da numeração habitual das cartas de jogar

                                  Significados  das  Cartas  do  Baralho  Cigano

O Baralho Cigano foi elaborado pelos ciganos com base no oráculo mais conhecido e difundido no mundo: o Tarô.
Supõe-se que os ciganos até chegaram a usar as 78 lâminas do Tarô, porém, sentiram a necessidade de terem um oráculo próprio e resolveram adaptar as 78 lâminas em 36, surgindo assim, o Baralho Cigano.
Acredito que a necessidade de se ter um oráculo próprio veio da natureza dos ciganos, que só usavam o que era deles e recusavam tudo o que fosse dos “Gadjos” (não-ciganos), pois não queriam ficar presos às idéias e símbolos que não pertenciam à sua cultura e cotidiano. Sendo assim, eles transformaram os desenhos, mudaram os significados do tarô original e puderam trabalhar com um instrumento próprio.
Encontramos, basicamente, no Baralho Cigano símbolos que falam só da vida ao ar livre, a natureza, rios, árvores, animais, que são sempre retratados porque fazem parte do dia a dia dos ciganos.
Na maioria das cenas retratadas nas lâminas, vemos a necessidade que esse povo tem de liberdade e da vida em constante contato com a natureza.
Faz parte da tradição cigana a prática da adivinhação pelas mulheres, porém, elas possuem dois tipos de cartas: uma para o uso restrito ao grupo cigano, e outro para fazer adivinhação à comunidade.

1 – O Cavaleiro / O Mensageiro

Realização, concretização de um projeto, recado, carta, aviso de boas notícias. Ou mesmo o aparecimento de alguém trazendo boas notícias.
Em geral a carta simboliza notícias, mas se a carta sair perto de uma ou mais cartas negativas, avisa que as notícias não são boas.
Carta Positiva

2 – O Trevo / Os Obstáculos

Indica situações confusas ou de conflito. Mostra obstáculos no caminho.
Caso esta carta saia perto de uma carta positiva, sinal de que o obstáculo não é tão forte.
Carta Negativa

3 – O Navio / O Mar

Representa mudanças para melhor.
Significa boa saúde e viagem.
Esta carta é revolucionária, mostra mudança positiva a curto prazo.
Possibilidade de aumento de salário ou promoções.
Carta Positiva

4 – A Casa / O Equilíbrio

Representa a harmonia interior, traz boas novas em
assuntos familiares. Reuniões de algum modo religiosas, do tipo batizado, casamento, etc.
Indica também a possibilidade de mudança de endereço ou de emprego.
Carta Positiva

5 – A Árvore

Representa a família, aproximação de alguém que se encontra distante, notícias de entes queridos que se encontram afastados.
Significa também compartilhar momentos agradáveis junto dos familiares, bem como da pessoa amada.
Na parte amorosa indica boas intenções.
Carta Positiva

6 – As Nuvens / Os Ventos

Significa mente confusa, turbulência nos
pensamentos.
Avisa para tomar cuidado em tirar conclusões
precipitadas.
Cuidado com fofocas, principalmente com suas
palavras.
Carta negativa

7 – A Cobra / O Arco-Íris

Representa briga, desarmonia, confusão.
Pessoas de má fé ou mal-intencionadas.
Alerta para não confiar demais.
Carta negativa

8 – O Caixão / As Perdas

Final de um ciclo, mudança radical, doença,
tragédia.
Tristeza, dor, pânico, notícias de mau agouro.
Significa perda em todos os aspectos.
Carta negativa

9 – O Bouquet / A Chuva

Sentimentos verdadeiros, nascimento de
relacionamento.
Calma, paz, tranqüilidade, possibilidade de
gravidez.
Bons presságios, boas novas. Emprego novo,
ajustes financeiros.
Carta Positiva

10 – A Foice / As Transformações

Uma foice ceifando o trigo representa a destruição
do tempo, a morte. É a perda dolorosa no momento certo, o perigo, a transformação e o desprendimento. Traz ruptura e separação.
Carta Negativa.

11 – O Chicote / A Magia

Magia, transmutação positiva, resultado mudado por rumo de magia.
Sedução, carisma, transição material, positivismo, amizade sincera.
Benfeitorias espirituais, carmas realizados, paz
interior.
Carta Positiva

12 – Os Pássaros / As Corujas /As Alegrias

Romantismo, namoro, paquera, afetividade
sincera.
Esta carta resume o sentimento apaixonado, tanto pela vida como pelo momento de viver. Início de namoro, ou firmamento de compromisso afetivo.
Carta Positiva

 

13 – A Criança

Aprendizado, vivenciando novas
experiências.
Sinceridade, realidade, sabedoria, momentos
felizes.
Carta Positiva

 

14 – A Raposa / As Armadilhas

Cuidado com pessoas falsas, com
armações.
Mantenha-se atento a tudo e a todos a sua
volta. Cuidado no trabalho.
Carta Negativa

15 -O Urso / As Falsidades

Representa o amigo “urso”, aquele que nos é
íntimo e que usa deste contato para nos atrapalhar a
vida.
Olho gordo, mau pressagio, inveja, injúria, simboliza
todas as pessoas negativas que estão a nossa volta.
Carta Negativa

16 -As Estrelas / A Sorte

Esperança em todos os aspectos, alegria e
realizações. Representa um presente ou uma surpresa agradável. Renovação de sentimentos.
Esta carta tem o poder de alterar a vibração de cartas negativas.
Carta Positiva

17 – A Cegonha / As Novidades

Representa oportunidades boas que irão
surgir. Significa segurança, início de um novo
caminho.
Ressalta o fato de que devemos viver um dia de cada
vez.
Carta Positiva

18 – O Cão / O Aliado

Representa confiança, amizade sincera,
carinho, afeto.
Protetor, pode ser material ou espiritual,
equilíbrio, harmonia. Favorece tranqüilidade nos
relacionamentos.
Carta Positiva

19 – A Torre / A Espiritualidade

Significa as coisas que fazem parte do nosso
Eu.
Proteção do plano maior, mudanças
positivas.
Alerta para que não percamos tempo tentando
obter resposta no mundo material.
Carta Positiva

20 – As Ervas

Representa resultado positivo em tudo que depender
de nossa vontade.
Vida Longa, e um alerta especial “Tudo que
plantamos em nosso jardim será colhido”.
Carta Positiva

21 – A montanha / Os Obstáculos / As Pedras

Justiça absoluta, independente de quaisquer
interesses individuais.
A Justiça divina permanece sempre.
Papéis importantes, documentos ou
procurações.
Carta Positiva

22 – Os Caminhos

Mudança de caminho, nosso caminho, nossa
estrada.
Significa também encontros românticos,
passeios e viagem curta.
Sedução, paixão momentânea.
Carta Positiva

23 – O Rato / Os Desgastes

Significa, perda (em todos os aspectos).
Alerta, cuidado com roubo.
Traz sempre chateações e influênciasespirituais negativas.
Carta Negativa

24 – O Coração / Os Sentimentos

Significa a explosão dos sentimentos.
Amor eterno, emoções profundas, emoções em
alta.
Amor verdadeiro, traz revelação de um amor
puro.
Carta Positiva

25 – As Alianças

Simboliza um noivado ou casamento, ou até
mesmo duas idéias que se unem para concretizar algum objetivo.
Significa também união profissional (algum
tipo de sociedade).
Carta Positiva

26 – Os Livros

Significa conhecimento, estudo, inteligência,
sabedoria.
Local de estudo, concretização de
idéias.
Contato com médico ou advogado (Assinatura
de papéis importantes, ou resolução de processos
judiciários).
Carta Positiva

27 – A Carta / O aviso

Significa o momento presente.
Quando esta carta sai irradia uma energia sobre as cartas a sua volta.
Representa cuidado, fique atento, observe melhor a sua volta.
Carta Positiva

28 – O Cigano

Representa a figura masculina, pode ser pai,
filho, marido, chefe, companheiro, amigo, paquera…. e até mesmo o companheiro ideal.
Serve pra mostrar o que acontece ao seu
redor, uma coisa que afeta você diretamente.
Significa também alma gêmea, amor completo..
Carta Positiva

29 – A Cigana

Representa a figura feminina, pode ser mãe,
filha, esposa, patroa, amiga, paquera…e até mesmo a
companheira ideal.
Serve pra mostrar o que acontece ao seu redor,
uma coisa que afeta você diretamente.
Significa também alma gêmea, amor completo (energia Positiva).
Carta Positiva

30 – Os Lírios / Os Rios

Representa Paz, de natureza muito profunda. Viagem
inesperada.
Alguém chegando de viagem, ou viagem de negócios. Esta carta traz muita energia positiva; traz também gravidez.
Carta Positiva

31 – O Sol

Reencontro de antigos afetos..
Expansão de negócios, criatividade em alta.
Traz luz própria e tem o poder de anular cartas negativas a seu redor.
Carta Positiva

32 – A Lua / As Honrarias

Energia magnética muito
poderosa.
Influência do plano astral. Traz com ela o
reconhecimento, vitória, valor reconhecido.
Compensação de todos os esforços.
Carta Positiva

33 – A Chave / As Soluções

Energia Positiva, resoluções de
dúvidas.
Alerta para nos empenharmos em resolver
problemas.
Ressalta, sobretudo, que não adianta chorar pelo
leite derramado.
Recomenda precaução.
Carta Positiva

34 – O Peixe / A Matéria

Conquistas materiais; bom desempenho
profissional.
Recebimento de herança, ou ganho de dinheiro
em jogos.
Representa também dinheiro.
Carta Positiva

35 – A Ancora / A Segurança

Segurança material e financeira. Na figura,
vemos uma âncora, amarrada numa corda, transmitindo-nos idéias de algo sólido, firme, seguro, estável.
Representa confiança, crença e fé. Significa viagem
segura.
Carta Positiva

36 – A Cruz / As Vitórias

Simboliza a vitória em todos os sentidos,
não importando os obstáculos que estejam em seu
caminho. A cruz é poder.
Perto da carta que representa você, é sinal de vitória e proteção em todos os setores; longe, indica que energias negativas estão tentando influenciar sua vida. Carta Positiva.

Como já acontecia com o baralho de Etteila, outro famoso cartomente francês, anterior a Mlle. Lenormand, são adicionadas gravuras diversas às cartas numeradas. Trata-se de um recurso que, para a cartomancia popular, facilita a atribuição de significados práticos às cartas. Tal medida, se por um lado dá maior proximidade ao leitor, por outro, delimita e reduz drasticamente sua amplitude simbólica.

A popularidade do baralho Lenormand, estimulou incontáveis cópias e imitações por toda Europa e até hoje é  redesenhado.

 

  

                                                        O Grande Lenormand

O baralho mais antigo com o nome de Mlle. Lenormand é o “La Sybille des Salons”, com 52 cartas, cada uma delas mostrando um personagem diferente.

A primeira edição, de 1828, destinada à cartomancia, tem cartas do tipo “a
conversa”, “a viagem”, “o casamento”, num
estilo que lembra as modernas histórias em
quadrinho.
Trata-se de um gênero de jogo popular bastante
difundido na França, Inglaterra e Alemanha a partir dos
anos 1700.

“A Sibila”
foi logo redesenhada pelo célebre ilustrador Grandville, Gérard Jean Ignace Isidore, e publicada com mesmo título, por volta de 1840, pela impressora parisiense Grimaud.
As 52 cartas desse jogo correspondem ao baralho comum, com 13 cartas para cada naipe. Como acontece com o “Pequeno Lenormand”, estão incluídas apenas três figuras – Valete, Rainha e Rei – sem o Cavaleiro do Tarô Clássico.
Esse baralho tem sido imitado por inúmeras casas impressoras até os dias hoje. Uma de suas versões é a do Tarô Astro-mitológico e numerológico, que muito provavelmente não foi desenhado pela famosa leitora de sorte, Mlle. Lenormand.

As ilustrações têm cinco partes.No alto da carta está traçada uma
constelação e, sob ela, sua representação simbólica. Na parte de baixo, aparecem três miniaturas que falam de outros significados da carta.

Algumas versões apresentam 54 cartas, ou seja, duas a mais que as do baralho comum, para
representarem a consulente feminina e o consulente masculino.

*
*

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Este é um convite para você que deseja trabalhar de forma mais segura, confiante, equilibrada com este oráculo maravilhoso: o Tarot Cigano.
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Não abordaremos tradição, nem costumes ciganos, mas você entenderá o verdadeiro significado deste oráculo.
Intuição todos temos, basta praticá-la e despertá-la de forma coerente.
*Iniciações, técnicas para desenvolver seu potencial intuitivo, Consagração dos Elementos de jogo; Consagração do Tarot Cigano; Métodos de Tiragens inéditos; Juramento do Tarólogo perante os Mentores Ciganos; Ética no Jogo.

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Algumas sugestões e cuidados iniciais

Utilizar as cartas do Tarô em consultas para  si próprio ou com amigos, significa antes de mais nada, um exercício prático para desenvolver o pensamento simbólico, a arte de estabelecer analogias.

No entanto, para o iniciante, o ato de consultar o Tarô” é a parte que envolve o  maior número de distorções e de incompreensões que, de modo geral, obscurecem as mensagens simbólicas das lâminas. Os preconceitos e superstições, os rituais e formalismos gratuitos, as apreensões muitas vezes propaladas por aproveitadores, acabam por confundir aquilo que, na origem, era leve, lúdico e estimulante.
O Tarô, ao invés de gerar temor, pode se tornar, para cada um de nós, fonte de inspiração e de nova compreensão das leis que regem o universo e dos caminhos evolutivos. Ele é, por isso mesmo, um instrumento de ajuda e não de vaticínios alarmantes.
O conjunto das lâminas pode ser utilizado, não só para prognósticos, mas também como recurso terapêutico e de apoio ao desenvolvimento interior.

A atitude básica

O iniciante, para ficar mais à vontade e melhor usufruir os benefícios desse jogo secular, é bom livrar-se, em primeiro lugar, de idéias preconcebidas ou superstições: achar que precisa seguir ritos mágicos, formalismos cerimoniais, ou que lidar com o Tarô é assunto para vidente ou paranormal, ou então acreditar que “ler as cartas” significa apenas prever acontecimentos penosos ou sofridos para as outras pessoas.
Na verdade, seria melhor entender as lâminas do Tarô como cartas de um velho sábio, bom amigo, generoso e acolhedor, que nos oferece indicações, sugestões e estímulos renovados para compreendermos nossas vidas, refletirmos sobre as conseqüências de nossos atos e elaborarmos prognósticos e cenários de futuro que poderão nos ajudar a dirigir com maior eficácia nossos empreendimentos na vida exterior e interior.
O ideal é que as consultas sejam feitas com espírito aberto, com naturalidade, dentro dos modelos espirituais e religiosos da pessoa.
Não precisamos adotar nenhum rito estranho ou nebuloso, nem nos convertermos a qualquer seita exótica. O Tarô foi um presente, sem sectarismo, de Escolas iniciáticas para ajudar e não para complicar nossas vidas.
Se o consulente considera importante um gesto de recolhimento antes de trabalhar com as cartas, ótimo. Essa disposição será mais eficaz se inspirada em seus próprios padrões religiosos ou modelos espirituais. Não são as formalidades exteriores que nos preparam, mas sim as disposições interiores.

Escolha das técnicas de tiragem.

Existem dezenas e dezenas de modelos para consulta às cartas do Tarô. Não há, porém, uma técnica ou método de tiragem ideal. Varia com o objetivo da leitura e com as preferências individuais. Muitas vezes, modelos simples com três ou quatro cartas podem oferecer maior clareza e objetividade que alguma técnica sofisticada com muitas cartas.
A sugestão, para o iniciante é começar com os modelos mais simples e com a prática, repassar as técnicas mais complexas.

Três regras de ouro

 As tiragens devem ser flexíveis e de preferência, montadas de acordo com as questões e diferentes aspectos que estivermos examinando. Desse modo, três regras gerais podem nos propiciar uma leitura consistente do Tarô:
1ª – estabelecer, antes de retirar cada lâmina do maço, qual o sentido ou função que ela irá ter no jogo;
2ª – fazer uma “leitura literal” da lâmina, ou seja, verbalizar simplesmente o que a carta está mostrando;
3ª – buscar, à medida que for desvirando as cartas, estar receptivo às impressões, idéias, intuições e pensamentos fugidios que possam surgir, em ressonância à função previamente atribuída à carta.

 

É importante lembrar que as cartas não ditam o destino, mas esclarecem os pontos a serem trabalhados e assimilados. Portanto, quanto mais rentes estivermos dos desenhos simbólicos das cartas, menores serão os riscos de enganos e desvios da imaginação. A recomendação é a de partirmos da compreensão que temos das cartas, sem invenções. Lembre-se: os adivinhos ou sensitivos, não precisam das cartas, pois recebem informações por outros caminhos. Ou seja, além de um recurso divinatório, o Tarô pode se tornar, para a maioria de nós, um instrumento para estudarmos e compreendermos as leis que regem os acontecimentos e a nossa vida pessoal.

                                       Receptividade: praticar e conferir.

O exercício de pensar simbolicamente não é cultivado no sistema escolar moderno. Pelo contrário, é desestimulado. Desse modo, não precisamos nos sentir desmoralizados ou impacientes diante de nossa dificuldade inicial para “ler” as cartas do Tarô. O caminho é exercitar e praticar leituras, para si mesmo ou para amigos interessados.

A vantagem de praticar entre os amigos é que não precisamos dar banca de adivinhos. Aliás, por mais atraente que seja a arte oracular, o Tarô vai além.
Entre amigos podemos pensar juntos o significado das combinações das cartas, trabalho que pode ser resolvido pela inteligência e pela prática. Podemos consultar o que dizem os manuais, discutir, pensar, interpretar. É importante também registrar as impressões de conjunto, intuições, vislumbres, lampejos. E depois esperar que os fatos comprovem ou corrijam o que entendemos. Esse caminho prático é seguro e confiável. Podemos  aprender com os fatos, sem pretensas adivinhações.

Nunca é demais repetir: não existem regras absolutas para o Tarô. Tal como acontece com os jogos de cartas para o lazer – buraco, tranca, truco, mico, rouba-montinho e por aí afora… – são os participantes que combinam entre si as regras e suas variações, se utilizam todas as cartas do maço ou apenas parte, se jogam com um maço de baralhos ou com dois. O importante é    experimentar e verificar, por conta própria, o que faz mais sentido para cada momento de prática e de estudo.
Detalhes: Na prática, vemos tarólogos e cartomantes dando importância a muitos detalhes que podemos acolher, mas que não precisamos tomar como leis ou dogmas.

Vejamos alguns desses pontos, que cada um levará em conta, ou não, de acordo com seu temperamento e disposições. A sugestão é a de experimentarmos as alternativas e escolhermos as que correspondem melhor ao nosso feitio. Esses procedimentos constituem meros registros do que acontece na prática e não são dogmas ou ritos obrigatórios.

Toalha.
Muitos guardam um pano próprio ou toalha especial sobre o qual abrem as cartas. Tecidos lisos e de cores escuras têm a vantagem de dar destaque às cartas, que são o centro do interesse. Se quizer utilizar uma toalha, que cada um faça a  escolha como bem entender.

Embaralhar.
Igualmente não existem regras absolutas. Muitos praticantes pedem que o cliente embaralhe as cartas para deixar sua vibração ou, em outros termos, para se que “fiquem donos” das cartas.
Outros pedem simplesmente que o consulente pouse as mãos sobre
as lâminas, para passar sua energia.
Existem ainda aqueles profissionais que embaralham as cartas cuidadosamente, eles próprios, e pedem apenas para o cliente cortar. A razão de tal procedimento em muitos casos nada tem de esotérico: é um simples recurso para que as cartas não se machuquem em mãos inábeis.

Corte.
É muito comum que o conselheiro ou cartomante peça que o cliente “corte o maço”, ou seja, divida em dois ou três montes. Alguns recomendam que seja com a mão esquerda, outros com a direita. Sejam quais forem os procedimentos, pode ser interessante atribuir uma função para a carta de corte na leitura, por exemplo, para indicar o “cenário geral” da questão ou seu “pano de fundo” ou qualquer outra função tida como significativa pelo operador.

Sorteio das cartas.

Alguns praticantes pedem apenas que o cliente “corte” o maço e eles próprios deitam as cartas que serão lidas durante a consulta. Outros fazem questão de que as cartas da tiragem sejam escolhidas pelo próprio cliente.

Cartas invertidas

É relativamente freqüente atribuir um sentido negativo às cartas que saem de cabeça para baixo. Nesse caso, o embaralhamento deve ser feito rolando as cartas sobre a mesa, para garantir a alternância de posição. Uma mesma carta pode sair direita ou invertida dependendo de o praticante “abrir” a carta girando-a no eixo vertical ou horizontal. Por essa razão é indispensável que cada um defina seu próprio código pessoal, caso queira levar em conta o fato de a carta sair em pé
ou de cabeça para baixo.

Muitos tarólogos preferem trabalhar com todas as cartas diretas, sem deixá-las invertidas. Desse modo, quando querem saber os aspectos difíceis ou negativos de uma
questão, simplesmente tiram uma carta para descrever tal aspecto.

Momento de abrir (ou virar) as cartas sorteadas.

O usual é sortear ou escolher as cartas pelo verso, com os desenhos ocultos. Alguns sorteiam de uma só vez todas as cartas que utilizarão; outros preferem ir retirando uma a uma, tornando o desenho visível e fazendo os comentários pertinentes; só ao final, fazem uma síntese do conjunto.

Voltada para leitor.
A maior parte dos praticantes arrumam as cartas viradas si e não para o cliente. Na verdade, é o leitor que deve receber as impressões diretas do arranjo sobre o qual fará sua apreciação. Nada impede, porém, quer numa situação de consulta profissional, quer numa prática terapêutica ou de estudo entre amigos, que as cartas sejam tocadas e examinadas de perto pelos envolvidos na consulta.

Aplicações criativas do Tarô

LINHA DA VIDA

É sempre bom lembrar que o Tarô tem utilizações muito mais amplas que as costumeiras tiragens para as leituras da sorte na cartomancia.
Um bom exemplo de aplicação do Tarô com propósito de compreender a expressão do indivíduo em sua vida é o da Linha da Vida, sugere um particular sistema numerológico para encontrar os cinco arcanos que representam a vida de uma pessoa.

Apesar dos reparos que podem ser feitos quanto a certos aspectos técnicos do modelo sugerido para a Linha da Vida (os valores numéricos atribuídos às letras; a exclusão do sobrenome materno) ela pode revelar uma certa dinâmica existencial.
Do ponto de vista pedagógico, a Linha da Vida tem se mostrado uma bela fonte de exercício para estudantes do Tarô, principalmente quando praticado em grupo, para desenvolver o pensar simbólico, sem aprisionar o estudante às adivinhações. Essa é a opinião de quem
utiliza, há anos, a Linha da Vida para estimular o envolvimento dos participantes dos cursos básicos sobre os Arcanos Maiores.
Uma sugestão que tem se mostrado útil é a de incluir no cálculo o sobrenome da mãe. É importante experimentar variações como prática viva com os símbolos.

Além da apresentação dos aspectos técnicos, a  descrição de um pequeno ritual que utilizam para trabalhar as cartas da Linha da Vida nas noites dos solstícios de inverno e de verão (simbolicamente, dias de São João).

O Cálculo da Linha da Vida

Os quatro primeiros ar canos do Tarô, cálculados para descrever a Linha da Vida,
correspondem, para cada indivíduo:
(1) à sua personalidade,
(2) ao seu meio de nascimento,
(3) às metas às quais pode aspirar e
(4) à reflexão, quando chegar à maturidade, de tudo o que viveu anteriormente.

quinto arcano, que resulta da soma dos valores dos quatro primeiros, representa o cumprimento de todos os dons recebidos.

O conhecimento destas etapas, no caminho de nossa vida, permitirá tirar maior proveito da existência. É certo que não podemos evitar as dificuldades, mas devemos trabalhar de tal forma que elas nos sirvam de experiência. O sentido desses arcanos será tríplice: físico, mental e metafísico.
Nosso nome de nascimento ressoa como um poder vibrante e é utilizado por muitas tradições.

Para calcular a linha da vida tomaremos o nome, o sobrenome do pai
e o ano em que viemos ao mundo. No caso de mulheres casadas se utiliza onome
de solteiras
. Um pseudônimo pode ser também empregado, mas apenas no que diz respeito à profissão para o qual foi escolhido.

Esse cálculo foi uma das revelações de minha avó.
Alguns autores chamam essa numeração do alfabeto com “roda de Pitágoras”.

Tabela dos valores da letras: “A Roda de Pitágoras”

A =
1

H =
28

O =
8

V =
9

B =
2

I =
15

P =
77

W =
9

C =
4

J =
15

Q =
27

X =
13

D =
5

K =
8

R =
11

Y =
50

E =
3

L =
21

S =
20

Z =
70

F =
8

M =
19

T =
6

G =
10

N =
26

U =
9

A tradição atribui essa correspondência numérica a épocas muito antigas e sua transmissão se realizou, portanto, boca a boca. A primeira informação escrita encontramos através e um livro de M. Lenormand, a célebre vidente. De onde ela
obteve esse alfabeto? É um mistério a mais na história dessa mulher surpreendente. Georges Saint-Bonnet, curador e sábio de nossa época, também usava este sistema numérico que, segundo ele, provinha dos Rosa-cruzes.

A lei do silêncio parece encobrir sua verdadeira origem, já que minha avó, por sua parte, sempre negou revelar suas fontes. Ela também   chegou a mencionar os Rosa-cruzes, mas sem precisar mais nada.

Nota sobre a “Roda de Pitágoras”: M. Lernormand atribui o valor 16 à letra K, enquanto que Saint-Bonnet atribui 8. Durante anos trabalhamos este sistema, com centenas de nomes célebres do passado, conhecidos por suas obras ou por suas vidas, utilizando as duas notações. A que transcrevemos aqui (K = 8) é a que nos proporcionou os resultados mais satisfatórios.


Relação numérica dos 22 Arcanos Maiores
   1. O Mago

   2.  A Papisa   

   3. A Imperatriz

   4. O Imperador   

   5. O Papa

   6. Os Namorados   

   7. O Carro

   8. A Justiça  

   9.O Eremita

  10.A Roda da Fortuna   

  11.A Força

  12.O Pendurado  

  13.Sem Nome

  14.A Temperança   

  15.O Diabo

  16.A Casa de Deus (Torre)   

  17.A Estrela

  18.A Lua   

  19.O Sol

  20.O Julgamento  

  21.O Mundo

  Sem nº:O Louco (0 ou 22)


Um exemplo de cálculo

Vejamos agora um exemplo para explicar o sistema de cálculo:

Marie Demaison, nascida em 1935.
1º – Substituímos cada uma das letras do nome e sobrenome pelo valor correspondente: M = 19A = 1R = 11I = 15E = 3, e assim por diante. A soma do nome é 49 e a do sobrenome 97.
Reunindo os dois resultados obtemos: 49 + 97 = 146.
A seguir, fazemos a redução teosófica, ou seja: 1 + 4 + 6 = 11.
Este será o primeiro arcano da linha da vida de Marie Demaison: A Força

(Para saber qual carta corresponde a cada número, veja a tabela, acima,Relação numérica dos 22 Arcanos Maiores).


No caso de resultado superior a 22 será necessário continuar reduzindo o
número pelo sistema teosófico. (Veja exceção abaixo)
 – Tomamos o ano de nascimento e o reduzimos: 1 + 9 + 3 + 5 = 18. Isso dará o segundo arcano: a Lua. (Se a soma for superior a 22, veja abaixo a Exceção 1ª).


3º – Efetuamos a redução do segundo resultado para obter o terceiro: 1 + 8 = 9, que é o Eremita.
(Veja exceção abaixo)


4º – A operação seguinte consiste em somar o primeiro arcano ao terceiro11 + 9 = 20, o Julgamento. Se o número for maior que 22 recorremos à redução teosófica.


– Finalmente, somamos os valores dos quatro arcanos obtidos: 11 + 18 + 9 + 20 = 58, que reduzido, 5 + 8 = 13, corresponde à quinta carta da linha da vida o Arcano Sem Nome.

Exceções na redução do ano e no valor 22

– Se a redução do ano de nascimento (como é o caso de 1986, 1+9+8+6 =24), for superior a 22 é necessário fazer mais uma redução teosófica para encontrar o segundo arcano, ou seja: 2 + 4 = 6. Quando isso acontecer, obteremos o terceiro arcano acrescentando o mês de nascimento.
Neste caso, para obter o 4º quarto arcano, somaremos o valor da segunda e não o da terceira carta.
 – Se uma redução der 22, o arcano respectivo será o Louco. Caso se encontre na segunda posição, (a do ano de nascimento), daremos o valor quatro à terceira (22 -> 2 + 2 = 4). Porém, na soma para obter a quinta carta, atribuímos valor zero para segunda carta.

O papel de cada carta

São as seguintes as significações dos Arcanos na Linha da Vida:
1º – representa nossa personalidade, os dons físicos e morais e tudo o que nos foi concedido por nascimento.
2º – relaciona-se ao ambiente familiar, à época em que viemos ao mundo e às vantagens e dificuldades que esse meio irá proporcionar.
 – nos mostra as metas que podemos esperar e a evolução do nosso caráter
até chegar a idade adulta; indica também o caminho escolhido.
 – corresponde à realização, à opinião de si mesmo na maturidade e o olhar retrospectivo sobre nossa vida até então.
 – se vincula à reencarnação, ao cumprimento dos fins específicos de nossa vida, sempre e quando tenhamos trabalhado de forma constante para chegar a isso.

Em resumo, esta existência tomada como exemplo será suficientemente agitada e violenta, e estará em relação com lutas de natureza social, em diferentes períodos da vida. As provas se acontecerão do final do trajeto têm a ver, fundamentalmente, com o aspecto espiritual.

Meditações

Para atravessar as diferentes etapas de sua existência, o consulente deverá se apoiar sobre dos dons dos quatro primeiros arcanos. O tempo de transcurso de um período ao outro pode variar. Aqui, o tempo não é um fator importante. Mas cada arcano continuará influenciado sua vida, até que sua lição tenha sido assimilada.

É preciso interpretar primeiro cada carta em separado, para passar em seguida
às relações existentes entre elas. Os arcanos podem ser complementares ou também opostos. Finalmente, é necessário relacionar o primeiro ao quinto, já que o estudo de suas semelhanças e diferença poder dar frutos muito importantes.

Se numa linha da vida se repetem duas vezes o mesmo arcano, o consulente deverá considerar dois níveis desta cara: o físico e o mental.
Estar alerta e tratar de compreender todos os ensinamentos desse arcano o levará a uma melhor realização de si mesmo. Recusá-los, significará insucesso.

Uma pessoa pode ter repetido três vezes um mesmo arcano em sua linha da
vida e isso pode ser favorável ou, bem ao contrário, pode constituir um obstáculo que terá que ultrapassar.
Mas, seja como for, essa tríplice representação marca sempre um destino fora do comum. No caso de duas cartas idênticas é mais comum e assinala, em geral, um esforço para ser realizado sobre dois planos: o físico e mental.

Um estudo muito interessante pode ser feito a partir dos nomes e sobrenomes de outros membros de nossa família. Por exemplo, pode acontecer que alguém calcule a linha da vida de sua avó e encontre que a primeira posição corresponde ao Imperador, enquanto que para ela própria, que faz o cálculo, este  mesmo arcano se encontre na quinta posição. Isso pode ser interpretado como uma forma de destino familiar ou como uma mensagem que se transmite de uma pessoa à outra, estando a última delas em linha obrigatória de cumprir o recado dado.


Há duas meditações que podem ser feitas com os cinco arcanos de nossa linha da vida: a primeira durante oSão João de inverno, no dia 27 de dezembro (no hemisfério norte) e, a segunda, no São João de verão, no dia 21 de junho (no hemisfério norte).

Na noite mais longa do ano, que simboliza nosso afastamento da luz espiritual, os iniciados meditam, pois foi ensinado que a inspiração desce sobre aquele que pede quando mergulhado na mais profunda obscuridade noturna. Dispõe-se as cinco cartas sobre um pano:  as quatro primeiras formando um a linha e a última abaixo  delas. Nos detemos em cada uma delas, pela ordem, e uma oração
pode ser proferida. Depois, misturam-se as cinco cartas, que são colocadas viradas sobre o pano, com o objetivo de ser escolhida uma delas. A carta escolhida será como que uma mensagem sobre a qual deveremos meditar.

Para o São João do verão podemos proceder da mesma maneira, contemplando as quatro cartas iniciais e fazendo uma oração.
Em seguida, nos concentramos sobre a quinta carta. A noite de São João de verão é a mais curta do ano e é um símbolos das realizações que foram meditadas ou planejadas durante o inverno e executadas na primavera. Durante este período contamos com a ajuda de força invisíveis.


RITUAIS MÁGICOS

AS MOEDAS

Decoram os pulsos, os pescoços e as testas das ciganas penduricalhos feitos de moedas, que chamam a atenção. Antigamente, esses enfeites femininos eram feitos com moedas do mais puro ouro ou, no mínimo, de prata de lei. Com o tempo, esses metais nobres foram deixando de ser utilizados nas moedas comuns, em circulação, restringindo-se aos colecionadores.
Os ciganos não tinham propriedades, não tinham terras, não tinham casas e
tudo o que possuíam eram mercadorias ou verdadeiros tesouros
em moedas de ouro e prata dos diversos países por onde
passavam. Esses metais, conhecidos da Alquimia antiga, sempre foram
poderosos instrumentos de canalização de energias
positivas, fazendo parte de amuletos e talismãs por tudo o
mundo.
A tradição cigana rapidamente encontrou uma
forma de dar certa utilidade a seus tesouros, aliando seus
conhecimentos mágicos e alquímicos à necessidade
feminina de criar atrativos para sua vaidade. Surgiram, assim, as
famosas Simpatias Ciganas com Moedas, hoje disseminadas pelo mundo
todo.
Na falta de moedas de ouro e prata, nada impede que se use
outros metais menos nobres, como o cobre, o bronze, o níquel e
até o aço inoxidável. O que se deve evitar, em
toda e qualquer simpatia dessas, é o uso de moedas de
alumínio.

PARA AMARRAR UM AMOR
Essa simpatia cigana tem séculos de existência e muita gente tem sido feliz no amor, graças a ela. Faça você também, mas tenha fé ou então não vai conseguir bons resultados. Pegue uma moeda e de um lado escreva a inicial do seu nome e, do outro, a
inicial do nome da pessoa de quem você gosta e deseja amarrar.
Guarde essa moeda dentro do seu travesseiro durante setenta dias, depois jogue-a dentro de um poço.


PARA SER BEM SUCEDIDO
Hoje em dia, muitos farsantes costumam utilizar-se da sabedoria cigana e se fazem passar por ciganos a fim de lesar as pessoas de boa fé e ingênuas. Para saber se
um cigano é verdadeiro, uma das coisas que você deve observar é que um cigano nunca é pobre e miserável, pois anda bem vestido e sempre adornado com ouro. Os ciganos de verdade conhecem as magias antigas que trazem dinheiro e boa sorte financeira. Essa simpatia é uma delas. Faça  corretamente e a fortuna sorrirá para você também.
Com tinta vermelha, escreva a inicial do seu primeiro nome em letra maiúscula de um lado de uma moeda e do outro lado, em letra minúscula. Faça isto seguindo o modelo das letras ciganas e exatamente no dia e na hora indicados na tabela. Guarde para sempre essa moeda dentro do seu colchão, no lado em que você dorme. Se eventualmente vir a mudar de colchão, retire a moeda e transfira-a para o novo colchão. Ao pintar as iniciais, use uma tinta apropriada, que não venha a se soltar   do metal no futuro, inutilizando a sua simpatia.

MAIÚSCULA MINÚSCULA DATA/HORA
A a 31 de
dezembro
meia-noite

B b 28 de fevereiro
7:00 da manhã

C c 13 de agosto
2:00 da tarde

D d 21 de abril
10:00 da noite

E e 7 de janeiro
11:00 da manhã

F f 28 de novembro
meia-noite

G g 21 de maio
6:00 da manhã

H  h 15 de março
3:00 da tarde

I i 13 de junho
9:00  da noite

J j 25 de dezembro
meio-dia

L l 21 de setembro
6:00 da tarde

M m 17 de julho
10:00 da noite

N n 24 de junho
1:00 da tarde

O o 11 de outubro
4:00 da  tarde

P p 13 de fevereiro
5:00 da tarde

Q q 14 de novembro
7:00 da noite

R r 1 de janeiro
8:00 da manhã

S  s 29 de junho
3:00 da tarde

T t 28 de agosto
3:00 da tarde

U u 5 de agosto
6:00 da tarde

V v 6 de abril
9:00 da noite

X x 31 de maio
5:00 da tarde

Z z 13 de maio
11:00 da manhã

W w 13 de abril
11:00 da noite

Y y 13 de março
1:00 da tarde

K k 13 de dezembro
8:00 da manhã

PARA QUEM ESTÁ PROCURANDO EMPREGO
Está muito difícil, hoje dia, de encontrar um bom trabalho. Se você tem tentado  inutilmente, talvez precisa da poderosa ajuda de uma simpatia muito forte. Em uma folha de sulfite, escreva de  próprio punho uma carta falando sobre o emprego que você
gostaria de ter. Dobre o papel duas vezes e coloque dentro de um envelope, juntamente com uma foto sua ¾ e uma moeda de qualquer valor. Enterre num vaso de comigo-ninguém-pode. Em seguida, acende uma vela preta e deixe queimar ao lado da planta onde você enterrou as cartas. Ainda nesta mesma semana, você vai ter uma ficha aprovada e vai ser chamado para uma entrevista e contatado para um bom cargo.

PARA  NÃO PERDER UM BOM EMPREGO

A situação  da sua empresa não anda bem e você está ameaçado de perder seu emprego? Não facilite e trate de se proteger, fazendo a seguinte simpatia. Escreva o nome do seu patrão em um pedaço de couro de porco curtido e deixe por uma semana
dentro de uma bíblia sagrada, na página que contém o Salmo 92, junto com uma moeda dourada. Decorrido esse tempo, pregue o pedaço de couro em uma árvore bem alta, com o nome de seu chefe voltado para o tronco da árvore, usando sete pregos para isso. Enterre a moeda embaixo desta mesma árvore.

PARA NÃO PERDER DINHEIRO NA RUA
O dinheiro anda tão difícil de ser ganho que perder não é azar, já é uma tragédia. Com esse tipo de situação não se pode facilitar, por isso é bom andar prevenido.
Para isso, pegue uma colher cheia de sal grosso e dissolva em meio litro de água quente. Antes que esfrie, jogue dentro da panela  uma moeda de prata e tampe com um lenço vermelho que pertença a uma mulher. Deixe por cinco minutos e depois coloque essa moeda em sua bolsa ou carteira, jamais se separando dela.

PARA FAZER BONS NEGÓCIOS
Quando for negociar algo, antes de sair de casa faça esta simpatia para ter boa sorte e
acabar levando uma boa vantagem no que está fazendo. Use um par de meia pretas e acenda duas velas vermelhas ao lado de um copo de água. Dentro desse copo coloque uma moeda dourada. Agindo desta forma pode ter certeza de que o negócio só será
fechado se realmente lhe for conveniente. Essa simpatia é feita pelos ciganos há mais de mil anos.

PARA NÃO FALTAR DINHEIRO NO SEU BOLSO
Ninguém sobrevive sem dinheiro. Quem não possui um rendimento qualquer está sempre passando por dificuldades. Se é o seu caso, faça esta simpatia para que a sorte possa ajudar. Arranque cinco fios do seu cabelo com as raízes, envolva-os em um
pedacinho de pano preto, juntamente com uma moeda de prata, depois amarre com uma fita vermelha fazendo assim um patuá. Durante sete dias seguidos, sempre na mesma hora, segure o patuá com a mão direita e com a mão esquerda, um punhal virgem.
Repita as seguintes palavras:
Sorte, sorte, sorte
Dinheiro, dinheiro, dinheiro
O meu bolso vai ficar cheio
O ano inteiro.
Depois de sete dias, enterre as moedas nas margens de um rio e em cima crave o punhal. Saia sem olhar para trás e nunca se banhe nas águas desse raio.

PARA AFASTAR MAUS PAGADORES
Maus pagadores existem aos montes. Alguns pedem dinheiro emprestado ou compram fiado, já de má fé desde o início, sem se importar com o prejuízo que vão causar. Os ciganos conhecem muitas mandingas e feitiços para se livrar e proteger desse tipo de
gente. Uma delas é esta. Pegue uma moeda de prata e da data mais antiga que encontrar, amarre-a com uma fita preta, dando sete nós. Guardar essa moeda dentro do seu guarda-roupas e toda sexta-feira de lua cheia, segure-a por uns momentos enquanto olha para a lua, com os cabelos despenteados. Vá para frente de um espelho, esfregue as mãos nos cabelos, depois penteie-os com um pente de madeira, de metal ou de osso. Jamais use pente de plástico, ao fazer esta simpatia.

PARA RECEBER UMA DÍVIDA
Com a força desta simpatia cigana, se uma pessoa deve para você, não descansará enquanto não saldar a dívida. Mas depois disso, você nunca mais deve vender fiado nem emprestar dinheiro para ela de novo, sob pena de ter o prejuízo dobrado.
Escreva a inicial do primeiro nome da pessoa que lhe deve em uma moeda e coloque-a dentro de um mamão maduro. Amarre a fruta no galho de uma árvore de modo que os passarinhos possam bicá-la. Logo depois de fazer isto, fique em pé debaixo desta mesma árvore e diga em voz alta o nome completo do devedor. Repita três vezes e vá embora. Todos os dias volte ao local, até que a moeda caia do mamão. Quando isso acontecer, enterre-a ao lado do portão da casa do seu devedor.

PARA A AMBIÇÃO NÃO SER PREJUDICIAL
Não faça do dinheiro o seu senhor, deixando em segundo plano a sua própria dignidade, a honra, a honestidade e o amor de sua família. Esta simpatia cigana é para ser feita por uma mãe ou esposa atenciosa, que queira livrar o marido das garras da ambição exagerada. Embeber um cotonete em anilina ou qualquer tinta preta e desenhar uma pequena cruz em cada face de uma moeda de prata. Manter essa moeda dentro da gaveta do homem que quer ajudar e não contar para ele do que se trata, nem deixar que
ele a tire de lá.

PARA  NÃO PERDER DINHEIRO
Esta simpatia cigana vai proteger você durante trezentos dias seguidos, afastando todo
tipo de ladrão, assaltante ou pessoa mal intencionada, que queira lhe roubar de alguma forma. Pegue uma moeda de prata e durante a noite, deixe-a guardada dentro de um pequeno baú de madeira.
No outro dia pela manhã, beba um copo de água em jejum, segurando essa moeda com a mão direita e antes de sair de  casa, coloque-a no bolso da sua calça. Fica com ela no bolso até as seis horas da tarde, quando deve segura-la com a mão esquerda e beber uma xícara de café preto. Logo depois, enterrar a moeda numa data vazia e sair sem olhar para trás.

PARA TER MAIS SEGURANÇA   

Se uma pessoa não for muito segura de sua personalidade e de seus objetivos na vida, dificilmente conseguira atingir seus objetivos e terá que se conformar com seus fracassos. Esta simpatia cigana é para tornar uma pessoa mais confiante em si mesma, mais  corajosa e ousada. Faça corretamente e se tornará um vencedor. Queime um incenso de sândalo e deposite as cinzas dentro de um cofrinho cheio de moedas, depois guarde-o em baixo da sua cama por pelo menos noventa dias.

PARA ESCOLHER A PROFISSÃO CERTA
O momento da escolha profissional não é uma tarefa simples, essa simpatia
cigana muito vai ajudar quem esteja querendo se decidir por uma profissão e pode ser feita para todos que buscam descobrir qual ofício lhe é mais adequado. Em uma noite de lua cheia, escreva todas as profissões de seu agrado em uma folha de papel virgem, com letras grandes. Depois recorte cada ofício e dobre o papelzinho ao meio. Coloque tudo dentro de uma bacia com água. Coloque também uma moeda de prata nessa bacia e
deixe pernoitar debaixo da sua cama por uma noite inteira. No outro dia, quando o sol nascer, tire a bacia e verifique qual dos papéis se abriu, pois o que se abrir será a profissão mais indicada para o seu caso. Guarde a moeda para ser seu talismã
nesse trabalho.

PARA ACALMAR UM PATRÃO NERVOSO
Se você trabalha como funcionário de alguém e essa pessoa é autoritária, sem educação ou então muito brava e exigente, então faça esta simpatia cigana para amansar essa fera. Em um quadrado de tecido branco, escreve o nome completo do patrão ou da patroa, dobre esse tecido ao meio e costura com linha azul-celeste, de forma a fazer um  saquinho. Dentro desse saquinho, coloque uma colher de mel e uma moeda de prata. Feche a boca com linha branca e enterre perto de uma flor. Por cima jogue uma xícara de chá de camomila e saia sem olhar para trás.

SUA INICIAL PODE   TRAZER MUITA SORTE
Através desta simpatia,  aprenda como transformar uma roupa sua em um poderoso amuleto, que lhe trará imensa boa sorte todas as vezes em que você  usa-la. Ensine-a para os seus amigos, familiares e todas as pessoas de quem você gosta. Borde a inicial do seu nome na gola de uma camisa e use-a sempre que quiser atrair a sorte. Se não souber  bordar, pode pedir para alguém bordar para você ou então pode até mesmo, pintar com tinta própria para tecido.
Nunca empreste essa roupa para ninguém, pois se outra pessoa a usar, ela perde o poder mágico. Guarde a peça da sorte   dentro de um saco de tecido dourado, juntamente com uma moeda antiga, também dourada.

PARA A FILHA CASAR VIRGEM
Entre os ciganos, quando uma moça se casa, se o marido descobrir que ela não é mais
virgem, ele pode devolvê-la para a família e receber uma indenização pela vergonha a que foi obrigado a passar. Por isto, esta simpatia sempre foi muito usada por pais e mães
atentos e espertos. Numa noite de São João, pegue uma moeda de qualquer valor e coloque dentro de uma fogueira e deixe lá, até que a fogueira se apague por si só. Após
isso, pegue a moeda e lave-a com água benta, embrulhe num lenço branco que nunca tenha sido usado por ninguém e guarde junto com as calcinhas da moça virgem.

PARA AFASTAR FALSOS AMIGOS
Como todos sabem, os ciganos viajam muito e, de acampamento em acampamento, conhecem diversas pessoas, de todas as idades e de todo tipo de caráter. Por essa razão, não é fácil para um cigano saber em quem realmente pode confiar e ter amizade, de modo que essa simpatia sempre foi da mais alta importância para eles. Pegue uma moeda e coloque dentro de uma bíblia. Deixe por uma semana nas páginas do Eclesiástico. Durante este tempo, durma sempre com essa bíblia debaixo da sua cama e não deixe ninguém tocar nela. Depois desse prazo, tire a moeda e leve-a sempre consigo. Dessa forma, os falsos amigos não se aproximarão e toda vez que desejar saber se pode confiar em uma pessoa, pensa no nome dela e atira a moeda para o alto e observe como ela cai: se der coroa, confie, mas se for cara, é bom ficar prevenido com essa pessoa.

PARA TER SORTE NO JOGO
Esta é uma simpatia muito simples, mas que já rendeu até fortuna para os ciganos
espertos, que a realizaram com fé verdadeira. Coloque uma moeda sobre o umbigo quando for jogar e amarre-a na barriga com uma faixa vermelha. PARA SER BOM DE

CAMA
Agradar uma pessoa do sexo oposto na cama é tarefa difícil e só a realizam com perfeição aqueles que conhecem seu ofício, praticam e se dedicam a aprender os melindres dessa arte. Se quiser se tornar um especialista no assunto, pegue um
galhinho de manjericão, um de losna, um de arruda, um de levante e um de alecrim e coloque dentro de uma garrafa com meio litro de cachaça. Tampe com uma rolha virgem e enterre durante trinta dias. Depois disso, desenterre, coe, coloque numa vasilha de
barro, juntamente com uma moeda de prata. Ateie fogo e deixe queimar até secar. Quando a moeda esfriar, coloque-a dentro de um saquinho de veludo vermelho e leve sempre consigo esse poderoso amuleto.

PARA SER MAIS ATRAENTE

As artes mágicas do amor atingiram, entre os ciganos, requintes de uma verdadeira arte, onde todos os detalhes eram levados em conta. A atração era um dos quesitos mais elaborados, pois dele dependia o sucesso de toda conquista. Para isso, usavam poções mágicas fantásticas, como esta, ainda hoje fácil de fazer.
Colha sete folhas de amora e coloque dentro de uma bacia com um litro de água fervente. Junte uma moeda de ouro, tampe com um pano vermelho e deixe dormir debaixo da cama numa noite de lua cheia. No  outro dia pela manhã, lave as mãos com esse preparado, depois tome um banho completo, usando seu sabonete preferido, mas
esfregando-se com as mãos. Use a moeda como amuleto, guardada num saquinho de tecido vermelho.

PARA SONHAR COM QUEM VOCÊ ESTÁ APAIXONADO(A)
As pessoas apaixonadas se apegam à pessoa amada de tal forma, que mesmo dormindo elas desejam vê-la e até sonhar com ela.
Se é o seu caso, use esta simpatia mágica que lhe proporcionará lindos e deliciosos sonhos com a pessoa a quem ama. Pegue uma fronha branca e deixe de molho em um litro de água, com vinte e uma moedas de prata. Deixe durante uma noite inteira, de
preferência sob a Lua Cheia. No outro dia pela manhã, lave a fronha normalmente, depois deixe-a secar ao sol. Passe-a, após secar e, quando for dormir, use-a em seu  travesseiro.

PARA MANTER UM(A) AMANTE
Se você se dá bem com  a pessoa que ama e não quer de forma alguma que ela se afaste de você, faça a seguinte simpatia. Sem o amante perceber, pegue um fio de cabelo dele e junte com um fio de cabelo seu, coloque dentro de um vidro de mel, juntamente com três  moedas de cobre. Mantenha este vidro tampado e toda vez que for se relacionar amorosamente com seu amante, unte as virilhas com um pouco desse mel. Quando o vidro acabar, refaça a simpatia com as mesmas moedas.

PARA NÃO TER AZAR NO AMOR

O azar no amor espalha-se rapidamente pela vida de qualquer pessoa, pois quando falta o amor, falta a fé e a base para todas as defesas espirituais. Se você pressentir que as coisas não andam bem entre vocês, trate de fazer logo a seguinte simpatia. Vá até uma praia, pegue um punhado de areia e coloque dentro de um lenço de cetim vermelho, juntamente com sete moedas comuns, do menor valor em circulação. Amarre as pontas do lenço para que a  areia não caia. Quando anoitecer, dirija-se até uma encruzilhada e deixe o lenço lá. Acenda uma vela vermelha ao lado e afaste-se sem olhar para trás.

PARA SER AMADO(A)
Mesmo que uma pessoa não demonstra nenhum interesse por você ou nunca tenha pensado em ter alguma coisa com você, após essa simpatia ela vai começar a olhá-lo(a) com outros olhos e dentro de pouco tempo estará completamente apaixonada. Pegue um baralho e escreva o seu nome e o nome da pessoa em todas as cartas, depois coloque-o sobre uma mesa, ao lado ponha um copo d’água e uma vela vermelha. Dentro do copo, coloque uma moeda de ouro. Quando a vela terminar de queimar, beba a água, retire a moeda e então coloque o baralho dentro do copo e enterre-o o mais próximo possível da
casa da pessoa que deseja conquistar. Passe a usar a moeda como talismã.

PARA MULHER SOLTEIRA ARRUMAR NAMORADO
Não está fácil arrumar homem no mercado. Além do artigo estar escasso, muitos
estão mudando de ramo e se tornando competidores. Há mulheres simplesmente desistindo da procura, o que não deve  acontecer. Se você está assim meio a perigo, faça o seguinte. Quando uma amiga sua ou qualquer mulher que você conhece for se casar na igreja, peça para ela colocar dentro do sapato um papelzinho cor-de-rosa com o seu nome escrito. Feito isso, logo vai aparecer um bom namorado e então você deve visitar a amiga que a ajudou e levar para ela uma rosa vermelha em agradecimento.

PARA SORTE NO AMOR
Se você está tendo um caso com alguém e tudo está indo tão bem que você às vezes
fica até assustada, com medo de alguma coisa dar errado, trate de se tranqüilizar, fazendo a seguinte simpatia. Mantenha debaixo da sua cama um sete moedas empilhadas, sempre que seu amor dormir com você. No dia seguinte, quando ele sair, embrulhe as moedas numa calcinha limpa e guarde numa gaveta.

  CRIANDO UM ALTAR CIGANO            

 Muitas vezes me foi perguntado como se pode saber quem é a nossa Cigana nas Cartas.

Para responder a isso primeiro precisamos saber quem eram esses povos ciganos. Sobre o povo cigano não se têm ao certo uma definição conclusiva.
O que há de entendimento geral é de que, o cigano, é um indivíduo nômade, originário do norte da Índia e espalhado em pequenos grupos pela Ásia, Europa, África do Norte e algumas partes da América como um todo.
Desde criança eu ouvia falar em Santa Sara Kali, a padroeira dos ciganos, mulher da Etiópia escravizada no Egipto e que prometeu a Jesus Cristo que usaria para sempre um lenço na cabeça ou uma flor no cabelo como sinal de respeito e devoção à Ele depois de ser salva das águas do oceano.
Para sabermos quem é a nossa Cigana nas cartas, precisa deixar a magia cigana contagiar-te. Saber quem é a nossa Cigana é estarmos de braços abertos prontos para acolher sem restrições, com todo o carinho e dedicação para poder se libertar, para poder respirar tranquilamente, desabafando com a sua querida Cigana.
Através das Cartas podemos dar o primeiro passo para descobrimos se têm como guia uma Cigana. Caso venha a confirmar-se, passa entretanto por uma sessão espiritual dedicada aos Guias Ciganos, para sabermos com exactidão quem o/a acompanha. Após essa sessão podemos dar seguimento a criação de um altar, oferendas e tudo o que a sua Cigana precisa.
Estes são os passos mais comuns para alcançar-mos saber quem é a nossa Cigana nas cartas. Quando isso acontecer, é o maior tesouro do Universo!

Criação do seu altar da sua Cigana
1. Vai precisar de uma imagem de Santa Sara;
2. Vai precisar de uma boneca cigana (representação da sua cigana espiritual);
3. Vai precisar de uma imagem do cigano Wladimir;
4. Vai precisar de um baralho do Tarot cigano;
5. Vai precisar de pedras variadas (Cristais, ametista, quartzo de várias cores, perita, ônix, malaquita, hematita, calcita, ágata, citrina, sodalita, etc…);
6. Uma pirâmide de cristal (pequena);
7. Um incensário e incensos variados;
8. Vai precisar de um porta velas e vela de 7 dias. Particularmente eu uso as cores vermelhas, azul claro, amarela… Variando entre elas, de acordo com o pedido que eu mentalize no momento em que ascendo-as;
9. Um leque e castanholas (se for uma cigana espanhola);
10. Fitas finas, coloridas, medindo 70 cm cada (usar as cores verde, vermelho, amarelo, lilás, azul claro, azul escuro, rosa, etc.. Menos preta e castanho).. Essas fitas devem ser colocadas nas mãos unidas de Sta Sara;
11. 3 taças, de preferência em cristal, por causa da pureza do material;
12. Uma toalha na cor vermelha (amor), dourada (prosperidade), ou na cor de sua preferência, menos preta e castanha. Pode comprar o pano e mandar uma costureira fazer como desejar;
13. Um Jarro de flores, podendo ser fino (que caiba no mínimo 3 rosas).

Montar um altar
Não têm mistério para montar o seu altar, use a sua intuição. Esse é um altar simples, com poucos elementos e que não ocupa muito espaço. Conforme a sua relação de afinidade com o (a) cigano/cigana espiritual for crescendo, novos itens podem ser acrescentados conforme o gosto dele (a). Forre a mesa que será utilizada com a toalha, coloque a Santa Sara no centro e os ciganos, um de cada lado da Santa. Abra o baralho à frente de Santa Sara, a fim de energizá-lo para futuro trabalho (se for trabalhar com cartas) ou apenas para homenagear a Santa com elementos da tradição cigana. As pedras devem ser lavadas em água corrente e se possível deixadas de um dia para outro em água com sal grosso. Se não puder fazer a limpeza com sal, lave-as com água e mentalize com fé o pedido de limpeza das pedras e que a energia delas seja utilizada para o “bem”.

Acomode-as num pratinho de louça ou barro, conforme a sua vontade. O Incensário pode ficar em qualquer local da mesa, desde que longe de tecidos para evitar o perigo de incêndio. Use o incenso que desejar, conforme a necessidade do ambiente (saúde, prosperidade, limpeza espiritual).
Mantenha as taças sempre cheias, ou com água (que deve ser trocada de 3 em e 3 dias), vinho branco ou tinto ou sangria (com vinho tinto). Para a cigana, se for da preferência dela, ofereça Champanhe. Quando for trocar a bebida, despeje a antiga em água corrente, pode ser na pia com a torneira aberta, deixando que se vá junto com a água. Pode oferecer frutas para Santa Sara e para o povo cigano, como forma de agradá-los e agradecer a protecção desse povo no seu lar. Pode fazê-lo uma vez por mês, não sendo necessário mais que isso. Lembre-se de deixar a oferenda no máximo por 1 ou 2 dias no altar, descartando em local apropriado antes que se deteriorem, evitando insectos e mal cheiro no altar e em casa.

Dica: Ao elevar o seu pensamento e prece em frente ao altar de Santa Sara, faça-o com o corpo limpo (nunca suado ou sem roupa) e para as mulheres, de preferência com um véu branco ou azul claro cobrindo os cabelos, como sinal de respeito. Se der uma festa ou recepção em casa onde as pessoas comam e bebam perto do altar, cubra-o com um pano claro (lençol ou toalha de mesa na cor branca, que tenha sido reservado para esse fim). Antes, claro, apague as velas e incensos. Só descubra-o após as visitas saírem. Não permita que pessoas cuja energia não conhece, toque no seu altar, principalmente nas pedras e no baralho (esse só deve ser manipulado pela (o) dona (o)..). Mas é permitido e acima de tudo, um acto de caridade, permitir que uma pessoa aflita ajoelhe-se em frente a Santa Sara e faça os seus pedidos e orações, pois a Santa mãe de todos, ciganos e não ciganos, médium e não médium, espírita ou não espírita.
Boa Sorte na preparação do seu altar e não se esqueça, use a sua intuição, ela é melhor do que qualquer orientação escrita..

Os significados de algumas frutas…
Uva rubi: prosperidade
Uva verde: saúde
Uva passa ou ameixa: Progresso
Morango: amor
Damasco: sensualidade
Pêssego: equilíbrio pessoal e sedução
Limão: energia positiva e purificação da alma.
Laranja: para afastar energias negativas.
Romã: Espiritualidade
Pêra: Simboliza a imortalidade e a boa saúde, também traz prosperidade pela cor amarela e relaciona-se com o trabalho.
Abacate: Saúde
Maçã: Amor e transmutação de energia de ambientes
Manga: Sexualidade e amor incondicional
Figo: Prosperidade
Melancia: Prosperidade e Fartura
Melão: simboliza o sol, energia vital e prosperidade.

Sempre quando oferecemos a maçã, devemos oferecer a pêra, pois a maçã simboliza a cigana e a pêra simboliza o cigano.

Como agradar a sua cigana espiritual
Vai precisar de:
1 cesta de vime;
1 lenço colorido;
6 pedaços de fitas coloridas de 70 cm cada (menos preta e castanha);
1 melão;
2 peras;
2 maças;
2 bananas;
1 cacho de uvas verdes;
1 cacho de uvas rosadas;
2 goiabas;
2 pêssegos;
6 velas coloridas;
1 caixa de incenso da sua preferência (rosas vermelhas, jasmim, magia cigana e etc..);
Sementes de gergelim.

Como fazer a oferenda
Numa noite de Lua Crescente ou nos três primeiros dias da Lua Cheia, enfeite a cesta com as fitas coloridas da maneira que quiser. Lave as frutas e arrume-as de forma bem bonita (podem estar inteiras). Após montar, salpique as sementes de gergelim no interior da cesta e leve-a para um local alto com bastante árvores, flores, ou mesmo para uma estrada de terra batida. Ao chegar lá, coloque o lenço no chão e a cesta em cima dele. Coloque os incensos nas frutas mais macias e acenda-os. Acenda as velas colorias ao redor da cesta. Vá fazendo isso a medida que oferece o agrado para seu/sua cigano (a).

Notas:
– Escolha locais pouco movimentados para deixar o seu agrado.
– Nunca coloque abacaxi e outras frutas azedas em oferendas ciganas.

Banho cigano para o amor e prosperidade

Despetalar três rosas brancas, um copo de suco de uvas verdes, um litro de água mineral sem gás, três colheres de chá de açúcar mascavo, a mesma quantidade de canela em pó. Sete gotas de almíscar se quiserem (eu colocaria). Tomar este banho às quartas-feiras.

Magia para o Amor

2 velas rosa,

Um prato de madeira,

7 rosas, óleo de patchoulli ou de sândalo,

1 alfinete novo,

7 bastões de incenso de rosas ou de sândalo.

Coloque sobre o prato todas as pétalas das rosas, Em uma vela escreva com o alfinete o nome do amado (a) e na outra o seu, unte as duas velas com o óleo e junte-as bem mentalizando a sua união com o amado (a); coloque sobre o prato e acenda, ao redor do prato distribua as folhas da rosa e fixe os incensos, formando um círculo.

Para atrair prosperidade e amor

Numa tira de papel branco, escreva a lápis seu pedido de prosperidade ou de amor. Em seguida, corte uma maçã bem vermelha e bonita ao meio, tomando cuidado para que as duas partes não se separem. Ponha o papel entre as metades da fruta e amarre-a com uma fita de cetim azul-marinho. Coloque-a então num prato branco, ao lado de um vaso de cravo (flor) vermelho. Com certeza, as coisas na sua vida vão mudar muito e para melhor!

Para reencontrar alguém

Se você perdeu o contato com uma pessoa (pode ser um ex-amor ou um velho amigo) e deseja reencontrá-la, escreva o nome dela em sete tiras de papel. Depois, pegue uma maçã vermelha e escreva nela seu próprio nome, com a ponta de uma faca. Usando sete alfinetes pequenos, espete na fruta os papéis com o nome da pessoa. Unte tudo com mel e deixe num lugar alto durante 21 dias. Passado esse tempo, entregue a maçã num jardim florido.

Para conquistar alguém

Escreva o nome da pessoa que você quer conquistar em duas tiras de papel. Cole uma delas no lado esquerdo da sua cama, na altura dos pés, e a outra no seu tornozelo esquerdo, com um esparadrapo. Feito isso, bata sete vezes o pé esquerdo no chão, dizendo em voz alta o nome do seu amor. Repita esta simpatia todos os dias, até que seu desejo se realize.

Para atrair prosperidade

Pegue sete moedas do mesmo valor, passe-as pelo corpo e coloque-as num cesto de palha ou vime. Acrescente então uma pêra, uma maçã, um cacho de uvas brancas, um mamão doce, uma penca com seis bananas-maçãs e um melão. Regue tudo com bastante mel e entregue esta oferenda num jardim. Ao redor da cesta, acenda seis velas brancas, enquanto pede mentalmente que a prosperidade esteja sempre presente na sua vida.

Ritual de prosperidade

Para atrair a fartura e a prosperidade para você e sua família, pegue três espigas de milho fechadas e abra-as, só com as mãos, até os grãos aparecerem. Usando a palha, pendure as espigas em algum lugar da cozinha. Quando elas estiverem secas, enterre-as num jardim, junto com um pouco de mel, uma vela azul-clara e um pedaço de tecido da mesma cor.

Para atrair o Amor

2 litros de leite

4 colheres de mel

1 maçã vermelha ralada

2 pauzinhos de canela

Ferva o leite e acrescente os demais ingredientes. Deixe esfriar. Coe e use após o banho higiênico, da cabeça aos pés. Cubra a cabeça com uma toalha e vista-se sem enxugar-se, ou coloque um roupão.

Para Paixão

1 maçã vermelha ralada

1 maço de salsa fresca

4 litros de água mineral

4 colheres de mel de flor de laranjeira

No primeiro dia da lua cheia, coloque a água numa vasilha grande e acrescente os demais ingredientes. Coloque a vasilha num local onde possa receber o frescor da noite e a luz da lua cheia. Na manhã seguinte, coe a mistura e utilize-a, após o banho habitual, da cabeça aos pés. Cubra a cabeça com uma toalha e vista-se sem enxugar-se, ou coloque um roupão. Os homens devem retirar a salsa e utilizar o banho apenas com os outros ingredientes.

Para Fartura e Prosperidade

4 litros de água mineral

6 paus de canela pequenos

1 colher de chá de noz moscada ralada

6 folhas de louro

1 colher de sopa de erva-doce ou funcho

6 moedas douradas ou uma peça de ouro

Pétalas de rosa amarela

Num dia de lua cheia, ferva a água e acrescente os demais ingredientes, exceto as pétalas da rosa amarela. Coe. Guarde as peças de ouro e as moedas. Deixe esfriar e antes de utilizá-lo, acrescente as pétalas de rosa. Tome o seu banho habitual e utilize a mistura derramando-a generosamente da cabeça aos pés. Cubra a cabeça com uma toalha e vista-se sem enxugar-se, ou coloque um roupão.

Para Sorte e Harmonização

4 litros de água mineral

2 colheres de sopa de óleo de amêndoa para o corpo

10 gotas de essência de rosas

Pétalas de rosa branca, lírio e angélica.

1 quartzo branco bruto

1 quartzo rosa bruto

1 citrino bruto

1 ametista

Numa noite de lua crescente, coloque todos os ingredientes numa vasilha grande e deixe-a num local onde possa receber o frescor da noite e a luz da lua. Na manhã seguinte, após o banho higiênico, banhe-se na mistura, comprimindo as pétalas de rosa sobre a pele do corpo. Não se enxugue. Vista-se com um roupão e enrole uma toalha nos cabelos. Vista-se com roupas claras.

Para Proteção Espiritual

10 ramos de alecrim fresco, sem os galhos.

30 gotas de essência de verbena

1 punhado de sal grosso

4 litros de água mineral

Ferva a água, desligue a chama e coloque os ramos de alecrim e o sal grosso. Deixe esfriar. Macere o alecrim com as mãos, como quem esfrega uma roupa. Antes de utilizar o banho, acrescente as gotas de verbena. Banhe-se do pescoço para baixo e deixe a água secar naturalmente ou use um roupão. Duas horas depois, tome uma chuveirada, se estiver sentindo um sono anormal.

Para afastar o mau olhado ou quebranto

3 litros de água mineral

1 garrafa de cerveja clara

Misture a cerveja com a água e banhe-se da cabeça aos pés, após o banho higiênico. Enrole uma toalha na cabeça e vista-se sem enxugar-se.

Para retirar a negatividade

4 litros de água mineral

2 punhados de sal grosso

2 dentes de alho roxo cortados em cruz

5 galhos de arruda machos

5 galhos de arruda fêmea

Ferva a água com os dentes de alho cortados. Quando a água estiver morna, acrescente a arruda, tratando de macerá-la, até que esteja totalmente desfeita. Misture o sal. Deixe esfriar e coe. Use do pescoço para baixo, após o banho habitual. Passada duas horas, tome uma chuveirada de água morna ou fria. Faça na lua minguante.

Banho para a Prosperidade

Abre-caminho, erva-tostão, para-raio e pattchouly. Coloque a água para ferver e quando estiver fervendo, apague o fogo, coloque as referidas ervas e deixe em infusão. Quando estiver a água morna ou fria, tome o banho da cabeça aos pés.

Banho de assento

Um pouquinho de mel,

7 pauzinhos de canela

Um punhadinho de guaraná em pó,

Dentro de um chá bem forte de arruda. Deixe em fusão e tome quando estiver morninho.

Para afastar pessoas invejosas

Ferva um litro de água.

Coloque 3 folhas de alecrim,

Um punhado de grama comum,

Um dente de alho e

Uma pedra de cânfora.

Quando ficar morno, coee, despeje em seu corpo do pescoço para baixo e diga:

“Povo do Oriente! Afaste de mim todas as energias negativas, recarregue minhas forças; não deixe que nada de mal me aconteça”.

Jogue no lixo o que sobrar, isto é, os resíduos.

Banho especial para o dia das bruxas

6 Rosas brancas, 4 girassóis,

Essência de canela.

Ferva 2 litros de água, quando estiver fervendo, coloque, despetalando, as rosas e os girassóis, mentalizando os pedidos. Acrescente a essência de canela e tome da cabeça aos pés. Pode também tomá-lo em outro dia qualquer e pedir o que desejar.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

3 xícaras de café bem forte e 5 litros de água. Este banho afasta as energias negativas, reenergiza, acaba com pesadelos e com a mania de perseguição, desde que tomado com fé, rezando antes e depois para Jesus, Maria, José, para os anjos e para o seu em especial. Acenda uma vela branca para seu Anjo da Guarda e deixe queimar até o fim.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

3 punhados de sal marinho em 5 litros de água, acabam com todas as malignidades. Depois de 4 horas, tome um banho de alecrim, ou de eucalipto para se reenergizar, porque o sal afasta tudo que há de mal, mas impede a entrada de qualquer energia, ainda que boa.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

Alecrim, Alfazema e arruda nos livram dos males e, ao mesmo tempo, reenergizam. Se as folhas estiverem frescas, macere-las e coloque-as na água quando ela estiver fervendo e apague o fogo. Se estiverem secas, deixe em infusão.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

3 colheres de sopa de sal grosso, 2 xícaras de vinagre branco, 5 a 6 litros de água. Banho muito poderoso. É necessário tomar outro banho para se reenergizar que pode ser de alecrim, de arruda, de alfazema, de café com leite e chocolate.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

7 dentes de alho roxo, ou claro inteiros e frescos,

2 colheres de sopa de tomilho,

2 colheres de sopa de sálvia seca,

2 colheres de sopa de manjericão seco,

7 litros de água,

1 colher de sopa de sal marinho.

Este banho afasta as energias negativas trazidas por problemas nossos e alheios, pela presença de pessoas de baixa freqüência vibratória e por nossos pensamentos negativos. Como sempre, depois de algumas horas, se faz necessário um banho reparador que pode ser de camomila, erva-doce e cidreira, ou um banho de alecrim.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

Um banho comum: água e sal grosso. 7 no máximo, e 3 no mínimo, punhados de sal grosso para 5 a 7 litros de água.

Banho de limpeza ou de defesa pessoal

3 a 7 folhas de abre-caminho, o mesmo de alecrim, igual número de arruda, ou alfazema. Não precisa tomar banho de apoio.

Banhos de Atração

Pétalas de rosas brancas,

Flor-de-laranjeira,

Uma colherinha de mel,

Folhas de maçã ou maçã ralada,

Essência de lótus.

Ferva a água e coloque os ingredientes dentro e tome o banho bem morno

Banhos de Atração

Salsa parrilha ralada, pétalas de rosa vermelha, uma colherinha de mel. Ferva a água e coloque os ingredientes dentro e tome o banho bem morno

Para atrair mulher

Raiz de mulungu, raiz de pau-pereira, noz-moscada ralada ou moída. Coloque tudo para ferver em três litros de água. Deixe esfriar e tome-o do pescoço para baixo.

Para ter energia

Ponha 3 colheres de sopa de guaraná em pó, ou frutos do mesmo, 3 pauzinhos de gengibre e 3 pauzinhos de canela em 3 litros de água fervendo. Deixe em infusão. Depois, tome um banho do pescoço para baixo.

Para tirar olho-grande

Ponha bastante carqueja em 3 litros de água, leve a ferver; depois tome o banho do pescoço para baixo. Cuide para que a infusão fique bem forte. Este banho, aliás, também serve para afastar seu marido da amante.

Para ter dinheiro

Coloque folhas de louro e cabelo-de-milho em água fervendo. Pode pôr canela em pó, opcional.

Para depressão e para acalmar crianças

Erva-doce, erva-cidreira e mel. Ferva a água, coloque dentro e deixe em infusão.

Para afastar negatividades e ter riquezas

Folhas de capim limão, meia pedra de cânfora, ou folhas da mesma, e canela em pó.

Óleo para atrair amor

Um vidro de óleo de amêndoas doces, um vidrinho de essência de rosas, uma colherinha de chá de mel, raízes de patchouly. Misture tudo em um vidro maior e, sempre que tomar banho, passe um pouquinho com o corpo meio úmido.

Para esquecer alguém

Tome, durante 9 dias, banho de água de arroz. No décimo dia, cozinhe um pouco de arroz em água de flor de laranjeira. Vá a uma praia, tome este banho e, ao passar este arroz no corpo, peça para Iemanjá levar todas as suas lembranças. Ofereça-lhe também um pouco deste arroz, digo de outro arroz igualmente preparado, colocando frutas em volta do prato, e quando esquecer a pessoa amada volte à praia e agradeça. Também durante os banhos, mentalize que deseja a ajuda de Iemanjá para esquecer este amor.

Banho para afastar a negatividade

Ponha 3 litros de água para ferver e coloque, depois de fervida, folhas de mangueira, espinho cheiroso e folhas de aroeira, deixando o máximo possível em infusão e mentalize tudo de bom ao tomar o banho. Coloque as folhas e os espinhos perto de uma árvore, pedindo para os gnomos e para a mãe Terra levarem de você todo o mal.

Banho para acalmar

Maçã ralada, chá de erva-doce e cidreira.

Banho de descarrego e para prosperidade

Folhas-da-fortuna,

Pinhão roxo,

Abre-caminho.

Ferva a água e coloque os citados ingredientes dentro e desligue o fogo. Deixe esfriar e tome o banho em seguida.

Banho de descarrego

Espada-de-São Jorge,

Erva-de-Santa Bárbara,

Palma de-Santa-Rita

Alecrim. Coloque todas estas folhas, de 3 a nove, em dois litros de água, depois de fervida e retirada do fogo, deixando, todavia que a água baixe a fervura; deixe em infusão por uma hora e depois tome este banho do pescoço para baixo.

Para conquistar, conservar ou fazer voltar um amor.

Tome durante 7 dias seguidos, de preferência nas luas cheia ou nova. Ferva 3 litros de água, e quando estiver fervendo, coloque 1 colher de sobremesa de mel,

3 rosas vermelhas,

7 gotas de essência de dama-da-noite

3 a 13 folhas de verbena;

Abafe durante uma hora e, depois de coar, tome o banho da cabeça aos pés, tendo antes tomado um banho normal.

Este banho é um banho para os Ciganos do Amor, mas pode ser feito para Oxum ou para Vênus. Depois, deixe os resíduos na praia ou perto de uma árvore frondosa e mentalize o que deseja. Sempre que tomar o banho, faça a mentalização.

Para atrair a positividade

Pétalas de girassol, erva-doce em folhas, ou o chá, folhas de cânfora e sândalos. Este é também um banho cigano. Peça aos ciganos do amor, do sucesso e da sedução que ajudem você em tudo.

Banho cigano / Anjos da sedução, da paixão / Iansã:

Erva-doce,

Casca de maçã vermelha,

Água de anil e

Rosas também vermelhas.

Tome este banho sem dia, sem hora, desde que antes das 18h. Deverá coá-lo antes de o tomar. Os restos deixe perto de uma árvore bem embrulhadinhos. Pode comer metade da maçã e pedir o que desejar, até mesmos amigos fiéis. Ofereça a outra metade às Entidades a quem você pediu.

Aumentar a Auto-Estima

Calêndula

Anis estrelados

Manjericão

Prosperidade

Alpiste

Folha de louro

Manjericão

Densidades Acumuladas (sentido dor na costa)

Folhas de pêssego ou limão

Guiné

Palha de alho

Fraqueza quando nos sentimos sem forças

3 folhas de cenoura

3 galhos de arruda

3 rosas vermelhas

Tirar Mágoas quando não conseguimos nos livrar de uma tristeza

1 maçã cortada em 8 partes

1 colher de açúcar

Abre Caminho quando queremos mudar alguma coisa na nossa vida

7 folhas de loro

7 galhos de manjericão

7 sementes de girassol

Descarrego quando nos sentimos muito irritados ou extremamente desanimados

3 galhos de arruda

3 galhos de guiné

3 galhos de alecrim

1 espada de São Jorge

1 folha de comigo-ninguém-pode

Fumo de corda

Palha de alho

                                         

                                  OFERENDAS, RITUAIS & MAGIA CIGANA

ELEMENTOS DE UMA GRANDE OFERENDA CIGANA

1 CESTO DE VIME OU PALHA
7 FRUTAS DOCES (MANGA, MELÃO, MAÇA, PERA, UVA VERMELHA,PÊSSEGO, MAMÃO)
7 FITAS COLORIDAS (MENOS A PRETA)
FLORES DO CAMPO OU ROSAS SEM ESPINHOS.
2 LENÇOS ESTAMPADOS OU COLORIDOS PARA FORRAR A CESTA E OUTRO PARA FORAR A GRAMA..
1 GARRAFA DE VINHO TINTO DE BOA QUALIDADE.
1 ESPUMANTE
2 TAÇAS .
7 VELAS COLORIDAS INCLUINDO A BRANCA.(NÃO USAR A PRETA)
1JARRINHA OU POTE COM AGUA.
7 INCENSOS
7 MOEDAS ANTIGAS
MEL(ABRIR O MELÃO AO MEIO E TIRAR OS CARROÇOS .COLOCAR MOEDAS E O MEL POR CIMA )
(COLOCAR ALIANÇAS) SE FOR PEDIR TAMBÉM PARA AMOR LÉM DE PROSPERIDADE.
3 PAUS DE CANELAS GRANDES;
FOLHAS DE HORTELA (LAVAR E FORAR A CESTA) ,
3 PUNHADOS DE FÕLHAS DE LOURO
3 PUNHADOS DE SEMENTES DE GIRASOL
(PARA DECORAR A CESTA E ATRAIR DINHEIRO E PROSPERIDADE).

PREPARE TUDO E DEIXE EM SUA MESA NO NO DIA SEGUINTE LEVE TUDO NA NATUREZA E ACENDA AS VELAS FAZENDO A ENTREGA AOS CIGANOS.

AO FAZER ESTA OFERENDA TOME UM BANHO COM 1 L DE AGUA 1 TAÇA DE VINHO 1 ROSA VEMELHA E 1 BRANCA.
ACENDA A VELA DO ANJO DA GUARDA E
REZE 1 AVE MARIA

ESTA OFERENDA PODE S ER COLOCADA EM LUGAR BONITO NA NATUREZA, OU EM FRENTE A UM BANCO .FAÇA SEU PEDIDO AOS CIGANOS COM A FORÇA DE SANTA SARA.

OFERENDA PARA A EGREGORA DO MESTRE PABLO

DEVE SER REALIZADA DENTRO DE CASA ONDE SAO FEITA AS REFEIÇÕES NA LUA CRESCENTE AS 21 HRS.

1 TACHO DE COBRE
250 GMS DE TRIGO PARA KIBE.(COLOCAR O TRIGO NO TACHO) e colocar as
CLARAS EM NEVE, BEM FIRMES, BATIDAS COM 7 COLHERINHAS DE AÇUCAR CRISTAL.
7 GOTAS DE BAUNILHA
7 GOTAS DE ANILINA AZUL CELESTE.
(4 MOEDAS ATUAIS IGUAIS DOURADAS OU ACOBREDAS) colocar por cima das claras.
1 VELA AZUL FORTE DE SETE DIAS
3 VARETAS DE INCENSOS DE SANDALO ESPETADA EM UM TIGELINHA DE ARROZ CRU.
DEIXE A OFERENDA 24 HORAS NO LOCAL; MANTENHA A VELA ACESA ATÉ TERMINAR , RECOLHA A OFERENDA BEM ARRUMADA NUMA BANDEJA DE PAPELÃO E DEiXE NUM JARDIM OU BOSQUE.
Faça a oração: Cigano Pablo proteja-me e ajuda-me a nunca faltar dinheiro luz e amor na minha vida, pelo poder da natureza .ESTÀ FEITO!

MAGIA DO AMOR CIGANO

1 ROMÃ GRANDE
1 FITINHA ROSA DECETIM )
1 INCENSO DE ALMISCAR
1 PRATO DE VIDRO
2 VELAS ROSA COMUM
AÇUÇAR CRISTAL
1 CARTÃOZINHO ROSA COM OS DOIS NOMES ESCRITOS A LÁPIS .
LAVE A ROMÃ COM AGUA MINERAL E SEQUE-A NUM PANO BRANCO VIRGEM.
CORTE A ROMÃ EM 4 PARTES E MANTENHA- AS UNIDAS PELO PENDÚNCULO.COLOQUE DENTRO O CARTÃOZINHO E FECHE A ROMÃ, AMARRANDO COM A FITINHA NO SENTIDO HORIZONTAL DANDO UM LAÇO.
FORRE O PRATO COM O AÇUCAR E COLOQUE A ROMA NO CENTRO.UNA AS DUAS VELAS COM MEL E ACENDA ATRÁS DA ROMÃ DENTRO DO MESMO PRATO.

Peça a Égregora do Cigano da Maestria do Amor que concretize a magia, para que haja paz harmonia e fertilidade e alegria entre o casal.
Diga está feito!
Deixar a romã num jardim após 7 dias.

EXTRAIDO DO LIVRO MAGIA E MAESTRIA DO CIGANO DO ORIENTE – Lara C.L. Pinheiro

UM AGRADO PARA CIGANA DO ORIENTE

FAZER NA LUA NOVA CHEIA OU CRESCENTE.

1 CESTO DE PALHA
FORRAR COM HORTELÃ
6 FRUTAS DOCES
6 FLORES COLORIDAS
6 DOCES FINOS
6 BALAS DE HORTELÃ
6 MOEDAS
6 VELAS COLORIDAS
6 FITAS COLORIDAS PARA DECORAR O CESTO
UM LENÇO OU PANO ESTAMPADO PARA FORRAR O CHÃO
COLOCAR SOB UMA ARVORE BONITA.BATER PALMA E DIZER OPTHCA! ARRIBA CIGANO! ME AJUDEM A TRABALHAR!

PARA ENERGIZAR AS JOIAS DA CIGANA

SEPARAR AS JOIAS E LAVAR COM AGUA MINERAL COLOCAR NUM POTE DE VIDRO OU DE CRISTAL
CANELA EM PAU
CRAVO
PÉTALAS DE ROSAS AMARELAS
PÉTALAS DE ROSAS VEMELHAS
PÉTALAS DE ROSA BRANCA
7 MOEDAS DOURADAS
ESSÊNCIAS DE SÂNDALO ,ROSAS E OLÌBANO(21 gts de cada)
7 VELAS COLORIDAS
1 VELA A MAIS AMARELA PARA A CIGANA
7 INCENSOS SÂNDALO, ERVA DOCE ROSA BRANCA, ALFAZEMA, ALMISCAR, NOS MOSCADA.
SEMETNES DE GIRASSOL
1 CRISTAL DE QUARZO
1 TACINHA COM ÀGUA.

MINHA MANEIRA DE ENERGIZAR A IMAGEM DE SANTA SARA.

PARA ENERGIZAR A SANTA SARA:
NO MÊS DE SANTA SARA ( ADQUIRA SUA SANTA SARA  FAÇA 2 DIAS ANTES DA LUA CHEIA (pode-se fazer se no seu altar de ciganos.)ou providencie uma mesinha.

MATERIAL;
3 PUNHADOS DE FOLHAS DE LOURO,
3 PUNHADOS DE PÉTALAS DE ROSAS BRANCAS
3 PUNHADOS DE SEMENTES DE GIRASSOL
3 PAUS DE CANELA
3 INCENSOS DE ROSA BRANCA, ALFAZEMA, E CANELA
ESSÊNCIA DE ROSA BRANCA
7 VELAS COLORIDAS
1 BONITA MAÇA VERMELHA.

1 VELA PRA A SUA CIGANA .COLOCAR NO CASTIÇAL.

CRISTAIS DE : 1 de citrino, 1 quartzo rosa, 1 pirita , 1 drusa, 1 ametista, 1 quartzo verde e duas pontas de cristal branco.
Colocar a Santa Sara na no altar. Neste dia coloque musica cigana ou ao som da natureza. Esteja num ambiente tranqüilo de paz e harmonia.Esteja com seu de banho tomado com sua roupa da cigana e seus apetrechos (brincos, colares, pulseiras) , seu perfume cigano (de rosas brancas). Pegue a Santa Sara e faça uma a oração a ela(veja no site) e leve-a ao alto segurando com as mãos. Depois a coloque no altar e comece a energizá-la com as pétalas de rosas , o louro,as sementes de girassol, a canela, e então pingue 7 gotas da essência de rosa branca nos pés e na cabeça da imagem. Pedindo a cada erva e essência colocada o cada que cada uma atrai e representa e que Santa Sara traga tudo isto para nossa vida (amor, dinheiro, prosperidade , paz, proteção etc…) .
As velas já devem estar acesas então ao redor dela .Os incensos serão acessos da mesma forma .Em volta da imagem ponha então os cristais fechando o circulo em forma de mandala ;terminando na frente com as duas pontas de cristais uma voltada pra outra um pouco para dentro. Assim você estará levando a energia de tudo q se encontra ali dentro para a imagem e não para fora pois a intenção é energizar a imagem. Futuramente em outros pedidos que depois vc poderá fazer ao redor da Santa Sara também você fará o oposto colocando tudo dentro e enviando a energia para fora p/ se expandir e levando o seu pedido para astral.
Os pedidos sempre deverão ser positivos pra que não interfiramos no karma de ninguém e nem adquiramos para nós um karma negativo. Lembrando que só seremos atendidos se tivermos merecimento.

  

             DESCUBRA A(O)  CIGANA (O) DOS SEUS CAMINHOS                

                                            

Toda pessoa tem um  Espírito Cigano que proteje o caminho da sua vida, este caminho
é representado por números que vão de 01 à 16, sendo que em cada caminho exitem 3 Ciganos.
Sabendo a data de nascimento e o seu decanato, podemos encontrar seu Cigano protetor.
(totalmente baseado no livro Como descobrir e cuidar dos ciganos dos caminhos)

Exemplo:
29 / 08 / 1962
2+9=11  / 0+8=8  /1+9+6+2=18
11+8+18= 37
3+7= 10
O seu caminho é o número 10 , seu decanato é o primeiro. Então esta pessoa
tem como protetor o Cigano Tarim.

Tabela dos Caminhos

Ref. CAMINHO DECANATO NOME Ref. CAMINHO DECANATO NOME
C01 C1 PRIMEIRO Cigana Zímbia Taram C25 C9 PRIMEIRO Cigano Kapistiani
C02 SEGUNDO Cigano Ruan C26 SEGUNDO Cigana Íris
C03 TERCEIRO Cigana Zingra C27 TERCEIRO Cigana Marroquina
C04 C2 PRIMEIRO Cigano Pablo C28 C10 PRIMEIRO Cigano Tarim
C05 SEGUNDO Cigana Sarita C29 SEGUNDO Cigana Lemiza
C06 TERCEIRO Cigana Rosita C30 TERCEIRO Cigana Zoraide
C07 C3 PRIMEIRO Cigana Wlavira C31 C11 PRIMEIRO Cigano Bóris
C08 SEGUNDO Cigana Saiam C32 SEGUNDO Cigana Conchita
C09 TERCEIRO Cigano Pedrovik C33 TERCEIRO Cigano Rochiel
C10 C4 PRIMEIRO Cigano Tiago C34 C12 PRIMEIRO Cigano Killiaq
C11 SEGUNDO Cigana Miroan C35 SEGUNDO Cigana Lilliaq
C12 TERCEIRO Cigana Ariana C36 TERCEIRO Cigana Saramim
C13 C5 PRIMEIRO Cigano Ferran C37 C13 PRIMEIRO Cigano Ramon
C14 SEGUNDO Cigana Ilarin C38 SEGUNDO Cigana Raí
C15 TERCEIRO Cigana Sulamita C39 TERCEIRO Cigana Zaina
C16 C6 PRIMEIRO Cigano Wladimir C40 C14 PRIMEIRO Cigano Ramires
C17 SEGUNDO Cigana Wlanasha C41 SEGUNDO Cigana Najara
C18 TERCEIRO Cigana Wlarina C42 TERCEIRO Cigana Katiana Natasha
C19 C7 PRIMEIRO Cigano Hiago C43 C15 PRIMEIRO Cigano Diego
C20 SEGUNDO Cigana Samara C44 SEGUNDO Cigana Carmencita
C21 TERCEIRO Cigana Zanair C45 TERCEIRO Cigana Zaira
C22 C8 PRIMEIRO Cigano Artemio C46 C16 PRIMEIRO Cigano Wlais
C23 SEGUNDO Cigana Samila C47 SEGUNDO Cigana Yasmim
C24 TERCEIRO Cigana Carmelita C48 TERCEIRO Cigana Zaida

Decanato

Áries PRIMEIRO DECANATO
21/3 a 31/3
Libra PRIMEIRO DECANATO
21/9 a 30/9
SEGUNDO DECANATO
1/4 a 10/4
SEGUNDO DECANATO
1/10 a 10/10
TERCEIRO DECANATO
11/4 a 20/4
TERCEIRO DECANATO
11/10 a 20/10
Touro PRIMEIRO DECANATO
21/4 2 30/4
Escorpião PRIMEIRO DECANATO
21/10 a 31/10
SEGUNDO DECANATO
1/5 a 10/5
SEGUNDO DECANATO
1/11 a 10/11
TERCEIRO DECANATO
11/5 a 20/5
TERCEIRO DECANATO
11/11 a 20/11
Gêmeos PRIMEIRO DECANATO
21/5 a 31/5
Sagitário PRIMEIRO DECANATO
21/11 a 30/11
SEGUNDO DECANATO
1/6 a 10/6
SEGUNDO DECANATO
1/12 a 10/12
TERCEIRO DECANATO
11/6 a 20/6
TERCEIRO DECANATO
11/12 a 20/12
Câncer PRIMEIRO DECANATO
21/6 a 30/6
Capricórnio PRIMEIRO DECANATO
21/12 a 31/12
SEGUNDO DECANATO
1/7 a 10/7
SEGUNDO DECANATO
1/1 a 10/1
TERCEIRO DECANATO
11/7 a 20/7
TERCEIRO DECANATO
11/1 a 20/1
Leão PRIMEIRO DECANATO
21/07 a 31/07
Aquário PRIMEIRO DECANATO
21/1 a 31/1
SEGUNDO DECANATO
1/8 a 10/8
SEGUNDO DECANATO
1/2 a 10/2
TERCEIRO DECANATO
11/8 a 20/8
TERCEIRO DECANATO
11/2 a 20/2
Virgem PRIMEIRO DECANATO
21/8 a 31/8
Peixes PRIMEIRO DECANATO
21/2 a 28/2
SEGUNDO DECANATO
1/9 a 10/9
SEGUNDO DECANATO
1/3 a 10/3
TERCEIRO DECANATO
11/9 a 20/9
TERCEIRO DECANATO
11/3 a 20/3

       CIGANOS

 A vida de uma comunidade com quase três mil anos

Os ciganos são um povo nômade amante da música, das cores alegres e da magia, que foram expulsos por invasores árabes há quase 3 mil anos da região noroeste da Índia, onde hoje é o Paquistão. Depois de vagar pelas Terras do Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo.

A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. Este homem é o Kaku e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a função de punir quem transgride, a rígida ética cigana.

A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e as bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.

O misticismo e a religiosidade fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A maior parte deles acredita em um único deus (Dou-la ou Bel) em eterna luta contra o demônio (Deng). Normalmente, assimilam as religiões do lugar onde se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temor dos maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (baji), contra a qual não adianta lutar.

A sexualidade é outro ponto importante entre os ciganos. E, ao contrário do que se imagina, eles têm uma moral bastante conservadora. Alguns mitos antigos falam da existência das mães-de-tribo, que tinham um marido e um acariciador. Outros falam das gavalies de la noille, as misteriosas noivas do fim de noite, com quem os kakus se encontravam uma única vez, passando desde então, a ter poderes especiais. Mas o certo mesmo é que os ciganos se casam cedo, quase sempre seguindo acordos firmados entre as duas famílias.

Não recebem nenhum tipo de iniciação sexual e ter filhos é a principal função do sexo. Descobrir os seios em público é comum e natural, mas nenhuma mulher pode mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são merimé (impuras).

Vem daí a imposição das saias compridas e rodadas para as mulheres, que também são proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesma mesa que os homens. Ironicamente, como praticantes da magia e das artes divinatórias, são elas que cada vez mais assumem o controle econômico da família, pois a leitura da sorte é a principal fonte de renda para a maioria das tribos. O resultado é uma situação contraditória, em que o homem manda, mas é a mulher quem sustenta o grupo.

Ana da Cigana Natasha é autora de dois livros: Mistérios do Povo Cigano e Como descobrir e cuidar dos ciganos dos seus caminhos. Foi a pioneira em divulgar ensinamentos dos espíritos ciganos.

O POVO CIGANO

www.youtube.com/watch?v=MEfj040gliQ&t=10s

A ORIGEM DO POVO CIGANO

Quando se estuda a origem de um povo, sua formação e desenvolvimento como estrutura social, religiosa, econômica, este estudo se baseia fundamentalmente em documentos ou registros escritos, que ao lado de outros elementos como ruínas da arquitetura da época, pinturas, armas, túmulos, recintos que sugerem ter sido usados como sacros, objetos os mais diversos, especialmente de uso doméstico, recompõem toda a narrativa histórica de um conjunto de indivíduos que habitam a mesma região, ficando subordinados às mesmas leis e partilhando dos mesmos hábitos e costumes. A mais importante fonte de referência, é a narrativa escrita, encontrada em papéis (pergaminhos, papiros, folhas de papel de arroz), documentos, livros, poemas, mapas, inscrições em lugares santos, ou outros locais de devoção considerados sagrados, onde são encontradas marcas de rituais e altares de oferendas aos deuses.

Como o Povo Cigano, não tem até os dias atuais, uma linguagem escrita, fica quase impossível definir sua verdadeira origem. Portanto, tudo o que se disser sobre a origem do Povo Cigano, será baseado em conjecturas, similaridades ou suposições.

A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia (um dos mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado pelos ciganos e encontraram um sem-número de palavras com o mesmo significado.

Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e na existência de um Deus Pai e Absoluto.

Tanto para os hindus como para os ciganos, a religiosidade é muito forte e norteia muito de seu comportamento, impondo normas e fundamentos importantes, que devem ser respeitados e obedecidos.

Outro fato que chama a atenção para a provável origem indiana do povo cigano, é a santa por quem nutrem o mais devotado amor e respeito, chamada Santa Sara Kali.

Kali é venerada pelo povo hindu como uma deusa, que consideram como a Mãe Universal, a Alma Mater, a Sombra da Morte. Sua pele é negra tal como Shiva, uma das pessoas da Trindade Divina para os indianos (Braman, Vishu e Shiva).

Para os ciganos, Sara, santa venerada, possui a pele negra, daí ser conhecida como Sara Kali, a negra. Ela distribui bênçãos ao povo, patrocina a família, os acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora, aniquilando os poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana.

Alguns estudiosos acham a tradução de Kali como a negra não correta, escrevendo inclusive Kali com C (Cali) e não com K e preferem Sara, a cigana, fato que de certa forma pode expressar o preconceito racial (a verdadeira Santa Sara, tinha a pele negra), uma vez que no povo cigano não há negros, ou sob outro ângulo, desconhecimento de todo o aparato místico e de poder que envolve a deusa Kali dos indianos.

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E O NOMADISMO CIGANO

Ainda estudando a história dos povos, vemos com freqüência que, perseguições religiosas, ambições dos mais diversos tipos e baseadas em diferentes razões (ideopolíticas, catequético-religiosas), busca de fortuna, da descoberta de novas terras ou rotas marítimas, ou simplesmente espírito de aventura, motivaram e ainda motivam movimentos migratórios.

Baseando-se nas mesmas causas dos movimentos migratórios, podemos supor que num passado muito remoto, o povo cigano também iniciou uma caminhada em busca de novas terras onde pudessem viver com liberdade, mantendo seus hábitos e costumes originais, liberdade que lhe permitiria sua perpetuação, a sobrevivência de seus valores e a de seus direitos como seres humanos livres.

O nômade experimenta o mais amplo sentido de liberdade. Não tem apego a nenhum lugar em especial, não deita raízes que não possam ser arrancadas quando o desejo de ganhar estrada acontecer. Daí que suas moradias, as tendas de tecidos permeáveis e resistentes, e seus pertences em geral, devem ser confortáveis, mas essenciais e leves. O nômade não se preocupa com o possuir, mas com o viver.

As populações ciganas são nômades por excelência, não têm pátria, são universais. Viajam em grupos de famílias, que possuem um profundo sentido de união, solidariedade e companheirismo. Formam núcleos comunitários compactos com normas e regras de convivência harmoniosas. Essas regras são levadas a sério, portanto respeitadas ao máximo, pois os ciganos sabem que são elas que garantem a união e a sobrevivência do próprio grupo e a defesa contra as difamações e perseguições oriundas das populações dos diversos países por onde passam.

OS PRECONCEITOS

Por outro lado, os ciganos também não se esforçam por quebrar as barreiras, que os separam dos demais povos, talvez por saberem que se abrirem os limites de seus acampamentos aos gadjôs ou não-ciganos, também chamados de gadjês, a mescla dos povos será inevitável, as tradições perderão sua pureza, os costumes e hábitos serão modificados, os princípios e valores de tal maneira modificados, que paulatinamente acabariam por destruir e matar o povo cigano.

Existe uma idéia geral de que as populações do mundo têm preconceitos contra os ciganos; porém, se observarmos com atenção, veremos que é só eles que têm preconceitos, que não querem se misturar, desaconselhando e combatendo severamente os relacionamentos entre ciganos e não-ciganos, especialmente as uniões pelo casamento.

O IDIOMA

Uma das maneiras de os ciganos se manterem unidos, vivos, com suas tradições preservadas é o idioma universalmente falado por eles, o romani ou rumanez, que é uma linguagem própria e exclusiva.

É expressamente proibido ensinar o romani para os não-ciganos; e os ciganos fieis às tradições, que prezam sua origem, seus irmãos de raça, que são verdadeiros ciganos, sabem disto. Portanto, quando alguém que se diz cigano quiser ensinar o romani, geralmente às custas de dinheiro, ou então passar segredos e as íntimas particularidades da vida cigana é bom ter cuidado, pois com certeza, ele ou ela não é um autêntico cigano, obediente aos preceitos e princípios de seu povo. Ele poderá ser até cigano de origem, mas não será mais um cigano de alma e coração capaz de manter a honradez de seus antepassados e contemporâneos autênticos.

Dicionário Cigano? Pode ser que um dia estas pessoas de vida tão reservada quanto às suas peculiaridades desistam desse estilo de ser e estar, abram as fronteiras de seus acampamentos e aceitem sem reservas a miscigenação. Então surgirão dicionários ciganos. Contudo, será que ainda existirão ciganos?

A TRANSMISSÃO ORAL DOS ENSINAMENTOS

O romani é uma língua ágrafa, ou seja, uma língua ou idioma sem forma escrita. Portanto, para sua perpetuação o romani conta somente com a transmissão oral de uma geração para outra, de pai para filho.

Não existem livros ensinando uma linguagem, que não tem sequer uma apresentação gráfica definida, pois se os ciganos tivessem se originado na Índia teríamos os caracteres sânscritos, mas como encontramos ciganos em quase todas as partes do mundo, o romani poderia ter os caracteres da escrita russa, ou egípcia, latina, grega, árabe ou outra qualquer.

Assim como o idioma, todos os demais ensinamentos e conhecimentos da cultura e tradição ciganas dependem exclusivamente da transmissão oral. Os mais velhos ensinam aos mais jovens e às crianças os conhecimentos do passado, o pensamento e a maneira de viver herdados dos ancestrais.

OS CIGANOS E AS PROFISSÕES

Junto com a modernidade, o aumento progressivo das cidades, os ciganos foram ficando cada vez mais limitados em suas andanças, tornando-se mais sedentários ou passando a morar mais tempo no mesmo lugar. Assim as profissões mais freqüentes são as do comércio e as ligadas às artes, principalmente à musica. Cantores, compositores, músicos, dançarinos, surgem com suas melodias, passos marcantes de dança, como a flamenga da Espanha, trazendo alegria e energia contagiantes para os recintos onde se apresentam.

Ao longo do tempo fizeram e ainda fazem parte de trupes circenses, uma vez que o mundo do circo sempre mudando de lugar, combina perfeitamente com o pensamento e sentimento ciganos.

A leitura de cartas e das mãos pelas mulheres ciganas também rende dinheiro, porém essa atividade não é considerada uma atividade profissional, mas um ato de devoção à fé cigana.

O povo cigano é um povo honesto, que vive procurando manter sua dignidade e honradez, não sendo procedente a reputação de ladrões que lhes é imputada.

O CRIS-ROMANI

Para os ciganos a liberdade e a interação com a natureza constituem bens do mais alto valor e estima, o que os motiva a obedecerem à um código de ética e moral até rigoroso. Nada mais enganoso que julgá-los estroinas, devassos, desregrados ou amorais. Seu amor pela família e pelo grupo, sua consciência que é o seu reto proceder – talvez a única forma de preservar e perpetuar suas origens e o próprio povo. São obedientes às leis universais, como não roubar e não matar. Quando um cigano ou uma cigana infringe as leis é convocado o Tribunal de Justiça ou o Cris-romani, formado por ciganos idosos ou pelos mais velhos do grupo, que julgam os infratores, procurando exercer seu papel com o mais alto sentido de responsabilidade e respeito.

O Cris-romani é falado totalmente em romani, e nele somente os homens podem se manifestar. No caso de o infrator ser uma mulher, um homem fala por ela fazendo seus apelos e oferecendo suas explicações ou justificativas.

TRIBOS OU CLÃS?

Os Ciganos não gostam e não aceitam a palavra tribo para denominar seus grupos, pois não possuem chefes equivalentes aos caciques das tribos indígenas, nas mãos de quem está o poder.

Os ciganos também não possuem pajés ou curandeiros, ou ainda um feiticeiro em particular, pois cada cigano e cigana tem seus talentos para a magia, possui dons místicos, sendo portanto um feiticeiro em si mesmo. Todo povo cigano se considera portador de virtudes doadas por Deus como patrimônio de berço, cabendo à cada um desenvolver e aprimorar seus dons divinos da melhor e mais adequada maneira.

Existem autores que citam que cada grupo cigano tem seu feiticeiro particular denominado kakú, porém esta palavra no idioma romani significa apenas tio, não tendo qualquer credibilidade esta afirmação.

Os ciganos preferem e acham mais correto o termo clã para denominar seus grupos.

OS PRINCIPAIS GRUPOS CIGANOS

Atualmente, existe um sem-número de grupos ciganos, sendo os mais expressivos no presente os seguintes:

GRUPO KALON

Os componentes deste grupo fixaram residência especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, pois sendo estes países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar o seu idioma, usar suas vestes típicas e realizar festas e cerimônias segundo suas tradições. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que os negros sofreram em terras do Brasil.

Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado a criar um dialeto, mescla de seu próprio idioma com o português e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram verbais, mas determinadas por decreto do rei D. João V.

Apesar de todos os sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais fielmente segue as tradições ciganas. Tem-se que os Kalons originaram-se no antigo Egito.

GRUPO MOLDÁVIO

De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldávio vem da palavra Moldávia, república da Europa central, que chegou a fazer parte do Império Russo e da antiga URSS. Há poucas diferenças entre o dialeto moldávio e o romeno; contudo, distinguem-se fortemente na escrita, uma vez que o moldávio adotou o alfabeto cirílico (Dicionário Aurélio).

GRUPO HOHARANÔ

Surgiram em terras turcas e se destacaram em especial como grandes criadores de cavalos. Os integrantes deste grupo chegaram ao Brasil bem depois do grupo Kalon, somente no final do século XVIII.

GRUPOS KALDERASH E MATCHUIYA

Os ciganos do grupo Kalderash são originários da Romênia e da antiga Iugoslávia, o berço dos Matchuiya. Ambos os grupos chegaram ao Brasil no final do século XVIII. Os primeiros ciganos a chegarem no Brasil eram do grupo Kalon e vieram de Portugal em meados do século XVII. Portugal, necessitando de mestres de forja no Brasil, enviou-os para cá para que fabricassem ferraduras, armamentos e ferramentas. Faziam também artesanalmente utensílios domésticos, seus tachos e alambiques para o fabrico da cachaça, famosos até hoje por serem extremamente bem feitos e resistentes.

A FAMÍLIA

O comando da família é exercido de maneira completa e responsável pelo homem. Ele é o líder e à ele competem a proteção, a segurança e o sustento da família. A mulher e os filhos o respeitam como máxima autoridade e lhe são inteiramente subordinados.

São os homens que resolvem as pendências, acertam o casamento dos filhos, decidem o destino da viagem e se reúnem em conselhos sobre assuntos abrangentes e comuns ao Clã.

As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e não como parte do sustento da família, apesar de elas entregarem aos maridos todo o dinheiro conseguido.

Os ciganos formam casais legítimos unidos pelos laços do matrimônio, não fazendo pare de seus costumes viverem amasiados ou aceitarem o concubinato. Vivem juntos geralmente até a morte e raramente ocorrem entre eles separações ou divórcios, que somente acontecem se existir uma razão muitíssimo grave e com decisão do Tribunal reunido para julgar a questão.

Os pares ciganos, marido e mulher, são muito reservados e discretos em público, não trocando nenhum tipo de carinho que possa ser entendido como intimidade, que é vivida somente em absoluta privacidade.

Enquanto o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.

Cabe às mulheres cuidarem das tarefas do lar e as meninas ficam sempre ao redor da mãe, auxiliando nos trabalhos da casa, ajudando a cuidar dos irmãos menores e aprendendo as tradições e costumes como a execução da dança, a leitura das cartas e das mãos, a realização dos rituais e cerimônias, os preceitos religiosos.

Se uma criança ou jovem cigano sai dos eixos, tem um comportamento inadequado ou procede mal, geralmente mulher é responsabilizada por tais feitos.

OS REPRESENTANTES DA SABEDORIA

Talvez em todo o clã cigano, sejam os idosos os merecedores da mais alta estima e respeito. Eles são vistos e tratados como os detentores da sabedoria, da experiência de vida acumulada e seus conselhos são ouvidos pelos jovens e pelos adultos como sendo a voz do conhecimento aprendido na prática da vida do dia-a-dia.

Responsáveis pela transmissão oral dos ensinamentos e tradições, eles são considerados como sábios, o passado vivo e manda a tradição que os mais jovens lhes beijem as mãos em sinal de respeito. Possuem lugar de destaque nas festividades e cerimônias, atuando também como conselheiros e consultores nos tribunais de justiça.

Eles são cuidados com desvelo e tratados com toda a dignidade pelos demais. Esta forma de tratamento faz com que se mantenham lúcidos até o final de suas vidas, pois nada é mais doentio para uma pessoa idosa de qualquer sociedade do que ser tratada como resto, uma pessoa inútil e sem valor, um fardo ser carregado pelos mais jovens.

Bibliografia:

CIGANOS – OS FILHOS MÁGICOS DA NATUREZA

de Rosaly Mariza Schepis

OS CIGANOS E O TERROR NAZISTA

O nazismo no século XX, retomou toda série de preconceitos, discriminações e perseguições dos séculos anteriores, tentando assim uma campanha de extermínio como nunca antes empreendida. Desde 1933, a imprensa nazista começou a acentuar que os ciganos e judeus eram raça estrangeira, inferior, e que teriam contaminado a Europa como um corpo estranho.

As autoridades nazistas com o apoio da generalizada antipatia contra os ciganos, puderam facilmente percorrer a via do extermínio desse povo, associando sempre nos discursos e escritos o binômio judeus e ciganos.

O primeiro grito de alarme oficial para o mundo cigano se fez ouvir a 17 de outubro de 1939, quando Heydrich, a mando de Hitler proibiu-os de abandonar seus acampamentos. Nos três dias seguintes, após recenseamento, foram transferidos para campos de concentração, esperando serem enviados à Polônia.

Mas já em 1936 tinha começado para os ciganos a via sacra dos campos de concentração, ainda que com escopos diversos. Dachau foi um de seus primeiros campos de concentração. Eram internados com a qualificação de elementos associais. Sofriam então medidas disciplinares duríssimas.

Nesse ínterim a propaganda contra os ciganos se tornava sempre mais áspera. Em novembro de 1941 lançou-se o slogan: Depois dos judeus, os ciganos!

A 24 de dezembro de 1941, o governador civil Lohse envia uma ordem reservada a todas as SS, afirmando que os ciganos são duplamente perigosos, tanto pelas doenças de que são portadores como pela sua deficiência, prejudicando assim a causa nazista. Ao termo do comunicado, a decisão: Decidi portanto que sejam tratados como os judeus (Carta de 7 de julho de 1942, no arquivo Yivo).

A 25 de agosto de 1942, quando aumentaram as pressões sobre os ciganos, em um boletim do Comando de Polícia se lia, entre outras coisas que se dizia dos ciganos: é pois indispensável exterminar esse bando integralmente, sem hesitar.

Essas medidas disciplinares, encontradas em boletins, cartas e telegramas, apenas codificam uma praxe já iniciada: com efeito, desde 1941 tinham começado as deportações em massa dos ciganos.

Chegaram a Lodz, em outubro de 1941, cinco mil ciganos, entre os quais mais de 2.600 crianças. Foram todos internados por grupos de famílias. Os testemunhos nos dizem que as janelas das barracas estavam quebradas, enquanto o inverno era extremamente duro. No campo não havia medidas higiênicas nem assistência médica. Duas semanas depois da chegada dos nômades, irrompeu uma epidemia de tifo, e em dois meses morreram mais de 6oo adultos e crianças. Os sobreviventes entre março e abril de 1942, foram deportados para Chelmo, e ali assassinados nas câmaras de gás.

Desde então até 1946 se multiplicam os testemunhos: massacres coletivos, mortes individuais, tortura de todo o tipo, experimentos químicos e médicos dos mais cruéis. E todas essas crueldades ocorriam nos diversos campos de concentração. Eis os nomes de alguns desses campos: Auschwitz, Birkenau, Mauthausen, Rabensbruch, Buchenwald, Chelmo, Lodz, Dachau, Lackenbach, Sachsenhausen.

Vamos agora examinar um pouco mais de perto o mais tristemente famoso desses campos: Auschwitz. A esse campo chegam ciganos de toda a parte, até aqueles para os quais não se podia prever de modo algum o confinamento.

Alguns com efeito estavam em licença da frente militar, muitos tinham no peito condecorações de combate e no corpo feridas de guerra. Havia um só motivo para seu confinamento: serem ciganos ou terem algum sangue cigano.

Chegavam ao campo homens, mulheres e crianças. Particularmente impressionante o depoimento sobre a retirada de crianças de Buchenwald, para serem levadas para Auschwitz. Eram crianças ciganas da Boêmia, dos Carpatos, da Croácia, do Nordeste da França, da Polônia meridional e da Rutênia.

Bárbara Richter, menina cigana, assim depõe: Até os prisioneiros mais afeitos a esses horrores sentiram enorme tristeza quando perceberam que os SS iam tirar um por um os pequenos judeus e ciganos, reunindo-os em um só rebanho. Os meninos choravam e gritavam, tentavam freneticamente voltar para os braços dos pais ou dos protetores que tinham encontrado entre os prisioneiros, mas envolvidos por um círculo de fuzis e metralhadoras, foram levados para fora do campo e enviado para Auschwitz, onde morreriam nas câmaras de gás.

No campo de concentração nem todos eram enviados à câmara de gás, muitos iam para os trabalhos forçados. No capo estas eram as condições: No setor cigano erguiam-se grandes cabanas com uma abertura à frente e outra atrás. Serviam como portas. Nos compartimentos internos achavam lugar a uma única mesa grande cinco ou seis pessoas. As condições higiênicas eram desastrosas quase não havia instalações sanitárias… Parecia um estábulo para cavalos, sem janelas… Os prisioneiros se moviam em meio a seus próprios dejetos até os calcanhares.

Respondendo a uma observação, por insuficiência de calorias, um oficial comentou: Mas no fundo são apenas ciganos! Quem mais sofria eram as crianças… Como depôs alguém: As crianças eram pele e ossos. A pele, em conseqüência, se enchia de feridas infecciosas. Por causa da falta d’água, as crianças chegaram a beber água servida; nas poucas vezes em que os cobertores eram lavados, vinham de volta para a enfermaria ainda molhados.

As crianças sofriam de estomatite cancrenosa… parecia lepra…seus corpinhos iam se desfazendo, bocas espantosas se abriam nas faces, e lá dentro se podia observar a lenta putrefação da carne viva. Só no campo de Aushwitz, os ciganos regularmente matriculados foram 20.933, incluindo 360 crianças nascidas no campo de concentração, e que viveram o bastante para receberem número de matrícula. A estes se devem somar mais de 1.700 ciganos mandados para a câmara de gás, assim que chegaram da Polônia em março de 1943, e que nem tinham recebido ainda o número de matrícula. Durante uma simulação de ataque aéreo noturno, foram todos mandados à câmara de gás, por suspeita de serem portadores de tifo.

Aos 29 de maio de 1943, 102 ciganos foram arrastados para fora de suas instalações e levados para a câmara de gás.

Esses testemunhos, que poderiam se multiplicar quase no infinito, culminariam no massacre final, narrado por quem assistiu à matança de quatro mil ciganos, no começo de agosto de 1944: A sirena anunciou um princípio de um rigoroso toque de recolher. Os caminhões chegaram por volta das 20 h. Os ciganos tinham previsto o que estava para acontecer, mas os alemães fizeram de tudo para confundir as idéias: ao saírem dos acampamentos, os ciganos recebiam uma ração de pão e salame, e muitos assim acreditaram que se trataria simplesmente de transferência para outro campo.

Podíamos ouvir, quando os últimos e horríveis instantes, irromperam no acampamento e se lançaram contra mulheres e crianças e anciãos, alemães armados e auxiliados por cães. De repente o ar foi rasgado pelos gritos de um garoto que em theco suplicava: Eu lhe peço, senhor SS, me deixe viver! A única resposta que teve foram os golpes de cassetete. Por fim, foram todos jogados, em montes, no caminhão e levados ao crematório. Houve ainda quem tentasse resistir, invocando a nacionalidade alemã (Kraus e Kulka).

Houve cenas de cortar o coração: mulheres e crianças se ajoelharam diante de Mengele e Borger, gritando; Piedade! Tenha piedade de nós! Em vão. Foram abatidos a coronhadas, pisados, arrastados ao caminhão, levados à força. Foi uma noite horrível, alucinante. Na carroceria foram jogados os que também já tinham morrido sob os golpes da clava . Os caminhões chegaram ao bloco dos órgãos por volta de 22h30min e ao isolamento por volta de 23hs. Os SS e quatro prisioneiros levaram para fora os enfermos, mas também 25 mulheres em perfeita saúde, isoladas com os respectivos filhos (Aldesberger, p.112-13).

Por volta de 23hs chegaram outros caminhões diante do hospital, num só caminhão colocaram cerca de 50 a 60 presos e foi assim que chegaram até a câmara de gás. Ouvi os gritos até altas horas da madrugada, e compreendi que alguns tentavam opor resistência. Os ciganos protestavam, gritando e lutando até a madrugada… Tentavam vender a vida a um alto preço (Dromonski, no processo por Auscwitz).

Depois, Gober e outros percorreram os quartos um por um tirando dali as crianças que tinham se escondido. Os menores foram arrastados até os pés de Boger, que os agarrava pela perna e os jogava contra a parede…Vi esse gesto se repetindo-se umas cinco, seis e sete vezes(Langhein).

A certa altura aproximou-se de mim um oficial SS e mandou que escrevesse uma carta que tinha por assunto tratamento especial executado. Ele mesmo arrancou violentamente a carta da máquina, assim que terminei de datilografá-la. Quando se fez dia no acampamento, não havia de pé um só cigano (Testemunho Stenber-Longhein, 1965).

As estimativas mais próximas falam de ao menos meio milhão de ciganos mortos e cerca de 6 milhões de judeus. Sabemos que esses dados são inferiores às cifras reais, pois muitos foram mortos antes mesmo de serem matriculados.

Artigo de Oswaldo Macedo (Taro Caló), presidente de honra do centro de Estudos ciganos. Médico, foi professor de medicina na Sorbonne, tem formação beneditina e foi indicado para a Academia Internacional de Letras(RJ).

Em seu livro Alemanha e Genocídio, o historiador Joseph Billig distingue três tipos de genocídio: por eliminação da capacidade de procriar, por deportação e por extermínio. No hospital de Dusseldorf-Lierenfeld foram esterilizadas ciganas casadas com não-ciganos, algumas das quais morreram por estarem grávidas. Em Ravensbruck os médicos da SS esterilizaram 120 meninas ciganas.

Um exemplo do segundo tipo de genocídio foi a deportação de 5 mil ciganos da Alemanha para o gueto de Lodz, na Polônia. As condições de vida eram ali tão desumanas que ninguém sobreviveu.

Mas o método preferido dos nazistas era o extermínio. A decisão de exterminar os ciganos, ao que parece, foi tomada na primavera de 1941, quando se criaram os Einsatzgruppen ou pelotões de execução.

Povo antigo, porém prolífico e cheio de vitalidade, os ciganos tentaram resistir à morte, mas a crueldade e o poderio de seus inimigos prevaleceram à sua coragem. O amor à música serviu-lhes por vezes de consolo no martírio. Famintos e cobertos de piolhos, eles se juntavam diante dos hediondos barracões de Auschwitz para tocar música, encorajando as crianças a dançar. Há testemunhas da coragem dos ciganos que militaram na Resistência polonesa, na região de Nieswiez. Segundo elas, os combatentes ciganos se lançavam sobre o inimigo fortemente armado empunhando apenas uma faca. São decorridos 40 anos desde o genocídio dos ciganos. Já é tempo de denunciar esse crime abominável. Estas linhas pretendem tão somente evocar terrível injustiça cometida contra os ciganos.

Texto de Myriam Novitch, diretora do Museu dos Combatentes dos Guetos, fundado no Kibutz Lohamel Haghetaot por um grupo de sobreviventes do Gueto de Varsóvia.

SER CIGANO

Ser Cigano é respeitar a liberdade, a natureza e acima de tudo a vida

É viver e deixar viver

É ter a lucidez de saber esperar

É não esgotar todos os recursos

É preferir morrer com honra, do que viver desonrado

É ter como lema ser feliz

É agradecer as pequeninas coisas da vida

É dignificar seus velhos

É glorificar suas crianças

É respeitar os povos e as coisas que se desconhece

É nunca contestar a Justiça Divina

É acima de tudo amar e respeitar Deus e Seu filho

Jesus Cristo, nosso grande Mensageiro.

Rorarni / Mirian Stanescon

CIGANOS

A história dos ciganos pode ser dividida em três partes: a origem, a dispersão e a situação atual. Como, porém, em uma parte posterior deste trabalho será aprofundado o item situação atual, não cabe neste capítulo relativo à história abordar esses dados. Serão apresentadas, então, as questões ligadas a sua origem até a chegada ao Brasil.

Os ciganos fazem parte de uma etnia de cultura própria, rica, já que por variadas razões encontram-se dispersos por todo o mundo, tendo passado, em suas andanças, por diferentes países, legando e enriquecendo a sua cultura. Uma pequena parcela, hoje em dia, ainda é nômade, mas a maioria, como no caso dos ciganos do Rio de Janeiro, é seminômade e sedentária.

Segundo Arthur R. Ivatts, sociólogo, educador britânico e assessor da Comissão Consultiva para a Educação dos Ciganos e Outros Nômades, a concentração maior desse povo fica na Europa, ou seja, da população mundial cigana, mais ou menos a metade é residente na Europa, sendo que dois terços na Europa Oriental, e, parte reside ainda, no norte e no sul da África, no Egito, na Argélia e no Sudão. Nas Américas, o contingente está distribuído dos Estados Unidos à Argentina, tendo uma maior concentração no território brasileiro.

Devido ao modo de vida cigano, é difícil calcular o número exato deles, mas, segundo Ivatts, em 1975, sem contar com a Índia e o sudeste asiático, os ciganos eram, em média, cerca de sete a oito milhões em todo o mundo.

Antes de desenvolver o tema, é preciso deixar claro que o termo cigano é genérico, assim como índio, ou seja, dentro dessa etnia existem subdivisões e, nelas, existem famílias que fazem das tradições uma cultura própria de acordo com o subgrupo ao qual pertencem. No Brasil, mais particularmente no Rio de Janeiro, existem dois grandes grupos de ciganos: o Rom e o Calom.

O grupo Rom é mais disperso, pois, devido a sua origem extra-Ibérica, é encontrado no mundo todo, da União Soviética à Argentina. São os considerados ciganos autênticos e tradicionais. No Rio de Janeiro, foram contactadas famílias de três grupos rons: o Kalderash, o Khorakhanè e o Ragare.

Os nomes dos subgrupos são apresentados por força de uma profissão própria e predominante na família através dos tempos, como os kalderashès (ferreiros, caldeireiros, produtores de panelas, parafusos, utensílios, chaves, pregos, ferramentas, selas, cintos e outros objetos de couro). Alguns são exibidores de feras amestradas, os circenses (lovares) e (manushes). Outros ainda, que eram antigos negociantes de cavalos, atualmente, negociam com carros, sendo também exímios comerciantes, mecânicos e lanterneiros, como os ciganos do grupo Calom. Há também os que vendem ouro, jóias, roupas, tapetes, que são os mercadores ambulantes ou feirantes.

Os ciganos do grupo Calom situam-se, na Espanha — particularmente em Andaluzia, onde existe a maior concentração de calons — em Portugal, na África do Norte e no sul da França, são os chamados ciganos Ibéricos. Há muitos anos, alguns desse grupo foram deportados ou emigraram para as Américas, existindo, assim, uma grande parte desses ciganos no Brasil.

Diferenciam-se dos rons ( Romá) pelo aspecto físico, dialeto e costumes. Sua maioria encontra-se nômade, principalmente no Norte e Nordeste, mas uma grande parte já está totalmente sedentarizada, principalmente no Rio de Janeiro. Muitos exercem profissões ligadas à justiça: juízes, promotores, advogados, oficiais de justiça e policiais.

Os grupos e os subgrupos serão conhecidos minuciosamente no decorrer deste trabalho, mas, para finalizar essa visão histórica, é importante mencionar que o termo rom significa cigano para qualquer cigano, pois calom, como são conhecidos os ciganos Ibéricos, é o dialeto utilizado por estes desde a época da repressão na Espanha e em Portugal. O Romanês ou Romani, língua mundial cigana, traz a palavra rom significando homem, cigano e marido.

Oração à Santa Sara Kali:

Minha Mãe e querida Sara Kali, que em vida atravessaste os mares e com vossa fé levaste à vida novamente todos que contigo estavam;

Vós que Divina e Santa és amada e cultuada por todos nós, mãe de todos ciganos e do nosso Povo

Senhora do amor e da misericórdia

Protetora dos Rom

Vós que conhecestes o preconceito e a diferença

Vós que conhecestes a maldade muitas vezes dentro do coração humano

Olhai por nós

Derramai sobre vossos filhos, vosso amor vossa Luz e vossa paz

Dái-nos vossa proteção para que nossos caminhos

Sejam repletos de prosperidade e saúde

Carrega-nos com vossas mãos e protegei nossa liberdade, nossas famílias e colocai no homem mais fraternidade

Derramai vossa Luz nas vossas filhas, para que possam gerar a continuação livre do nosso povo

Olhai por nós em nossos momentos de dificuldade e sofrimento, acalmai nossos corações nos momentos de fúria, guardai-nos do mau e dos nossos inimigos, derramai em nossas cabeças vossa Paz para que em paz possamos viver abençoai-nos com Teu amor

Santa Sara Kali, que ao Pai celestial possas levar nossas orações e abrandar nossos caminhos

Que Vossa Luz possa sempre aumentar em Teu

Amor, misericórdia e no Pai

E que asssim sejas louvada para todo o Sempre.

Oração recebida por Nelson Pires Filho em mensagem de nosso querido e amado Cigano Sr Pablo Ramirez.

Extraída do Livro CIGANOS- ROM um povo sem fronteiras!

Ed. Madras

Autor: Nelson Pires Filho

Tradução para o idioma Romani(ou romanez):

Oração a Santa Sara Kali:

Morri Dei Santa Sara

Que andro traio naclin e moria

Tiro patiamos tsodian o traio nevo

As le manuchi que tussa sas

Tu que san Deulicani

Kai sa amem camasto

Dei as le Romeng

Dei lachi Kai ertis

Kai les sama le Romen

Tu kai janes so amem nacas

Tu kai janes o nassulimos but data ândre

Andar ando ilo le manuchesco

Dik pe amende

Chude pe tire chavê , tiro lusso, dragussuime

Le amem sama ai amare droma, te aven bárrtalê

Ai sativeste

Ninguer amem tche vastessa ai droma putarde

Amare familía , ai tso ando manuchi mai draguestosso

Te avel

Chude tiro lusso, ande tire cheia, te chai aven lê chave,

Ande pesco traio

Dik pe amende, ando nassulimos, le sama amaro ilô

Le chassuria

Le rrolharico, le sama nassulimos e catar amarê dusmaia

Ai chude pe amaro chêro tiro bragossuimos

Sara Kali, amaro Dat Baro chai ningueras amaro

rudimos ai putrel amare droma

que tiro lusso bariol ando Del

Ai te aves Bari mascar amende sorro traio.

Oração recebida por Nelson Pires Filho em mensagem

de nosso querido e amado Cigano Sr Pablo Ramirez.

Extraída do Livro CIGANOS-

ROM um povo sem fronteiras!

Ed. Madras

Autor: Nelson Pires Filho

TÊ AVEN BÁRRTALÊ AY SASTIVÊSTE

                                                     Orações Ciganas

ORAÇÃO DOS QUATRO ELEMENTOS
Faço meus apelos nesta oração, com muita fé e amor, a querida Santa Sara Kali, protetora do Povo Cigano, a Rainha Cigana do Povo do Oriente e a todos os benditos espíritos de luz no templo da tribo cósmica.
Peço com toda a força do meu coração aos nossos protetores, que a energia poderosa da natureza representada pelos quatro elementos (fogo, água, ar e terra) tome conta da nossa casa, do nosso trabalho, do nosso corpo, da nossa mente, de nossas emoções e anseios.
Cubram-nos com grande proteção e nos abençoe.
Que o fogo seja a demonstração viva do amor, da união, do calor humano e da harmonia que deve nos ligar por toda nossa existência.
Que a água, fonte cristalina de bênçãos, lave e limpe nossas vidas e nos livre de toda carga negativa que possa interferir em nosso comportamento e atitudes para conosco mesmos e nossos semelhantes.
Que o ar nos traga o sopro mágico da vida e renove a cada dia as nossas energias físicas e a nossa saúde.
Que a terra seja o nosso símbolo de prosperidade, renovando-se sempre, para que possamos semear e colher todos os seus frutos benditos para nossa tranqüila sobrevivência.
Salve a magia, a forca e a Luz do Povo Cigano!

ORAÇÃO CIGANA DA UNIÃO E DA AMIZADE
“Senhor, Deus da União, volte para nós, aqui reunidos, a graça do teu olhar de Bondade e de Amor, fortalecendo a amizade e o espírito de união que nos faz todos membros de uma mesma família de irmãos.
Derrama sobre nós a tua bênção e a tua proteção, para que, iluminados pela tua grandeza, possamos fazer jus às promessas de Cristo, o maior de todos os Irmãos e aquele que nos uniu definitivamente, Amém!”

ORAÇÃO CIGANA
Deus está em toda parte ao mesmo tempo, ao seu redor e dentro de você.
Você jamais estará desamparado e nunca está só.
Não permita que a mágoa o perturbe.
Procure manter-se calmo para ouvir a voz silenciosa de Deus, que está em você, assim poderá superar todas as dificuldades que aparecerem em seu caminho e há de descobrir a verdade que existe em todas as coisas e pessoas.

ORAÇÃO DE UM CIGANO
Oh! Poderoso Grande Rei Cigano.
Que nessa hora venho saudar.
Saúdo as forças das estrelas. Saúdo as ondas
do mar. Saúdo toda as tribos ciganas
que nessa hora estou à invocar.
Pedindo licença ao teu povo para trabalhar.
Saúdo as montanhas, os vales, as gotas de orvalho,as areias.
Teu povo dança feliz invocando a vida e a beleza.
Em suas músicas há a graça do bailar livre em liberdade a sonhar.
Teus tesouros são infinitos por que nem um preço
pode pagar o valor da liberdade dos pés descalços a caminhar.
Tuas jóias tem o brilho mais caro.
Teus homens ciganos põem a mão ao peito para seu talismã esquentar.
Tuas mulheres abanam seus leques para os maus espíritos afugentar.
Tuas fogueiras possuem as salamandras mais altas
que nos olhos de teu povo sabe brilhar.
Aquece-nos agora oh! Grande Rei
para que essa oração não possa acabar.
Enquanto um cigano olhando ao céu orar.
Amém.

ORAÇÃO PARA UM CIGANO
Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso,
és a força de um grupo cigano, és poder.
Com teu violino encantas a Lua Cheia.
Com teu sapateado ajudas a Mãe-Terra a sentir teu lamento cigano e sentes na relva a energia mais profunda da Natureza.
Ao olhar a fogueira decifras o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.
Cigano, és homem forte e seguro do que queres.
Cigano, és amor, carinho, ternura e paixão ardente.
Cigano, pareces árvore frondosa de tronco grosso, a proteger-nos das falsidades desta vida terrena.
Ao olhar para o infinito, possa eu sentir a tua energia.
Cigano, ao olhar a chuva caindo na relva, possa eu sentir-te lavando-me das impurezas deste mundo;e ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir-te a dizer-me: “Estou te protegendo”.

PRECE AO CIGANO WLADIMIR
Ó glorioso e poderoso cigano Wladimir, neste instante,
é com o meu coração cheio da mais profunda fé,
que me dirijo ao teu luminoso espírito,
que tem poder e forças entre todas as entidades ciganas que hoje,
como estrelas brilhando no infinito,
são entidades que por misericórdia nos assistem em nossas aflições.
Em particular a ti, peço, querido cigano Wladimir, que me ampares,
com teu coração bondoso, jamais deixando que eu venha a cair
sob o impulso das provas desta vida;
protege meu corpo, livrando-o das doenças;
protege o meu coração,
não deixando nunca que nele se abrigue o ódio;
protege minha mente, para que ela seja sempre abrigo
de pensamentos positivos e de força;
protege a minha família,
protege o meu caminho, livrando-me dos inimigos,
da terra e do espaço.
Por todo o bem que sei que fazes sempre,
por todos aqueles que depositam fé incondicional em ti,
é que peço à Santa Sara, a Padroeira Universal dos Ciganos,
que encha teu espírito de Força, Luz e Poder,
para que estejas sempre pronto a atender aos teus filhos,
aos teus seguidores…
e a Deus, nosso Pai maior, peço que tome nos braços este filho
tão querido que és e, ao lado dele,
jamais esqueças de nós,
Ó glorioso e bondoso cigano Wladimir.
Amém

ORAÇÃO AOS 7 CIGANOS
Sete Ciganos! Que eu possa olhar a estrada de terra batida, as pedras do caminho e sentir vossas presenças.
Quando me sentir só que eu possa olhar para as árvores da estrada e sentir através de leve aragem as vossas forças. Que na minha tristeza eu escute o som do violino cigano, através do canto dos pássaros que se torne impossível eu ficar impassível porque é a vossa música dizendo que estais junto de mim. Que eu possa ir as montanhas e campos e descubra a beleza da natureza e sinta o maravilhoso poder de Deus se fazendo presente. Que eu possa deixar o orgulho, a tristeza, as decepções e obstáculos na terra, pois nada mais existe perante toda essa festa de cores, toda essa luminosidade que vem do arco-íris e representa as irradiações dos sete ciganos.
Que eu me sinta purificada neste ritual de cores e beleza.
Feliz e vitoriosa com a presença dos 7 ciganos na minha estrada.
Que assim seja!

ORAÇÃO CIGANA PARA REALIZAÇÃO DE SEUS PROPÓSITOS
Salve a natureza! Salve o círculo mágico azul que me envolve!
Eu sou feliz e rico, eu tenho o hoje e o amanhã! Tenho o meu futuro pela frente!
A saúde tomou conta de meu corpo! Obrigado por tudo de bom que vós me destes e continuarás dando!
Porque eu posso, eu quero, eu mereço, eu vou conseguir através da lua Cigana, e dos mentores Ciganos, eu realizarei todos os meus sonhos. Por que querer é poder e eu posso!
Salve Santa Sara Kali! Que sempre ilumine o meu caminho, afastando os inimigos da minha estrada, que os olhos deles não cheguem até os meus e que seus passos não cruzem o meu caminho.
Que assim seja e assim se faça!

ORAÇÃO PARA O POVO CIGANO
Ó meu povo cigano, te entrego a minha vida para que faça dela o melhor assim como vocês fizeram em suas vidas passadas, a grande luta para o bem , te entrego a minha vida e faça dela sempre um escudo e verdade que ninguém se aproxime de mim com intenções que nao são dignas de minha pessoa, que nenhum mal visível ou invisível possa chegar até a mim , não permita que nada nem ninguém consiga me enxergar para fazer o mal, feche meu corpo , dai-me a intuição e a sabedoria necessária porque eu possa ajudar meu povo que a minha vierem me procurar, não deixe nunca que eles voltem de onde vieram sem a sua ajuda, permita meus ciganos que todos que de mim se aproximarem com más intenções apenas faça de meu corpo um espelho para que possa refletir nesta pessoa todo mal que me deseja , e seja sempre o caminho aberto e a estrada ampla , reta e limpa de minha vida , confio em vocês. Quero paz e calma para poder trabalhar hoje. E sempre quero e me orgulho de ter vocês. Namastê. Gracias …

ORAÇÃO PARA O POVO DO ORIENTE
Salve ó Bandeira Branca, Salve São João Batista, Salve estrela de David, e seus seis lados, Mestre Jesus, Buda, Santa. Maria Madalena, Santa Sara Kali, São Lázaro, arcanjos, serafins, querubins, anjos protetores nos auxiliem neste momento, nesta corrente de luz, rogai ao Arquiteto do universo, a Alá, em nosso favor e, levai nossos pedidos para que eles sejam aceitos.
São Miguel, São Rafael, São Gabriel, Baltazar, Melchior, Gaspar, Reis do Oriente, venham nos ajudar forças egípcias, chinesas, indianas, árabes, ciganos, beduínos, videntes, profetas, magia de ponto, de pó, astrologia, pura manifestação das almas batizadas em águas sagradas.
Salve o Povo do Oriente!
Salve os quatro cantos do mundo!
Guerreiros, reis, príncipes, Santos e Santas do bem, doutores de branco, doutores da lei, mandamentos sagrados, sangue, suor, vitória de homens coroados.
Baptista é quem nos comanda, fonte de pura energia, pirâmides preciosas, rosas brancas no deserto, luz em nossas vidas, amparo de almas, linha branca bendita.
Assim seja!!!!

Tu que és a única santa cigana do mundo.

Tu que sofrestes todas as formas de humilhação e preconceitos.

Tu que fostes amendrontada e jogada ao mar, para que morresses de sede e de fome.

Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração.

Não Permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem.

Que Tu sejas minha advogada perante Deus.

Que Tu me concedas sorte, saúde e que me abençoe e os quais eu amo.

Faça, Deus, que eu seja forte, rico(a) e tenha saúde.

Faça, Deus, que eu saia em paz em todos os meus empreendimentos.

Faça, Deus, que eu seja inteligente.

Faça, Deus, que tudo corra bem em minha vida.

Faça, Deus, que eu saiba perdoar.

Perdoa-me, Deus, todos os meus erros.

Que Deus me abençoe e me cuide.

Beijo Teu coração, meu Senhor.

Deus abençoe todos os ciganos e não-ciganos do mundo.

E que assim seja para todo o sempre. Amém.

http://www.ogrupo.org.br/alquimia.asp?c=3

A Arte Cigana

A divinação e a profecia têm sido há muito consideradas um domínio especial dos ciganos, um povo nômade cujo folclore está repleto de lendas sobre poderes secretos e ritos mágicos. E assim como as artes milenares que eles praticam, a origem e o modo de ser ciganos permanecem encobertos pelo mistério, emaranhados em lendas e tradições.

Acredita-se que tenham vivido originalmente na Índia. Mas em algum momento do século IX, eles começaram um lento deslocamento para o oeste. No início do século XV, grandes grupos de pessoas de pele morena, vestidas exoticamente, alegando serem peregrinos religiosos vindos de um país chamado Pequeno Egito, começaram a aparecer na Europa. Esses “egípcios”, ou gypsies, como eles se tornaram conhecidos em língua inglesa, foram de início bem recebidos pelos simpáticos habitantes. Mas algumas tribos errantes logo ganharam má reputação, como pequenos ladrões e trapaceiros sem convicção religiosa. Os ciganos eram, na verdade, profundamente religiosos. Mas suas crenças e práticas estavam fortemente influenciadas pela magia. Considerados autoridades em assuntos ocultistas, aos ciganos foram creditados com freqüência talentos sobrenaturais para além mesmo de suas próprias crenças, e muitos negociaram com avidez seus supostos poderes com habitantes locais. Normalmente, apenas algumas moedas podiam comprar o que fosse: de ervas medicinais para dores a poções do amor e afrodisíacos. Mas foi pela prática das artes da profecia – leitura das cartas do tarô ou da borra do chá, da bola de cristal ou das linhas da mão – que os ciganos se tornaram mais conhecidos.

Os homens ciganos trabalhavam como negociantes de cavalos ou ferreiros; as mulheres prediziam o futuro, freqüentemente nas carroças ou pequenas tendas nas quais viviam. A leitura da mão era o método favorito. E assim permanece até hoje: lojas de quiromancia geridas por ciganos florescem nas cidades e vilas de todo o mundo. E apesar de eventuais queixas de práticas inescrupulosas, os clientes continuam a freqüentá-las para conhecer a sua sorte. Nada parece poder banir a imagem romântica do cigano pensativo, cujos negros olhos penetrantes fitam atentamente as palmas – e, talvez, os futuros – do esperançoso e do curioso.

                                                       

Por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação cruzou os mares a partir de terras Palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de Roma aos primeiros cristãos, um grupo de personagens bíblicos:Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximinio e Sara, uma negra serva das mulheres santas.
Eles foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.
Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Então nasceu a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: Dalto chucar diklô (Te darei um bonito lenço).


Kali, em sânscrito quer dizer negra, e foi acrescentado ao seu nome devido a cor bem morena de sua pele.

Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Ocorre procissão e festejos com banhos no mar. A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado, adornada de flores, jóias e lenços coloridos e levada para as águas do mar. Após o banho de mar, a imagem, volta ao altar onde os que participaram da procissão possam pedir suas graças.
Muitos buscam nos olhos de Santa Sara a obtenção das graças, pois nos olhos de Santa Sara, tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer.

Embora seja uma santa da igreja católica canonizada em 1712, até hoje a própria Igreja omite o seu culto.

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

SANTA SARA KALI A PADROEIRA DOS CIGANOS

O dia de Santa Sara, padroeira dos ciganos, é comemorado em 24 de maio em todo Brasil e na Europa (especialmente na cidade de Saintes Maries de La Mer, no Sul da França). Nesta data, é realizada a grande festa em louvor a Santa Sara. No dia 25 também são homenageadas outras duas santas muito queridas pelos ciganos: Salomé e Jacobina.
Sara está ligada a história das tradições cristãs da idade média e nunca foi canonizada pela igreja católica, restringindo-se a uma santa de culto local.
Não se sabe realmente a razão exata que levou o povo cigano a eleger Santa Sara como sua padroeira, mas é ela que é a mais venerada e é a ela que levam os seus pedidos e súplicas.
Há duas lendas que envolvem Sara. Uma delas conta que ela fazia parte dos grupos de cristãos que fugiram da perseguição de Roma e atravessaram os mares em uma embarcação saindo da Palestina. Sara era uma serva, de pele cor de azeitona, que acompanhava os cristãos desta embarcação, onde estavam Maria mãe de Jesus, Maria Salomé, Jacobina, Salomé, Tiago, João, Lázaro entre outros. Dizem que esta embarcação se aportou numa ilha pequena há alguns quilômetros a leste do Pétit-Rhône, onde hoje é a pequena cidade Saintes Maries de La Mer, na região da Provença. Santa Sara foi a primeira a ser convertida ao cristianismo ao ter morrido a serviço de suas companheiras de viagem.
Já uma outra versão afirma que Sara já habitava a Camargue quando os cristãos lá chegaram, e que ela ofereceu ajuda a eles.
Os ciganos vêm de toda a Europa e Oriente para esta grande festa do dia 24 de maio. Muitos chegam de carros-reboque, outros em suas carroças bem coloridas, outros de automóveis luxuosos ou em suas caminhonetes. A pequena cidade do litoral da França se torna movimentada e alegre com a chegada dos visitantes. Neste dia os ciganos se encontram e matam as saudades de seus amigos e parentes, comemorando com muita música, dança, comidas e bebidas esta linda festa que se inicia no dia 23 de maio e que segue noite adentro até a madrugada do dia 24.
Há então uma procissão às 15 horas do dia 24, onde a imagem da santa é colocada em um andor e sai da cripta onde se encontra. Neste local ficam todos os pedidos e é ali que são feitas as orações. Da cripta ela é carregada por oito ciganos até as areias da praia. Uma grande multidão segue a procissão, inclusive os padres católicos, que acompanham a santa entoando os seus cânticos religiosos que se misturam com a música dos ciganos e o bater de palmas dos seguidores de Sara.Os cavaleiros da Ordem de São Jorge a protegem dos fanáticos e vândalos. No momento em que chegam à praia e entram com Sara nas águas do mar se faz total silêncio. Levada ao alto, Sara parece viva a contemplar o mar e a sentir o vento em sua face!

Santa Sara Kali, a cigana escrava que venceu os mares com sua fé.
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem previsões.
Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Até então, Sara retira seu diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem, ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit- Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer, no Sul da França. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Suas histórias e milagres a fez Padroeira Universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo o livro oráculo “Lilá Romai Cartas Ciganas” (o único escrito por uma cigana), de Miriam Stanescon, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali, a tradição de toda mulher cigana casada, usar um lenço, tornando a peça mais importante do seu vestuário. Quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana, se diz: – Dalto chucar diklô, (Te darei um lindo lenço). Além de trazer saúde, prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos, fazim promessas, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer, fariam uma noite de vigília e depositariam aos seus pés como oferenda, um lenço, o mais bonito que encontrassem. E lá, existem centenas de lenços, como prova que muitas mulheres receberam essa graça.
Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida, é o da fertilidade. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos.Talvez seja esse o motivo das mulheres terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.
Outra lenda diz, que Sara Kali, as três Marias e José Arimatéria, teriam fugido numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado para um mosteiro da antiga Bretanha. A barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margen do Mediterrâneo, que ficou conhecido como Saintes-Maries-de-La-Mer, transformado num grande local de concentração cigana.
O seu dia é comemorado e reverenciado através de uma longa noite de vigília e oração pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de luzes azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança. Cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e do eterno “retorno dos tempos”.
                                                          
O dia de Santa Sara é comemorado em 24 de maio, e no dia 25 de maio homenageia-se as três Marias.
Altar de Santa Sara – Altar é tudo o que vem do alto. Sintoniza energias superiores capazes de nos proteger e materializar nosso desejo de comunicação com a divindade. No altar, coloque: toalha branca, rosas amarelas, cesta de pães, frutas, taça de vinho tinto, vela azul clara, um punhado de arroz cru, moedas douradas, incenso de rosas, cristais e uma imagem de Sta Sara.
Os rituais de invocação a Santa Sara devem ser feitos com a mente livre, coração aberto e com a alma plena de amor. Ela é amiga, conselheira e protetora. Faça uma prece pedindo proteção para sua família, ofereç um pedaço de pão e vinho para todos da casa, para que aproteção esteja presente na vida de todos e que os milagres acontecerão.
Segundo a tradição, quando um milagre é concebido, em sinal de respeito, admiração e gratidão, entrega-se um manto azul claro, em seu altar ou na sua imagem.
Oração de Santa Sara – Tu que és a única Santa cigana no mundo. Tu que sofreste todas as formas de humilhação e preconceito. Tu que fostes jogada no mar, para que morreste de sede e de fome. Tu sabes Santa Sara, o que é a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha dvogada diante de Deus. Que tu me conceda sorte e saúde! Que assim seja!
O manto de Santa Sara – Oferecer um manto a Sta Sara, faz parte do seu culto, em agradecimento a uma graça alcançada, faça um manto e coloque na imagem dela:
– Amarelo e dourado – para qualquer vitória alcançada.
– Azul – para proteção, luz espiritual, poder intuitivo e filhos.
– Branco – paz de espírito, casamento, agradecimentos.
– Lilás – carinho, amor e prosperidade.
– Púrpura – prestígio e vantagens profissionais.
– Rosa – amor, compaixão e maternidade.
– Verde – saúde, bens adquiridos e vitalidade.
Quando Sta Sara morreu, foi feito um manto de ouro, que foi colocado sobre seu corpo quando ela foi devolvida ao mar.
Oráculo de Santa Sara – O jogo das conchas – Um oráculo para obter respostas de “sim” ou “não”. É necessário 12 conchinhas (de praia), sendo 02 auxiliares (de preferência diferenciada das outras), 01 toalha pequena com uma mandala no centro, 01 moeda sobre a toalha e uso de incenso ou velas conforme intuição. Colocar a toalha aberta. Na mão direita, pegar 10 conchinhas, mentalizar a pergunta e desenhar uma estrela de cinco pontas, após esfregar as conchas com as duas mãos e jogar. As conchas que cairem fora da toalha são eliminadas. Se, dentro da mandala, a quantidade de conchas for em nº par, a resposta é “sim”, se for nº ímpar, a resposta é “não”. Ainda se as conchas estiverem voltadas para cima, indicam facilidade, se estiverem para baixo, dificuldade. As 02 conchinhas auxiliares são usadas para questões relacionada a tempo, representado por meses. Portanto para perguntas sobre tempo, jogar as 12 conchinhas e contar os meses a partir do mês presente.
Ritual de Santa Sara – Indicado para fazer no dia de Sta de Sara. Colocar na imagem de Sta Sara, vários lenços, pequenos e coloridos, dobrados em triângulos, comos e fossem mantos. Energizá-los com orações, pedidos e agradecimentos. Após isso, presentear pessoas queridas. Quem receber, irá fazer um pedido, dar um nó ao meio do lenço e guardar. Quando o pedido for realizado, desfazer o nó e guardá-lo.
Novena de Santa Sara para gravidez – Para pedir a Sta Sara, a graça de ser mãe e ser atendida, faça essa novena. É simples e poderosa. Compre um lindo lenço, bem colorido, como usam as ciganas, e amarre-o em volta da imagem ou gravura de Sta Sara, pedindo por um bebê. Durante 09 meses, que é o tempo de uma gestação – faça todos os dias a oração de Sta Sara. Segundo a lenda, a graça poderá ser atendida antes mesmo do fim da novena. Quando o bebê nascer, o lenço passará a aser amarrado no berço até a criança completar um ano. Se for menina, em agradecimento, costuma=se dar o nome de Sara, se menino, nomes dos díscipulos de Cristo, podendo ser usados como segundo nome. Boa Sorte!
Poderosa Oração de Santa Sara – ”Amada Sta Sara! No silêncio da minha alma, dirijo-me a vós e peço com todo amor que perdoe e mim e aos meus semelhantes que por ventura tenham me causado mal, proposital ou não. Eu os perdôo também, pois sei que é única e verdadeira rainha cigana, que abençoa e ampara a todos, sendo cigano ou não, pois sei que tens muita luz para entender a pequenez humana, e sei que sabe que não somos propriedade de ninguém, inclusive de etnias, sendo um Espírito de muita luz, indo além disso tudo! Qualquer ser humano que se dirija a vós, será abençoado e amparado por vossa luz. Sta Sara nos ampare, abra nossos caminhos espirituais, para que não sejamos vítimas das injustiças e da malidicências. E que não tenhamos inimigos, pois todos nós somo irmãos! E que eu pratique a luz, a devoção a vós, e que nunca aja de forma cruel com meus semelhantes, e que eles não se tornem cruéis, incluindo os que professam a vossa devoção! Pela alegria dos ventos, da lua cheia, do sol que nos ampara, através do fogo divino, pelas águas abençoadas que nos fornece a vida e o alimento pela terra que piso com orgulho de ser sua devota. Recorro a vós pedindo: paz, luz, sorte, saúde, proteção para mim e minha família. Agradeço-te também pela energia de luz que recebo nesse momento em que eu oro e recebo vossa luz que necessito (fazer pedidos). Pelas fitas coloridas, pelas rendas, pelas músicas alegres do povo cigano, dedico essa prece para todos os povos e criaturas da natureza. Que assim seja sempre!”
Oração para realização de seus propósitos – “Salve a natureza! Salve o círculo mágico azul que nos envolve! Eu sou feliz e rica, eu tenho o hoje e o amanhã! Tenho meu futuro pela frente! A saúde tomou conta do meu corpo! Obrigada por tudo de bom que me destes e continua dando. Porque eu posso, eu quero, eu mereço, eu vou conseguir através da luz cigana, dos mentores ciganos, e e realizarei todos os meus sonhos, porque poder é querer, e eu posso. Salve Sta Sara Kali! Que sempre ilumine o meu caminhos afastando os inimigos da minha estrada, que os olhos dele não cheguem até os meus, e que seus passos não cruzem meus caminhos. Que assim seja sempre!E que assim se faça sempre!”
Bênção de Santa Sara – Para que você possa sentir a anergia desta Sta Cigana. Pegue um copo com água filtrada. Esta é uma mentalização para limpeza de seu interior. Uma limpeza no corpo físico e no corpo espiritual. É simples: coloque sua mão direita sobre o copo e repita as evocações:
– Deus Pai, Sta Sara, meu povo cigano, que desça sobre este copo com água, suas energias de anmor, saúde, paz e prosperidade.
– Que Sara Kali, derrame todas as suas bênçãos nesta água, água que é a fonta da vida, é fonte purificadora.
– E ao bebê-la todo o meu corpo físico e meu corpo espiritual sejam purirficados de condensações energéticas negativas, de energias que adoecem a alma e contaminam a mente.
– Que eu seja abençoado(a) e protegido(a) pelo seu amor, minha Sara Kali. Amém!
Beba a água lentamente, sentindo que ela está limpando todo o seu interior. Se você sentir algum desconforto, não se preocupe, pois faz parte dessa limpeza, e será passageiro.
(Essa benção de Sta Sara foi pessada pela Cigana Isabelita na Rádio Mundial-SP) 
A imagem de Santa Sara fica na cripta da Igreja de Saint Michel, em Saints Marie De La Mer, região da Provença, Sul da França, onde seus ossos foram depositados. O epíteto “Kali”, significa “negra!, porque sua tez é escura. Fontes variam se sua canonização aconteceu em 1712. Porém é considerada pela Igreja Católica, Santa de Culto local . Sua imagem é coberta de lenços, seu manto é azul, algumas possuem uma pequena coroa na cabeça, e também é possível encontrá-la em versões branca e negra.  É a protetora da maternidade, dos desesperados, oprimidos e desamparados. Atende todos os pedidos. Assim, todos os anos, na madrugada do dia 24 de maio, milhares de ciganos de todas as regiões da Europa e do Mundo, reunemse na pequena igreja Saint Michel em louvor e homenagem à sua Padroeira. No Brasil, já temos sua imagem, numa gruta ao ar livre, no Parque Garota de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde também são realizadas festas e homenagens à Sta Sara.
                                                    
Consagrando a Imagem de Santa Sara – Para consagrar sua imagem, siga seu coração. Pode-se levá-la ao mar e banhá-la, porém nunca afunde a imagem. Pode-se também perfumá-la com lavanda ou outro perfume de sua preferência. Faça um pequeno altar, coloque a imagem, um vaso com 03 rosas brancas (03 Marias) e acenda uma vela azul clara.
A imagem emana uma energia quase mágica, é como um fio condutor de energia que liga o céu e a terra, nos aproximando ainda mais de tudo aquilo que acreditamos.
Música Santa Sara (Wal Hei):
Sempre ao meu lado ela está
com seus mistérios, sua luz.
Santa Sara, Santa Sara,
Minha vida tu conduz.
Somos filhos do vento,
das estrelas, do luar.
Tua voz, meus sentimentos.
Tua força em meu cantar.
Te pedimos pela figa,
pelo brilho dos cristais.
Estrela de cinco pontas,
meu caminho, sigo em paz.
Escureça como a noite o olhar dos inimigos
A ti peço todo dia que abençoe minha tsara
Santa Sara, me acompanhe,
ilumine o meu cantar,
e palavras de carinho
quero a todos ofertar.
E me afasta do orgulho,
da vaidade, ambição.
Sei que herdarei o mundo,
dando a ti meu coração.
Santa Sara, me acompanhe,
ilumine meu pensar,
e palavras de carinho
quero a todos ofertar.
Manjar de Sara Kali – Esse manjar é servido durante a slava de Sta Sara no dia 24 de maio, ou nas festas ciganas em sua reverência.
Ingredientes: 01 garrafinha pequena de leite de côco, 01 xícara de açúcar, fava de baunilha à gosto, 03 colheres de amido de milho, 150gr de côco ralado, ameixas em calda, clara de 03 ovos, raspas limão.
Modo de fazer: Misturo tudo e leve ao fogo brando para cozinhar até que se forme um mingau. Coloque numa fôrma e leve para geladeira até endurecer. Depois desenforme. Bata as claras em neve, acrescentando açúcar, a calda da ameixa e as raspas de limão. cubra o manjar e leve ao fôrno rapidamente para dourar. Pronto para Servir.
Para oferenda, cubra o manjar com pétalas de rosas brancas e leve-o ao mar. Pode ser também recheados de pedidos. Acendas 03 velas, para Sta Sara, Maria Salomé e Maria Jacobé.
                                                  
Ritual de Santa Sara para o Amor – Santa Sara pode nos trazer amor, proteger os relacionamentos afetivos e favorecer as uniões e alianças sentimentais. Você poderá fazer este ritual para qualquer dificuldade que esteja sendo enfrentada em sua vida amorosa; seja para o fortalecimento de um relacionamento ou até mesmo para o encontrar um verdadeiro amor. Este ritual deverá ser feito durante três dias consecutivos, em fase de Lua Cheia. Procure criar uma corrente de proteção realizando este ritual no mesmo horário, todos os dias. Num prato branco, coloque duas velas azul-claras. Em volta delas, acrescente em forma de círculo um pouco de mel e ao lado não deixe de colocar um vaso com flores amarelas e uma vareta de incenso de rosas. Acenda as velas e o incenso e faça uma oração à Santa Sara mentalizando seus pedidos. As velas e o incenso deverão queimar sem interrupções até o final. As sobras do ritual deverão ser entregues num local onde haja natureza, pode ser num jardim ou praça.
Oração à Santa Sara
Abençoada Senhora
Protetora dos caminhantes, conduza- nos com sua luz na segurança de nossos passos.
Assim como os anjos celestiais a conduziram, rogamos sua proteção em nossos caminhos por esta vida. Senhora Sta Sara, somos todos ciganos em busca de um campo plano e virtuoso onde possamos fincar nossas famílias. Que hoje, nossa alma se alegre e festeje na sua graça e bondade, e todas as cores de céu, enfeitem a nossa vida na certeza de dias claros e serenos. Salve Sta Sara Kali.
                                                        
Oração Ritualística à Santa Sara
Estrela Azul de D’Arma, pelos sagrados símbolos do triângulo e da cruz, eu (dizer seu nome), nascido(a) no dia (data de nascimento),protegido(a) por Sta Sara, peço ao povo cigano, (mentalizar a energia que o acompanha), que traga para mim (pedidos, nunca pessoas), em nome de Sta Sara e do Mestre dos Mestres, Jesus, o Cristo. Que assim seja para todo o sempre!
No Brasil, no Rio de J aneiro existe um altar muito lindo dentro de uma caverna, da qual todos os dias 24 dos meses, todos os ciganos costumam se reunirem. Fica no posto 07, na Praia de Copacabana, próximo ao Arpoador. Na última vez da qual eu fui, tive o imenso prazer de conhecer pessoalmente a Mirian Stecon, grande representante dessa nossa cultura e que pessoa tão humilde e agradável!

DEZ COISAS QUE O TEU TARÓLOGO NÃO TE DIZ



1. Eu não sei se a consulta lhe será útil. Espero que ela seja, mas mesmo quando temos uma compreensão clara do que estamos perguntando e eu tenho uma compreensão clara das cartas, elas podem não ser muito úteis e podem dizer apenas o que você já sabe.
2. Eu nem sempre tenho visões. Tarólogos nem sempre são videntes, assim como videntes nem sempre são tarólogos. Ocasionalmente tenho intuições e informações mediúnicas em uma consulta, mas não conte com isso porque elas acontecem aleatoriamente.
3. Eu não sei ler pensamentos. Eu não posso ler sua mente, então se você quer saber o que as cartas dizem sobre uma determinada situação, você deve me contar essa situação. Se você esconder uma informação crucial porque quer testar meus poderes, você poderá não obter a informação importante de que precisa. Isso ocorre porque a mensagem das cartas é filtrada através da minha própria consciência, e eu não posso falar sobre algo que eu não sei.
4. Eu quero que você faça perguntas sobre sua consulta. Eu prefiro que meus clientes estejam ativamente envolvidos na consulta. Sei que às vezes uma consulta parece que é uma simples troca em que você paga por uma leitura de tarô e eu a entrego – mas uma consulta de tarô não é como comprar um bolo em uma padaria: é sobre você e sua vida, e está mais para encomendar uma roupa sob medida e tê-la personalizada para você. Eu quero ter a sua participação durante todo o processo, e ouvir o seu feedback.
5. Você não pode fazer o que eu faço. Um tarólogo investe tempo, dinheiro e energia no estudo do tarô e no aperfeiçoamento de suas habilidades e técnicas. Eu não fico apenas recitando os significados das cartas escritos em um livro, pois certamente qualquer um pode fazer isso. Eu uso meus talentos e dons na leitura das cartas. Todo mundo pode cantar, mas isso não significa que todo mundo deve ir aos ídolos. Há uma razão pela qual sou pago por aquilo que faço. Mesmo que você leia bem o tarô para si mesmo, eu coloco objetividade e minha própria visão intuitiva na sua consulta – algo que você não consegue fazer sozinho.
6. Eu odeio quando as pessoas pedem consultas de graça. Eu sou um profissional e não estou sempre no horário de expediente. Eu mereço o mesmo respeito que você daria a qualquer outro profissional. Claro que temos amigos em várias profissões e podemos pedir a opinião profissional deles em diversos assuntos, isso é normal. Mas se você não pediria a um amigo médico para lhe consultar de graça, não me peça uma consulta de graça. Se eu oferecer uma consulta de graça, tudo bem – mas meus serviços geralmente são pagos.
7. Se eu não anunciar outros serviçosnão espere que eu os forneça. Alguns tarólogos também têm habilidades em outras áreas, como astrologia, numerologia, reiki, etc. Mas um tarólogo não tem necessariamente conhecimento de outras práticas. Então, se você já chegar à consulta dando suas informações astrológicas ou numerológicas, seu tarólogo pode não saber o que fazer com elas.
8. Eu posso cometer erros. As cartas contam uma história e eu faço o meu melhor para aproveitar cada informação que se possa obter delas, mas eu sou humano e posso não perceber alguma coisa. Assim, me sinto mal quando uma situação se desenrola de uma forma que as cartas apontaram, mas que eu não percebi. Eu queria ter visto. Às vezes, as cartas não avisam sobre algo que acontece assim mesmo. Isso não é culpa minha. O tarô não é perfeito. É como quando na previsão do tempo uma tempestade surge do nada. Eu não sou perfeito. Eu posso não entender certas coisas. Eu cometo erros.
9. Eu não vou espionar os outros. Não me peça para ler as cartas sobre os seus vizinhos, seu primo ou “a outra mulher”. Não é que eu não possa ler sobre estas pessoas, pois eu posso. Mas qual será o benefício para você? Como você vai saber se o que estou dizendo é verdade? E como essas informações ajudarão você a decidir o que fazer em sua própria vida? Espere que a sua consulta foque em você, ajudando-o a assumir o controle de sua própria vida através de confirmações, afirmações e sugestões positivas para mudanças.
10. Não se apóie em mim, pois eu não sou sua muleta. Se você começar a me consultar para qualquer coisa, eu vou começar a me recusar a ler as cartas para você. O propósito da leitura de tarô é fazer você entrar em contato com sua própria intuição e com seu inconsciente, e dar-lhe ferramentas para fazer suas próprias escolhas. O tarô é uma maneira poderosa de limpar a confusão mental e emocional e de dar clareza, mas ele não toma decisões por você. Se você começar a sentir que precisa de uma consulta para praticamente tudo, isso não é saudável e eu vou me recusar a ler as cartas para você por certo tempo.
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CUIDADO COM OS CHARLATÃES

                                

É certo que, na atualidade, há maneiras das mais variadas de se buscar respostas e orientação espiritual. Essas não se encontram apenas nos livros ou apenas em templos espirituais. A TV e a Internet têm sido um canal de busca para isso. Aos borbotões, informações variadas e muitas das vezes levianas conduzem à confusão, por seu conteúdo incompleto: gerador de interpretações errôneas.Verdadeiras arapucas armadas e consagradas por indivíduos sem base sólida para aconselhar ou orientar espiritualmente.Em atendimentos, são freqüentes os relatos de consulentes que mencionam o fato de terem sido envolvidos por falsas promessas vinculadas pela rede. Sendo assim, parte-se para “consertar” os erros cometidos pela leviandade de profissionais inexperientes e pouco preocupados com a integridade espiritual de seus consulentes, bem como com a “ética divina”. Aliada a isso a imagem do “sensitivo” (seja-lá-que–nome-dão) na mídia transparece caricaturizada: adornado em seu manto luminoso, seu turbante e sua bola de cristal. Em outros momentos o “boom” dos “videntes” na TV, que realizam suas “previsões” em programas não menos duvidosos.Claro está que “cada um vende seu peixe” como pode e o vendem por valores muitas vezes escorchantes, apoiados na busca intensiva do ser humano por respostas externas i-me-di-a-tas.Sendo assim, o tal “peixe”, cujo odor não tarda em se espalhar, é envolvido no invólucro da mentira e da mistificação. Óbvio que não se deseja julgar o todo pelas partes, pois, ainda se encontram profissionais bem preparados e conscientes no sentido do “trato” com seu consulente, visando seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.Em suma, a busca espiritual por “respostas”, sejam elas quais forem, merece cuidado especial, para que não se caia em armadilhas anunciadas como bacalhau na Semana Santa.

CÓDIGO DE ÉTICA DO ORACULISTA


Antes que venham pe perguntar por que cobro a leitura de oráculos, leia.
Por que um Código de Ética ?As pessoas precisam cada vez mais de confiança em suas relações. Especificamente na relação entre terapeuta e consulente, onde a entrega de suas emoções, anseios e dúvidas se faz de forma tão plena. Em um mundo marcado pela busca da mais valia, onde em todas as atividades humanas existem aqueles que usam de má fé na credulidade alheia, pensando apenas em seus interesses pessoais. Neste contexto, as relações éticas ganham significativa relevância.. Assim, definir quais são os objetivos de um intérprete oracular, e sobretudo mostrar como fazer para alcançar um alto nível moral e técnico são tarefas valiosas. Não são apenas os fins que interessam, mas os meios para alcançá-los.
Os valores

* A humanidade: o respeito ao ser humano, expresso em suas necessidades e anseios.

* A Ética e o respeito as leis – na busca por meios cada vez mais transparentes
* A Objetividade: a solução racional e eficaz dos problemas e suas questões envolvidas.

Código de Ética do intérprete oracular

1. Usar o oráculo, de acordo com seu propósito milenar maior: ser um poderoso instrumento para ajudar o semelhante que busca sua ajuda, na compreensão dos fatos baseados na Lei da Ação-Reação. O que o consultente vivencia hoje é o resultado de decisões e ações pretéritas. O que ele decidir hoje trará resultados futuros.

2. Falar sempre e somente a Verdade: não ocultar o que foi mostrado pelo oráculo, mas usando o bom senso, transmitir a mensagem sob a perspectiva das crenças positivas diante dos desafios. O oráculo é um instrumento para expandir a percepção dos fatos e nunca para limitar a ação do consulente.

3. Manter a fé e a esperança no coração de seu consulente, fazendo-o perceber as possibilidades e alternativas ecológicas diante dos desafios..

4. Ter sempre o senso ecumênico, o qual seja, respeitar todas as crenças e religiões, porque todos os caminhos levam ao mesmo Deus.

5. Acessar o oráculo apenas nos momentos de consultas ou como instrumento de estudo sério, nunca para exibições ou diversões..

6. Compreender que uma consulta não possui tempo de atendimento pré-determinado. Enquanto existir alguma dúvida no consulente, este deve ser orientado.Entretanto focar a consulta nas questões pessoais, necessárias e relevantes no processo de vida do consulente. Quando terminam as dúvidas e começam as curiosidades é o momento de encerrar a consulta.

7. Responder questões sobre a vida do consulente. O oráculo não deve ser usado como meio de invasão da privacidade de pessoas alheias a consulta.

8. Mostrar ao consulente os caminhos indicados pelo oráculo, mas permitir que ele faça a sua própria escolha, seguindo seu coração e sua razão..

9. Manter sob sigilo nomes e a vida pessoal dos consulentes. O interprete oracular que trai a confiança depositada afasta de si seus mentores espirituais, notadamente o Guardião Mensageiro do oráculo.

10. Usar inicialmente uma abertura oracular holistica, como “O Mandala”, percebendo o contexto de vida do consulente e ainda sem a influência de fatos e questões apresentados pelo mesmo. Após esta análise e compreensão isenta de “dados fornecidos”, iniciar com a respostas direcionadas pelo consulente.

11. Ter a humildade de agradecer aos dons divinos, conscientes de que somos apenas instrumento. Sejamos, então, um instrumento de paz.

12. Compreender que não se cobra pela consulta em si, a qual é um Dom e não possui preço. A cobrança visa resgatar o tempo dedicado a atender o consulente, em horário de seu interesse, bem como na constante capacitação técnica, que se traduz na aquisição de bons livros, cursos, baralhos importados de ótima qualidade, pesquisa, assim como no custeio de recursos materiais .
Na Lei da Magia, observa-se que a Ingratidão é a moeda mais usada por aqueles que recebem algo de graça. Logo, a cobrança visa restabelecer o senso de equilibrio da relação e nunca fixar preço pela consulta em si.

VIDENTES FARSANTES

ESCRITO POR MONICA BUONFIGLIO


Vale a pena procurar respostas para as nossas dores emocionais e ao mesmo tempo, abrir o coração para alguém que nunca vimos, e nos livrar dos problemas emocionais? Ou o melhor que temos a fazer é enfrentá-los e resistir às tentações em descobrir o que nos reserva o futuro?O termo “mago” em outros tempos, designava um título honorífico de distinção, outorgado a quem possuía o conhecimento da ciência e da sabedoria. Nós esquecemos que Moisés, por exemplo, fora um mago e que Daniel, o profeta era considerado o príncipe dos magos, astrólogos, caldeus e adivinhos.Qual o poder de um oraculista? Se identificarmos a palavra como conhecimento, é infinito, pois está sempre preocupado em estudar para atingir seus objetivos e dominar todas as mancias.Como um médium pode garantir que através de um “trabalho” espiritual, o consulente obterá a aquisição de um terreno ou mesmo a casa própria, se ele mora em uma habitação descuidada?Como essa mesma pessoa quer realizar uma simpatia para encontrar um grande amor, se a vida dele é completamente tumultuada sentimentalmente?E o mais absurdo de todos os casos que encontrei: Como um vidente pode revelar seus números de sorte para ganhar em jogos de loteria, se ele próprio nunca conseguiu ganhar um jogo sequer?A seguir, algumas dicas para identificar e prevenir-se das falsos videntes: 

* Duvide dos anúncios que prometem sempre coisas impossíveis.
* Os desonestos, na maioria das vezes, dizem ter poderes para resolver qualquer problema.
* Afaste-se daqueles que exigem segredo absoluto sobre a consulta.
* Os falsos videntes tiram de todas as formas as respostas da boca de seus clientes.
* Nenhum esotérico sério indica medicamentos ou qualquer tratamento clínico. Os enganadores geralmente não têm a menor preocupação com a própria aparência e vivem desleixados.
* Outro forte indício é o local de trabalho. Desista se for sujo ou bagunçado.
* Não confie em pessoas que insistem em fazer trabalhos espirituais sem a sua presença.
* Trambiqueiros costumam assediar sexualmente seus clientes e até ir contra seus princípios morais.
* Se você notar que a pessoa procura forçosamente novas consultas, fique de olhos bem abertos.

OS 7 MANDAMENTOS DA CARTOMANCIA


1 – Fazer das cartas não somente um oráculo, mas um meio de ajudar ao próximo;
2 – Manter a fé e a esperança no coração de seus consulentes;
3 – Respeitar todas as crenças e religiões, porque todos os caminhos levam a Deus;
4 – Não fazer de suas cartas instrumento de brincadeira, muito menos emprestá-las a alguém;
5 – Não se importar com quanto tempo levará a consulta, mas importar-se, sim, em deixar o consulente sair com a alma e a esperança resgatadas;
6 – Mostrar ao consulente os caminhos indicados pelas cartas, mas deixar que ele faça sua prórpia escolha;
7 – Ter a humildade de agradecer os dons divinos, conscientes de que somos apenas instrumento. Sejamos, então, um instrumento de paz.
                                                         .

ORÁCULO NÃO “RESOLVE” PROBLEMAS


Está na hora de quem procura a leitura, seja lá de que oráculo for, que esse instrumento visa apenas a ORIENTAÇÃO e não “desvendar o futuro”. O Baralho Cigano (afirmo aqui aquilo em que acredito!) Meu trabalho aponta caminhos para o que o cliente alcance o que ele considera ser seus desejos mais ardentes.Tendo em mãos as informações concedidas, precisa saber como usá-las em sua vida diária, não há nada de transcendental nisso.É ser prático. O bom profissional comenta em seu trabalho sobre “livre arbítrio”, “escolha”, “ações imediatas”.O bom consultor não deseja que seu consulente se APEGUE a ele como se fosse um guru. Seria uma bela carga em cima das próprias costas imaginar que alguém entregou seu “destino” em minhas mãos, verdade?
Portanto, pulverize essa imagem de que, quem lê cartas tem o dom supremo da verdade absoluta. Se acha que o oraculista vai re-sol-ver seus problemas, sem que você mesmo se mova para atingir seus propósitos, se ilude, erra feio.
Pior, até, prepare-se para cair nas mãos das raposas que prometem “efeitos rápidos” e ainda surrupiam seu precioso dinheiro.Mova-se na direção da sua auto-evolução em todos os sentidos: emocional, espiritual, material, acreditando que parte apenas de você mesmo os resultados de sua vida
Enfim, a escolha é sua!
*
*

O  R Á C U L O S

D A D O S / D O M I N Ó / M O E D A S

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                                                 Oráculo dos Dados

Conceito e História
CLEROMANCIA – Sistema divinatório com funções oraculares que utiliza cubos (dados) numerados ou escritos, feitos em variados materiais, lançados sobre uma superfície plana. As respostas são dadas pela contagem dos pontos e seus respectivos significados.
( Sinônimos: dadomancia, cubomancia, astragalomancia.)

Certa vez questionaram-me se dava sorte ter Dados (de seis   lados com numeração de um à seis em cada uma das faces)  junto às cartas ou Lâminas do Tarô que jogamos. Este pergunta surgiu da observação de que, quase todos o Povo Rom (o maior grupo tribal cigano que mais preserva a tradição, os outros são os “sinti” e os “calons”), usam os dados e moedas juntos às cartas.

Os dados são utilizados como um Oráculo, bem como as moedas, o café, o chá, as nuvens, os cantos dos pássaros, as entranhas de determinados animais, a água, o fogo, as nuvens, as folhas e gravetos caídos pelas estradas da vida… Na verdade, o “pueblo gitano”, devido ao seu maior contato com a natureza, passou a observar que tudo está interligado e que cada objeto ou evento, por menor que seja, pode-nos revelar um pedaço da história que vivemos a cada nascer e pôr-do-sol. Essa interdependência está bem explicada, nos dias atuais, pela Física Moderna, devido ao seu grande avanço…

O meio esotérico nomeou tal Oráculo como Cleromancia e apesar de uma antiga arte divinatória, pouco é difundida aqui no Brasil; usam-nos somente para “jogos de má sorte”, raríssimas pessoas sabem utilizá-lo em sua real finalidade oracular…

Por outro lado, afastando-se do povo ciganos, conta uma lenda grega que palamedes, filho de Náupilo, rei de Eubéia, foi educado pelo centauro Quíron, e dele recebeu conhecimentos de medicina, matemática, astronomia e magia.

Quando a bela Helena desapareceu de Esparta, o inteligente e responsável Palamedes consolou Menelau, seu marido, que enlouqueceria de dor e ódio.

Engajado na guerra que se seguiu “A Guerra de Tróia” Palamedes procurava manter o ânimo das tropas durante o longo cerco. Numa noite, o astuto príncipe ensinou a seus homens a arte de prever o futuro utilizando pequenos e lúdicos objetos cúbicos, com as faces marcadas.

A verdadeira origem dos dados não é conhecida, contudo podemos observar certa semelhança às figuras do dominó, aos hexagramas do I Ching, bem como às figuras geomânticas…

Uma dica: compre três dados, assim você poderá utilizá-los em qualquer método dentro da Cleromancia, dê preferência a adquiri-los numa quarta-feira, em seguida, enterre-os num vaso de plantas, ou no quintal de sua casa e deixe-os assim por vinte e quatro horas (peça para a Mãe Terra purificá-los e protegê-los das energias nefastas). Isto feito desenterre-os, lave-os com bastante água e exponha-os ao sol da manhã (neste momento, solicite ao Sol que dê vida aos dados, para que ele possa “nascer” como um objeto oracular puro e verdadeiro). Refaça este ritual toda vez que desejar limpar e energizar seus dados, a realização deve ser efetuada, pelo menos, uma vez por ano.

– Pronto, seus dados estão limpos e energizados. Agora guarde-os num saquinho da cor de sua preferência (a cor usada pelos ciganos é a vermelha ou verde).


CONSAGRAÇÃO DOS DADOS


Compre três dados, assim você poderá utilizá-los em qualquer método dentro da Cleromancia. Tente adquiri-los numa quarta-feira.

Em seguida, enterre-os num vaso de plantas, ou no quintal de sua casa e deixe-os assim por vinte e quatro horas, pedindo à Mãe Terra purificá-los e protegê-los das energias nefastas

Isto feito, desenterre-os, lave-os com bastante água e exponha-os ao sol da manhã, solicitando ao Sol que dê vida aos dados, para que eles possam “nascer” como um objeto oracular puro e verdadeiro.

Refaça este ritual toda vez que desejar limpar e energizar seus dados, mas não menos de uma vez por ano.

Pronto, os seus dados estão limpos e energizados.

Agora guarde-os num saquinho da cor de sua preferência


ORÁCULO  DOS DADOS

A verdadeira origem dos dados não é conhecida, contudo podemos observar certa semelhança às figuras do dominó, aos hexagramas do I Ching, bem como às figuras geomânticas, em fim. O oráculo dos dados chama-se Cleromancia, é a arte da adivinhação pelos dados.

Se você desejar poderá utilizar oráculo dos dados para sua orientação pessoal de forma simples e direta. Para consultar os dados você irá precisar de um par deles, ou seja, apenas dois. Uma vez adquiridos, os dados, devem ser energizados. Lave-os com água mineral sem gás ou com água misturada com sal grosso. Se você é uma pessoa mística, deixe-os receber a luz do sol e a luz da lua. A saber, durante uma noite coloque-os na sacada de uma janela até o amanhecer para que sejam banhados pelos primeiros raios de sol. Das 19h até as 7h da manhã do dia seguinte. Evite a lua minguante para fazê-lo. Os ciganos, na grande maioria os homens, jogam com três dados, e só o utilizam depois de energizá-los com água doce, da chuva, do rio, lago ou cachoeira e consagrá-los dentro do ritual cigano. Lançam os dados sobre um lenço estampado e com um copo de água ao lado para neutralizar as forças negativas. Existem diversas formas de se utilizar esse Oráculo, quer seja com um, dois e três Dados.

Para praticar a Cleromancia, (oráculo dos dados) basta se concentrar na pergunta e agitar o seu par de dados dentro de um copo de vidro ou uma caneca. Depois de escolhido o referido utensílio, não o utilize mais para outro fim, ou seja, não se deve beber mais nada nele. Agite os dados num copo ou numa caneca, pelo menos umas sete vezes, tampando a superfície com uma das mãos. A seguir, lance-os sobre uma mesa coberta com uma toalha na cor de sua preferência. Quando caírem na superfície, analise-os somando os valores de cada dado. O resultado da soma deve ser considerado de dois até o doze, pois se trata do número máximo encontrado.

Outra forma consiste em desenhar com um giz (branco) três grandes círculos sobre uma mesa. O primeiro será o círculo do amor, o segundo do trabalho e o terceiro do dinheiro. A seguir, pegue dois dados e agite-os em suas mãos, enquanto se concentra no assunto representado pelo círculo. Por exemplo, se for jogar os dados no círculo do amor, imagine a pergunta: “como vai estar a minha vida amorosa? ” Se quiser saber como anda a sua vida profissional ou financeira, adapte a pergunta. Depois de ter formulado a questão, jogue os dados no circulo escolhido e some os resultados e consulte as respostas.

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 O JOGO COM UM DADO:
Existem duas opções de jogo:

A) Lança-se o dado sobre uma superfície, e interpreta-se de acordo com a face que ficou virada para cima. As interpretações de cada número (1 a 6) seguem-se na seqüência.
B) Você pode riscar num papel um círculo de 25cm de diâmetro. Usando o mesmo centro, trace outro círculo, com 35cm de diâmetro por fora. Segure o dado, e se concentre. Se ele cai dentro do círculo menor, a resposta É NEUTRA. Se ele cai no círculo maior, a resposta É POSITIVA. Se cai fora do círculo, a resposta É NEGATIVA.

1 – inícios, iniciativa, energia vital, potencial de criação.
POSITIVO: O momento é muito benéfico, tome todas as iniciativas necessárias.
NEUTRO: Pare e avalie melhor antes de agir. Ouça outras opiniões e não faça nada por impulso.
NEGATIVO: O momento é desfavorável para iniciar qualquer coisa, não faça nada que possa interferir demais em sua vida, talvez você esteja direcionando mal seus objetivos.

2 – divisão, união, intuição, energia feminina, uma mulher.
POSITIVO: Você só conseguirá o que quer com o auxílio de outra pessoa, tudo está propício para a união e a sorte.
NEUTRO: Seus objetivos só serão atingidos se você seguir sua intuição, e agir com diplomacia e benevolência.
NEGATIVO: Cuidado com atritos e rivalidades, não seja infantil. Não avalie as coisas somente pelo seu ponto de vista.

3 – equilíbrio, vitória, conquistas, criatividade.

POSITIVO: Uma novidade tornará seu projeto ainda mais promissor. Siga em frente, a fase é fértil e criativa.
NEUTRO: Leve seu projeto adiante, mesmo com dúvidas. Confie em seu potencial de realização, abuse de sua criatividade.
NEGATIVO: Fique atento às decepções, e não se atenha demais às futilidades. Todo e qualquer desequilíbrio é prejudicial ao que queremos.

4 – solidez, bases, ordem, racionalidade, concretização, um homem.
POSITIVO: Seus desejos serão realizados, mas é necessário que você tenha paciência, pois a realização vem de forma lenta e gradativa.
NEUTRA: Somente tome decisões quando tiver certeza daquilo que pretende. Avalie suas bases, tenha método e organização, use autoridade com disciplina.
NEGATIVO: Não seja egoísta nem autoritário demais. A rigidez e a inflexibilidade são péssimas conselheiras. Reveja seus planos. Não-realização.

5 – provação, dificuldade, crescimento espiritual, teste de fé, conhecimento.
POSITIVO: Divida suas vitórias com todos os que te cercam ou que colaboraram. Dessa forma, o sucesso será mais amplo que o esperado.
NEUTRO: As perspectivas são favoráveis, mas os resultados podem não corresponder às suas expectativas.
NEGATIVO: Os caminhos estão fechados, você deve ter fé, buscar um apoio espiritual e recomeçar. Tudo é importante para o aprendizado.

6 – indecisão, dúvidas, situação delicada, incerteza.
POSITIVO: O momento só será favorável se você for coerente com a sua conduta. Não seja indeciso, nem tente fazer várias coisas ao mesmo tempo a fim de evitar dispersão.
NEUTRO: Não faça alarde de suas pretensões antes das coisas se realizarem. Não se mantenha em cima do muro, pense com cautela mas também aja.
NEGATIVO: As perspectivas são desfavoráveis, você poderá ter um prejuízo. Reavalie suas metas e mude o que não lhe agrada.

A SORTE PELOS DADOS CIGANOS

“- O jogo de dados é velho como o mundo. Na Idade Média, osciganos sabiam jogá-lo bem. Agora poucos sabem”, fala a cigana. Não jogue com dados sem ter feito sua firmeza, e sem crer neles.Senão não adianta nada.Sacuda bem os três dados em um copo de couro, com a mão esquerda, e jogue-os sobre uma mesa, dentro de um círculo previamente traçado com giz branco. Conte quantos pontos foram alcançados e verifique sua significação de acordo com a relação da magia, que apresento agora tal como me falou a cigana.

Se a soma das caídas for três, significa que a pessoa se casará eterá muitos filhos. Se for casada, indica paz no lar.

Quatro indica frivolidades, traições no amor e perda de dinheiro.

Cinco indica sorte em compra de terrenos, ou mudança de emprego.

Seis, para mulher, indica que tem muitos apaixonados.

Sete, para homem, serve como aviso de sucesso profissional.

Oito indica avareza.

Nove indica felicidade matrimonial e muita espiritualidade.

Dez indica traições e discussões.

Onze indica extravagância e dissipação.

Cuidado com gastos excessivos.

Doze é sinal de que um acontecimento importante vai mudar sua vida.

Treze serve como sinal de leviandade.

Quatorze indica sorte no jogo, nas corridas e nas apostas.

Quinze anuncia sucesso na política.

Dezesseis fala de caiporismo na loteria; é mau sinal.

Dezessete é desfavorável para banqueiros, jogadores e médicos.

Dezoito indica riquezas, honrarias e felicidade. Prediz também prosperidade em todas as espécies de assuntos no amor.

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Jogo Cigano com Dados.

Você vai precisar de três dados, e consagra-los da seguinte forma:

Lave os dados em água de chuva ou de cachoeira.

Faça um ninho em seu altar, com folhas de louro e deite os dados com os seis para cima. Acenda uma vela de sete dias e um incenso de ópio, oferecendo ao povo cigano.

Deixe os dados descansar enquanto a vela queimar, por sete dias, e acendendo um incenso por dia ao lado dos dados.

Pronto, os dados estão energeticamente funcionais. Agora vem a maneira de jogar:

Você vai precisar de um lenço, de qualquer cor menos preto, e um copo com água de chuva ou mineral.

Segure os dados entre as mãos e bata os pés três vezes dizendo:

“Santa Sara, com seus mistérios, esteja ao meu lado,

Pela força da natureza, das águas e do vento,

Daí-me energia para descobrir o que (nome da pessoa) quer.”

Jogue os dados sobre o lenço e interprete. Para cada pergunta jogar no máximo três vezes. E com a soma dos números dos três dados, você confere o resultado na tabela abaixo:

TRÊS: Susto, cuidado com roubo ou perda de tudo.

QUATRO: Cuidado com a prisão e com inimigo oculto.

CINCO: Traição no amor.

SEIS: Falsidade dentro de casa ou da família.

SETE: Vivendo um amor, cuidado com ilusão e decepção.

OITO: Dinheiro e riqueza a caminho.

NOVE: Embaraços para você e para quem estiver ao seu lado.

DEZ: Desavenças, intrigas, brigas e fuxicos com pessoas mentirosas.

ONZE: Um antigo caso de amor está prestes a ter fim.

DOZE: Problemas com a justiça que lhe darão dor de cabeça.

TREZE: Doença rondando você e sua família.

QUATORZE: Inimigo querendo fechar as portas de seu negócio.

QUINZE: Problemas nas pernas ou olhos. Procure um médico.

DEZESSEIS: Caminhos abertos, harmonia, paz espiritual, felicidades. Coisas boas.

DEZESSETE: Realização em negócios. No amor, indica união e casamento.

DEZOITO: Negócios vão muito bem e um grande sonho vai se realizar.

“AS JOGADAS DOS DADOS”

Jogo do circulo do amor

Dois – Uma antiga amizade pode se transformar em amor. Prepare-se para viver fortes emoções.

Três – A felicidade no relacionamento atual vai depender da confiança mútua.

Quatro – Uma mentira a seu respeito poderá prejudicar a sua vida amorosa. Fique atento.

Cinco – Possibilidade de conhecer alguém interessante durante uma reunião de amigos.

Seis – Não espere nada muito sério. Nesta fase, só devem pintar romances passageiros.

Sete – Uma pessoa muito rica poderá realizar os seus sonhos de amor num futuro próximo.

Oito – Reflita bastante antes de se envolver com alguém, para não sofre decepções sentimentais.

Nove – A estabilidade na relação amorosa irá favorecer o seu crescimento espiritual.

Dez – Será difícil – mas não impossível – aparecer o amor dos seus sonhos. Não desanime.

Onze – Uma grande paixão poderá nascer de um encontro casual e levá-lo ao mundo dos sonhos.

Doze – Uma pessoa que você conheceu na infância vai reaparecer e alegrar o seu coração.

Jogo do Círculo do Trabalho

Dois – Ao escolher uma profissão, pense mais na sua realização. Dinheiro não é tudo.

Três – Este é o momento ideal para você tentar uma mudança de emprego ou de função.

Quatro – Suas chances de sucesso profissional dependem da resolução dos problemas pessoais.

Cinco – Uma pessoa influente irá ajudá-lo bastante no seu ambiente de trabalho.

Seis – Num futuro próximo, seu talento será reconhecido e você terá muitas chances de brilhar.

Sete – Cuidado com os falsos amigos, pois há riscos de você cair na armadilha de pessoas invejosas.

Oito – Na hora de decidir o seu futuro profissional, peça conselhos a pessoas mais velhas.

Nove – O sucesso no trabalho vai depender muito da sua capacidade de ceder de vez em quando.

Dez – Uma boa oportunidade lhe será oferecida. Mas você deve pensar bem antes de tomar uma decisão.

Onze – Tente começar uma nova atividade que lhe permita desenvolver o seu potencial criativo.

Doze – É preciso ter paciência: por enquanto, não há chances de mudanças ou promoções.

Jogo do Círculo do Dinheiro

Dois – Uma viagem de negócios lhe trará a oportunidade de obter excelentes lucros.

Três – Crise financeira à vista, devido ao fracasso de um investimento feito impulsivamente.

Quatro – Se ficar adiando as suas decisões, você pode perder uma boa chance de ganhar dinheiro.

Cinco – As perspectivas neste campo são muito favoráveis. Confie na sua intuição.

Seis – Risco de sofrer prejuízos. Procure manter os seus gastos rigorosamente dentro da rotina.

Sete – Possibilidades de você receber uma herança ou uma soma de dinheiro em forma de presente.

Oito – Se não controlar a tendência a gastar mais do que deve, você poderá ficar com saldo negativo.

Nove – Uma mudança de emprego resultará numa significativa melhora financeira.

Dez – Um amigo poderá ajudá-lo a realizar um negócio vantajoso e obter grandes lucros.

Onze – Guarde segredo sobre os seus ganhos, para evitar a inveja de pessoas mal-intencionadas.

Doze – O sucesso no campo financeiro vai depender da sua agilidade para tomar decisões.

Jogo do Sim ou Não

2 – Não, pois depende de outra pessoa. Só resta esperar o tempo passar e aguardar novos acontecimentos. Será fácil tornar-se uma vítima das circunstâncias.

3 – Sim mas, adverte quanto ao abuso da sorte e excesso de confiança. Evite falar demais e deixar de observar as lições que se repetem. Fale menos e ouça mais.

4 – Não, pois representa o limite, a teimosia e o orgulho. Pode haver restrição quanto a sua liberdade, o que o faz infeliz. Sua rigidez atrapalha seu sucesso lhe impede de aceitar as mudanças.

5 – Sim, caminhos abertos e boas oportunidades. Acredite na sorte e não tenha receio de experimentar o novo. Bom para dinheiro. Você está aberto a novas situações e terá alegrias.

6 – Não, pois aponta para responsabilidade extras. Risco de se deixar guiar pelas paixões e cair em armadilhas emocionais. Não fantasie a realidade e nem seja tão apegado às pessoas e às suas posses.

7 – Sim, confie em sua estrela e deixe o medo de lado. Use sua intuição para se livrar dos dissabores. Medite e relaxe para decifrar seus enigmas. Você deve confiar na sua percepção e agir sem medo.

8 – Não, pois este resultado pede resistência e força interior acentuada, coisa rara na maioria das pessoas. Pode vivenciar alguns prejuízos. Grandes lições a serem vivenciadas nos planos material e espiritual.

9 – Sim, você está no caminho certo e a rodeado de grandes possibilidades. Dê atenção aos pequenos detalhes. Evite a falta de concentração. Evite agir com autoritarismo e termine aquilo que começou.

10 – Não, pois indica uma situação que vai alternar, virar de cabeça para baixo. Evite a ansiedade e a precipitação. Tempo de renovação. Muitas agitações que podem desviar sua atenção do foco principal.

11 – Sim, pois sugere uma inspiração aguçada. Um resultado surpreendente trazendo muita satisfação e sucesso. Valorize-se ainda mais! Grande inspiração e possibilidade de evoluir interiormente.

12 – Não, pois indica sacrifício pessoal. Hora de dar a vez, compreender e aceitar a restrição que está sendo imposta. Elevação espiritual. Talvez seja vítima de uma grande ingratidão. Falta de reconhecimento.

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Dominomancia: Adivinhação com o Dominó

A origem do dominó é bastante incerta. Há quem diga, porém, que estas pequenas peças foram inventadas na China e que, no início, não constituíam propriamente um jogo, mas eram usadas para adivinhar o futuro. Embora esta informação não possa ser confirmada, não parece estranho supor que os chineses, desde os mais remotos tempos, tivessem diversos tipos de oráculos, como o demonstra a invenção do I Ching, que data de aproximadamente 3.000 anos a.C.
Segundo o antigo livro chinês Investigação sobre as Tradições de Todas as Coisas, os dominós foram criados por um funcionário de uma antiga dinastia, que presenteou seu imperador com as peças, feitas de osso. De acordo com a mesma fonte, os dominós eram uma variação dos dados, pois as figuras que formam as peças são iguais àquelas que podem formar dois dados jogados conjuntamente.
Além destas considerações históricas sobre a origem dos dominós, sabe-se hoje que o método oracular que usa o dominó para adivinhar o futuro, a dominomancia, é uma combinação de dois sistemas adivinhatórios bem conhecidos: as runas dos antigos povos escandinavos e a numerologia.
COMO CONSULTAR OS DOMINÓS
Dica  Sempre que consultar um oráculo, procure colocar sobre a mesa um tecido de  cor escura, de preferência que nunca tenha sido usado ou que seja usado apenas com essa finalidade. Procure estar sozinha para que as influências vibratórias de outras pessoas não interfiram na leitura. Acenda um incenso de limpeza (os que contêm cânfora) ou algum que tenha a indicação de ativar a sensibilidade ou espiritualidade e acenda uma vela, de preferência de cores claras (evite velas escuras e as vermelhas).
Para consultar o dominó, você precisa ter um jogo completo, com 28 peças, e um pequeno saco de pano preto (preferivelmente de veludo). As peças sempre devem permanecer guardadas neste saco, pois é a única maneira de não perderem sua energia e, ao mesmo tempo, ficarem imunes a alguma influência externa que possa interferir na resposta.
Antes de iniciar a consulta, a pessoa interessada deve ter a sua pergunta muito bem formulada, isto é, deve ser uma pergunta concreta, que possa ser respondida com uma das quatro alternativas que as peças facultam: SIM; É PROVÁVELQUE SIM; É POUCO PROVÁVEL; NÃO. Portanto, as perguntas ambíguas devem ser evitadas, assim como questões que exijam algum tipo de explicação.
Depois que a pergunta foi formulada, o consulente deve retirar três peças do saco. Mas, para realizar esta operação, sua concentração deve ser total, não deixando que nenhum elemento externo o desvie de sua pergunta. Além disso, antes de retirar as peças é conveniente misturá-las bem com a mão e depois começar a extraí-las uma a uma.
As peças retiradas devem ser postas sobre a mesa, ou sobre um tapete, com a face inscrita virada para baixo e alinhadas horizontalmente. Agora é a vez do leitor, que deve começar a virar as peças, da esquerda para a direita, e ler a resposta. Para se obter esta resposta, usa-se aTABELA DA DOMINOMANCIA, na qual cada peça possui valor positivo (SIM) ou negativo (NÃO), seguindo o esquema de equivalências dado na tabela abaixo:
A resposta do oráculo está dada pela combinação das três peças que o consulente tirou, ou seja, deve-se verificar na tabela o valor (SIM ou NÃO) década uma das peças e assim obter o resultado (a ordem das peças não altera a resposta). Os possíveis resultados são:
  • SIM, SIM, SIM: se as três peças indicam SIM, a resposta do oráculo é a confirmação positiva e absoluta em relação ao que foi perguntado.
  • SIM, SIM, NÃO: se duas peças indicam SIM e uma indica NÃO, a resposta do oráculo já não é absoluta, assinalando uma probabilidade positiva. O oráculo responde: É PROVÁVEL QUE SIM.
  • SIM, NÃO, NÃO: se uma peça indica SIM e duas indicam NÃO, o oráculo anuncia uma probabilidade negativa: É POUCO PROVÁVEL.
  • NÃO, NÃO, NÃO: se as três peças indicam NÃO, a resposta do oráculo é um NÃO categórico, sem nenhuma alternativa positiva.
Depois de o consulente ter obtido a primeira resposta, ele pode consultar o oráculo mais duas vezes, visando esclarecer a questão ou obter novas respostas aos possíveis desdobramentos da primeira pergunta. De qualquer modo, aconselha-se a nunca fazer mais de três perguntas numa mesma consulta, porque após uma terceira resposta a capacidade adivinhatória do dominó começa a se esgotar.
LEITURA ALFABÉTICA
A dominomancia não responde só a perguntas que exijam respostas do tipo SIM ou NÃO. Ela também pode decifrar enigmas relacionados com nomes de pessoas, lugares, coisas, etc. Porém, para esse tipo de perguntas deve ser usada uma outra tabela, conhecida como TABELA ALFABÉTICA DA DOMINOMANCIA, na qual cada peça do dominó é equivalente a uma letra do alfabeto (exceto o dobre-branco, que não entra na leitura e deve ser retirado do saco, e o branco-ás, que passa a ser o “ponteiro” de leitura).
Após ter formulado a pergunta, o consulente deve contar o número de letras que compõem o seu nome (Cláudia, por exemplo, tem 7 letras) e retirar do saco tantas peças quantas letras tenha o nome. A seguir, estas peças devem ser arrumadas, com a face inscrita para baixo, formando um círculo, em cujo centro se coloca o branco-ás.
Concentrando-se na pergunta, o consulente faz girar a peça do branco-ás com um rápido movimento dos dedos polegar e indicador. Quando a peça parar de girar, a metade com o ponto deve estar indicando alguma das peças que formam o círculo. Em seguida, vira-se a peça e procura-se na tabela a sua letra correspondente. Essa letra é a chave da pergunta, ou seja, ela indica a inicial do nome, do lugar ou do endereço procurados. Caso a direção do “ponteiro” não coincida com alguma peça, a operação pode ser repetida duas vezes mais. Se após a terceira tentativa o branco-ás não indicar qualquer peça, isto representa uma advertência para o consulente desistir, pelo menos momentaneamente, de sua pergunta, porque o oráculo não está em condições de responder.
EXEMPLOS DE LEITURA
Uma jovem tem problemas com o seu namorado. O rapaz não a procura como antes, muitas vezes desmarca encontros já combinados e passa vários dias sem dar notícias. Ela desconfia que ele possa estar se encontrando com outra moça. Embora tenha tentado obter uma explicação por parte dele, o rapaz alegou estar estudando muito e, por isso, não ter tempo para sair e passear. Não convencida, a moça pergunta ao oráculo do dominó se realmente há outra moça na vida do seu namorado.
1ª Resposta: 1 e 6 / 3 e 3 / 2 e 4
O oráculo responde enfaticamente SIM. Em vista da resposta obtida, a jovem quer saber se essa outra relação é apenas um passatempo para seu namorado.

2ª Resposta: 5 e 5 / 0 e 2 / 1 e 2
O oráculo responde NÃO, SIM, NÃO, assinalando assim que É POUCO PROVÁVEL que seja apenas um passatempo.
Considerando esta segunda resposta, a consulente pergunta se o rapaz está disposto a romper o seu namoro com ela.
3ª Resposta: 1 e 4 / 5 e 6 / 2 e 6
O oráculo responde NÃO, SIM, SIM, indicando que seu relacionamento com o rapaz corre sério risco, pois É PROVÁVEL que ele esteja disposto a romper o seu namoro com ela.
A partir desta situação revelada pelo dominó, a jovem, cujo nome é Maria Lúcia, quer saber quem é essa outra moça. Consulta então o oráculo, usando o método de Leitura Alfabética. Retira dez peças (o número de letras contidas no seu nome) e as dispõe formando um círculo. Faz girar o branco-ás e este aponta a peça 4:6, cuja letra equivalente é C. Agora ela sabe que o nome da outra moça começa com C, podendo ser Clara, Cármen, Cláudia, Carolina, etc.
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ORÁCULO DAS MOEDAS

 

VERSÃO ORIENTAL

Na hora de tomar uma decisão, às vezes banal, muita gente pede ajuda às moedas, sem saber que o simples e divertido jogo de cara ou coroa teve origem num método de adivinhação chinês conhecido há milhares de anos.

Na versão oriental desse jogo, que você vai conhecer agora, são usadas duas moedas iguais. E cada uma das faces ganha um valor: cara vale 3 pontos, e coroa vale 2 pontos. Para tirar a sorte, você deve agitar as moedas nas mãos, enquanto se concentra e faz uma pergunta mentalmente. Depois é só jogá-las numa superfície plana por três vezes seguidas. A soma dos resultados obtidos é o número que dá a resposta certa para a sua pergunta.
Exemplo:
Digamos que você já jogou as duas moedas por três vezes e a primeira jogada deu cara (3) + coroa (2) = 5; a segunda deu cara (3) + cara (3) = 6; e a terceira deu coroa (2) + coroa (2) = 4. A soma dos três resultados (5+6+4) é igual a 15, o número que corresponde ao seu destino e cuja interpretação você lerá adiante.
Um lembrete importante: as respostas desse jogo são dadas de maneira simbólica. Por isso, podem se adaptar a diversos problemas e resolver desde questões amorosas até as que envolvem dinheiro e profissão. Então, procure interpretar cada resultado de acordo com a dúvida que você formulou para as moedas.
Resultados possíveis e respectivas interpretações:
12 pontos – O amanhecer
A felicidade está muito próxima. As moedas anunciam uma fase de surpresas, em que você poderá realizar grandes projetos. Não é bem o que você tinha planejado, mas ainda assim se trata de um período propício. Abra seu coração e prepare-se para esse novo tempo.
13 pontos – A luz do sol
Este resultado indica a necessidade de ser prudente para poder evoluir pelo caminho certo. É o momento de refletir profundamente sobre todos os aspectos da vida e só então tomar as decisões. Você viverá paixões passageiras, mas os amigos que surgirem ficarão para sempre.
14 pontos – A espada
Um choque de interesses pode provocar conflitos desagradáveis. Por isso, tome muito cuidado para não demonstrar suas emoções. A discrição será fundamental nesse período. Aceite a ajuda dos amigos e não se preocupe: os problemas não serão tão graves assim.
15 pontos – A vitória
O Sol sobre o seu horizonte irá brilhar com muita intensidade. Todas as dificuldades e obstáculos serão superados, e você caminhará triunfante para o sucesso. E, entre surpresas e alegrias, poderá finalmente comemorar a vitória pela qual vinha lutando há tanto tempo.
16 pontos – A reunião
Começa um período de entendimento com a pessoa amada e os familiares. Pessoas queridas voltarão ao seu convívio e trarão grandes alegrias. A felicidade reinará novamente e os medos serão eliminados. Brigas serão esquecidas e o equilíbrio será restabelecido.
17 pontos – O ramalhete
Eis um claro indício de que boas notícias irão chegar, sob a forma de presentes ou um convite. Haverá uma proposta sedutora, que você não deve recusar. É hora de utilizar as riquezas que vinham sendo guardadas e desfrutas da boa saúde e da estabilidade financeira.
18 pontos – O crepúsculo
A valorização dos sentimentos será o mais importante nessa fase. As conversas levarão a um entendimento que irá aprofundar o afeto. O amor será favorecido e a Lua irá proteger os namorados. Harmonia e compreensão, num período em que os segredos serão guardados.
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VERSÃO OCIDENTAL
Pedras, contas, pedaços de metal, ossos e finalmente moedas foram utilizadaspelo homem, ao longo dos milenios, para estabelecer contato com o planosuperior e, através desses materiais, buscar alterar sua sorte ou mudar seuscaminhos.É interessante como isso é tao enraizado na mente popular, mesmo nos dias dehoje. O uso da margarida, na célebre simpatia do “bem me quer, mal me quer” éum exemplo disso. Além dessa, há a de “tirar a sorte” com uma moeda, antes detomar uma decisao e muitas outras com o objetivo de auxiliar num momento deindefiniçoes ou de afliçao.Pesquisando as Simpatias Populares, deparamo-nos freqüentemente comdetalhes que até entao haviam passado despercebidos. Um deles era a existenciade simpatias específicas, utilizando moedas, sempre em números ímpares, uma,tres, cinco e sete. Simpatias que abrangem as mais diversas situaçoes e que vemsomar as demais, como a das velas, do baralho, dos salmos e tantas outras, queformam grupos específicos.Facílimas de serem feitas, pois nao exigem mais do que um máximo de setemoedas iguais no metal e no valor, as Simpatias das Moedas resgatam umconhecimento antigo e muito interessante.

1 PARA CONQUISTAR UM GRANDE AMOR

Se você está cansado de procurar por sua alma-gemea, sem conseguir ao menos uma pista dela, não se desespere. Tenha sempre em mente que as coisas mais valorizadas são sempre aquelas mais difíceis de serem alcançadas

No amor é o mesmo caso. Sua alma-gemea pode não estar longe, esperando apenas um pequeno detalhe para entrar em sintonia com você. Para conseguir isso, faça a seguinte simpatia. Ao meio dia de qualquer dia da semana, exceto terça e quarta-feira, com o céu bem limpo, pegue uma foto sua e coloque-a sobre a terra.Sobre ela, formando uma estrela de cinco pontas, coloque cinco moedas iguais de cobre, com a coroa para cima. Deixe até o entardecer. Repita por três dias seguidos.

Nota:

Um registro muito antigo alerta para o fato de, nos outros dias, o sol poder estar encoberto por nuvens, o que descaracterizaria a simpatia e forçaria seu cancelamento e reinício num período posterior. Alguns tratados mágicos, no entanto, defendem que o Sol pode ser substituído, nos dias seguintes, por uma vela amarela acesa na parte superior da fotografia. Recomendam que se cancele a simpatia se estiver chovendo no momento ou se chover no decorrer do dia. Se isso acontecer, diz que é um ótimo sinal e que tão logo o sol surja novamente, a simpatia deve ser refeita, só que daí substituindo as moedas de cobre por outras de prata.

2 PARA SUPERAR UMA PERDA

É difícil conviver com uma perda. Não importa o que se diga ou se faça, o sentimento que permanece é de um vazio que angustia e causa sofrimento.Segundo os antigos, você não deve resistir ao sofrimento, mas aceitá-lo e chorar se tiver que chorar, gritar se tiver vontade de gritar.Além disso, há uma simpatia muito praticada na Europa nos períodos de guerra,quando as perdas materiais se somavam as perdas de entes queridos, gerando um sofrimento quase insuportável.Para ser eficiente, não deve ser comentada com ninguém e ninguém deve saber que você a fez. É simples. Seja lá o que você tenha perdido, numa segunda-feira pela manha, pegue um prato branco e encha-o de terra até a borda. Disponha dentro dele sete moedas de prata, com as coroas voltadas para cima, próximas da borda e mais ou menos a mesma distância uma da outra. Deixe o prato sobre um móvel de madeira. Concentre-se no que perdeu e comece a imaginar alternativas e caminhos a seguir.

Nos sete dias seguintes, pela manha, ao passar pelo prato, gire-o ligeiramente da direita para a esquerda, pelo espaço que separa uma moeda da outra, enquanto se concentra na perda e no que vai fazer daí em diante. Vá fazendo isso diariamente, de forma que, após sete dias, o prato retorne a posição inicial. Feito isso, retire as moedas e atire a terra num jardim, ao redor de uma planta sem espinhos.

3 PARA RELAXAR

Algumas simpatias são realmente surpreendentes em seus resultados, muito embora simples de serem feitas. Esta é uma dessas, particularmente indicada para quem anda muito tenso, coisa muito comum nos dias de hoje. Para conseguir relaxar o corpo e se livrar das tensões, fique com o tronco desnudo, deitado(a) na penumbra, num local tranqüilo. Se for possível ouvir música clássica suave, melhor ainda. Fixe uma vela branca no centro de um prato branco e coloque água até as bordas, mas sem derramar. Acenda a vela e se deite. Coloque cinco moedas de prata em seu corpo, obedecendo a seguinte ordem: a primeira, com a coroa voltada para cima, em sua testa. A segunda, com a coroa também voltada para cima, um pouco acima do mamilo direito. A terceira, da mesma forma, acima do mamilo esquerdo. A quarta, da mesma forma, sobre o umbigo e a última, com acara voltada para cima, sobre a região genital. Deixe um copo de água fresca ao seu alcance. Se você sentir que uma das moedas está mais quente que as outras, molhe os dedos na água e borrife a moeda. Fique assim até a vela se apagar. Você pode fazer esta simpatia uma vez por semana, mas jamais deve fazê-la dois dias seguidos.

4 PARA CONSEGUIR ATENÇAO

Em qualquer setor da vida humana, receber atenção é quase que uma necessidade. Seja de um vendedor numa loja, dos pais, dos entes queridos, do patrão, dos colegas e das outras pessoas em geral. Todos gostam de ser respeitados e tratados adequadamente, coisa que nem sempre acontece, no entanto. Você pode estar, neste momento, tentando chamar a atenção de uma determinada pessoa, mas não sabe como fazer isso. Se for esse o seu problema, deixe a cargo das simpatias a solução, fazendo o seguinte, com bastante fé:

A noite, de preferência após a lua estar visível no céu, pegue uma foto sua e coloque-a deitada sobre um suporte de madeira ou de um móvel.Sobre ela, coloque uma três moedas de prata, obedecendo a seguinte disposição: a primeira no alto, acima da cabeça. As outras duas na parte inferior, uma a direita outra a esquerda. Todas elas devem estar com as caras voltadas para cima. Deixe ali por sete noites seguidas, a contar da primeira. Na sétima noite, retire as moedas e passe a carregá-las consigo embrulhadas num lenço branco. Verá como terá toda a atenção de que precisa.

5 PARA TER SORTE

Sorte é uma coisa muito complicada e muito pessoal. Enquanto que alguns acham que sorte é ganhar na loteria, outros acham que sorte é simplesmente estar vivo por mais um dia. Assim, as simpatias que tratam da sorte são sempre muito controvertidas, muito embora, de um modo ou de outro, eficientes, pois mesmo um resultado adverso numa determinada situação pode significar um ganho futuro. Afinal, não é a toa que dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Se você deseja sorte na vida, não em termos de ganhos materiais, mas em termos de felicidade, paz, harmonia e recompensas de caráter espiritual, faça o seguinte: Sempre que for assistir a uma missa, e isso deve ser feito pelo menos uma vez por mês, leve consigo três moedas do mesmo valor. Após a missa, coloque-as na caixa de esmolas da igreja, só que, ao introduzi-las na fenda, mantenha a coroa voltada para você. Repita mentalmente o seguinte, para cada moeda posta na caixa: Pouco com Deus é muito Muito sem Deus é nada

6 PARA UMA IDÉIA DAR CERTO

Fazer planos, projetar, sonhar, imaginar e pensar no futuro são coisas que todo ser humano gosta de fazer. Muitas vezes, idéias interessantes e fadadas ao sucesso surgem nesses momentos, que devem ser valorizados

Se nesses momentos você tiver uma idéia e sentir que ela é viável, necessitando, porém, de trabalho e dedicação para atingir o sucesso ou mesmo se vai iniciar um projeto ou um novo relacionamento, faça a seguinte simpatia: Pegue cinco moedas, toda de aço inoxidável, com as caras voltadas para cima e disponha-as num prato, formando uma estrela de cinco pontas. Sobre elas, derrame farinha de trigo e açúcar. Cubra com um pano branco e guarde num local alto de sua casa. Trabalhe em sua idéia. Verá como as coisas irão fluir mais facilmente. Quando estiver satisfeito, retire o prato e lave-o em água corrente

7 PARA DESPERTAR UMA GRANDE PAIXAO

Muitas simpatias, ao longo do tempo, foram feitas sem que as pessoas a quem fossem dedicadas tivessem tomado o menor conhecimento delas. Grandes paixões foram despertadas assim, sem a menor suspeita da parte de quem foi objeto da simpatia. Discute-se se isso é ético, honesto e moral. É difícil dizer. Ninguém pode dizer que não beberá dessa água, pois cada um sabe onde lhe aperta o calo. Assim, as simpatias existem a despeito de qualquer controvérsia nesse sentido. Neste caso em particular, se você quer que uma pessoa lhe dedique uma paixão arrebatadora, aproxime-se dela numa noite de sexta-feira, na Lua Cheia, e faça com que uma moeda de ouro, com a coroa voltada para a pessoa, seja pressiona da ligeiramente a altura do peito dela. Apenas isso. Não deixe que ela perceba a moeda nem jamais conte a ela sobre isso.

8 PARA GANHAR DINHEIRO

Dizem que trabalhar e ganhar dinheiro são coisas completamente diferentes, pois quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. São pontos de vista e, por isso, questionáveis. Como palavrório não enche barriga, o melhor mesmo e deixar a discussão para lá e apelar para uma simpatia popular, esta, sim, aprovada pelo uso ao longo do tempo.

Esta é muito simples. Se você quer ganhar dinheiro, só que fruto de seu talento e de seu trabalho, pegue uma moeda de prata cuja dada coincida com a do anodo seu nascimento. Não a fure. Mande fazer um pingente sem danificar a moeda e passe a usá-la constantemente, numa corrente também de prata.

Nota:

Os romanos antigos acreditavam que uma moeda de ouro funcionaria melhor do que a de prata, pois o ouro simbolizaria o sol, fonte de luz, calor e vida.Estudos místicos, no entanto, concluem que a lua rege melhor as coisas da fortuna, pois possui um poder de atração sentido mais de perto pelo habitantes da Terra.

 

9 PARA AUMENTAR SEU CÍRCULO DE AMIZADES

Amigos são importantes na vida de qualquer um. São os irmãos de afinidade que nos ajudam a tornar a vida mais aceitável, apoiando-nos e auxiliando-nos muitas vezes de forma mais efetiva que nossos próprios parentes. Por isso, não há quem não queria ter em quantidade, todos sinceros e atuantes. Para conseguir isso, é preciso saber diferenciar o joio do trigo, pois ninguém tem estrela na testa é difícil ler o coração das pessoas. De qualquer maneira, para se prevenir, você pode fazer a seguinte simpatia: Quando o sol estiver nascendo, disponha seis moedas em círculo, sobre um pedaço de madeira, todas iguais e com a coroa voltada para baixo. Elas devem ficar a uma distância igual uma da outra. No centro delas coloque uma sétima moeda, com a coroa voltada para cima. Cubra com um pano branco e deixe ao sol por todo o dia. Antes de escurecer, retire as moedas e guarde-as, embrulhadas no pano branco, numa gaveta ou caixa de madeira.

 

10 PARA TIRAR A SORTE COM AS MOEDAS

Estas simpatias já foram muito populares antigamente e hoje em dia se encontram meio que no esquecimento, muito embora sejam facílimas de serem usadas e suas indicações são realmente surpreendentes. Há basicamente quatro maneiras de serem feitas. Jogando apenas uma moeda, três moedas, cinco moedas e, finalmente, sete moedas, observando em seguida a configuração formada. Para isso, basta que você analise a dúvida que tem e verifique qual das simpatias deve ser tentada, já que vão das resposta mais simples as mais complicadas, consultando as informações abaixo.

São as seguintes:

Uma Moeda: COROA

Significa “sim” e

CARA

Significa “não”.

Três Moedas: Três coroas

Significam “sim”.

Duas coroas

Significam “pense bem antes da decisão”.

Uma coroa

Significa “o risco é muito grande”.

Nenhuma coroa

Significa “não”.

Cinco Moedas: Cinco coroas

Significa “sim”.

Quatro coroas

Significa “pode haver alternativa melhor”.

Três coroas

Significa “busque maiores informações antes da decisão”.

Duas coroas

Significa “pense antes da decisão”.

Uma coroa

Significa “o risco é muito grande”.

Nenhuma coroa

Significa “não”.

Sete Moedas: Sete coroas

Significa “sim”.

Seis coroas

Significa “há alguns detalhes incertos, mas o resultado é promissor”.

Cinco coroas

Significa “tem tudo para dar certo”.

Quatro coroas

Significa “pode haver melhor caminho”.

Três coroas

Significa “há detalhes mal explicados”.

Duas coroas

Significa “pense um pouco mais”.

Uma coroa

Significa “é muito arriscado”.

Nenhuma coroa

Significa “não”

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CULINÁRIA CIGANA

Culinária Cigana

 Na culinária cigana são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as peras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca.

 

Pratos Tradicionais

Armiana: Salada de alface (em rodelas) com champignon; queijo de cabra, cenoura, beterraba (em pedaços) e beringela frita (em tiras).

Enfeitas com uvas-passas, raminhos de hortelã e pétalas de flores.

Assados: Pernil de carneiro (Bakró); Pernil de leitão (Baló); Cabrito frito com arroz e brócolis (ou lentilha ou nozes); e/ou roletes de carne bovina ou frango com pedaços de cebola, pimentão (verde e amarelo) e tomate.

Brynza: Queijo de cabra (cru ou frito).

Chivuiza: Destilado à base de trigo (espécie de aguardente).

Civiaco: Torta salgada ou doce.

Manouche: feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e de ossos de pernil de porco, alhos-porós em pedaços, salsão com as folhas em pedaços, alhos comuns inteiros com casca, cenouras e batatas cortadas em pedaços grandes, sal e pimenta-do-reino (moída na hora) à gosto; arroz branco que deve ser incorporado na última etapa do cozimento.

Goulash: Cozido de rroz, batata, pedaços de carne bovina e páprica ardida.

Malay: Pão de milho.

Manrô/Lolako: Pão redondo de Farinha de Trigo.

Mamalyga: Polenta.

Naut: Grão de Bico com lingüiça.

Paprikach: Costela defumada (bovina ou suína) e bacon ao molho vermelho de tomate e pimentão com batatas pequenas, cozidas (na casca) e páprica doce.

Papuchá: Pirão de Milho.

Sifrite: Ponche de Frutas com Champagne, Vinho e/ou refrigerante.

Enfeitar com pétalas de rosa

Sarmá: Arroz com lentilha, carne seca desfiada e nozes.

Sarmy/Salmava: Charutos ou Rolinhos feitos em folhas de repolho recheados com lombo ou carna bovina moída, azeitonas, bacon e molho dourado; e/ou em folha de uva com recheio de bacalhau.

CULINÁRIA CIGANA

 
Para os Ciganos cozinhar é muito especial porque através da comida acredita-se que uma pessoa pode encantar a outra. Cada ingrediente utilizado pelo cigano no preparo de sua comida leva consigo um sentido próprio, um desejo, um objetivo.As fazes da lua, são muito importantes para o preparo da comida cigana.Na Lua Nova: é de boa energia para terminar trabalhos inacabados ou começar projetos que queremos que dêem resultados imediatos.

Na Lua Crescente
: Os Ciganos cozinham para aqueles que devem tomar conhecimento de seus projetos, trabalhos e também para o casamento, noivados. É nesta lua que são colhidas as ervas e especiarias, caso seja cultivadas em horta doméstica.
Na Lua Cheia: Os Ciganos reúnem as pessoas mais queridas para servi-lhes os alimentos encantados esperando os melhores comentários. Também é a lua melhor para lançar um produto e também iniciar um projeto que desejamos que se torne público.

Na Lua Minguante:
 Dedicam a cozinha para a cura. Fazem os remédios caseiros utilizando as ervas, raízes, sementes, frutas e flores. Na cozinha cigana estão inclusos. As carnes de porco, frango e boi que são as mais utilizadas.Utilizam também muits especiarias e temperos de diversas partes do mundo, como, frutas, nozes e amêndoas que estão sempre presentes em diversos doces. Também são utilizados o ovo, manteiga, queijo e frios. As massas são de fabricação caseira e os pães são feitos ritualisticamente para ser oferecidos como alimento do corpo e do espírito.

RECEITAS

Assados:

Pernil de carneiro (Bakró);

Pernil de leitão (Baló);

Cabrito Frito com

arroz e brócolis (ou lentilha ou nozes);

e/ou roletes de carne bovina ou

frango com pedaços de cebola, pimentão (verde e amarelo) e tomate.

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DOCE DE OURO DOS CIGANOS

Duzentos gramas de açúcar fino

Uma xícara de chá com água

Casca de uma laranja

Seis cravos da Índia

Dois pedaços de canela em pau.

Seis ovos, retire as claras bate em neve depois coloque as gemas e volta a bater até ficar cremoso.

MODO DE PREPARAR

Coloque em uma panela a água com a casca da laranja, os cravos da índia e a canela em pau.

Deixar ferver bem. Depois coe em uma peneira.

Volta para a panela só o liquido e coloque o açúcar para fazer uma calda branca.

Quando esta calda estiver fervendo vai jogando as colheradas dos ovos batidos.

OBS: Sempre é bom jogar de uma a duas nunca demais para não se juntarem.

Quando ficar na superfície desta calda retire com uma espumadeira uma a uma,

vai colocando em uma compoteira grande e bonita.

Quando acabar a sobra da calda coloque em cima de tudo um pouco fria.

Esta ai o doce de ouro o melhor o doce de ouro em calda dos ciganos.

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BISCOITO DE CANELA

2 ovos

1 e ½ xícara de chá rasa de farinha de trigo

4 colheres de sopa rasa de amido de milho

2 colheres de sopa rasa do Multi-Adoçante Lowçucar, ou Stevia Plus Lowçucar

2 colheres de sopa cheia de margarina light

2 colheres de chá rasa de fermento em pó

1 colher de chá rasa de canela

MODO DE PREPARAR

Junte todos os ingredientes em um recipiente e misture-os formando uma massa homogênea. Unte uma forma com margarina e farinha. Faça bolinhas apertando-as com um garfo.

Leve ao forno pré-aquecido por 20 minutos.

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PÃO COM FRUTAS

1 kg de farinha de trigo integral

2 tabletes de fermento biológico

2 copos duplos de água morna

1 xícara de óleo

1 colher de chá de sal natural

4 colheres de sopa de açúcar mascavo

1 xícara de frutas cristalizadas cortadas

em pedaços pequenos

½ xícara de uva passa

MODO DE PREPARAR

Dissolver o fermento na água morna,

acrescentar o açúcar, a farinha, o óleo e o sal.

Amassar bastante. Misturar as frutas

e dividir a massa em 2 partes iguais.

Untar 2 fôrmas e colocar a massa

que deve atingir a metade da

altura da fôrma. Cobrir

e deixar crescer por 3 horas.

Assar em forno quente.

Cigana Ana Natasha

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ARROZ CIGANO

3 xícaras de chá de arroz branco

6 xícaras de chá de água

2 maças-vermelhas grandes cortadas em pedaços sem casca.

250 gramas de passas sem caroço

250 gramas de queijo mussarela

2 bananas sem casca, cortadas em vertical e fritas no azeite doce

1 xícara de açúcar fino misturado com canela em pó.

MODO DE PREPARAR

Cozinhe o arroz com as passas e açúcar agosto.

Depois deste arroz cozido e frio; coloque em uma forma, ou tabuleiro ou em um pirex.

Em camadas a primeira de arroz, depois algumas fatias de banana frita e por cima das bananas um pouco de açúcar com canela em pó; em cima disso tudo algumas fatias de queijo mussarela.

A segunda camada coloque em cima do queijo mais um pouco de arroz, em cima do arroz algumas fatias fina de maçã, em cima das fatias de maça um pouco de açúcar misturado com canela e por cima algumas fatias de queijo.

Repita as camadas, terminando com o queijo mussarela.

Leve ao forno até derreter o queijo.

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BOLO CIGANO (CIGANOS DE PORTUGAL)

6 ovos

250 grs. de miolo de amêndoa, pelada e ralada

250 grs. de açúcar

100 grs. de chocolate em pó

1 chávena de doce de gila

Para os ovos moles

300 grs. de açúcar

1,5 dl de água

5 ovos inteiros

1 gema de ovo

1 colher de sobremesa cheia de maizena

MODO DE PREPARAR

Unte uma forma redonda e lisa com manteiga, forre o fundo com papel vegetal e torne a untar.Bata muito bem os ovos com o açúcar até obter uma mistura fofa.Envolva bem sem bater, o chocolate, a amêndoa ralada e a gila.Deite o preparado na forma e leve ao forno moderado a cozer cerca de 45 a 50 minutos (este bolo não pode ficar demasiado seco, tem que ficar úmido).Depois de cozido, deixe arrefecer um pouco e desenforme.

Depois de frio, barre todo o bolo com os ovos moles.

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OVOS MOLES

Leve ao lume numa caçarola, o açúcar misturado com a água.Deixe ferver cerca de 3 minutos.Retire do lume, e, deite em fio sobre os ovos previamente batidos com a maizena.Leve novamente a lume moderado, mexendo sempre até engrossar.

Sathya Mandir

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MANJAR DE SANTA SARA

Esse Manjar é servido durante a Slava de Sara Kali , no dia 24 de maio.

Leite de coco

Açúcar

1 fava de baunilha

Amido de milho

Coco ralado

Ameixas secas

Claras de ovos

Limão

MODO DE PREPARAR

Faz-se a receita , misturando os ingredientes e levando ao fogo brando para cozinhar, até que se faça um mingau consistente.

Depois disso , colocar numa forma de pudim, deixar esfriar e levar à geladeira até endurecer totalmente.

Quando desenformar , bater algumas claras em neve, acrescentando açúcar,

caldo e raspa de limão branco.

Cobrir todo o manjar e levar rapidamente ao forno pré-aquecido para dourar.

Serve-se em seguida.

Para oferenda pessoal você deve acrescentar as claras em neve, cobrir com pétalas de flores brancas e levar ao mar, ascendendo as velas de virgem Sara, Santa Maria Salomé e Santa Maria Jacobé.

OBS: O manjar da oferenda deve ser recheado de pedidos de graça .

Sathya Mandir

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KOLACO (Pão Cigano)

Como já sabemos o pão é um alimento sagrado.

E este pão não deve ser cortado jamais com faca.

Deve ser repartido com as mãos entre todos os presentes.

Pois é servido pelos Romani nas Slavas ( festas comemorativas em louvor aos Santos) ,

batizados, casamentos e cerimõnias especiais.

A magia do pão é tão somente a intenção de quem o faz, a sua energia pessoal, por isso na hora de prepara-lo é bom estar com pensamentos bons e puros, pensando somente coisas boas.

É símbolo da vida, da harmonia e da amizade.

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PARA 3 PÃES

1 quilo de farinha de trigo

1 litro de leite morno

50 gramas de fermento para pão

3 ovos inteiros

1 colher e meia de manteiga

sal a gosto

manteiga derretida

1 punhado de Erva-Doce

1 pouco de Cravo da Índia

Canela em casca.

MODO DE PREPARAR

Misture a farinha de trigo e o fermento dissolvido no leite morno.

Acrescente os ovos e a manteiga,

trabalhe a massa, sem sová-la.

Acrescente um punhado de cravo da índia e sal a gosto.

Deixe descansar coberta com um pano úmido, até crescer.

Depois forme três ou mais pães redondos, e coloque para assar em um tabuleiro untado e polvilhado com farinha de trigo. Decore os pães com gravos e canela em casca.

Derreta 3 colheres de manteiga e regue os pães.

Deixe assar em forno pré aquecido a 250 graus, por 40 minutos.

Caso ao final deste tempo ainda não estejam dourados e crescidos,

mantenha-os no forno até que fiquem prontos.

Sathya Mandir

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BOLO LIBANITZA (CIGANO)

3 e ½ xícaras de farinha de trigo com fermento (controlar)

2 xícaras de amido de milho

1 xícara de açúcar refinado

1 colherinha de essência de baunilha

3 ovos batidos

1 xícara de leite

100g de manteiga em temperatura ambiente

RECHEIO

1 lata de leite condensado

½ xícara de açúcar

1 colher de sopa de manteiga

3 ovos

1 colherinha de essência de baunilha

50g de queijo parmesão ralado

200g de ricota picada

50g de coco ralado desidratado

MODO DE PREPARO

1. Em uma vasilha misture farinha , amido, açúcar, baunilha e abra uma cova, junte a manteiga, ovos batidos e o leite, amasse inicialmente com a colher e depois com a mão até obter uma massa muito macia.

2. Junte mais farinha aos poucos, para ficar com consistência de massa de modelar,

meio úmida, levemente grudenta.

3. Coloque em forma de abrir pequena (uns 30 cm de diâmetro).

4. Espalhe a massa no fundo e laterais da forma, até o topo da borda,

passe a mão pela farinha que ajuda a espalhar bem.

5. Bata todos os ingredientes do recheio no liquidificador aos poucos.

6. Coloque o recheio na forma sobre a massa.

7. Asse em forno pré-aquecido para dourar, temperatura média/baixa cerca de 40 minutos, vai sair líquida e só depois de fria é que fica em ponto de cortar desenformar e cortar.

Rosaura Fraga

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ALCACHOFRAS CIGANAS

7 alcachofras grandes

2 colheres de sopa de suco de limão

sal

MOLHO VINAGRETE

1 /2 xícara de chá de vinagre

3 colheres de sopa de azeite de oliva

sal e pimenta do reino

1 xícara de chá de cogumelos em conserva picados

1 pimentão grande em tiras

3 tomates picados

folhas de alface para decorar

MODO DE PREPARO

Lave as alcachofras e corte o talo rente à base. Cozinhe em água com limão e sal por 40 minutos. Retire as folhas e a parte fibrosa, conservando apenas o fundo. Misture o vinagre ao azeite, sal e pimenta. Junte, à metade, os cogumelos, pimentão e tomates.

Forre uma travessa com as folhas de alface. Disponha por cima os fundos da alcachofra.

Cubra com o molho misturado aos cogumelos, tomates e pimentão. Regue tudo com o restante do molho vinagrete. Sirva depois de 30 minutos.

RIGO JANCSI

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Tortilha Cigano Húngaro Rigo Jancsi

Esta famosa tortilha leva o nome do cigano húngaro Rigo Jancsi que raptara uma princesa por amor. No casamento dos dois, serviu-se a torta em homenagem aos noivos, pois era o doce predileto de Rigo, com o qual presenteava sua amada. O nome Rigo Jancsi significa João Canário.

INGREDIENTES

8 colheres de sopa de manteiga

13 colheres de sopa de açúcar

4 ovos

1 xícara de chá de farinha de trigo

3 colheres de sopa de cacau em pó

100 gramas de chocolate em barra

4 xícaras de chá de creme de leite sem soro

30 gramas de geléia de damasco

150 gramas de chocolate meio amargo derretido

MODO DE FAZER

Misture 8 colheres de manteiga e três colheres de sopa da açúcar, até formar um creme.

Bata as quatro claras em neve, com 5 colheres de sopa de açúcar, e junte ao creme.

Depois, acrescente 1 xícara de farinha de trigo e 3 colheres de sopa de cacau em pó.

Estenda a massa numa espessura de cerca de 2 cm e coloque numa assadeira redonda média, coberta com papel manteiga. Leve ao forno pré-aquecido a 220º C. Quando a massa estiver assada, polvilhe sua superfície com farinha de trigo e vire-a, retirando o papel e deixando-a esfriar. Agora, derreta o chocolate em banho-maria. Ferva o creme de leite e espere esfriar. Depois bata-o com 5 colheres de açúcar até o ponto de chantili.

Acrescente ao chocolate quente, aos poucos, batendo sempre para não encaroçar. A seguir, corte a massa em duas partes iguais e uma delas cubra com geléia de damasco e depois com o chocolate derretido. Cubra a outra metade da massa com o chantili misturado ao chocolate. Em seguida, junte as duas metades e cubra a torta com chocolate derretido em creme de leite e guarde na geladeira.

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OVOS DO FOGO

Esse feitiço que irei passar agora é para quando sentimos que as energias das pessoas de dentro de casa estão em baixa, então fazemos esse feitiço e damos para todos comerem.

Pode ser feito em qualquer lua, só não pode estar menstruada.

Ingredientes para o molho:

5 tomates

2 latas de molho de sua preferência

1 cenoura crua

2 cebolas grandes

3 dentes de alho

Manjericão e orégano a gosto

1 pitadinha de açúcar

Sal a gosto

Colocar todos os ingredientes, menos o manjericão e o orégano, dentro do liquidificador. Os ingredientes são crus. Bater tudo e colocar numa panela de pressão, depois de o molho pronto, acrescentar o sal, o açúcar, o manjericão e o orégano, pegar 5 ovos inteiros e jogar dentro do molho, esperar um pouco, deixar ferver. Serve com arroz branco.

É uma delicia e faz com que as pessoas se tornem mais limpas, isto é, sem energia ruim.

Dizem que quando as pessoas de casa ou amigos estão nervosos, elas estão com o Gundum Gerere. Gundum Gerere é um diabinho que fica no nosso ombro esquerdo, atormentando e fazendo coisas ruins para nos.

E essa comida faz com que ele desapareça esteja certa que é uma lenda cigana, porem todas as lendas tem o seu significado

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CHARR TSULHARDO

Ingredientes do cozido:

1 repolho médio;

1/2 quilo de costelinha do porco defumada;

1 kg de bisteca do porco;

100 gramas de bacon picado

2 tomates vermelhos;

1/4 de xícara de arroz;

1/4 de copo de vinagre

Sal, a gosto;

Pimenta do reino e pimenta dedo-de-moça, a gosto.

Modo de fazer: Colocar as carnes para cozinhar, em dois litros de água. Juntar o repolho cortado bem fininho, o arroz, os tomates inteiros, a pimenta do reino e o vinagre. Quando o tomate estiver cozido, tirar num prato, amassar e retomar  a panela. Acrescentar a pimenta dedo-de-moça e deixar continuar a fervura.

Ingredientes do molho Prejala:

3/4 de xícara do óleo;

1 concha de sopa de farinha de trigo;

2 colheres de colorau (calorífico);

2 folhas de louro.

Modo de fazer: Numa panela do ferro pequena, esquentar o óleo. Colocar a farinha do trigo, mexendo sem parar, até dissolvê-la bem. Depois que a farinha estiver dourada, juntar o colorau. Juntar esse molho à panela do cozido que está fervendo. Deixar ferver por mais 2 minutos e estará pronto.

Servir com arroz branco e uma salada.

Nota: Essa receita tem a característica de um creme.

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À Moda Cigana

Ingredientes-350g de carne seca

-350g de bacon
-350g de linguiça
-1kg de arroz branco
-1 molho de coentro
-1 molho de cheiro-verde
-4 dentes de alho
-1 cebola grande
-1 pitada de pimenta-do-reino
-3 colheres de azeite de oliva

Modo de Preparo
Doure o alho no azeite e logo depois, coloque a cebola bem picada e refogue- a pouco. Coloque a lingüiça, o bacon e a carne seca picadas para fritar. Só não frite muito jogue o arroz e refogue bem. Quando estiver bem refogado, coloque água bem quente, cinco folhas de louro, uma pitada de pimenta e um sache de tempero pronto. O coentro e o cheiro verde coloque no final, quando tiver pronto para não perder seu aroma e sabor

coloque em uma travessa e sirva em seguida.

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FEITIÇO DO CAQUI

Eu vou passar uma receita maravilhosa, que funciona de verdade, faz qualquer casal parar de brigar.

O amor fica mais apaixonante e faz renovar os laços afetivos.

Esse feitiço deve ser feito numa lua cheia num dia de Venus e horário de Venus.

Em primeiro lugar, prepare a cozinha, acenda uma vela rosa e consagre a Deusa do Amor, eu sempre chamo por VEDRA.

Acenda um incenso de canela, abra o circulo e sente-se no chão, mentalize todo o amor que você sente pela pessoa,veja e sinta vocês juntos num namoro eterno e paz maravilhosa.

Pegue todos os ingredientes e abençoe cada um deles, sempre agradecendo a esse amor mágico.

Pronto, tudo feito comece o feitiço:

– Ingredientes:

2 caquis bem vermelhinhos

Água o suficiente

2 colheres de sopa de açúcar

1 pau de canela

1 estrela de anis

750g de carne de porco em file

Sal

Pimenta do reino em grão a gosto

1 maço de brócolis

Óleo o suficiente

1 ramo de manjericão

1 tomate maduro.

– Lave, descasque e corte os caquis em pedaços, leve ao fogo uma panela com 200 ml de Água, o açúcar, o pau de canela, o anis, e o caqui, deixe cozinhar ate obter um molho grosso.

Enquanto o molho estiver apurando, faça o sortilégio:

¨Deusa do amor, Deusa da beleza, faça o nosso amor aumentar em total realeza.

Tempere os files com a pimenta e o sal, separe os brócolis em buques, e cozinhe em água e sal,leve ao fogo uma frigideira com óleo e frite os files, doure a carne e acrescente as folhas de manjericão. Coloque os files em pratos individuais, e regue com o molho de caqui. Sirva com o tomate cortado em gomos, e os brócolis.

Prepare-se para uma noite encantada.

Esse feitiço é fantástico!!!

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BOLINHAS CIGANA

1 LATA DE MILHO VERDE

2 OVOS

1 XICARA (CHÁ) DE LEITE

8 COLHERES (SOPA) DE FARINHA DE TRIGO

4 COLHERES (SOPA) DE QUEIJO RALADO

1 COLHER (SOPA) DE MARGARINA

SAL A GOSTO

BATER TUDO NO LIQUIDIFICADOR E LEVAR AO FOGO SEMPRE MEXENDO, ATÉ SOLTAR. RETIRE DO FOGO, DEIXE ESFRIAR E MODELE EM BOLINHAS COM AS MÃOS ÚMIDAS. PASSAR NA CLARA DE OVO E NA FARINHA DE ROSCA. FRITAR.

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CREME DE ERVILHA

1 VD DE LEITE DE COCO (200ML)

500 G DE ERVILHAS

1 CEBOLA

1 PIMENTÃO VERDE

1 PIMENTÃO VERMELHO

1 TOMATE

1 COLHER (SOBREMESA) DE VINAGRE

1/2 XICARA DE SALSA PICADA

SAL E AZEITE A GOSTO

COLOQUE AS ERVILHAS DE MOLHO NA ÁGUA POR MEIA HORA.

NESTA MESMA ÁGUA, COLOQUE SAL A GOSTO E BATA NO LIQUIDIFICADOR.

REFOGUE A CEBOLA PICADA NO AZEITE, JUNTE O CREME DE ERVILHAS E O LEITE DE COCO. DEIXE FERVER. ADICIONE A SALSA, O TOMATE, PIMENTÕES E FINALMENTE O VINAGRE, DESLIGANDO O FOGO.

SIRVA QUENTE.

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SOPA CIGANA

 

2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola grande fatiada
3 dentes de alho, picados e amassados
1 talinho de aipo picado
1 xícara (chá) de abóbora em cubos
1 xícara (chá de batatas em cubos
3 xícaras (chá) de caldo de verduras
1 folha de louro
2 colheres de (chá) de páprica
1/4 colher de (chá) de açafrão-da-terra em pó
1 colher (chá) manjericão (usei o desidratado)
1/4 colher (chá) de canela moída
Pimenta em pó (chili) a gosto
2 tomates, sem pele ou sementes, picados
1 colher (sopa) de pimentão picado
1 1/2 xícara (chá) de grão-de-bico cozido
1 colher (sopa) de shoyu ou tamari
MODO DE PREPARAR:
Refogue a cebola e o alho no azeite de oliva. Acrescente o aipo e o pimentão picados e deixe refogar bem. Acrescente os tomates, as especiarias, as ervas, as verduras e o caldo. Deixe ferver, diminua o fogo, cubra e deixe cozinhar até as verduras amaciarem. Acrescente o grão-de bico e o shoyu, ajuste o sal se necessário. Deixe cozinhar um pouco mais em fogo baixo e depois sirva.
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As receitas da culinária cigana são grande tesouro para nós. Tanto que as receitas são passadas de mãe para filha. Os segredos de cozinha, são segredos ritualísticos, são indispensáveis para qualquer tipo de acontecimento gastronômico que mobilize os ciganos. É preciso que o conhecimento seja passado, para que esta energia possa fluir e venha haver realmente a troca que o universo deseja a que a alma do mundo nos inspira para que seja passado. Quando vemos um alimento em sua banca de venda, ele pode parecer colorido, bonito, mais quando a alquimia é feita, quando é trocada a energia do alimento com a nossa na hora do preparo, é que começa a magia. Os Ciganos tem muitos procedimentos de cautela para que esta energia desprendia seja sempre positiva. Tendo uma série de sábios cuidados na hora de preparação das refeições. Pois sabemos que o corpo se nutre, mais é o espírito que se alimenta. A cozinha cigana é variada, condimentada, diferente, inesquecível. Todo zíngaro ou gadjô glutão, que aprecia os prazeres da boa mesa, irá certamente incluir receitas de culinária cigana no seu cardápio. Incríveis misturas, uniões impensadas, sabores suaves, picantes, embriagantes, deliciosos. Sabores diferentes e exóticos de cultura CIGANA

A cozinha cigana possui uma grande variedade de sabores, em virtude de seu movimento pelo mundo. Desde os primórdios dos tempos, as grandes caravanas, incorporam alguns sabores das terras onde passam. Quando acampam em algum lugar, os ciganos procuram conhecer de tudo, inclusive a culinária local. Aproveitando e principalmente transformando receitas, adequando ao paladar e aos nossos costumes, assim foram criadas receitas de sabores incríveis, exóticos e únicos, que só os ciganos sabem fazer. A influência do Oriente é marcante, por esse local ser de onde os ciganos se originaram (Índia), caracterizando vários pratos ricos em condimentos e temperos. Outras localidades por onde nosso povo passou ainda no grande Continente Negro, trouxeram enriquecimento ao paladar români. Da Europa, que foi a porta do mundo para os ciganos, tiveram influências de vários países. Espanha, Portugal, França e Itália, influenciaram com a sua culinária regional e tradicional. Muitos outros países onde viveram/vivem uma grande gama de “Filhos das Estrelas”, também trás algumas pitadas de criatividade que abrilhanta ainda mais o vasto manancial de receitas saborosas e únicas. Como já foi dito, a cozinha români, tem a capacidade de transformar e criar pratos, dando um toque cigano todo especial, utilizando condimentos de todo o mundo, como os ibéricos, meridionais, orientais e ocidentais e os tradicionais. E em virtude mesmo desse movimento constante e marcante, incorporado à cozinha cigana, fatores que podem passar despercebidos na cozinha gadjô. Fatores estes de supra importância para nós, no astral, modo de fazer, corpo puro do cozinheiro (a), material dos vasilhames, comidas tradicionais de ocasião e muitos outros costumes. Estas influências da Galétzo Români são traduzidas em pratos ímpares, que misturam doces, salgados, frutas frescas e secas, chás dos mais variados tipos, carnes, frios, e também uma variedade de gostosuras. A gastronomia de um povo andarilho, que mantém suas tradições, tem desde pratos rápidos e práticos, até pratos elaborados e sofisticados, e tem de estar à mostra, á mão dos que se interessarem em se deliciar com receitas de pratos, que são um verdadeiro tesouro.

Flores diversas ou do Campo Todas as frutas inclusive em caldas, e cristalizadas

 
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****CONHEÇA O SIMBOLISMO DE ALGUMAS FRUTAS: ****

DOCES E SUCULENTAS, ESPALHAM-SE GENEROSAMENTE SOBRE TOALHAS VERMELHAS, EM FESTAS ALEGRES E CHEIAS DE MÚSICA. APAIXONADOS POR FRUTAS, OS CIGANOS AS USAM EM TODAS AS OCASIÕES, ALÉM DE EMPREGÁ-LAS EM CHÁS, BANHOS E MÁGICAS POÇÕES.

Abacaxi: Energético e refrescante; Ativa a confiança/ autoconfiança.

 

Ameixa: Representa o seio feminino: amor materno, poder feminino, doador da vida; Expressa as qualidades maternais; Pratos em ameixa são oferecidos às parturientes; Semente: representa o desapego ao lado material; eficaz contra o reumatismo e controle de vias respiratórias.

Amêndoas e castanhas: no ano-novo, as amêndoas são colocadas na carteira para atrair dinheiro. As castanhas são comidas para garantir o vigor sexual
Banana: Representação do falo: poder masculino; Usado em simpatias/ feitiços de amor pelos homens; Recuperação de energia masculina; Ativa a firmeza e a energia; Eficaz para tratamento de obesidade, renal e enxaqueca. 

Caqui: Afrodisíaco para homens; Umidade da polpa da fruta está ligada ao suco vaginal; Eficaz no tratamento de hepatite e tuberculose. 

 

Coco: Atrai paz e saúde (pela cor branca da polpa e verde da casca); Calmante.

Maçã: ela aparece em todos os rituais ciganos e é usada como base de perfumes, banhos, óleos e poções. Nas festas de casamento, as mesas com toalhas vermelhas e enfeites dourados também devem ser forradas com essa fruta, pois ela simboliza o amor e a paixão. Mais: casamentos sem maçãs significam que o amor não durará para sempre. Conhecimento espiritual;
Sabedoria e intelecto; Calmante; Eficaz no tratamento de anemia, brônquios, insuficiência hepática.
 

 

Peras: são as frutas preferidas dos ciganos, junto com as maçãs. Entre os persas, acreditava-se que o seu sabor perdurava até depois da morte. Por isso a pêra também está ligada à imortalidade e à boa saúde, além, é claro, da prosperidade, pelo tom amarelo da fruta. Associada ao útero; Ativa a criatividade; Também relacionada à energia sexual.

 

Laranja: Ativa o raciocínio; Revigorante; Eficaz no tratamento de sinusite, laringite, faringite e dores de cabeça.

 

Limão: Pela sua forma circular e a cor verde estão ligados à saúde;
Purificador e neutralizador; Eficaz contra todas as doenças.

 

Maracujá: Atua no sistema nervoso; Traz clareza de raciocínio; Trata da insônia.


 

Melão: pode significar prosperidade e um casamento rico pela frente. A fruta veio da Ásia e faz parte da cultura cigana há muito tempo, muitas vezes substituindo a pêra. É usada na magia cigana para garantir a união da família Símbolo do renascimento; Força física; Deve ser sempre ingerido sozinho.

 

Mamão: Representa o útero; Desperta a sensibilidade masculina;
Regulador do intestino.

 

Melancia: muito presente na decoração das festas, significa prosperidade (pela abundância de sementes) e fertilidade (pela cor vermelha do seu interior).

 

Morango: mais uma fruta vermelha empregada em poções de amor. A cor vermelha e o sabor da fruta dão a energia necessária para conquistar o ser amado. É utilizada também para curar desilusões amorosas, em chás e poções. Representa o coração; Felicidade e Ativa a energia sexual.

Abacates: os ciganos não têm dúvida em adotar frutas de outros países, desde que sejam doces.É o caso do abacate, originário do México. 

Uvas: se um cigano lhe der um cacho de uvas rosadas bem doces, saiba que ele quer se aproximar de você e ser seu amigo – ou talvez algo mais do que isso. Para eles, uvas e amizade andam sempre junto. Como em outras culturas, elas também são sinônimas de prosperidade. Os ciganos afirmam convictos, que o costume de comer doze uvas no réveillon – uma para cada mês – é uma tradição originada entre eles, assim como o hábito de ter frutas secas na mesa de Natal. Poder da consciência; Chá: fertilidade; Ingerida pela mulher em rituais; Relacionada ao sêmen masculino. 

Figo: outro estimulante sexual (aberto, assemelha-se ao órgão genital feminino). Usado também como remédio para combater a depressão, a ansiedade e a falta de memória. Ligado à elevação espiritual; Amor universal; Transcendência; Eficaz no tratamento de bronquite, escarlatina e problemas de uretra (podendo ser ministrado até para animais). 

Romã: uma fruta muito antiga. É empregada em chás e essências, como atrativo de dinheiro e felicidade. Em banhos ou talismãs, é garantia de fertilidade. Uma fruta muito antiga. É empregada em chás e essências, como atrativo de dinheiro e felicidade. Em banhos ou talismãs, é garantia de fertilidade.

 

Damasco: é a fruta afrodisíaca por excelência, vinda dos países mediterrâneos. A sua cor, laranja, traz vitalidade, fortalecendo a energia sexual. Os ciganos transformam os damascos em óleos aromatizantes, para envolver o casal apaixonado com o seu perfume.

 

Amoras e framboesas: pela cor, significam paixões arrebatadoras. As folhas de framboesa são usadas sobre o corpo da mulher, para proporcionar um bom parto. Essas frutinhas também são utilizadas como ingredientes em poções afrodisíacas.

Cereja: é uma das frutas fundamentais na decoração das mesas de noivado e casamento, pois significa o amor. Em poções e banhos, tem a função de atrair um parceiro. Os ciganos afirmam que as cerejas são diuréticas e calmantes.

ALECRIM

ALECRIM
É utilizados na culinária cigana para temperos de carnes, aves, peixes e legumes.É também usados para limpar e proteger os ambientes contra energias maléficas.

ESTRAGÃO

ESTRAGÃO
É excelente para realçar o sabor das carnes de coelho e frangos. Seu sabor é adocicado e ao mesmo tempo picante. Também é usados em peixes, assados, saladas verdes, cozidos de panela e molhos diversos.

ERVA-DOCE

ERVA-DOCE
Utilizada em licores, xaropes,doces,bolos, pães. Facilita a digestão e é afrodisíaca.

CARDAMOMO

CARDAMOMO 
Pode ser utilizado em assados,bebidas e compotas

CEBOLA

CEBOLA 
É considerado comum às classes sociais. É também rica em vitamina, diurética e anti-séptica.

CEBOLINHA

CEBOLINHA
Guarnece sopas, batatas, saladas e pratos que contenham legumes.É também bom para proteção contra maus espíritos.

COENTRO

COENTRO 
É excelente tempero para peixes, carnes de porco e cordeiro assados. É afrodisíaco e simboliza imortalidade.

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TCHÁYO ROMANÔ ( CHÁ CIGANO)

Chá Cigano feito com Chá Preto ou Mate com pedaços de frutas (maçã: felicidade; uva fresca: prosperidade; uva passa ou ameixa: progresso; morango: amor; damasco: sensualidade; pêssego: equilíbrio pessoal; limão: energia positiva e purificação da alma).

Fazer o chá em água fervente e deixar amornar. Colocar as frutas maceradas, misturar bem, coar e beber

 

O chá é uma combinação de elementos que nutrem e fortalecem o espírito. Em torno dele se reúnem as pessoas a fim de se refazerem da energia diária e entreterem-se com boas conversas.
Ingrediente para 10 porções:
Chá preto a granel ou em sachês
Frutas da estação – pêssego, ameixas, damascos, morangos secos ( desidratados)
Açúcar ou Adoçante.
Modo de Preparar:
Coloque 2 colheres de sopa bem cheias da erva de chá preto, em 2 litros de água fervendo em um samovar ( pode ser feito em bule ou chaleira). Quando estiver pronto, sirva nos copos de louça ou tigelas com pêssegos em pedaços, damascos ou morangos amassados com um garfo ou colher. Adoce se desejar.
Os ciganos mais antigos faziam torrões de açúcar e os prendiam entre os dentes para tomar o chá.
Magia:
O ato de amassar as frutas deve ser feito em silêncio, enquanto você faz uma prece sincera.
Fazer o chá na Lua Cheia.
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FESTAS CIGANAS

 Como são as tradições de casamento na cultura cigana

VESTIDO VERMELHO, “PACTO DE SANGUE” E PROVA DE VIRGINDADE: HÁ DIFERENTES RITOS PARA CELEBRAR O MATRIMÔNIO ENTRE CIGANOS, COM COSTUMES TÍPICOS EM CADA GRUPO.

 

Bronzeamento artificial, vestidos com cristais e tecidos caros e festas extravagantes para muitos convidados. “Meu Grande Casamento Cigano”, novo programa do canal por assinatura TLC (sábados, 21h00), mostra cenas de casamentos luxuosos e atuais. Mas a história das tradições dos clãs é um pouco diferente.

 

De acordo com Nicolas Ramanush, presidente da Embaixada Cigana do Brasil Phralipen Romani, não é possível falar em um só casamento cigano típico. Cada grupo cultiva crenças e hábitos particulares e o casamento reflete as múltiplas facetas desta rica cultura.

Rodrigo Valenzuela, da Família Valenzuela, representante da cultura cigana em São Paulo, também explica que cada grupo tem uma tradição. “Principalmente porque eles adotam um pouco dos costumes locais da região em que estão”, conta. Com a miscigenação, alguns costumes mais tradicionais foram se adequando à cultura brasileira. Mas há casamentos que ainda resgatam a tradição cigana.

Jovanka  e Rodrigo no casamento…

 

 

… e na festa: tradições variadas

“No Brasil, o grupo de ciganos predominante é representado pelos Calon, seguido pelos clãs Rom e Sinte”, afirma Nicolas. Entre os Calon, é tradição o casamento arranjado pelos pais dos jovens. “Já no clã ao qual eu pertenço, Sinte, temos a seguinte tradição: ‘sequestrar a garota’ e depois retornar para a aceitação e bênçãos dos familiares”, conta.

União entre famílias

Como o casamento Calon é planejado pelos pais do casal, é comum que os futuros noivos não se conheçam. “Desde jovens, as noivas são prometidas a seus futuros maridos”, afirma Jovanka Valenzuela, mulher de Rodrigo. O casamento é a representação oficial da união entre as famílias.

A cerimônia e a festa de casamento ciganas também são um pouco diferentes das brasileiras. Para os Calon, as festas duram três dias.

No primeiro dia, a noiva é apresentada aos familiares dos noivos, com um almoço ou jantar. No dia seguinte, ocorre a cerimônia de casamento, na religião à escolha dos noivos. “A festa começa no terceiro dia e pode durar até uma semana”, acrescenta Jovanka.

Vestido vermelho

Como ainda acontece em países como a Índia, segundo Nicolas Ramanush, é tradição a noiva vestir-se de vermelho. “A cor vermelha no vestido simboliza a paixão, o amor e a energia que a vida de casada irá demandar. Alguns clãs, aqui no Brasil e no mundo, ainda praticam esse ritual”, completa Nicolas.

 

 

Casamento cigano na Romênia: mulheres da família preparam a noiva

Por uma influência do ritual religioso católico, outros grupos, como os Calon, adotaram os trajes na tradicional cor branca.

Outro costume antigo é exibir aos demais membros da comunidade, após a noite de núpcias, a prova da virgindade. “A noiva deita-se sob a camisa branca do noivo, que pela manhã exibe a mesma manchada de sangue”, relata Nicolas.

Os descendentes Calon também cultivam a tradição do corte no punho dos noivos. “É feito um corte no pulso esquerdo de cada um dos noivos, que juntarão os braços, simbolizando a união”, descreve Jovanka Valenzuela.

 

Algumas particularidades distinguem e dão a um casamento cigano o seu caráter específico. A festa de casamento é prevista para durar de dois a vários dias, reunindo ciganos de todas as partes do país, e mesmo do exterior, pois os convites são dirigidos aos membros da comunidade em geral.

As despesas das festas de noivado e de casamento, incluindo sua organização e o vestido de noiva, são de responsabilidade da família do noivo. Os preparativos do banquete de casamento ocorrem na residência dos pais dos noivos. Num esforço comunitário, com a participação dos parentes mais próximos do noivo – homens e mulheres envolvidos – são preparados os pratos típicos da festa.

No dia do casamento na igreja, antes de todos partirem para a cerimônia, ocorre uma seqüência de eventos, agora na casa da noiva. Esta já está pronta, vestida de branco, quando chega a família do noivo, dançando ao som de músicas ciganas.

Na sala de jantar, onde já está disposta a mesa com diversas comidas e bebidas, os homens se sentam. De um lado da mesa, a família do noivo. Do outro, a da noiva. A conversa acontece em romani, as mulheres permanecem à volta. É simulada uma negociação – a compra ritual da noiva. Moedas de ouro trocam de mãos. Em seguida, abrem uma garrafa de bebida, envolvida em um pano vermelho bordado, que os homens à mesa bebem – a proska .

Surge então a noiva, vestida de branco, pronta para a Igreja. Mais música e agora a noiva dança com o padrinho, ainda na sala de jantar/estar. Em seguida, todos saem para se dirigirem à igreja; a noiva em uma limusine. O cortejo com as famílias seguindo, e apenas o noivo não estava presente, pois aguarda na igreja. Lá, a cerimônia é convencional, exceto pelos trajes dos convidados e padrinhos vestidos com as tradicionais roupas ciganas, e a profusão de jóias. Apenas algumas dezenas de convidados compareceram à cerimônia religiosa, considerada mais íntima.

O momento seguinte do casamento ocorre num clube alugado para a ocasião e onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, ao longo das paredes, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos. À medida que cresce o número de pessoas, aumenta, de certa forma, a confusão: a solenidade das mesas contrasta com os colchões espalhados nos cantos do salão, onde dormem crianças. A festa vai chegando ao fim quando a noiva deixa o salão de festas, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal.

O momento seguinte do casamento ocorre num clube alugado para a ocasião e onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, ao longo das paredes, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos. À medida que cresce o número de pessoas, aumenta, de certa forma, a confusão: a solenidade das mesas contrasta com os colchões espalhados nos cantos do salão, onde dormem crianças. A festa vai chegando ao fim quando a noiva deixa o salão de festas, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal.

Casamentos realizados, São Paulo e Campinas, no ano de 1993.

As fotos aqui apresentadas foram realizadas por Fernando de Tacca,

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O segundo dia
A festa começa novamente no dia seguinte, agora na casa dos pais do noivo, onde o casal passa a residir. O banquete continua – agora para um número menor de convidados. No lugar do branco do dia anterior, o vermelho se sobressai na festa – nos cravos, usados pelos convidados, na decoração, na bandeira, nas roupas da noiva. Esta, à entrada da casa, recebe cada convidado, junto a uma bacia com água de onde tira cravos vermelhos, para oferecer-lhes. Em troca, recebe notas de dinheiro, geralmente de pequeno valor. Santana registra este momento, em outro casamento estudado: 
“A continuação da festa de casamento, depois do primeiro dia, será toda voltada para a noiva, que é agora, uma mulher casada. Sempre acompanhada do marido, ela deixa o semblante triste que a acompanhou até este momento. Todos a procuram para receber dela uma flor vermelha e crianças, jovens e velhos lhe retribuem com dinheiro. Isso significa que a cumprimentam por seu novo status na sociedade, alcançado segundo a tradição dos ciganos.” (Santana , p.112)

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CANDOMBLÉ

IFÁ

É o nome de um oráculo africano. É um sistema de adivinhação que se originou naÁfrica Ocidental entre os yorubas, na Nigéria. É também designado por Fa entre os Fon eAfa entre os Ewe. Não é propriamente uma divindade (Orixá), é o porta-voz de Orunmilá e dos outros orixás.

O sistema pertence as religiões tradicionais africanas mas também é praticado entre os adeptos da Lukumí de Cuba através da Regla de OchaCandomblé no Brasil através doCulto de Ifá, e similares transplantadas para o Novo Mundo.

Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade

Da Nigéria são dois os listados como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade: OGelede, que também é praticado no Benin e Togo, e os Ifa Divination System, e em estudo na Nigéria um sistema de Tesouros Humanos Vivos e esforços para salvaguardar o suas línguas ameaçadas.

África

*Nota:esta é somente uma versão da ordem, e pode mudar dependendo da região

16 Odús principais
Nome 1 2 3 4
Ogbe I I I I
Oyẹku II II II II
Iwori II I I II
Odi I II II I
Ọbara I II II II
Ọkanran II II II I
Irosun I I II II
Iwọnrin II II I I
Ogunda I I I II
Ọsa II I I I
Irẹtẹ I I II I
Otura I II I I
Oturupọn II II I II
Ika II I II II
Ọsẹ I II I II
Ofun II I II I
16 Afa-du principais
(Yeveh Vodoun)
Nome 1 2 3 4
Gbe-Meji I I I I
Yeku-Meji II II II II
Woli-Meji II I I II
Di-Meji I II II I
Abla-Meji I II II II
Akla-Meji II II II I
Loso-Meji I I II II
Wele-Meji II II I I
Guda-Meji I I I II
Sa-Meji II I I I
Lete-Meji I I II I
Tula-Meji I II I I
Turukpe-Meji II II I II
ka-Maji II I II II
Ce-Meji I II I II
Fu-Meji II I II I
 

babalawo e os aprendizes sempre ao seu lado. O aprendizado começa muito cedo.

O Orixá Orumilá é também chamado de Ifá, ou Orunmila-Ifa e também é denominado frequentemente Agbonniregun (“Aquele que é mais eficaz do que qualquer remédio”). Em caso de dúvida Ifá é consultado pelas pessoas que precisam de uma decisão, que queiram saber sobre casamentos, viagens, negócios importantes, doenças, ou por motivo religioso.

Para os yorubas o sacerdote é o babalawo e entre os Fons e Ewes recebe a designação debokonon, e o sistema de adivinhação é o mesmo. O babalawo (pai do segredo) recebe as indicações para as respostas através dos signos (odù) de Ifá.

Origens

Objeto sagrado de Orumila Ifa.

Orunmilá é o orixá e divindade da profecia. Ifá é o nome do Oráculo utilizado por Orunmilá. O Culto de Ifá pertence a religião yoruba.

O culto do vodun Fa é originário de Ile Ifè, e chegou ao antigo Dahomey pelas mãos de sacerdotes imigrados do território yoruba já a partir do século XVII, mas sua instalação oficial como uma das divindades reconhecidas pelo rei de Abomey teria se dado ou através do babalawo Adéléèyé, de Ile Ifè que chegou a Abomey no reinado de Agadjá (1708-1732) , junto com outros (GongonAbikobiAto e Gbélò), ou pela princesa Nà Hwanjele, mãe do rei Tegbessu (1732-1775), que era de origem yoruba. Os sacerdotes de Fá são chamados em fon debokonon, o correspondente a babalawo dos yoruba. O bokonon da corte de Abomey é um dos dignitários do rei reconhecido na categoria de príncipe e está entre os poucos autorizados a vestir djelaba em público e a permanecer com a cabeça coberta diante do rei e da rainha-mãe.

Métodos utilizados

Babalawo (pai que possui o segredo), é o sacerdote do Culto de Ifá. Ele é o responsável pelos rituais, iniciações, todos no culto dependem de sua orientação e nada pode escapar de seu controle. Por garantia, ele dispõe de três métodos diferentes de consultar o Oráculo e, por intermédio deles, interpretar os desejos e determinações dos OrixásÒpelè-IfáJogo de Ikins.

OPON-IFÁ

  • Opon ifa retangular, Orossi.JPG     Opon Ifa redondo, Orossi.JPG

Opon-Ifá, tábua sagrada feita de madeira e esculpida em diversos formatos, redonda [2], retangular, quadrada, oval,[3] utilizada para marcar os sígnos dos Odús (obtidos com o jogo de Ikins) sobre um pó chamado Ierosum. Método divinatório do Culto de Ifá utilizado pelos babalawos. Irofá de Orula instrumento utilizado pelobabalawo durante o jogo de Ikin com o qual bate na tábua Opon-Ifá.

JOGO DE OPELE

 

Opele Ifá

Òpelè-Ifá ou Rosário de Ifá é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa ou fio de algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.

Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com correntes de metal intercaladas com vários tipos de sementes, moedas ou pedras semi-preciosas.[4][5]

O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos, com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.

JOGO DE IKINS

 

Jogo de Ikin

Jogo de Ikin só é utilizado em cerimônias relevantes, só pode ser consultado pelobabalawo. O jogo compõe-se de 21 nozes de dendezeiro Ikin, são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se apurar o Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. Dos 21 Ikins, 16 são colocados na palma da mão esquerda, com a mão direita rapidamente o babalawo tenta retirá-los de uma vez. A determinação do Odú é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda, o resultado seja qual for, terá que ser riscado sobre oierosun que está espalhado no Opon-Ifa, para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, se não sobrar nenhum ikin na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida.

Oráculo

oráculo consiste em um grupo de cocos de dendezeiro ou Búzios, ou réplicas destes, que são lançados para criar dados binários, dependendo se eles caem com a face para cima ou para baixo. Os cocos são manipulados entre as mãos do adivinho , e no final são contados, para determinar aleatoriamente se uma certa quantidade deles foi retida. As conchas ou as réplicas são freqüentemente atadas em uma corrente divinatória, quatro de cada lado. Quatro caídas ou búzios fazem um dos dezesseis padrões básicos (um odu, na língua Yoruba); dois de cada um destes se combinam para criar um conjunto total de 256 odus. Cada um destes odus é associado com um repertório tradicional de versos (Itan), freqüentemente relacionados à Mitologia Yoruba, que explica seu significado divinatório. O sistema é consagrado aos orixás Orunmila-Ifa, orixá da profecia e a Exu que, como o mensageiro dos Orixás, confere autoridade ao oráculo.

O sistema inteiro traz uma semelhança superficial com os sistemas ocidentais de geomancia. Suspeita-se que a geomancia ocidental é um empréstimo de um sistema criado pelos Árabes e trazida para o norte da África, onde foi aprendida pelos europeus durante as Cruzadas. Muito embora possua um número diferente de símbolos, o sistema carrega também alguma semelhança com sistema chinês do I Ching.

O Babalaô brasileiro William de Ayrá (Mestre Obashanan, discípulo de Mestre Arapiagha) foi o primeiro a realizar um estudo comparativo sério e eficaz entre o Ifá, o I-ching, Geomancia e o cabalismo de diversas culturas, com resultados filosóficos e divinatórios comprovados.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil foram sacerdotes Umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo. A tradição africana de Ifá só chegou ao Brasil via africanos e Cubanos muito mais tarde.

Odu

Cada odù é formado por um conjunto constituído por duas colunas verticais e paralelas de quatro índices cada. Cada um desses índices compõem-se de um traço vertical ou de dois traços verticais paralelos que o babalawo traça no pó (iyerosun) espalhado sobre um tabuleiro de madeira esculpida (Opon-Ifá) à medida que vai extraindo os resultados pela manipulação dos cocos de dendezeiro ou ikin-ifá.

O babalawo detecta esse odù manipulando caroços de dendê (Ikin) ou jogando o rosário de Ifá chamado (Opele-Ifa).

Existem 256 odù, correspondendo cada um a uma série lendas (Itan).

Culto de Ifá é oriundo das Religiões tradicionais africanas, ligado ao Orixá OrunmiláIfá da religião yoruba. Com a ida destas culturas para Brasil e Caribe, nos períodos do tráfico negreiro, alguns sacerdotes (chamados babalawo (yoruba) e Bokono (ewe/fon).) foram levados para estes países, estando ligados às religiões Candomblé (Brasil) e Santeria através da Regla de Ocha (Cuba).

culto de Ifá é um sistema divinatório, empregado na África e nos países para onde foi disseminado para decisões de cunho religioso ou social. Utiliza três técnicas diferentes (OpelêIkins eMerindilogun), que têm em comum os OdúIfá, os signos.

As mulheres também podem ser iniciadas no culto, quando passam a ser chamadas apetebis(esposas de Orunmilá), mas os sacerdotes – babalawôs – sempre são homens heterossexuais, sendo vedado às apetebis jogar Opelê ou Ikins. O Merindilogun é o jogo dos OBAORIATES sendo permitido as mulheres a usarem o EKURÓ. As pessoas ebomis que não são iniciadas em Ifá usam o OBANIKA.

Culto de Ifá tem um rígido e complexo sistema de conduta moral relativo a seus adeptos, expresso no Odu Ikafun, onde surgem os dezesseis mandamentos de Ifá.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil, obras publicadas em português foram sacerdotes Umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo.

COMPRENDENDO AS DETERMINAÇÕES ORACULARES
Existe uma distância enorme que separa a postura do homem religioso da postura do homem racional.
O religioso é aquele que busca a compreensão de tudo o que diz respeito aos dogmas, procedimentos ritualísticos, liturgias e filosofia de sua religião, o que o diferencia também do fanático, que aceita qualquer coisa sem compreender e sem contestar.
O homem racional não busca a compreensão e sim o resultado. Para ele a religião, seja qual for, é uma butique de milagresonde os resultados pretendidos devem ser obtidos e, invariavelmente, em curto prazo.
O que não pode ser provado em laboratório, o que não lhe trouxer um resultado prático e positivo é, para o racional, considerado obsoleto e, como tal, jogado na cestinha das bobagens sem utilidade. O homem racional é, em essência, um cético e ateu, por conta de nunca haver-se provado a existência de Deus “in vitro”.
Creio que esta introdução pode servir para responder, em parte, aos diversos questionamentos da maioria das pessoas, e, claro, a alguns de nossos amigos que a este lêem.
De forma mais objetiva, já que tratamos com pessoas confessadamente pragmáticas, ou seja, que considera o valor prático como critério da verdade, eu diria que quando se tira um Odu regente, o que se pretende na verdade é buscar, em Orunmilá, os aconselhamentos e orientações para que se possa proceder de forma a assegurar que tudo transcorra bem a partir da execução de determinados procedimentos, sejam eles religiosos ou posturais.
Somente as pessoas crentes no poder de Orunmilá podem aceitar as orientações daí decorrentes e, segundo as mesmas, participar dos ritos, observar as interdições, seguir os aconselhamentos e oferecer os sacrifícios propiciatórios e defensivos determinados.
Não sendo assim, de nada adianta “sacar-se” um Odu para saber dessas orientações, e não segui-las, ou obedecê-las, e assim NÃO se beneficiar das orientações por ele trazidas.
Temos o grave defeito (humano, congênito, cultural e Geográfico), de culparmos aos Orisá, pela não realização de nossos anseios.
Costumo dizer que Orisá lê a mente e o coração de todos nós, e o que a boca fala, às vezes, não é o que o coração e a mente executam. E daí provém a não execução de alguns desejos nossos.
Ou a demora da realização dos mesmos.
Ou o atendimento, mas não da forma que desejaríamos.
Devemos ter a consciência de que estamos aqui na Terra para aprender, para evoluir, para recebermos as benesses de Orisá, mas não de graça. Temos um dever, mas sempre queremos apenas os direitos.
E quase sempre relutamos em executar os deveres conforme as determinações de Orunmilá.
Temos a pretensão de achar que sabemos mais que Orunmilá, que Orisá, e constantemente “botamos queda de braço” com Eles.
Ledo engano…
Na grande maioria das vezes fazemos o que queremos e também constantemente contra as determinações do Oráculo.
Achamos que os sacerdotes, por serem humanos como nós, nada sabem.
Achamos que as impressões, por ele apresentadas, são de sua autoria.
O que normalmente não é.
E aí…pagamos caro…e normalmente com dor, pela nossadescrença.
E mesmo assim, relutamos em crer em nosso sacerdote, em suas determinações fornecidas por Esú.
E culpamos aos Orisá, por tantas coisas, que chega a ser ridículo as colocações.
Mas tudo devido a nossa incompetência, a nossa negligência, a nossa falta de confiança e na falta de .
Mas, como homem estudioso de minha Religião, um Sacerdote que busca constantemente uma melhor evolução religiosa, cultural e litúrgica, crente na sabedoria de Orunmilá, creio que as orientações que Ele me fornece para minha proteção e das pessoas pertencentes ao meu Egbe, através do Odu, funcionam, como tem funcionado até hoje de forma muitíssimo satisfatória, para aqueles que seguem essas determinações, e que têm em Orunmilá, e em Esu, como seus orientadores e mentores espirituais.
E reafirmo aos que lêm a este, que busquem dentro de si mesmos as respostas, baseadas nos ensinamentos de Ifá.
Busquem aprimorar-se como seres humanos, como pessoas que estão em busca não só de bem estar material, mas sim na busca de IWÁ (caráter).
Que assumam seus compromissos assumidos diante de Ifá, e deEsu, e cumpram-nos, para obterem assim as tão desejadas benesses materiais.
Não adianta querer, e não fazer.
Não adianta falar para o Mundo, e não sentir dentro de si mesmo.
Não adianta teimar, e não seguir as determinações.
Não adianta receber, e depois descumprir o assumido.
Não adianta… pois ninguém engana a Esu !!!
QUANDO SE DAR E QUANDO RECEBER
Um sábio passeava pelo mercado quando um homem se aproximou.
Sei que és um grande mestre – disse.
Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro; devo ajudá-lo?
Se essa não é uma situação de emergência, aguarde mais uma semana antes de atender o seu filho.
Mas se tenho condições de ajudá-lo agora; que diferença fará esperar uma semana?
Uma diferença muito grande – respondeu o sábio.
– A minha experiência mostra que as pessoas só dão o real valor a algo quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não conseguir o que desejam.
Moral da história:
A vida freqüentemente nos ensina este ponto. Por isso é que muitas vezes as nossas orações demoram um pouco para serem atendidas.
Jogo de BúziosORIGENS 

Em todos os países do mundo numa época ou em outra surgiram e continuam a surgir formas de adivinhação algumas vezes chamadas de oráculos. O i-ching chinês é um oráculo assim como o tarot ocidental ou o jogo de búzios nigeriano. Enquanto o i-ching possui forte base pragmática, o tarot nos remete a conceitos mais românticos. Já o jogo de búzios é talvez o mais objetivo de todos. Imagina-se que este jogo esteja sempre ligado aos cultos afro, o que não é verdade. Isto se deve à forma como ele chegou ao Brasil trazido por sacerdotes yorubás no século XVIII. Na realidade, visto isoladamente, o jogo de búzios em pouco se difere de outros processos divinatórios. Ele é constituído de uma base onde se lançam pequenas conchas. Pela disposição destas conchas ou búzios, o olhador ou ledor, retira a resposta à pergunta formulada por ele mesmo ou por um consulente.

 

A LÓGICA DO JOGO

O grande humanista suíço C. G. Jung ao estudar os processos de adivinhação, desenvolveu a teoria da sincronicidade ou das coincidências significativas. Por esta teoria ao se tirar cartas, moedas ou em nosso caso, lançar búzios, tendo em mente uma certa questão, há uma interação entre a pessoa que faz o jogo, a formulação feita e a resposta que reside em algum ponto do espaço-tempo. Como tudo ocorre no mesmo instante o nome sincronicidade está bem aplicado.

A PRÁTICA

Uma forma bastante comum do jogo de búzios é a que utiliza uma peneira como base. Esta peneira estará coberta por um pano branco, em redor da peneira deverão ser colocadas as guias, que são colares de contas com as cores dos orixás, formando um círculo, em seu interior poderá conter outros objetos, que complementam a magia, moedas, pedras e outros amuletos que representam os orixás.

Orixá mais que um deus ou semi-deus, é a representação simbólica ou arquetípica de forças da natureza. Possuem representação humana o que é natural para a maioria dos povos (veja o caso dos deuses gregos), seus erros e virtudes. O equivalente na astrologia seriam os planetas revestidos de seus signos naturais.

Nesta peneira ou base equivalente, lançam-se 16 búzios, e ocasionalmente um extra chamado oxetuá (búzio de energia ou axé). Nos 16 búzios faz-se um furo nas “costas” de modo que ao ser lançado tenha igual chance de cair
Aberto (boca da concha para cima).
 Fechado (furo para cima).

Como em qualquer oráculo pode-se fazer qualquer pergunta. O ingrediente que aciona a sincronicidade é a crença, fé ou que nome se queira dar. A qualidade da resposta é muito mais uma função de quem joga do que do jogo propriamente dito.
Alguém disse que o erro não está na astrologia mas nos astrólogos. O mesmo se pode dizer do jogo de búzios. As melhores respostas são aquelas em que razão e intuição andam lado a lado. Os melhores adivinhos podem chegar a tal estado de perfeição que dispensam qualquer meio sejam eles cartas, moedas, mapas astrais ou mesmo búzios.
Naturalmente estes casos são muito raros. O normal é seguir as observações comprovadas ao longo de centenas de anos por estes magos.
O processo aqui descrito se baseia em regras muito claras na prática diária do jogo. A propósito não se deve confundir o nome jogo com algum tipo de brinquedo. O jogo de búzios é sério e para funcionar corretamente é preciso que se o leve a sério.
Não há absolutamente necessidade que o olhador ou o consulente pertençam a qualquer culto africano. É fundamental no entanto o respeito à força maior que orienta a “caída” dos búzios. Não há mágica, mas mistério. Não há superstição, mas crença. E esta fé neste poder superior é a mesma que move a ciência, a filosofia e a religião.

 

OS JOGOS DE BÚZIOS

Os jogos mais difundidos são :

a) – O jogo de Alafiá = 4 Búzios
b) – O Jogo de Odú = 16 Búzios
c) – O Jogo no Ketô = 16 Búzios
d) – O Jogo de Angola = 21 Búzios

E é possível 4 tipos de jogadas :

1. Indica o orixá de cabeça ( guia espiritual ou se você preferir o signo do indivíduo ) dados da potencialidade pessoal. As suas qualidades e estilo ficam como que mais acessíveis. E nada impede que um homem tenha o estilo de um orixá dito feminino e vice-versa.

2. Responde às perguntas cujas respostas sejam do tipo sim/não/talvez. Búzio aberto ( na astrologia se diz que há um aspecto favorável ). No caso de cair com o búzio fechado (na astrologia aspectos desfavoráveis), estes elementos não se apresentam impossíveis mas são situações desafiadoras.

3. Oráculo para qualquer pergunta ou questão mais complexa.

4. O jogador pode lançar qualquer número de búzios numa jogada pessoal, já que há pessoas que usam 21 búzios.

 

A INTERPRETAÇÃO

A interpretação da “caída” dos búzios se fundamenta na quantidade de búzios abertos e fechados e na relação que existe entre este número e determinados orixás. Em certos casos como a opção 1 é considerado igualmente o dia da semana em que o consulente nasceu, exatamente como no ocidente o Domingo é dia do sol (sunday), Sábado de Saturno (saturday) etc., cada dia da semana é regido por um ou mais orixás, conforme abaixo:

Segunda – Feira = Exu e Obaluaê.
Terça – Feira = Nanã, Oxumaré, Ogum.
Quarta – Feira = Xangô e Iansã.
Quinta – Feira = Oxóssi e Logun-Edé.
Sexta Feira = Oxalá.
Sábado = Iabás, Iemanjá, Oxum e Begês.
Domingo = Olorum e todos os Orixás.

Cada jogada se encerra com um quadro de chaves interpretativas, que dão margem a interessantes combinações. Não é raro acontecer “coincidências” incríveis.
Com o tempo e a prática você será capaz de intuir fatos que hoje seriam tidos como mágicos. É uma questão de pura dedicação. Inicialmente aproveite os quadros como se apresentam. Futuramente quem sabe você passe a utilizar seu próprio método.


OS ORIXÁS

Para facilitar o entendimento, adotaremos o jogo da Nação Ketô, com 16 Búzios
A quantidade de búzios abertos e fechados que caem na peneira, indica qual orixá está respondendo a pergunta do consulente e qual a sua mensagem.

Somente isto seria suficiente para qualquer tipo de interpretação, bastando para tanto saber as características de cada orixá (os nomes podem diferir entre as diversas nações de origem embora os atributos sejam os mesmos ).
Vejamos as caídas e as principais características arquetípicas dos orixás :

Os números à esquerda do “X”, representam a quantidade de “búzios abertos” e à direita a quantidade de “búzios fechados”.

00 X 16 = Caída neutra, deve ser repetida a jogada .
01 X 15 = EXÚ = Mensageiro neutro
02 X 13 = OGUM = Objetivo, prático e egoísta
03 X 14 = OBALUAE = Curioso, estudioso e preciso
04 X 12 = IEMANJÁ = Maternal, gentil e complacente
05 X 11 = OXUM = Bondoso, sensível e comunicativo
06 X 10 = EWÁ = Personalidade volúvel, confiante e temperamental
07 X 09 = OSSAIM = Cordial, diplomata e orgulhoso
08 X 08 = OXALÁ = Inteligente, sério, correto e lógico
09 X 07 = LOGUM = Sofisticado, culto e egocêntrico
10 X 06 = XANGÔ = Reservado, hábil e líder natural
11 X 05 = OXÓSSI = Jovial, romântico e imaturo
12 X 04 = IANSÃ = Extrovertido, franco e exótico
13 X 03 = NANÃ = Discreto, místico e cauteloso
14 X 02 = IBEJI = Infantil, volúvel, instável
15 X 01 = OBÁ = Ingênuo, honesto e tolerante
16 X 00 = OXUMARÉ = Enigmático, inteligente e astucioso

 

O RITUAL

Os búzios deverão ter sido deixados no sereno, em noite de lua cheia, num preparado com ervas de colônia, Santa Luzia, Saião, Elevante, Fortuna, Orepê, Seiva de alfazema, Açúcar com Epó de Oxalá e Macaça. Pela manhã, antes do sol nascer, deverão ser lavados com as ervas em água corrente e mel e deixados em descanso por algumas horas antes do jogo. O olhador, deverá estar de roupa clara, descalço e com as guias de seus orixás. Não deve beber ou fumar antes e durante o jogo. Deverá então pedir licença para o orixá que rege o dia da semana para abrir o jogo saudando todos os orixás, começando por “Exú ” e finalizando com “Oxalá”. Pedir a iluminação de “Ifá” pronunciando a seguinte oração em yorubá:

 

” Oduduá, Dadá, Orumilá
Babá mi Alari Ki Babá
Olodumarê Babá mi
Bakê Oshê
Bara Lonan
Kou Filé Babá mi
Emim Lo Shirê Babá
Ifá Benim Mojubaré
Ifá Orum Mojubaré
Exú Mojubá (Bater o pé direito tres vezes)
Okê Oxé
Ifá Agô
Ogum yê Patacori,
Jassy, Jassi “

Para se aprender a jogar Búzios não é necessário ser espírita ou frequentar candomblé, mas deverá ser iniciado nos “Segredos de Ifá”, que não é mais uma divindade ou orixá, “Ifá” representa o nosso “Eu” Interior, o “ID” de “Freud”. Então cultuar “Ifá” é cultuar a sí mesmo, isto é os nossos dons interiores, para encontrar o nosso bom “Iwá” (Destino). Porém sempre devemos pedir licença para “Exú”, que é quem detém para sí os bons e os maus caminhos.

O objetivo deste trabalho é transmitir um pouco da cultura esotérica Africana que é muito rica e pouco difundida. Somente o estudo dosOrixás , merece um capítulo à parte e sua mitologia é tão rica que não fica devendo nada à Mitologia Grega ou à qualquer outra cultura ocidental européia.

JOGO DE BÚZIOS POR ODUS
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia sobre a terra e, principalmente ,o mistério que envolve o seu futuro. A insegurança e a curiosidade em relação ao futuro fez com que o homem tentasse, de diferentes maneiras prever o que lhe estava reservado, vindo a se precaver de todos os tipos de maléficos, como pôr exemplo, a má sorte, dificuldades amorosas, sociais, financeiras e outros, sendo assim o homem assegurava para si a certeza da efetivação dos diferentes acontecimentos benéficos.Podemos encontrar muitos sistemas oraculares existentes com esta finalidade acima citada, não importando a origem dos sistemas nem a sua filosofia de estudo, aprendizado ou execução, todos se concentram em único significado que é encontrar os melhores métodos para prevenir ou ainda remediar situações maléficas, trazendo assim um alívio imediato para a pessoa e ou sua comunidade ou família.Quase todos os oráculos, independente de sua origem cultural, absorvem uma tendência a alguma tipo ou aspecto religioso, vindo sempre a sugerir ou indicar um certo tipo de ritual ou prática religiosa, de caracter e aspectos muito mais, ou ainda quase que completamente, místicos do que científicos.Em particular no Brasil, o sistema mais conhecido, pelo fato de sua ampla divulgação e fácil acesso a interpretação dos conhecimentos e execução é o jogo de búzios, que tem origens totalmente africanas, embora muitas das mesmas, feliz ou infelizmente, adaptadas ou ainda modificadas em nosso país. Mais especificamente falando essas origens não só são africanas como são de origem do culto à Òrúnmìlà, que nos permite exercer tal função através das interpretações dos Odù, esses estão totalmente ligados aos seres humanos e aos òrìsà, ou ainda podemos dizer que os diferentes Odù juntamente de Èsù e Ifá são os meios pelo qual o homem pode vir a ajustar e melhorar a sua vida terrena e espiritual.A nossa cultural assimila de forma notável os costumes de origem africana, que foram trazidos até nós pôr intermédio dos escravos e de maneira brutal e trágica durante diversos séculos.De maneira geral, podemos dizer que a música, a culinária, a maneira de agir e pensar do brasileiro demonstram de forma inequívoca a influência africana aqui exercida, que não poderia deixar de ser verificada também, na postura estabelecida por nós diante das religiões, quando independente de sua opção ou credo, adotamos sempre uma atitude pautada num certo profundo misticismo.Para o brasileiro e também para o africano, não cai uma folha de uma árvore sem que para isto não haja uma determinação espiritual ou um motivo de fundo religioso.As forças superiores a nós são sempre solicitadas para a solução de problemas do cotidiano, e seja qual for a religião cultuada pela pessoa, a prática da magia é sempre adotada em busca das soluções, mesmo que esta prática “mágica” seja mascarada pôr outro nomes em diferentes tipos de crenças.O presente trabalho consiste em ser uma proposta totalmente didática e básica ao conhecimento e estudo do oráculo africano ligado ao oráculo dos búzios, que é feito através da interpretação dos segredos contidos nos diferentes Odù.Qualquer pessoa pode aprender e conhecer o oráculo dos búzios africano, que nada mais é do que conhecer os segredos contido nos Odù, porém somente os iniciados e consagrados podem realmente ter acesso a prática do oráculo.Os Odù demonstram as diversas tendências da pessoa e dos acontecimentos que surgirão na vida da mesma, os Odù podem também estar direta ou indiretamente ligado aos sonhos, devendo sempre o sacerdote perguntar ao consulente a respeito de sonhos recentes a data da consulta, e no instante em que o consulente estiver descrevendo o/os sonhos deve-se prestar bastante atenção, pois podem apresentar-se diversos detalhes em comum entre os sonhos e estes poderão ajudar na solução do problema da pessoa, seja na criação de um ebo ou em atitudes a serem tomadas.Os odù que utilizamos para o oráculo dos búzios é a interpretação dos 16 principais odù, que nada mais são do que 16 caminhos interligados um com o outro, ou seja o primeiro caminho está interligado com todos os demais 15, e é pôr este motivo que em, determinadas situações não é somente um odù que se apresenta para resolver o problema da pessoa, ou seja aquele determinado problema está sendo causado pôr diversos motivos, sendo assim o mesmo exige diferentes soluções, porém todas interligadas. 

Quando agora a pouco comentamos que o oráculo dos búzios é a interpretação dos 16 principais odù, estamos realmente afirmando que estamos estudando referente os 16 primeiros e principais odù enviados à terra pôr Òrúnmìlà, e que desses 16 principais foi dado origem à 256 omo odù (odù filhos), e que hoje já podemos dizer que existem cerca de 4098 odù do método de interpretação de Ifá.

Todo odù está ligado a diversos òrìsà, porém aquele òrìsà que se apresentar primeiro em um determinado odù, será ele um dos responsáveis direto à solucionar o problema do consulente.

Abaixo iremos relacionar os 16 principais odù que começaremos a estudar com mais afinco:

1. ÒKÀNRÀN

2. EJÌOKO ou OYÈKÚ

3. ÉTAÒGÚNDÁ ou ÌWÒRI

4. ÌROSÙN

5. ÒSÉ

6. ÒBÀRÀ

7. ÒDÍ

8. EJÌONÍLE ou EJÍOGBÈ

9. ÒSÁ

10. ÒFÚN

11. ÒWÓNRÍN

12. EJÍLÀSEGBORA ou ÒTÚRÁ

13. EJÍOLOGBÓN ou ÒTÚRÚPÒN

14. ÌKÁ

15. OGBÈÒGÙNDÁ ou ÒGÙNDÁ

16. ÌRÈTÈ ou ALÁFIA

Esses últimos quatro odù são muito pesados quanto ao seu lado negativo devendo sempre tomar muito cuidado na sua interpretação, e principalmente na criação e execução de seus ebo, até mesmo o 16º odù que normalmente traz notícias esplendidas e excelentes, vindo aparecer em um determinado jogo em uma situação negativa pode passar a trazer um recado muito perigoso ao consulente.

Esses quatro últimos odù estão completamente ligados à feitiços, doenças, tragédias, dramas, etc., porém os mesmos também podem se apresentar de maneira completamente positiva, podendo depender também da combinação dele com os demais e da sua colocação e situação no jogo em questão Existe também aqueles odù que podemos chamar de confirmativos, que são os odú 4, 6, 8, 10 e 12, porém é de nossa inteira obrigação mencionar que esta observação depende não só da situação, colocação e combinação no jogo, mas também da ligação do sacerdote com Ifá referente esses odù e suas interpretações em relação ao sistema divinatório, pois Ifá com certeza sabe o que se passa na cabeça do sacerdote e do consulente no momento da pergunta para assim poder fornecer a sua devida resposta.

Deve-se ter no momento do jogo toda uma concentração e total interação com os elementos que determinam o mesmo, isto feito com certeza o sacerdote alcançara a sensibilidade de visualizar e pressentir no decorrer do jogo quando que realmente um odù traz um recado de solução do problema da pessoa através de caminhos de ebo ou qualquer outro tipo de sacrifício, alguns problemas que surgem na vida das pessoas estão realmente marcados para acontecerem, e se fizermos alguns trabalhos para modificarmos o rumo da situação poderemos fazer com que o consulente venha a ser prejudicado no futuro, pôr isso a importância de se cultuar o orì, muitas vezes, diríamos até na maioria dos casos vale-se muito mais um egborì (cerimonia de adoração a cabeça) do que um ebo, adímu ou etutu.

Texto extraido do Livro: Búzios a Interpretação dos Segredos
Autores: Nelson Pires Filho e Fábio Escada
Ed. Madras
O JOGO DE BÚZIOS
Como será meu dia de amanhã?Se eu fizer o que pretendo, qual será o resultado?Desde que o mundo é mundo que o homem tem necessidade de saber algo sobre o seu futuro. Dentro do Candomblé, a modalidade do jogo de búzios é a mais conhecida (O búzio é uma concha do mar encontrado em praias litorâneas).O jogo de búzios é um aprendizado de conhecimentos preciosos em que a memória exerce um papel muito importante, ou seja, é lá na memória ou cabeça, que se vai guardar uma enorme série de histórias, lendas e caídas que decifram, segundo a tradição yorubá, a vida de uma pessoa.Na Nigéria, o jogo de búzios recebe o nome de Merindilogún, ou seja, o “JOGO DOS DEZESSEIS”. O processo do jogo de búzios consiste no seguinte: Os búzios são lançados sobre uma toalha ou peneira conforme a nação daquele Babalorixá ou Yalorixá que está jogando. A posição em que os búzios caem é que dará as indicações necessárias solicitadas pelos consulentes. Portanto, cabe ao Babalorixá ou Yalorixá interpretar as caídas e passar para os consulentes as mensagens do jogo.O intermediário do Merindilogún, ou seja, desta forma de jogo, não é Ifá; e sim, Exu. Ifá tem a sua modalidade particular de jogo. Diz uma lenda que apenas Exu tinha o dom da adivinhação. Mas, a pedido de Orunmilá, Exu transmitiu seus conhecimentos a Ifá e em troca Exu recebeu o privilégio de receber sempre em primeiro lugar as oferendas e sacrifícios antes de qualquer outro orixá.Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16 (dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu. Exu, então, voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum. Depois disso, por espírito de vingança, Exu passou a atormentar com mais raiva os filhos de Oxum.Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através dele que ele(a) irá dirigir diversas situações dentro da casa de orixá.No começo do aprendizado do jogo de búzios, segundo a tradição, começa-se a jogar com 04 (quatro), 08 (oito) e depois os 16 (dezesseis) búzios. Mas, vamos nos deter aqui no jogo de 04 (quatro) búzios, também chamado de “Jogo de Confirmação”.O Jogo de Confirmação, como relatei, é formado por 04 (quatro) búzios. Esta modalidade é usada como o próprio nome sugere, para confirmar caídas feitas anteriormente com os outros búzios, ou ainda, esta forma de jogo é usada para se obter respostas rápidas dos orixás, por exemplo:04 (quatro) búzios abertos significa “tudo ótimo”
03 (três) búzios abertos e 01 (um) fechado significa “talvez”, ou seja, poderá dar certo ou não o que seperguntou
02 (dois) búzios abertos e 02 (dois) fechados: a resposta é afirmativa; “tudo bem”
03 (três) búzios fechados e 01 (um) aberto: a resposta é “não”, ou seja, “negócio não realizável”
Agora, se todos os 04 (quatro) búzios caírem com as 04 (quatro) partes fechadas para baixo significa que não se deve insistir em perguntar o que se quer saber, pois além de ser nula esta caída, ela vem acompanhada de “maus presságios”.Além disso, este Jogo de Confirmação ou Jogo dos 04 (quatro) Búzios também é chamado de “Jogo de Exu”, porque segundo alguns antigos Babalorixás, quem responde nesse jogo é Exu, pela precisão e rapidez nas respostas.ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa “destino”. Portanto, odù é o destino de cada pessoa. 

O destino é, na verdade, a regra determinada a cada pessoa por Olodumaré para se cumprir no àiyé, o que muitos chamam de missão. Esta “missão” nada mais é do que o odù que já vem impresso no ìpònrí de cada um, constituído numa sucessão de fatos, enquanto durar a vida do emi-okán ou espírito encarnado na terra.

Enquanto a criança ainda não nascer, ou seja, enquanto ela permanecer na barriga de sua mãe, o odù ou destino desta criança ficará momentaneamente alojado na placenta e só se revelará no dia do nascimento da criança.

Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o odù de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem por isso ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou “o pai de cabeça” daquela pessoa, ou seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um exemplo: um omon-orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do odù ofun (que é ligado à Oxalá), essa pessoa terá todas as características dos filhos de Yansã: independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá as influências diretas do odù ofun, trazendo portanto para este filho de Yansã, lentidão em certos momentos da vida. Situação esta desagradável para os filhos de Yansã, que tem a rapidez como marca registrada.

Os odùs ou destinos são um segmento de tudo que é predestinação que existe no universo, conseqüentemente, de todas as pessoas.

Os odùs, além de serem a individualidade de cada um, também são energias de inteligências superiores que geraram o “Grande Boom”, a explosão acontecida a milhares de anos no espaço que criou tudo.

Dentro de um contexto específico(pessoal ou social) em nosso planeta esses odùs podem seguir um caminho evolutivo ou involutivo, por exemplo: existe um odù denominado de odi. Foi Odi que em disfunção gerou as doenças venéreas e outras doenças resultantes de excessos e deturpações sexuais. Traz em sua trajetória involutiva a perversão sexual e é ainda através desse lado involutivo de odi que acontece a perda da virgindade e a imoralidade.

Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado aqui em nosso exemplo possui características boas e marcantes como: caráter forte e firme e tendência a liderança.

Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em todos os sentidos.

Abaixo, relaciono os 16 (dezesseis) principais odùs e seus orixás correspondentes:

ODÙ
ORIXÁ
1.Òkànràn Exu
2.Éji Òkò Ogun e Ibeji
3.Étà Ògúndá Obaluaiye e ainda Ogun
4.Ìròsùn Yemanjá
5.Òsé Oxum
6.Òbàrà Oxossy, Xangô, Yansã e Logun-Edé
7.Òdì Exu, Omolu
8.Éjì Onílè Oxaguian
9.Òsá Yemanjá e Yansã
10.Òfún Oxalá
11.Òwórín Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà Xangô
13.Éjì Ológbon Nanã
14.Ìka Oxumarê
15.Ogbègúndá Obá e Ewa
16.Àlàáfia Orunmilá

 

UM BREVE RELATO E EXPLICAÇÕES

O que é Odú?

Odú é um presságio de um momento do passado ou do presente que poderá alterar ou não um futuro ora, inexistente. O Odú traz em seu conteúdo uma gama de informações sobre uma pessoa, local, situações diversas ou política. Odus são 401 titulares e mais 1200 “omó-odú (sub-Odús)

Quem pode lidar com Odú ?

Lida com Odú somente sacerdotes (Babáolorisás e Yialorisás), Ologbôs, YialéMolés, Oluwôs, Baabalawôs, Ojés, Alagbás e Alapinis. – Todos devem ter esses “graus” comprovados.

A ORIGEM DO ODÚ

O Odú é um termo africano do dialeto Yorubá e Fon que determina o DNA espiritual de uma pessoa ou local e situação. Tem sua origem na própria criação do mundo e muitos deles não tiveram sua origem na terra. Foi a forma técnica que os sacerdotes das tribos africanas encontraram para decodificarem os enigmas e os segredos do universo e do ambiente que os cercava.

O Jogo-de-Búzios e os Odus correspondentes a eles foi instituido por Oduduwá, que investiu um sacerdote chamado SETILU, o qual entronizou a divindade Orúnmilá ou Baba Elérin Ipin que significa “O Céu me fala” ou a Fala do Céu. Setilu então, estebeleceu as regras da leitura desse jogo que passou a se chamar IFÁ, na realidade o verdadeiro nome de Setilú. Setilu criou sacerdotes, especialistas na leitura desses jogos, a quem chamamos de Babalawô, ou seja “pai, senhor dos mistérios e segredos”. E somente os babalawos fazem a leitura dos jogos. Oduduwa tendo o conhecimento do jogo de “perguntas e respostas” (Urim e Purim) dos hebreus, adaptou-o ao sistema africano e codificou-o para entregar o segredo a Setilú, tanto no sistema de “Opélé Ifá”, como Ení Ifá e Fu-Fú. Estebeleceu-se imediatamente os dois tipos de leituras que seriam passados às gerações furutas com o nome de Ifá Igbá Ilá e Ifá Obé Keruáti.

Como de divide um Odú ?

O Odú se divide em duas partes: Pupa (vermelho) e Funfun (branco) – Ou ainda em positivo ou negativo. Ambos, Pupa e Funfun se alternam no posicionamento, invertendo suas posições. Isto significa que o Odú que hoje está Pupa, amanhã ou na semana que vem poderá estar Funfun.

Como responde um Odú ?

O Odú responde através do Jogo-de-Búzios (16 búzios) mediante suas “caídas” na peneira ou toalha de jogo. O Odú tanto usa os búzios como as castanhas de Ifá (8 metades) conhecida por Opelé Ifá.

A TÉCNICA E DESMEMBRAMENTOS DOS ODÚS

O conhecimento do Odú é extremamente técnico e demanda conhecimentos profundos de cálculos, dotações psíquicas, vivência e uma boa escola iniciática.

Como se propicia um Odú ?

Propicia-se um Odú fazendo-lhe oferendas diversas que variam do conhecimento de cada sacerdote ou especialista. Nunca se despacha um Odú – mesmo ele sendo negativo.

DADOS E ORIGENS TÉCNICAS DO ODÚS

Por Eduardo Fonseca Júnior – Maio 2008

Sendo o Odú uma espécie de inteligência natural (terrena e extra-terrastre), e as vezes artificial, porém inteligência, possui uma gama de informações e poderes muitas vezes capazes de provocar fenômenos que alteram relevos locais e conseqüentemente a vida de cada habitante deste mesmo local. Em conseqüência os Odus pessoais são alterados e têm que ser tratados ou propiciados. Desta forma passamos a descrever os meandros e os chamados “Segredos dos Odus”.

Os Odus estão ligados à álgebra linear e espaços vetoriais. Os Odus estão ligados à dimensões tais como R1 – Linha Reta, R2 – Linha Plana, R3 – Dimensão de Volume, ou seja visão humana e R4 Quarta Dimensão ou quarto espaço ou seja, aquela que a visão humana não alcança, mas a matemática confirma a sua existência, seguindo-se R5 até o infinito. Odú é matemática exata.

Como os Odus transitam preferencialmente nas faixas do ultravioleta e do infravermelho, os comprimentos dessas ondas de luz tornam suas formas ou figuras perceptíveis a visão animal. O comprimento de ondas de luz estabelece-se entre o visível, o ultravioleta e infravermelho.

A tese da existência evidente dos Odus prende-se aos fatores do Percebível, do Visível e do Invisível, tornando a Teoria da Interação Inter-Elementar, incontestável e possível. Daí que, se a física quântica prevê que no ESPAÇO inexiste o fator tempo vez que o ontem e o amanhã estão aqui, no agora.

O Odú portanto, é formado por substâncias químicas como água, carbonatos, nitratos, sulfatos, compostos de carbono e amido. Aliás o amido é uma substância química constantemente usado nas oferendas (ebós), aos Odus nos candomblés brasileiros nas formas do milho branco (acaçá), e milho vermelho (axóxó), a água está presente em quase todas as oferendas aos Odus, o potássio, na banana (Obé-jokô), o carbonato que é o cálcio no leite (mungunzá) e outros.

Assim, os elementos químicos geradores de substâncias como nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, carbono, sódio, cálcio, ferro e zinco, estão presentes na ritualística dos Odus e no dia-a-dia da prática das casas de orixás. Portanto, longe de serem fantasias criadas por seus praticantes, o ritual dos Odus é um conhecimento técnico de química e física quântica que precede em muito a existência de Isaac Newton. Portanto, válido!

Esta técnica do conhecimento do jogo de Odús propicia o conhecimento e nos prova que existe a interligação entre os Odús (caminhos de Odú) os quais promovem uma mutação gerando outros elementos, “sub-odús” e mesmo Odús. Assim como no decaimento radioativo, o urânio decai para tório e com o decaimento do césio libera-se prótons, nêutrons ou seja ENERGIA pura concentrada, o “caminho de Odú” transita da mesma forma liberando Energia pura concentrada.

E por assim ser, concentrada, as oferendas de Odús são pequenas sem qualquer suntuosidade ou luxo, porém densas de energia, pois a densidade é igual à massa sobre o volume, ou seja, a densidade é inversamente proporcional ao volume. Quanto maior o volume, menor será a densidade e vice-versa. Quanto a isto ouvimos de uma sacerdotisa Ijexá (na Nigéria) a seguinte explicação: Odú jé Oluabi tabi Oluikú! – (Odú é O Senhor da Vida ou O Senhor da Morte).

ODÚS E SEUS CAMINHOS

O que é um Caminho de Odú ?

É a sequência que ele faz em direção a outro Odu (vide setinhas na tabela abaixo) e com este se completa.

O que mais há de se saber sobre cada Odú ?

O seu histórico – suas oferendas – seus nome correlatos – seus caminhos – e muito mais.

O que é a disfunção de um Odú ?

A disfunção de um Odu acontece quando ele precisa ajudar as pessoas e estes não sabem ou não cuidam. Aí as patologias psíquicas começam a aparecer em razão da disfunção do arquétipo do Odú. – E por falar nisto, Odú é uma comprovação do cérebre psicanalista Carl Jung (Teoria Junguiana) em termos de funções ou disfunções arquetípicas.

1 ODIN OSSÁ 69 OKÔNRON-MERIN -(69=6)
2 EJÍOKÔ 70 OFU-MERIN -(70=6)
3 ETÁ OGÚNDÁ 71 ODIKASSAN-MERIN -(71=6)
4 LOBOMALÉ  OSSÁ 72 EKEFÁ-MERIN -(72=6)
5 OXETURÁ  ODIN  OFU 73 IROSUN-MERIN -(73=7)
6 OBARÁ  EJONILE 74 OBARÁ-KÉ-MERIN -(74=7)
7 OFU  IKÁ  ODIN 75 ARUN-DILA-DORUN-MERIN -(75=7)
8 EJONILE  OSSÁ  OBARÁ 76 ADORIN-EFÁ-MERIN -(76=7)
9 OSSÁTURA BESSÁ  OROSSUN 77 ADORIN-EJE-MERIN -(77=8)
10 EDINEJÉ  OFU 78 ADORIN-EJO-MERIN -(78=8)
11 OBIOROSSUN  OKARAN OBARAXÉ 79 ADORIN-META-MERIN – (79=8)
12 OULASAN OLAXÉ  HOUNXE 80 OGORIN-MARUN-MERIN -(80=8)
13 ETALA-METALA  EJÍ OLOGBOHUN 81 OGORIN-OKAN-MESAN-MERIN-(81=9)
14 IKÁ  OUDAN MERILÁ 82 OGORIN-MEJÍ-MESAN-MERIN-(82=9)
15 ORÉ-BABA-DAJÁ 83 OGORIN-META-MESSAN-MERIN-(83=9
16 ORIGBÁ 84 OGORIN-MERIN-MESSAN-MERIN-84=9
17 ODIN  OTUBI 85 OGORIN-MARUN-MEWÁ-MERIN-(85=10)
18 OWARIN  BEOFUN (18) 86 OGORIN-MEFA-MEWÁ-MERIN-(86=10)
19 OYEKÚ MEJÍ -(19=2) 87 OGORIN-MEJE-MEWA-MERIN-(87=10)
20 MEJÍ-MEJÍ  OKARAN -(20) 88 OGORIN-MEJO-MEWÁ-MERIN-(88=10
21 OGÚN-DA-MEJÍ -(21) 89 OGORIN-MESAN-OKANLA-MERIN (89=11)
22 OGÚN-DA-MASSÁ – (22) 90 ADONRUN-MOKANLA-MERIN-(90=11)
23 EJÍLÁ -(23=4) 91 ADONRUN-ENI-OKANLA-MERIN-(91=11)
24 AJÉ MERINLÁ-(24=4) 92 ADONRUN-MEJÍ-OKANLA-MERIN-(92=11)
25 OXÉ XALUNGA  OBARÁ 93 ADONRUN-META-MEJÍLA-MERIN -(93=93)
26 OBARÁ MEJÍ – (26=5) 94 ADONRUN-EKERIN-EUE-MERIN-(94=93)
27 OKÔNRON MEJÍ -(27=6) 95 ADONRUN-EKERUN-EJÍLA-MERIN-(95=12)
28 OBARÁ KÉ-(28=6) 96 ADONRUN-EKEFÁ-EJÉ-MERIN-(96=12)
29 OUTUBÉ KÔNTAN -(29=7) 97 ADONRUN-MEJE-ETALA-MERIN (97=13)
30 ODI-KASSAN -(30=7) 98 ADONRUN-EKEJO-ETALA-MERIN-(98=13)
31 AWORI-MEJÍ -(31=8) 99 ADONRUN-EKESAN-METALA-MERIN-(99=13)
32 EJOIKU OLUWÁ-MEJÍ-(32=8) 100 OGORUN-ETALA-METALA (100=13)
33 OSATURA-BESSÁ  OBARAXÉ(33=9) 101 OGORUN-EKINI-EKERINLA-MERIN-(101=14)
34 EJÍLÁ  OTUN -(34=9) 102 OGORUN-EKEJÍ-EKERINLA-MERIN(102=14)
35 OFÚ-SAKPATÁ -(35=10) 103 OGORUN-EKETA-EKERINLA-MERIN-(103=14)
36 OSSÁ-MEJÍ -(36=10) 104 OGORUN-EKERIN-EKERINLA-MERIN-(104=14)
37 OLOGBÓN-MEJÍ -(37=11) 105 OGORUN-EKERUN-MEDOGÚN-MERIN-(105=15)
38 BEOFUN -(38=11) 106 OGORUN-EKEFA-MEDOGÚN-MERIN -(106=15)
39 OULASAN-OULAXÉ MEJÍ (39) 107 OGORUN-EKEJE-MEDOGÚN-MERIN -(107=45)
40 ORETÉ-MEJÍ -(40=12) 108 OGORUN-EKEJO-MEDOGÚN-MERIN -(108=46)
41 OTURÁ-MEJÍ -(41=13) 109 OGORUN-EKESAN-EKERINDILOGÚN-(109=16)
42 ETALÁ-MEJÍ -(42=13) 110 OGORUN-EKEWA-OLO-EKERINDILOGÚN-(110)
43 OSSÉ-MEJÍ -(43=14) 111 OGORUN-OKÔKANLA-OLO-ERINDILOGU-(111)
44 OBÉ-JOKÔ -> IKÁ (44) 112 OGORUN-EKEJÍLA-OLO-ERINDILOGÚN-(112)
45 ORANGÚN-MEJÍ (45=15) 113 OKANKAN-ENI-ODIN-EKEJO-(113=17)
46 ORÉ-MEJÍ (46=15) 114 MEJÍ-MEJÍ-OKARAN-EKEJO-(114=1)
47 ORIGBÁ-MEJÍ (47=16) 115 META-META-OWARIN-EKEJO-(115=1)
48 EKÁ-MEJÍ (48=16) 116 MERIN-MERIN-OTUBI-EKEJO-(116=1
49 OWARIN-MERIN (49=1) 117 MARUN-MARUN-OKÔRINÁ-EKEJO-(117=1)
50 ODIN-MERIN (50=1) 118 MEFA-MEFA-OBORINÁ-EKEJO-(118=1)
51 OKARAN-MERIN (51=1) 119 MEJE-MEJE-OTA-ORIXÁ-EKEJO-(119=1)
52 OTUBI-MERIN (52=1) 120 MEJO-MEJO-OLUABI-EKEJO-(120=1)
53 OYEKÚ-MERIN (53=2) 121 MESAN-MESAN-DJEDJE-EKEJO-(121=19)
54 EJÍOKÔ-MERIN (54=2) 122 MEWA-MEWA-SHIGUIDI-EKEJO-(122=2)
55 OUDON-MERILÁ-MERIN (55=2) 123 MOKANLA-MOKANLA-ABIKÚ-EKEJO-(123=19)
56 TOSSÁ-EJÍ-MERIN (56=2) 124 MEJÍLA-MEJÍLA-IRUN MALÉ-EKEJO-(124=2)
57 IWORI-MERIN (57=ONI=3) 125 METALA-METALA-TOHOSSU-EKEJO (125=2)
58 OGÚN-DA-MEJÍ-MERIN (58=3) 126 MERINLA-MERINLA-IBIEMI-EKEJO (126=2)
59 OGÚN-DÁ-MERIN -(59=3) 127 MEDOGÚN-MEDOGÚN-TOSSÁRI-EKEJO(127=2)
60 OGÚN-DA-MASSÁ-MERIN -(60=3) 128 MERINDILOGÚN-IBYINKA-EKEJO- (128=2)
61 OSSÁ-MERIN -(61=4) 129 METADILOGÚN-GÚLACAIE-EKEJO (129=3)
62 AJÉ-MERILÁ-MERIN -(62=4) 130 MEJÍDILOGÚN-OXIN IMOLÉ-EKEJO(130=3)
63 LOBOMALÉ- MERIN -(63=4) 131 MOKANDILOGÚN-OGAGÚN-EKEJO -(131=3)
64 EJÍLÁ- MERIN -(64=4) 132 OGOGÚN-ONIRÉ-EKEJO- (132=3)
65 OBARÁ-MERIN – (65=25) 133 EKETA-ORITÁ METÁ-EKEJO-(133=3)
66 OTURÁ-MERIN – (66=5) 134 EKERIN-AKIRUN-EKEJO – (134=3)
67 OXETURÁ MERIN -(67=25) 135 EKERUN-ALARÁ-EKEJO -(135=3)
68 MARUN-MERIN -(68=5) 136 EKEFE-ELEMOLÁ-EKEJO -(136=3)

O Jogo com Búzios(conchas marinhas) constitue uma das artes divinatórias mais antigas do mundo, de origem africana, ele deriva do jogo de Ifá, Ifá é o Orixá da Adivinhação, cujo instrumento é conhecido como opelé de Ifá, sendo constituído de nozes de dendê, unidas em um fio ou corrente, formando um colar, o jogo de Ifá é uma arte exclusivamente masculina, sendo seu aprendizado extremamente longo, cerca de sete anos, é também acompanhado de muitas formas de rituais específicos, além de exigir uma memória excepcional por parte do iniciado para poder decorar todas as lendas referentes às caídas numerológicas do jogo, que atingem um total de 256 destinos ou odus.

Já o Jogo de Búzios pode ser manipulado tanto por homens, como por mulheres, devidamente preparados após um bom tempo de estudos e orações específicas para tanto, sendo que o “olhador de búzios” deve ser de preferência, iniciado da Umbanda ou Candomble, e possuir um vasto conhecimento dos Orikis e “Personalidade” dos Orixás, que “falam” através de cada Odú.

O desmembramento do jogo de búzios é bem mais simples, em comparação ao jogo de Ifá, resumindo um total de apenas dezeseis Odús, sendo que estes Odús podem estar na forma positiva ou negativa, devendo o sacerdote saber reconhecer através de jogos complementares essas tendências(+ ou -), revelando-as ao consulente. No caso das tendências serem negativas, procurar através conselhos e orientações, que o consulente faça mudanças necessárias no próprio comportamento, podendo auxilia-lo ainda através orações e rituais específicos.

Cada Odu, isto é cada combinação de caídas dos búzios, abertos ou fechados, trás consigo, um ou vários Orixás, ali representados numerológicamente, os Odús são:

Okaran – 01 búzio aberto
Eji Okó – 02 búzios abertos
Etá Ogundá – 03 búzios abertos
Irosun- 04 búzios abertos
Osé – 05 búzios abertos
Obará – 06 búzios abertos
Odí – 07 búzios abertos
Eji Onilê – 08 búzios abertos
Osá – 09 búzios abertos
Ofum – 10 búzios abertos
Oworin – 11 búzios abertos
Eji lasebôrá – 12 búzios abertos
Eji Ologbon – 13 búzios abertos
Ika – 14 búzios abertos
Ogbegundá – 15 búzios abertos
Aláfiá – 16 búzios abertos

Cada Odú, destino, caída, tem aspectos positivos e negativos, devendo o sacerdote saber reconhecer através de jogos complementares essas tendências, revelando-as ao consulente. No caso das tendências serem negativas, procurar através conselhos e orientações, que o consulente faça mudanças necessárias no próprio comportamento, auxiliado ainda por orações e rituais específicos.

Existem sacerdotes que trabalham também com a numerologia da data do nascimento,(forma não ortodoxa de Jogo, já que os antigos, não faziam contas para o oráculo)você perceberá, pois ele irá perguntar a data do seu nascimento e começará a fazer as contas para determinar o Odu de nascimento da pessoa. Na verdade esta numerologia dispensa o “jogar os búzios”, usando apenas o significado numérico de cada Odú.
Exemplo: uma pessoa que nasceu em 09 de Fevereiro de 2011

09/02/2011 desmembramos em duas colunas e somamos:

0 9
+ 0 2
2 0
1 1
3 12 3+12=15 12+15=27 2+7=9

Cabeça = 03 – Pés = 12 – Esquerda = 15 Direita = 9

A Soma da Primeira Coluna representa a “cabeça” da pessoa, o que dita a personalidade, no caso 3 que corresponde ao Odú Etá Ogundá(03).
A soma da segunda coluna representam os “pés” e falam dos cuidados que se teve ter para o futuro devido aos aspectos negativos do Odu Eji Lasebôrá(12).
A soma da das duas colunas colunas representam aquilo que pode prejudicar a pessoa, no caso qualidades negativas do Odu Ogbegundá(15).
A soma da dos “pés” com a soma das duas colunas anteriores é a síntese do que reserva o futuro, ou seja 15+12=27 reduzimos quando o resultado for superior a 16 então 2+7=9 revelando o Odú Osá(09).

Resultado 03 significa que a pessoa possui uma personalidade forte, corajosa, dinâmica e determinada.
(03) Etá Ogundá, deve ter cuidado para que essa força, coragem, dominância e excesso de confiança não se volte contra si próprio.
(12)Eji Lasebôrá alerta para problemas com vícios, principalmente jogos, drogas, bebidas, e promiscuidade. (15) Ogbegundá, alerta que, se não manter o equilíbrio poderá perder tudo na vida, fala de cuidados com as pernas, com perdas e brigas.
(09) Osá vem alertando para problemas psicológicos, depressão e doenças na região abdominal.

Existe também o jogo simples, com apenas quatro búzios, que fornece respostas simples como:
Sim, Não, Analisar Melhor,Auspicioso e Desastroso. Neste jogo com quatro búzios, quem responde diretamente é o Orixá Exú, sendo uma forma simples de contato do devoto com o seu Orixá, via Exú.

Minha intenção nesta postagem é dar uma noção às pessoas de como funciona este Oráculo e também de fazer um ALERTA, pois existem “sacerdotes” que prometem coisas absurdas, e cobram preços exorbitantes por pseudo trabalhos e consequentes resultados.

Não faço ou prometo coisas que independem de mim e deixo claro que este é o meu ponto de vista, e que está de acordo com a minha consciência.

Cobrar um jogo de búzios, Tarô ou Baralho Cigano, é coerente por ser um conhecimento técnico, você compra livros, baralhos, etc, investe horas em estudos e cursos, agora cobrar trabalhos “espirituais” e prometer e garantir uma situação que independe da nossa vontade, mas do Plano Maior, ao meu ver não se justifica. Lembre-se que podemos até pagar o “sacerdote” mas não podemos “comprar” Deus!

Axé, Mojubá

Jogo de Búzios – um diálogo com seus orixás

Muitas pessoas desconhecem a função doJogo de Búzios e não imaginam que os orixás “falam” conosco através da interpretação feita pela mãe de santosobre as caídas dos búzios.

 Descobrir seu orixá através do jogo de búzios
Jogo de Búzios orienta sobre os caminhos a serem seguidos espiritualmente

As pessoas tem o hábito de realizarsimpatias e oferendas sem antesconsultar o oráculo.

Sem a consulta não há como avaliar o impacto dos trabalhos realizados no plano espiritual, causando muitos problemas a pessoa que realizou o trabalho como as outras pessoas possivelmente envolvidas, como no caso das amarrações de amor.

Assim; feito as cegas, sem consulta ao oráculo, a amarração de amor, o trabalho de cura de doença,  o trabalho para prosperidade financeira, ou outrotrabalho espiritual qualquer nunca apresentará um bom resultado porque as energias estão sendo usadas incorretamente.

DEVO CONSULTAR O JOGO DE BÚZIOS ANTES DE REALIZAR UM TRABALHO ESPIRITUAL?

Sim, o melhor caminho para obter resultados satisfatórios com um trabalho espiritual é fazendo uma consulta ao oráculo (Jogo de Búzios) para informar sobre o tipo de trabalho que deve ser feito e as perspectivas de sucesso que se pode esperar.

Muitos trabalhos espirituais não funcionam, ou demoram muito a se concretizar,  porque a pessoa ignorou o trabalho correto que deveria ser feito.

Feitiços enviados contra a pessoa, carregos de santo,  trabalhos feitos contra nós nunca serão descobertos até que se faça a consulta ao Jogo de Búzios que indica também banhos de descarrego e limpezas espirituais que devemos fazer em nossas casas, ebós, etc.

oráculo nos traz os recados dos orixás e aponta as falhas que estamos praticando em nossos caminhos, e nos mostra a melhor maneira de resolvê-las.

Qualquer pessoa pode fazer uma consulta ao Jogo de Búzios , mas apenas os sacerdotes graduados do candomblé e umbanda que são o pai ou mãe-de-santo, podem fazer a leitura e interpretação correta da caídas dos búzios.

COMO É FEITA A CONSULTA AO JOGO DE BÚZIOS?

Existem muitos métodos de jogo, o mais comum consiste no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa previamente preparada, e na análise da configuração que os búzios adotam ao cair sobre ela.

A mãe de santo, antes reza e saúda todos os orixás e durante os arremessos, conversa com as divindades e faz-lhes perguntas. Considera-se que as divindades afetam o modo como osbúzios se espalham pela mesa, dando assim as respostas às dúvidas que lhes são colocadas.

Durante o jogo são feitas consultas clássicas para saber os orixás e entidades que acompanham a pessoa (o consulente). Podemos encontrar assim o orixá de cabeça (eledá)e os orixás que acompanham (ajuntó) bem como a indicação das entidades Exú ePombagira.

Consulta aos orixás através do jogo de búzios

Posteriormente, são feitas as perguntas genéricas sobre saúde, trabalho, família, filhos, marido ou namorado e, por fim; são averiguadas questões como trabalhos espirituais feitos contra o consulente e como solucionar os problemas que o jogo de búzios aponta.

consulente pode fazer perguntas específicas ao oráculo sobre o assunto que desejar investigar, seja em que setor for, como saúde, amor, trabalho, família, etc.

TRABALHOS ESPIRITUAIS INDICADOS NO JOGO DE BÚZIOS

Quando o consulente tem qualquer problema de ordem espiritual, o Jogo de Búzios sinaliza a mãe de santo de qual natureza é o problema e quais os melhores trabalhos espirituais a serem feitos naquele caso específico.

Os trabalhos espirituais indicados no Jogo de Búzios devem ser feitos, para que as questões espirituais não fechem os caminhos daquele que consultou o oráculo.

“O jogo de búzios tem por finalidade identificar nosso  Orixá  (Ori=Cabeça (física e astral) + Ixá=guardião); ou seja , problemas de plano astral, espiritual, material e suas soluções”. O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta, quer seja; para identificar nosso orixá (ori= cabeça + ixá=guardião), que é a mesma figura do anjo de guarda; a situação material, astral e espiritual, principalmente com relação a problemas e dificuldades.

Portanto de uma forma definitiva – ninguém “fala” ao nosso ouvido, nem Exú e tampouco Oxum, os quais tem forte influência sobre o jogo, mas não desta forma, se assim fosse, não seria necessário jogá-los.

A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. No capítulo destinado à Ifá e Odù, consta essa estreita relação entre Exú e Ifá.

Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús principais, quer sejam: okaran (exú), ejioko (ogum, ibeji), etaogunda (obaluayiê, ogun), iorosun (yemanjá, oya), oxê (oxum), obara (Oxossi, logunedé e xangô), odí (omolu oxosse e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá, yewa e yemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá, oguy e exu), egilexebora (xangô, oba, iroko), egioligibam (nanã), iká (ossain e oxumare), obeogundá (ogun, ewá e obá) e alafia (orixalá, isto é, todos os outros Orixás funfun). Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira (totalmente aboolido em ketou)), ou sobre erindilogun (fio de contas), que em alguns casos, nele constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam desta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os orixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água; indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava (semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um preparo do babalorixá, e os orôs (rezas) necessários.

Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais:
1) Conhecimento e aprendizado.
2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o iniciado passado por completo, com seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são no mínimo 7 anos.
3) Seriedade do consultor e do consulente.

Esses são pré-requisitos básicos para uma leitura honesta e imparcial.

Muito importante, quem “responde” no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dos búzios para serem analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filho seja exposta.

A forma de jogo mais usual, é a da leitura por odú, feita pela quantidade de búzios “abertos” ou “fechados”, em que o babalorixá, deverá efetuar várias jogadas para uma leitura mais completa, em alguns jogos, cada queda corresponde a um único odú-orixá.

O porque e para que se consultam os búzios ? Pelo mesmo princípio que se vai ao médico, só vai quem está doente ou para uma avaliação de rotina, da mesma forma, que só toma remédio quem está doente, só se deve fazer algo, se houver alguma necessidade.

O futuro – é grande questão dos consulentes, no jogo de búzios, pode-se fazer “perguntas”, cujas respostas não são detalhadas, mas de uma maneira geral é sim ou não, provável e se não fosse assim não haveria babalorixá pobre neste mundo, o futuro a Deus pertence, esta é uma frase sábia que alguém com muita propriedade disse um dia. O futuro depende muito dos nossos atos presentes, o exercício do nosso livre arbítrio é constante, nada está definitivamente marcado ou decidido, a partir do instante que exercemos nossa vontade, podemos modificar a todo instante nosso futuro; exemplos simples: se alguém fica doente e acha que é o destino, vai morrer, mas, se procurar um médico, vai se curar; o futuro foi alterado; assim alguém que perca seu emprego, se ficar em casa, vai passar fome, se sair e procurar um emprego, terá grande chance de conseguir e novamente alterar seu futuro; e assim com tudo na vida; uma grande questão é que muitas pessoas acham que seu orixá, anjo da guarda ou Deus, tem saber de tudo, das suas necessidades, dos seus problemas e simplesmente resolvê-los, antes assim fosse, porém, mais uma vez é necessário que o nosso livre arbítrio e o nosso querer, tem que ser constante em nosso dia a dia. Não podemos esperar que as pessoas “adivinhem” ou saibam o que estamos querendo ou precisando, se não falarmos, se não nos comunicarmos, é evidente que se tem uma forma de fazê-lo, sempre podemos dizer o que pensamos e precisamos, mas de uma forma correta, não agressiva, coerente. Sempre temos duas chances em cada situação que nos apresenta, o de sim e o de não, se tentarmos, porém se não tentarmos, só resta o não. O jogo de búzios, costumo dizer que é uma ciência exata, sabe-se ou não, não cabe meio termo, quem sabe, talvez, ou a leitura é a expressão de uma realidade presente ou não, a forma de checar se um jogo está correto, começa pela identificação do orixá, a cada orixá corresponde um estereotipo de caráter e personalidade ao seu “filho”, que ao lhe relatar não pode errar ou fugir das suas principais características, que o babalorixá checa com o consulente, se tudo corresponde, as demais situações do jogo também estarão corretas. Porém se observe, que um leitor de jogo de búzios necessariamente tem que conhecer sobre as características que os orixás imprimem aos seus “filhos” características estas, que em alguns casos para o mesmo orixá, tem variantes, pela sua qualidade apresentada, ou ainda, difere determinadas características, se o “filho” for do sexo masculino ou feminino, há que se reconhecer uma situação um pouco complexa, e não poderia ser de outra forma, com todas essas variantes é um jogo prostituído, isto é, usado de forma inescrupulosa, leviana, por pessoas totalmente estranhas ao processo, pelos ignorantes que se julgam conhecê-lo. Com relação ainda à esta situação, é muito comum alguns iniciados ou até mesmo sacerdotes, que não se preocuparam muito com o aperfeiçoamento, estudo mais detalhado, prática exaustiva, incorrem num erro, de conhecer uma pessoa de determinado orixá, e classificar suas características como definitivas para aquele orixá, e sempre que ver alguém com aquelas características, achar que aquela pessoa, também será daquele orixá, generalizando para sempre todos estes casos e situações; o erro: esta pessoa que conheceram, pode estar com o orixá errado, pois quem lhe atribuiu este orixá, não era competente, este é um fato muitíssimo comum.

É uma forma de leitura divinatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia, e no entanto, caráter e personalidade em muitos casos, totalmente diversos.

Qual a diferença de Umbanda, Candomblé, Quimbanda & Vodu?

Qual a diferença de Umbanda, Candomblé, Quimbanda & Vodu?

Os orixás são ancestrais divinizados do candomblé – religião trazida da África no século XVI. Entre mais de 200, apenas 12 deles são cultuados no Brasil.

O culto é celebrado pelo pai-de-santo, chefe do terreiro onde a cerimônia acontece, e tem início o despacho de Exú… Começa então, o toque dos tambores que marcam o rítmo de uma dança de roda para que os filhos-de-santo incorporem seus orixás. Passam a receber dos participantes pedidos de ajuda e de proteção. A duração mínima do ritual é de 2 horas.

Umbanda é a religião dos negros iorubás na Bahia que consiste sobretudo em grandes festas aos orixás…A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos.

Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a “Palavra Perdida” de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais.

Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá – O Cristo Jesus.

Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Originário da República de Benin, o Vodu é muito difundido no Caribe (Haiti) e no sul dos Estados Unidos. Misturando tradições religiosas africanas com elementos do cristianismo, é praticado por 65% da população beninense.

A religião, semelhante ao Candomblé, admite um único deus superior, criador de uma série de divindades menores, que se confundem com os santos católicos. Os rituais são realizados em estado de transe e inclui sacrifício de animais.

O Candomblé é a união das Nações de Santo que vieram com os escravos para o Brasil. Lá, eles cultuam uma ou duas Divindades em cada aldeia. No Brasil, uniram o culto a todas as Divindades.

A Umbanda nasceu em Neves, Rio de Janeiro, no final dos anos 30. Cultua-se grandes guerreiros e chefes índios (Caboclos), pela sua sabedoria; negros escravos já idosos (Pretos Velhos); Os grandes arrependidos da noite, que hoje são confundidos com Exú e as crianças, representadas por Cosme e Damião, Santos médicos, padroeiros das crianças. Isso sem mencionar o culto às Divindades da Natureza, chamadas Orixás.

O Vudu é a crença em feitiços..Magia negra.

Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza elementos vários, inclusive de outras religiões como a Católica, Espírita e das Religiões afro-brasileiras.

Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colombia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

A religião que tem por base a animal (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888.

O vodu ou vudu teve origem na África, foi trazido pelos escravos e para sobreviver, incorporou elementos da cultura dos dominadores, como o batismo católico. A religião tornou-se oficial no Haiti.

É uma religião que cultua os antepassados e entidades conhecidas como loas. O vodu é parecido com o candomblé.

Os rituais do vodu são marcados pela música, a dança e muita comida. Quem conduz o ritual, é um líder homem (hougan) ou uma líder mulher (mambo).

Na cerimônia, os participantes entram em transe e incorporam os loas (existem os bons e maus) e, além disso, eles comem animais sacrificados.

A religião já foi marginalizada pelos EUA, pois a mesma, é voltada à magia negra, fizeram isso como forma de reprimir a religiosidade dos negros.

Desde 2003, vodu é reconhecido formalmente pelo governo como uma religião legítima no país.

O candomblé é uma religião de matriz afro, muito antiga, da época dos fenicios, trazida pelos negros para o Brasil, por ocasião da escravidão. O candomblé tem seus próprios ritos, fundamentos, rezas, cantigas, linguajar e costumes. A energia dessa religião, está voltada exclusivamente para os Orixás que representam as forças da natureza. Lida-se muito com ervas, favas,e coisas ligadas a natureza. Trata-se de uma religião com base na estrutura familiar, onde o sacerdote representa a figura do pai ou da mãe, dirigente da casa e os filhos de santo, o restante da família. Mantem uma hierarquia rígida, com costumes tadicionais que são mantidos quase que intactos até os dias de hoje.

O candomblé no Brasil é diferente do praticado na àfrica, já que lá cada cidade cultuava apenas o seu Orixá, espécie de santo protetor, enquanto que aqui no Brasil, por causa da escravisão e por terem vindo pessoas de várias cidades, cultua-se basicamente 16 orixás ( existiam outros – mas a tradição oral e a morte da maioria dos líderes, fez com que folhas fossem perdidas).

O vudu – é um ritual que se faz em magia negra que é o avesso da quibanda ou catimbó. ( não tem nada a ver com a umbanda)

Quanto a umbanda é uma micigenação de matriz afro, indígena, kardecismo e catolicismo com seus próprios fundamentos, onde a incorporação é muito maior e acontece através de enviados dos Orixás e de pessoas que fizeram passagem.

São entidades que falam e deixam suas mensagens de orientação e amor.

Na umbanda trabalha-se com caboclos, boiadeiros, mineiros, pretos velhos, ciganos, exu , pomba giras etc…

Surgiu no Brasil e pelo que se tem notícia a primeira vez foi na cidade de Niterói, ( não lembro o ano agora, mas vou pesquisar) e tem conseguido inúmeros adeptos, justamente por sua proposta de simplicidade de humildade e caridade.

Outro fator que faz com que existão vários adeptos é o fato das entidades conversarem com as pessoas levando-as a desabafarem seus problemas.

Seus cântigos são simples, e em português, bem como suas orações. Cultuam imagens de santos católicos a quem chamam alguns pelo nome

dos orixás devido ao sincretismo que data a época dos escravos.

A marca da umbanda é o preto velho que reune as qualidades de bondade, conselheiro, mirongueiro. Sua vestimenta é muito simples, sempre branca e os pés descalços uma obrigação. Suas oferendas são a base de velas, algumas bebidas e frutas. A umbanda não faz comida para os orixás tal qual o candomblé que tem comida específica para cada orixás. Na umbanda cada orixá ou entidade tem sua própria cor e seu dia da semana.

Umbanda é uma religião genuinamente brasileira (acho que a única!). Nasceu no RJ, no início do séc. XX com uma comunicação espiritual de um Caboclo, no médium Zélio de Moraes. É uma religião que acredita na comunicação dos espíritos, precisamente nos antigos habitantes da matas, antigos escravos, que vêm a terra ajudar os que sofrem. A verdadeira Umbanda é Cristã.

O Candomblé é uma religião de origem africana, originou-se da Africa-Bahia, não tem fundamento Cristão, seus seguidores acreditam nos Orixás, que teriam recebido do Deus Maior (Olodumare) a missão de dirigir e governar a Terra, influindo na vida dos seres humanos (seus filhos).

O vodu não é religião brasileira, é de origem africana – haitiana, tem relação também com o culto aos Orixás, mas se diferencia na sua prática religiosa, por dar preferência a um Orixá em especial, chamado Damballah e também por lidar com espírtos dos mortos, coisa que também acontece no Candomblé brasileiro, mas apenas na Ilha de Itaparica, o chamado culto a Egungun.

Em tempo, Macumba não é religião. A palavra Macumba significa pro africano, “tambor”.

UMBANDA – “Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza elementos vários, inclusive de outras religiões como a Católica, Espírita e das Religiões afro-brasileiras.”

CANDOMBLÉ: “Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colombia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

VODÚ: Na sua forma original, foi trazido por escravos africanos para a ilha caraíba do Haiti no século XVI. Aí entrou em contato com a religião católica romana dos colonos franceses proprietários de escravos, em consequência do que absorveu muitas das complexidades do catolicismo sem jamais perder a sua natureza essencialmente pagã. Assim, por exemplo, atualmente ainda muitos haitianos acreditam que pelo menos um dos aspectos do deus-serpente vodu Damballah é fielmente representado na reprodução convencional de s. Patrício da Irlanda.

Tal como acontece com muitas religiões orientadas para a magia, a idéia essencial do vodu é a de que toda a realidade é uma espécie de fachada por detrás da qual atuam forças espirituais muito mais importantes. As árvores podem ser as moradas de espíritos poderosos; a doença e a morte nunca são fortuitas, mas constituem sempre um sinal de retribuição divina ou mágica.

Este mundo de espíritos vodu é chefiado por Legba, mediador entre o homem e os espíritos. Outros deuses importantes, ou loas, incluem o deus-serpente Damballah, fonte de virilidade e poder; Erzulie, dedeusa do amor, ciúme e vingança, e Guede, que, juntamente com auxiliares sinistros vomo o mal-afamado Barão Samedi, preside aos mistérios da morte e feitiçaria maligna. Numa posição hierárquica inferior à dos deuses mais importantes encontram-se as divindades menores, por vezes denominadas deuses petro, e abaixo destes inúmeros espíritos, incluindo muitos anteriormente humanos.

Nos elaborados rituais do vodu, os adoradores invocam estes loas e espíritos, esperando ser possuídos por um que traga boa sorte, efetue uma cura, aplaque a alma de um morto, conjure o mal, consagre um sacerdote ou desempenhe qualquer outro serviço de caráter mágico.”

______________________________________…

UMBANDA É BRASILEIRA, com matizes kardecistas, indigenas e de cultura afro, surgiu no Brasil em 1908, nada tem a ver com escravidão.

Candomblé envolve uma diversidade de cultos oriundos da Africa, conhecidos como Keto, Angola, Jeje, etc.

Voodoo ou vudum é manifestação caribenha de descendentes afros.

O candomblé é uma religião iniciática, que apesar de bem deturpada, tem seus fundamentos nas religiões tribais africanas (milenares) trazidas pelos escravos para o Brasil. E com eles vieram os orixás africanos, todos negros, sem mistura de credo, pois não conheciam as religiões católica e espírita nem de longe (os escravos).A umbanda foi criada por volta de 1900, não se sabe exatamente a data, no Rio de Janeiro, onde o primeiro babá de terreiro criou as regras, ou foram ditas por seus guias, assim foi criada a umbanda, que hoje, já não se sabe mais o que é realidade ou fruto de imaginação.

A mistura é tão grande, e a imaginação de cada um vai tão longe, que foram criando falanges e mais falanges que não se entende mais nada, nem os próprios umbandistas sabem dar certas explicações. A umbanda começou com os caboclos (espíritos de índios brasileiros) e pretos velhos (espíritos dos escravos), depois foram aparecendo novas entidades como ciganos, indianos, já tem gente incorporando Cleópatra, Messalina, Afrodite, Lampião, etc… dá prá acreditar?

E os que dizem incorporar Lúcifer, Belzebu e outros, não que eu queira ser a dona da verdade, que não sou mesmo… mas haja imaginação hein?

Respeito a umbanda séria e acredito nos guias de umbanda, (pois os que conheci mereciam respeito), mas aprendi a separar mistificação, de entidades de verdade, pois acredito que o maior problema da umbanda seja esse, as pessoas não saberem distinguir um do outro.

Na minha opinião, toda religião é boa, desde que não seja usada para ludibriar as pessoas ingênuas e crédulas. Toda pessoa precisa acreditar em alguma coisa, ter fé, mas também precisa ter o bom senso de desconfiar de vez em quando, nem tudo o que vemos e ouvimos é o que parece ser.

Independente das religiões, o ser humano é dotado, uns mais outros menos, de poderes paranormais ou seja vidência, audiência, telepatia, telecinese e outros, até poder de cura através das mãos, (que a pessoa já nasce com eles sem fazer parte de nenhuma religião, muitos morreram nas fogueiras por terem tais poderes, eram chamados de bruxos, na idade média), que infelizmente são usados através de religiões, com finalidades nem sempre honestas.

Segunda diferença entre candomblé e umbanda:

Antigamente na religião africana, existia uma separação entre o culto de Egun e o culto de orixá, era bem definido e os locais de culto eram independentes e separados. Exemplo disso, podemos ver nas casas de candomblé da Bahia (casas de Ketu tradicional), onde se cultua orixá, (tem apenas um quarto onde são homenageados os eguns dos filhos da casa que já morreram), os Eguns dos pais de santo, são cultuados em outras casas, as mais conhecidas estão na Ilha de Itaparica.

Também acho uma discriminação, mulher quando morre não é egun, é alma, sendo cultuadas em outras casas.

Nessas casas onde são cultuados os babá Egun, também é feita uma separação bem definida, quando um babá Egun está dançando no barracão e vira um orixá de alguém que esteja assistindo, em respeito ao orixá, esse babá Egun se retira da sala e só volta quando o orixá tiver ido embora. No candomblé, o único motivo de se usar contra-egun, é para que um egun não incorpore em uma pessoa iniciada para o orixá.

A coisa tá tão complicada de se entender, que a maioria das babás de terreiro usam como símbolo de cargo um mocan no pescoço, isso quando não usam senzala de búzios e contra-egun também, feitos de palha da costa, usado no candomblé exatamente para que eguns não se apoderem das pessoas.

A conclusão que eu cheguei é a seguinte:

A umbanda pura não é iniciática, portanto não tem feitura de orixá.

No candomblé tem gente feita de santo que continua virando com guias de umbanda, isso não é novidade, é até muito freqüente de se ver.

Peço desculpas, aos umbandistas, não quis com isso ofender ninguém, apenas tentei colocar como vejo a situação da umbanda e do candomblé nos dias de hoje, e peço que as pessoas leiam mais e procurem se orientar melhor, não estou querendo dizer com isso, que o candomblé seja a religião perfeita, porque não é mesmo, tem muitas falhas principalmente por deturpação de muitos pais e mães de santo.

Nos candomblés bantus tradicionalmente sempre existiu a presença do caboclo, mas é um caboclo diferente do que incorpora na umbanda, não dá prá confundir são totalmente diferentes.

Com isso quero dizer que existem umbandas sérias e candomblés sérios, mas que precisam ser distinguidos.

E esse é o X da questão.

Elucidar de uma forma definitiva a diferença entre Candomblé e Umbanda, é um dos meus grandes objetivos com esta obra, pois a frase mais comum que ouvimos como candomblecista, após uma explanação mesmo que resumida é que: eu achava que tudo era a mesma “coisa”. O que primeiro respondo quando me perguntam sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança, esta eu considero a melhor resposta, pois é o fato, não há a menor semelhança. A começar pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra, de forma que se funde sua origem com os primeiros contatos de pessoas que lá chegaram, existem citações na teologia africana que Odudúwa era Nimrod, o conquistador caldeu primo de Abraão e neto de Caim, que foi designado por Olodumarè para levar a remissão e a palavra de Olurún (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África. Este fato data de 1850 A.C., sendo que Caim pode ter vivido entre 2100 a 2300 A.C. – Oranian , neto de Odudúwa , viveu em 1500 e seu filho Xangô por volta de 1400. As coincidências existentes nos rituais africanos, como a Kaballah hebraica, são imensas, e vem provar a tese da estreita ligação entre Abraão, pai dos semitas, e Odudúwa, (Nimrod) pai dos africanos. Isso pode ser constatado no relacionamento existente entre o símbolo de um elemental africano chamado Dan a serpente, e uma das 12 tribos de Israel, cujo nome é Dan, e seu símbolo, a serpente telúrica. Citação que faremos adiante na Teologia Yorubana que fala da criação da terra. De uma forma básica, no Candomblé não existem “incorporações” de espíritos, pois os orixás, de quem sentimos força e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja não são “entidades”, mas elementais puros da natureza, criados por Olorún. No Candomblé a consulta é feita através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil), forma de leitura exclusiva do povo candomblecista, que trataremos em capítulo próprio, e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos dos reinos vegetal, animal e mineral, através e ebós, oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos. A Umbanda por sua vez, sem qualquer demérito a quem a pratica, pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação, é uma religião brasileira, que advém do sincretismo católico-feitichista, necessário em uma época de grande repressão das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem, e esta adaptação se fez necessária, a partir desta premissa, a Umbanda começou tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no trato com seus ancestrais, que era comum a “incorporação” de algum ente falecido, por um elégún (aquele que é montado por) por motivos familiares. É muito comum nos dias de hoje, Ilês que praticam Candomblé e Umbanda, porém em dias, horários e formas diferenciados, mas é uma atitude não compactuada, bem como a utilização do sincretismo com os santos católicos, pelas tradicionais Casas de Candomblé cujas raízes foram plantadas no Nordeste do país, mais precisamente em Pernambuco e na Bahia. A Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium “incorporado” , e os “trabalhos” pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais. 

A verdade a qualquer custo – Doa a quem doer

Umbanda é deste século, e utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto, em especial, vou me ater a figura de Exú. Na sua qualidade de ser ambivalente, positivo e negativo, bem e mal, de uma forma definitiva, esta situação de bem e mal, também está associado à todos os seres humanos, e nem por isso, somos o diabo, ninguém é totalmente bom, 24 horas por dia, 360 dias por ano, a sua vinda inteira; o inverso também é verdadeiro, convivemos com o bem e o mal, porém Exú, na sua condição, só fará alguma coisa, se e somente se, for mandado, portanto quem faz o mal na realidade é quem pede, e que pela própria lei da natureza, pagará, pois segundo a lei mais certa que existe, a lei do retorno – “Toda ação gera uma reação, com a mesma intensidade, em sentido contrário”, quer dizer, tudo que vai, volta, a experiência nos comprova isto, e geralmente, da forma que mais dói, no bolso ou na saúde (tarda mas não falha); isso posto, em quem está a maldade? Sem mandante, ela simplesmente não existiria, e, mais uma vez EXÚ PAGA O PATO. Em mais de vinte anos de pesquisa, e não foi pouca, as maiores e melhores obras, dos maiores e melhores autores, sobre religiões africanas, sejam brasileiros, ingleses, franceses, africanos, babalorixás, antropólogos, babalaôs, nunca li nada que se referisse à exú mulher, ao contrário, sua forma é fálica (forma de pênis), sempre no sentido de elemento fecundador, fertilizador e nunca elemento fecundado, nunca houve qualquer simbolismo ou ligação com uma “vagina”, em sua ambivalência, assume situações duplas, mas nunca, macho e fêmea. Tudo se inicia, com a palavra bombogira, que é o nome dado à Exú macho por excelência na nação de Angola, uma corruptela desta palavra, utilizada somente pela Umbanda, gerou a expressão “pombogira”, como forma de um exú mulher, em cuja manifestação, a pessoa, seja homem (homem?) ou mulher, assume uma atitude sensual, atrevida e em alguns lugares, sob esta manifestação, a prática do ato sexual em si; é muito comum, se a mulher tem vontade, libido forte ou até mesmo por necessidade (a prostituição), é porque uma pombagira está “encostada”, o que seria uma situação normal, natural; A POMBA GIRA PAGA O PATO. Qualquer incorporação, deste gênero, que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a única manifestação “semelhante” no Candomblé, é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun (espírito de morto), tem função específica, uma delas, se comunicar pelo orixá, justamente pelo fato de que ele não fala, que nos referimos como “estado de erê”, tal pessoa está com, ou de, erê. A incorporação, eu imagino, vem de necessidade do ser humano (que é incrédulo por natureza), de crer e confiar, para crer, tem que “ver” algo, no caso o espírito manifestado, falar com ele, ouvir coisas que confirmem ser real ( o que muitas vezes acontece), e para confiar, o consultor não poderá se “lembrar” do que ouviu, como confidência, ou segredo, pois em várias situações, estão envolvidos, conversas e pedidos escusos, se utilizando assim da “inconsciência” relatada nas religiões africanas, a qual também a coloco, em outro capítulo da forma como a vejo e sinto. Falo muita propriedade e experiência, pela vivência de muitos anos no meio, o objetivo não é em momento algum, desmascarar quem quer que seja, muito menos denegrir, desmerecer ou tirar o valor da Umbanda, pelo contrário, bem praticada e bem conduzida, tem enorme valor e função social na comunidade, quer seja: na solução de problemas de saúde, família, trabalho, amor… Existe forte vibração de uma energia, no ato da “incorporação”, variando muito de pessoa para pessoa, em muitos casos, com real valor e força, porém, a inconsciência total … o único objetivo é a realidade, que é benéfica para todos nós, a medida em que nada temos que esconder.

Diferenças entre Umbanda, Candomblé e Quimbanda

Este é um artigo sobre Diferenças entre Umbanda, Candomblé e Quimbanda. Aproveite também para conhecer alguns produtos relacionados ao caminho da mão esquerda.

Candomblé, Quimbanda [ou Kimbanda], Umbanda: estas são as principais denominações entre as religiões afro-brasileiras.

Alguns, negam a estas crenças o status de “religião”: 

1. porque não se enquadram na idéia de “religião oficial”; 

2. porque são praticadas por minorias sociais.

No Brasil, embora muito se fale do Candomblé e da Umbanda, os números oficiais, do IBGE, não deixam qualquer dúvida quanto a essa condição de minoria que é uma realidade das religiões afro-brasileiras.

No censo de 2000, em uma população que ultrapassa 160 milhões de habitantes, pouco mais de 525 mil pessoas se declararam adeptas do Candomblé e da Umbanda, embora outros tantos milhares de não-adeptos freqüentem terreiros e tendas como “clientes”.

Os dados também revelaram que existem mais Umbandistas que “candomblezistas”… [Umbanda: 397.431 ─ Candomblé: 127.582, em universo onde mulheres são a maioria… meditemos…]. Sobre os clientes, escreve Reginaldo Prandi:

“[O candomblé] …como agência de serviços mágicos… oferece ao não-devoto a possibilidade de encontrar solução para problema não resolvido por outros meios, sem maiores envolvimentos com a religião. [O cliente é] …consumidor de serviços mágicos que a religião oferece também aos não-devotos, sob pagamento… – [PRANDI, p 12]…

E sobre as religiões afro-brasileiras como minorias, comenta Prandi:

“Em 2001, Ricardo Mariano, analisando o crescimento evangélico, em sua tese de doutorado, fez uma descoberta sensacional. Descobriu que as religiões afro-brasileiras estavam perdendo fiéis… E apontou como razão o enfrentamento com as igrejas pentecostais [[os evangélicos, até porque os pastores se apropriaram de rituais do candomblé ou adaptaram esses  rituais como odescarrego, o banho com a rosa branca, os passes e juntaram tudo isso com o apelo à figura de Jesus Cristo!]. …Pode-se ver que a perda de fiéis do conjunto afro-brasileiro se deve ao encolhimento da Umbanda. Como o pequeno crescimento do Candomblé não é suficiente para compensar as perdas umbandistas, o conjunto todo se mostra, agora, debilitado e declinante diante do avanço pentecostal.” [PRANDI, p 17/18]

No imaginário popular, especialmente daqueles pouco informados sobre estas religiões, Candomblé, Kimbanda, Umbanda não “tudo a mesma coisa”, “tudo macumba!”, não reconhecendo cada uma como credo distinto, como se não houvesse diferença entre suas teologias, liturgias e origens históricas. Porém, o estudo, ainda que superficial revela que as três não se confundem; ao contrário, diferem significativamente em suas características essenciais e o único fato que têm em comum é a adoção de elementos da cultura religiosa afro-brasileira e, por brasileira, entenda-se catolicismo no molde português colonial.

Diferenças em Linha Gerais

Candomblé, Quimbanda e Umbanda distinguem-se:

1. pelas natureza das entidades cultuadas e/ou invocadas/evocadas; 

2. pelos procedimentos do culto;

3. pelos elementos culturais componentes do sincretismo; 

4. e, finalmente, pelo uso que se faz das forças metafísicas acionadas.

Considerando estes aspectos, notar-se-á, imediatamente, que o Candomblé difere da Quimbanda e da Umbanda de forma mais enfática enquanto Quimbanda e Umbanda são muito mais próximas.

No Candomblé, os cultuados, os Orixás [ou Orijás] são considerados deuses; na Quimbanda e na Umbanda, ainda que o culto também invoque e evoque Orixás, estes são considerados meros espíritos ancestrais mais antigos ao lado de numerosas outras entidades representativas de ancestrais mais modernos e/ou contemporâneos.

No Candomblé, os deuses, desde de sua origem em terras africanas, também são ancestrais porém sua antiguidade remonta a tempos imemoriais. São como os heróis e deuses gregos, grandes reis, guerreiros e personagens que viraram mitos, foram mitificados e, assim, alcançaram a condição de divindades.  O mesmo processo que originou o panteão greco-romano. Muito além da fantasia popular, os deuses gregos também foram personagens fundadores de Civilizações, de um tempo antediluviano, como Poseidon [ou Netuno] que, segundo a tradição relatada por Platão, em Crítias, foi o último rei Atlante da última grande ilha remanescente da lendária Atlântida.

Na Quimbanda e na Umbanda, os ancestrais são vistos como antepassados mesmo, pessoas mortas, homens e mulheres proeminentes e/ou sábios ou, ainda, perversos. São Espíritos que baixamno culto [evocação, sem incorporação] ou incorporam nas pessoas [invocação] a fim de atuar no mundo dos vivos.

A Umbanda reivindica propósitos sempre voltados para o bem, com um discurso claramente cristão. A Quimbanda, embora seus teóricos neguem, é fortemente associada à magia negra, aos trabalhos para o mal e, além de para espíritos humanos desencarnados, como na Umbanda, também se utiliza de seres não-humanos: larvas [criações da mente dos sacerdotes-magistas], demônios [Espíritos obcessores] e elementais.

Nas palavras do místico e escritor José Romero Romeiro Abrahão:

“A Quimbanda é um culto mágico às Entidades malévolas, denominadas Exus, Quimbandeiros… Em geral, na Quimbanda só se trabalha para o mal de alguém ou então para submeter uma pessoa à vontade da outra”.

Morte Subita coloca a sua disposição uma série de artigos onde são descritas as particularidades de cada uma das três religiões afro-brasileiras.

Leia mais na fonte do site Morte Súbita – http://mortesubita.org/jack/cultos-afros/teoria/diferencas-entre-umbanda-candomble-e-quimbanda/view

UMBANDA / CANDOMBLE

Umbanda

A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era  f alada pelos integrantes do tronco Tupy.

Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos.

Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia.

Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a “Palavra Perdida” de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá – O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente:

AUM – BAN – DAN

Sua tradução pode ser ncomprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d’Alveydre, na sua obra “O Arqueômetro”.

AUM significa “A Divindade Suprema”, seu símbolo sendo amplamente conhecido:

BAN significa “Conjunto ou Sistema”, em Adâmico é representado da seguinte forma:

DAN significa “Regra ou Lei”, sua expressão gráfica apresenta-se como se segue:

A união destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa “O Conjunto das Leis Divinas”, sintetizado no sinal abaixo:

Portanto, o AUMBANDAN ou Conjunto das Leis Divinas é a Proto-Síntese Cósmica, encerra em si os princípios geradores do Universo, que são a Sabedoria e o Amor Divinos. Estende-se ao Ser Humano como a Proto-Síntese Religio-Científica que contem e dá origem aos quatro pilares do conhecimento humano, ditos como filosofia, ciência, arte e religião.

Pelo acima exposto, entendemos que a Umbanda é patrimônio dos Seres Espirituais de Alta Evolução que governam o Planeta Terra, os Seres Humanos encarnados e desencarnados são herdeiros deste Conhecimento-Uno. Entretanto, a aquisição deste conhecimento cósmico depende de condições ou pré-requisitos que o indivíduo deve possuir para que possa compreender a extensão e significado deste patrimônio. Deve ser, também, capaz de participar efetivamente da marcha evolutiva do Planeta como um espírito de horizontes largos e consciência cósmica.

Ao processo de amplificação da consciência que conduz à integração do Ser neste contexto denomina-se Processo Iniciático ou Iniciação, no qual o pretendente busca o início das Causas e Origens do nosso Universo a partir do conhecimento de si mesmo e das Leis que regem o Macrocosmo.

O Movimento Umbandista é um Movimento Filo-Religioso que visa resgatar o Conhecimento – UNO ou AUMBANDAN, sua divulgação é estimulada pelo Círculo Cósmico de Umbanda e seus aspectos internos ou iniciáticos tem suas raizes fundadas na Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, um Templo-Escola da Alta Iniciação de Umbanda.

História do Movimento Umbandista no Brasil

O Movimento Umbandista é um movimento filo-religioso surgido no final do século XIX , no Brasil, quando entidades espirituais, integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais, passaram a manifestar-se, pela mediunidade, em rituais de cultos praticados por Africanos e Indígenas, miscigenados com elementos do catolicismo introduzidos pela Raça Branca.

Na verdade, a eclosão do Movimento Umbandista foi decorrência das necessidades cármicas que fizeram reunir, no solo brasileiro, representantes das raças branca, amarela, negra e remanescentes da vermelha. Assim, o Brasil possibilitou o encontro de coletividades que alimentavam rivalidades entre si e, de alguma forma, mantinham em seus sistemas religiosos, fragmentos do Conhecimento Verdadeiro usurpado pela humanidade em sua odisséia terrena.

O Brasil, conhecido pelos índios pré-cabralinos como BARA – TZIL ( Terra da Cruz ou Terra da Luz) , deveria ser o local do surgimento do Movimento Umbandista porquê, originalmente, havia recebido a revelação do Aumbandan na época dos Lêmures, no apogeu da Raça Vermelha, no Tronco Tupy. Foi aqui também que a Tradição foi deturpada em sua essência, consubstanciando-se na Cisão do Tronco Tupy nos grupos Tupy-Nambá e Tupy-Guarany que defendiam, respectivamente, o Princípio Espiritual e o Princípio Natural. Embora os Tupys tenham, algum tempo depois, voltado ao seu caminho evolutivo original, os resultados de sua Cisão ainda se fazem sentir até hoje, persistindo na mentalidade humana o dilema entre o Espírito e a Matéria.

Aqueles seres do Tronco Tupy não mais encarnam no Planeta e mesmo poderiam partir para outros locais mais evoluidos do Universo, entretanto, optaram por trabalhar em prol da Humanidade, auxiliando-a a encontrar sua via justa de evolução, restabelecendo a Tradição-Una, o Aumbandan.

Para servir a este propósito, o Governo Oculto do Planeta, no momento adequado, lançou as sementes do Movimento Umbandista, visando inicialmente o Brasil, para futuramente revelar os aspectos cósmicos da Doutrina para todos os povos. E assim, por dentro dos cultos degenerados de várias raças existentes no Brasil, passaram então a manifestar-se pela incorporação, os Espíritos Ancestrais da Humanidade que se apresentavam, inicialmente, na forma de Indios e, depois, também na forma de Pretos-Velhos e Crianças. Apresentavam-se desta forma para atingir mais facilmente a coletividade brasileira, que se identificava, sincreticamente, com estes arquétipos da Simplicidade, da Humildade e da Pureza.

O aparecimento destas entidades veio a configurar as bases do Movimento Umbandista, que recebeu uma primeira organização ritualística a partir de 1908, com o médium Zélio Fernandino de Moraes, tomando o nome inicial de Alabanda e, depois, de Umbanda. Quase 50 anos transcorreram até que, em 1956, o famoso Médium W.W. da Matta e Silva revelou ao público os primeiros aspectos da Doutrina Esotérica de Umbanda marcando a história com o livro Umbanda de Todos Nós.

Atualmente o Movimento Umbandista conta com uma coletividade estimada em 70 milhões de adeptos e simpatizantes, entretanto, números mais precisos sobre esta população são de difícil aquisição devido à própria estrutura do Movimento Umbandista.

Esta estrutura comporta uma infinidade de Terreiros ou Templos com rituais diferentes entre si, consequentes de uma maior ou menor assimilação sincrética de elementos de outras culturas e sistemas filo-religiosos. Este sincretismo visa estabelecer uma ponte de ligação que permita a transição gradual de indivíduos oriundos de outros sistemas para a Umbanda.

Embora o panorama geral propiciado por estas variações ritualísticas possa parecer heterogêneo, esta foi uma estratégia utilizada pelos espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda como forma de minimizar as desigualdades sociais e discriminações de qualquer origem. Portanto, o Movimento Umbandista é capaz de receber indivíduos com características e concepções sobre a espiritualidade muito variadas; para cada um deles haverá um Terreiro ou Templo que mais se adapte ao seu nível consciencial.

Como elemento de ligação dos diversos templos, encontra-se a mediunidade através da incorporação de espíritos que se apresentam nas três formas arquetipais de “Caboclos”, “Pretos-Velhos” ( mais adequadamente chamados de Pais-Velhos ) e “Crianças”. Estas Entidades procuram impulsionar, paulatinamente, as pessoas que procuram os terreiros para patamares superiores de compreensão de si mesmos, do Mundo Material e do Mundo Espiritual. Obviamente, quanto mais sincrético for um terreiro, mais distanciado estará da Essência e mais preso estará à Forma. Mesmo naqueles templos onde predominam a busca da Essência e a verdadeira Iniciação de Umbanda, os rituais abertos ao público apresentam apenas uma ínfima parte da Doutrina, por respeito e caridade aos consulentes, guardando para o interior do Templo os fundamentos que esperam o momento certo para serem revelados.

A partir de 1989, com o lançamento da obra Umbanda – a Proto-síntese Cósmica, que mostrou ângulos inéditos da Umbanda, foi inaugurada uma nova fase do Movimento Umbandista, revelando-se o caráter cósmico desta doutrina. Os rituais dos diversos templos vêm-se modificando, mais adequados à tendência da globalização, que certamente consolidará um Mundo sem fronteiras para os habitantes do Planeta Terra, estabelecendo seus laços de ligação não apenas pelo comércio de bens materiais, mas principalmente pela comunhão de valores espirituais.

Aspectos Básicos da Doutrina de Umbanda

Uma visão geral dos vários tipos de ritual, encontráveis nos terreiros de Umbanda, não mostra prontamente a Doutrina de Umbanda. Isto se deve à presença do sincretismo que mascara a verdadeira Doutrina, de forma a se adaptar às necessidades da população que freqüenta os templos afins. Os princípios que servem de base para todo o Movimento Umbandista são sensíveis, especialmente, nos Templos Iniciáticos e nos rituais internos de alguns terreiros, onde se percebe um interesse maior na busca da evolução espiritual, sem os véus da ilusão ditados pelo mito.

Partindo desta observação, podemos obter duas informações preciosas: A primeira é que, se fôssemos tentar compor uma Doutrina consistente, a partir das manifestações sincréticas, seria impossível atingir um quadro coerente, e mesmo que fosse possível, o mesmo ainda estaria absolutamente distante dos ensinamentos transmitidos pela “corrente iniciática”. A segunda informação importante é a de que, excluindo-se as manifestações do sincretismo nos diversos terreiros de Umbanda, é possível isolar determinados pontos de semelhança e conceitos compartilhados, que apontam para um sistema lógico, inicialmente insuspeitado, que encontra-se velado pelo caos aparente.

Dentre as semelhanças existentes entre os diversos terreiros ressalta-se a presença de Seres Espirituais da Corrente Astral de Umbanda que se manifestam pela incorporação nas formas de “Caboclos”, “Pretos-velhos” e “Crianças”. Este pode-se considerar o ponto básico que serve até como qualificador da doutrina professada por determinado núcleo espiritualista. A homogeneidade no encontro deste fator que eclodiu em coletividades distintas e fez surgir o Movimento Umbandista, leva à conclusão que a Doutrina de Umbanda é fruto da revelação destas entidades através de seus médiuns e não o resultado de uma miscigenação de cultos afro-ameríndios.

A partir desta pedra angular, constrói-se toda a Doutrina de Umbanda, fundada no Tríplice Caminho constituído pela Doutrina Mântrica, pela Doutrina Yântrica e pela Doutrina Tântrica que velam o mistério da Cosmogênese. Todos os processos relacionados à evolução dos Seres Espirituais no Reino Natural são observados à luz destes princípios ternários e através da lei das analogias, aplicados desde o nível microssomático até o macrocósmico.

As entidades que se apresentam na Umbanda vêm personificar a Simplicidade, a Pureza e a Sabedoria, em nome de Oxalá – o Cristo Jesus – o Tutor Máximo do Planeta Terra. Através de seus conselhos, exemplos e mesmo da movimentação das forças naturais, conseguem acender a chama da Fé no coração dos consulentes que procuram os templos de Umbanda. A partir da Fé e da Razão incutem, gradualmente, na coletividade planetária, a compreensão dos mecanismos da reencarnação, das Leis Cármicas, das atrações por afinidade e sintonia e ensinam-nos os meios para caminhar seguramente em direção da nossa própria essência espiritual.

Estas Entidades de grande evolução, na verdade, são nossos Ancestrais Primevos, os primeiros seres a encarnar no Planeta Terra e que eram senhores do Conhecimento Integral já na época de suas encarnações, anteriores aos Atlantes. Toda a Sabedoria Planetária revelou-se como Aumbandan e deu origem, posteriormente a todas as filosofias, ciências, artes e religiões que conhecemos atualmente. É por este motivo que encontramos na Doutrina de Umbanda vários conceitos que ainda foram conservados por alguns setores filo-religiosos.

Na verdade, o surgimento das religiões e todo conhecimento fragmentário da atualidade deveu-se à deturpação e uso inadequado do Conhecimento-Uno existente na época do Tronco Tupy. Por consequência, o homem perdeu a chave deste mistério e da capacidade de compreender, de forma sintética, a vida em suas causas e efeitos.

Na expectativa de reconstruir este conhecimento perdido e de receber os influxos destas portentosas Entidades é que apareceram os Cultos aos Ancestrais Primevos, apregoados pelos grandes patriarcas e iniciados , cujos resquícios se fazem presentes, ainda hoje, em algumas tradições, especialmente as orientais.Por misericórdia divina, os integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais vêm trazer as sementes dos novos tempos, manifestando-se através da mediunidade, auxiliando-nos na jornada evolutiva, para que novamente o Aumbandan se faça presente na coletividade terrena. 

Candomblé não é Umbanda

Elucidar de uma forma definitiva a diferença entre Candomblé e Umbanda, é um dos meus grandes objetivos com esta obra, pois a frase mais comum que ouvimos como candomblecista, após uma explanação mesmo que resumida é que: eu achava que tudo era a mesma “coisa”. O que primeiro respondo quando me perguntam sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança, esta eu considero a melhor resposta, pois é o fato, não há a menor semelhança.

A começar pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra, de forma que se funde sua origem com os primeiros contatos de pessoas que lá chegaram, existem citações na teologia africana que Odudúwa era Nimrod, o conquistador caldeu primo de Abraão e neto de Caim, que foi designado por Olodumarè para levar a remissão e a palavra de Olurún (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África. Este fato data de 1850 A.C., sendo que Caim pode ter vivido entre 2100 a 2300 A.C. – Oranian , neto de Odudúwa , viveu em 1500 e seu filho Xangô por volta de 1400. As coincidências existentes nos rituais africanos, como a Kaballah hebraica, são imensas, e vem provar a tese da estreita ligação entre Abraão, pai dos semitas, e Odudúwa, (Nimrod) pai dos africanos. Isso pode ser constatado no relacionamento existente entre o símbolo de um elemental africano chamado Dan a serpente, e uma das 12 tribos de Israel, cujo nome é Dan, e seu símbolo, a serpente telúrica. Citação que faremos adiante na Teologia Yorubana que fala da criação da terra. De uma forma básica, no Candomblé não existem “incorporações” de espíritos, pois os orixás, de quem sentimos força e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja não são “entidades”, mas elementais puros da natureza, criados por Olorún.

No Candomblé a consulta é feita através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil), forma de leitura exclusiva do povo candomblecista, que trataremos em capítulo próprio, e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos dos reinos vegetal, animal e mineral, através e ebós, oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos. A Umbanda por sua vez, sem qualquer demérito a quem a pratica, pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação, é uma religião brasileira, que advém do sincretismo católico-feitichista, necessário em uma época de grande repressão das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem, e esta adaptação se fez necessária, a partir desta premissa, a Umbanda começou tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no trato com seus ancestrais, que era comum a “incorporação” de algum ente falecido, por um elégún (aquele que é montado por) por motivos familiares. É muito comum nos dias de hoje, Ilês que praticam Candomblé e Umbanda, porém em dias, horários e formas diferenciados, mas é uma atitude não compactuada, bem como a utilização do sincretismo com os santos católicos, pelas tradicionais Casas de Candomblé cujas raízes foram plantadas no Nordeste do país, mais precisamente em Pernambuco e na Bahia.

A Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium “incorporado” , e os “trabalhos” pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais. 

Umbanda é deste século, e utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto, em especial, vou me ater a figura de Exú. Na sua qualidade de ser ambivalente, positivo e negativo, bem e mal, de uma forma definitiva, esta situação de bem e mal, também está associado à todos os seres humanos, e nem por isso, somos o diabo, ninguém é totalmente bom, 24 horas por dia, 360 dias por ano, a sua vinda inteira; o inverso também é verdadeiro, convivemos com o bem e o mal, porém Exú, na sua condição, só fará alguma coisa, se e somente se, for mandado, portanto quem faz o mal na realidade é quem pede, e que pela própria lei da natureza, pagará, pois segundo a lei mais certa que existe, a lei do retorno – “Toda ação gera uma reação, com a mesma intensidade, em sentido contrário”, quer dizer, tudo que vai, volta, a experiência nos comprova isto, e geralmente, da forma que mais dói, no bolso ou na saúde (tarda mas não falha); isso posto, em quem está a maldade? Sem mandante, ela simplesmente não existiria, e, mais uma vez EXÚ PAGA O PATO.

Em mais de vinte anos de pesquisa, e não foi pouca, as maiores e melhores obras, dos maiores e melhores autores, sobre religiões africanas, sejam brasileiros, ingleses, franceses, africanos, babalorixás, antropólogos, babalaôs, nunca li nada que se referisse à exú mulher, ao contrário, sua forma é fálica (forma de pênis), sempre no sentido de elemento fecundador, fertilizador e nunca elemento fecundado, nunca houve qualquer simbolismo ou ligação com uma “vagina”, em sua ambivalência, assume situações duplas, mas nunca, macho e fêmea. Tudo se inicia, com a palavra bombogira, que é o nome dado à Exú macho por excelência na nação de Angola, uma corruptela desta palavra, utilizada somente pela Umbanda, gerou a expressão “pombogira”, como forma de um exú mulher, em cuja manifestação, a pessoa, seja homem (homem?) ou mulher, assume uma atitude sensual, atrevida e em alguns lugares, sob esta manifestação, a prática do ato sexual em si; é muito comum, se a mulher tem vontade, libido forte ou até mesmo por necessidade (a prostituição), é porque uma pombagira está “encostada”, o que seria uma situação normal, natural; A POMBA GIRA PAGA O PATO. Qualquer incorporação, deste gênero, que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a única manifestação “semelhante” no Candomblé, é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun (espírito de morto), tem função específica, uma delas, se comunicar pelo orixá, justamente pelo fato de que ele não fala, que nos referimos como “estado de erê”, tal pessoa está com, ou de, erê.

A incorporação, eu imagino, vem de necessidade do ser humano (que é incrédulo por natureza), de crer e confiar, para crer, tem que “ver” algo, no caso o espírito manifestado, falar com ele, ouvir coisas que confirmem ser real ( o que muitas vezes acontece), e para confiar, o consultor não poderá se “lembrar” do que ouviu, como confidência, ou segredo, pois em várias situações, estão envolvidos, conversas e pedidos escusos, se utilizando assim da “inconsciência” relatada nas religiões africanas, a qual também a coloco, em outro capítulo da forma como a vejo e sinto. Falo muita propriedade e experiência, pela vivência de muitos anos no meio, o objetivo não é em momento algum, desmascarar quem quer que seja, muito menos denegrir, desmerecer ou tirar o valor da Umbanda, pelo contrário, bem praticada e bem conduzida, tem enorme valor e função social na comunidade, quer seja: na solução de problemas de saúde, família, trabalho, amor…

Existe forte vibração de uma energia, no ato da “incorporação”, variando muito de pessoa para pessoa, em muitos casos, com real valor e força, porém, a inconsciência total … o único objetivo é a realidade, que é benéfica para todos nós, a medida em que nada temos que esconder.

Que Oxalá ilumine a todos vós com o manto da abertura de consciência de que existem seres humanos em condições muito precárias, como também, seres espirituais que necessitam do vosso exemplo para seguir adiante. Que assim seja, meus caros irmãos.

Umbanda, Candomblés Nagô, Congo & Muxicongo


O QUE É UMBANDA ?

Embora muitos afirmem ser a Umbanda apenas uma seita derivada dos Cultos Afro-Brasileiros que deram origem aos Candomblés, na verdade, a verdadeira Umbanda, muito pouco tem a ver com ele. Nosso irmão, W.W. da Matta e Silva, por exemplo, fez extensa pesquisa visando trazer a público a origem da palavra em seu livro Umbanda de Todos Nós. Esse não é o propósito de nosso trabalho atual. Importante é frisarmos que UMBANDA foi o nome dado ao culto criado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo médium era o Sr. Zélio de Moraes, em 16 de novembro de 1908, no bairro de Neves em Niterói. Destaque para o fato de que um caboclo, por ser considerado EGUN (alma de um ser que já viveu na terra ) não era entidade cultuada em nenhum candomblé. Posteriormente a coisa ficou meio confusa e criaram até os chamados Candomblés de Caboclos. Antes desta data, não há registro algum da palavra UMBANDA em qualquer seita Afro, como também ficou claro nas pesquisas feitas pelo retrocitado autor, na mesma obra e em outras. Se quisessem saber mesmo a origem da palavra, deveriam ter perguntado ao Caboclo, ao invés de ficarem especulando por aí.O que é importante sabermos ?
Importante é sabermos que :
a) Umbanda não é culto Afro – é BRASILEIRO!.
b) A Umbanda sofreu várias modificações, tanto em seus objetivos como em sua práticas e rituais quando se mesclou e absorveu dos cultos Afro, do Catolicismo e até de filosofias orientais, certos parâmetros e conceitos básicos, a ponto de hoje entrarmos em certos terreiros ditos como de Umbanda e vermos lá os já conhecidos sacrifícios de animais e coisas equivalentes.
c) Umbanda foi o nome com que o Caboclo das Sete Encruzilhadas batizou o movimento espirítico criado por ele com regras básicas de trabalho, cujo objetivo principal seria o da “manifestação de espíritos (EGUNS NO DIZER DOS CULTOS AFRO) para a caridade”.
Originariamente foram traçados planos para que três tipos de entidades pudessem se manifestar através de seus “médiuns” nas reuniões Umbandistas. Foram elas :
1) Crianças – Espíritos que teriam vivido e desencarnado nesta condição (EGUNS portanto) e que através de brincadeiras pudessem realizar trabalhos que trouxessem alegria, que despertassem o lado criança de todo ser humano – o lado puro (lembra-se do “Deixai vir a mim as crianças…?”).
2) Caboclos – Espíritos que teriam vivido ou não na condição de índios (portanto EGUNS) nos primórdios da civilização(?) imposta pelos portugueses. Essa caracterização coincide com a segunda fase do crescimento do ser humano encarnado, quando ele deixa a infância, atinge a adolescência e se torna um adulto. Nessa fase, o vigor, o destemor e até mesmo uma certa destemperança são comuns.
3) Pretos Velhos – Espíritos (EGUNS) que teriam vivido ou não na condição de escravos negros, também nos primórdios da tal “civilização” imposta. A caracterização revela a terceira fase da vida do ser humano na terra – a idade madura, que neste caso revelaria também um dos principais atributos
que o homem deveria estar lutando por alcançar : a sabedoria.
A sabedoria daqueles que muito viveram e por isto, muito têm a ensinar.
Observemos que no caso dos espíritos que se apresentam como crianças, não há alusão à raça ou cor (na verdade em se tratando de espíritos esta distinção realmente não existe), mas no caso de caboclos (índios) e pretos velhos (negros), as caracterizações envolvem distin-ção de raça. Por que isso ?
Na verdade, a Umbanda verdadeira nasceu entre os humildes, e os planos de seus organizadores, visava a homenagear essas duas raças ou grupos étnicos que foram e são até hoje tão discriminadas sofrendo tantas perseguições. Uma forma também de mostrar ao “civilizados brancos” que, fossem índios, pretos, amarelos, verdes ou de qualquer outro tipo, todos, indiscriminadamente, eram e são seres da criação, e portanto, após o desencarne, as classes sociais, as cores de pele e o possível poderio econômico deixam de existir, e as lições que o espírito tem de aprender estão muito mais relacionadas ao amor, ao desprendimento e à sabedoria.
O que um bom vidente poderá enxergar (se lhe for permitido), é que não raramente, sentado ali no toco, com ares de um humilde velhinho, não está apenas um ex-escravo, mas certamente um grande sábio (preto, branco, marrom etc.) exercitando uma característica que somente os iluminados alcançaram em sua plenitude : a humildade.
Mas aí você pensa: “Por que então toda essa palhaçada ?”
Preste atenção !
Quando o Comando Superior (nome que daremos temporariamente ao Conselho Espiritual que estabeleceu as normas da Umbanda) decidiu por essas caracterizações, visava :
a) Representar as três fases por que passa o ser encarnado durante sua estada na matéria.
b) Demonstrar que crianças não fazem distinção de cor, raça ou qualquer outra, superestimando umas e subestimando outras. São espíritos desprovidos de discriminações, por serem os mais puros, (ingênuos) ou mesmo porque esqueceram-se deste preconceito daninho por ocasião da reencarnação (Graças a Deus).
c) Mostrar àqueles (dentre os quais eu mesmo) que hoje se “vestem” com uma matéria de cor clara, que mesmo perseguidos, expulsos de sua terras e escravizados, índios e negros também são seres da criação e como tal devem ser respeitados porque todos, mesmo os menos civilizados (no entender dos brancos), têm muito para aprender e ensinar.
d) Mostrar que por ser a UMBANDA um movimento espiritual brasileiro, envolveu em suas caracterizações grupos étnicos que passaram por grandes sofrimentos aqui nessas terras.
e) Mostrar que o homem evolui verdadeiramente quando vivencia em todo o seu potencial, cada uma das três etapas de sua vida e chega à idade madura dono de seus pensamentos e atos, conseguindo alcançar a verdadeira sabedoria, o que envolve muito aprendizado e prática do autocontrole, pois na medida em que vai aprendendo o significado de sua existência, consegue olhar o mundo como expectador. E aí..!
f) Permitir a manifestação de entidades familiares e/ou até mesmo grandes personalidades (no caso de serem suficientemente humildes para se apresentarem na “roupagem fluídica” de um Caboclo ou Preto Velho) quando encarnados, sem que isso traga para os médiuns e possíveis assistentes alguma perturbação emotiva.
Na verdade, essas formas de se apresentarem algumas entidades na Linha de Umbanda, visam muito mais a proteger os encarnados das perturbações emotivas que seriam provocadas nas situações em que por exemplo o médium ou assistente descobre que uma entidade que está se apresentando em um determinado Terreiro é um parente próximo seu, ou mesmo a vaidade que brota na maioria dos médiuns quando a entidade incorporante se apresenta como alguém que teve na terra uma posição de destaque ou fama (um grande pintor ou músico, reis ou princesas, por exemplo).
Por parte da entidade que se manifesta, a obrigatoriedade da caracterização faz com que o espírito seja forçado a não revelar uma situação que viveu como encarnado, tenha ela sido boa ou ruim. Não importa o que ou quem foi. O que importa é a mensagem que traz, o trabalho que vem realizar em benefício de outrem e de sua própria evolução.
Em minhas peregrinações pelos mais diversos terreiros de Umbanda e até “Umbandomblé”, tive a oportunidade de presenciar curas “milagrosas” efetuadas por caboclos, pretos velhos e exús (há inclusive alguns bons livros que descrevem vários tipos de trabalhos realizados nesse sentido) sem que nenhum deles tivesse se identificado como Dr. “esse” ou “aquele”. Seguindo a linha da HUMILDADE exigida pela Umbanda, todos se apresentaram de acordo com as características que adotaram desde o início de seus trabalhos. Até porque, se esses espíritos se apresentassem como Dr. ‘esse” ou “aquele”, estariam se referindo a condições que tinham quando encarnados (na melhor das hipóteses), o que fatalmente demonstraria o quanto ainda estão apegados ao mundo material e às distinções sociais que ele impõe.
Raciocine comigo : De que valem os títulos obtidos na terra após o desenlace ? Aliás, quais serão os reais valores de certos títulos auferidos a tantas e tantas pessoas que já passaram e que ainda estão por aqui ? Será que um Doutor será mais bem visto aos olhos de Deus do que aquele que não conseguiu sequer aprender a ler ? Haveria justiça Divina caso isso fosse verdade ? Ou será que essa distinção só é válida aqui no Plano Terra onde os valores estão proporcionalmente ligados à situação financeira e/ou social de cada um ?
Raciocinou ?
Vamos reforçar seu raciocínio !
Se títulos e posição social fossem valores espirituais levados em conta pelo Criador, o próprio Jesus, considerado até mesmo Deus por muitos, deveria ter nascido em berço de ouro ou ter almejado durante sua breve estada na matéria, pelo menos algum cargo político de realce, não acha? E foi isso que se deu? Foi isso o que ele pregou?
Neste ponto eu torno a lembrar que, se você ainda está arraigado a conceitos e preconceitos, medos etc, não é bom que leia este BLOG, pois vamos abordar assuntos realmente polêmicos à luz da lógica e não de ERÓS ou DOGMAS. Nossa idéia é realmente tentar explicar esses “segredos” velados à luz pela ignorância e medo. Se você não se sentiu à vontade quando leu nossa primeira abordagem ao mito Jesus Cristo, então não leia o que vem pela frente. Você não está preparado(a).

Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. A palavra umbanda deriva dem’banda, que em quimbundo significa “sacerdote” ou “curandeiro”.[1]

Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as “umbandas” têm suas razões de existir e de serem cultuadas.

História

As raízes da umbanda são difusas. Segundo os umbandistas, ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas.[2]

Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos-velhos, caboclos, crianças), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de umbanda.

Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.

Em 1945José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda.

A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.

Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a “Umbanda popular”, onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.

Fundamentos

Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.

Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de umbanda. São eles:

  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Zambi para pretos-velho, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas (alguns umbandistas cultuam a chamada umbanda branca ,esta no entanto não cultua os orixás, sendo unicamente voltada ao culto se caboclos, pretos velhos e crianças), em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou “aparelhos”;
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;

UM DEUS ÚNICO E SUPERIOR

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

ORIXÁS

Os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Orisha é uma palavra yoruba para designar um ser sobre-humano, ou um deus.[3]Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros – depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi.

Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete.

Os orixás não são originários da umbanda, muito antes eles já eram reverenciados nas terras africanas por diversas tribos. Muitos deles não se tornaram conhecidos aqui no Brasil, e até mesmo nas tribos africanas cada uma possuía seu orixás e desconhecia outros que eram cultuados em tribos diferentes.

Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, desta maneira os diversas orixás de tribos distantes se encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé. Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.

Nesta visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico – realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu.

No nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação. [4]

Sincretismo

A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc).

A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.

A máxima dentro da umbanda é “Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé”.

Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.

Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá.

Alguns exemplos:

O culto umbandista

A umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador, Dirigiente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.

Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo podem ser aplicados na umbanda.

Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.

Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.

Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão “emprestar” seus corpos para os guias e para os orixás.

Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.

Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.

Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.

Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser pretos-velhoscaboclosboiadeirosmineiroscrianças,marinheirosciganosbaianosorientaisxamãs e exus.

AS SESSÕES DE UMBANDA

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.

Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.

As ocorrências mais comuns nessas sessões são o “passe” e o[descarrego na umbanda|descarrego].

No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.

O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais [Exu de umbanda|Exus] (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão.

Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de espíritos).

A umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.

Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.

Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no item “Literatura Umbandista”.

Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.

As Linhas da Umbanda Sagrada

LINHA SENTIDO ORIXÁ POSITIVO ORIXÁ NEGATIVO SENTIMENTO
Cristalina Oxalá Oyá Religiosidade
Mineral Amor Oxum Oxumaré Concepção
Vegetal Raciocínio Oxossi Obá Conhecimento
Ígnea Razão Xangô Iansã Justiça
Eólica Equilíbrio Ogum Egunitá Lei
Telúrica Saber Obaluaiê Nanã Evolução
Aquática Geração Iemanjá Omulu Maternidade

Atente-se que este panteão é próprio à Umbanda direcionada por Rubens Saraceni, havendo inconsistências em relação a outras escolas. Por exemplo, ao passo que, tradicionalmente, Oyá, Iansã e Egunitá são um mesmo Orixá, o autor o dissocia em três divindades separadas.

Polêmicas dentro das “umbandas”

SACRIFÍCIO RITUAL DE ANIMAIS

Existem várias ramificações dentro da Religião de umbanda. Entretanto apenas algumas linhas de umbanda se usa o sacrifício de animais, como em Almas e Angola.

Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.

Uso de bebidas alcoólicas

Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:

  • Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu;
  • Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam);
  • Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).

Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual.

Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram – esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz.

Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição.

É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastanteetéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.

Paramentos

Na umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.

Mas há umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.

Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto.

Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando.

Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.

Uma outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.


UMBANDA

Entender os termos da Umbanda

ABC DE UMBANDA

 

1-O que é um Orixá?

São divindades africanas directamente relacionadas às forças da natureza. Seriam as falanges específicas que trabalham especializadas em determinado meio, como mar, céus, plantas, etc.…

 UM ORIXÁ É UM REGENTE DE UMA DAS FORÇAS DO MUNDO MATERIAL, SEMPRE ABAIXO DE OLÓRUM, O DEUS SUPREMO.

 FALA-SE, TAMBÉM, QUE SERIAM ANTIGOS GOVERNANTES AFRICANOS TORNADOS DEUSES APÓS A MORTE.

 NA ÁFRICA, HÁ EM TORNO DE 600 ORIXÁS. NO CANDOMBLÉ, 16. NA UMBANDA, SEIS (MAIS YORIMÁ).

2. O que é Candomblé?

É uma religião de origem africana, com seus rituais e sacrifícios, que cultua Orixás, Voduns e Inkices, dependendo das diversas Nações de que se compõe, a saber: Ketu, Jeje, Mina-Jeje, Fon, Ijexá, Nagô-Vodun – estas de origem sudanesa – e Angola, Congo e Muxicongo – de origem bantu.

3. O que é Nação?

É uma das diversas nações africanas que vieram ao Brasil no tempo da escravidão. Há a Sudanesa (Nagô, Jeje, Jeje-Nagô, Mina-Jeje, Muçurumin) e a Bantu (Angola, Congo, Angola-Congo). Pode designar, no Rio Grande do Sul, o Candomblé local, conhecido também como Batuque.

 4. O que é Umbanda?

Surgiu em 1908, no Brasil. Grosso modo, seria a mistura do culto angola-congo (misturado com o nagô), noções de Espiritismo, esoterismo, pajelança e até mesmo budismo. Umbanda quer dizer “Arte de Curar” ou “Magia”.

 5. O que é Quimbanda?

São assim chamados, pelos umbandistas, todas aquelas casas (terreiros, centros), trabalhadores ou falanges que trabalham com a magia negra, ou seja, “fazendo o mal”. A Quimbanda possui sete falanges (linhas) diferentes das da Umbanda, que trabalham muito com os Exus e Omolu.

 6. O que é um Orixá de Cabeça?

O mesmo que Orixá de Frente. No Brasil, costuma-se dar uma pessoa a dois Orixás, normalmente formando casais, sem ser, com isso, regra. Em certos cultos, adoptam-se três Orixás, os demais seriam conhecidos como “passagens”, exercendo menor influência. O Orixá de Cabeça corresponde à energia básica, fundamental, de um indivíduo, dando-lhe características mais marcantes em sua personalidade.

O segundo é o Ajuntó, de características mais sutis, muitas vezes amenizando o carácter do Orixá de Cabeça, que poderá Ter o caráter arrebatado por ser jovem e guerreiro. O terceiro seria o Orixá de Herança, que acompanha a família por algumas gerações.

 

7. Quais os Orixás que combinam entre si?

Varia muito de lugar para lugar, sendo vistos no jogo de búzios. Para alguns cultos e nações, o Orixá Exu apenas se combina com um tipo de Ogum, ou Oxalá apenas com Iemanjá e um tipo de Oxum.

 

8. O que é pemba?

Em sua origem, é um calcário extraído da terra, cuja finalidade é riscar os pontos que identificam a linha vibratória da entidade. Há de diversas cores. A mais comum é a branca, que serve para todos, pertencente a Oxalá.

 

9. Quais são as leis de Umbanda?

São 10 os princípios básicos que regem a Umbanda:

 

9.1 Crença em um Deus único, omnipotente, eterno, incriado, potência geradora de todo o Universo material e espiritual, adorado sob vários nomes.

9.2 Crença em entidades superiores: Orixás, anjos e santos que chefiam falanges.

9.3 Crença em guias, em planos médios, mensageiros dos Orixás, anjos e santos.

9.4 Existência da alma e sua sobrevivência após a morte.

9.5 Prática da caridade desinteressada, na busca de aliviar o carma do médium.

9.6 Lei do Livre-Arbítrio (da livre escolha), pela qual cada um escolhe fazer o bem ou o mal, e o ser humano afiniza com sua faixa vibratória e a do ambiente que o cerca.

9.7 O ser humano é a síntese do Universo.

9.8 Crença na existência de vida inteligente em todo o Universo, vivendo e habitando.

9.9 Crença na reencarnação, na lei cármica de causa e efeito.

9.10 Direito de liberdade de todos os seres.

 

10. O que é reencarnação?

A crença no renascimento do espírito em um novo corpo, em eterno aprimoramento e evolução. Eterno porque perfeito é apenas Deus, pois, se não, já haveria muitos Deuses na Criação.

Não se aceita a metempsicose (a reencarnação de um homem em corpo de um animal), pois haveria o retrocesso no aprendizado em determinado momento da evolução de cada indivíduo.

 

11. O que é a Lei de Causa e Efeito?

Todo efeito tem uma causa, assim como todo o malfeito é atraído de volta por sintonia fluídica, assim como o bem. Devemos entender que as pessoas são como ímãs que se atraem por afinidade de idéias e ambientes. É o popular “Colhe-se o que se planta” ou “Dize-me com quem andas e te direi quem és”.

 

12. O que é Chacra?

São os locais de concentração de magnetismo no corpo, onde se aglomera os centros nervosos do corpo humano.

 

13. O que são as Linhas Auxiliares?

Como o nome diz, são os auxiliares dos guias. Normalmente, são os espíritos que tiveram sua última reencarnação em período mais actual. Os marinheiros actuam na Linha das Águas, como activos auxiliares nos tratamentos de purificação, tais como vícios de qualquer espécie. Os baianos são o elo de ligação dos guias à Terra. Os boiadeiros cuidam da harmonia entre os médiuns durante os trabalhos.

 

14. O que são os boiadeiros?

Entidades responsáveis pelo bom andamento dos trabalhos e por tornar o grupo mediúnico harmonizado entre si. São conhecidos também por oguns, guardiões, vigilantes (dentro da literatura espírita, vistos em Nosso Lar, de André Luiz e outros).

 

15. O que é um ponto riscado?

Já vimos que o ponto cantado auxilia na sintonia mental com a linha vibratória que estamos invocando. O ponto riscado identifica a origem da entidade, quais os seus domínios e a quem é subordinada. Risca-se com a pemba.

 

16. Orixá é entidade?

Segundo os pesquisadores, não. Um Orixá é energia vinda de um elemento primordial. Existem entidades que trabalham com essas energias e são especializadas nelas. São com tais energias que os umbandistas trabalham. Assim, mesmo que a entidade se identifique como Oxóssi ou Odé, não é o Orixá em si, mas está se identificando em sua linha vibratória. Isso explica porque pode, em um mesmo trabalho ou simultaneamente em vários locais, haver entidades com o mesmo nome.

 

17. Existem proibições alimentares a filhos do mesmo santo?

Por uma questão de formação básica dos corpos, de afinidade das entidades, as proibições existem. Daí os africanos criarem as muitas lendas, tão conhecidas no Candomblé. Os filhos de Oxalá, tenho visto, têm verdadeira indigestão com o azeite-de-dendê. As entidades chamadas do Oriente detestam quando seus médiuns ingerem, no dia de trabalho, carnes vermelhas e alimentos picantes, sob a explicação do excesso de fluidos pesados que ficam no corpo do médium, sendo necessárias verdadeiras limpezas espirituais e físicas, antes da incorporação.

 

18. Umbanda é religião cristã?

Em seus princípios (leis de Umbanda), há a crença em um Deus único e a caridade desinteressada, visto nos mesmos princípios do Evangelho de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Jesus, por sua vez, ocupa seu lugar nas preces como o divino coordenador ou mesmo na figura excelsa de Oxalá, sendo Deus, Ifá (1). Por que, então, não considerá-la cristã?

 

19. O que são quiumbas?

Seriam os espíritos de mortos sem luz ou esclarecimento, escravizados pelos seus próprios sentimentos em grande ódio e revolta. São as levas de obsessores existentes na espiritualidade, que induzem idéias maléficas aos vivos, apreciam fingir que são entidades iluminadas, quando não o são. Da mesma forma, são os verdadeiros executantes da magia negra e os vampiros do astral.

 

20. E os mortos?

Não são Orixás, podendo se tornar um guia, Exu, auxiliar ou anjo, de acordo com sua elevação espiritual. São chamados de Eguns.

 

(1) Ifá, segundo os mitos, teria sido o primeiro babalaô (adivinho) e é confundido com a própria figura de Orunmilá, por alguns autores.

Para outros, Orunmilá seria Deus. Na realidade, Deus é conhecido como Olodumare ou Olorum (na mitologia iorubá) ou ainda Zambi (na mitologia banto). Orunmilá é um Orixá/Imolê da categoria dos funfun (Orixás brancos).(Nota da autora).

 

21. O que é amaci?

Banho purificatório na cabeça, feito com folhas, flores, mel,  perfumes e outros, de acordo com orientação dada pelo diretor dos trabalhos. Sua finalidade é auxiliar na incorporação e assentar” a mão do guia espiritual.

 

22. O que é amuleto e talismã?

Nada mais é do que um objecto magnetizado. O amuleto serve para afastar fluidos pesados, alguns exemplos são: medalhas, figuras, imagens, inscrições ou objectos variados. O talismã serve para atrair bons fluidos. O patuá seria um dos mais populares amuletos, feito com material preparado, costurado em tecido, sob a forma de saquinhos, papel, etc.

 

23. O que é Aruanda?

Lugar onde moram os Orixás e as entidades superiores. No Catolicismo é o Céu. No Espiritismo são as colónias espirituais.

 

24. O que é uma oferenda?

Na Umbanda trabalha-se com os quatro elementos da Natureza: água, fogo, terra e ar, como matéria-prima básica. Manejados convenientemente, por entidades especialistas, promovem o equilíbrio, o descarrego, a harmonia. Na Umbanda, em respeito à Natureza, nada pode ser retirado sem uma restituição ao elemento básico. Muitas vezes, ao entregar-se determinada oferenda, por afinidade fluídica, a mesma fica saturada dos fluidos densos retirados do solicitante, pelas entidades. Assim, os Exus utilizam o álcool com fins de evitar os vícios no médium; o dendê, para evitar a desordem psíquica; a farofa, para trazer bens materiais (alimentação); a pipoca, para atrair doenças cármicas dirigidas ao médium.

 

25. Existe o feitiço?

Infelizmente, sim. São trabalhos feitos pela quimbanda com fins de prejudicar alguém, perfeitamente lógicos, dentro do ponto de vista magnético.

 

26. Pode-se evitar o feitiço?

Já vimos no conceito de magnetismo que, dependendo da sintonia que vibre em cada um, pode-se assimilar o feitiço ou não. Nesses casos, quando a pessoa tem “um santo forte”, ou seja, vibra em frequência mais elevada, a onda do mal emitida tende a ricochetear e, muitas vezes, retorna a quem o emitiu, que, na realidade, vibra nessa faixa, pelo simples fato de Ter desejado o mal.

 

27. Qual o valor das palavras na Umbanda?

A palavra, no Antigo Egipto, era sinónimo de criação. Tanto é verdade, que uma palavra exprime uma idéia. Uma idéia, um pensamento. E um pensamento é onda que é emitida. Daí usar-se algumas palavras que exprimem complexos sentimentos carregados de amor, nos trabalhos de Umbanda. São os conhecidos mantras, na Índia.

 

28. O que é um ritual?

É um processo gradativo, onde se utilizam acessórios, os mais diferentes possíveis, até ser atingido o clímax desejado. Na verdade, assemelha-se a uma subida em uma escada, degrau a degrau, frequência a frequência, até a sintonia com as falanges desejadas, cujos objectivos podem variar sobremaneira.

 

29. Existe maldição ou praga?

Seria a mesma explicação dada na questão 27. As famosas pragas de mãe e madrinha nada mais são que palavras emitidas com poderoso influxo magnético acolhidas e re-alimentadas por quem as recebe, em baixo padrão vibratório. Como todas as coisas já vistas, o que pode repelir todas as coisas dirigidas ao mal é a elevação do pensamento, do teor vibratório, rechaçando por não afinidade magnética.

 

30. Há nomes que não devem ser ditos na Umbanda?

No Candomblé, o nome Xapanã, por exemplo, não deve ser pronunciado. No Sul do país popularizou-se, inclusive, abafando os nomes de Omolu e Obaluaiê, comuns no resto do país. Cada letra possui um som. Cada som produz uma frequência. A soma das letras produz um nome que poderá, ou não formar uma melodia harmoniosa do ponto de vista espiritual. Todavia, antes de mais nada, não produz efeitos desastrosos se comparados ao teor de pensamento que exprime a palavra.

 

31. Por que é tão comum colocar-se, na magia negra, objectos dentro de colchões, travesseiros, cobertas ou escondidos dentro das casas?

No primeiro caso, na tentativa de o objecto magnetizado ficar, o maior tempo possível, em contacto com a pessoa visada. No segundo, para continuar irradiando, o maior tempo possível, sem ser descoberto no ambiente.

  

32. O pensamento tem cor?

Por incrível que pareça, tem. Segundo Ramatis: “A qualidade do pensamento determina-lhe a cor; a natureza do pensamento compõe-lhe a forma; e a precisão do pensamento determina-lhe a configuração exata”. (Magia de Redenção, página 64, citado na bibliografia). Dependendo da intensidade do mesmo, podem-se criar as conhecidas formas-pensamento, citações estas com volume, cor, som, verdadeiros marionetes espirituais de quem os criou. Na maioria das vezes, exprimem o verdadeiro interior de cada um, visíveis pelos guias que as analisam. São percebidas, também, pelos médiuns videntes e, muitas vezes, confundidas com entidades.

 

33. Por que é tão comum despachar-se objectos em água corrente?

Sabemos que a água é um dos mais poderosos elementos da natureza, no que se refere a sua capacidade de excelente condutor de electricidade e fluidos quaisquer, sendo um poderoso solvente. Ao atirar-se o objecto saturado, a água de imediato absorve esse teor magnético, levando-o para longe do enfeitiçado (ou aquele que quer desvincular-se de objectos imantados). Assim, quebra os vínculos que antes existiam, por proximidade ou assimilação do dono.

 

34. E água fluida?

É digna de um livro sobre o assunto, tal sua complexidade e utilização. Já vimos que a água é um solvente magnífico, por sua formação molecular e magnética de elevado poder. É usada amplamente pelos marinheiros no tratamento de perturbações psíquicas e vícios. A água fluida nada mais é do que um veículo preparado com elementos espirituais e da natureza, saturada por hábeis manipuladores do astral, com fins terapêuticos. Pessoalmente, já tive a oportunidade de acompanhar os trabalhos de um preto-velho que, preparando vidros de água fluida, curou indivíduos minados de vícios de toda a espécie.

 

35. E o Sol? Por que há trabalhos antes e depois do entardecer?

A vida terrestre gira em torno do Sol. Sua radiação magnética de calor e luz são conhecidas. As de carácter espiritual, muito pouco. São nesses horários, antes e depois do pôr-do-sol que observamos a maior intensidade de raios infravermelhos (verdes, no plano espiritual) capazes de dissolver, especialmente, as formas nocivas de trabalhos dirigidos ao mal.

 

36. Por que se utilizam de unhas e cabelos da vítima em trabalhos?

São os conhecidos “endereços-vibratórios”, tão citados em obras. Por trazerem em si idêntico magnetismo da pessoa visada, servem, no plano espiritual, como verdadeiro roteiro para encontrá-la. Um exemplo são os médiuns que, tocando objectos pertencentes a alguém, localizam vítimas, locais, ou descrevem o portador com detalhes, o que fazia e sentia.

 

37. E as benzeduras?

Nada mais são do que passes magnéticos. Nossos pretos-velhos eram eficazes, assim como nossos índios. Utilizam-se de metais (tesouras, facas, excelentes condutores de electricidade), água, ervas, saliva, etc. como condutores desse magnetismo curativo.

 

38. E os quebrantos? O olho-grande ou gordo?

Funcionam similar às pragas. Há pessoas que, de baixo teor espiritual e magnético, emitem algumas sem o desejar, poderosos feixes de carácter nocivo, capazes de matar plantas, animais ou causar mal-estar em pessoas. Desde criança ouvia uma história de um galo, muito bonito, vítima desse tipo de enfeitiçamento verbal, morto imediatamente após Ter sido emitido pela pessoa que o admirou.

 

39. E as figas, cruzes, elefantes de gesso e outros?

Objectos os mais variados possíveis em todo o mundo, tornam-se populares como “quebradores” de olho-grande. Ao serem colocados em locais visíveis, alguns preparados para dissolver descargas negativas, são a primeira coisa a ser vista por aqueles portadores desse tipo de magnetismo pesado, recebendo, em primeiro lugar, a descarga do mesmo. Ou seja, viram objectos de “descarrego” da limpeza, absorvendo ou dissolvendo tais vibrações na entrada das residências.

Todos esses objectos e práticas auxiliam muito como paliativos, no teor magnético existente nas casas. Todavia, o mais importante é o tipo de ambiente que é criado pelas mentes que ali habitam. Se não, tornam-se inúteis ou de muito baixa influência.

 

40. Por que se sintam as figas de vermelho e outros objectos, na Umbanda?

Na escala de cores, cada qual possui uma frequência específica. O vermelho, entre as cores visíveis por nossos olhos, possui a mais baixa, de teor mais pesado, em comparação com as demais. As entidades das zonas umbralinas, do “inferno”, como são chamadas essas regiões no plano astral, costumam vestir-se de vermelho, cor enervante, sanguínea, que exprime as paixões inferiores, como nos cita André Luiz, na obra Libertação. Dentre as cores, misturadas, é a que primeiro chama a atenção, tal qual um perfume forte. Daí ser escolhida para trabalhos ou usada pelas entidades que se utilizam dos fluidos mais pesados, como vestuário, na espiritualidade.

 

41. E os objectos de cera, e as velas?

A cera natural, vinda das abelhas, é impregnada dos fluidos existentes nas flores, em grande quantidade.

Este elemento, vindo da natureza, é utilizado na prática do bem e do mal como matéria prima poderosa para somar-se com os teores dos pensamentos, tornando eficaz o trabalho e o objectivo ao qual se propõe. Comparada a uma bateria, uma pilha natural, a cera sempre foi utilizada em larga escala na magia.

 

42. E a vela?

É considerada, na espiritualidade, como uma das melhores oferendas por Ter, em sua formação, os quatro elementos da natureza activos, desprendendo energia. O fogo da chama, a terra (através da cera), o ar aquecido queimando resíduos espirituais.

O umbandista não deve, jamais, retirar nada da natureza sem deixar, ao menos, uma vela para repor aos elementais o fluido retirado do seu ambiente, em profundo respeito à criação divina.

 

43. E os elementais?

Sem eles a Umbanda não existiria. São entidades primárias, quase infantis na espiritualidade, sempre dirigidas por entidades superiores, habitando um dos quatro elementos. No fogo, as salamandras que trabalham na área relacionadas ao amor, ao sexo, à amizade, à agressividade e protecção. Na terra há vários, sendo os mais conhecidos os gnomos, cuja actividade relaciona-se ao trabalho, à criatividade, à perseverança e aos bens materiais. As ondinas, nas águas, actuam na sabedoria, na doçura, nas actividades espirituais e mediúnicas. No ar, os silfos, ágeis e inquietos, dominam as áreas da saúde, da cura e do equilíbrio físico e mental.

Todos eles participam dos trabalhos umbandistas como auxiliares valiosos e nas outras doutrinas e religiões, muitas vezes, em discreto anonimato.

 

44. E os elementares?

São diferentes dos elementais. São entidades muito primitivas em situação intermediária entre o animal e a racionalidade. Dirigidos por entidades, colaboram na limpeza, na guarda, tomando formas as mais variadas possíveis. São colaboradores dos Exus e boiadeiros, principalmente.

 

45. E a aura humana?

Sem ela fica muito difícil compreender a origem das energias existentes no magnetismo humano, principal responsável nos fenómenos do mau-olhado, do passe, na imantação dos objectos. É resultante da mistura e união das energias caloríficas e luminosas do sol, dos minerais subterrâneos, da radiação atómica na natureza, da água ingerida e da assimilação de energias de outros corpos, tais como plantas, animais e o próprio homem. Irradia, em torno do corpo físico, uma luminosidade que, pela análise de cor, varia do tom mais brilhante que, pela análise de cor, varia do tom mais brilhante ao mais escuro, se doente. É distinta da aura existente no duplo etéreo (perispírito, Ba egípcio, duplo, etc.), que é o elo de ligação semi-material do espírito ao corpo físico. Pelo teor dos pensamentos e sentimentos do espírito, varia dos tons azulados e dourados, mais sublimes, aos tons avermelhados e escuros das paixões inferiores e doenças espirituais. O tamanho da aura do duplo etéreo varia em proporção ao grau de elevação espiritual do indivíduo.

 

46. E as crendices?

Onde há fumaça, há fogo, diz o ditado popular. Há crendices verdadeiras e falsas. Quando muitos dizem que determinada actividade é correcta, deve-se analisar os fundamentos do ponto de vista científico e espiritual. Ou seja, devem ser analisadas friamente, sem serem repetidas, mecanicamente, sem discussão prévia. Certa vez ouvi que determinada imagem, dentro de casa, produziria efeito negativo na sexualidade feminina e coisas do género. Já falamos repetidamente que o que vale são os pensamentos e a magnetização dos objectos. Como foi comprovado, mais tarde, a dita imagem nada produziu de negativo, muito pelo contrário.

 

47. Por que se fala tanto em arruda, guiné e outras ervas?

São ervas que, pela utilização popular e orientação espiritual, ficaram muito conhecidas. As ervas, ao crescerem, absorvem as radiações do Sol, da Lua, dos minérios, enfim, de toda a natureza, e dos elementos espirituais, à semelhança da aura humana. A arruda é conhecida por murchar e secar em casas, terrenos ou regiões onde há abundância de fluidos danosos. Um verdadeiro termómetro da natureza.

 

48. E defumação?

Nada mais é do que plantas que, com todo o magnetismo absorvido da natureza, ao serem queimadas e suas emanações dirigidas por entidades encarregadas da purificação de ambientes, diluiriam fluidos pesados ou atrairiam boas vibrações. Usam-se desde a tradicional arruda ou outras ervas, cascas de alho, açúcar, resinas aromáticas, etc.

 

49. Por que incorporar Exu ou Pombagira?

É comum ouvir-se frases do tipo “deve-se deixar vir o povo de rua para ‘desamarrar’ a vida”. Ao incorporar um Elebara (Exu ou Pombagira), o médium é alertado conscientemente ou inconscientemente para não desenvolver os seus piores instintos ou evitar que esses comandem suas vidas. Pela assimilação magnética, os Elebaras costumam carrear excessos de fluidos pesados. Ao incorporar, no médium, em franca operação de limpeza, diz-se que “carregam” ou “assumem” parte do carma do mesmo, desta forma. Esclarece-se que eliminar o carma é impossível, mas aliviar o destino que daremos a nossas vidas é perfeitamente viável. Por isso, podemos afirmar que minimizam, reduzem, aliviam acidentes, minoram doenças, criam convicções de boa conduta e correção de caráter. São verdadeiros faxineiros do astral e preciosos amigos.

Devido a seu caráter zombeteiro e brincalhão, alguns “pedichões” de oferendas, por falta de esclarecimento dos guias e médiuns, são vistos de soslaio com muita desconfiança nas casas ditas “não-cruzadas”, ou seja, onde não há trabalho específico dos Exus com o público (giras) e sacrifícios. São, infelizmente, muito confundidos com obsessores, arruaceiros, entidades “primitivas” e “ignorantes”, como são chamados. O que podemos dizer é que se deve observar o conteúdo das mensagens dessas entidades, o comportamento, o comprimento das promessas (sobretudo, o aval dos guias), conduta da casa e do grupo mediúnico, naqueles parâmetros do bom senso. Não devem ser temidos, mas respeitados.

Em suma, pode-se afirmar que os Exus garantem, assim, muito maior protecção, uma vida menos problemática, um salutar vínculo de amizade criado entre trabalhadores de ambos os lados da espiritualidade.

 

50. Ouve-se muito falar nas fases da Lua propícias a trabalhos. No que se fundamenta?

A ação electromagnética da Lua é conhecida desde a mais remota antiguidade nos fenómenos das marés, na germinação e crescimento das plantas, na poda de plantações, na fecundação dos seres, nas alterações de humor e um sem-número de fenómenos. Já que se trata de trabalhos, com fins quaisquer, é natural que se escolham dias em que a força electromagnética da Terra, sob a influência lunar, crie um ambiente mais propício ao crescimento, ou não, do teor magnético nocivo ou benigno desses mesmos trabalhos.

 

51. Afinal, qual a diferença entre Exu e quiumba?

Os quiumbas são malfeitores do astral, avessos ao bem e altamente perturbadores. Tanto que há concordância entre autores quanto ao fato de serem eles os verdadeiros executores dos trabalhos destinados ao mal. São os costumeiros “encostos” ou “rabos de encruza”.

Fazem-nos pensar que muitos quiumbas mistificam, fingindo, em casas desatentas, serem Exus ou até mesmo Orixás, com fins de alcançar seus objectivos.

Os Exus, não. São eles que desmancham os trabalhos de magia negra, transportando magneticamente as mazelas, as dores e doenças físicas e espirituais, aliviando carmas. Alguns Exus, por estarem ainda no início de sua evolução, como trabalhadores do bem, necessitam orientação e doutrina, tanto pelo médium como pelos diretores dos trabalhos (cacique, chefe ou babalorixá) e devem ser colocados na disciplina da casa. Daí temos os Exus orientados, que não pedem sacrifícios, com oferendas mais simples, e aqueles que não tiveram uma colocação correta, que se acostumam com extravagâncias e exigências repletas de vaidades humanas.

 

52. Por que os Exus aparecem nas imagens em formas tão assustadoras?

Foi-nos explicado em uma consulta com entidades de sua linha. Os Exus costumam tomar tais formas como meio de impor respeito e medo a espíritos inferiores (quiumbas) e, desta forma, facilitar o controle e vigilância que obtêm sobre estas mentes vinculadas ao mal, para que não perturbem trabalhos ou até mesmo lares e locais.

 

53. O que é Umbanda de Branco, Umbanda Branca ou de Cáritas?

Na verdade, varia infinitamente, de casa para casa.

Mas seus fundamentos básicos são que algumas casas recusam-se a trabalhar com giras de Exus, por considerá-los indisciplinados e só trabalharem com sacrifícios sangrentos, coisas que já sabemos incorrectas, apesar de serem idéias muito confundidas.

Existem sete falanges, dominadas por Orixás, Yorimá (Pretos-Velhos) e Yori (Crianças). Na legião de Iemanjá haveria Orixás comandando suas subdivisões, tais como Oxum, Iansã e Nanã. Em alguns locais, os Orixás não “descem” pessoalmente, mas são representados por Pretos-Velhos (antigos escravos), Caboclos (indígenas) e espíritos de Crianças (entidades evoluídas que se apresentam sob a forma infantil). Há rituais em matas, praias, pedreiras, cachoeiras, etc. Nela foram abolidos rituais com sangue (sacrifícios) e magia negra.

 

54. O que é Umbanda Cruzada?

Chamada de Quimbanda pelos umbandistas (ditos de linha branca) e macumba, os seus trabalhos ou feitiços. Cultuam de dez a doze Orixás, dependendo da nação africana de origem, sendo que os Orixás “descem” pessoalmente, podendo haver, ou não, giras de caboclos e pretos-velhos em outros dias, intercalados. Fazem comidas (oferendas) mais elaboradas que na Umbanda Branca e sacrifícios animais. Nela é comum o jogo de búzios e rituais assemelhados ao Candomblé, feitos pelo pai ou mãe-de-santo ou babalorixá ou yalorixá. O vestuário é elaborado, há toque de instrumentos (algumas casas de Umbanda Branca aboliram), seu cerimonial e ritualística possuem maior quantidade de preceitos, proibições e quizilas (proibições alimentares).

Cultuam-se, obremaneira, os Orixás ligados à morte e aos cemitérios, fonte energética de muitos trabalhos de magia negra, como Xapanã (Omolu ou Obaluaiê), Exu (Elebaras) e Iansã como dominadora de Eguns.




Nação Nagô no Sul, resistência cultural de um povo

A Nação Nagô no Rio Grande do Sul é uma das modalidades do Batuque, uma religião voltada ao culto dos Orixás. Bem, minha intenção com este comentário é mostrar que esta nação não foi extinta como muitos pensam e que ela não sofreu processo de aculturação, ao contrário do que ocorreu com outras nações. Uma das principais marcas desta nação é que o transe para ela não é um tabu como nas demais; os filhos sabem que foram pegos pelo Orixá. Muito parecida com o candomblé em muitos aspectos, dentre eles, a nomenclatura dos cargos e o seu panteão que é mais numeroso do que nas demais nações. Esta nação buscou preservar suas origens, sendo por isso, uma nação fechada. Não há aglutinação de divindades como ocorre nas outras nações onde Ibeji é qualidade de Oxun e Xangô, Nanã é qualidade de Iemanjá, Olokun e Orumilá são qualidades de Oxalá, na Nação Nagô estes Orixás mantém sua individualidade.

Uma referência a esta Nação é o Ilê Axé Oba Oluorogbo, casa de Nação Nagô de Pelotas-RS dirigida pelo Babalorixá Eurico de Oxalá. O Panteão desta casa é bem diferente do convencional observado em outras casas. Os Orixás cultuados no Ilê Axé Oba Oluorogbo são:

Exu, Ogum, Odé-Otin, Logunedé, Xangô, Obaluaiê, Oxumaré, Ossaim, Oyá, Oxum, Yemanjá, Nanã, Ewá, Obá, Ibeji, Onilé, Oxalá, Orunmila-Ifa, Olokun.

Também quanto aos cargos que em outras nações não existem, e no Nagô é usado:

-Babalorixá ou Yalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai. É o título sacerdotal.

-Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.

-Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.

-Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: “meu irmão mais velho”).

-Elegùn: filho-de-santo que já entra em transe.

-Abiã ou abian: novato.

-Ogãs ou Ogans: cargos a confirmar

-Ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe).

Esta Nação muito linda, mas infelizmente incompreendida por parte de zeladores das demais nações, é uma boa referência, aqui no Rio Grande do Sul, da conservação da Cultura Africana.

Nas cerimônias os Orixás chegam e dançam ao som das cantigas, as roupas são simples, não há paramenta, os filhos dançam apenas com roupas nas cores de seus Orixás.

O processo de iniciação nesta modalidade também é diferente do que nas demais nações e se aproxima muito da iniciação do Candomblé, com Obí e tudo mais.

“Cada orixá possui “qualidades” ou “caminhos” que irão expressar aspectos ligados a ele, a exemplo uma passagem enquanto jovem, uma passagem enquanto de mais idade, uma passagem de conquista, seja por um titulo honorifico, seja por um cargo (Rei de determinada região). Cada qualidade portanto, trará consigo informações de culto, tais como: Local de origem, cores, números, ferramentas e tipos de ofertas. Há também “qualidades” cuja origem são Orixás independentes aglutinados a categorias de Orixás “maiores”.” (Babá Eurico D’Oxalá)

Etimologia 

Olodumaré
Oló = senhor
Odu = destino
Maré = supremo = deus, senhor do destino supremo.

Correspondente á personalidade de Deus com o nome de Shadai ou Alhim Tsebaoth (kaballah) – Referencia para leigos entenderem.

Ododúwa – odú (tio) = recipiente, auto gerador.

Da = criador

Iwa = existência – Odudúwa, o ser criador da existência terna (vida) correspondente á figura de Orinxala.

Os tambores chegaram ao Brasil, com uma família real africana

Religião natural, significando o culto dos seres da natureza, ou seja ainda, o culto á terra, ar, fogo e água compreendidos todas as suas proporções, e que o “ocultismo” divide em 7 reinos, compreendendo três reinos elementais.

Os Bantús rendem culto aos antepassados, cuja origem remontam a um grande ser estranho que existiu “só”, num tempo EM QUE AINDA NÃO EXISTIA O TEMPO (manifestação visível do universo criado) correspondendo ao mito bíblico: “no principio era o caos…”.

No conceito Yoruba, existiu um ser dotado de dois sexos, ao qual poderia gerar tudo que podemos ver ou sentir, seu criador teria o nome de (Olorum – é a causa sem causa e Obatalá – é a manifestação, deus que pode se adorar), como toda cultura por mais que se distancie em seus dogmas mesmo assim sequem a mesma linha como se surgissem de um só fio para se abrir em vários ramos com varias cores, a cultura Yoruba seque a mesma concepção do que temos conhecimento.

A evolução sobe uma escala sem pressa, vamos verificar. No período paleolítico de duração desconhecida, o homem habita cavernas e utensílios a pedra lascada e os ossos de animais. No neolítico, sabe polir a pedra, confeccionam utensílios novos para novos usos, abandona as cavernas, constrói tendas e cabanas e mesmo aldeias lacustres e já domestica o boi, o carneiro, a cabra e o cão. Surge a cerâmica, barcos, vestuários de pele, linho, lã e algodão. Um passo mais… utiliza o cobre e estanho e por fim o ferro. Sua concepção religiosa se aperfeiçoa, deixaram na face da terra os resquícios de uma cultura que escavamos e descobrimos nossas raízes. Descobriu-se que o Egito manuseou metais por meados de 6.000 A.C., na China e Grécia trinta séculos; na Gália e Suíça, vinte e cinco; na Scandinávia, vinte; e, na Finlândia, três.

A tradição dos chineses alcança uma duração de 80 a 100.000 anos, embora os dados positivos contem somente 17.000.

Os egípcios abraçam uma duração de 30.000 anos. A dos hindus, variável com a região, orça entre 13.000 a 19.000 anos.

Plínio faz referencia a uma época em que os egípcios não tinham como arma de defesa nas tribos africanas, senão os seus bastões.

No mesmo sentido, dessas origens, poderiam ser citados Platão, Aristóteles, Bérosio, Sallustio, Strabão.

Perfurações e sondagens no solo do vale do Nilo, em 1854, Burmeister calculou que o Egitp era habitado pelo homem há mais de 72.000 anos, época em que a Europa era habitado por selvagens.

As mudanças que ocorram no Egito por volta de 8000 A.C. transformaram definitivamente a evolução da humanidade. Estas mudanças culminaram com a invenção da agricultura e da pastoreia perto do Egito, no Próximo Oriente e no Sudão.

A cultura Egípcia teve o seu início pouco antes da época pré-dinástica, que a levaria para o auge das épocas faraônicas. Por volta de 5000 a.C. apareceram as primeiras evidências de organização. Apesar de serem escassas, estas mostram-nos que por esta altura já existiam povoados em que a agricultura era a sua principal atividade. A caça não era uma forma de subsistência para estas primeiras povoações, já que estas já possuíam animais de pasto. Alguns artefatos de pedra, metal e cerâmicas encontradas vêm com inscrições e desenhos de animais domésticos, prova que estes povos eram já de fato pastores. Assim a transição da forma mais primitiva de civilização de tribos nômades para a civilização tradicional estava completa.

Um dos mais interessantes aspectos deste período de transição eram os seus costumes funerários. Antes desta transição, as tribos nômades sepultavam os seus mortos da forma mais conveniente, que freqüentemente era perto dos seus acampamentos, ou mesmo dentro deles, como os cemitérios encontrados em Jebel-Sahaba.

Os tambores falam de festas, coroações, tristezas, guerras e cultos, grande variedades de batidas muitas vezes transportam os nativos a reinos espirituais, o majestoso orgulho de ser negro e dançar com graça e leveza, a cultura negra se orgulha da herança que carrega mesmo que tenham levado seu ouro, suas terras seus animas e sua liberdade, o étnico levanta sua cabeça e baila com pés descalços e poucos tecidos envoltos no corpo.

A mais antiga das religiões traz ancestrais que remota a era da história falada, onde não tinha material para registra nem escrita para perpetuar tradições, os mais velhos passaram de boca em boca para os mais novos ate que descobriram formas para registrar os deuses, sacrifícios e rituais.

No mundo todas as religiões originam de um mesmo principio divino, somos um só povo com varias personalidades espirituais, o ser divino que criou o macrocosmo é o mesmo que governa o microcosmo, para os seres inteligentes, varias formas expressas provam suas existência e contradizem sua divindade.

Na cabala antiga temos exemplos da presença do criador.

O numero 1
Representado por um ponto, significa o universo o macrocosmo e o microcosmo, representando o ser individual e único em sua divindade. O principio do movimento porem ele não é perfeito se continuar único, porque a vida não terá sentido sem outra vida para compartilhar.

O numero 2
De dois ponto temos uma reta, de um lado o principio do outro o complemento, uma reta, nos da o movimento, e a duplicidade do ser e o compartilhamento das forças

O numero 3
De triangulo, tem a origem divina, o inicio, a dualidade e o trio da santidade, a perfeição do espírito e da humanidade, diz os mais antigos que o homem era dotada de divindade com sua ganância foi se afastando e com a historia na humanidade esta a graça divina se perdeu, os ocidentais foram os mais afetados e na atualidade busca o elo perdido da sabedoria interior.

Uma busca que talvez seja em vão, onde a tecnologia contesta e sufoca a tradição. Somos filhos de uma geração de dotados espirituais esquecidos, nossas células ainda guardam lembranças ancestrais, mesmo sendo difícil alcançar novamente o homem luta pela sua herança perdida.

Dizem os mais antigos que o mundo teve origem de uma palavra que continha as letras que movimentaram pela primeira vez as moléculas do universo, tal palavra foi passada de boca a ouvido pelos sacerdotes e pelos membros das antigas escolas de mistério, porem se é verdade, poucos podem afirmar, porque a palavra é tão bem guardada que se duvida da sua veracidade, conversando com antigos mestres de escolas tradicionais e templos, ao tocar no assunto apenas mudam de conversa e ficam sérios, com sua atitude e comportamento da para se ver que tem algo misterioso e bem guardado, homens sérios saudáveis mentalmente respeitáveis, não saberiam mentir, o conhecimento traz responsabilidades que temos que respeitar, mas como saber a verdade, talvez nós, os menos privilegiados não tenhamos a oportunidade de tocar um milésimo da verdade.

Antigos templos guardam escritos que contradizem a verdade da humanidade, como isso pode ser, uma pequena coincidência esta em escrituras que traz a origem do homem no pó, acredito que tal pó venha das estrelas, os cientistas estão estudando a possibilidade da vida ter surgido na terra de poeiras estrelares, esta verdade hoje em dia esta perto de ser desvendada, e talvez possamos afirmar que nossos genes vêm de planetas distantes, mas não se empolguem achando que somos e.t.

Quem poderá afirmar a verdade, eu não sei, mas tenho que me preocupar como a verdade é moldada, o que será um bem feito para mim, talvez possa prejudicar outras pessoas por isso temos que ter cuidado com nossos desejos e atos para não prejudicar nossos semelhantes.

Um povo inteiro desaparece no antigo mundo sem sabermos o que aconteceu realmente, apenas historia contada por poucos sábios que publicaram em pedra e papiros os costumes e ritos da época, mesmo assim corremos o risco de perder tudo que temos e sofrer o mesmo destino a qualquer momento, pois o poder que se encontra nas mãos de alguns homens pode matar milhões de pessoas em questão de segundo sem que destrua suas casas, imagina o poder de morte e vida.

O momento de nascer é um poder que o homem ainda não dominou ele pode matar se apossar, mas ainda não temos poder de gerar a vida e criar o espírito, mas por quanto tempo?

Não sabemos onde iremos parar, só sabemos é que estamos pagando o preço de nossos atos. E não temos o pleno domino dos nossos destinos, podemos comprar uma terra, roupa ou jóias, mas não seremos os verdadeiros donos, somente temos emprestado aquilo que podemos pagar, um dia quando morrermos não levaremos nada para o tumulo, somente nossa sabedoria e fé, mais nada.

A Bahia é a terra santa dos orixás, mas foi no rio grande do sul que me influenciei pelos Orixás, seres encantados que os africanos cultuam, são ancestrais e deuses que sincretisam com a natureza.

São Paulo uma cidade grande que guarda em cada esquina um terreiro, da periferia ao bairro mais nobre, temos muitos templos nesta terra de cimento.

Pesquisa realizada nos livros:
O batuque na umbanda Editora Aurora
Dicionário Yorubá Nagô Português
Baba Agnaldo de Xapanã – Nação Nagô – Oyó

 *Atenção – alguns dados publicados nesta matéria contem informações retirados da Kabalah, para ilustrar, não quer dizer que foi gerado no mesmo tempo e época.

“Religiões Africana no Brasil ou chamadas

de Afro-Brasileira”

 

 

Sintetizando: 

 

        Elucidando, que os negros escravos que vieram para o Brasil trouxeram enormes bagagens culturais, como: arte, gastronomia e de religiões, com seus usos e costumes sagrados, linguajar próprio, ritmos e vozes. 

        Dos estudos já realizados, reconhece-se desde o séc. XVI a presença no Brasil de africanos de origens de Nações “Bantu”, a esse grupo pertenciam os negros chamados e de Nações:  do Kongo; Angola; Moçambique; Makuas; Kabinda; Benquela; Monjolo, Musikongos, Rebolos, Munjolos etc… Mais tarde, a vinda dos povos de Nações Sudaneses com o seu linguajar de origem Yorùbá, a “língua geral” dos escravos, em muitos Estados do Brasil, tendo dominado as línguas faladas pelos escravos de outras Nações existentes em nosso País. Para melhor definição do idioma Yorùbá: pertence ao grupo “Kwa” de Línguas Sudanesas e ao grupo Nígerokameruniano, compreende vários sub-grupos e dialetos, e entre os quais o “Egbá” que inclui  a Nação de Keto (Kétu) –  e a Nação de Ijexá (Ìjèsà) – e a Nação de Òyó, sendo a mesma, a Região e Cidade da Nigéria, África Ocidental, antiga Capital Política do reino de idiomas Yorùbá e a de maior importância cultural e religiosa entre os povos sudaneses; desta Nação, região e cidade vindo negros escravos com ritos próprios, subsiste até hoje no Estado do Rio Grande do Sul, assim como, povos de Nação Ewe ( evoes) também chamados de “anago” – nome dado pelos “daomeanos” aos povos que falavam o Yorùbá, tanto na Nigéria como no Daomei, Togo e arredores e que os franceses chamavam apenas de “Nagô”. Portanto, Nagô não é uma Nação Africana e sim todo os povos Sudaneses que falam o idioma Yorùbá. Com os povos africanos, vieram também os cultos religiosos de cada região de sua origem, e, que devido aos empórios de escravos e a mistura destes, e também de rituais, originaram as chamadas religiões, hoje, chamadas por muitos de afro-brasileiras, eu prefiro, chamar de africanistas. 

 

            A história nos narra, que nos navios negreiros, os cantos de lamentações e de apelações aos Orixás (Òrìsàs / Voduns) se confundiam com o barulho do mar e os açoites sofridos pelos negros. Era o maior castigo, que um ser humano poderia suportar.

Já no Brasil, após os empórios de escravos; e, com suas convicções religiosas, levaram um bom tempo para adaptá-las ao Novo Mundo; misturando-se à religiosidade de seus patrões, aglutinando os Orixás aos Santos Católicos (sincretismo), e que também mais tarde, houve a inclusão a religiosidade do ameríndio (nativo do Brasil).

Das sobrevivências culturais africanas no Brasil, as maiores influências inicialmente foram no Nordeste e depois se estendendo há todo o País. A contribuição da África, recebidas em nosso País, está em todas as “divindades” que recebemos “direta ou indiretamente do Povo Africano / Negro – Sudaneses (Nagô / Anago) e Bantus”.

No Brasil, a cultura dos povos e Nações Sudanesas Africanas recebeu o nome de “Nagô” e com a inclusão da Nação Ewe (Avoes) do Daomei (Jèje) que são chamados de “Anago” e que ainda subsiste em uma pequena minoria no Estado do Rio Grande do Sul, e são chamados Nação de Jèje ou Nagò – Vodú.

Qualidade de Orixás

Sobre as Qualidades de Orixas”

Existe sem duvida no Brasil uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos orisas chamada por todos de qualidade de orisa 

Para melhor entendimento é que na África não há qualidade de orisa; ou seja, em cada região cultua-se um determinado orisa que é considerado ancestral dessa região e, alguns orisas por sua importância acaba sendo conhecido em vários lugares como é o caso de Sàngó, Orumila, etc.
É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que  Osun da cidade de Osogbo é Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun de Iponda, Ogún da região de Ire é Ogún de Ire (Onire: chefe de ire), do estado de Ondo é Ogún de Ondo,etc. Na época do tráfico de escravos veio para o Brasil diversas etnias
Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus,etc e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de
informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surgem todos esses aspectos, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas.
É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país nãohá esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.
Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil. Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões.
Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa.
Sobre a multiplicidade dos orisa. 
Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.
Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.
Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.
Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.
Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.
Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.
Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.
Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.
Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.
Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.
Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.
Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.
Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.
Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.


Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.
Elegbo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.
Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.
Maleke: o mesmo citado acima.
Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementos
Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.
Ogiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.
Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.
Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.
Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.


Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.


Woro: vem da cidade do mesmo nome.


Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.
Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.
Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode’s são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas.
Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito.
Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:
Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.
Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.
Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.
Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.
Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.


Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.
Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o
chamam assim.
Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.
Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.
Ode/Ososi.
Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:
Ososi akeran = um titulo do orisa;
Ososi Nikati = um de seus nomes;
Ososi Golomi = um de seus nomes;
Ososi Fomi = um de seus nomes;
Ososi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossaniyn;
Ososi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;
Ososi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;
Ososi Esewi/Esewe = seu mito o liga a Ossaniyn e as vezes a Osala segundo os “antigos”;
Osossi Arole = uns de seus epítetos;
Ososi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.
Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;
Ososi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.
Ososi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.
Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;
Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;
Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;
Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;
Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de Igidinile.
Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;
Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.
Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;
Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;
Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.
Ossaniyn, Omolu, Oluaye, Osumare, Nanan e Iroko.
Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.
Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família Danbira e cultuados em outra nação.
Omolu / Obaluaye = É como se apresenta o orisa sapata transmutando-se para formas conhecidas tais como: Agoro, Telu, Azaoni, Jagun, Possun, Arawe, Ajunsun, Afoman, etc, cada qual com suas particularidades.
Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto são nomes que dão origem as suas formas. :
Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.
Iyabas  são os orisá feminino.
Oba = orisa guerreira é única em seu aspecto.
Iyewá = orisa guerreira única em seu aspecto.
Osún Opara = a orisa se apresenta jovem e guerreira.


Osún Iponda = jovem e guerreira, da cidade de Iponda.
Osún Ajagura = jovem e guerreira, nação nagô – Oyo, Pernambuco.
Osún Aboto = aspecto maduro da orisa.
Osún Ijimun = aspecto idosa e dada as feitiçarias, ligação com Iami Eleye.
Osún Iberin = aspecto maduro da orisa, nessa forma não desce nas cabeças.
Osún Ipetu = aspecto maduro da orisa.
Osún Ikole = seu mito a liga a Iemanjá e Ode Erinle, transformou-se numa ave.
Osún Popolokun = Conta os antigos que não vem mais, será?.
Osún Osogbo = ela deu oringem ao nome da cidade de Osogbo.
Osún Ioke = Se apresenta como caçadora.
Osún Kare = Um de seus títulos, Kare tem seu próprio nome que poucos conhecem.
Iyeyeo Ominibu = epíteto da Osún.
Iyemoja Ogunte = orisa se apresenta jovem e guerreira.
Iyemoja Iyasesu = assume a maternidade de Sàngó é ranzinza e respeitável.
Iyemoja Saba = uma das formas da mãe.


Iyemoja Maleleo = não se obteve noticias desse aspecto no Brasil.
Iyemoja konla = seu mito conta que ela afoga os pescadores.
Iyemoja Ataramaba = Nessa forma ela está no colo de sua mãe olokun.
Iyemoja Ogunde = aspecto da orisa cultuado no Nagô em Pernambuco.
Iyemoja Iyá Ori = nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.
Iyamase = forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.
Iyemoja Araseyn = fuxico com Ossayn.
Oyá Leseyen = uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.
Oyá Egunita = orisa Igbale.
Oyá Foman = orisa Igbale.
Oyá Ate Oju = orisa Igbale aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.
Oyá Tope = uma de suas formas.
Oyá Mesan = um de seus epítetos.
Oyá Onira = rainha da cidade de Ira.
Oyá Logunere = uma de suas formas.


Oyá Agangbele = esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.
Oyá petu = nesse aspecto ela convive com Sàngó.


Oyá Arira = uma de suas formas.
Oyá Ogaraju = uma das mais antigas no Brasil.
Oyá Doluo = eró ossayn; culto Nagô.
Oyá Kodun = eró com Osaguian.
Oyá Bamila = eró Olufon.
Oyá Kedimolu = eró Osumare = Omolu.
Texto Adaptado por Ifatolá

 

“Religiões Africana no Brasil ou chamadas

de Afro-Brasileira”

 

 

Sintetizando: 

 

        Elucidando, que os negros escravos que vieram para o Brasil trouxeram enormes bagagens culturais, como: arte, gastronomia e de religiões, com seus usos e costumes sagrados, linguajar próprio, ritmos e vozes. 

        Dos estudos já realizados, reconhece-se desde o séc. XVI a presença no Brasil de africanos de origens de Nações “Bantu”, a esse grupo pertenciam os negros chamados e de Nações:  do Kongo; Angola; Moçambique; Makuas; Kabinda; Benquela; Monjolo, Musikongos, Rebolos, Munjolos etc… Mais tarde, a vinda dos povos de Nações Sudaneses com o seu linguajar de origem Yorùbá, a “língua geral” dos escravos, em muitos Estados do Brasil, tendo dominado as línguas faladas pelos escravos de outras Nações existentes em nosso País. Para melhor definição do idioma Yorùbá: pertence ao grupo “Kwa” de Línguas Sudanesas e ao grupo Nígerokameruniano, compreende vários sub-grupos e dialetos, e entre os quais o “Egbá” que inclui  a Nação de Keto (Kétu) –  e a Nação de Ijexá (Ìjèsà) – e a Nação de Òyó, sendo a mesma, a Região e Cidade da Nigéria, África Ocidental, antiga Capital Política do reino de idiomas Yorùbá e a de maior importância cultural e religiosa entre os povos sudaneses; desta Nação, região e cidade vindo negros escravos com ritos próprios, subsiste até hoje no Estado do Rio Grande do Sul, assim como, povos de Nação Ewe ( evoes) também chamados de “anago” – nome dado pelos “daomeanos” aos povos que falavam o Yorùbá, tanto na Nigéria como no Daomei, Togo e arredores e que os franceses chamavam apenas de “Nagô”. Portanto, Nagô não é uma Nação Africana e sim todo os povos Sudaneses que falam o idioma Yorùbá. Com os povos africanos, vieram também os cultos religiosos de cada região de sua origem, e, que devido aos empórios de escravos e a mistura destes, e também de rituais, originaram as chamadas religiões, hoje, chamadas por muitos de afro-brasileiras, eu prefiro, chamar de africanistas. 

 

            A história nos narra, que nos navios negreiros, os cantos de lamentações e de apelações aos Orixás (Òrìsàs / Voduns) se confundiam com o barulho do mar e os açoites sofridos pelos negros. Era o maior castigo, que um ser humano poderia suportar.

Já no Brasil, após os empórios de escravos; e, com suas convicções religiosas, levaram um bom tempo para adaptá-las ao Novo Mundo; misturando-se à religiosidade de seus patrões, aglutinando os Orixás aos Santos Católicos (sincretismo), e que também mais tarde, houve a inclusão a religiosidade do ameríndio (nativo do Brasil).

Das sobrevivências culturais africanas no Brasil, as maiores influências inicialmente foram no Nordeste e depois se estendendo há todo o País. A contribuição da África, recebidas em nosso País, está em todas as “divindades” que recebemos “direta ou indiretamente do Povo Africano / Negro – Sudaneses (Nagô / Anago) e Bantus”.

No Brasil, a cultura dos povos e Nações Sudanesas Africanas recebeu o nome de “Nagô” e com a inclusão da Nação Ewe (Avoes) do Daomei (Jèje) que são chamados de “Anago” e que ainda subsiste em uma pequena minoria no Estado do Rio Grande do Sul, e são chamados Nação de Jèje ou Nagò – Vodú.

“As facções das religiões de origem Africana”

Após vários estudos realizados por sociólogos, antropólogos e etnógrafos. Notou-se que a Religião e Rituais aos Òrìsàs / Voduns no Estado do Rio Grande do Sul, chamado de “Batukàjé – Batuque” venha ser, os mais idênticos aos da Religião dos Òrìsàs / Voduns “Anagos e Bantus” praticados na África. Por vários fatores, enumerando alguns: Por ter sido um dos últimos Estados, deste País, a receber escravos africanos; o rigor e rigidez de julgamento e provas as “Divindades” e de seus Rituais; julgamento de Ebós e de Feituras de Òrìsàs / Voduns através do “Emissò Kássum” (Julgamento, através da roda humana, de pessoas selecionadas que possui assentamento de “Divindades com animais com quatro patas”);  a integração universal (Natureza – Divindades) através do Ritual, em um só momento, ou seja, a representação Universal, através das Divindades no bàsá (sala / salão); após uma doutrina e feitura completa da Divindade é concedido através de provas, a liberdade de expressão das “Divindades” em língua africana e brasileira; a inexistência de luxo e deslumbramentos, através pessoas, em seus rituais; o não, poder saber de uma pessoa de que recebe (ocupar-se) uma Divindade, preservando assim o Fundamento e Rituais assim como, a própria Religião de Matriz Africana.  Assim, poderíamos citar vários fatores; mas, não é nosso objetivo desfazer os Rituais realizados em outros Estados do País, e sim, de mostrarmos as características do Batukàjé – Batuque, visto, pela maioria dos etnógrafos.

“Sincretismo, Candomblé, Afro-Brasileiro”

 

        Subjetivo, é a mídia dizer, bem como, os desinformados que o Candomblé venha ser a maior pureza dos cultos Nagô, veja, a origem do seu próprio nome (Candomblé), e a mídia informa, como sendo, os mais tradicionais em nosso País.

Os melhores pesquisadores das religiões afro-brasileiras e que não estão comprometidos com nem uma das facções religiosa, são unânimes em dizer que o Candomblé é uma mescla de sincretismos. Recebendo o apoio de Governos Estaduais (Bahia) e da mídia em geral, o que não ocorre em outros Estados, para fins comerciais e turísticos, chamados de folclóricos de orixás afro-brasileiros. Exemplo:

Na Bahia, as “Confrarias religiosas” –  os negros de Angola na “Venerável Ordem do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo”, fundada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pelourinho.

Os Nagôs de Nação de Kétu; formaram, juntos, com a comunidade católica, duas irmandades: a) A de “Nossa Senhora da Boa Morte”, somente para mulheres. b) E outra, somente para os homens, chamada de : “Nosso Senhor dos Martírios”.

Já os de origem de Nações Bantu, em especial, a do Congo, associaram-se nas irmandades de “São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário dos Negros Congos”, dizendo-se, ser vossa padroeira, já no cristianismo africano, por influência dos colonizadores portugueses.

“Candomblé – Origem – Funções”

Candomblé = Tendo como a origem de Nações Bantu, do idioma kimbundo. Se originando da palavra “Kandombe” (ka = costume, uso; + ndombe =  preto, costume dos pretos), que quer dizer em africano: Dança antiga africana de Nações Bantu, sem nenhum sentido religioso na África, espécie de batuque ou batucada, com vários instrumentos, inclusive com tambores. Dando a origem da palavra Candomblé na fronteira da Argentina, Uruguai com o Brasil (RGS) como dança de escravos nas fazendas (farra africana, como nem, hoje, são as rodas de sambas). Os baianos e outros; adotaram e copiando essa terminologia de origem espanhola Sul Americana, como sendo, o termo correto a dar aos cultos afro-brasileiros. E, os mesmos, desejam induzir que os cultos/rituais baianos e outros difundidos pelos mesmos, idênticos, ou seja, cópia fiel africana, se nem o nome é original africano! Isto, mais uma vez, prova que o Batukàjé – Batuque do RGS., sendo o mais próximo aos rituais religiosos praticados na África, ao menos, não temos nomes falsos ou de origem espanhola!

A função do Candomblé / Afro-Brasileiro (baianos e outros). Relaciona-se ao local onde se realizam as cerimônias de certos cultos que abrange rituais de origens africanas e o sincretismo católico e indígena (nativo do brasileiro). Com relação a certos rituais, como nem, o jogo de búzios, houve muita reserva, razão porque, hoje poucos são os que têm “mão-de-jogos” (oná – ifá = mão de Ifá / Òrìsà da adivinhação e do destino = odu). Hoje, no Candomblé / Afro-Brasileiro, o “jogo de búzios”, toda ação é procedida de um oráculo já pré-estabelecido, sendo a fórmula mais fácil de aprendizado. Dando, desde a origem da pessoa até os procedimentos cotidianos, passa-se pelo diagnóstico dos problemas que afetam a vida do consulente e pela prescrição dos sacrifícios de animais, caso sejam necessários à sua solução. Usando, na maioria das vezes, a feitura de orixás, como recurso pela inexperiência de outros recursos. Possuindo um custo elevadíssimo, totalmente fora dos recursos e padrão de vida financeira dos brasileiros, sendo poucos que possuem condições de realizá-los.

Orixás, afinal o que são? E quais são as posições ocupadas pelas divindades (Status)?

Os Orixás (Òrìsàs) são: Os que governam, à sua discrição, a vida e o destino dos seres humanos. São caprichosos, amam e odeiam, beneficiam e castigam, curam ou perseguem com doenças, e se fazem respeitar e temer. Têm suas cores, os seus animais prediletos e suas comidas, os seus toques e as suas andanças, as suas insígnias e os seus cânticos, as suas preferências e as suas antipatias – e ai! – daqueles que, devendo-lhes obediência, os irritar!

Embora sejam todos Orixás, há uma hierarquia poderosa e rígida em relação ao “status” – posições ocupadas pelas “Divindades”, os mais poderosos entre eles são, como na África: Òòsàálá => Oxalá (Brasil) => (ou Obàtálá / Odùdúwà); Óbara; Ògún; Oyá; Songó; Sakpatá ou Sakponã /Sapanã, também chamados de Homulú e Obaolúayé; Òsún (Oxum no Brasil); Yémonja (Yemanjá no Brasil).

Superior = Deus. Olóòrun (Olórun) que, depois de ter criado o mundo, dividiu o cosmo e deu a cada Òrìsà (Orixá) um domínio sobre o qual reinar.

            Obàtálá (deus criador do homem) / Odùdúwà (deus criador, distribuidor da justiça) => filhos de Olórun que, no Brasil, receberam o nome de Oxalá (Òòsàálá).

            Óbara => Aquele que, inicia ou termina / o que abre ou fecha. Sendo o pólo oposto ao de Òòsàálá. Sem Óbara, não se vai a lugar ou chega-se em algum objetivo almejado, pois sendo, o grande mensageiro entre os homens e as Divindades. Resumindo: Sem Óbara, não se faz nada ritualisticamente.

Intermediários = Orixás com muitos elementos, constituindo-se o resultado dos extremos como, por exemplo: Ògún; Oyá;  Songó; Sakpatá ou Sakponã / Sapanã; Òsún; Yémonja e sucessores.

Inferiores = (Culto aos Ancestrais). Egún ou Egúngun, espíritos, almas dos mortos que retornam a Terra, dependendo das cerimônias ritualísticas. Tanto pode ser da família, como antepassados da Religião Africana, e devem ser honrados. Já o Bàbá Eégún = São espírito reencarnado de uma Ancestral, que muitos chamam, somente, de Eégún. Esse, até pode ser, o primeiro grau de algumas iniciações, que podem variar de “uma” até “sete” cerimônias, mudando em cada delas a classificação do candidato.

            Exu = Em primeiro lugar, nunca foi de origem africana e sim, hebraico e de língua palli (o que quer dizer: o inverso de Deus), pois, os negros-africanos os temem. E nem tão pouco, como sendo, mensageiros entre deus e homens, como o Candomblé o apregoa, são personagens muito controvertidos. O surgimento desta “entidade” veio com a formação de Umbanda, pertencendo, principalmente, a facção de Quimbanda, o Exu como sendo escravo direto de Caboclos e Pretos Velhos e, sendo sim, está “entidade” o verdadeiro mensageiro dos homens para “Magia Negra”, bem como, nos rituais praticados na religião primitiva Celta e outras…. Africanos, evitam Exus; porque, os temem, em vista disto, consta em seus “orins” e “oríkìs” (rezas) a presença da “entidade Exu”. E tendo como, umas das atribuições principais, os Orixás Óbaras, com a obrigação de cuidar e de evitar os Exus. Não é como muita gente pensa, que Óbara é um Exu, isso não é verdade! Eles cuidam sim, dos Exus, para não perturbarem de modo geral o negro – africano e seus Rituais. Assim como, o Orixá Oyá cuida dos Egúns.

Observações: A verdadeira Doutrina dos Cultos de Religião de Matriz Africanas, e o aprendizado da mesma, por um Feitor ou Feitora, tem que ser paralelo, como nem trilhos de trem, ou seja, deve aprender todos os rituais de Orixás, assim como, cultuar seus Antepassados (Ancestrais), caso contrário, e nesses casos, os Feitores ou Feitoras, sempre, serão chamados de “pernetas” ou “manetas”! Como queiram….

Como esclarecimento, muita gente não conhece ou não sabe distinguir entre “Obàtálá Odùdúwà”:

Obàtálá = Nome africano de Oxalá (Òòsàálá), filho de Olórun, o Deus Supremo. Divindade às vezes masculina, às vezes hermafrodita, é o Orixá da “criação”.

            Mitos: Olórun começou o mundo e encarregou “Obàtálá” de terminá-lo. Também fez o “homem e a mulher”, grosseiramente, de barro, e Obàtálá deu-lhes membros e feições, tendo-lhes então Olórun insuflado a vida.

            Outro mito: Obàtálá é o único criador do primeiro casal humano, e ainda outro lhe atribui a formação da criança no ventre materno, sendo os portadores de defeitos físicos – albinos, coxos, corcundas etc… – vistos como erros seus e por isso seus protegidos, ou então um sinal de seu desagrado para com os pais.

            Devemos externar que seus fieis usam roupas brancas e comem só comidas brancas e manteiga vegetal (ori) que é branca, em lugar do óleo de dendê, vermelho. Também como os caracóis comestíveis ìgbín (conhecido no Brasil por “ebi”) são lhe oferecidos. Seus filhos usam colares brancos e são proibidos de beber vinho de palmeira e de se alimentar com alimentos contendo sal.

Importante: Deve constar em seu assentamento, entre outros objetos de seu culto “os bolos redondos de pembas (cal)” – nome africano => “sésé efun”; é sua arma de encantar.

            Título: Chamado de “Òrìsàálá (e no Brasil de Orixalá), cuja contração deu Oxalá (Òòsàálá), sendo seu nome chamado no Brasil.“Obàtálá” => deus criador do homem.

Odùdúwà: Orixá de origem dos povos sudaneses (nagô), ora masculino, ora feminino. Irmão de “Obàtálá” => Òòsàálá (Oxalá), esposa deste, simbolizando a “mãe terra” e Obàtálá o “céu”. Esta união é simbolizada por dois objetos formando uma bola (o Universo) que contém a vida e deve constar, dentro de um “Ilé”, e que traz prosperidade ao mesmo, sendo um “eró”, sendo proibido sua divulgação, só pode dar-se aquém têm àse (axé).

            Mito:Como irmão de Obàtálá, Odùdúwà, segundo os mitos, criou o mundo no lugar de seu irmão que dormia, em vez de cumprir a tarefa que lhe dera Olórun, embriagado pelo demasiado vinho de palmeira que bebera (razão pela qual esse vinho de palmeira, bem como, o óleo de dendê é proibido aos filhos de Obàtála / Òòsàála / Oxalá).

            Odùdúwà, ascendente dos povos Nagô, por seu filho “Òron Yòn” (pronunciando-se no Brasil como: Oranhiã) => deus progenitor dos povos Nagô (Nações Sudaneses Africanas). Seu nome verdadeiro era “Odé-dé” (caçador-chegado), dá longa vida, e aos anciãos honoráveis (africanos) que possuem um desses (símbolos) em sua casa (Ilé) abrem-na quando desejam morrer. É bom que se diga, no Brasil, de modo geral não é cultuado, ou seja, não existe culto e muito pouco lembrada. Porque, seu culto sempre se constitui, baseados, em grandes segredos africanos. Conhecemos alguns, mas nem todos! Por exemplo: Na Nação de Òyó (Pelotas – RS., e arredores) usa-se ou usava-se como Orixá de frente. Empregando-se o “awo eró” (segredos secretos). Odùdúwà => odù = cabaça para o àgbo + du = jorrou + wà = existe (cabaça [porongo] de onde jorrou a vida).Tendo sua atribuição como: Criador, distribuidor da justiça, neste Mundo.

Observação: Após está explanação ou de ter elucidado, os Orixás acima, com certeza, terá a preferência, homossexualismo, isto será lamentável. Desejo deixar claro, que não existe e nem deve existir comparações com os mitos de Orixás à personalidade ou escolha sexual de cada ser humano.

“Predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas”

 

 

        Os aspectos predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas são leitura de “búzios”; linguagem específica; de uso junto às “divindades” e de costumes africanos ou de africanistas (Brasil). Outros rituais, e de facções umbandistas/quimbandistas, bem como, madames que colocam cartas, todos são embuste à leitura de “búzios”, assim como, até africanistas pára-quedistas de cidade em cidade ou tenda em tenda à cata de clientes. Os africanistas só podem ler seus búzios em seu Ilé (Casa) e perante aos seus Orixás, caso contrário, é duvidoso ou logro, também são chamados de embusteiros.

Como também, são predominante e belo, as oferendas de frutas; flores; comidas de origem africanas e o respeitoso voto de sacralização de animais aos Orixás, sendo uma obrigação milenar, oriundo primitivo africano.

Vestuário de acordo com os Orixás (ornamentos, guias, cores, etc…), altar das Divindades; cerimônias públicas para diversos fins, inclusive para apresentação dos futuros seguidores; diversos instrumentos musicais primitivos e específicos.

Os Orixás, nos rituais e cultos africanistas, têm como predominante o seu grande repositório, dominando mar; céu; terra; cachoeiras; rios e o homem, bem como, todas as forças cósmicas do Universo. Têm suas preferências pela natureza, roupagem simples, cor, flores, grutas, nascentes, animais, dias, instrumentos de guerra e musicais, melodias e ritmos.

Em suas “lendas”, há tipos que se apresentam como figuras com características humanas como, por exemplo: Oyá; Yémonja; Òsún; Nanã; Ògún; Songó e Òòsàálá, significando, respectivamente, a mulher lutadora, a dona das águas do mar, a dos rios e cachoeiras, a mais velha, o guerreiro, como sendo o ministro da guerra, o julgador, justiceiro e também guerreiro e por fim o sábio experimentado.

Feitura – para não deixar dúvidas para muitas pessoas, com relação à feitura de Orixás pessoal. As pessoas, em sua maioria, só têm dois Orixás; mas, há possibilidade de até três, a fim de equilibrar a personalidade e a individualidade, caso contrário é piada! Ou, outros interesses, como financeiros etc…

            O Orixá de cabeça (Olórí) e o de frente / corpo (Eléèdá ou Eléèmí => Orixá protetor pessoal). Mas não é muito fácil compreender, devemos ir analisando vários fatores, após um estudo mais apurado e de confirmações com outros Feitores, dá-se melhores informações sobre os Orixás de cada um (pessoal).

“Umbanda”

 

 

        Pode-se dizer, hoje, como sendo, uma das religiões dos brasileiros. Tomando o significado geral da religião dos negros do Rio de Janeiro e também como em outros Estados do País.

É a religião, dos cultos de ancestrais (Egúns com luz), de caboclos, boiadeiros, pretos – velhos, certas falanges de ciganos, marinheiros e crianças, bem como, de escravos e subordinados aos demais, já citados, são os exus e também a exu fêmea (pomba-gira), destes nascendo a “quimbanda”, sendo esta, um dos caminhos, para tão chamada de “Magia-Negra brasileira”. É bom ressaltar, que este culto e ritual de quimbanda, nada tem haver com as doutrinas de cultos/rituais praticados pelos africanistas ou como chamados por muitos de afro-brasileiro.

Uma das diferenças existente e básica entre a Umbanda e com as demais, religiões de matriz africana, encontra-se (diferença) na doutrina de uma e de outra, bem como, também na concepção sacral e na explicação da experiência de mediunidade. A Umbanda, não deixa de ser um culto como os africanos intitulam, para Bàbá Eégún (Egúns com luz => Guias [caboclos; pretos velhos, etc…]). Já na tradição africana, é o Orixá (Òrìsà) que toma o corpo dos filhos de Orixás (omoòrìsàs); ao passo que, a Umbanda, é o espírito desencarnado de um ancestral ou antepassado que se manifesta no médium. Possuindo um linguajar bem diferente e misturando várias línguas, ou seja, falam através da matéria do médium. Ao passo que, em alguns rituais de origens africanos, principalmente, no Candomblé, o Orixá “não fala e nem canta, mas sussurra e grita”; porque, não existe no Candomblé (de forma geral) uma doutrina, assim como, de ensinamento do linguajar (idiomas) africano aos seus sacerdotes, e extensivo aos adeptos religiosos.

É bom, esclarecer, que no “Batukàjé” (batuque – RS.), em seu início, havia uma doutrina do linguajar africano, tanto de Nagô, Anago e Bantu e, com o tempo foi se perdendo e agravou-se na década de 60, pela discriminação racial nos USA. Isto, vindo a repercutir nos afro-descendentes, da época e até os dias de hoje, no Rio Grande do Sul e, os mesmos, passaram obliterar o linguajar africano em troca da língua oficial do País, em suas comunicações diárias; mas, ainda existe, pouco é verdade, não com a mesma intensidade do passado, nos cultos/rituais religioso. O linguajar africano, que aos poucos, estamos resgatando, principalmente, o idioma yorùbá.

A Umbanda tradicional ou de antigamente baseava-se nos ensinamentos dos orixás, dos guias e protetores, cuja essência era fornada pelo ABCDEF, como sendo a sigla representativa de amor; bondade; caridade; desprendimento; evolução e fé, tanto que seus rituais e trabalhos sérios não tiravam o caráter benevolente para com as pessoas.

Hoje, como a Umbanda cruzada ou também chamada de popular, e com o desenvolvimento de Quimbanda em nosso País, devido, as facilidades e influência de drogas e vícios existentes, a mesma, vem soterrando a própria Umbanda e demais religiões de matriz africanas em nosso País, na conquista de novos adeptos religiosos.

A base dos aspectos predominantes de Umbanda tradicional em no País, são rituais de várias origens; roupas simples e brancas; imagens de santos católicos; pretos-velhos; caboclos e índios; desenvolvimento de doutrinas umbandistas ao médium, através de freqüência permanente e de acordo com sua capacidade mental e espiritual, atinge graus ascendentes; com o auxílio dos palmeados e de instrumentos simples e rústicos. Cultuando às vezes, alguns orixás de origem africana e instrumentos como tambores e outros, sendo esta, chamada de popular ou cruzada.

O nome de Umbanda de Linha Branca é dado quando somente há magia branca, ou seja, elevação espiritual e mediúnica, não se utilizando a Linha da Esquerda (Preta) que trabalha com exus, praticando o mal, praticados por pessoas nódoas e sem escrúpulos e sendo escroques. Notificando, que vem nulificando a sublime, Umbanda tradicional. Desejo notificar; que ambas não têm nexo aos Cultos/Rituais Africanistas. Que a sociedade brasileira realiza sua judicatura envolvendo todas em uma só religião.

É de bom alvitre dizer que a Umbanda tradicional trabalha para a evolução espiritual; mental e mediúnica dos vivos. No século XXI, existe a necessidades de elucidar e de externar ao ser humano as facções de escroques existentes em nosso meio, confundindo o leigo. Em breve, a tendência é de unir as facções religiosas que trabalham para o bem e a evolução do homem.Temos que buscar na formação intelectual de cada pessoa e suas aptidões, sendo importante, para feitura de futuros sacerdotes. Já que a Umbanda não é um culto, mas sim uma religião popular. Caso contrário, será um niilismo para as religiões populares neste País.

A principal finalidade de Umbanda seria o serviço aos espíritos humanos “encarnados ou desencarnados”, seja por meio da doutrinação ou do auxílio espiritual, se destacando nas dificuldades materiais e morais, alívio ou cura de doenças.

“O SINCRETISMO”

Com a dificuldade dos africanos cultuarem seus costumes religiosos na nova Terra, optaram por fazer uma aproximação dos santos católicos aos Orixás, por eles, cultuados na África-Negra. Tornando-se assim, mais compreensível os usos e costumes dos escravos pelos seus patrões e representantes da Igreja Católica; mas, mesmo assim, com a perseguição e discriminação de muitos.

Assim, os escravos, embora “convertidos” ao catolicismo (cristianismo), continuavam a praticar seus rituais, com muitas restrições, em idiomas de origens de sua Nação – África-Negra.

É bom que se diga; as relações que os escravos faziam entre o Orixá e o Santo Católico eram interessantes e com muita esperteza, como por exemplo: Entre muitas, as comparações feitas, entre Ògún e São Jorge; Xapanã / Sakpatá e São Lazaro / São Roque; sendo este Orixá, o deus da varíola e, o santo tem o corpo coberto de feridas. Observação: Na verdade, o sincretismo nos leva apenas a comparações, havendo na conversão dos negros-escravos-africanos e seguido até pouco tempo por alguns afro-descentes ao catolicismo uma grande ilusão de catequese.  Hoje, lutamos para desfazer esse sincretismo; mas, o leigo insiste em mantê-lo! O sincretismo, criado na época como fuga ou disfarce, para o negro-africano poder cultuar seus rituais religiosos de origem. Hoje, não existe mais a necessidade, embora, ainda exista a discriminação religiosa neste País, principalmente, em um Estado como nem o Rio Grande do Sul, sendo colonizado, em sua maioria por povos de origens européias.

As religiões de matriz africana tiveram no Brasil, em seu princípio e até os dias de hoje, existindo perseguições e discriminações, embora, tenha um vasto campo de proliferação e sendo muito fácil, e como ainda sendo utilizado, por muitos, do sincretismo permanente. Embora, não exista mais essa necessidade. Assim, iremos encontrar no País:

Candomblé = Nome falso das origens dos negros-africanos, sendo de origem espanhola (Argentina / Uruguai). Se fosse o nome africano, seria então “kandombe” do idioma Bantu, dialeto Kimbundo => (costume dos pretos) dança sem fins religiosos na África-Negra. A prova do que o sincretismo está no próprio “Candomblé”, é só notarmos as “Confrarias religiosas na Bahia”. Aos leigos ou desinformados, o Candomblé se diz o núncio das verdadeiras religiões de matriz africana, estão nefando.

Bàbásuê = No Pará e Piauí, tendo fluência da Casa Grande das Minas (Jèje).

Tambor = Chamado de Tambor de Mina ou de Nagô. Culto de ritual “daomeano” principalmente no Estado do Maranhão.

Xangô = Nome usado por leigos para designar os cultos de matriz africana  em Recife e nas Alagoas.

Macumba = Nome dos Cultos afro-brasileiros, do Estado do Rio de Janeiro.

Catimbó = Nome dos Cultos relacionado à pajelança, com várias procedências. Muito comum no Nordeste Brasileiro.

Batukàjé = Nome original do idioma Bantu, dialeto Kimbundo. Passando a chamar-se; genericamente, ou de forma geral de “Batuque” no Estado do Rio Grande do Sul. Sendo este o Estado, um dos últimos a introduzir os serviços de escravos negros. E, em princípio, a maioria de escravos-negros de origem, de povos, sudaneses e depois os póstero escravos-negros, os de origem de povos Bantu, os quais, deram o nome dos Cultos e Rituais Religiosos de Matriz Africana no Rio Grande do Sul. Possuindo hoje, em nosso País, os rituais mais semelhantes e tradicionais existentes da África-Mãe. Mas, também existe, entre muitos, Africanistas o sincretismo, devido, há várias influências, perseguições e discriminações.

Por fim, devo elucidar para todos, que as Religiões de Matriz Africanas, de modo geral, encontram-se muito modificadas de seu princípio em nosso País, sofrendo grandes alterações no seu “Fundamento” e principalmente, em seus Cultos/Rituais a passo largo. Devido, a má preparação, hoje, dos futuros Bàbálóòrìsàs e Iyálóòrìsàs está comprometendo a continuação dos usos e costumes das tradicionais Religiões de Matriz Africana, sendo que as pessoas menos avisadas passam a adotar as deturpações através da persuasão dos sofisticados “Feitores de Orixás” que não têm qualquer preparo, negaceando e nocivo ao “Fundamento” e dos Rituais de Matriz Africana; aplicando um neologismo e niilismo do “Fundamento e Rituais”, fazendo de seus adeptos os néscios das Religiões de Origem Africana, visando sim, dos mesmos, somente o lado financeiro. O que acaba prejudicando as demais manifestações nobres e religiosas existentes em nossa Comunidade, Estado e País. Pois, a luta para neutralizar os falsos feitores é grande; mas, o leigo ignora esse fato. Cuidado! Com aquele ou aqueles que realizam vários rituais!!! Será que ele ou eles sabem realizarem um ritual por inteiro!? Cuidado, você poderá ser cobaia dos feitores escroques!

“ESCLARECIMENTO”

O QUE É NAGÔ – ANAGO – BANTU?

Tenho observado, erros cometidos por africanistas, assim como, de simpatizantes das Religiões de Matriz Africana, com relação ao emprego da palavra “Nagô”!

“Nagô”

Devemos iluminar há todos; que a palavra “Nagô” não significa uma Nação ou Reino Africano, e sim, sendo uma denominação dada pelos “franceses” aos povos africanos sudaneses que compreende as Nações: de Òyó; de Ijèsà; e de Kétu, todas elas de “Idiomas Yorùbá” que pertence aos grupos “Kwa ou Nígerokameruniano” de Línguas Africanas Sudanesas. Que também compreende vários sub-grupos e dialetos, entre os quais o “Egbá” – que inclui a Nações de Kétu e Ijèsà. Portanto, “Nagô” quer dizer; várias Nações Sudanesas Africanas, entre as quais, existem seus costumes e rituais religiosos.

Devido, aos “empórios de escravos no Brasil” e a misturas de crenças, costumes e práticas religiosas destes povos sudaneses africanos, chamados de negros Yorùbás. Também, deu-se, o mesmo, nome no Brasil, como nem os franceses, de “Nagô”. A religião que trouxeram estava poderosamente plantada na sua Terra Natal, servindo de modelo para outras Nações Africanas, onde nasceu o termo de “Anago”, formando-se com o Nagô mais as religiões das áreas vizinhas, e mais particurlarmente entre os povos “Ewes” (Evoes), conhecidos no Brasil como povo Jèje, os mesmos, são vizinhos dos Nagôs na África. Têm as mesmas divindades, mas com nomes diferentes, que conservam em oclusão. Uma das principais característica das “Casas de Cultos (Jèje) é a presença de “Dã”, serpente não venenosa, companheira de todos os voduns (divindades). Já na África, como a religião andava de mãos dadas com o poder civil, também a realeza, nos territórios de leste e a oeste, seguia os padrões “Nagôs”, com seus “reis” pagando tributo, real ou simbólico ao soberano Reino de Òyó. Sendo a Nação de Òyó, a principal Nação Sudanesa Africana (Nagô), tanto na África como no Brasil, devido, o “Fundamento e seus Rituais religiosos” em todos eles, existindo a lógica entre o Fundamento e os Rituais, por eles praticados.

“Anago”

Como já citei acima como se formou o “Anago” na África. Aqui no Brasil, damos, o mesmo, exemplo no início das Nações Religiosas Africanistas do Rio Grande do Sul e, em outros Estados do País. A princípio, no Rio Grande do Sul eram a maioria, hoje, já predominando os de Nações de Bantu (por exemplo: Kabinda). Devido, a facilidade nas feituras de adeptos, dando-se aproliferação desta Nação em nosso Estado.

“Anago”, é bom sempre esclarecer, que são as Nações Sudanesas (de Òyó; Ijèsà; Kétu) e mais a Nação de Ewe (Evoes), dita de Nação Jèje; o “Anago” também chamado no Brasil de “Nagô-Vodú” ou “Nagô – Jèje” => formou-se com a únião do povo Nagô com Ewe (evoe) Língua da África Ocidental, falada em parte da região da antiga Costa do Ouro (atual Gana), Rio Volta, Togo e Daomei (atual República Popular do Benin). Tem vários grupos dialetais e dialetos, como Ewe propriamente dito, “Fon” (Jèje do Dahomey); “Mina” (anexo, Popo, etc…); “Anlo”; “Inland”; “Fantis”; “Esantis”; “Camarões”; “Gabões”; habitantes da “Costa”, “Hauças”; “Maometanos”, etc…

Devemos ressaltar, para fins de “religião” – “Fundamento e Rituais”- e para formar-se o “Anago” pode ser uma só ou mais Nações Sudanesas acresentando-se mais a Nação de Jèje.

Ewe (Evoes) =>língua que pertence ao Grupo Kwa, foi falada juntamente com a Língua Yorùbá, no Brasil, pelos escravos vindos dessas regiões, especialmente os Dahomey => que tiveram o nome geral de Jèje. Embora tivessem sido muito influenciados pelos povos Nagô, deixaram algumas palavras, bem como, alguns rituais nos cultos religiosos e também certos dialetos ainda são falados por um ou por outro, em certas Nações de origem Jèje que exitem no Brasil, mas com a predominancia do Nagô (Yorùbá). É bom que se diga:

Entre os demais, os Nagôs sempre exerceram, do ponto-de-vista religioso, uma grande e inconstestada supremácia, devido, ao grande Reinado de Òyó na África, com relação a toda cultura religiosa africana, inclusive sobre aos povos Bantus, menos cultos aos costumes religiosos na África.

“Bantu”

É um Grupo ligüístico, chamado no Brasil de povos “Banto”, compreendendo milhões de africanos, com inúmeras línguas e quase 300 dialetos, possuindo aproximadamente 2/3 da África Negra.

A população escrava, vinda para o Brasil, era formada quase que totalmente dos negros de origem “Bantu”, e principalmente, os negros de “Angola” e “Congo”. Os escravos aqui chamados de: Banquelas ou Bangalas; Rebolos; Munjolos ou Monjolos; Makuas; Musikongos; Moçambiques; Kabinda, está última se destacando no Sul do País, (onde, juntamente com a Nação de Òyó, vinda em primeiro lugar ao Estado – RS.). Mas, eram poucos escravos, os procedentes das colônias portuguêsas de Moçambiques e da Guiné, vindos para o Brasil.

No momento da chegada dos “Nagôs”, um século e meio, já de escravidão no Brasil, os negros escravos existentes de origem Bantu, já haviam sido desafricanizados e apagando os seus costumes, as suas crenças religiosas, as suas línguas nacionais. A maioria dos escravos Bantus no Brasil, esse Grupo, e cujas línguas, Kimbundo e Kikongo, entre outras, são as que mais termos deixaram em nossa linguagem religiosa atual. Quanto aos costumes religiosos, associaram-se ou mesclaram-se com as demais, principalmente, no Rio Grande do Sul. O importante foi o nome dado pelo povo Bantu aos Cultos Religiosos do Rio Grande do Sul => do Batukàjé, que no passar dos tempos, originou o nome popular de Batuque dos gaúchos.

Como também devemos elucidar, pelos estudos até hoje realizados. Na África, os povos Bantus, houve tempo em que os de Nação de Angola (do Congo ou Kongo, Kabindas e Banguelas, inclusive) jamais passaram do nível de gênios ou demiurgos; a colonização portuguesa interrompeu o processo natural de codificação de crenças e práticas e, portanto, do surgimento de ordens sacerdotais; seminômades em grande parte, os negros de Nação de Angola e outras de povos Bantus, teriam os seus lugares de oração, mas não em templos. Tudo isto, os esperava, porém, no Brasil, graças aos Nagôs e Anagos. Tendo aceito a nova religião, como o fez toda a massa escrava, Kabindas, Banguelas, Rebolos e outros, reinterpretarem o modelo recebido pelos Nagôs e Anagos, fazendo aproximações entre as suas “divindades (do povo Bantus)” e as dos Nagôs e Anagos, adaptando aos seus costumes o ritual (muito rígido e mesmo hierático entre os Nagôs / Anagos, mais livre entre os povos Bantus).

É de bom alvitre dizer: Os três tipos de Religiões de Matriz Africanas realizadas em nosso País, ligam-se, em geral, entre si, elementos socialmente acomodados de emprego, de situação familiar estável, capazes de satisfazer as “Obrigações Religiosas” individuais e de acorrer às necessidades sociais das “Casas de Cultos Religiosos de Origem Africanas”.

Neste texto apresento alguns tópicos relativos às religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Sul (RS) que contemplam ao mesmo tempo uma visão histórica e atual, com ênfase nas suas características que mais se destacam na atualidade.

Inicio com dados historiográficos sobre o ingresso do negro escravo no RS e sobre a estruturação do Batuque. Discorro então sobre os distintos “lados” desta religião ao mesmo tempo em que aponto alguns aspectos históricos e especificidades da Umbanda e da Linha Cruzada neste estado. Em seguida, me atenho a um personagem legendário do campo afro-gaúcho, um príncipe africano que residiu neste estado a partir de 1899 e aqui faleceu em 1935. Na seqüência, discorro sobre três importantes características atuais do campo religioso afro-gaúcho, a saber: a presença de “brancos” nas religiões de matriz africana; a transnacionalização do batuque e demais religiões afro-brasileiras para os países do Prata; e a aproximação dessas religiões no campo político estadual e municipal, sem, porém, ocorrer o ingresso efetivo na esfera política, como fazem, por exemplo, os evangélicos.

Os Negros e as Religiões Afro-Brasileiras no Rio Grande do Sul

Os negros africanos e seus descendentes participaram diretamente do desenvolvimento econômico dos dois primeiros séculos da história do Rio Grande do Sul. Segundo Beatriz Loner, “praticamente não houve profissão manual que não tivesse representantes dessa etnia em seu desempenho, tanto no período imperial quanto na República” (Loner, 1999:9). O mesmo, como se sabe, ocorreu nas demais capitanias e províncias do Brasil onde, como diz Prandi, os escravos africanos “foram sendo introduzidos […] num fluxo que corresponde ponto por ponto à própria história da economia brasileira” (Prandi, 2000:52).1

O marco inaugurador do Rio Grande do Sul é a fundação do Forte de Jesus, Maria e José, na Barra de Rio Grande, no ano de 1737, pelo brigadeiro José da Silva Paes, em cuja tropa, formada por 260 homens, havia escravos e negros libertos.

A historiografia do Rio Grande do Sul ainda se debate em torno da questão de saber a procedência do negro escravo trazido para este estado. Há, no entanto, algum consenso de que essa população se dividia entre negros “crioulos”, ou seja, indivíduos nascidos no Brasil e para aqui transferidos, “ladinos”, isto é, indivíduos que já haviam trabalhado em outras regiões do país, e africanos, aqui chegados após terem passado por algumas regiões brasileiras, entre elas, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, e mesmo africanos que chegaram ao Rio Grande do Sul provenientes da Argentina e do Uruguai. A título de exemplo, um levantamento realizado junto aos Inventários da Freguesia de Pelotas, no período compreendido entre 1850 e 1880, mostrou que num universo de 1.604 escravos, 460 eram crioulos, 556 indeterminados e 590 africanos (Assumpção, 1990). Estes últimos, por sua vez, dividiam-se em diferentes nações ou grupos tribais. Por exemplo, por ocasião das comemorações da Abolição, desfilaram em Pelotas os “Filhos de Angola, Mina, Benguela, Erubé, Congo e Cabinda…” (Jornal Echo do Sul, 10/6/1888 apud Loner, 1999:8).2Seja como for, no Rio Grande do Sul “os banto vieram em número muito superior aos sudaneses” (Correa, 1998a:66).

A introdução do escravo no RS ocorreu a partir da primeira metade do século XVIII. Trabalhavam na agricultura, nas estâncias e, sobretudo a partir de 1780, na produção do charque, na região de Pelotas. Segundo Correa, os negros compunham cerca de 30% da população da Província em 1780, e 40% do total em 1814. Nesta data, os negros perfazem cerca de 51% da população de Piratini e 60% de Pelotas (ibidem:65-66). Porém, com o início da chegada dos colonos alemães em 1824 e dos italianos em 1875, verifica-se um aumento da população branca e uma redução na porcentagem da população negra em território gaúcho.

A produção das charqueadas — executadas pelo trabalho braçal escravo em condições bastante desfavoráveis em razão das condições climáticas, precariedade de infra-estrutura e exigências severas ditadas pelo próprio regime escravocrata — foi de tal monta que em 1861 o charque contribuía com 37,7% do total do que o RS exportava e os couros com 37,2% do total, juntos somando 74,9% do total da produção gaúcha para fora da Província (Assumpção, 1990). A relação entre o trabalho forçado dos negros e o desenvolvimento das charqueadas era tal que na medida em que se aproximava a Abolição também diminuiu o número de charqueadas. Assim, referindo-se a Pelotas, Loner lembra que “de um total de 34 charqueadas existentes em 1878 na cidade, elas reduziram-se a apenas 21 às vésperas da Abolição e a 18, dois anos depois” (Loner, 2001:7), ocasionando a diminuição do charque que servia de alimento dos escravos do sudeste e desta forma acarretando problemas no mercado de consumo deste produto.

A estruturação do batuque no Rio Grande do Sul constitui outro tema que aguarda um aprofundamento investigativo. Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados justamente na região de Rio Grande e Pelotas. Para o historiador Marco Antônio Lirio de Mello — que fez uma ampla pesquisa nos jornais de Pelotas e Rio Grande do século XIX — a presença do batuque é atestada nesta região desde o início do século XIX (Mello, 1995). Também Correa situa o período inicial do batuque nesta região entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988a:69). Se assim for, permanece a dúvida de se saber se a estruturação do batuque ocorreu posteriormente ou paralelamente à estruturação do candomblé, uma vez que o primeiro terreiro de candomblé teria surgido na Bahia no ano de 1830 (Jensen, 2001:2). Aliás, a mesma dúvida M. Herskovits havia levantado em 1942, por ocasião de uma “rápida viagem” pelo Rio Grande do Sul (Herskovits, 1948).3

No entanto, a partir das décadas de 70 e 80 do mesmo século, os jornais dessa região apresentam, com alguma regularidade, em suas páginas policiais, matérias sobre cultos de matriz africana. De fato, nos jornais Correio Mercantil e Jornal do Comércio, de Pelotas, bem como no jornal Gazeta Mercantil de Rio Grande, pode-se ler notícias, infelizmente as mais recorrentes sendo de prisão de “feiticeiros” e “feiticeiras”, como esta:

Foram presas à ordem da delegacia, duas pretas feiticeiras que atraíam grande ajuntamento de seus adeptos. Na ocasião de serem presas, encontrou-se-lhes um santo e uma vela, instrumento de seus trabalhos […]“. (Jornal do Comércio, Pelotas, 9/4/1878, p. 2 apud Mello, 1995:26)

Quanto ao mito fundador do batuque, há duas versões correntes: uma que afirma ter sido o mesmo trazido para esta região por uma escrava, vinda diretamente de Recife; e outra que não associa a um personagem, mas às etnias africanas que o estruturaram enquanto espaço de resistência simbólica à escravidão.

Já as notícias relativas ao batuque em Porto Alegre4 datam, preferencialmente, da segunda metade do século XIX, isto sugerindo que ou sua origem, ou, o que é mais provável, o seu incremento pode ter ocorrido com a migração de escravos e ex-escravos da região de Pelotas e Rio Grande para a capital. Novamente, as principais fontes de referência são os jornais que reportam ações policiais contra os terreiros. Lilian Schwarcz transcreve, por exemplo, reportagem do Correio Paulistano, de 30/11/1879, intitulada “Os feiticeiros do RS — Grande Caçada”. Diz a reportagem:

a polícia tomou ontem em uma casa 42 pretos livres e escravos e 11 pretos minas. A caçada deu-se às 10h30 da noite no momento em que o preto João celebrava uma sessão de feitiçaria. Foi uma surpresa e um desapontamento que aqueles fiéis crentes jamais perdoarão a polícia […]. A polícia apreendeu cabeças de galo e outros manipansos. Os principais atores da indecente comédia foram recolhidos à cadeia e os escravos castigados. (Schwarcz, 1989:126, ênfases minhas)

Inútil dizer que as perseguições aos terreiros não deixam de expressar um certo medo branco diante do poder de manipulação das forças sobrenaturais por parte dos escravos e seus descendentes. Obviamente que a perseguição era sempre precedida de um conjunto de estigmas lançados sobre essas religiões, visando justificar aquele procedimento.

Em Porto Alegre, a partir da segunda metade do século XIX, o maior contingente de negros se encontrava nas cercanias da cidade, no Areal da Baronesa, na cidade baixa, imediações da atual Rua Lima e Silva,5 e nas chamadas Colônia Africana e “Bacia”, atuais bairros Bonfim, Mont Serrat e Rio Branco.6 Estas últimas tratavam-se, em sua origem (“em torno da época da abolição”), de uma “zona insalubre, localizada nas bordas de chácaras e propriedades que ali existiam, de baixa valorização e de pouco interesse imediato para seus donos, que foi sendo ocupada por escravos recém-emancipados” (Kersting, 1998:111).7

Kersting mostra como, sobre essas áreas, foram criadas representações que as associavam a criminalidade, vícios, perigo, e seus habitantes tidos como membros de “classes perigosas”. Por isto mesmo, essas áreas foram deixadas a um relativo isolamento por parte das autoridades públicas e, ao longo das décadas do século passado, foram dissolvidas mediante um processo de “higienização urbana“.8 Evidentemente que por trás desta atitude existiam interesses imobiliários de ocupação dessas áreas da cidade para “modernizá-las”, o que começou a ocorrer ainda nas primeiras décadas do século XX, com o processo de branqueamento da população, simultaneamente à abertura de ruas e de construções em padrões arquitetônicos não populares. Por exemplo, parte da Colônia Africana começa a receber iluminação elétrica em 1911, algumas ruas são asfaltadas em 1912 e neste momento prevê-se também a construção de uma rede de esgotos. Reitero que esse processo de urbanização consiste fundamentalmente na descaracterização como área essencialmente negra “até se transformar em bairro saneado que se vê em 1922″ (ibidem:195). Este autor informa que a maioria dos não-negros que fixam residência na ex-Colônia Africana são judeus, enquanto os negros são expulsos para áreas mais periféricas e ainda desabitadas, como o bairro Mont Serrat, destino primeiro dos exilados da Colônia Africana e onde algumas famílias conseguiram estabelecer moradia até os dias de hoje.9

Simultaneamente a esse processo de modernização, justamente em 1912 a Colônia Africana passa a ser um bairro chamado Rio Branco. Embora seja uma homenagem ao Barão do Rio Branco, não deixa de ser irônico que um território anteriormente denominado Colônia Africana, em razão da presença maciça de negros, seja chamado de Rio Branco, caracterizando o predomínio de não-negros nesta área.

Há relatos da prática de cultos afro-brasileiros em todos os territórios negros referidos. Relativamente à Colônia Africana, por exemplo, o primeiro sacerdote da igreja de Nossa Senhora da Piedade, concluída e inaugurada nesta área em 1913, cônego Matias Wagner, “aponta para a presença desses cultos e para o fraco número de católicos realmente fiéis” (ibidem:184). Assim, em seu livro “Paróquia de N. S. da Piedade de Porto Alegre:1916-1958″, o referido cônego escreve: “Encontrei certa vez um homem que, dizendo-se muito católico, apostólico e romano, era também dono e Pai Santo de uma casa de batuque…” (apud Kersting, idem:186). O mesmo cônego refere também que foi alvo de despachos de “parte daquela gente de Umbanda”. Aliás, o pároco se refere às religiões afro-brasileiras pelos nomes de batuque, umbanda e espiritismo e, mais genericamente, pelos termos etnocêntricos e preconceituosos de crendices, superstições e feitiçarias.

No contexto das lacunas históricas sobre as religiões afro-brasileiras no Rio Grande do Sul figuram também dados estatísticos sobre os terreiros deste estado. Dispomos unicamente de informações parciais sobre o número de terreiros de batuque para Porto Alegre, durante 20 anos, de 1937 a 1952, apresentados por Carlos Krebs (1988:16).

Tais dados constam das estatísticas oficiais do Rio Grande do Sul, tendo o censo sobre a religião sido abandonado em 1952. Malgrado sua precariedade, pode-se perceber um crescimento quase que anual do número de terreiros em Porto Alegre, fato este que continua, segundo dirigentes de federações, até os dias de hoje, onde existem, no seu conjunto, cerca de dois mil terreiros na capital gaúcha.

O Batuque

Batuque é um termo genérico aplicado aos ritmos produzidos à base da percussão por freqüentadores de cultos cujos elementos mitológicos, axiológicos, lingüísticos e ritualísticos são de origem africana. O batuque é uma religião que cultua doze orixás10 e divide-se em “lados” ou “nações”, tendo sido, historicamente, as mais importantes as seguintes: Oyó, tida como a mais antiga do estado, mas tendo hoje aqui poucos representantes e divulgadores; Jeje, cujo maior divulgador no Rio Grande do Sul foi o Príncipe Custódio, sobre o qual falaremos mais abaixo; Ijexá, Cabinda e Nagô, são outras nações de destaque neste estado. Nota-se que o Keto esteve historicamente ausente no RS, vindo somente nos últimos anos a se integrar por meio do candomblé.

Vejamos alguns dados disponíveis sobre as mencionadas nações neste estado:

OYÓ. Segundo a tradição local, esta nação chegou a Porto Alegre vindo da cidade de Rio Grande. Foi cultuada no Areal da Baronesa e dali no Mont Serrat onde se situaram as principais casas deste culto.

M. Herskovits e R. Bastide, por ocasião de suas estadas em Porto Alegre, o primeiro em julho de 1942 e o segundo em 1944, referem-se carinhosamente à Mãe Andrezza Ferreira da Silva, da nação Oyó que, segundo Bastide, “formara-se com um velho babalorixá que ainda tinha à sua volta alguns africanos nativos” (Bastide, 1959:238). Segundo Carlos Krebs, Mãe Andrezza teria vivido de 1882 a 1951 (Krebs, 1988).

Hoje, como disse acima, trata-se de um culto praticamente em extinção, restando algumas poucas casas no estado. Segundo Pernambuco Nogueira,

[…] o último nome da antiguidade da nação Oyó que conhecemos foi Tim do Ogum, já falecido, e que foi o iniciador da Delsa do Ogum, casa ainda em atividade. Além deste vamos encontrar o Antoninho da Oxum e sua filha-de-santo a Moça da Oxum (Lídia Gonçalves da Rocha), como nomes de projeção. Distinguiu-se entre os praticantes do Oyó a figura de Fábio da Oxum quer pela beleza e suavidade do orixá que recebia, quer pelo fato de ter sido um dos raros pais-de-santo que não vivia da Religião (Nogueira, 2001b).

As especificidades da nação Oyó residiam, sobretudo, na ordem das rezas, uma vez que chamavam primeiro os orixás masculinos e a seguir os femininos, encerrando-se com as de Yansã (Oiá), Xangô e finalmente Oxalá, o destaque para os dois orixás resultando do fato de serem o Rei e a Rainha de Oyó. Também era próprio da nação Oyó os orixás conduzirem em suas bocas, ao término das obrigações, as cabeças dos animais oferecidos em sacrifício já em estado de decomposição; finalmente, segundo os mais antigos, no Oyó os ocutás eram enterrados, em vez de colocados em prateleiras (ibidem).

IJEXÁ. Trata-se da nação predominante hoje no estado. Os deuses invocados são os orixás e a língua ritualística é o iorubá. Renomados babalorixás históricos (já falecidos) como Manoelzinho do Xapanã e Tati do Bará, ambos iniciados na Cabinda, passaram mais tarde para o Jeje e seus descendentes ingressaram todos no Ijexá, dizendo-se então Jeje-Ijexá.

Segundo um depoimento colhido por Norton Correa junto ao já falecido tamboreiro Donga de Yemanjá, o Ijexá predominava nas regiões negras de Porto Alegre como o Mont Serrat e Colônia Africana (Correa, 1998a:76).

JEJE. No dizer de Pernambuco Nogueira,

[…] foi, durante muito tempo, a Nação que predominou no Rio Grande do Sul, em que pese o fato de jamais termos ouvido falar em voduns a exemplo dos cultuados em São Luis do Maranhão. Sempre ouvimos dos que se diziam jeje puros falar e invocar os orixás nagô. Dada a complexidade dos seus toques, a morosidade dos mesmos e a dificuldade na preparação dos tamboreiros que, inclusive, deviam usar os oguidavis, de difícil manejo, foram adotando as rezas do Ijexá […]” (idem).

As figuras mais importantes desta nação foram Paulino do Oxalá Efan, que reiniciou no Jeje o Manoelzinho do Xapanã e Tati do Bará, oriundos da Cabinda, como disse acima. Um dos filhos de Paulino foi João Correia de Lima, Joãozinho do Bará Agelú, morador do Mont Serrat, talvez o primeiro e um dos mais importantes babalorixás que “exportou” o batuque para além das fronteiras do Rio Grande do Sul em direção aos países do Prata, como veremos abaixo. Outro importante babalorixá desta nação foi Idalino do Ogum, que faleceu com a idade de 104 anos. Enfim, outro personagem, este mitológico, da nação Jeje foi o famoso Príncipe Custódio de Almeida, sobre o qual falaremos a seguir.

Vale aqui registrar que a origem do termo “jeje” é bastante problemática. Lorand Matory, por exemplo, sintetiza uma série de autores que tentam esclarecer o “mistério” em torno deste conceito e propõe a hipótese de que se trata de uma construção transatlântica, ou seja, um nome aplicado pelos comerciantes e donos de escravos — alguns retornados, em suas idas e vindas entre Brasil, Cuba e Golfo da Guiné — “a todos os africanos que eles consideraram seus parentes, apesar de ser pouco provável que esses ‘parentes’ assim se identificassem inicialmente” (Matory, 1999:64).

CABINDA. Trata-se de uma nação Banto, originalmente de fala Kimbundo. O cemitério é o início da nação religiosa de Cabinda, diz um pai-de-santo e estudioso do batuque. Segundo ele,

[…] o culto aos Eguns nesta Nação é tão forte que dificilmente se encontrará uma casa-de-religião sem que tenha o devido assentamento de Balé (culto aos egunguns), ou Igbalé (casa dos mortos). (Ferreira, 1994:59)

Já para o babalorixá Pernambuco Nogueira, nos rituais de Cabinda que freqüentou no Rio Grande do Sul “jamais ouvimos falar de Inkices. O que sempre foi cultuado foi o Orixá iorubano” (Nogueira, 2001b).

Segundo consta, este culto foi trazido para o Rio Grande do Sul por um africano conhecido por Gululu, de cujas mãos saiu a figura mais marcante do culto Cabinda no Rio Grande do Sul: Waldemar Antônio dos Santos, do Xangô Kamucá. Dele descenderam as famosas Mãe Maria Madalena Aurélio da Silva, de Oxum Epandá Demun, que iniciou Romário Almeida, do Oxalá, e Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epandá Bomi, todos falecidos, e Mãe Palmira Torres dos Santos, de Exum Epandá Olobomi, que iniciou João Cleon Melo Fonseca, do Oxalá, que é tido hoje como o mais importante herdeiro da tradição Cabinda do estado, embora, como diz Pernambuco Nogueira, “de sua origem mantém apenas o rótulo: o conteúdo é todo ele Ijexá” (ibidem).

NAGÔ. No dizer de Pernambuco Nogueira, […] é uma nação que, tendo sido a origem do Culto no Rio Grande do Sul, hoje está praticamente extinta, restando pouquíssimas casas” (idem). Há, em Porto Alegre, o terreiro Nova Era, do pai Jader, que pretende ser a continuação dessa tradição longínqua no estado. Diferentemente dos demais terreiros, neste, “a chegada dos orixás se faz como no Candomblé (linha por linha, trabalhando e desincorporando) e a matança é procedida com o animal no chão e não suspenso” (idem).

Ainda segundo Pernambuco Nogueira, “talvez situa-se nesta casa a semente do culto africano plantada pelos escravos das charqueadas, desde a sua origem em Rio Grande…” (idem).

Ao que consta, não dispomos de informações numéricas sobre a incidência dessas nações no Rio Grande do Sul. O historiador Dante de Laytano, em pesquisa realizada sobre o batuque em Porto Alegre, em 1951, observou que as 71 casas por ele encontradas dividiam-se em 24 de nação Nagô, 21 Jeje, 13 Oyó, 8 Ijexá e 5 “mistos” (Laytano, s.d.:53). Na atualidade, porém, predomina no batuque do Rio Grande do Sul o lado Ijexá, “quer pela facilidade do toque como pela ausência de tamboreiros iniciados nos demais Cultos” (Nogueira, 2001b). Embora haja terreiros que se digam seguidores de outros lados, trata-se, segundo o babalorixá Adalberto Pernambuco Nogueira, “apenas de rótulos utilizados talvez para marcar a origem dos fundamentos” (idem).11

A Umbanda

A primeira casa de umbanda no Rio Grande do Sul foi também fundada na cidade de Rio Grande, em 1926. Chamava-se “Reino de São Jorge” e foi fundada pelo ferroviário Otacílio Charão.

Como em todo o Brasil, também no Rio Grande do Sul a umbanda surgiu defendendo padrões e comportamentos aceitos socialmente. No entanto, não escapou à repressão policial, a tal ponto, informa M. Caldas — um dos maiores intelectuais da umbanda e do espiritismo no Rio Grande do Sul, hoje falecido — que nos primeiros tempos o centro de Charão não possuía um endereço fixo, funcionando de forma itinerante (seu endereço mudava toda semana). Também o próprio espiritismo e o batuque se opuseram à umbanda nascente, o primeiro desqualificando suas práticas mediúnicas, o segundo não aceitando que seus orixás fossem invocados sem suas normas rituais, o que denuncia que estava em jogo uma disputa de bens simbólicos (Isaia, 1997:386).

De Rio Grande, a umbanda foi trazida para Porto Alegre, em 1932, pelo capitão da marinha Laudelino de Souza Gomes, que fundou nesta capital a Congregação Espírita dos Franciscanos de Umbanda, existente até os dias atuais. Neste caso, é dupla a razão do termo franciscano. Em primeiro lugar, pela sincretização entre São Francisco de Assis e Lokô (termo yorubá), ou Irokô (termo jeje), ou orixá tempo (Angola), isto é, a árvore gameleira branca; em segundo lugar, pelo uso que seus membros fazem de uma espécie de bata branca, com sandália e cordão em torno ao ventre, semelhante ao que consta na iconografia histórica atribuída a São Francisco.

Pernambuco Nogueira esclarece que tanto Charão quanto Souza Gomes não eram originários do Rio Grande do Sul e ambos estiveram na África por algum tempo. No entanto, dedicaram-se quase que exclusivamente à implantação e divulgação da Umbanda (Nogueira, 2001b). Outros importantes personagens divulgadores da umbanda neste estado foram Norberto de Oliveira, que a introduziu no município de Viamão; Jesina Furtado, fundadora da casa Mestre Quatro Luas; e Astrogildo de Oliveira, fundador do Templo Rainha Yemanjá Fraternidade Ubirajara. Segundo Pernambuco Nogueira, esta última casa possuía

[…] a peculiaridade de ter construído, nos fundos, uma miniatura de todos os reinos em que se efetuavam os rituais, inclusive uma calunga pequena (cemitério) para ali realizar os trabalhos sem sair do local do Templo, preocupado com as deturpações já então existentes. (ibidem)

Uma particularidade desses templos mencionados, e que hoje já não mais vigora, reside no fato de que

a abertura dos trabalhos era efetuada por uma linha que hoje não mais encontramos: a linha das Yaras que se apresentavam arrastando-se pelo chão, como o fariam as sereias em terra seca, e promoviam a limpeza do templo utilizando-se de água (idem).

No mais, na umbanda do Rio Grande do Sul são cultuados “caboclos”, “pretos-velhos” e “crianças” (Ibeji), aos quais não são realizados sacrifícios de animais.12 Outrora era também cultuada a “linha”, ou “povo do oriente”, hoje quase em extinção. Segundo a representação dos umbandistas, tratavam-se de entidades bondosas, bastante evoluídas e que transmitiam vibrações puras. Seus médiuns, incorporados, adotavam a postura corporal e os gestos dos povos do Oriente: chineses, indianos, árabes e ciganos. Nos trabalhos da casa de Pernambuco Nogueira manifestavam-se duas entidades indianas: Brahmayana e Nargajuna.

Hoje o “povo cigano” foi transformado em Linha de Exu. Quanto aos guias orientais, manifestam-se em poucas casas que trabalham com o que denominam de Junta Médica.

A Linha Cruzada

Trata-se de uma expressão religiosa relativamente nova, iniciada, tudo indica, na década de 1960. Constitui, porém, a que mais tem crescido neste estado, sendo cultuada hoje em cerca de 80% dos terreiros. Segundo Norton Correa, esta modalidade ritualística chama-seCruzada

[…] porque, enquanto o Batuque cultua apenas orixás e a Umbanda caboclos e pretos-velhos, a Linha Cruzada reúne-os no mesmo templo, cultuando, alem deles, também os exus e suas mulheres míticas, as pombagiras, provavelmente originários da Macumba do Rio de Janeiro e São Paulo. (Correa, 1998a:48)13

Ainda segundo Correa, as principais razões para o crescimento da Linha Cruzada seriam os seguintes: os custos dos rituais são mais baratos do que os do batuque; o aprendizado geral é mais simples do que o do batuque; seus membros podem reunir e somar a força mística do batuque com a da umbanda (ibidem:90).

A proliferação de terreiros cruzados tem se constituído num forte motivo de polêmica e de acusação mútua entre os membros das religiões afro-brasileiras do RS. Trata-se, em verdade, de um conflito em parte intergeracional, em que os “mais velhos” na religião tendem a considerar essa inovação como uma “deturpação” da religião dos orixás por parte dos mais jovens, ao mesmo tempo em que expressa em parte também um conflito entre os “conservadores” e os “modernos”, as mudanças sendo compreendidas pelos batuqueiros mais apegados à tradição como uma violação dos fundamentos da religião.

De uma maneira geral, são extremamente precários os números acerca dos terreiros existentes no Rio Grande do Sul, bem como a incidência de rituais dentro das três modalidades religiosas acima referidas. Seja como for, e para dar ao menos uma idéia de grandeza, sugiro que deva existir hoje cerca de trinta mil terreiros em atuação14 neste estado, onde, em cerca de 80% deles são celebrados rituais de Linha Cruzada, em 10% somente rituais de Umbanda (caboclos e pretos velhos) e em 10% somente rituais de Batuque (nação).

Neste estado, como já assinalou Correa (1996), a estruturação das três diferentes expressões religiosas afro-brasileiras acompanha, até certo ponto, as mudanças que atingiram a própria estrutura da sociedade.

De fato, o batuque floresceu na segunda metade do século XIX e adaptou-se às condições de um Rio Grande do Sul “tradicional”, eminentemente agrário, pois naquela forma religiosa a tradição regia a estrutura ritual com os orixás formando uma grande família patriarcal. Os sacrifícios de animais não ofereciam problemas num estado pastoril e em uma Porto Alegre onde havia ainda bairros “rurais”. As iniciações podiam ser longas, pois as relações de trabalho eram ainda relativamente frouxas.

Já a umbanda se instalou no RS na década de 30 num quadro social em que a implantação do capitalismo encontrava-se numa fase mais adiantada: a economia se monetarizava, iniciava-se o processo de industrialização, já ocorria o êxodo rural. O tempo tomava nova dimensão. As pessoas centravam suas vidas em tomo do trabalho. A umbanda se adequou aos novos tempos: seus rituais não se prolongavam noite adentro, não faziam uso de tambores e não realizavam sacrifícios de animais. Dessa forma, os fiéis podiam cumprir suas obrigações religiosas sem alterar o ritmo do cotidiano; não se prejudicava o sono dos vizinhos e se levava em conta a diminuição dos espaços para criar os animais que, além disso, se tornavam uma mercadoria cara.

A Linha Cruzada surgiu a partir da década de 60 numa fase de consolidação do capitalismo com o conseqüente incremento de graves problemas, tais como desemprego, insegurança, doenças, frustrações. Neste contexto, a Linha Cruzada torna-se uma religião prática, pragmática, de serviço, que se especializa nas soluções sobrenaturais daqueles problemas.

O Príncipe Custódio de Almeida

Detenho-me agora, mesmo que sucintamente, sobre um dos mais controvertidos personagens do campo afro-gaúcho, um príncipe africano, herdeiro do trono de Benin, que morou no Rio Grande do Sul de 1899, quando chegou à cidade de Rio Grande, até 1935, quando faleceu em Porto Alegre.

Segundo informações colhidas por Maria Helena Nunes da Silva junto a diferentes fontes — bibliográficas, intelectuais africanos e, sobretudo, dois filhos biológicos de Custódio — este descendia da tribo pré-colonial Benis, dinastia de Glefê, da nação Jeje, do estado de Benin, na Nigéria. Seu nome tribal era Osuanlele Okizi Erupê, filho primogênito do Obá Ovonramwen (Silva, 1999).

Há diferentes versões sobre sua saída da terra natal. Todas, porém, estão associadas à invasão britânica ao reino de Benin, em 1897, diante da qual não se sabe ao certo se Osuanlele teria resistido, ou fugido, ou, então, feito um acordo com os britânicos para deixar o país e viver no estrangeiro, onde receberia mensalmente uma pensão do governo inglês (a mais provável). De fato, Dionísio Almeida, filho de Custódio, relatou a Maria Helena que seu pai teria deixado Benin em direção ao Porto de Ajudá, acompanhado por oficiais ingleses e por parte do seu Conselho de Chefes, onde teria permanecido por cerca de dois meses, dali embarcando para o Brasil, tendo chegado ao porto de Rio Grande em 7 de setembro de 1899, com uma comitiva formada de 48 pessoas, em sua maioria membros do seu Conselho. Segundo aquele informante, antes de chegar a Rio Grande Custódio teria estado em Salvador, depois no Rio de Janeiro, tendo se estabelecido em Rio Grande por orientação dos orixás, através dos ifás.15 Custódio permaneceu nesta cidade até o dia 4 de outubro de 1900, quando se transferiu para Pelotas, e no dia 4 de abril de 1901 veio para Porto Alegre, a convite do então presidente do estado, Julio de Castilhos, que algumas semanas antes o teria procurado em Pelotas como último recurso para remediar um câncer que tomava conta de sua garganta. Como teve uma melhora temporária, teria convidado Custódio a morar em Porto Alegre para continuar a tratá-lo nesta cidade, o que não impediu, porém, a morte de Julio de Castilhos aos 43 anos de idade, em 1903.

Em Porto Alegre, Custódio morou durante 35 anos na rua Lopo Gonçalves, na cidade baixa. Mantinha-se com a pensão mensal que recebia do governo inglês, via Banco do Brasil. Consta que se apresentava em público sempre bem vestido, desfilava pela cidade com uma carruagem puxada por parelhas de cavalos brancos e pretos, dedicava-se ao seu esporte preferido, o turfe, possuía um haras, era proprietário e treinador de cavalos de corrida, nunca se casara e vivia em situação poligâmica. “Haras” e “harem”, sintetizam a vida do Príncipe Custódio em Porto Alegre, disse-me um velho e bem informado batuqueiro.

Consta também que a partir do seu primeiro contato para fins terapêuticos com o presidente da Província, este e outros políticos da época, e mesmo o sucessor de Julio de Castilhos, Borges de Medeiros, bem como Getulio Vargas, teriam visitado o Príncipe em sua casa e este teria estado em várias oportunidades no palácio do governo. Este é, porém, um tema controvertido, uma vez que à primeira vista parece difícil que aqueles políticos, fervorosos positivistas, procurassem o “feiticeiro” africano. Mas não seria ilógico pensar que este nobre e político africano, durante os 35 anos de vida em Porto Alegre, não pudesse ter sido socialmente contatado pelos políticos ou por membros da elite local.

Também controvertido é o papel desempenhado por este Príncipe no que diz respeito aos membros da sua etnia. No campo político, enquanto por um lado diz-se que ele teria usado do seu prestígio para conquistar melhor espaço para os negros locais e contribuído para aliviar o preconceito e a discriminação que pesa sobre eles, por outro, recrimina-se que ele teria usado suas relações políticas unicamente em favor dos membros da sua família, empregando-os no serviço público, por exemplo, pouco ou nada fazendo para os negros em geral. No campo religioso paira a mesma controvérsia. Por um lado, muitos são os pais e as mães-de-santo de Porto Alegre que se dizem descendentes da linhagem religiosa do Príncipe, defendendo que ele teria contribuído decididamente para a estruturação do batuque na cidade, para o reconhecimento social do mesmo e para diminuir as perseguições policiais; mas, por outro lado, afirma-se também que ele não teria iniciado ninguém, pois sendo nobre não teria “posto sua mão” em nenhum plebeu, e que teria atuado como religioso somente para as elites e as pessoas de sua amizade e família.

Seja como for, segundo consta na sua certidão de óbito, Custódio morreu em 28 de maio de 1935, aos 104 anos, solteiro e deixando bens. Sua morte foi noticiada nos jornais locais e seu enterro foi bastante concorrido, contando inclusive com a participação de políticos da época.

Hoje o Príncipe Custódio constitui um mito no imaginário negro do Rio Grande Sul e, como escreveu N. Correa, “a figura ainda hoje mais legendária que a memória dos integrantes do Batuque guardam […]” (Correa, 198a:77). No entanto, quanto à sua vida e realizações, e às várias controvérsias que as envolvem, trata-se de mais um tema à espera de pesquisadores que efetuem uma investigação transatlântica.

Os Brancos nas Religiões Afro-Brasileiras do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é uma sociedade multiétnica e pluricultural construída no “encontro de civilizações”, como diria Bastide, onde os nativos indígenas viram seu território sendo ocupado pelos portugueses e espanhóis, aos quais foram associados os escravos africanos e, posteriormente, os imigrantes europeus, com destaque para os alemães e ositalianos.16

Em termos gerais, hoje a composição multiétnica do Rio Grande do Sul é assim constituída: 86,8% são brancos, 4,1% negros, 8,9% pardos e 0,2% indígenas (PNAD, IBGE, 1999). Com estes números, o Rio Grande do Sul constitui o estado mais “branco” do Brasil, depois de Santa Catarina.17

Ora, neste território multiétnico, malgrado a posição superior que os brancos ocuparam em relação aos negros e aos índios, ocorreram, de alguma forma, trocas culturais em diferentes direções, sendo uma delas a aproximação dos não-brancos, de diferentes etnias e de diferentes camadas sociais, às religiões afro-brasileiras.

É praticamente impossível saber quando este encontro começou a ocorrer. Tudo indica, porém, que data ainda do século XIX, tendo aumentado nas primeiras décadas do século XX e se consolidado a partir da segunda metade daquele século, quando, então, há notícias de brancos que ocupam a condição de pais e mães-de-santo. Este fenômeno, como se sabe, ocorreu em praticamente todo o Brasil, chegando ao ponto em que hoje, em algumas regiões, como escreve Prandi, referindo-se a São Paulo, “o Candomblé é uma religião que não pode ser caracterizada como uma religião de negros” (Prandi & Silva, 1987:4). Trata-se, antes, de religiões multiétnicas e universais (Prandi, 1991).

A procura de terreiros por parte dos brancos pobres geralmente está associada à busca de solução para problemas práticos como doenças, desemprego ou dificuldade econômica, ou problemas legais, geralmente relacionados à sua condição desfavorável de classe. Já os brancos de maior poder aquisitivo o fazem na busca de solução de problemas existenciais como os de sentido, identidade, afetivos, etc. Também o caráter misterioso, exótico e fascinante da religião dos orixás, associado à sua eficácia simbólica, contribui para a atração de brancos.

Diga-se de passagem que as mesmas ou semelhantes razões apontadas para a aproximação dos brancos das camadas populares aos terreiros servem também para os negros ingressarem neles. No entanto, não se pode imaginar uma convivência harmônica entre negros e brancos nos terreiros multiétnicos gaúchos. Ocorre aqui uma espécie de tolerância mútua ou, como Silva e Amaral referiram para São Paulo, uma

espécie de negociação velada onde os brancos, com dinheiro, tornam-se necessários à própria sobrevivência do terreiro de maioria negra e, assim, o que é visto como negativo (a entrada dos brancos no candomblé) acaba adquirindo sinal positivo, já que a concessão é necessária à manutenção das despesas da casa. (Silva & Amaral, 1994:17)

Em outras palavras, parece prevalecer no Rio Grande do Sul a representação negra segundo a qual é importante a presença simultânea de brancos e de negros nos terreiros por serem, os primeiros, detentores principalmente de capital econômico e os segundos principalmente de capital simbólico, religioso, dado pela tradição. Evidentemente que os atores sociais implicados no processo nem sempre possuem esta consciência dos fatos. É mais recorrente neles a afirmação de que “o axé não tem cor”.

No entanto, há terreiros multiétnicos onde o preconceito de cor tende a se manter. Isto se dá especialmente quando os brancos implicados na religião detêm pouca consciência da origem africana desta e não realizam uma aproximação mais efetiva com a etnia negra. Há outros terreiros multiétnicos, porém, onde até certo ponto e por um tempo limitado parece haver uma suspensão dos preconceitos raciais; neste caso, negros e brancos juntam-se no espaço religioso para se divertir, rezar e fortalecer uma identidade social comum.

Os terreiros multiétnicos a que me refiro reúnem especialmente pessoas das camadas populares. Isto porque os terreiros de camadas médias tendem a ser predominantemente freqüentados por brancos, enquanto os terreiros de camadas altas são freqüentados quase que exclusivamente por brancos. Em todos eles, como mostrei em outro lugar (Oro, 1998), são reproduzidas as desigualdades raciais encontradas na sociedade gaúcha (e brasileira).

A Expansão das Religiões Afro-Brasileiras para os Países do Prata

Um outro aspecto que sobressai no estudo do atual campo religioso afro-gaúcho consiste na importância que ele tem para o ressurgimento e introdução das expressões religiosas de matriz africana nos países do Prata. Com efeito, a Argentina já teve uma história de reprodução dessas religiões até o final do século XIX, quando os atabaques, tocados até então pela comunidade afro-argentina, silenciaram em razão do abrupto declínio destapopulação.18 Já no Uruguai, não consta ter havido uma histórica prática religiosa africana, mas importantes expressões musicais de origem africana como o candombe.19 No entanto, em ambos os países, a partir da década de 60 do século passado, verifica-se o reingresso (na Argentina) e a introdução (no Uruguai) das religiões de matriz africana, sobretudo através do Rio Grande do Sul.

Este processo ocorreu primeiramente nas cidades platinas fronteiriças com o Rio Grande do Sul e dali alcançaram as capitais federais. Deveu-se a iniciativas que partiram de ambos os lados da fronteira, ou seja, de pais e mães-de-santo brasileiros que procederam à expansão da religião para os países platinos e de cidadãos desses países que procuraram terreiros brasileiros.

Na década de 70, o fluxo se estendeu até Porto Alegre, onde se localizava o maior número de renomados batuqueiros que passaram a ser visitados por argentinos e uruguaios. Estes para aqui vinham em busca de iniciação religiosa junto a um famoso pai ou mãe-de-santo, ao mesmo tempo em que buscavam o reconhecimento oficial da sua condição de iniciados, ou sacerdotes, junto a uma federação local. Sem tais documentos, tinham muitas dificuldades de praticar a religião em seus países, sobretudo na Argentina, podendo até mesmo sofrer perseguições policiais.

O período áureo das relações religiosas internacionais platinas ocorreu na década de 80. Em relação à Argentina deu-se sobretudo após o retorno à vida democrática, em 1983 (Frigerio & Carozzi, 1993), enquanto no Uruguai o crescimento do número de terreiros e o incremento das relações religiosas com o Brasil coincidiram com o período ditatorial, que se estendeu até 1985 (Hugarte, 1993).

Na década de 90 ocorreu um arrefecimento das relações religiosas entre gaúchos e platinos e isto se deveu, segundo o discurso dos pais e mães gaúchos, à crise econômica que se abateu sobre aqueles países, sobretudo na Argentina, que reduziu os investimentos das pessoas na religião, embora não tenha diminuído o interesse pela mesma. Mas há um não-dito: o arrefecimento também se deveu à concorrência religiosa que estão sofrendo naqueles países. Ou seja, se até o início da década de 90 havia uma relação relativamente assimétrica, mas aceitável, entre os pais e mães gaúchos e seus filhos platinos — os primeiros colocando-se numa posição hierárquica superior — a partir deste período estabeleceu-se uma relação conflituosa entre alguns, senão a maioria dos pais-de-santo gaúchos (cerca de 15 pessoas), que participam do circuito religioso platino, sobretudo argentino, e os seus colegas deste país, posto que estes últimos passaram a disputar poder pela ocupação do espaço religioso afro-brasileiro e pelo exercício legítimo do sacerdócio naquele país.

Apesar disto, nos dias atuais continuam as viagens de membros das religiões afro-brasileiras nos diferentes sentidos e foram criadas verdadeiras redes internacionais de parentesco simbólico, as quais constituem denominadores de fronteiras sociais e simbólicas que contribuem para a construção de verdadeiras identidades transnacionais. Ao mesmo tempo, essas redes constituem uma forma de integração regional/internacional, legitimada religiosamente, mediatizada pelas religiões afro-brasileiras, onde a nacionalidade e as diferenças sociais e ideológicas não são anuladas, mas superpostas à religiosa.

Evidentemente que a construção de identidades não significa a formação de comunidades (no sentido tradicional do termo) internacionais. Igualmente, a integração e a formação internacionais de redes de famílias-de-santo não significa que as relações entre os seus membros sejam harmônicas. Elas continuam a reproduzir o ethos de rivalidade e aliança que caracteriza o campo religioso afro-brasileiro.20

As Religiões Afro-Brasileiras no Rio Grande do Sul e suas Relações com o Poder Político Local

Nos últimos anos, as religiões afro-brasileiras parecem ter conseguido, em Porto Alegre, uma aproximação não alcançada até então, e em nenhum outro local do estado, com o poder público local. É sobretudo nas gestões do PT na prefeitura, especialmente na segunda e na atual, em que o chefe do Executivo é Tarso Genro,21 que aquelas religiões conseguem lograr apoios e interagir diretamente com o gabinete do Prefeito e com algumas secretarias, como da Cultura e do Meio Ambiente, tudo isto ocorrendo, porém, não sem conflitos.22

Assim, em Porto Alegre, mediante Lei Municipal, e por intermediação da Secretaria Municipal da Cultura e da Câmara Municipal de Porto Alegre, desde o ano de 1996 comemora-se a Semana da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros.Os eventos desta Semana são compostos de palestras e rituais, celebrados no Parque da Harmonia, no centro da cidade. Iniciam-se no dia 15 de novembro com uma sessão de Umbanda e encerram-se em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, com uma sessão de Batuque. Nestes eventos comparecem autoridades civis, membros das religiões afro-brasileiras, além de simpatizantes, curiosos e o povo em geral.

Outra atividade pública semelhante a essa, e que também consta como Lei Municipal de Porto Alegre, é a Festa da Oxum, celebrada desde 1996 em todos os dias 8 de dezembro, na praia de Itapema, diante da imagem deste orixá erguida à beira do Rio Guaíba. Nesta ocasião ocorre também uma sessão religiosa na praia em homenagem à deusa das águas doces.

É digno de nota que ambas as atividades referidas, a Semana da Umbanda e a Festa da Oxum, constam no calendário de eventos da prefeitura de Porto Alegre.

Outra iniciativa de parceria com o poder público ocorreu entre as três maiores federações do estado (Conselho Superior da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, Afrobras e Aliança Umbandista e Africanista do Estado) e as Secretarias Estadual e Municipal do Meio Ambiente, ao editarem um caderno de orientação intitulado “A Educação Ambiental e as Práticas das Religiões Afro-Umbandistas”, com o objetivo de “orientar as Casas de Religião e funcionários do poder público municipal e estadual sobre procedimentos em relação a cultos e colocação de trabalhos religiosos no meio ambiente”. Trata-se de um manual de aconselhamentos em relação às oferendas, tendo como pressuposto a preservação da natureza.

As federações acima mencionadas também conseguiram, junto ao poder público municipal e à Assembléia Legislativa do estado, o apoio financeiro e logístico para realizar anualmente um Seminário Cultural e Teológico da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de um seminário que desde a sua primeira edição, em 1996, é celebrado no salão nobre da Assembléia Legislativa do estado e conta com palestrantes oriundos do próprio campo religioso em questão e de pesquisadores dos mencionados cultos, provenientes de diferentes regiões do Brasil e dos países do Prata. O seminário tem duração de três dias e dele participam em média 400 pessoas.

Principalmente neste evento, mas também nos demais referidos, nota-se sempre a presença de políticos, dos Executivos e Legislativos, municipal e estadual, de distintos partidos.

Outra forma de aproximação do campo religioso afro-brasileiro com o político ocorre através de outorga de comendasetítulos honoríficos, com que os governos locais distinguem alguns líderes destas religiões. Assim, por exemplo, o babalorixá Cleon (Fonseca) de Oxalá recebeu das mãos do então governador do Estado do Rio Grande do Sul, Antônio Brito, em 30/6/1996, a medalha Negrinho do Pastoreio, a mais alta comenda do estado. Três pais-de-santo receberam na Câmara Municipal de Porto Alegre o título de cidadãos de Porto Alegre. São eles: Ailton (Albuquerque) da Oxum, Jorge (Verardi) de Xangô e Adalberto Pernambuco Nogueira — o primeiro nascido em Pelotas (RS), em 3/11/1945, o segundo em Cruz Alta (RS), em 19/10/1949, e o terceiro em Belém do Pará, em 3/11/1928.

O último agraciado, Adalberto Pernambuco Nogueira, é presidente do Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul (CEUCAB/RS), e uma das maiores lideranças desta religião no estado. Devido o seu carisma e bom trânsito na esfera pública, tem contribuído para as religiões afro-brasileiras conquistarem maior e melhor espaço tanto no campo político quanto no campo religioso institucional. Na área política tem participado, enquanto representante das religiões afro-brasileiras, no Conselho Político de Campanha da Frente Popular (formado então por cerca de 160 pessoas de destaque das várias áreas de atuação social e profissional) por ocasião das últimas eleições municipais de 2000, e atualmente integra o Conselho Político de Governo da Frente Popular (formado por cerca de 300 pessoas). Igualmente, a partir de janeiro deste ano foi escolhido como membro do Conselho Municipal de Cultura.

Além destas atividades no meio político, Pernambuco Nogueira é o representante mais solicitado das religiões afro-brasileiras por ocasião de celebrações ecumênicas, ocorridas, por exemplo, por ocasião das posses do governador do estado e do prefeito municipal, no dia do aniversário da cidade de Porto Alegre (26 de março), no dia das Mães e na celebração de 25 de agosto, dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas.

Em tais cultos ecumênicos comparecem representantes da igreja católica, da igreja luterana, do islamismo, do budismo, do judaísmo, do espiritismo, além dos cultos afros.

Mas, se, de um lado todos os fatos acima mencionados revelam uma aproximação — que, como já disse, não ocorre sem tensões — entre as religiões afro-brasileiras e o poder político no Rio Grande do Sul, por outro lado, os representantes dessas religiões não logram ingressar diretamente no campo político mediante a condução pelo voto. Ou seja, malgrado as tentativas para sua viabilização de parte de alguns renomados pais, não conseguiram eleger nenhum seu representante nas Câmaras Municipais e muito menos na Assembléia Legislativa do estado. O único precedente neste sentido data da década de 1960, quando o umbandista Moab Caldas foi eleito para a Assembléia Legislativa do estado, pelo PTB de Leonel Brizola e Jango Goulart, e reeleito nos anos de 1964 e 1968. Foi cassado em 1968, vindo a falecer em 1997.23 Também no ano de 1960 foram eleitos 3 prefeitos e cerca de 20 vereadores umbandistas no Rio Grande do Sul.

Após este período não parece ter havido mais presença efetiva de membros desta religião em cargos eletivos no Rio Grande do Sul, malgrado algumas tentativas, como a do babalorixá Ailton Albuquerque, de Porto Alegre, que se apresentou às eleições legislativas gaúchas nas últimas eleições de 1998 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Não logrou se eleger, tendo obtido 3.425 votos, quando o mínimo necessário situa-se em torno de dez mil, dependendo da situação da legenda.

Nas eleições de 2000 não consta ter havido algum líder desta religião que tenha sido eleito em algum município do Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, entre os 411 candidatos a vereador para a Câmara Municipal, havia 5 representantes das religiões afro-brasileiras, 4 pais-de-santo e 1 presidente de um famoso terreiro. Foi, entre eles, o presidente da Federação Afrobras quem obteve o maior número de votos, 1.994, este montante representando, porém, somente um quarto dos votos necessários para ser eleito. Os demais candidatos obtiveram 1.668, 1.109, 451 e 421 votos, totalizando, juntos, 5.643 votos, quantia insuficiente para eleger um único candidato.24

O discurso eleitoral veiculado pelos pais-de-santo de Porto Alegre para dentro da “comunidade” afro-umbandista era fundamentalmente o mesmo: a necessidade de a “religião” ter representantes no legislativo municipal para defender os seus direitos e para mostrar sua força perante a sociedade e, sobretudo, perante os evangélicos (pentecostais), que estão ampliando seu espaço na política e se mostrando abertamente críticos em relação às religiões afro-brasileiras. Ora, este discurso não produziu a eficácia esperada pelos candidatos e, a meu ver, isto se deve, sobretudo, à própria estrutura e ao ethos das religiões afro-brasileiras.

De fato, o modelo organizacional das religiões afro-brasileiras repousa sobre uma variedade de federações e uma pulverização de terreiros, sendo todos ao mesmo tempo autônomos e rivais entre si. Como não existe, no âmbito desta religião, uma única hierarquia religiosa, um poder centralizador e aglutinador dos centros religiosos, estes constituem-se autônomos e, por isso mesmo, concorrentes entre si. Em conseqüência disso, reconhece o candidato a vereador Jorge Verardi, presidente da Afrobras, “cada um procura sua própria autopromoção”. “Não temos a organização dos aleluia”, disse uma mãe-de-santo.

Ora, este ethos constituído de permanente disputa, rivalidade entre terreiros e desqualificação do outro, torna, como reconhece R. Prandi, bastante remota a possibilidade de união entre terreiros e grupos, mesmo em se tratando de proveito para a religião (Prandi, 1991:163).25

Considerações Finais

Malgrado os avanços alcançados nos últimos anos pelas ciências sociais e humanas na compreensão da história e do presente do negro e sua cultura no Rio Grande do Sul, muita coisa ainda resta a ser investigada.

Talvez não pese hoje tão forte como há alguns anos atrás a frase escrita em 1940 pelo historiador D. de Laytano quando afirmava que “os nossos cronistas, os historiadores de compêndios oficiais e toda a literatura gaúcha não se ocuparam do negro senão acidental, ligeira e negligentemente” (Laytano, 1940). No entanto, malgrado produções recentes, permanece atual a exortação de outro historiador, Mário Maestri Filho: “a história do escravo sulino, proto-história do proletariado gaúcho, ainda está por escrever-se” (Maestri Filho, 1979:67). Especificamente sobre as origens do negro gaúcho, escreveu que “não sabemos rigorosamente nada” (idem, 1993:30), enquanto Norton Correa afirmou que “ainda não foram perfeitamente esclarecidas as origens das populações trazidas como escravos para o Rio Grande do Sul” (Correa, 1998a).

A explicação para a desconsideração do negro pela academia, mas não só ela, pode residir, como salienta R. Oliven, no próprio processo de construção política e cultural do Rio Grande do Sul, onde ocorreu um interesse massivo e concentrado em torno da figura do gaúcho — que foi elevado à condição de “autêntico” representante desse território — e do colonizador europeu, em detrimento de outros grupos sociais aqui presentes desde o princípio da colonização, como os negros e os índios. Estes parecem condenados ao silêncio e ao esquecimento e comparecem no âmbito das representações de uma forma extremamente pálida. Particularmente quanto ao negro prevalece uma invisibilidade social e simbólica (Oliven, 1996) ao mesmo tempo em que ainda predomina, no Rio Grande do Sul, a auto-imagem de um estado branco e moderno, construído pelas figuras “heróicas” dos gaúchos e dos imigrantes europeus e seus descendentes.

No contexto de exclusão do negro e sua cultura no Rio Grande do Sul figura também o batuque, cuja história, linhagens, tradições religiosas e repressão policial, permanecem ainda com lacunas, incógnitas e dúvidas não resolvidas, como pudemos constatar neste trabalho.

Notas

1. Por se tratar de um texto que pretende ser, até certo ponto, um vôo panorâmico sobre as religiões afro-brasileiras no Rio Grande do Sul, este será, necessariamente, superficial em alguns aspectos; porém, essa deficiência poderá ser em parte sanada com as indicações bibliográficas respectivas para os interessados.

2. Ou seja, atuaram como mão-de-obra nos engenhos de açúcar de Pernambuco e Bahia, na mineração aurífera de Minas Gerais, nos campos de fumo e cacau da Bahia e Sergipe, no cultivo do café do Rio de Janeiro e São Paulo, no algodão do Maranhão e Pará, nas plantações de café também cultivado no Espírito Santo, na agricultura e pecuária do Rio Grande do Sul e na mineração de Goiás e Mato Grosso.

3. Sabe-se que durante algum tempo o envio para o Sul era tido como um pesado castigo e forte ameaça aos escravos desobedientes, por parte dos patrões de outras regiões do Brasil.

4. De fato, ao efetuar uma comparação entre o candomblé da Bahia e o batuque o Rio Grande do Sul, Herskovits propunha a hipótese de que a existência do africanismo no Rio Grande do Sul resulta de um trabalho independente e paralelo, “de idênticos impulsos culturais africanos primitivos”. Ponderava, porém, de que tal hipótese deveria ser revista com os avanços dos estudos historiográficos “sobre a migração negra dentro do Brasil e da procedência tribal africana dos negros importados para a parte sul do país” (Herskovits, 1948:64).

5. ”Embora ocupada desde os meados do século XVIII por colonos açorianos, Porto Alegre só começou a se desenhar após 1772, quando se deu a primeira demarcação do espaço urbano e a distribuição de datas de terras para esses açorianos. Só então a condição de ponto estratégico daquele sítio vai transfigurar-se em funções comerciais e político-militares” (Kersting, 1998:61). A instalação de Porto Alegre como capital da província ocorre em 1773. Sua população era de 1.500 habitantes em 1780 e 12.000 em 1820.

6. ”Era uma região insalubre, fora do centro urbano, habitada por uma população pobre, essencialmente negra, estigmatizada pelos órgãos oficiais, pela imprensa e por tudo aquilo que era considerado sociedade na época” (Kersting, 1998:148). A palavra “Areal” tem sentido ambíguo. Trata-se de uma corruptela da palavra Arraial, mas também área de depósito de areia do fluxo da foz do riacho Ipiranga com o rio Guaíba. A palavra “Baronesa” refere-se à proprietária dessa chácara, de então, a Baronesa do Gravataí.

7. ”Como limites mais ou menos definidos da Colônia Africana, podemos estabelecer a Rua Ramiro Barcelos, a Avenida Protásio Alves (antigo Caminho do Meio) até a altura da Rua Dona Leonor, seguindo pela parte alta até aproximadamente o atual Instituto Porto Alegre (IPA), e deste até a rua Castro Alves, descendo por essa até a Ramiro Barcelos, de onde partimos” (Kersting, 1998:102).

8. O número de moradores dessas áreas não é preciso. Relativamente à Colônia Africana, era de 3.460 em 1910; 4.299 em 1912 e 5.636 em 1917. Estes números correspondem respectivamente a 2,66%, 2,92% e 3,15% do total da população de Porto Alegre nesses anos (Kersting, 1998:128-129).

9. Este autor mostra como a análise dos registros de ocorrências policiais da virada do século em relação à Colônia Africana não são superiores às de outras áreas da cidade, mesmo o centro, considerado “civilizado” e “moderno”. Entretanto, sobre este não foram construídas representações sociais excludentes como em relação àquele território negro da cidade (Kersting, 1998).

10. A expulsão se dá mediante a expansão da cidade com a conseqüente valorização da área, que implica em aumento de impostos, impossível de ser pago por moradores de baixa renda.

11. São os seguintes os principais orixás cultuados no batuque: Bará, Ogum, Oiá, Xangô, Odé (Otim), Ossanha, Obá, Xapanã, Bêdji, Oxum, Iemanjá e Oxalá. O anexo I apresenta um conjunto de elementos vinculados a cada um desses orixás, segundo a tradição batuqueira gaúcha.

12. Segundo Paulo Tadeu B. Ferreira, na Nação Cabinda, por exemplo, a língua ritualística deveria ser o Bantu (Kunbundo) e os deuses chamados de Inkices. Na prática cultuam-se os orixás em lingua yorubana. Na Nação Jeje (Jeje), a língua deveria ser o Ewe e os deuses os voduns. Na prática adotam o mesmo procedimento da Cabinda, que é o mesmo do Ijexá e do Oyó (Ferreira,1997:42).

13. O anexo II apresenta algumas especificações das entidades acima mencionadas.

14. O anexo III apresenta os nomes e algumas concepções relativas às principais entidades da Linha Cruzada praticada no Rio Grande do Sul.

15. Este montante é aproximado, mesmo porque “terreiro” é uma categoria ampla que reúne desde um congá familiar onde seu dono recebe clientes para “jogar”, até um espaço onde são realizados rituais de distintas expressões religiosas afro-brasileiras no âmbito de uma comunidade religiosa local. Seja como for, mesmo os terreiros no Rio Grande do Sul, segundo esta última observação, podem ser considerados de tamanho pequeno ou médio, pois o número médio de freqüentadores situa-se entre 10 e 30 pessoas, sendo reduzidos os terreiros que reúnam num único espaço ritualístico em torno de 100 pessoas.

16. Eis, textualmente, o depoimento de Dionísio:
“[…] o Forte de São João Batista de Ajudá era comandado por um baiano, o qual tornou-se amigo do papai e indicou-lhe a Bahia como lugar adequado para viver no Brasil. Isto porque José Maria só conhecia a Bahia, nada sabendo dos outros estados brasileiros. Quando Osuanlele chegou à Bahia ele jogou novamente seus ifás e, em resposta, obteve que ainda não era aquele lugar o escolhido. Da Bahia ele foi para o Rio de Janeiro. Conheceu algumas pessoas que professavam a religião africana. Bem, na Bahia ele também conheceu importantes figuras que estavam ligadas diretamente à religião africana. Lembro que ele nos dizia que tinha muitas coisas que ele entendia sobre a sua religião. Homenagens foram feitas a ele” (Dionísio, 13/5/1988 apud Silva, 1999:71).

17. De fato, os alemães desembarcaram no Rio Grande do Sul a partir de 1824, tendo chegado a mais de 60.000 indivíduos até 1939. Os imigrantes italianos, por sua vez, chegaram a partir de 1875 e a última vaga desembarcou em 1914. Neste período, entre 70.000 e 100.000 italianos se estabeleceram no Rio Grande do Sul.

18. Segundo a mesma fonte, a distribuição étnica de Santa Catarina é de 91,0% de brancos, 2,1% de pretos, 6,4% de pardos e 0,5% são índios (PNAD, IBGE, 1999).

19. O último depoimento sobre um ritual religioso de tipo afro-americano em Buenos Aires é de 1903 (Segato, 1991). Ainda segundo esta autora, a população negra era de 30% em Buenos Aires no início do século passado e caiu para 2% no final do mesmo século. As causas mais importantes do desaparecimento dessa população foram as guerras e as pestes. É possível também que seus últimos componentes tenham emigrado para o Sul do Brasil. Rita Segato aponta, no entanto, que o desaparecimento do negro na Argentina foi antes ideológico, cultural e literariamente construído, do que propriamente físico. Ou seja, na imagem que os políticos e os intelectuais argentinos se fizeram de nação homogênea e depurada não havia lugar para o negro (id. ibid.).

20. Para uma análise sobre o candombe uruguaio ver Ferreira (1997).

21. Para uma análise mais aprofundada do processo de transnacionalização das religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Sul para os países platinos ver Oro (1999).

23. Talvez o conflito maior resida na própria administração municipal e, sobretudo, no interior do PT, onde vozes do partido, movidas por brios ideológicos, se erguem em desaprovação às relações estabelecidas pelos organismos executivos com as religiões afro-brasileiras e, mesmo, com as religiões em geral.

24. Diana Brown recorda que em 1960 os umbandistas também elegeram para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro Atila Nunes — um radialista umbandista que havia sido eleito vereador em 1958 (Brown, 1985). Maria Helena Villas-Boas Concone e Lísias Nogueira Negrão fazem uma análise histórica dos distintos momentos da relação da umbanda com a política e o estado, onde prevaleceu a perseguição até o golpe de 1964 e a sua cooptação política a partir de então. Mais especificamente analisam o envolvimento político-partidário da umbanda paulista nas eleições de 1982 e analisam a derrota dos candidatos umbandistas (Concone e Negrão, 1985).

25. No entanto, não estamos emitindo nenhum juízo de valor sobre este permanente conflito entre líderes de terreiros das religiões afro-brasileiras. Há mesmo alguns autores, como N. Correa que, baseado em G. Simmel, levanta a hipótese de que o conflito referido não representa algo negativo na vida social dessas religiões, posto que ele constitui a chave para explicar a permanência histórica e o crescimento das religiões afro-brasileiras, em razão do seu papel também construtivo e agregador em termos sociais (Correa, 1998b).

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*Este texto foi originalmente apresentado na 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Salvador, Bahia, de 14 a 17 de julho de 2001, no Simpósio: Afro-Diversidade no Brasil, coordenado por Reginaldo Prandi (USP).

Candomblé Muxicongo

Terreiro de Jauá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 

Entrada do Terreiro de Jauá, candomblé nação Angola-Muxicongo emCamaçariBahia.

Terreiro de Jauá, ou Manso Kilembekueta Lemba Furaman, localiza-se em Abrantes, Camaçari, no estado daBahia, no Brasil.

É um terreiro de candomblé Bantu, da nação Angola-Muxicongo, e encontra-se tombado pelo Instituto Patrimônio Artístico e Cultural(IPAC) desde 11 de Novembro de 2006[1].

História

O terreiro foi fundado em 1967 no Rio de Janeiro por Laércio Messias Sacramento, o Tata Laércio de Lemba[2]. Em 1990, Laércio foi a Salvador para cumprir uma obrigação religiosa noTerreiro Bate Folha e acabou ficando na capital. Três anos depois, transferiu o terreiro para Jauá. Desde então mais de cem pessoas já foram iniciadas no local.

O nome do terreiro, Manso Kilembekweta Lemba Furaman, dá a dimensão do trabalho desenvolvido ali. Manso significa casas, Kilembekweta quer dizer sombras e Lemba Furaman é o nome do Nkisi (forças da natureza cultuadas pelos adeptos, nesse caso o da fecundidade). O candomblé de Jauá ocupa um espaço de 15 mil metros quadrados, com vegetação nativa e árvores sagradas africanas, como o baobá, além de uma lagoa de animais silvestres, como patosgansos e pássaros da região.

O terreiro participa de projetos de cunho ambiental. Um exemplo é o Família Artesão, que ensina a cerca de 20 moradores da região a produção de artesanato com cipós da região. Outro é o Roupas de Sinhá, um projeto que beneficia cerca de 30 pessoas, entre costureiras ebordadeiras, no qual se confeccionam panos da costa e indumentárias para os Minkisis e para os filhos-de-santo da casa.

Há ainda serviços prestados para inclusão social e educação voltada para a manutenção, como ensino da língua quibundo para serviços religiosos pelo Centro de Estudo e Pesquisa da Tradição da Origem Bantu, instalado no terreiro.

Descrição

O Manso Kilembekweta Lembafuraman, assim como as casas de culto pertencentes ao Candomblé, realizam um ‘culto à natureza‘, onde elementos naturais como árvorespedras e lagos se transformam em epifanias divinas, e reporta-se aos Inkisis; acentua a relação intensa entre o homem e a natureza e sacraliza o espaço físico cotidiano, dando-Ihe novos significados e modificando a percepção dos seus praticantes. A casa corresponde a um modelo ideal de configuração espacial de terreiros, permitido pela qualidade ambiental da área onde se encontra instalado aliado a sua dimensão, portando ecossistema aquático e terrestre no seu interior. Os assentamentos encontram-se distribuídos de acordo com uma lógica inerente a prática religiosa da nação angola, onde encontramos em seqüência.

Os assentamentos de Nzila ao lado dos Caboclos; seguidos por Nkossi MukumbiKatendêAngorô e Kavungo; próximo a lagoa onde é cultuado Luenji pelo reflexo do assentamento na água; a direita ficam os sacrários de TempoLuango e Matalumbô.

A construção principal, onde se encontra O Barracão possuí os santuários de BamburucemaKukuetoKisimbeLemba e Zazi, além do sacrário principal, de Lemba Furaman. Protegidos visualmente por uma cerca de nativos, fica a área do Umbakisi, espaço reservado a ritos iniciáticos específicos. A seguir encontra-se a casa de Ankita, de Vumbe, do Inkisi Nkondi, e Mbanza de Nzilas.

A área possui uma relação bastante equilibrada entre urbanização e preservação de ambientes naturais, condição fundamental para a manutenção do culto, onde se busca a manutenção de toda a flora necessária nos seus rituais.

Assim, o sítio que representa o Manso Kilembekweta Lembafurama corresponde a um modelo de estabelecimento característico da religião afro-brasileira, onde os elementos da natureza são considerados sagrados, tornando-se, portanto, parte inseparável do conjunto construído correspondente à estrutura definitiva da configuração espacial dos terreiros. Nestes modelos de estabelecimento, por razões de culto, sempre se busca manter (idealmente) no seu âmbito um trecho de “mato” e quando possível um manancial conservado e outros elementos naturais, determinados por sua cosmovisão.

CANDOMBLÉ DE ANGOLA

O tráfico de escravizados africanos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores, sacerdotes, guerreiros, príncipes e princesas, mães e pais de famílias se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais, sociais, familiares e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do “aspergir” da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda de mercadoria e ainda na permissividade e omissão diante dos desmandos e das ações dos senhores (algozes) cristãos no novo mundo.Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana.Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão.A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais.Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia.Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé. 

O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.

Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).

Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos.

Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé.

Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês…), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.

Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.

A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):

aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).

Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas).

Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações.

A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé.

A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé.

A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros.

Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro-brasileiras sofreram a partir da década de 80.

Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.

E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).

Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu

Devemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano.

Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945.

De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam’etu Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.

Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país e em vários país estrangeiros.

Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que fundou a primeira casa de Candomblé de Angola – Muxicongo.

Embora, cada família se identifique como Angola-Congo, Angola Muxicongo, etc., existem tradições diferenciadas. Algumas cultuam um nkisi/mukixi que não é cultuado por outras. Algumas tem festas que não são realizadas por outras, mas a essência é a mesma: Nzambi Mpungu ou Suka Kalunga (um dos seus muitos nomes), que mora na Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de Deus)/Duilo (céu), é o Deus Supremo e criador de todas as coisas. Quando do seu movimento de expansão e de criação, gerou o universo e consequentemente o planeta terra, que foi gerado pela energia e criação dos Nkisis/Mukixis que se manifestam nas diferentes partes da natureza e também regem a natureza humana. Através do culto aos Nkisi/Mukisi, já que Nzambi, está acima de qualquer forma existencial e de qualquer representação e culto, pois é completo em si mesmo, o ser humano consegue o equilíbrio e ascende espiritualmente como iniciado, até que chegue o momento de ir morar nas Aldeias dos Antepassados, onde se mantém vivo. Onde os campos são verdes e os rebanhos fartos. Onde são felizes e mantém o intercâmbio com os mundo dos humanos, que é sua continuidade. Os antepassados, também, são respeitados e invocados como intercessores e intermediários entre os seres humanos e Nzambi. A eles são devidos todo o respeito e todo ação de culto dentro de uma nzo (casa), que deve sempre iniciar com a invocação e homenagens aos antepassados.

  1.  Rubens SaraceniCódigo de Umbanda. [S.l.]: Madras, 2008. 21 p. ISBN 978-85-370-0338-1
  2.  Ismael Pordeus, artigo Terceiro Centenário – Religião, publicano no jornal cearense O Povo em 2008-11-16, reproduzido no site daFaculdade de Teologia Umbandista [em linha]
  3.  A. B. EllisYoruba-Speaking Peoples of the Slave Coast of West Africa (1894), Chapter II, Chief Gods [em linha]
  4.  Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, Rubens Saraceni

CARNEIRO, Edison. Candomblés da Bahia. São Paulo: Editora Tecnoprint, 1982.

MARTINS, João Vicente. Os bakongos ou tukongos do nordeste de angola.Lisboa:Imprensa Nacional-casa da moeda, 2008.

MARTINS, Joaquim. cabindas – história – crenças – usos e costumes. Disponível em http://www.cabinda.net.

PRANDI, Reginaldo. Os Candomblés de São Paulo. São Paulo: EDUSP, 1991

TURNER, Victor. Floresta de Símbolos – aspectos do ritual Ndembu.Tradução de Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto. Editora da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
[1] Catiço é nome que se dá aos espíritos conhecidos como Exu e Pomba-Gira, ou aos boiadeiros, marinheiros e índios.
[2] Sakulupemba também chamado de sacudimento ou por influência da milonga de ebó
[3] Giz branco usado no lugar da argila branca, essa sim usual em África.
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil, 2 vols. São Paulo: Pioneira/EdUSP, 1974).
PARÉS, Luís Nicolau. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
SERRA, Ordep. Águas do rei. Petrópolis: Vozes/Rio: Koinonia, 1995.
SILVEIRA, Renato da. O candomblé da Barroquinha: processo de constituição do primeiro terreiro baiano de keto. Salvador: Edições Maianga, 2006.

Candomblé Xambá

Heranças africanas da invenção da liberdade
Nos terreiros do Recife, a nação Xambá reconstitui sua africanidade no século XXI relembrando a identidade de seus antepassados



Parte das denominações associadas às identidades, às nações e às etnias africanas inventadas ao longo da escravização como forma de resistência ao cativeiro, ao se aproximar a Abolição em 1888, perdeu o sentido, ficando o termo genérico “africano” como sinônimo da configuração étnica. Neste debate, os terreiros de cultos aos orixás são merecedores de atenção particular. Esses espaços de prática religiosa passaram a ser também campo dessas re-significações identitárias. As nações nagô, jeje, congo, angola, mina, xambá, que comumente são rememoradas nos terreiros, poderiam ser entendidas dentro da lógica de experiência do tráfico e escravização atlântica, reinventadas por africanos e crioulos para reestruturar suas “raízes” étnicas, culturais e religiosas esgarçadas na diáspora.
No Recife, em bairros como São José, antigo refúgio de africanos e crioulos em busca da liberdade, as nações, vocabulários e rituais litúrgicos foram reconfigurados nos Terreiros de Xangô, como são denominadas as religiões afro-descendentes em Pernambuco, simbolizando resistência social e cultural. No início do século XX, na medida em que políticas de urbanização e industrialização se materializavam nas ações de perseguição e repressão à cultura negra, os terreiros foram deslocados do centro para os arrabaldes da cidade. O povo-de-santo passava a reconfigurar a cidade, recriando ruas, vielas, becos, redesenhando espaços não pensados por urbanistas e instâncias oficiais. Bairros como Beberibe, Água Fria, Casa Amarela foram se estruturando por ações individuais e coletivas dos afro-religiosos.
No início dos anos 1920, o alagoano Artur Rosendo Pereira (Pai Rosendo), que dizia ter habitado por quatro anos a Costa Ocidental da África, chegou ao Recife escapando da repressão e perseguição policial em Maceió, estabelecendo-se com sua família no bairro de Água Fria. Conhecido como precursor do culto xambá em Pernambuco, Pai Rosendo iniciou várias pessoas em sua prática religiosa, que depois abriram seus próprios terreiros, como Maria das Dores da Silva (Maria Oyá) e Severina Paraíso da Silva (Mãe Biu). Entretanto, ao falecer o Babalorixá em 1949, seus inúmeros filhos-de-santo migraram para outros cultos. O Terreiro Santa Bárbara, nação Xambá, comandado por Mãe Biu, passou a ser o principal espaço de continuidade dos seus ensinamentos. No início dos anos 1950, o Recife assistia à consolidação da ocupação urbana das áreas de seus morros, que se transformavam em espaços de poder do povo-de-santo. Mãe Biu, na busca de um terreno próprio, deslocou-se da localidade de Santa Clara, no bairro de Dois Unidos, para as proximidades da antiga Estrada do Matumbo, onde se localiza o Portão do Gelo, no bairro de Beberibe, área até então desabitada. Sua ação inaugurou as estratégias cotidianas de garantia de espaços (físicos, sociais, políticos, culturais) para sua comunidade, bem como do surgimento de um bairro negro no Recife.

À esquerda, foto de Eugênia Ana dos Santos a Mãe Aninha (1869 – 1938), importante figura do Candomblé. À direita, terreiro de Xangô

À medida que as políticas de urbanização e industrialização se materializavam nas ações de perseguição à cultura negra, os terreiros foram deslocados para os arrabaldes da cidade

Mãe Biu, com seus familiares, filhos-de-santo e amigos, comprou lotes de terrenos, construiu casas, quartos em torno do terreiro. Nessa empreitada liderada pela Yalorixá, destacaram-se: José Martins da Silva, operário (esposo); madrinha Tila, costureira (irmã); tio Luís, sapateiro (irmão); tio Sandoval, motorista (cunhado); pai Tonho (cunhado); tia Luíza, enfermeira (irmã), que fundou a primeira Associação de Moradores do bairro; tia Laura, costureira e irmã de padrinho Pedro, alfaiate; seu Cavaquinho, pedreiro, que, junto com padrinho Pedro, se encarregou da construção do terreiro; dona Belmira de Ogum, filhade- santo, que articulou um emprego de estivador para Adeíldo Paraíso (filho legítimo de Mãe Biu), trabalho que lhe garantiu atuar por 20 anos como presidente do Sindicato dos Estivadores de Pernambuco. Em razão dessas ações, o local conhecido como Portão do Gelo ficou popularizado como Xangô de Mãe Biu. Após a morte da Yalorixá, a rua onde foi sediado o terreiro e construídas as primeiras casas de seus parentes e filhos-de-santo passou a se chamar Severina Paraíso da Silva, em homenagem àquela que procurou preservar o culto xambá e garantir espaços de moradia e trabalho aos membros de seu terreiro.
Tchambá, Chambá, ou simplesmente Xambá, seria um grupo étnico africano, habitante dos montes Adamawa, próximos ao rio Benué – rio de Iansã, orixá patrono do Terreiro Santa Bárbara. Na Nigéria, Senegal e Camarões, algumas famílias, cujos membros lutaram nas guerras de independência de suas nações, carregam o tchambá como sobrenome. Seria um povo que habitou o norte da África, onde estavam localizados os haussás, baribas, tapas, situados na Bacia do Benin. A verdade é que, sobre essa elaboração étnica, pouco sabemos. Para os membros do Terreiro Santa Bárbara, são eles descendentes étnico-religiosos do ocidente africano, para onde Pai Rosendo viajou nos primeiros anos pós-1888, trazendo os axés do Xambá da Costa da África. Essa memória institucionaliza a identidade dos herdeiros de Mãe Biu, que sob a auto-adscrição de nação Xambá, afirmam sua africanidade.

VALÉRIA GOMES COSTA concluiu o seu mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é aluna do Doutorado em História na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

FOTOS: WIKIPEDIA
Foto da década de 1940, acima, mostra terreiro de Candomblé de Angola, na Bahia. Abaixo decoração recente de um terreiro

Mãe Biu, com seus familiares, filhos-de-santo e amigos, comprou lotes de terrenos, construiu casas, quartos em torno do terreiro. Nessa empreitada liderada pela Yalorixá, destacaram-se: José Martins da Silva, operário (esposo); madrinha Tila, costureira (irmã); tio Luís, sapateiro (irmão); tio Sandoval, motorista (cunhado); pai Tonho (cunhado); tia Luíza, enfermeira (irmã), que fundou a primeira Associação de Moradores do bairro; tia Laura, costureira e irmã de padrinho Pedro, alfaiate; seu Cavaquinho, pedreiro, que, junto com padrinho Pedro, se encarregou da construção do terreiro; dona Belmira de Ogum, filhade- santo, que articulou um emprego de estivador para Adeíldo Paraíso (filho legítimo de Mãe Biu), trabalho que lhe garantiu atuar por 20 anos como presidente do Sindicato dos Estivadores de Pernambuco. Em razão dessas ações, o local conhecido como Portão do Gelo ficou popularizado como Xangô de Mãe Biu. Após a morte da Yalorixá, a rua onde foi sediado o terreiro e construídas as primeiras casas de seus parentes e filhos-de-santo passou a se chamar Severina Paraíso da Silva, em homenagem àquela que procurou preservar o culto xambá e garantir espaços de moradia e trabalho aos membros de seu terreiro.
Tchambá, Chambá, ou simplesmente Xambá, seria um grupo étnico africano, habitante dos montes Adamawa, próximos ao rio Benué – rio de Iansã, orixá patrono do Terreiro Santa Bárbara. Na Nigéria, Senegal e Camarões, algumas famílias, cujos membros lutaram nas guerras de independência de suas nações, carregam o tchambá como sobrenome. Seria um povo que habitou o norte da África, onde estavam localizados os haussás, baribas, tapas, situados na Bacia do Benin. A verdade é que, sobre essa elaboração étnica, pouco sabemos. Para os membros do Terreiro Santa Bárbara, são eles descendentes étnico-religiosos do ocidente africano, para onde Pai Rosendo viajou nos primeiros anos pós-1888, trazendo os axés do Xambá da Costa da África. Essa memória institucionaliza a identidade dos herdeiros de Mãe Biu, que sob a auto-adscrição de nação Xambá, afirmam sua africanidade.

VALÉRIA GOMES COSTA concluiu o seu mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é aluna do Doutorado em História na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

PERCEPÇÃO DOS QUILOMBOLAS NAÇÃO

Memorial Severina do Paraíso – Casa de Xambá

O Memorial é composto por fotografias, textos, objetos, documentos e indumentárias que resgatam e divulgam a história do Terreiro de Santa Bárbara. Objetos pessoais, instrumentos musicais e outras peças utilizadas no terreiro, retratam fatos notáveis e personagens marcantes da história da Nação Xambá.

XAMBÁ ACERCA DA EDUCAÇÃO EM
ESCOLAS CIRCUNVIZINHAS.
Elizabeth Rodrigues Alexandre
1
, Marcos Francisco de Araújo Silva
1
, Mirella Gabriela Lira de Arruda
1
,
Marcos Antonio Bezerra Figueiredo
2
________________
1.Graduanda em Licenciatura em Ciências Agrícolas do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-030. E-mail: beth.agrofito@hotmail.com.
1.Graduando em Licenciatura em Ciências Agrícolas do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-030.
1.Graduanda em Licenciatura em Ciências Agrícolas do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-030.
2.Professor Assistente do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife, PE, CEP 52.171-030.
Introdução
A abordagem das manifestações culturais
quilombolas em escolas circunvizinhas ao Quilombo
Urbano Portão do Gelo Nação Xambá em Pernambuco
é objeto para o desenvolvimento deste artigo. A partir
do trabalho realizado pelos alunos do curso de Ciências
Agrícolas da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, pôde-se pensar se as escolas trabalham
aspectos da realidade local e se a comunidade percebe
as metodologias aplicadas por estas escolas na
educação de seus integrantes.
O Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003,
assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
conceitua quilombos urbanos. Neste documento,
entende-se que a resistência cultural concentrada em
um determinado espaço, mesmo que a sua população
tenha tido mobilidade ao longo do tempo, é uma
característica quilombola. [1]
A organização de habitação religiosa e políticosocial Portão do Gelo – Nação Xambá, é uma
comunidade quilombola localizado no bairro de
Beberibe Olinda – Pernambuco, fundada em 1950 e
obteve a certidão de autoreconhecimento na
comunidade como o primeiro Quilombo Urbano de
Pernambuco em 27 de setembro de 2006 pela
Fundação Cultural Palmares/MinC em conjunto com o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan/MinC). Neste espaço trinta famílias integralizam
a comunidade, onde a tradição oral é o principal meio
de transmissão da ancestralidade, das tradições e
práticas culturais próprias.
De um modo geral, sabe-se que por princípio, as
escolas ocidentais colonizadas como no caso do Brasil
nunca se preocuparam com abordagem das questões
sobre a diversidade cultural, as identidades dos grupos,
etc, nas comunidades escolares de forma que ainda não
sabem como lidar com o cotidiano e com as diferenças
que surgem em cada região em que as escolas são
instaladas por um contexto conflituoso que vai do
simples preconceito religioso às políticas educacionais
cristalizadas.
Mesmo vivendo seguidas reformas educacionais
reafirmando o carater laico da educação nacional, as
escolas brasileiras sempre tiveram, na prática, o
cristianismo como aliado no processo de educação.
De acordo com Saane Souza [2], as escolas
posicionam-se claramente contra conteúdos escolares
que possam veicular valores e práticas culturais que
possam colocar em risco a hegemonia cristã. Assim
diante desta realidade, o presente trabalho fundamentase na caracterização e identificação das manifestações
culturais no contexto da pedagogia adotada pelas
escolas circunvizinhas do grupo etnico comunidade
quilombola Nação Xambá.
Material e Métodos
O presente trabalho constituiu-se de um estudo de
caso com roteiro aberto onde pretendeu-se observar
dois aspectos da percepção da educação realizada pelas
escolas ( Escola Municipal Dom Azeredo Coutinho e
Escola Estadual Padre Francisco Carneiro) próximas a
comunidade, sob o ponto de vista dos alunos e líderes
da comunidade. No dia 19 de junho de 2009, na
comunidade Portão do Gelo – Nação Xambá Olinda –
PE, foi entrevistado um dos líderes sociais da
comunidade e um aluno recém concluinte do ensino
médio de umas das escolas.
Resultados e Discussão
Disciplinas
As escolas em suas disciplinas não abordam as
manifestações culturais (mitos, personalidades, danças,
comidas típicas, identidade social e etno-racial) em
suas práticas pedagógicas, apesar de já se observar um
diálogo entre a comunidade e a escola.

Oliveira [3] em trabalho realizado no quilombo, na
comunidade de Mangal Barro Vermelho, observou que
os conteúdos escolares que, tradicionalmente, compõe
o currículo proposto pela rede oficial é questionado e
transgredido, mesmo com os limites decorrentes da
formação do professor e da política educacional do
município.
Práticas pedagógicas
Em suas práticas pedagógicas os professores das
escolas não incluem os diferentes processos históricos
da formação da sociedade, não levando em cosideração
as questões da cultura local, religião, valores,
abordando apenas estes aspectos baseados em padrões
eurocêntricos.
De forma semelhante, Moraes [4], em um estudo
realizado com comunidades étnicas do Espírito Santo,
afirma que apesar da escola local abrigar grande
quantidade de alunos oriundos dos quilombos da
região, o planejamento escolar ignora a existência da
diversidade cultural. Criando desta maneira um conflito
na formação de suas gerações no contexto urbano.
Valorização da cultura
As escolas de maneira geral estão mais abertas as
questões culturais quilombolas, tendo em vista que
começaram a trazer para o ambiente pedagógico uma
conciliação da cultura local com a cultura tradicional
através da tradição oral, danças e ritos. Embora este
resultado demonstre disposição a aceitar a presença de
manifestações culturais no ambiente escolar, ainda é
muito pouco expressivo.
Segundo Moraes [4] o cotidiano escolar ainda não
revela tal conteúdo como uma prática estruturante e
constituinte da educação escolar. Moraes [4] ainda
afirma que existem duas visões historicamente
diferentes entre o que se deve ensinar no ambiente. De
um lado, a suposta cultura clássica, homogênea e
hegemônica veiculada pelas grandes organizações de
eventos e pela mídia em geral e de outro lado, a
especificidade regional, étnica e popular das
comunidades, presentes nas manifestações de cultura
popular.
Tradição oral
A difusão das tradições culturais na educação dos
jovens quilombolas nas escolas supracitadas vem sendo
mediada através da tradição oral, visto que a aceitação
da cultura local ainda é vista por uma concepção
preconceituosa, que colocam em risco suas identidades
culturais e suas relações sociais por meio de um
processo de educação institucional que ignora,
despreza, discrimina e combate seus conhecimentos
seus modos de vida.
Percebendo que a tradição oral é um instrumento de
suma importancia na transmissão do modo de vida
quilombola tendo em vista a fase inicial em que se
encontram o processo de difusão quebrando o
paradigma de que o quilombola tem apenas a cultura da
dança e roupas pomposas
1
.
Oliveira [5] possui uma visão diferente, afirma que o
processo de escrita como a inserção de uma nova
tradição, em práticas culturais de comunidade
quilombola associada ao reconhecimento de sua
remanescência está para além da fixação da história
que, naturalmente, a escrita promove, sobretudo em
atividades que só se realizavam oralmente.
Conclusão
Concluímos que apesar do esforço do diálogo entre
comunidade e escola os métodos de ensino ainda não
são os ideais para a formação dos indivíduos
quilombolas. Haja vista que o cotidiano escolar não
aborda as questões quilombolas como uma prática
estruturante e constituinte da educação escolar.
Referências
[1] AURELIANO, R. S. 2006. Quilombos Urbanos: Identidade
Territorial e Desenvolvimento Social no bairro da Mata Escura
Salvador-BA. X Seminário Estudantil de produção Acadêmica.
Universidade Salvador, Salvador. SEPA. Seminário Estudantil
de Produção Acadêmica, Vol, 10, Nº 1.
[2] SOUZA, S. 2006. Representação Social de lideranças
religiosas acerca da Educação Física. Vitória: Cefd.
[3] OLIVEIRA, S. N. S. 2006. Da Escola no Quilombo à Escola do
Quilombo: A luta da Comunidade de Mangal/Barro Vermelho
pelo controle político pedagógico da escola; VI Congresso
Luso-Brasileiro de História da Educação: Percurso e desafios
da pesquisa e do ensino de Histéoria da Educação, 1/1, 1,
ISBN:
[4] MORAES, A. C.; CUNHA, S. N. F.; MARQUES, F. B.;
SANTOS, T. M. 2007. Os quilombos urbanos versus educação
formal: a sobrevivência das práticas corporais. In: XV
Congresso Brasileiro e II Congresso Internacional de Ciências
do Esporte, 2007, Recife. Anais XV Congresso Brasileiro e II
Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Recife :
CBCE, v. 15. p. 97-113.
[5] OLIVEIRA, E. S. 2006. Da tradição oral a escritura: A historia

Anais
V Simpósio Internacional do Centro de Estudos do Caribe no Brasil
Salvador – Bahia, 30 de setembro a 03 de outubro de 2008.
ÁUREA DAS AFRICANIDADES: 
IDENTIDADES ÉTNICO-RELIGIOSAS NOS TERREIROS DE XANGÔS EM 
PERNAMBUCO E ALAGOAS PÓS ABOLIÇÃO

*
Resumo:
Ao se aproximar os anos precedentes à Abolição, identidades africanas específicas – cassage,
baca, xambá – e/ou gerais – nagô, mina, jeje, angola – foram tomando novos significados. Nos
espaços religiosos como os terreiros de culto aos orixás, essas ressignificações identitárias
passaram a ser compreendidas também dentro da lógica de experiência do tráfico e escravização
atlântica que os ex-escravizados e seus descendentes foram reinventando para reestruturar suas
„raízes‟ étnicas, culturais e religiosas esgarçadas no movimento transatlântico. Esta comunicação
traz questões gerais de meu projeto de doutorado, no qual pretendo discutir como essas
(re)elaborações identitárias foram sendo reconfiguradas pelos africanos e crioulos, no período
pós-1888, nos terreiros de xangôs em Pernambuco e Alagoas, tendo naqueles que se identificam
como nagô, e em especial xambá, o ponto de partida para as análises.
Palavras-chave: Religiões afrodescendentes. Pós-Abolição. Identidades africanas.
Abstract:
When approaching the years preceding the Abolition, African specific identities – cassage, bacca,
xambá – and / or general – nagô, mine, jeje, angola – were taking new meanings. In religious

*
Doutoranda em História Social na UFBA, Mestra em História pela UFPE e Licenciada em História pela UFPE. E

Anais
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spaces such as terreiros of worship to orixas, these remaining identity began to be understood
even within the logic of experience of trafficking and enslavement Atlantic that the former
enslaved and their descendants were reinventing to restructure its’ roots’ ethnic , cultural and
religious semi-destroyed in transatlantic movement. It brings broad issues of my project,
doctorate, in which I intend to discuss how these (re) elaborations identities were re-configured
by African and Creole, in the post-1888, the terreiros of xangôs in Pernambuco and Alagoas,
and those who identify as nagô, and in particuler xambá, the starting point for analysis.
Key-words: Afro-descendants Religions, Post-Abolition, African Identities.
O presente artigo é mais uma apresentação de minha proposta de tese do que resultados
de pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto. Pretendo investigar como foram se
configurando as elaborações de identidades étnico-religiosas africanizadas, no período pósabolição da escravidão e primeira fase da República (1888 a 1937), pelos adeptos das religiões
afro-brasileiras, sobretudo africanos e crioulos, em meio às suas estratégias de organização dos
espaços urbanos em Pernambuco e Alagoas. Tomei como referência os terreiros de culto aos
orixás em Recife e Maceió, particularmente os que se identificam como de culto Xambá.
1
Desta
forma, antes de partir para o debate em torno de minhas hipóteses acerca das táticas e estratégias

1
Modelo ritualístico de culto aos orixás que, no Recife e em Maceió, ficou conhecido pelas suas particularidades:
cantos litúrgicos em iorubá „aportuguesado‟; roupas rituais da cerimônia de feitura-de-santo (yaô) semelhantes às
indumentárias dos autos alagoanos. No Terreiro Santa Bárbara – Nação Xambá, localizado no bairro de Beberibe
(Olinda/PE), Região Metropolitana do Recife, há uma cerimônia anual chamada de “Louvação de Oyá”, que ocorre
no dia 13 de dezembro, ao meio-dia, como memória de preparação das sacerdotisas filhas de Iansã/Oyá feita pelo
precursor do culto, Artur Rosendo Pereira. Os membros do Terreiro Santa Bárbara são conhecidos em Olinda e
Recife como “comedores de ebó”, por se alimentarem dos “axés” dos animais (partes vitais) oferecidos aos orixás,
enquanto a carne é compartilhada entre os demais membros presentes nas obrigações. (COSTA, 2006).

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de apropriação e organização de espaços urbanos por africanos e crioulos, tendo a religião como
eixo aglutinador de pessoas e idéias, farei breves esclarecimentos sobre as narrativas de
configuração étnica Xambá no território em estudo.
A nova historiografia da escravidão apontou as estratégias de configuração de identidades
que os escravizados elaboravam também como mecanismo de resistência ao cativeiro, ficando
algumas nações e/ou etnias africanas, comumente rememoradas nos terreiros de culto aos orixás,
como nagô, mina, jeje, angola, tidas como “guarda-chuvas étnicos” (REIS apud SOARES;
GOMES; FARIAS, 2005); enquanto outras, como bacca, savalu, xambá, puderam ser pensadas
como identificações mais específicas, preservadas pelos africanos ou (re)elaboradas dentro das
malhas de negociação da escravização, ou seja, frutos do processo de crioulização (PRICE, 2003;
PARÉS, 2005).
A nação Xambá aparece ainda como uma incógnita em minhas pesquisas. Afora as
narrativas dos membros do Terreiro Santa Bárbara – Nação Xambá, arrogando-se como
descendentes étnico-religiosos do povo Xambá (Tchamba, Chambá, Shamba), possivelmente
habitantes dos montes Adamawa, nas proximidades do rio Benué, no Ocidente africano, não há
referências documentais sobre a vinda de africanos desta procedência para Pernambuco e
Alagoas no período da escravidão.
2
Trabalhos recentes indicam a chegada de africanos xambás
no Brasil, no século XVIII, em regiões do Recôncavo Baiano no ano de 1778 (PARÉS, 2006, p.
67) e em Minas Gerais a partir de 1795 (REZENDE, 2006). Para Mariza de Carvalho Soares, os

2
Estou fazendo levantamento documental nos Arquivos Públicos de Pernambuco, Alagoas e Bahia, privilegiando
inventários, cartas de alforrias, ações de liberdade, processos-crimes, batismos, casamentos, óbitos, livros de
registros de passaportes pós-1850, que me dão pistas sobre os grupos de procedência africana que possivelmente
entraram em Pernambuco após 1850, uma vez que, anteriormente à proibição do tráfico, não há registros de
africanos da etnia Xambá em Pernambuco e Alagoas.

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chambás não podem ser definidos como grupo étnico “guarda-chuva”, uma vez que poucos
africanos desta procedência vieram na condição de escravizados para o Brasil, sobretudo no Rio
de Janeiro, onde aparece um número pouco significativo em termos demográficos (SOARES,
2007, p. 17). Robin Law ainda localiza os chambás na vizinhança com os haussás, ashantis,
baribas, borgus, tapas, no espaço geográfico da Baía do Benin (LAW, 2005, p. 109-131).
Por outro lado, os trabalhos de Olga Cacciatore, Waldemar Valente e René Ribeiro
encontraram, nos territórios pernambucano e alagoano, indícios desta procedência étnica como
identidade religiosa de alguns terreiros de xangôs
3
, no início do século XX. Enquanto Cacciatore
(1988) e Valente (1976) davam como extintas as práticas religiosas de nação Xambá, devido à
supremacia do culto Nagô no Recife na década de 1940, René Ribeiro apontava como baluarte
de preservação do rito xambá o alagoano Artur Rosendo Pereira. Segundo Ribeiro, Pai Rosendo
teria viajado para a Costa da África, mais precisamente para o Daomé, onde possivelmente teria,
por quatro anos, convivido com o povo somba, aprendendo a língua local e familiarizando-se
com as práticas que convencionou chamar de xambás em Dakar (O Cruzeiro, 1949)
O babalorixá alagoano, crioulo, nasceu no bairro do Jaraguá, em Maceió. Chegou ao
Recife no início dos anos 1920, na tentativa de burlar a repressão e perseguição policiais que as
religiões afrodescendentes estavam sofrendo em Alagoas. No Recife, passou a habitar o bairro de
Água Fria e depois o bairro da Mangueira, onde faleceu por volta do início dos anos 1950.
Nestas áreas suburbanas, Pai Rosendo aglutinou inúmeros filhos(as)-de-santo, cujas ações
políticas sinalizaram suas autoridades em seus respectivos bairros. Um exemplo é Lídia Alves, a

3
Em alguns estados do Nordeste, sobretudo Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, os cultos de
orixás ficaram conhecidos como xangôs. Palavra que, além de designar o nome do Orixá do trovão e da justiça,
indica também os espaços de prática da religião e o próprio ritual (obrigações e toques festivos)

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mãe Lídia de Oxalá, no bairro de Campo Grande, que liderou abaixo-assinado dirigido à Câmara
de Deputados do Estado de Pernambuco, nos anos 1950, para que os cultos afro-brasileiros
tivessem os mesmos direitos que as demais religiões, argumentando que a legislação do país já
assegurava liberdade de culto.
4
Outro exemplo é Severina Paraíso da Silva, a “Mãe Biu do
Portão do Gelo”, que no início da década de 1950 liderou o empreendimento de organização de
sua comunidade religiosa na localidade do Portão do Gelo, em Beberibe, inaugurando o
surgimento de um bairro negro (COSTA, 2006). Mesmo popularizando o culto xambá em
Recife,
5
Pai Rosendo era muitas vezes questionado sobre sua real estada na África pelos demais
sacerdotes na Cidade, uma vez que quando trocava palavras em iorubá com eles se mostrava
contraditório.
Além de Pai Rosendo, outros babalorixás mencionaram suas possíveis viagens ao
Continente Africano como forma de legitimação religiosa de seus terreiros, como no clássico
caso de Felipe Sabino da Costa, o famoso Pai Adão, que se constituiu como referência da
tradição religiosa Nagô em Recife, sobre o qual irei falar an passant, mais adiante. Outras
pessoas vinculadas às práticas religiosas africanizadas buscavam ainda constituir sua
africanidade afirmando-se etnicamente, como Fortunata Maria da Conceição (Baiana do Pina),

4
SEITA africana. Recife, 1967. Fundo SSP, n. 7856, Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE). Lídia
Alves nasceu em 1893, estando com 60 anos quando liderou essa ação.
5
Aportuguesando os orôs (toadas de fundamento), colocando em seus rituais elementos dos autos do folclore
alagoano. Cf. O Cruzeiro, 1949; Resultados da experiência com Rorschach com Dúdu em 9-4-54, Manuscritos de
René Ribeiro, 1954. Agradeço a Daniel Stone, do King‟s College – Londres, pelo repasse dos cadernos particulares
de René Ribeiro sob a guarda de Celina Ribeiro. Cf. também Fernandes (1937) e Ribeiro (1978)

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que se apresentava como natural da Costa;
6
Apolinário Gomes da Mota, que dizia ser sua casa o
primeiro terreiro de tradição Congo no Recife;
7
Mestre Félix, conhecido como “Negro Mina”,
em Maceió, procedente da Costa da Mina.
8
Pierre Verger e Gilberto Freyre foram os que primeiro falaram dessas narrativas de
africanos(as) e crioulos(as) libertos(as) que estabeleceram fluxos entre o Brasil e a África. Mais
recentemente, Luis N. Parés e Lisa E. Castilho (2007) constataram que essas narrativas de
trânsitos Brasil-África tiveram vários significados. Porém, a agência religiosa, por meio do
comércio de objetos rituais e aperfeiçoamento da liturgia, aparece com importância destacada.
Tudo isto, porém, refere-se às experiências na Bahia com os nagôs, jejes, minas, ficando espaços
como Alagoas e Pernambuco pouco ou quase nunca mencionados. Uma exceção é o exemplo de
Pai Adão, que teria nascido no Engenho da Torre (Recife-PE), em 1877, filho do africano Sabino
Costa. Ele assumiu a direção do Terreiro Obá Ogunté, conhecido como Sítio do Pai Adão, após a
morte de Inês Joaquina da Costa, negra de ganho que conquistara sua alforria por volta de 1875.
9
Segundo a versão dos funcionários do Serviço de Assistência a Psicopatas de Pernambuco, teria
Pai Adão seguido em um cargueiro para Lisboa, onde embarcou para Lagos, passando quatro

6
A Baiana do Pina declarou em entrevista a Pedro Cavalcanti, em 1932, ser oriunda da Costa da África, estando já
há muitos anos no Brasil. Antes de fixar residência no Recife, teria habitado também no Rio de Janeiro, Bahia e
Alagoas. (Arquivos da Assistência a Psicopatas de Pernambuco, Recife, 1935, p. 88).
7
O Terreiro de Apolinário foi estudado por Waldemar Valente nos anos 1950, por ser o Babalorixá tido como uma
das lideranças de referência de tradição afro-religiosa e social na comunidade. Cf. Valente (1976); Diário de
Pernambuco, 19 fev. 1954 e 06 out. 1956.
8
O Terreiro do Mestre Félix pode ser considerado um dos mais antigos de Maceió, pois já funcionava no início do
século XX, em 1906, afirmando-se como muito antigo. Formou muitos filhos-de-santo no bairro do Jaraguá, em
especial a famosa Tia Marcelina.
9
ARQUIVOS da Assistência a Psicopatas de Pernambuco, 1935; Diário de Pernambuco, 28 mar. 1936; RIBEIRO,
René. Resultados da experiência com Rorschach com Dúdu em 9-4-54. Manuscritos, 1954, p. 5.

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anos na companhia de seus parentes africanos.
10
Uma segunda versão sustenta que o Babalorixá
fora auxiliado por outros sacerdotes que eram africanos libertos e estavam ainda no Recife na
primeira década do século XX, como Tio Cassiano, Tio Claudiano, Tia Rita e o babalaô Pedro
Salustiano da Costa.
11
Com estas pessoas Pai Adão tivera viajado para a África, tendo a Cidade
de Salvador como caminho facilitador da viagem. Há também indícios de que posteriormente o
Babalorixá teria vivido em Salvador e Maceió, indo e vindo constantemente entre essas duas
cidades, em decorrência de seus empreendimentos religiosos.
12
A partir dessas narrativas sobre africanidades e trajetórias de experiências de africanos e
crioulos no fluxo e refluxo Brasil-África – ora para afirmar a legitimidade de seus terreiros, ora
para o aperfeiçoamento de suas práticas afro-religiosas, ou ainda para a educação filial segundo a
tradição da ancestralidade (PARÉS; CASTILHO, 2007) –, venho trabalhando a hipótese de que,
paralelamente a todo esse processo de construção de identidades africanas dos adeptos de culto
aos orixás, também ia se configurando a organização dos espaços urbanos por onde essas pessoas
passavam. Entre as diferentes localidades regionais e/ou locais que iam ocupando, engendravam
ações para garantir habitação, trabalho e lazer aos que lhes seguiam, concorrendo para o
surgimento de bairros negros, lugares de autoridade dessas lideranças religiosas.
Em Alagoas, alguns bairros de Maceió, como Jaraguá, Levada, Pajuçara, Bebedouro,
Trapiche da Barra, Farol, Ponta Grossa, Supapo, entre outros, mostram aspectos de ocupação e
estruturação urbana, social e religiosa afrodescendentes. Lideranças de Xangôs, como Mestre
Félix, Tia Marcelina, Manuel Geleilú, Manuel Coutinho, Chico Foguinho, João Catarina, José

10
ARQUIVOS da Assistência a Psicopatas de Pernambuco, 1935, p. 104.
11
Resultados da experiência de Rorschach com Dúdu em 9-4-54, op. cit.

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Bambirrá – do Cafundó, no Jaraguá, pai-de-santo de Artur Rosendo Pereira
13
– tornaram-se
nomes ligados à história de organização desses bairros.
14
Alguns, como Tia Marcelina, estavam
vinculados a questões políticas
15
, outros, como Artur Rosendo, recriavam tradições à medida que
ocupavam os espaços urbanos.
Em Pernambuco, bairros recifenses como Casa Amarela, Beberibe (trabalhados em
minha dissertação de Mestrado), Água Fria, Mangueira, Tejipió, Barro ficaram conhecidos como
“pedaço do povo-de-santo”, nas primeiras décadas do século XX. Antes deles, os bairros de São
José e Afogados, ao se aproximar os anos precedentes à Abolição, foram se constituindo a partir
das ações de africanos(as) e crioulos(as) libertos(as). Em São José, que se tornou lugar de
reconstrução dos “laços culturais e religiosos esgarçados pelo desenraizamento violento que foi o
tráfico atlântico de escravos” (CARVALHO, 1998, p. 87), ocorreram os primeiros assentamentos
de terreiros de xangôs. Ruas como Imperial, Concórdia, Peixoto, Flores e a Praça Sérgio Loreto
– limite entre São José e Afogados – fizeram parte da trajetória de crioulos(as) e africanos(as)
libertos(as), como Maria Helena da Costa, ex-cativa de ganho. Esta conseguiu se iniciar nos
preceitos religiosos nagôs após a aquisição de sua alforria, segundo sua neta Marcolina da Silva
Marques, que foi exaustivamente entrevistada por René Ribeiro, em 1954, quando estava com 75

13
Segundo José Benedito Maciel, o Pai Maciel, que diz ter nascido em 06 de julho de 1910, o babalorixá de Artur
Rosendo se chamava Mestre Inácio e residia no Jaraguá. Entrevista com Pai Maciel, Ponta Grossa – Maceió/Al, 28
fev. 2007.
14
Os terreiros dirigidos por esses líderes religiosos estavam concentrados nos bairro do Jaraguá, Trapiche da Barra e
Farol (RAFAEL, 2004).
15
Em 1912 Tia Marcelina teve seu terreiro fechado no episódio do “Quebra”, movimento político-policial que
ocorreu em Maceió e levou diversos terreiros de xangôs a serem depredados, fechados e seus líderes perseguidos.
Entre as motivações deste movimento, estão as relações pessoais que o então governador Euclides Malta mantinha
com pessoas adeptas das religiões afro-brasileiras em Alagoas. (RAFAEL, 2004).

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anos de idade.
16
Estas personagens marcaram a história do Terreiro Obá Ogunté – Sítio de Pai
Adão. Investigar suas trajetórias torna-se de suma relevância para a montagem do quebra-cabeça
das redes sociais tecidas pelos afrodescendentes na organização dos espaços urbanos e da
agência transatlântica, alimentada por produtos, pessoas e idéias.
Por fim, nas pesquisas iniciais que estou desenvolvendo nos livros de Passaportes e de
Entrada e Saída da Polícia do Porto em Savaldor-BA,
17
venho me deparando com um
significativo número de africanos(as) e crioulos(as) libertos(as), de Alagoas e Pernambuco, que
constantemente iam à África, tendo o porto de Salvador como passagem para esse “fluxo e
refluxo”. Entre os motivos dessas viagens, estavam os „negócios‟ desenvolvidos por esses(as)
libertos(as), sobretudo crioulos(as), que podem vir a corroborar minhas idéias preliminares
acerca dessas construções de africanidades nos terreiros de xangôs pernambucanos e alagoanos.
REFERÊNCIAS
CACCIATORE, OLGA G. Dicionário de cultos afro-brasileiros. 3. ed. Rio Janeiro: Forense
Universitária, 1988.
CARVALHO, Marcus J. M. de. Liberdade: rotinas e rupturas do escravismo no Recife (1822-
1850). Recife: Editora Universitária da UFPE, 1998.

16
Um de meus objetivos no trabalho final de Doutorado é construir trajetórias de africanos libertos e crioulos, como
Arthur Rosendo – até o presente momento o maior referencial de introdução das práticas xambás no Recife e
Maceió, que possivelmente viajou à África. Maria Helena da Costa, Pedro Salustiano da Costa, Inês Joaquina da
Costa e Felipe Sabino da Costa são minhas referências da organização do culto Nagô em Pernambuco que também
seguiram provavelmente para a Costa da África nos anos iniciais do pós-1888. Cf. Resultados da experiência com
Rorschach com Dudu 9-4-54, op. cit.
17
REGISTROS de Passaportes, Sessão Colonial, maços 5902 a 5910, de 1870-1889. Entrada e Saída de Passageiros
– Diretoria da Polícia do Porto, Sessão Arquivos Republicanos, v. 01-31 (entrada), v. 57 a 67 (saídas). Arquivo

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COSTA, Valéria Gomes. Nos arrabaldes da cidade: práticas de apropriação e estruturação dos
espaços no subúrbio do Recife pelo Terreiro Santa Bárbara – Nação Xambá (1950-1992).
Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
FERNANDES, Gonçalves. Xangôs do Nordeste: investigações sobre os cultos negro-fetichistas
do Recife. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937.
LAW, Robin. Etnias de africanos na diáspora: novas considerações sobre os significados do
termo „mina‟. Tempo, Niterói, v.10, n.20, p. 109-131, jan. 2006.
PARÉS, Luis Nicolau. O processo de crioulização no Recôncavo Bahiano (1750-1800). Afro-
Ásia, Salvador, n. 33, p. 87-132, 2005.
______. A formação do Candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia. Campinas:
UNICAMP, 2006.
______; CASTILHO, Lisa Earl. Marcelina da Silva e seu mundo: novos dados para uma
historiografia do candomblé Ketu. Afro-Ásia, Salvador, n. 36, p. 111-151, 2007.
PRICE, Richard. O milagre da crioulização: retrospectivas. Revista de Estudos Afro-Asiáticos,
Rio de Janeiro, n. 3, p. 383-419, 2003.
SOARES, Carlos Eugênio Líbano; GOMES, Flávio dos Santos; FARIAS, Juliana Barreto. No
labirinto das nações: africanos e identidades no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro:
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SOARES, Mariza de Carvalho (Org.). Rotas atlânticas da diáspora africana: da Baía do Benim
ao Rio de Janeiro. Niterói: EDUFF, 2007.
VALENTE, Waldemar. Sincretismo religioso afro-brasileiro. 2. ed. São Paulo: Nacional, 1976.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo: fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do Benin
e a Baía de todos os Santos. Salvador: Corrupio, 2002.

QUILOMBO URBANO: A NAÇÃO XAMBÁ 
COMO EXEMPLO DE RESISTÊNCIA CULTURAL
Fabio Henrique Cunha Amorim
1
, Daniel Menezes de Carvalho
2
,Gustavo de Lima Silva
3
e Marcos Antônio Bezerra Figueiredo
4
________________
1. Médico Veterinário formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e graduando do segundo período de Licenciatura em
Ciências Agrícolas da UFRPE. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. E-mail: fabiohorim1@yahoo.com.br
2. Graduando do nono período de Agronomia e primeiro período de Licenciatura em Ciências Agrícolas da Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. E-mail: daniel.mcarvalho@hotmail.com.
3. Professor Adjunto do Departamento de Licenciatura e Ciências Humanas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de
Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife-PE. E-mail: mfigueiredoufrpe@gmail.com
Introdução
A invasão cultural promovida por países detentores
do poder econômico, potencializada com o avanço dos
meios de comunicação, constitui uma grande ameaça às
tradições locais, que em sua diversidade e riqueza
mantém a identidade local, a soberania e independência
social, religiosa e política de um povo. Diversos grupos
sociais lutaram pela preservação de suas tradições e
dentre eles os negros em seus quilombos, com suas
crenças e cultos. Segundo Sylvia Estrella, a palavra
quilombo vem de “ochilombo”, de um dialeto banto,
até hoje falado por certos povos em Angola, que
designava acampamento usado por populações
nômades. No Brasil, deu nome aos núcleos de
resistência à escravidão onde naturalmente havia uma
reafirmação da cultura e do estilo de vida africanos. Os
quilombos, deste modo, foram um fenômeno contraaculturativo, de rebeldia contra os padrões de vida
impostos pela sociedade oficial e de restauração dos
valores antigos [1].
No texto constitucional, utiliza-se o termo
“remanescente de quilombo,” na tentativa de orientar e
auxiliar a aplicação do artigo 68 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da
Constituição [2]. A Associação Brasileira de
Antropologia (ABA) divulgou, em 1994, um
documento elaborado pelo grupo de trabalho sobre
comunidades negras rurais em que se define o termo
“remanescente de quilombo”, como: “grupos que
desenvolveram práticas de resistência na manutenção e
reprodução de seus modos de vida característicos num
determinado lugar ”[2].
Em Pernambuco, Olinda, no bairro de São Benedito,
Portão do Gelo, localiza-se o Terreiro Santa Bárbara, de
formação e origem afrodescendente da Nação Xambá,
provavelmente o último remanescente no país dessa
tradição originária da África Central. A comunidade
mantém suas tradições há mais de setenta anos, estando no
atual endereço desde 1951[3]. Em 24 de setembro de 2006
foi concedido pelo Ministério da Cultura e a Fundação
Cultural Palmares em conjunto com o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o título
de Quilombo Urbano à comunidade do Portão de Gelo,
Nação Xambá, sendo o terceiro quilombo urbano do Brasil
[4].
O presente trabalho tem o objetivo de destacar o
Quilombo do Portão de Gelo como um exemplo de
resistência e auto-afirmação da cultura local rica e
diversificada diante da cultura ocidental dominante
(positivista e cartesiana) que tem sido imposta há décadas a
esse grupo.
Material e métodos
Informações foram coletadas através da explanação de
Guitinho da Xambá – parente dos fundadores da
comunidade, estudante de sociologia e músico do grupo
Bongar – durante a palestra realizada em 28 de maio de
2009 sobre o quilombo urbano do Portão de Gelo. Também
foram obtidos dados através da cartilha da Nação Xambá e
de fontes bibliográficas.

Resultados e Discussão
No início da década de 1920, o Babalorixá Artur
Rosendo Pereira, fugindo da repressão policial às casas
de culto Afro-brasileiro, deixa Maceió e passa a morar
no Recife. Na capital de Pernambuco, na Rua da
Regeneração, no bairro de Água Fria, por volta de
1923, reinicia suas atividades de zelador dos Orixás,
segundo os rituais e tradições da Nação Xambá, cujos
ensinamentos foi buscar na Costa da África, em Dakar
no Senegal, onde permaneceu pôr quatro anos, segundo
René Ribeiro. Artur Rosendo iniciou muitos filhos de
santo e dentre eles, Maria das Dores da Silva (Maria
Oyá), que fez sua iniciação em 1927. Em fevereiro de
1928, Maria Oyá começa a cultuar os Orixás, na Rua
do Limão, em Campo Grande , tendo Artur Rosendo
como Babalorixá e Iracema, como Yalorixá,
inaugurando seu terreiro em 7 de junho de 1930. No
dia 13 de dezembro de 1932, Maria Oyá termina sua
iniciação[3].
Uma violenta repressão policial fecha o terreiro em
1938, que manteve o culto aos Orixás em sigilo. Em
1939, morre Maria Oyá. Em 16 de junho de 1950,
Severina Paraíso da Silva, a Mãe Biu (iniciada em
1934), reabre seu terreiro na estrada do Cumbe, 1012,
Santa Clara – Recife, e dá início ao reagrupamento da
família (dispersada em 1938). Em 07 de abril de 1951,
muda-se para o atual endereço, na antiga Rua Albino
Neves de Andrade, hoje Severina Paraíso da Silva, nº
65, no Portão do Gelo, São Benedito – Olinda. Após 54
anos dirigindo sua casa e mantendo as tradições e
rituais da Nação Xambá, Mãe Biu falece aos 78 anos,
no dia 27 de janeiro de 1993. Donatila Paraíso do
Nascimento, iniciada em 1932 por Artur Rosendo,
Mãe-pequena da casa desde 1933, sucede Mãe Biu
como Yalorixá, tendo como Babalorixá, seu sobrinho
(filho de Mãe Biu), Adeildo Paraíso da Silva (Ivo), que
continuam preservando as tradições do Terreiro Xambá
[3].
A Nação Xambá mantém sua tradição há mais de setenta
anos, mesmo diante das perseguições, discriminações e
retaliações que sofreu durante sua história. O quilombo é
composto por três tipos de pessoas: as que foram morar lá
pela religiosidade e por ser da família, as que foram pela
religiosidade, e as que tinham ligação afetiva com estas e
aquelas. O terreiro é o maior ponto de convergência, todos
compartilham a mesma crença e religião. Para Guitinho da
Xambá, ”a nação está se descobrindo”, “seu povo resistiu
às perseguições e preservou sua cultura”, diz ainda que
“sempre se reconheceram como quilombo e não como
remanescentes de quilombo, pela história que tiveram, e
que o que faz o povo ser reconhecido como quilombo é o
direito inerente de qualquer ser humano a liberdade”.
Hoje o Quilombo do Portão de Gelo, além das atividades
religiosas, traz um memorial, com museu e histórico de
suas tradições, registros dos primeiros filhos da Nação no
Brasil e peças tradicionais do culto candomblé. Sua música
vai do tradicional coco de São Pedro (29 de julho
anualmente) ao grupo Bongar, formado pelos jovens. A
casa é aberta ao público em geral para os toques e para o
coco de São Pedro. Em 2000 foi lançada uma cartilha sobre
a cultura Xambá, a segunda edição veio revisada e foi
lançada em 2005. O quilombo também desenvolve
atividades como a Ação Griô, que atua no resgate das
tradições orais, o Hoje Teve Alegria, que os jovens visitam
a casa das pessoas mais velhas para ouvir histórias da
comunidade, a capoeira, a construção de instrumentos de
percussão e aulas para aprender a tocá-los, e a transmissão
do culto religioso. Desta forma o Terreiro de Santa Bárbara
promove o resgate de sua cultura.
Conclusão
A única Casa Xambá do estado, mantém-se cada dia
mais viva e atuante, preservando seus ritos e tradições
religiosas, com a preocupação de transmiti-los aos seus
descendentes e ao público interessado, perpetuando-se
através do reconhecimento da importância de sua cultura.

Cultura Xambá resgatada em livro

Jornal do Commercio – PE, Tatiana Notaro, 18/11/2007
O cenário é o o terreiro de Mãe Biu, em Portão do Gelo, Olinda. A personagem, a nação Xambá. Seu enredo, os mistérios e descobertas que envolvem o povo pernambucano. Tudo está em Nação Xambá, do terreiro aos palcos, obra da jornalista Marileide Alves que envereda pelos segredos das religiões afros no Brasil. O lançamento acontece hoje, no cenário do livro, a partir das 17h.

Marileide conheceu o coco dos xambazeiros e todo sincretismo desse povo através do contato com Cleyton José da Silva, o Guitinho, vocalista do grupo Bongar. ‘Ele me pediu ajuda na produção do Bongar. Na época, eu estava fazendo pós-graduação em Jornalismo Cultural e decidi usar essa história como objeto da monografia’, explicou a jornalista. Os componentes do grupo Bongar têm entre 18 e 25 anos, são todos descendentes de Mãe Biu e aprenderam desde a infância a importância de seus ritos e tradições.

O culto Xambá era praticado pela minoria dos negros ‘importados’ para o Brasil. A partir da pesquisa, Marileide descobriu que, na narrativa dos historiadores, esse povo era citado como extinto ou quase-extinto. ‘Isso por que, em 1930, na época do Estado Novo, a repressão fechou muitos terreiros. A maior raiz do povo Xambá estava em Alagoas e o babalorixá veio fugido para Pernambuco. Aqui, ele iniciou Maria Oiá, mas em 1938, o terreiro foi fechado’.

Doze anos depois, o terreiro foi reaberto e repovoado pela Mãe Biu, que começou a trazer parentes e amigos. Semi-analfabeta, ela cultivou os costumes e consolidou a comunidade. No ano passado, eles foram reconhecidos como o primeiro quilombo urbano do Estado pela Fundação Cultural Palmares. Lá, prevalece o culto Xambá, com linguagem e ritos peculiares, sobrevivente apenas em Pernambuco.

Nação Xambá, do terreiro aos palcos vem para suprir a falta de informação a respeito desse povo. ‘Eles existem, mas eram anônimos. Tudo o que colhi para o livro foi passado pela oralidade, por xambazeiros mais velhos e pelos meninos do Bongar’, disse Marileide. A publicação tem patrocínio do projeto BNB Cultural, do Banco do Nordeste, e apoio da Prefeitura do Recife e Fundação Cultural Palmares.

O livro é a soma de histórias de pessoas simples que lutaram pelo direito à sua religião e não se deixaram levar pelas condições financeiras. ‘Dei ao meu trabalho um olhar muito emotivo. Eu sou espírita e, a partir desse contato com os xambazeiros, adentrei num ambiente de muita harmonia e energia, onde histórias de gente simples se transformaram em força e resistência’, disse a jornalista.

Para apresentar inspiração das 150 páginas de Nação Xambá, do terreiro aos palcos, o grupo Bongar faz um show intimista, durante o lançamento. O exemplar custa R$ 20. A Portão de Gelo fica na Rua Severina Paraíso Silva, 65, São Benedito, Olinda.

Nação Xambá

Diversos autores apontam o povo Xambá ou Tchambá, como povos que habitavam a região ao norte dos Ashanti e limites da Nigéria com Camarões, nos montes Adamaua, vale do rio Benué. Existem várias famílias com esse nome, nos Camarões, tendo inclusive participado nas lutas pela independência daquele país.

No início da década de 1920, o Babalorixá Artur Rosendo Pereira, fugindo da repressão policial às casas de culto Afro-brasileiro, deixa Maceió e passa a morar no Recife. Na capital de Pernambuco, na Rua da Regeneração, no bairro de Água Fria, por volta de 1923, reinicia suas atividades de zelador dos Orixás, segundo os rituais e tradições da Nação Xambá, cujos axés foi buscar na Costa da África, onde permaneceu pôr quatro anos, aprendendo com “Tio Antônio, que vendia panelas no mercado de Dakar, no Senegal”, segundo René Ribeiro. Artur Rosendo iniciou muitos filhos de santo e vários deles abriram terreiro posteriormente. Dentre esses filhos, Maria das Dores da Silva (Maria Oyá), que fez sua iniciação em 1927. Em fevereiro de 1928, Maria Oyá começa a cultuar os Orixás, na Rua do Limão,em Campo Grande , tendo Artur Rosendo como Babalorixá e Iracema  (Cema), como Yalorixá, inaugurando seu terreiro em 7 de junho de 1930.

No dia 13 de dezembro de 1932, Maria Oyá termina sua iniciação, com o recebimento das folhas, faca e espada. Ao meio dia, realizou-se o ritual de coroação de Oyá no trono, cerimônia tocante e belíssima, repetida anualmente, pôr Mãe Biu, sucessora de Maria Oyá.

Violenta repressão policial fecha o terreiro em 1938, que manteve o culto aos Orixás, à portas fechadas. Em 1939, falece Maria Oyá. Em 16 de junho de 1950, Mãe Biu (filha de Ogum e Oyá), reabre seu terreiro na estrada do Cumbe, 1012, Santa Clara – Recife, tendo como Babalorixá Manoel Mariano da Silva e Yalorixá Dona Eudóxia, Padrinho Luiz da Guia e Madrinha Dona Severina, esposa de Manoel Mariano. Em 07 de abril de 1951, muda-se para o atual endereço, na antiga Rua Albino Neves de Andrade, hoje Severina Paraíso da Silva, nº 65, no Portão do Gelo, São Benedito – Olinda.

Após 54 anos dirigindo sua casa e mantendo as tradições e rituais da Nação Xambá, Mãe Biu falece aos 78 anos, no dia 27 de janeiro de 1993. Donatila Paraíso do Nascimento, Mãe Tila, iniciada em 1932 por Artur Rosendo, Mãe-pequena da casa desde 1933, sucede Mãe Biu como Yalorixá, tendo como Babalorixá, seu sobrinho (filho de Mãe Biu), Adeildo Paraíso da Silva (Ivo), que continuam preservando as tradições do Terreiro Xambá.

Ao contrário do que afirmam Olga Caciatore e Reginaldo Prandi, o Culto Africano da Nação Xambá, está longe da extinção, pois o Terreiro do Portão do Gelo, em Olinda, mantém-se há mais 70 anos, vivo e atuante, preservando seus ritos e tradições religiosas, que se distinguem das casas de tradição Nagô do Recife. É verdade que, após o falecimento do Babalorixá Arthur Rozendo em1950, a maioria das Casas Xambá de Pernambuco fundiram-se com as da Nação Nagô, excetuando-se a fundada por Maria Oyá, o axé de Oyá Dopé.

Rua Severina Paraíso da Silva, 65, Portão de Gelo São Benedito, Olinda 53270-360, PE

Localidade

NAÇÃO XAMBÁ

Nação Xambá é uma religião afro-brasileira ativa em OlindaPernambuco. Alguns autores como Olga Caciatore (Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 3ª Edição, 1988) e Reginaldo Prandi (Candomblés de São Paulo. São Paulo, HUCITEC, 1991) afirmam que culto Xambá no Brasil está praticamente extinto.

Historia

Com o falecimento da grande Iyalorixá do Xambá, Severina Paraíso da Silva “Mãe Biu”, como era mais conhecida em 1993, o herdeiro do trono do Xambá é o Babalorixá Adeildo Paraíso. Conhecido popularmente e pelos que fazem parte daquele terreiro como Ivo do Xambá, que convocou seus filhos de Santo: Profs. Antonio Albino, Hildo Leal e João Monteiro, para elaborarem um projeto arrojado e inovador, para o Terreiro Portão do Gelo, que seria o Memorial do Xambá, onde seriam reunidos e preservados documentos fotográficos e objetos ligados à vida e a atuação da grande líder religiosa, bem como da memória do “Terreiro Santa Bárbara Nação Xambá”.
Fugindo de Maceió, capital do estado de Alagoas, no início da década de 20 do século XX, o babalorixá Artur Rosendo Pereira, de acordo com a “Cartilha da Nação Xambá” (Hildo Leal Rosa,2000), devido à perseguição política às religiões Afro-brasileiras da época, se estabelece no Recife, mais exatamente na Rua da Regeneração, no bairro de Água Fria. Antes mesmo de fugir da repressão política e ainda residindo em Maceió, obabalorixá Artur Rosendo viaja à Costa da África onde permanece por quatro anos e com Tio Antonio, que trabalhava no mercado de Dakar, noSenegal vendendo panelas, segundo René Ribeiro. E por volta de 1923, seguindo as tradições da Nação Xambá, e já em Recife, reinicia suas atividades de zelador de Orixás.
babalorixá Artur Rosendo iniciou muitos filhos de santo, tendo muitos deles aberto terreiro.
Uma de suas filhas mais notáveis foi Maria das Dores da Silva “Maria Oyá” iniciada em 1928. A saída de iyawó de Maria Oyá foi realizada sem toque dos tambores e cantada em voz baixa por causa da perseguição. Logo após a iniciação de Maria Oyá, Artur Rosendo volta para Maceió.
Em 1930Maria Oyá inaugura seu terreiro na rua da Mangueira no bairro de Campo Grande em Recife. Com a conclusão de sua iniciação em 13 de dezembro de 1932, recebe no barracão as folhas, a faca e a espada das mãos de seu babalorixá que realizou ao meio dia o ritual de coroação de Oyá no trono. Cerimônia belíssima que ate hoje é repetida mantendo a tradição Xambá de Pernambuco.
Em 1932 Maria Oyá tira seu primeiro barco de três iyawôs. Ainda em 1932 ela inicia seu segundo barco de iyawôs, este maior e iniciando principalmente Donatila Paraíso do Nascimento que em 1933 assume o cargo de Mãe Pequena do terreiro Santa Bárbara vindo a falecer em 2003 aos 92 anos e passando 60 anos de sua vida no cargo sendo mais conhecida como Mãe Tila, uma outra filha ilustre foi Lídia Alves da Silva (Talabi).
Daí em diante a sucessão de iniciações crescem, o Xambá passa a brilhar ainda mais. Quando em junho de 1935 Maria Oyá inicia nos ritos a sua mais primorosa filha, a que lhe sucederá, Severina Paraíso da Silva, “Mãe Biu”.
 

Ilús Abertura Religiosa – Foto: Pejigan Clô D’Ogyian

Com o passar dos anos e com a violência policial do Estado Novo cada vez mais rígida. Em 1938 Maria Oyá é obrigada a fechar seu terreiro.Terreiro esse que não mais abrira suas portas guiado por aquela que pela mãos de Artur Rosendo Pereira trouxe o Xambá para Pernambuco. Pois em 1939 Maria Oyá se despede de sua vida terrena, deixando o Xambá órfão. É ainda nesse duro período de perseguições que juntamente com as outras nações de candomblé cultuadas em Pernambuco que todos os terreiros são fechados e seus fieis tolhidos, durante 12 longos anos até 1950, daquilo que lhes é mais precioso, do culto de seus OrixásInkices e Voduns.
Porém, como depois de uma guerreira de Oyá há de vir uma outra guerreira para continuar a luta por seus ideais, pela conservação dos ritos e mitos de uma tradição, Mãe Biu de Oyá Megué reabre o terreiro Xambá em 1950 na Estrada do Cumbe, 1012 no bairro de Santa Clara na cidade do Recife. Tendo como seu babalorixa o Sr. Manoel Mariano da Silva, como Iyalorixá D. Eudoxia, como padrinho o Sr. Luiz da Guia e madrinha D. Severina. Tendo permanecido nesse endereço por apenas dez meses, no dia 7 de abril de 1951 o terreiro se muda para o atual endereço na antiga rua Albino Neves de Andrade, hoje em homenagem a sua grande Mãe Biu, rua Severina Paraíso da Silva, 65 na localidade do Portão do Gelo, bairro de São Benedito – Olinda – Pernambuco.
Com o falecimento de Mãe Biu, que durante 54 anos dirigiu o Terreiro Xambá, auxiliada por sua fiel e inseparável irmã e amiga Mãe Tila que então assume o cargo de Iyalorixá do Xambá por um período de 10 anos, tendo como babalorixá seu sobrinho carnal Adeildo Paraíso, filho carnal de Mãe Biu. Hoje em 2004 com o falecimento de Mãe Tila, assume o Trono do Xambá a Iyalorixá Maria de Lourdes da Silva de Iemanjá, iniciada por Mãe Biu em 18 de maio de 1958.
A jovem guarda do Xambá de Pernambuco orgulha-se de seu terreiro, do seu povo, de sua simplicidade sem invenções modernas, sem sequer mudar uma linha do que lhes deixou seu propulsor e suas grandes e humildes mães de santo. O terreiro Xambá está lá no no bairro Portão do Gêlo, preservado, conservado e servindo de exemplo para muitos terreirostradicionais. O Memorial do Xambá foi criado de acordo com a solicitação de seu babalorixá aos seus filhos, para contar a historia de um povo aguerrido e ordeiro. O Grupo Bongar é formado por seis percussionistas e cantores da Nação Xambá, realiza um trabalho de resgate e divulgação da cultura e religião Xambá e de sua dança tradicional o coco.[1]

Orixás

Apesar dos Orixás serem praticamente os mesmos do Candomblé, existe bastante diferença na forma de culto.
Orixás cultuados na tradição Xambá:
Exú – Ogum – Odé – Bêji – Nanã – Obaluaiê – Ewá
Xangô – Oyá – Obá – Afrekete – Oxum – Yemanjá – Orixalá

Ritual

O ritual é semelhante ao do Candomblé.
Calendário de festas:
Toque de Obaluaiê – 21 de janeiro
Toque de Oxum – 11 de fevereiro
Toque de Ogum – 29 de abril
Toque de Yemanjá – 27 de maio
Toque de Xangô – 17 de junho
Coco da Xambá – 29 de junho – Aniversário de Mãe Biu
Toque de Orixalá – 29 de julho
Aniversário do Babalorixá da Casa – Ivo do Xambá – 06 de agosto
Dia do Quilombo Urbano do Portão do Gelo[2] – 24 de setembro
Toque de Bêji – 30 de setembro
Toque do Inhame – 28 de outubro
Dia da Consciência Negra – 20 de novembro
Louvação de Oyá – 12:00 – 13 de dezembro
Toque de Oyá – 16 de dezembro
Os toques sempre são as 16 horas da tarde. Em todos os toques é servido aos filhos de santo da casa e aos convidados um café com manguzá, que é tradição da casa.
Aos visitantes:
  • Não é permitido uso de roupas pretas
  • O homem deve se vestir de calça (nunca bermuda, short ou camiseta regata)
  • A mulher deve se vestir de saia ou vestido abaixo do joelho (nunca de calça nem camiseta)

Candomblé Ijexá

Nação Ijexá do Candomblé

Ijexá é uma nação do Candomblé, formada pelos escravos vindos de Ilesa na Nigéria, em maior quantidade na região de SalvadorBahia.

Babalorixá Eduardo de Ijexá foi o mais conhecido dessa nação. Como também o Babalorixá Severiano Santana Porto, ambos do mesmo orixá, Logum Edé.

Ritmo africano

O Ijexá resiste atualmente como ritmo musical presente nos Afoxés.

O Ijexá, dentro do Candomblé é essencialmente um ritmo que se toca para OrixásOxum[1]OsainOgumLogum-edéExuObaOyá-Yansan e Oxalá.

Ritmo suave mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Ijexá é tocado exclusivamente com as mãos, osaquidavis ou baquetas não são usados nesse toque, sempre acompanhado do  (agogô) para marcar o compasso. O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.

Afoxé Filhos de Gandhi basicamente só toca Ijexá e assim ele se mantém vivo. Herança de África, viva aqui na Latinamérica.

Na música popular o ritmo se manifesta em gravações como ¨Beleza Pura¨ de Caetano Veloso, ¨Palco¨ (versão do Acústico Unplugged) deGilberto Gil, ¨É d´Oxum¨ de Gerônimo e Vevé Calazans, gravada por Gal Costa e por vários outros intérpretes da música brasileira. Presente também em uma música do DVD Jorge Vercilo ao vivo, no qual ele cita o ritmo. Pode se encontrar traços do ritmo em outra canções populares brasileiras, como “O que foi feito de vera, O que foi feito deverá” de Milton Nascimento. Também pode ser encontrado na música “Ijexá” , na voz de Clara Nunes.

Orixás da Nação Ijexá

Origens 

No período da escravidão, os escravistas eram interessados exclusivamente na força de trabalho do africano, mas nos porões dos navios negreiros, além de músculos, vinham ideias, sentimentos, tradições, mentalidades, hábitos alimentares, rituais, canções, crenças religiosas, formas de ver a vida, e o que é mais incrível, o africano levava tudo dentro de sua alma, pois não lhe era permitido carregar seus pertences.

Da Nigéria e do Benin vieram as principais raízes dos cultos afro-brasileiros, o Candomblé da Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Tambor de Mina do Maranhão e o Batuque do Rio Grande do Sul, os quais possuem fortes vínculos de origem com as crenças religiosas dos povos de língua iorubá e fon.

Em Ouida, onde ficava um dos grandes portos de embarque de escravos, os negros percorriam um caminho de cinco quilômetros da cidade até o porto. Neste percurso todo escravo que era embarcado, eram obrigados a dar voltas em torno de uma árvore. A árvore do esquecimento.

Os escravos homens deviam dar nove voltas em torno dela. As mulheres sete voltas. Depois disso supunha-se que os escravos perdiam a memória e esqueciam seu passado, suas origens e sua identidade cultural, para se tornarem seres sem nenhuma vontade de reagir ou se rebelar.

Mas, o escravo não esquecia nada, porque quando chegou aqui recriou suas divindades. Conseguiu refazer tudo aquilo que ficou para traz. Hoje, nos diversos estados brasileiros se tem verdadeiras ilhas de África, pois se mantém muito vivas as tradições religiosas iorubá e jêje. Devido à multiplicidade nas origens, a estruturação e a prática dos rituais tomaram formas diferentes em cada região do país.

No Batuque do Rio Grande do Sul, também, os religiosos pertencem a nações diversas, portanto, possuem tradições diferentes. Todavia, a influência da nação Ijexá é grande no conjunto dos rituais africanos executados nos terreiros de origem Jêje, Oyó e Cabinda.

Orixás

Orixás, regentes do mundo terrestre com várias definições a seu respeito, mas em princípio os Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremo, Olorum, e o mundo terrestre. Foram encarregados de administrar a criação e a continuidade da vida na terra.

Os Orixás se comunicam com os seres humanos através de vistosos e complexos rituais. As estórias de cada um são conhecidas através das rezas (cânticos), suas comidas, no ritmo de seus toques, nas suas cores e seu domínio em determinadas forças da natureza.

Os Orixás estão subordinados a um Deus Supremo chamado Olorum ou Olodumare, mas não há nenhum culto ou altar dirigido diretamente à ele, o contato é feito através dos Orixás, seus intermediários.

Nossa tradição guarda o axé (força) de cada Orixá em um Okutá (pedra) que é colocada em uma vasilha junto a outras “ferramentas”, que ficam sob a guarda do babalorixá ou Yalorixá; mas a força maior está solta na natureza, apenas parte dela, simbolicamente fica no Okutá.

Nas cerimônias para convocar os Orixás, tradicionalmente, é através de cantos acompanhados com o toque dos tambores, com ritmos identificados para cada divindade.

As cerimônias são diversas, são ofertados presentes, comidas diferentes para cada um e sacrifícios que envolvem animais de quatro pés e aves; tirando a parte dos Orixás toda carne é consumida pelos participantes e membros da comunidade. Aos orixás rogam-se proteção, saúde, paz, em fim, pedidos específicos às necessidades de cada um em particular.

Os Orixás intercedem de acordo com o domínio que cada um exerce sua influência no aspecto da vida, como por exemplo, Bará para abrir os caminhos, Xangô para justiça, Oxum para fertilidade e assim por diante.

É magnífico poder escrever sobre a religião africana, mas há rituais muito particulares, nos quais alguns praticantes, não estão se preocupando em guardar o segredo, alguns estão colocando em público, rituais que os antigos levariam anos, até passarem para aqueles que mostravam sigilo absoluto, e que guardariam para confidenciar apenas aos seguidores de merecimento. Todas as religiões importantes do mundo doutrinam e ensinam, mas os maiores segredos um mestre só passa para outro mestre.

Existem aspectos cerimoniais que regulam o relacionamento dos serem humanos com as divindades. As regras são muitas, numa espécie de quebra cabeças, com começo, meio e fim, montado com interpretações simbólicas dos mitos que envolvem os orixás, e constituem uma grande rede interligada de deveres e direitos, obrigações e possibilidades, extremamente complexa e cheia de nuanças, inclusive possibilitando diversas variações que só quem é do meio pode saber e executar. A forma organizada na África deve ser perpetuada. Não temos o direito de mudar algo estabelecido a séculos, mesmo que queiram rotular nossos rituais de primitivos e ultrapassados, temos que procurar manter a força espiritual que envolve nossa religião, esta poderosa raiz deixada por nossos ancestrais.

Um caminho que nos faz ter contato com os orixás é através da incorporação; este é o processo pelo qual a entidade se manifesta em seu filho(a) que passou pelos mais diversos rituais de iniciação. Contudo há casos de incorporação de não iniciados. É possível uma pessoa estar assistindo um ritual pela primeira vez e se identificar com as forças espirituais energéticas referentes ao seu orixá, e ter esta manifestação espontânea.

Na maior parte, a manifestação dos orixás acontece em dias de festas. No batuque, nestas ocasiões, podemos falar; pedir auxílio, consultar, abraçar e ser abraçado por eles; em fim pode-se ter um contato direto com os orixás. Uma característica específica que diferencia o batuque das demais religiões afro-brasileiras é o fato do iniciado não saber, em hipótese alguma, que é incorporado pelo orixá. Esta peculiaridade provém de longínquas aldeias do interior da África, e faz parte dos rituais desde o início da estruturação da religião no Estado do Rio Grande do Sul a mais de duzentos anos.

Outro caminho que nos leva aos Orixás são os Búzios. A cerimônia do jogo dos Búzios é o instrumento usado no dia a dia para consulta aos Orixás. Através dele podemos receber orientações, conselhos e advertências.

Os Orixás cultuados no Batuque do Rio Grande do Sul são: Bará, Ogum, Oyá ou Iansã, Xangô, Ibêji, Odé, Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, Oxum, Yemanjá e Oxalá.

ORIXÁS

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá os aproxima dos seres humanos, pois eles se manifestam através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

Na Umbanda e no Candomblé se cultuam muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer nossos caprichos, nossos amores, nossos desejos. É muito comum, alguns dizerem que suas personalidades são conseqüências dos Orixás que regem suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

Apresentamos à seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados no Brasil. Lembramos que existem diversas correntes no Candomblé e na Umbanda, por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

O PANTEÃO DOS ORIXÁS AFRO-BRASILEIROS

EXU, Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas. Por estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das causas materiais. Veste-se de vermelho e preto e seu elemento é o fogo. Seu dia é a Segunda-feira e sua saudação é “Laroiê !”. Seus filhos são pessoas críticas e originais, não ligam para opiniões alheias. Adeptos da lei do menor esforço, preferem concentrar suas energias no lazer. De hábitos noturnos, tendem a ser egoistas e tornam-se tristes quando não se encaixam em determinados ambientes.

 

 

OGUM, é o Orixá guerreiro. Deus do ferro e da guerra. Seu domínio são as retas dos caminhos, as lutas e o trabalho. Veste-se de azul escuro, verde ou vermelho. Traz sempre sua espada pronta para o ataque. Seu dia é terça-feira e sua saudação é “Ogunhê !” Seus filhos, são pessoas com um apurado senso de honra e incapazes de perdoar uma ofensa. São fisicamente muito resistentes, curiosos por natureza, possuem muita capacidade de concentração e perseguem seus objetivos com derterminação.

 

 

OXOSSI, Orixá caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores. Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre o seu Ofá (arco e flexa). Seu dia é a Quinta-feira e sua saudação é “Okê Arô Oxossi !” Seus filhos, são pessoas muito exigentes no cumprimento das obrigações, de atitudes firmes e até um pouco duras. Não têm “papas na língua” e costumam falar tudo o que pensam. Dão muito valor aos acordos e não faltam com sua palavra. Com tendência à timidez, não gostam de demonstrar suas emoções.

 

 

OSSAIM, Orixá das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes em todos os rituais de iniciação no Candomblé. É representado por um pássaro pousado num ramo e seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Ewé ô – Ewe assá !”. Seus filhos, são pessoas com forte tendência à religiosidade, tolerantes e de bom coração. De personalidade instável, costumam controlar seus sentimentos e emoções. Valorizam a liberdade e não se apegam aos bems materiais.

 

 

OBALUAIÊ, ( ou OMOLU, em sua forma velha). O deus das pestes e das doenças de pele. Por ser o deus da peste conhece a cura de todos os males. Veste-se de branco e preto e usa um capuz de palha-da-costa que encobre todo o corpo. Dança com o Xarará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é “Atotô !” Seus filhos, são pessoas que se preocupam demais com os outros, esquecendo de seus próprios interesses. Podem até ter uma boa situação financeira, porém não se apegam aos bens materiais. São inquietos e não apreciam a monotonia.

 

 

OXUMARÉ, Orixá da sorte, fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as sete cores do arco-íris e é representado por uma serpente. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Àrobô bô yi !”. Seus filhos são pessoas orgulhosas e exibicionistas. Periódicamente mudam tudo em sua vida: casa, emprego, amigos, sempre buscando novidades. Costumam desenvolver o dom da vidência e possuem intuição aguçada, que normalmente lhes revelam os melhores caminhos.

 

 

EWÁ, Orixá das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler os Búzios (o Oráculo de Ifá). Comanda os astros e está ligada às mudanças e transformações das águas. Veste-se de vermelho e branco. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ri-rò !”. Seus filhos são pessoas extremamente metódicas e racionais. Costumam traçar metas para tudo. Conservadoras, acabam sofrendo com o execesso de rotina que conseguem estabelecer em suas vidas.

 

 

XANGÔ, o Orixá da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa uma coroa, e traz o Oxé (machado duplo) e o Xerê (instrumento musical) Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Kawó-Kabyesilé !”. Seus filhos são pessoas fisicamente fortes, atrevidos e prepotentes. Com um senso de justiça muito próprio, não suportam desaforos. As vezes agem como se fossem os donos da verdade. Porém, quando a situação complica, sempre buscam um meio termo, para não sair perdendo.

 

 

OXUM, é a rainha dos rios e das cachoeiras (todas as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo, dourado, azul claro e rosa. Traz em suas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira. É a segunda esposa de Xangô. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ora Ieiê Ô !”. Seus filhos são pessoas graciosas e elegantes, adoram jóias, perfumes e roupas caras. Voluptuosas, sensuais, esbanjam charme e beleza. Possuidoras de muita frorça de vontade e um grande desejo de ascensão social.

 

 

IANSÃ, é a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É a dona dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para a entrega de ebós. É a mulher principal de Xangô. Veste-se de vermelho, marrom escuro, e branco. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Eparrei Oiá !”. Seus filhos, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias e sensuais. Adoram usar joias e bijuterias. Extrovertidas, francas e amantes da natureza. Ambiciosas e de temperamento forte. São guerreiras e comunicativas.

 

 

LOGUN-EDÉ, filho de Oxum com Oxóssi. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de Oxum e na outra as armas de Oxóssi. Suas cores são amarelo e azul. É representado por um pavão ou um papagaio. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Olu A Ô Ioriki !”. Seus filhos são pessoas bonitas, atraentes e sedutoras. Carinhosos, amorosos e sensuais. Orgulhosos e vaidosos. Inconstantes, indecisos, frios e calculistas. reservados e um tanto calados. Ciumentos, solitários e discretos.

 

 

OBÁ, uma das esposas de Xangô, Orixá do equilíbrio e da justiça. Seu domínio são as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando espada e protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Obá xirê !”. Os filhos de Obá são pessoas pouco atraentes, desajeitadas e de temperamento forte. Agressivas e objetivas. Aparentam ser mais velhas do que realmente são. Costumam ser bem sucedidas nos negócios e gostam de acumular bens.

 

 

IEMANJÁ, Orixá da harmonia em família, é considerada a Rainha dos mares e a mãe dos Orixás. Veste-se de azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)decorado com uma sereia ou uma concha. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Odô iyá !” Seus filhos, são autoritários, persistentes, preocupados, responsáveis e decididos. Amigos, protetores, faladores e não suportam a solidão. As mulheres, se comportam como super mães. Quando a segurança dos filhos e da família está em jogo, são agressivos e até traiçoeiros.

 

 

NANÃ, é o Orixá feminino mais velho do Panteão. É a mãe de Oxumarê e Obaluaiê. Em sua mão traz seu cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos doentes desenganados. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é “Salubá !” Seus filhos são conservadores e apegados às convenções. Calmos, mas às vezes tornan-se agressivos e guerreiros. As mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. Ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Não costumam ser muito alegres e não gostam de brincadeiras.

 

 

IBEJI, Orixás Gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e verde. São representados por dois bonecos gêmeos ou duas cabacinhas. Seu dia é domingo e sua saudação é “Omi Beijada!” Embora possa ocorrer, são raros os filhos de Ibeji. Essa energia infantil, geralmente se manifesta com o orixá do iniciado. Mesmo sendo adulto, quando em “estado de erê”, o iniciado torna-se brincalhão, irreverente, cheio de energia e aparenta ser mais joven. Adoram festas, música e dança.

 

 

OXALÁ, é considerado o Pai de todos os orixás. É o mais velho e o primeiro a ser criado. É responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o Orixá dos inhames novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos, Sua festa ligada ao início do ano agrícola costuma ser em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto. Está associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: Oxalufã = Oxalá Velho e Oxaguiã = Oxalá Moço.

OXALUFÃ é o Orixá da paz, veste-se de branco portando sempre seu apaxorô (cajado). É representado por uma pomba branca. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Eepaá babá !”.

OXAGUIÃ é um Orixá valente e guerreiro, considerado filho de Oxalufã. Também veste-se de branco, dança com muita energia carregando uma “mão de pilão”. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Exê êêê !

Os filhos de Oxalufã (oxalá velho), em geral são pessoas calmas e dignas de confiança. Dotados de grande sabedoria, estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor. Não cansam de estudar e buscar o conhecimento. Também são teimosos orgulhosos e inteligentes e com tendência à serem preguiçosos.

Os filhos de Oxaguiã (oxalá moço), são pessoas joviais e viris. Ativos, guerreiros, alegres e generosos. Não se deixam influenciar por opiniões alheias. São organizados e metódicos em seus ofícios e projetos. Trabalhadores incanssáveis e por essa razão, suscetíveis à crises de estresse.

Axé !!!

Candomblé de Angola

O tráfico de escravizados africanos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores, sacerdotes, guerreiros, príncipes e princesas, mães e pais de famílias se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais, sociais, familiares e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do “aspergir” da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda de mercadoria e ainda na permissividade e omissão diante dos desmandos e das ações dos senhores (algozes) cristãos no novo mundo.

Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana.

Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.

Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão.

A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais.

Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia.

Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé.

O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.

Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).

Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos.

Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé.

Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês…), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.

Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.

A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):

aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).

Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas).

Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações.

A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé.

A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé.

A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros.

Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro-brasileiras sofreram a partir da década de 80.

Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.

E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).

Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu

Devemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano.

Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945.

De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam’etu Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.

Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país e em vários país estrangeiros.

Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que fundou a primeira casa de Candomblé de Angola – Muxicongo.

Embora, cada família se identifique como Angola-Congo, Angola Muxicongo, etc., existem tradições diferenciadas. Algumas cultuam um nkisi/mukixi que não é cultuado por outras. Algumas tem festas que não são realizadas por outras, mas a essência é a mesma: Nzambi Mpungu ou Suka Kalunga (um dos seus muitos nomes), que mora na Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de Deus)/Duilo (céu), é o Deus Supremo e criador de todas as coisas. Quando do seu movimento de expansão e de criação, gerou o universo e consequentemente o planeta terra, que foi gerado pela energia e criação dos Nkisis/Mukixis que se manifestam nas diferentes partes da natureza e também regem a natureza humana. Através do culto aos Nkisi/Mukisi, já que Nzambi, está acima de qualquer forma existencial e de qualquer representação e culto, pois é completo em si mesmo, o ser humano consegue o equilíbrio e ascende espiritualmente como iniciado, até que chegue o momento de ir morar nas Aldeias dos Antepassados, onde se mantém vivo. Onde os campos são verdes e os rebanhos fartos. Onde são felizes e mantém o intercâmbio com os mundo dos humanos, que é sua continuidade. Os antepassados, também, são respeitados e invocados como intercessores e intermediários entre os seres humanos e Nzambi. A eles são devidos todo o respeito e todo ação de culto dentro de uma nzo (casa), que deve sempre iniciar com a invocação e homenagens aos antepassados.

Hierarquia 

Cargos da Casa (Kijingu)

Funções e Cargos no Candomblé de Angola e Kongo

Acrescento aqui informações que tenho em mãos, vindas de livros e apostilas que ganhei de minha finada Nengüa Namboazaze, juntamente com informações orais de dentro do próprio barracão que fui criada, de pesquisas que apurei, discussões em congressos e da própria internet, as quais não me responsabilizo por comportar várias contradições dialéticas.

Tentarei colocar da melhor forma possível no intuito de melhor entendimento, principalmente para os leigos e simpatizantes de nossa Raiz.

Seguimos então com os termos utilizados dos Cargos Máximos e reconhecidos, dos “mais velhos para os mais novos”: 

  • Nengüa – Sacerdotisa (Kongo) /Mãe de Santo velha
  • Nganga – Sacerdote (Kongo) /Pai de Santo velho
  • Kimbanda – Feiticeiro
  • Mama – Mãe (Kimbundu)
  • Tata – Pai (Kimbundu)
  • Mam’etu Ria Mukixi – Sacerdotisa no Angola/Bantu
  • Mama Mukixi/ Mam’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Minha ou nossa Mãe de Santo
  • Tat’etu Ria Mukixi – Sacerdote no Angola/Bantu
  • Tata Mukixi/ Tat’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Meu ou nosso Pai de Santo

Cargos principais utilizados e concedidos pelos cargos acima:

  • Pai feiticeiroTata Nganga – 
  • Kutala – Herdeiro da casa
  • Tata ou Tat’etu Ndenge – Pai pequeno
  • Mama ou Mam’etu Ndenge – Mãe pequena
  • Tata Kambondo/Kambono/Kambundu – Título consagrado aos “homens” que não incorporam, não entra em transe e são responsáveis por várias funções de alta confiabilidade divididos em cargos com
  • Tata Nganga Lumbitu/Lumbido – Guardião das chaves do Inzó Nzó (Casa de Santo)
  • Tata Utala – Responsável pelo altar
  • Tata Pokó – Consagrado para sacrifícios ou imolações ao Nkisi Nkosi
  • Tata Kivonda/Kivanda – Consagrado para sacrifícios ou imolações a outras divindades
  • Tata Msaba (Umsaba)/ Kisaba – Consagrado a todas as funções ligadas as folhas
  • Tata Kanzumbi/Nzó Vumbi – Responsável pelo Mukondo (Ritual fúnebre), guardião dos antepassados cultuados no Inzó/Nzó (Casa de Santo/Barracão), carregos e despachos de ebós
  • Tata Ngimbi/Njimbidi – Cantador
  • Tata Kuxika ia Ngombe – Tocador (Kongo)
  • Tata Muxiki – Tocador (Angola)
  • Tata Mulonji – Especialmente os filhos do Nkisi Katendê é o responsável pelo encantamento das folhas e cabaças
  • Kambondo Mabaia – Responsável pelo barracão
  • Tata Mavambu – Filho de Santo, homem, que cuida da casa de Exu. É importante frisar que deve ser pessoa de extrema confiança, e a mulher só deverá cuidar deste espaço sagrado, após menstruar e já esteja na menopausa.
  • Mama ou Mam’etu Mukamba – Mulher com mais idade, responsável em cozinhar no barracão, e que de preferência não menstrue mais.
  • Mam’etu Ndemburu – Mãe criadeira da casa
  • Mama ou Mam’etu Kusasa – Mãe criadeira
  • Kota – Mulher que não entra em transe de incorporação. Em outras nações conhecida também como Ekedi (Ekeji).
  • Kota Mbakisi – Responsável pelas divindades
  • Hongolo Matona – Especialista nas pinturas corporais
  • Kota Ambelai – Cuida e atende os iniciados
  • Kota Kididii – Toma conta de tudo e mantém a paz
  • Kota Rifula – Responsável em preparar as comidas sagradas
  • Kota Mutintá – Responsável pelo preparo das tintas sagradas
  • Mosoioio – Os (As) mais antigos (as).
  • Kota Maganza – Título das pessoas acima de 21 anos de obrigações.
  • Munzenza ou Muzenza – Iniciados
  • Mona Nkisi – Filho (a) de Santo
  • Mona Muhato wá Nkisi – Filha de Santo (Mulher)
  • Mona Diala wá Nkisi – Filho de Santo (Homem)
  • Uandumba – Pessoa em sua fase iniciatória
  • Ndumbe – Pessoa não iniciada

Ordem do Barco

(Dizungu Nlungu)

  • Kamoxi Rianga ( Kadianga)01º Munzenza: 
  • 02º Munzenza: Kaiai Kairi
  • 03º Munzenza: Katatu Kairi
  • 04º Munzenza: Kakuãna Kauanã
  • 05º Munzenza: Katanu
  • 06º Munzenza: Lusamanu
  • 07º Munzenza: Kasambuadi
  • 08º Munzenza: Kanaké
  • 09º Munzenza: Kavua
  • 10º Munzenza: Kakuinhi 

Candomblé Bantu

Princípios Básicos

A palavra Bantu compreende Angola e Congo, é uma das maiores nações do Candomblé, uma religiãoAfro-Brasileira. Desenvolveu-se entre escravos que falavam língua kimbundo e língua kikongo.

Principais Nkisis

  • Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila, Nzila, Bombogira, Mujilo, Mavambo, Vangira, Njila, Maviletanga : – Intermediário entre os seres humanos e o outros Nkisis (cf. Exú Orixá). Na sua manifestação feminina, é chamada de Pombagira por algumas casas, muitas aceitam o uso desse nome.
  • Nkosi, , Panzuá, Xauê, tawan: – Nkisi de guerra e Senhor das estradas de terra., ,  qualidades ou caminhos desse Nkisi.Roxo MukumbeMucumbeBiolêBuré
  • Ngunzu, Terecompenso: – Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
  • Kabila : – O caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
  • Mutalambô, : – Caçador, vive em florestas e montanhas, Nkisi de comida abundante.Lembaranguange
  • Gongobira, Gongofila, Congobira, Mukongo Mbila, ou : – Caçador jovem e pescador.Gongobila
  • Mutakalambô: – Tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
  • Katendê, Mene Panzu: – Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
  • Nzazi, Zaze, , Barangange : – São o próprio raio, entrega justiça aos seres humanos.Loango
  • Kaviungo ou ,  ou , Cafunã, , : – Nkisi da varíola, das doenças de pele, da saúde e da morte.KavungoKafungêKafunjêKingongoKafundeji
  • Nsumbu, Sumbo – Senhor da terra, também chamado de  pelo povo de Congo e moçambiqueNtoto
  • Hangolo ou  (masculino) ou Hangolo e Angoroméa (feminino): – Auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades (representado por uma cobra).Angorô
  • Kindembu, Kitempu ou : – Rei de Angola. Senhor do tempo e das estações. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca, chamada de .Nkisi TempoBandeira de Tempo
  • Caiango,Radialonga : – É o Nkisi do tempo e tempestades.
  • Matamba, Mina Nganje, , : – Qualidades ou caminhos de Katambo. guerreira, comanda os mortos(Nvumbe).BamborucendaNunvurucemavula
  • Kisembi, Kiximbi,, Mina lugando : – A grande mãe; Nkisi de lagos e rios.Samba Nkisi
  • Ndanda Lunda, Dandalunga, : – Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
  • Kaitumba, Mikaia, Caiala, Iara, , Cuiganga: – Nkisi do Oceano, do Mar (Kalunga Grande), muito cultuada em moxico em angola.Koketo
  • Nzumbarandá, Zumbá, Zunganaranga, Karamoxe: – A mais velha das Nkisi, conectada para morte.
  • Wunji, Vunge, Nwunji: – O mais jovem do Nkisi, Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
  • Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Nkasuté Lembá, Gangaiobanda, Malembá: – Conectado à energia que rege a fertilidade.

O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades da Mitologia Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orixás da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.

Ritual

Na Angola, os sacramentos são:

  • 1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
  • 2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.
  • 3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
  • 4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.
  • 5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
  • 6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
  • 7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).
  • As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
  • Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
  • Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser forte.
  • Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola

1º – Rianga, 2º – kaiadi, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – katanu, 6º – Kassamanu, 7º – Kassambà.

Hierarquia

Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsábilidade são: é mais frequente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher)

 A “nação” Angola, de origem Banto, adotou o panteão dos orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inkisis, divindades bantos, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação queto. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta “nação”, tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas. Foram provavelmente o candomblé angola e o de caboclo que deram origem à umbanda. Há outras nações menores de origem banto, como a congo e a cambinda, hoje quase inteiramente absorvidas pela nação angola.

 

              O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades do Panteão Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orishas da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.

 

Os principais Minkisi são:

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: intermediário entre os seres humanos e o outros Jinkice (cf. Exú (orixá)). 

Nkosi: Senhor dos Caminhos, das estradas de terra 

Mukumbe, Biolê, Buré: qualidades ou caminhos desse nkise 

Ngunzu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra. 

Kabila: o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta. 

Mutalambô, Lembaranguange: caçador, vive em florestas e montanhas; deus de comida abundante. 

Gongobira: caçador jovem e pescador. 

Mutakalambô: tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores. 

Katende: Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais. 

Nzazi, Loango: São o próprio raio. 

Kavungo, Kafungê, Kingongo: deus de saúde e morte. 

Nsumbu – Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo. 

Hongolo ou Angorô: auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades. 

Kitembo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações. 

Kaiangu: têm o domínio sobre o fogo. 

Matamba, Bamburussenda, Nunvurucemavula: qualidades ou caminhos de Kaiangu 

Kisimbi, Samba_Nkice: a grande mãe; deusa de lagos e rios. 

Ndanda Lunda: Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi. 

Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do oceano. 

Nzumbarandá: a mais velha das Nkisi 

Nwunji: Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos. 

Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo. 

Ritual

Na Angola, os sacramentos são:

1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).

2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.

3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.

4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.

5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.

6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.

7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).

As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.

Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.

Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo fortte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser fotte.

Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura ( tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola

 

1º – Kamoxi, 2º – kaiari, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – kakatuno, 6º – Kassagulu, 7º – Kassambà.

Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsábilidade são: é mais frequente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher)

Anexo: Hierarquia do candomblé

Hierarquia no Culto de Ifá

  1. Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.

Após duas iniciações (“Mãos”), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro – igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Awófakans (Aqueles que receberam a “primeira mão”)são chamados também de Olwós. Às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de buzios chamados Ekuró. As omoIfas também usam. Os BabaIfas, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.

Hierarquia no Culto aos Egungun

Masculinos:

  1. Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
  2. Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
  3. Ojê (iniciado com ritos completos),
  4. Ojê agbá (ojê ancião),
  5. Atokun (ojê que guia de Egum),
  6. Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
  7. Alagbê (tocador de atabaque).

Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.

Femininos:

  1. Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
  2. Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
  3. Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
  4. Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
  5. Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).

Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.

  1. Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
  2. Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.

Hierarquia no candomblé Ketu

  1. Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
  2. Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
  3. Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
  4. Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
  5. Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
  6. Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
  7. Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
  8. Iyamorô: ou BabamorôResponsável pelo Ipadê de Exu.
  9. Iyaefun ou : Responsável pela pintura branca das Iaôs.Babaefun
  10. Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
  11. Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
  12. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
  13. Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
  14. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de “cantar folhas.
  15. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
  16. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
  17. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
  18. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
  19. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
  20. Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
  21. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar. (não entram em transe).
  22. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axéchegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
  23. Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
  24. Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
  25. Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de “Iyárobá” e na Angola, é chamada de “makota de angúzo”, “ekedi” é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
  26. Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
  27. Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
  28. Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).

Hierarquia do candomblé Jeje

No Jeje-Mahi

  1. Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
  2. Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá

Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné

No Jeje-Mina Casa das Minas

  1. Toivoduno
  2. Noche

No Kwé Ceja Houndé

  • , cargo exclusivamente femininoGaiaku
  • Ekede

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = “altar sagrado” e Gan = “senhor”. O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques RunRunpi e  são Jeje.

Hierarquia do candomblé Bantu

Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo

  1. Tata Nkisi – Zelador.
  2. Mametu Nkisi – Zeladora.
  3. Tata Ndenge – pai pequeno.
  4. Mametu Ndenge – Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
  5. Tata NGanga Lumbido – Ogã, guardião das chaves da casa.
  6. Kambondos – Ogãs.
  7. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba – Ogã responsável pelas folhas.
  8. Tata Kivanda – Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
  9. Tata Muloji – Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
  10. Tata Mavambu – Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
  11. Mametu Mukamba – Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
  12. Mametu Ndemburo – Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
  13. Kota ou Maganga – Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
  14. Tata Nganga Muzambù – babalawo – pessoa preparada para jogar búzios.
  15. Kutala – Herdeiro da casa.
  16. Mona Nkisi – Filho de santo.
  17. Mona Muhatu Wá Nkisi – Filha de santo (mulher).
  18. Mona Diala Wá Nkisi – Filho de santo(homem).
  19. Tata Numbi – Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).

Sacerdotes na África

BANTU (ANGOLA-KONGO).

  • Kubama………………adivinhador de 1a categoria.
  • Tabi………………..adivinhador de 2a categoria.
  • Nganga-a-ngombo………adivinhador de 3a categoria.
  • Kimbanda…………….feiticeiro ou curandeiro.
  • Nganga-a-mukixi………sacerdote do culto de possessão (Angola).
  • Niganga-a-nikisi……..sacerdote do culto de possessão (Kongo).
  • Mukúa-umbanda………..sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).

Divisão Sacerdotais no Brasil

Angola – língua quimbundo – Kongo – língua quicongo

  • Mam’etu ria mukixi……sacerdotisa no Angola.
  • Tat’etu ria mukixi……sacerdote no Angola.
  • Nengua-a-nkisi……….sacerdotisa no Kongo.
  • Nganga-a-nkisi………sacerdote no Kongo.
  • Mam’etu ndenge……….mãe pequena no Angola.
  • Tat’etu ndenge……….Pai pequeno no Angola.
  • Nengua ndumba………..mãe pequena no Kongo.
  • Nganga ndumba………..pai pequeno no Kongo.
  • Kambundo ou Kambondo….todos os homens confirmados.
  • Kimbanda…………….Feiticeiro, curandeiro.
  • Kisaba……………..pai das sagradas folhas.
  • Tata utala…………..pai do altar.
  • Kivonda……………..Sacrificador de animais (Kongo).
  • Kambondo poko………..sacrificador de animais (Angola).
  • Kuxika ia ngombe……..Tocador (kongo).
  • Muxiki………………tocador( Angola).
  • Njimbidi…………….cantador.
  • Kambondo mabaia………responsável pelo barracão.
  • Kota………………..todas as mulheres confirmadas.
  • Kota mbakisi…………responsável pelas divindades.
  • Hongolo matona……….especialista nas pinturas corporais.
  • Kota ambelai…………toma conta e atende aos iniciados.
  • Kota kididi…………toma conta de tudo e mantém a paz.
  • Kota rifula………….responsável em preparar as comidas sagradas.
  • Mosoioio…………….as (os) mais antigas.
  • Kota manganza…………título alcançado após a obrigação de 7 anos.
  • Manganza……………..título dado aos iniciados.
  • Uandumba…………….designa a pessoa durante a fase iniciatória.
  • Ndumbe………………designa a pessoa não iniciada.

O Ritual de Iniciação no Candomblé

 

O ritual de iniciação no Candomblé, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo será novo na vida do yàwó, ele receberá inclusive um nome pelo qual passará a ser chamado dentro da comunidade do Candomblé.

A feitura tem por início no recolhimento. São 21 (vinte e um) dias de reclusão, e neste prazo são realizados banhos, boris, oferendas, ebós, todo o aprendizado começa, as rezas, as dança, as cantigas…

É feita a raspagem dos cabelos (orô) e o abiã recebe o oxu (representa o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá) o kelê, os delogun, o mokan, o xaorô, os ikan, o ikodidé. O filho de santo terá que passar agora por um ritual, onde terá seu corpo pintado com giz, denominado efun. Ele deverá passar por este ritual de pintura por 7 (sete) dias seguidos.

O abiã terá agora que assentar seu Orixá e ofertar-lhe sacrifícios de animais de acordo com as características de cada um. Feito isso ele passa a se chamar yàwó.

A festa ritualística que marca o término deste período é denominada Saída de Yàwó, neste momento ele será apresentado à comunidade. Ele será acompanhado por uma autoridade à frente de todos para que lhe sejam rendidas homenagens.

Deitado sobre uma esteira, ele saudará com adobá e paó, que são palmas compassadas que serão dadas a cada reverência feita pelo yàwó e acompanhadas por todos presentes, como demonstração de que a partir daquele momento ele nunca mais estará sozinho na sua caminhada. Primeiramente saudará o mundo, neste momento a localização da esteira é na porta principal da casa. No seu interior, ele saudará a comunidade e por último, frente aos atabaques que representam as autoridades presentes. Neste primeiro momento o Orixá somente poderá dar o jicá. Só após a queda do kelê o Orixá poderá dar seu ilá.

O momento mais aguardado do cerimonial é o orukó. Neste momento o Orixá dirá o nome de iniciação de seu filho perante todos e também é neste momento que se abre a sua idade cronológica dentro de sua vida no santo.

Após a saída e depois dos 21 (vinte e um) dias de recolhimento o yàwó permanecerá de resguardo até a queda de kelê fora do barracão por um período de 3 (três) meses, neste período ele não poderá utilizar talheres para comer, deve continuar a sentar-se no chão sobre a esteira durante as refeições, está proibido de utilizar outra cor de roupa que não o branco da cabeça aos pés, não poderá fazer uso de bebidas alcoólicas, cigarro. .. E nem tão pouco sair à noite. E até que se complete 1 (um) ano, os seus preceitos continuarão.

Até que o yàwó complete a maior idade de santo, terá que continuar dia a dia o seu aprendizado e reforçar os seus votos por meio das obrigações.

Trecho Livro A Panela do Segredo, 283 – Pai Cido de Osun Eyin:

“Vale dizer que o transe não é imprescindível para que uma pessoa seja iniciada como adoxu, pois, independentemente de se manifestar o Orixá está em cada um de seus filhos. Isso é muito importante, porque só os adoxu podem assumir determinadas funções sacerdotais, como os cargos de ialorixá ou babalorixá. Sendo assim, uma pessoa que tem em seu odu a missão sacerdotal, incorporando ou não o Orixá, deve ser iniciada como adoxu e nunca como ogãn ou equedi, que já são ijoyé natos e jamais poderão entrar em transe de orixá”

Trecho Livro A Panela do Segredo, 284 – Pai Cido de Osun Eyin:

“Algumas pessoas não precisam ser raspadas ao se iniciarem. Esse é o caso principalmente das crianças que nasceram fadas à morte, mas que venceram o trágico destino (abiku). Existe uma graduação delas que considera as especificações de seu nascimento. Por exemplo: as crianças que nasceram pelos pés, com o cordão umbilical em volta do pescoço, depois de vários abortos, que foram abandonadas ao nascer ou cujas mães morreram ao dar à luz ____ neste último caso, se o abiku for indevidamente raspado poderá levar o seu pai-de-santo (ou seja, aquele que lhe deu a vida na religião) à morte. Evidente que todo nado morto é abiku”

Candomblé Ketu

Iniciação no Candomblé Ketu

O sacerdócio e organização dos ritos para o culto dos orixás são complexos, com todo um aprendizado que administra os padrões culturais de transe, pelo qual os deuses se manifestam no corpo de seus iniciados durante as cerimónias para serem admirados, louvados, cultuados. Os iniciados, filhos e filhas-de-santo (iaô, em linguagem ritual), também são popularmente denominados “cavalos dos deuses” uma vez que o transe consiste basicamente em mecanismo pelo qual cada filho ou filha se deixa cavalgar pela divindade, que se apropria do corpo e da mente do iniciado, num modelo de transe inconsciente bem diferente daquele do kardecismo, em que o médium, mesmo em transe, deve sempre permanecer atento à presença do espírito. O processo de se transformar num “cavalo” é uma estrada longa, difícil e cara, cujos estágios na “nação” queto podem ser assim sumariados:

Para começar, a mãe-de-santo deve determinar, através do jogo de búzios, qual é o orixá dono da cabeça daquele indivíduo (Braga, 1988). Ele ou ela recebe então um fio de contas sacralizado, cujas cores simbolizam o seu orixá (ver Anexo), dando-se início a um longo aprendizado que acompanhará o mesmo por toda a vida. A primeira cerimónia privada a que a noviça (abiã) é submetida consiste num sacrifício votivo à sua própria cabeça (ebori), para que a cabeça possa se fortalecer e estar preparada para algum dia receber o orixá no transe de possessão. Para se iniciar como cavalo dos deuses, a abiã precisa juntar dinheiro suficiente para cobrir os gastos com as oferendas (animais e ampla variedade de alimentos e objectos), roupas cerimoniais, utensílios e adornos rituais e demais despesas suas, da família-de-santo, e eventualmente de sua própria família durante o período de reclusão iniciática em que não estará, evidentemente, disponível para o trabalho no mundo profano.

Como parte da iniciação, a noviça permanece em reclusão no terreiro por um número em torno de 21 dias. Na fase final da reclusão, uma representação material do orixá do iniciado (assentamento ou ibá-orixá) é lavada com um preparado de folhas sagradas trituradas (amassi). A cabeça da noviça é raspada e pintada, assim preparada para receber o orixá no curso do sacrifício então oferecido (orô). Dependendo do orixá, alguns dos animais seguintes podem ser oferecidos: cabritos, ovelhas, pombas, galinhas, galos, caramujos. O sangue é derramado sobre a cabeça da noviça, no assentamento do orixá e no chão do terreiro, criando este sacrifício um laço sagrado entre a noviça, o seu orixá e a comunidade de culto, da qual a mãe-de-santo é a cabeça. Durante a etapa das cerimónias iniciáticas em que a noviça é apresentada pela primeira vez à comunidade, seu orixá grita seu nome, fazendo-se assim reconhecer por todos, completando-se a iniciação como iaô (iniciada jovem que “recebe” orixá). O orixá está pronto para ser festejado e para isso é vestido e paramentado, e levado para junto dos atabaques, para dançar, dançar e dançar.

No candomblé sempre estão presentes o ritmo dos tambores, os cantos, a dança e a comida (Motta, 1991). Uma festa de louvor aos orixás (toque) sempre se encerra com um grande banquete comunitário (ajeum, que significa “vamos comer”), preparado com carne dos animais sacrificados. O novo filho ou filha-de-santo deverá oferecer sacrifícios e cerimónias festivas ao final do primeiro, terceiro e sétimo ano de sua iniciação. No sétimo aniversário, recebe o grau de senioridade (ebômi, que significa “meu irmão mais velho”), estando ritualmente autorizado a abrir sua própria casa de culto. Cerimônias sacrificiais são também oferecidas em outras etapas da vida, como no vigésimo primeiro aniversário de iniciação.

Quando o ebômi morre, rituais fúnebres (axexê) são realizados pela comunidade para que o orixá fixado na cabeça durante a primeira fase da iniciação possa desligar-se do corpo e retornar ao mundo paralelo dos deuses (orum) e para que o espírito da pessoa morta (egum) liberte-se daquele corpo, para renascer um dia e poder de novo gozar dos prazeres deste mundo.

Candomblé Ketu (pronuncia-se queto) é a maior e a mais popular “nação” do Candomblé, uma dasReligiões afro-brasileiras.

No início do século XIX, as etnias africanas eram separadas por confrarias da Igreja Católica na região deSalvador, Bahia. Dentre os escravos pertencentes ao grupo dos Nagôs estavam os Yoruba (Iorubá). Suas crenças e rituais são parecidos com os de outras nações do Candomblé em termos gerais, mas diferentes em quase todos os detalhes.

Teve inicio em Salvador, Bahia, de acordo com as lendas contadas pelos mais velhos, algumas princesas vindas de Oyó e Ketu na condição de escravas, fundaram um terreiro num engenho de cana. Posteriormente, passaram a reunir-se num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Jeje-Nagô pretextando a construção e manutenção da primitiva Capela da Confraria de Nossa Senhora da Barroquinha, atual Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha que, segundo historiadores, efetivamente conta com cerca de três séculos de existência.[1]

No Brasil Colônia e depois, já com o país independente mas ainda escravocrata, proliferaram irmandades. “Para cada categoria ocupacional, raça, nação – sim, porque os escravos africanos e seus descendentes procediam de diferentes locais com diferentes culturas – havia uma. Dos ricos, dos pobres, dos músicos, dos pretos, dos brancos, etc. Quase nenhuma de mulheres, e elas, nas irmandades dos homens, entraram sempre como dependentes para assegurarem benefícios corporativos advindos com a morte do esposo. Para que uma irmandade funcionasse, diz o historiador João José Reis, precisava encontrar uma igreja que a acolhesse e ter aprovados os seus estatutos por uma autoridade eclesiástica”.

Muitas conseguiram construir a sua própria Igreja como a Igreja do Rosário da Barroquinha, com a qual aIrmandade da Boa Morte manteve estreito contato. O que ficou conhecido como devoção do povo decandomblé. O historiador cachoeirano Luiz Cláudio Dias Nascimento afirma que os atos litúrgicos originais da Irmandade de cor da Boa Morte eram realizados na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, templo tradicionalmente freqüentado pelas elites locais. Posteriormente as irmãs transferiram-se para a Igreja de Santa Bárbara, da Santa Casa da Misericórdia, onde existem imagens de Nossa Senhora da Glória e daNossa Senhora da Boa Morte. Desta, mudaram-se para a bela Igreja do Amparo desgraçadamente demolida em 1946 e onde hoje encontram-se moradias de classe média de gosto duvidoso. Daí saíram para a Igreja Matriz, sede da freguesia, indo depois para a Igreja da Ajuda.

O fato é que não se sabe ao certo precisar a data exata da origem da Irmandade da Boa Morte. Odorico Tavares arrisca uma opinião: a devoção teria começado mesmo em 1820, na Igreja da Barroquinha, tendo sido os Jejes, deslocando-se até Cachoeira, os responsáveis pela sua organização. Outros ressaltam a mesma época, divergindo quanto à nação das pioneiras, que seriam alforriadas Ketu. Parece que o “corpus” da irmandade continha variada procedência étnica já que fala-se em mais de uma centena de adeptas nos seus primeiros anos de vida.

Essas confrarias eram os locais onde se reuniam as sacerdotisas africanas já libertas (alforriadas) de várias nações, que foram se separando conforme foram abrindo os terreiros. Na comunidade existente atrás da capela da confraria foi construído o Candomblé da Barroquinha pelas sacerdotisas de Ketu que depois se transferiram para o Engenho Velho, ao passo que algumas sacerdotisas de Jejedeslocaram-se para o Recôncavo Baiano para Cachoeira e São Félix para onde transferiram a Irmandade da Boa Morte e fundaram vários terreiros de candomblé jeje sendo o primeiro Kwé Cejá Hundé ou Roça do Ventura.

O Candomblé Ketu ficou concentrado em Salvador. Depois da transferência do Candomblé da Barroquinha para o Engenho Velho passou a se chamar Ilê Axé Iyá Nassô mais conhecido como Casa Branca do Engenho Velho sendo a primeira casa da nação Ketu no Brasil de onde saíram as Iyalorixás que fundaram o Ilê Axé Opô Afonjá e o Ilê Iya Omin Axé Iyamassé, o Terreiro do Gantois.

Índice

Orixás

Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.

Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias:

  • Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
  • Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
  • Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
  • Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca
  • Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
  • Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
  • Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
  • Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
  • Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
  • Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger
  • Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
  • Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
  • Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
  • Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.
  • Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô
  • Axabó, Orixá feminino da família de Xangô
  • Ibeji, Orixás gêmeos
  • Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
  • Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
  • Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
  • Onilé, Orixá do culto de Egungun
  • Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
  • OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
  • Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
  • Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua
  • Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká
  • Olokun, Orixá divindade do mar
  • Olossá, Orixá dos lagos e lagoas
  • Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio
  • Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro
  • Orixá Oko, Orixá da agricultura

Na África cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifon e Òşágiyan em Ejigbo

No Brasil, em cada templo religioso são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde são cultuados os Orixás).

Ritual

Ritual de uma casa de Ketu, é diferente das casas de outras nações, a diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê,Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum,…

A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.

Hierarquia

As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès , Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:

O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mãe-de-santo) ou Babalorixá (pai-de-santo). São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.

  1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra  do yoruba significa mãe,  significa pai.iyábabá
  2. Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
  3. Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
  4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.
  5. Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação
  6. Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, “meu irmão mais velho”).
  7. Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas-de-santo
  8. Iaô: filha-de-santo que já entra em transe.
  9. Abiã ou abian: novato.
  10. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).
  11. Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).
  12. Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).
  13. Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de “Iyárobá” e na Angola, é chamada de “makota de angúzo”. “Ekedi” é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.

Candomblé de Jeje

Assim, como os Nagôs ou Yorubas, os Jejes língua Ewe, língua Fon, língua Mina e os Fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África Ocidental hoje denominada de Nigéria, Benin e Togo. Sua entrada no Brasil ocorreu em meados do século XVII.Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou:Um templo para Dan; Kwe Ceja Hundê, mais conhecido como o Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) em Cachoeira e São FelixUm templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum em SalvadorUm templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento jeje-mahi do povo Fon. 

O templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido por Cacunda de Ayá. São os Jeje-Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.

No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informação de Sergio Ferretti. É com certeza a mais conhecida casa de jeje do Brasil. Esse é o segmento do povo Jeje-Mina.

Ainda no Maranhão encontramos a casa Fanti-Ashante fundada por Euclides Menezes Ferreira (Talabian). Esse é o segmento jeje-Fanti-Ashanti do povo Akan vindo de Ghana, inicialmente teria ligações com a Sitio de Pai Adão Nação Nagô-Egbá.

No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do Pó Dabá no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Ontinha de Oiá (Devodê), que por sua vez foi sucedida por Joana da Cruz de Avimadjé, mais conhecida como Mejitó, que transferiu a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha. Os descendentes do Pó Dabá mais ilustres da atualidade são Glorinha Toqüeno, com terreiro no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro e Helena de Dã, com terreiro em Parque Paulista, em Duque de Caxias.

Depois veio Antonio Pinto de Oliveira. Tata Fomutinho que fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.

Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomutinho no começo de sua vida de santo aqui no Rio de Janeiro.

Tata Fomutinho deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, Jorge de Yemanja que fundou o Kwe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxosse e Amaro de Xangô.

Os Voduns no Jeje são basicamente os da Mitologia Ewe e Fon.

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.

Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação.

Loko, É o primogênito dos voduns.dono da joia de mahi que e o rungbe

Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.

Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.

Sakpatá, Vodun da varíola.

Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.

Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.

Agbê, Vodun dono dos mares.

Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.

Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.

Aguê, Vodun que representa a terra firme.

Legba, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.

Fa , Vodun da adivinhação e do destino.

aziri , vodun das aguas doces.

possun , vodun do po e da terra seca representado pelo tigre.

Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio com nascente, mata natural, plantas e animais.

Infelizmente nas casas urbanas isto já não é tão possível, pois as Casas cada vez mais diminuem de tamanho. Mas ainda assim toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chamamos “kpamahin”, e alguns animais que são muito importantes para nós.

Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso e pesado. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas excessões, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura. Informação de Doté Dorivaldo.

A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetido a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.

Hierarquia

Bokonon – Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo

Doté Sacerdotes (homens) e Doné Sacerdotisas (mulheres) esse título é usado no Terreiro do Bogum e casas descendentes.

Vodunsi – após 1 ano da iniciação.

Kajekaji – iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.

Candomblé de Jeje

Dahomé, o berço da nação Ewe e fon, denominados Jêjes, no Brasil, enumeram-se em diversas tribos como os Agonis, Axantis, Gans, Popós, Crus etc. Os primeiros povos jêjes tiveram como destino São Luis do Maranhão, onde ainda se mantém vivas as tradições religiosas trazidas da terra mãe, África. Também se encontra o ritual jêje em Salvador, Cachoeira de São Félix, Pernambuco entre outros estados do Brasil como Rio Grande do Sul e São Paulo, que também importou os rituais desta nação.

O negro descendente do Dahomé, hoje Benin, trouxe consigo o culto à suas divindades chamadas Voduns, cujo Deus Supremo é Mawu , a quem são subordinados, assim como Olodumaré o Deus Supremo dos Orixás Yorubás. Diz a Mitologia Fon que Mawu tinha um companheiro chamado Lisa, e são filhos de Nana Buruku (ou Nana Buluku), a grande mãe criadora do mundo. Mawu era a Lua, que teve força ao longo da noite e viveu no oeste. Lisa era o Sol, que fez sua morada no Leste. Quando existia um eclipse dizia-se que Mawu e Lisa estavam fazendo amor. Eles eram pais de todos os outros Deuses. E existem catorze destes deuses, que eram sete pares de gémeos. Este relato é um mito do primeiro povo do Dahomé, os Fons.

O culto aos Voduns teve ênfase na Bahia, conhecido como Candomblé Jêje, e no Maranhão Tambor de Mina.

Nos terreiros mais influenciados pela mina jêje, o predomínio, em certos grupos, é de mulheres como filhas de santo. Os devotos têm que se submeter a longo processo de iniciação. Os detalhes dos rituais são pouco comentados, não há rituais públicos de iniciação; a cada comunidade, apenas duas ou três pessoas se dedicam ao ritual completo de iniciação. Em geral as Vodunsis dão poucas informações sobre os rituais relacionados com o culto, os segredos são mantidos a sete chaves.

Assim como os Orixás do Batuque, os Voduns incorporados, conversam com a assistência, dando bênçãos, conselhos, deixam recados e mantêm os olhos abertos. È comum no culto jêje fazer provas com os iniciados incorporados com os Voduns, como, por exemplo, mergulhar a mão no azeite de dendê fervendo.

Algumas casas de jêje tiveram influencias dos yorubás e vice-versa, formando o que se chama de cultura Jêje-Nagô. A exemplo do candomblé, as instalações dos terreiros contam com um barracão central para as danças, pequenas casas reservadas para as diferentes famílias de divindades, onde são mantidos os assentamentos. O forte sincretismo prevê, também a instalação de uma pequena capela com altar católico, há uma cozinha, quartos para dormir e se vestir e quarto onde os iniciados ficam recolhidos durante as obrigações. há também a casa de Legba, onde são feitas grandes obrigações.

A iniciação jêje requer um longo período de confinamento, que pode durar de seis meses a um ano de reclusão, onde um Vodunsi aprende as tradições religiosas jêje como: danças, cantigas, preparo das comidas sagradas, cuidar de árvores e espaços sagrados, votos de segredo e obediência. As entidades são assentadas, recebem sacrifícios de animais, comidas, bebidas e outros presentes. Os assentamentos são preparados em pedras, que representam um “imã” que tem a força do Vodun, e ficam guardadas no quarto de segredo recobertos com jarras, louças e ferramentas. Existem, também, assentamentos em outras partes da casa e do quintal marcados por árvores como a cajazeira, ginja e pinhão branco. È comum ter assentamentos no centro do barracão de danças; assim como em outras nações, no culto jêje também são feitos rituais de limpezas, banhos com ervas e muitas preces. Nos rituais antigos o contacto com os voduns dependia muito da vidência das Vodunsis, e a adivinhação era feita através da interpretação dos sonhos, consulta com os Voduns e exame da luz de velas, actualmente é comum o uso dos Búzios para consultar as divindades.

As casas de jêje, além do culto aos Voduns, também incorporam em seus rituais alguns orixás nagôs. O panteão jêje é numeroso, sendo os Voduns agrupados em famílias como: Dambirá, Davice, Savaluno e Queviossô.

As actividades religiosas requerem um extenso calendário com rituais reservados aos iniciados, e em festas públicas que duram um, três ou sete dias; no final das obrigações todos comem as comidas preparadas com a carne dos animais oferecidos em sacrifício às divindades.

Mawu é o ser supremo dos povos Ewe e Fon, criador do mundo, dos seres vivos e das divindades. Mawu (feminino) e Lissá (masculino) forman a divindade dupla Mawu-Lissá cujos Voduns são filhos e descendentes de ambos. Os principais Voduns são: Loko; Gu; Heviossô; Sakpatá; Dan; Agbê; Águé; Ayizan; Agassu; Legba e Fa.

A casa de jêje chama-se Kwe, e o local destinado ao culto dos Voduns é chamado Hunkpame, que é o templo onde está dentro a divindade; é chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa, que são responsáveis pelos ensinamentos aos futuros Vodunsis.

No Rio Grande do Sul, os terreiros que ainda mantém firme a cultura Jêje, nota-se a conservação de certas obrigações, à exemplo, nos assentamentos de Ogum Avagã cujas ferramentas usadas são as mesmas para o assentamento de Gu no Dahomé, e algumas não tem o uso do okutá; e também há nomes de Orixás que usam o mesmo dos Voduns, como por exemplo Dã, cujo Orixá de uma famosa Yalorixá da nação Jêje chamava-se Dã e um outro antigo Babalorixá de Porto Alegre pertencente a esta mesma nação, tinha o assentamento de Sobô; (Sobô é nome de um Vodun do Dahomé). Dos pais e mães de santos actuais, da nação Jêje do Rio Grande do Sul, muitos desconhecem a palavra Vodun; deve-se este fato ao predomínio da nação Ijexá, de origem Yorubá que acabou absorvendo as demais, e o termo Vodun com o tempo deixou de existir; mas é certo que a linguagem usada nos cantos rituais e o uso dos aquidavís para percussão dos tambores, o uso do Gã (gonguê) (instrumento de percussão), entre outros fatos reflectem muito os fundamentos do antigo Dahomé.

Há casos em que as tradições culturais africanas resistem, mais que em outros, à mudança, mas em nenhuma instância, nem mesmo nos terreiros mais antigos e ostensivamente zelosos à suas origens, deixou de existir, contudo, se tivesse, no sul um maior interesse em pesquisar a origem dos fundamentos de cada nação é certo que achariam a ligação directa do jêje praticado aqui, com os povos do antigo Dahomé, e assim por diante.

O que sobrevive da vertente jêje como legado cultural acha-se incorporado ou associado ao acervo Yorubá, embora não se fale em Vodu no Rio Grande do Sul, certas práticas da religião do antigo Dahomé, hoje Benin, podem ser detectadas no Batuque do Rio Grande do Sul, principalmente nos terreiros que fazem parte da raiz do falecido Joãozinho de Bará (Esú Biyí).

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Apenas faço observação ao termo jeje-nagô utilizado no texto, que achei interessantíssimo, tirado de “Candomblé: o mundo dos Orixás”, que trouxe para vocês, leitores do blog. Em outro post vimos que o império iorubá anexou o povo de Daomé. Veja o mapa do império de Oió no século VXIII. Com essa anexação do território daometano ao ao império iorubá, houve uma grande fusão cultural, com a assimilação de elementos da religião fon ao povo iorubá e vice-versa. Portanto, ao Brasil, quando o povo iorubá chegou escravizado após a decadência de Oió,veio com ele a cultura jeje-nagô. Diz-se que, inclusive, o universalizado uso do kelê era restrito aos rituais a Xangô. Da mesma forma, Nanã (geradora da dicotomia Mawu-Lissa) era uma divindade daometana. Quando os iorubás (que fundaram o candomblé Nagô – e a dissidência Keto) vieram para o Brasil, trouxeram o produto da expansão iorubá na África. A tradição que decorreu da assimilação das divindades nagô pelos jeje foi a nagô-vodum.

Candomblé Jeje

Os voduns são divindades de origem Fon que correspondem aos orixás dos nagôs. Os fons, ao chegarem no Brasil , eram chamados de “Jejes”, implantaram aqui o seu culto, baseado em rica, complexa e elevada mitologia.

Terreiro do Bogum

O Terreiro do Bogum está localizado na Ladeira do Bogum, antiga Manoel do Bonfim, no Bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador , Bahia , Brasil .

O Terreiro de Bogum, de Nação Jeje , é diferente dos outros terreiros de Salvador. Uma das principais diferenças é a língua falada nos rituais. Como explica Jaime Sodré (ogã da casa há 35 anos), a língua falada pelos jeje é o ewé , do povo fon , com tradição ligada ao Benin . A maioria dos candomblés baianos é de tradição nagô e utiliza como língua o iorubá . Além da língua, alguns rituais dos jeje são diferentes. No Terreiro do Bogum não existem orixás , lá se cultuam os voduns e recebem outras denominações.

A missa em homenagem a São Bartolomeu é feita anualmente há 200 anos, tendo-se tornado uma tradição do Terreiro do Bogum.

Zaildes Iracema de Mello, Mãe Índia, é a atual chefe do terreiro, tendo sucedido sua tia Nicinha e sua tia-avó Valentina (Runhó).

Segundo historiadores, foi no local onde está o Bogum que Joaquim Jêje, herói do movimento de insurreição de escravos malês, deixou o bogum (baú) onde estavam os donativos que permitiram a famosa Revolta dos Malês ocorrida em Salvador em janeiro de 1835. Esses escravos sabiam ler e escrever em árabe, tinham grande poder de organização e articulação e pretendiam fundar um “reino africano” em terras brasileiras, mas foram traídos e a “revolução negra-escrava” foi descoberta. O termo “bogum” também pode ser explicado pelo dialeto gun  ( http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=GUW ) (dialeto do fon com muitos elementos do iorubá), falado na região de Porto Novo, no Benin, significando “lugar ( ibo ) dos fon ( gun )”. O nome completo do terreiro é Zoogodô Bogum Malê Rundó .

UM RESULMO DO QUE FOI A REVOLTA DOS MALÊS

A Revolta dos Malês

Durante as três primeiras décadas do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835. Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os haussas e os nagôs. Foram eles que protagonizaram a rebelião, conhecida como dos “malê”, pois este termo designava os negros muçulmanos, que sabiam ler e escrever o árabe. Sendo a maioria deles composta por ” negros de ganho “, tinham mais liberdade que os negros das fazendas, podendo circular por toda a cidade com certa facilidade, embora tratados com desprezo e violência. Alguns, economizando a pequena parte dos ganhos que seus donos lhes deixavam, conseguiam comprar a alforria.

Em janeiro de 1835 um grupo de cerca de 1500 negros, liderados pelos muçulmanos Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio, dentre outros, armou uma conspiração com o objetivo de libertar seus companheiros islâmicos e matar brancos e mulatos considerados traidores, marcada para estourar no dia 25 daquele mesmo mês. Arrecadaram dinheiro para comprar armas e redigiram planos em árabe, mas foram denunciados por uma negra ao juiz de paz. Conseguem, ainda, atacar o quartel que controlava a cidade mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabaram massacrados pelas tropas da Guarda Nacional , pela polícia e por civis armados que estavam apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra .

No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África. Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de D. Pedro II.

AS ÁGUAS DE OXALÁ

(do livro História de um Terreiro Nagô – Deoscóredes Maximiliano dos Santos- Mestre DIDI – Max Limonad-Joruês Cia Editora)

O Ciclo de Oxalá, Pai de Todos os Orixás

As Águas de Oxalá

Na quinta-feira à noite, antes de se iniciarem os preceitos das águas de Oxalá, das dezenove até às vinte e quatro horas, todos os filhos e filhas da casa são obrigados a fazer um bori (obrigação que se faz coma fruta chamada obi e água) para poderem carregar as águas.

Depois desse bori, vão se agasalhar, até que são despertados pela Iyalorixá para iniciarem o preceito das águas.

Os filhos do Axé, trajados de alvo, saem em silêncio do terreiro, em procissão, carregando potes e moringues, tendo à frente a Iyalorixá tocando o seu ajá. No tempo de Mãe Senhora, dirigiam-se para uma fonte chamada Riacho, que fica ao lado da Lagoa da Vovó, nessa roça de São Gonçalo do Retiro. Hoje, essa obrigação é feita dentro do próprio terreiro.

Meia hora depois, com suas vasilhas cheias d’água, aproximam-se de um lugar apropriado, todo cercado de palha, com uma oca indígena, chamado Balué, onde se colocou o assento do velho Oxalá. Alí, todos apresentam aquelas águas à Iyalorixá, que as derrama por cima do assento de Oxalá. São feitas três viagens à fonte ou aonde está a água, e, na terceira, a água não é mais derramada, ficando todas as vasilhas cheias depositadas no Balué, sendo colocada uma cortina branca na porta e uma esteira no chão.

Cada pessoa que chega ajoelha-se sobre aquela esteira em sinal de reverência. Algumas pessoas, os que têm orixá masculino, dão Dodobalé, deitam-se de fio ao comprido, tocando a cabeça no chão. As demais dão o Iká otun iká osi, virando-se de um lado e do outro, tocando o chão com a cabeça – são as que têm o orixá feminino. Depois dessa cortesia, a Iyalorixá, juntamente com todos os seus filhos e associados, começa a cantar uma saudação para Oxalá (Oriki):

Babá êpa ô

Babá êpa ô

Ará mi fo adiê

Êpa ô

Ará mi ko a xekê

Axekê koma do dun ô

Êpa Babá

Depois de cantada essa saudação, todas as pessoas pertencentes à Oxalá são por ele manifestadas e vão até o Balué, que é, como já se viu, onde está o assento do orixá.

Fazem ali determinadas reverências e cumprimentam a todos, agradecendo o sacrifício daquele dia e rogando a Oduduá para abençoar a todos.

Candomblé de Jeje

Março 21, 2011 por Hùngbónò Charles – Ágbájì Dofàmi

Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Segundo a história, quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!). Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”. A nação jeje pode ser divididas em vários segmentos dependendo da origem. Assim temos o Jeje-Mahi, o Jeje Dahomey, o Jeje Savalu, o Jeje Modubi, o Tambor de Mina (Jeje Mina) encontrado sobretudo no Maranhão, onde também se encontra o segmento Jeje-Fanti-Ashanti.

Jeje Mahi (Djedje Maxi)

Os mahis cultuam voduns que se relacionam diretamente com os orixás e deles tiveram origem de culto na África, e de sua região mahi. Assim comumente ouvimos “sou de Xangô de um filho de Sógbó”.

Eguns e voduns que tiveram vida terrena como os reais do Dahomey não são cultuados em Mahi, todos os antepassados da casa são reverenciados saudando-se e ofertando-se ao vodun Ayizan, que sempre está a frente da casa principal (Ayizan, que em Mahi, é vista como esposa de Legba e ligada a terra, a morte  e aos ancestrais). Os Voduns de Jeje-Mahi são aqueles que assim como os Orixás, não possuem sepultura, são antepassados míticos.

O Vodum que representa a Nação Jeje Mahi é Gbesen (Bessém).

O Jeje-Mahi foi fundamentado no Brasil pela africana Ludovina Pessoa, da cidade de Mahi. Segundo a tradição ela foi escolhida pelos Voduns para fundar três terreiros:

  • ou Terreiro do Bogum, para Hevioso.Zòogodo Bogum Malé Hundò 
  • Zòogodo Bogum Malé Seja Undè ou Kwe Seja Undê para Dan.
  • E o outro para Ajunsun Sakpata que não se sabe por que não foi fundado.

o Jeje Modubi tem culto fundamentados para os Akututos (Eguns), segmento onde reina o Vodum Azonsu.

Tambor de Mina

 O Tambor de Mina é o nome mais difundido da cultura africana no Maranhão. Mina deriva de negro-Mina de São Jorge da Mina, denominação dada aos escravos procedentes da “costa situada a leste do Castelo de São Jorge da Mina” (Verger, 1987: 12) , no atual República do Gana, trazidos da região das hoje Repúblicas do Togo, Benin e da Nigéria, que eram conhecidos principalmente como negros mina-jejes e mina-nagôs.

O Tambor de Mina cultua em grande parte os Voduns reais de Dahomey, alguns nagôs (orixás) e também os Encantados (que seriam os Caboclos).

Hierarquia do candomblé Jeje

No Jeje-Mahi

  1. Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
  2. Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá

Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné

No Jeje-Mina Casa das Minas

  1. Toivoduno
  2. Noche

No Kwé Ceja Houndé

  • , cargo exclusivamente femininoGaiaku
  • Ekede

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = “altar sagrado” e Gan = “senhor”. O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques RunRunpi e  são Jeje.

Origem da palavra JEJE 

A palavra JEJE vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Portanto, não existe e nunca existiu nenhuma nação Jeje, em termos políticos. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma perjurativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de “Savê” que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Axantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje.

Origem da palavra DAHOMÉ

A palavra DAHOMÉ, tem dois significados: Um está relacionado com um certo Rei Ramilé que se transformava em serpente e morreu na terra de Dan. Daí ficou “Dan Imé” ou “Dahomé”, ou seja, aquele que morreu na Terra da Serpente. Segundo as pesquisas, o trono desse rei era sustentado por serpentes de cobre cujas cabeças formavam os pés que iam até a terra. Esse seria um dos significados encontrados: Dan = “serpente sagrada” e Homé = “a terra de Dan”, ou seja, Dahomé = “a terra da serpente sagrada”. Acredita-se ainda que o culto à Dan é oriundo do antigo Egito. Ali começou o verdadeiro culto à serpente, onde os Faraós usavam seus anéis e coroas com figuras de cobra. Encontramos também Cleópatra com a figura da cobra confeccionada em platina, prata, ouro e muitos outros adornos femininos. Então, posso dizer que este culto veio descendo do Egito até Dahomé.

Dialetos falados 

Os povos Jejes se enumeravam em muitas tribos e idiomas, como: Axantis, Gans, Agonis, Popós, Crus, etc. Portanto, teríamos dezenas de idiomas para uma tribo só, ou seja, todas eram Jeje, o que foge evidentemente às leis da lingüística – muitas tribos falando diversos idiomas, dialetos e cultuando os mesmos Voduns. As diferenças vinham, por exemplo, dos Minas – Gans ou Agonis, Popós que falavam a língua das Tobosses, que a meu ver, existe uma grande confusão com essa língua.

Os primeiros no Brasil

Os primeiros negros Jeje chegados ao Brasil entraram por São Luís do Maranhão e de São Luís desceram para Salvador, Bahia e de lá para Cachoeira de São Félix. Também ali, há uma grande concentração de povos Jeje. Além de São Luís (Maranhão), Salvador e Cachoeira de São Félix (Bahia), o Amazonas e bem mais tarde o Rio de Janeiro, foram lugares aonde encontram-se evidências desta cultura.

Classificação dos Voduns Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. Porém, o culto desses voduns só cresceram no antigo Dahomé. Muitos desses Voduns não se fundiram com os orixás nagos e desapareceram totalmente. O culto da serpente Dãng-bi é um exemplo, pois ele nasceu em Ajudá, foi para o Dahomé, atravessou o Atlântico e foi até as Antilhas.

Quanto a classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin tem-se a classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que seriam os voduns Azanssu, Nanã e Becém. Temos, também, o vodun chamado Ayzain que vem da nata da terra. Este é um vodun que nasce em cima da terra. É o vodun protetor da Azan, onde Azan quer dizer “esteira”, em Jeje. Achamos em outro dialeto Jeje, o dialeto Gans-Crus, também o termo Zenin ou Azeni ou Zani e ainda o Zoklé. Ainda sobre os voduns da terra encontramos Loko. Ele apesar de estar ligado também aos astros e a família de Heviosso, também está na família Caviuno, porque Loko é árvore sagrada; é a gameleira branca, que é uma árvore muito importante na nação Jeje. Seus filhos são chamados de Lokoses. Ague, Azaká é também um vodun Caviuno. A família Heviosso é encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de Runhó. Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás. Sogbô também tem particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e ainda com o filho mais velho do Deus do trovão que seria Averekete, que é filho de Ague e irmão de Anaite. Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois são as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás, achamos assim Aziritobosse. Estou falando do Jeje de um modo geral, não especificamente do Mahin, mas das famílias que englobam o Mahin e também outras famílias Jeje.

Como relatei, Jeje era um apelido dado pelos yorubás. Na verdade, esta família, ou seja, nós que pertencemos a esta nação deveríamos ser classificados de povo Ewe, que seria o mais certo. Ewe-Fon seria a nossa verdadeira denominação. Nós seríamos povos Ewe ou povos Fons. Então, se fôssemos pensar em alguma possibilidade de mudança, nós iríamos nos chamar, ao invés de nação Jeje, de nação Ewe-Fon. Somente assim estaríamos fazendo jus ao que é encontrado em solo africano. Jeje é então um apelido, mas assim ficamos para todas as nossas gerações classificados como povo Jeje, em respeito aos nossos antepassados.

Continuando com algumas nomenclaturas da palavra Ewe-Fon, por exemplo, a casa de candomblé da nação Jeje chama-se Kwe = “casa”. A casa matricial em Cachoeira de São Félix chama-se Kwe Ceja Undé. Toda casa Jeje tem que ser situada afastada das ruas, dentro de florestas, onde exista espaço com árvores sagradas e rios. Depende das matas, das cachoeiras e depende de animais, porque o Jeje também tem a ver com os animais. Existem até cultos com os animais tais como, o leopardo, crocodilo, pantera, gavião e elefante que são identificados com os voduns. Então, este espaço sagrado, este grande sítio, esta grande fazenda onde fica o Kwe chama-se Runpame, que quer dizer “fazenda” na língua Ewe-Fon. Sendo assim, a casa chama-se Kwe e o local onde fica situado o candomblé, Runpame. No Maranhão predomina o culto às divindades como Azoanador e Tobosses e vários Voduns onde a “sacerdotisa” é chamada Noche e o cargo masculino, Toivoduno.

Os fundadores 

Voltando a falar sobre “Kwe Ceja Undé”, esta casa como é chamada em Cachoeira de São Félix de “Roça de Baixo” foi fundada por escravos como Manoel Ventura, Tixerem, Zé do Brechó e Ludovina Pessoa.

Ludovina Pessoa era esposa de Manoel Ventura, que no caso africano é o dono da terra. Eles eram donos do sítio e foram os fundadores da Kwe Ceja Undé. Essa Kwe ainda seria chamada de Pozerren, que vem de Kipó, “pantera”.

Darei um pequeno relatório dos criadores do Pozerren Tixarene que seria o primeiro Pejigan da roça; e Ludovina, pessoa que seria a primeira Gaiacú.

A roça de cima que também é em Cachoeira é oriunda do Jeje Dahomé, ou seja, uma outra forma de Jeje. Estou falando do Mahin, que era comandada por Sinhá Romana que vinha a ser “Irmã de santo” de Ludovina Pessoa (esta última mais tarde assumiria o cargo de Gaiacú na Kwe de Boa Ventura). Mas, pela ordem temos Manoel Ventura, que seria o fundador, depois viria Sinhá Pararase, Sinhá Balle e atualmente Gamo Loko-se. O Kwe Ceja Undé encontra-se em controvérsia, ou seja, Gamo Loko-se é escolhida por Sinhá Pararase para ser a verdadeira herdeira do trono e Gaiacú Agué-se, que seria Elisa Gonçalves de Souza, vem a ser a dona da terra atualmente. Ela pertence a família Gonçalves, os donos da terra. Assim, temos os fundadores da Kwe Ceja Undé.

Aqui, no Rio de Janeiro, saindo de Cachoeira de São Félix, Tatá Fomutinho deu obrigação com Maria Angorense, conhecida como Kisinbi Kisinbi.

Uma das curiosidades encontradas durante minha pesquisa sobre Jeje é o que chamamos de Deká, que na verdade vem do termo idecar, do termo fon iidecar, que quer dizer “transmissão de segredo”. Esse ritual é feito quando uma Gaiacú passa os segredos da nação Jeje para futura Gaiacú pois, na nação Jeje não se tem notícias, que possa ter havido “Pai de santo”. O cargo de sacerdotisa ou “Mãe de santo” era exclusivamente das mulheres. Só as mulheres poderiam ser Gaiacús.

Ogans

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = “altar sagrado” e Gan = “senhor”. O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.

Podemos ver que a nação Jeje é muito particular em suas propriedades. É uma nação que vive de forma independente em seus cultos e tradições de raízes profundas em solo africano e trazida de forma fiel pelos negros ao Brasil.

Mina Jeje 

Em 1796, foi fundado no Maranhão o culto Mina Jeje pelos negros fons vindos de Abomey, a então capital de Dahomé, como relatei anteriormente, atual República Popular de Benin.

A família real Fon trouxe consigo o culto de suas divindades ancestrais, chamados Voduns e,principalmente, o culto à Dan ou o culto da Serpente Sagrada.

Uma grande Noche ou Sacerdotisa, posteriormente, foi Mãe Andresa, última princesa de linhagem direta Fon que nasceu em 1850 e morreu em 1954, com 104 anos de vida.

Aqui, alguns nomes dos Deuses Voduns:

*Ayzan – Vodun da nata da terra

*Sogbô – Vodun do trovão da família de Heviosso

*Aguê – Vodun da folhagem

*Loko – Vodun do tempo

Curiosidades

*A primeira Casa Jeje no Rio de Janeiro foi, em 1848, de D.Rozena, cuja filha de santo foi D.Adelaide Santos

*Ekede – termo Jeje

*Done – cargo feminino na casa Jeje, similar à Yalorixá

*Doté – cargo ilustre do filho de Sogbô

Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné.

Os cumprimentos ou pedidos de bençãos entre os iniciados da família de Dan seria “Megitó Benoí?” Resposta: “Benoí”; e aos iniciados da família Kaviuno, ou seja, Doté e Doné seria “Doté Ao?” Resposta: “Aótin”.

O termo usado “Okolofé”, cuja resposta é “Olorun Kolofé” vem da fusão das Nações de Jeje e de Ketu.

Algumas palavras do dialeto ewe:

*esin = água

*atinçá = árvore

*agrusa = porco

*kpo = pote

*zó ou izó = fogo

*avun = cachorro

*nivu = bezerro

*bakuxé = parto de barro

*kuentó = kuentó

*yan = fio de contas

*vodun-se = filho do vodun ou iniciados da Nação Jeje

*yawo = filho do vodun ou iniciados da Nação Ketu

*muzenza = filho do vodun ou iniciados da Nação Angola

*tó = banho

*zandro = cerimônia Jeje

*sidagã = auxiliar da Dagã na Cerimônia a Legba

*zerrin = ritual fúnebre Jeje

*sarapocã = cerimônia feita 07(sete) dias antes da festa pública de apresentação do(a) iniciado(a) no Jeje

*sabaji = quarto sagrado onde fica os assentos dos Voduns

*runjebe = colar de contas usado após 07(sete) anos de iniciação

*runbono = primeiro filho iniciado na Casa Jeje

*rundeme = quarto onde fica os Voduns

*ronco = quarto sagrado de iniciação

*bejereçu = cerimônia de matança

Esta é uma homenagem a todos os povos Jejes.

Arró-bo-boí!

A INFLUÊNCIA DAS PALAVRAS JEJE NA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

A cultura Jeje vinda do Antigo Dahomé, que antes abrangia o Togo e fazia fronteira com o país de Gana é, sem dúvida, uma das maiores contribuições culturais deixada pelos negros fons no Brasil.

Estes povos Adjejes, como eram chamados pelos yorubás, estabeleceram fundamentos nos seguintes lugares: Cachoeira de São Félix, na Bahia; Recife, em Pernambuco e São Luís, no Maranhão. Houve durante um período uma influência da cultura yorubá, daí essa mistura passar a ser chamada de: Cultura Jeje-Nagô. Essa mistura, como expliquei, adveio principalmente dos yorubás com várias tribos Jejes. Dentre elas destacaram-se: tribo Gan, Fanti, Axanti, Mina e Mahin. Estes últimos, ou mahins, tiveram maior destaque sobre as demais culturas Jeje, no Brasil.

Estes negros falavam o dialeto ewe que, por ser marcante, influenciou por demais a cultura yorubá e também a cultura bantu. Como exemplo, cito os nomes que compõem um barco de yawo: Dofono, Dofonitin, Fomo, Fomutin, Gamu, Gamutin e Vimu, Vimutin.

Outras palavras Jeje foram incorporadas não só na cultura afro-brasileira como também no nosso dia-a-dia, como por exemplo: Acassá, “faca” que no original ewe é escrita com “K” ao invés de “C”. Outra palavra Jeje que ficou no nosso cotidiano foi a palavra “tijolo” que em ewe é Tijoló.

A TRADIÇÃO JEJE: 

O VODUN JEJE SOGBÔ E A PROVA DE ZO

A tradição dos povos fons que aqui no Brasil foram chamados de Adjeje ou Jeje pelos yorubás, requer um longo confinamento quando na época de iniciação. Essa tradição Jeje exigia de 06 (seis) meses ou até 01 (um) ano de reclusão, de modo que o novo vodun-se aprendesse as tradições dos voduns: como cultuá-los, manter os espaços sagrados, cuidar das árvores, saber dançar, cantar, preparar as comidas e um artesanato básico necessário a implementos materiais dos diferentes assentos, ferramentas e símbolos necessários ao culto.

Para os povos Jeje, os voduns são serpentes que tem origem no fogo, na água, na terra, no ar e ainda tem origem na vida e na morte. Portanto, a divindade patrona desse culto é Dan ou a “Serpente Sagrada”.

Como disse, para o povo Jeje os Voduns são serpentes sagradas e sendo as matas, os rios, as florestas o habitat natural das cobras e dos próprios voduns. O ritual Jeje depende de muito verde, grandes árvores pois muitos voduns tem seus assentos nos pés destas árvores.

Outra particulariedade deste culto é de que quando as vodun-ses estão em transe ou incorporadas com seu vodun: os olhos permanecem abertos, ou seja, os voduns Jeje abrem os olhos, diferente dos orixás dos yorubás, que mantem os olhos sempre fechados.

É comum no culto Jeje provar o poder dos Voduns quando estes estão incorporados em seus iniciados. Uma destas provas é a prova chamada Prova do Zô ou Prova do Fogo do vodun Sogbô, que governa as larvas vulcânicas e é irmão de Badé e Acorombé, que comandam os raios e trovões.

A seguir, descrevo uma Prova do Zô feita com uma vodun-se feita para Sogbô, um vodun que assemelha-se ao Xangô do Yorubás:

Num determinado momento entra no salão uma panela de barro, fumegante, exalando cheiro forte de dendê borbulhante, contendo dentro alguns pedaços de ave sacrificada para o vodun. Sogbô adentra o salão com fúria de um raio, os olhos bem abertos (que como expliquei é costume dos voduns) e tomando a iniciativa vai até a panela, onde mergulha as mãos por algum tempo. Em seguida, exibe para todos os pedaços da ave. É um momento de profunda emoção gerando grande comoção por parte dos outros iniciados que respondem aquele ato entrando em estado de transe com seus voduns.

NANÃ

Nanã Buruku ou Buku é considerada a mais antiga das divindades. Muito cultuada na África em regiões como: Daça Zumê, Abomey, Dumê, Cheti, Bodé, Lubá, Banté, Djabalá, Pesi e muitas outras regiões.

Para os fons e ewes, a palavra Nanã ou Nàná é empregada para se chamar de mãe as mulheres idosas e respeitáveis, ou seja, a palavra Nanã significa: “Respeitável Senhora”.

Nanã está associada à terra, à água e à lama. Os pântanos e as águas lodosas são o seu domínio.

Como relatei no começo, é a mais antiga das divindades, pois representa a memória ancestral. Mãe de Loko ou Irokô, Omolu e Oxumare ou Becém na dinastia Fon, Nanã está ligada ao mistério da vida e da morte. É a senhora da sabedoria, mais velha que o ferro. Daí, não usar lâminas em seu culto.

BECÉM

O culto à serpente remonta desde o início dos séculos. Os romanos e os gregos já prestavam culto à cobra, sendo os povos que mais difundiram em séculos passados este culto.

No Egito, a serpente era venerada e encarregada de proteger locais e moradias. Cleópatra era uma sacerdotisa do culto à serpente. Todos os seus pertences e adornos eram em formatos de cobras e similares. Este culto correu através do Rio Nilo as diversas regiões africanas.

No Antigo Dahomé, este culto se intensificou e lá Dan, como é chamada a Serpente Sagrada, transformou-se no maior símbolo de culto daquele povo, também sendo chamado pelo nome de vodun-becém. Já os yorubás chamaram esta mesma entidade de Oxumare ou a Cobra Arco-íris; e os negros Bantos, de Angôro.

Na verdade, aí falamos de uma só divindade com vários nomes dependendo da região em que é cultuada.

Mas, Oxumare, como é mais popularmente conhecido no Brasil, é o Orixá que determina o movimento contínuo, simbolizado pela serpente que morde a própria cauda e enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desgovernar. Se Oxumare perder-se a força, a Terra vagaria solta pelo espaço em uma rota a seguir, sendo o fim do nosso Planeta.

É o orixá da riqueza, um dos benefícios mais apreciados não só pelos yorubás como por todos os povos da terra.

Arró-bo-boí!

OFERENDA À BECÉM PARA PROSPERIDADE

Em tempos difíceis, um dos voduns que não pode deixar de ser cultuado é Becém, pois este vodun é o Deus do movimento. Na nação de Ketu, este vodun é assimilado ao Orixá Oxumarê.

Os ingredientes necessários para a comida ou oferenda à Becém, para prosperidade são:

*01 travessa média de barro

*300g de batata doce

*½ k de canjica

*14 moedas correntes

*14 folhas de louro

*14 búzios abertos

*01 colher de açúcar cristal

Como fazer:

*Cozinhar bem a canjica e colocá-la na travessa

*Cozinhar as batatas doces, retirar as cascas e amassá-las bem. Modelar duas cobras de batata doce e colocá-las em cima desta canjica

*Enfiar as folhas de louro nos cantos, em volta da canjica. (Observação: para cada folha, uma moeda e um búzio aberto até completar as 14 folhas, 14 moedas e 14 búzios)

*Espalhar o açúcar cristal por cima de toda esta oferenda e oferecê-la à Becém, em baixo de uma árvore bonita e frondosa com 14 velas em volta, acesas.

Certamente, Sr Acolo Becém irá trazer muita prosperidade para vocês!

AJOIÉ E EKEDI

A palavra “ajoié” é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.

Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa “mãe que o orixá escolheu e confirmou”.

Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de “mãe”, por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.

Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.

A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.

Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.

No Candomblé do Engenho Velho ou Casa Branca, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de “Iyárobá”. Já na Nação de Angola, é chamada de “makota de angúzo”. Mas, como relatei anteriormente, “ekedi” é nome de origem Jeje mas, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil, seja qual for a Nação.

OS ODÙS NA CULTURA JEJE

Um Babalawo, ou Pai dos segredos (awô) é muito respeitado pela cultura yorubá.

O Babalawo, como o nome diz, é o conhecedor de todos os mistérios e segredos no culto à Orunmilá, sendo portanto sacerdote de ifá. Somente o Babalawo pode manipular o Rosário de ifá que em yorubá recebe o nome de opele-ifá e em ewe, língua da cultura fon ou Jeje tem o nome de agú-magá. Ainda na cultura Jeje, ifá é chamado de Vodun-fá ou Deus do destino e o Babalawo é denominado de Bokunó. Mas, nas duas culturas, tanto o Babalawo dos yorubás quanto o Bokunó dos fons precisam de uma divindade que interprete as caídas do jogo à ifá.

Quem seria essa divindade? Para os yorubás, essa divindade que auxilia o Babalawo a interpretar as caídas do jogo-a-ifá tem o nome de Exu e para os ewes ou fons da cultura Jeje essa mesma divindade é chamada de Legba, que em ewe significa: “Divino esperto”.

Como podemos observar, nas duas culturas o culto à ifá é uma constante na vida destes povos, pois tanto na Nigéria como no antigo Dahomé, o destino individual ou coletivo é motivo de muita atenção(Destino que em yorubá se chama odù e em ewe-fon, aírun-ê), pois os povos Jejes também cultuavam os odùs ou aírun-ê.

Abaixo, encontram-se divulgados alguns nomes dos odùs, em ewe-fon:

*ogudá ou obéogunda em yorubá

*lossô ou yorossun em yorubá

*ruolin ou warin em yorubá

*sá ou ossá em yorubá

Candomblé de Jeje

Assim, como os Nagôs ou Yorubas, os Jejes língua Ewe, língua Fon, língua Mina e os Fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África Ocidental hoje denominada de Nigéria, Benin e Togo. Sua entrada no Brasil ocorreu em meados do século XVII.

Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).

Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.

Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou:

Um templo para Dan; Kwe Ceja Hundê, mais conhecido como o Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) em Cachoeira e São Felix

Um templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum em Salvador

Um templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento jeje-mahi do povo Fon.

O templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido por Cacunda de Ayá. São os Jeje-Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.

No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informação de Sergio Ferretti. É com certeza a mais conhecida casa de jeje do Brasil. Esse é o segmento do povo Jeje-Mina.

Ainda no Maranhão encontramos a casa Fanti-Ashante fundada por Euclides Menezes Ferreira (Talabian). Esse é o segmento jeje-Fanti-Ashanti do povo Akan vindo de Ghana, inicialmente teria ligações com a Sitio de Pai Adão Nação Nagô-Egbá.

No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do Pó Dabá no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Ontinha de Oiá (Devodê), que por sua vez foi sucedida por Joana da Cruz de Avimadjé, mais conhecida como Mejitó, que transferiu a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha. Os descendentes do Pó Dabá mais ilustres da atualidade são Glorinha Toqüeno, com terreiro no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro e Helena de Dã, com terreiro em Parque Paulista, em Duque de Caxias.

Depois veio Antonio Pinto de Oliveira. Tata Fomutinho que fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.

Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomutinho no começo de sua vida de santo aqui no Rio de Janeiro.

Tata Fomutinho deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, Jorge de Yemanja que fundou o Kwe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxosse e Amaro de Xangô.

Os Voduns no Jeje são basicamente os da Mitologia Ewe e Fon.

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.

Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação.

Loko, É o primogênito dos voduns.dono da joia de mahi que e o rungbe

Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.

Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.

Sakpatá, Vodun da varíola.

Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.

Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.

Agbê, Vodun dono dos mares.

Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.

Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.

Aguê, Vodun que representa a terra firme.

Legba, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.

Fa , Vodun da adivinhação e do destino.

aziri , vodun das aguas doces.

possun , vodun do po e da terra seca representado pelo tigre.

Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio com nascente, mata natural, plantas e animais.

Infelizmente nas casas urbanas isto já não é tão possível, pois as Casas cada vez mais diminuem de tamanho. Mas ainda assim toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chamamos “kpamahin”, e alguns animais que são muito importantes para nós.

Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em, um ritmo mais denso e pesado. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas excessões, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura. Informação de Doté Dorivaldo.

A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetido a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.

Hierarquia

Bokonon – Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo

Doté Sacerdotes (homens) e Doné Sacerdotisas (mulheres) esse título é usado no Terreiro do Bogum e casas descendentes.

Vodunsi – após 1 ano da iniciação.

Kajekaji – iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.

Candomblé Bantu

Bantu, também chamado de Batuque ou Angola, é uma das principais seitas (nações) do Candomblé, uma tradição de fé Africano praticada no Brasil. Se desenvolveu entre os escravos que falou Bantu (Kikongo e Kimbundo) idiomas.DivindadesO Deus supremo e Criador é Nzambi (Zambi) OU Nzambi Mpungu (Zambiapongo); abaixo dele estão os Nkisis, o espírito-deuses da mitologia Bantu. Essas divindades correspondem a Olorun e os Orishas da mitologia iorubá, e Olorun e Orixá do Candomblé Ketu.O Nkisis principais são:Aluvaiá, Bombojira, Pambu Njila: intermediário entre os humanos e os Inkices outros (cf. Exu). Em sua manifestação feminina, é chamado Vangira.Nkosi Mukumbe, Roxi Mukumbe: Inkice de guerra e estradas.Kabila, Mutalambô, Lambaranguange: caçador, vive em florestas e montanhas; deus de alimento abundante. 

Gongobira: jovem caçador e pescador.

Katende: conhece os segredos das ervas medicinais.

Zaze, Loango: entrega justiça aos seres humanos.

Kaviungo ou Kavungo, Kafungê, Kingongo: deus da saúde e da morte.

Angorô (forma masculina) e Angoroméa (feminino): auxiliar a comunicação entre humanos e divindades.

Kitembo OU Inkice Tempo: deus do tempo e das estações.

Matamba (f), Bamburussenda (f), Nunvurucemavula (f): guerreiro, comanda o morto.

Kisimbi, Inkice Samba: a grande mãe, deusa da fertilidade, de lagos e rios.

Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do mar.

Zumbarandá: o mais velho dos deuses, ligado à morte.

Wunje: o mais jovem dos Inkice, representa a alegria da juventude.

Lembá Dile, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo.

Divindades

Babalu Aye · · Exu Iansã · · Jah Mami Wata · · Obatalá Ogum Olorum · · · Orunmila Osun · · Xangô Yemaja

Raízes

Oeste Africano Vodun · Ifá, Orisa (Iorubá) · Lwa (Dahomey) · Odinani (ibo) · Nkisi (Kongo) · Catolicismo (Portugal, Espanha)

Candomblé Bantu na Pós-Modernidade

Os bantu, no Brasil, têm um papel preponderante na formação da nacionalidade brasileira, e, nesse sentido, muitos estudos têm sido elaborados, tocantes, principalmente, à linguagem, às contribuições linguísticas ao português brasileiro, sobretudo as advindas do Kimbundo e do Kikongo. Quanto aos estudos sobre as contribuições na área da cultura popular, caso das congadas, dos reisados e da capoeira de Angola, observa-se que, além das pesquisas já concluídas, há vários estudiosos empenhados em desenvolvê-las.

No entanto, na área das religiões de matriz bantu no Brasil, existe uma enorme carência de estudos, pois muito pouco ou quase nada tem sido feito desde que nossos pioneiros na pesquisa do africano e nas suas manifestações simbólicas afirmaram não encontrar elementos de peso da cultura bantu1 no Brasil. Desde tal acontecimento, a atenção dos estudiosos passou a ser voltada para os sudaneses, criando, com isso, a temática do nagocentrismo que muito prejuízo tem causado, já que reforça a ideia lançada por Nina Rodrigues e acalentada por Edison Carneiro e Arthur Ramos de que os bantu eram possuidores de uma mítica paupérrima, com ausência total de mitos cosmogônicos e fundadores, razão por que teriam se apoderado da mítica e dos rituais nagô. Em decorrência da falta de estudos mais aprofundados sobre o tema, a tarefa de compreender a mítica bantu no Brasil, infelizmente, tornou-se quase impossível.

Outra consequência, ainda que indirecta, dessa atitude de nossos primeiros pesquisadores, é o fato de que as religiões de matriz bantu, principalmente a Umbanda e o Candomblé Congo/Angola, têm assimilado de forma acentuada os elementos de matriz yorubana, uma vez que estes foram legitimados pela academia e disseminados pela mídia. A Umbanda, fenômeno verificado nas regiões sul e sudeste do Brasil, assim como uma sua variante, o Omolocô, sincretizou-se, violentamente, a partir dos anos 60, na intenção de se tornar conhecida e legitimada pelo grande público, pelos orixás nagôs e pela prática litúrgica dos descendentes do povo yorubano. Por sua vez, o Candomblé Congo/Angola passou a nomear seus Mukisis2 como se fossem Orixás nagôs, copiando formas de culto e de comportamento do Candomblé de Ketu, mais popular e aceito pela academia e pela mídia.

Há alguns poucos anos, os descendentes espirituais dos bantu começaram a tomar consciência do problema e alguns esforços nesse sentido têm sido verificados: a Cobantu, associação com sede na cidade de São Paulo, e alguns grupos da Bahia, motivados pela Casa de Angola, têm procurado estudar o Kimbundo e o Kikongo3, línguas rituais dos Candomblés de matriz bantu. São esforços louváveis, mas que não têm tido a força suficiente para despertar o interesse dos pesquisadores, que poderiam, por meio de seu labor académico, dar uma valiosa contribuição para que a recuperação de determinados mitos e ritos necessários para a sobrevivência do fenómeno religioso ocorresse.

Os bantu, aos poucos, começam a sair do isolamento e estão procurando preencher lacunas, omissões e esquecimentos causados por séculos de separação entre a matriz e suas ramificações. No entanto, as dificuldades são imensas, pois a parca bibliografia existente sobre o assunto foi escrita, ou por portugueses e publicadas em Portugal, ou por pesquisadores de outras nacionalidades e em línguas que o povode-santo de origem bantu não lê. Algumas obras de Oscar Ribas, José Redinha e outros têm sido fotocopiadas até a exaustão e repassadas de mão em mão, lidas e relidas em busca de respostas que o passado calou. Faltam-lhes tudo: bibliografia acessível, condições culturais para leitura da bibliografia existente, bem como a atracão de estudiosos das religiões de matriz africana no Brasil. Costumamos, em tom de brincadeira, dizer que estamos a buscar agulha no palheiro, sem, no entanto, descobrirmos sequer onde ele – o palheiro – está. Isso porque, enquanto as religiões de matriz yorubana encontram seus elementos africanos na “iorubalândia”, conjunto de povos localizados na Nigéria, Benin e Togo, os bantu se espalham por uma imensa área geográfica, dificultando sobremaneira a localização dos elementos culturais que deram origem as religiões no Brasil.

Uma outra séria dificuldade a evocar é a extrema diversidade e polissemia dos cultos afros-brasileiros em geral e dos cultos bantos, em particular, acrescidos do fato, de que, o candomblé é uma religião iniciática sem fontes de escrituração, o que torna cada casa um universo fechado dependente do Sacerdote, cuja voz é autoridade máxima e inquestionável, resultando disso, discrepâncias notáveis entre casas da mesma raiz e da mesma nação.

bantos ou bantu – grande grupo lingüístico da África sub-saariana

Mukissis-sing. Nkissi –divindades bantu

Kikongo e Kimbundo – línguas faladas no Congo e em Angola

Uma das caracteristicas do povo de Angola importantes são a lingua o kimbundo é o kicongo que emprestam muitas palvras ao portugues.

As referências dos Jinkisi/Akixi e algumas referências aos Orixás yorubá mais conhecidos, entendamos estas semelhanças como caminhos, e não como individualidades.

No Brasil os cultos que prevalecem nos candomblés Angola, Congo (com algumas variações de casa para casa ou de família para família de culto).

Pambu Njila – Nkosi – Katendê – Mutakalambô – Nsumbu – Kindembu – Nzazi – Hongolo – Matamba – Ndanda Lunda – Nkaia – Nzumbá – Nkasuté Lembá – Lembarenganga

Os mais velhos trouxeram cantigas, rezas, tudo em Kimbundo e Kikongo (algumas também em Umbundo e outros dialetos). Muita coisa se perdeu até mesmo por haver a associação com as tradições Jeje nagô, que foi em ultima instância prejudicial para as tradições bantu.

Não que estas sejam mais certas ou mais erradas, mas que cada tradição deve ser mantida e respeitada, pois faz parte da história da própria humanidade, de como nos organizamos, como desenvolvemos outros falares, de como nos organizamos como sociedade, etc. e ao que parece, tínhamos um culto primitivo comum que com as distâncias das eras e também geográficas foi se modificando e incorporando novos elementos.

Acima de tudo está Nzambi Mpungu (um dos seus títulos) Deus criador de todas as coisas. Alguns povos bantu chamam Deus de Sukula outros de Kalunga e outros nomes ainda associam-se a estes.

O Culto a Nzambi não tem forma nem altar próprio. Só em situações extremas eles rezam e invocam Nzambi, geralmente fora das aldeias, em beira de rios, embaixo de árvores, ao redor de fogueiras. Não tem representação física, pois os Bantu o concebe como o incriado, o que representa-lo seria um sacrilégio, uma vez que Ele não tem forma.

No final de todo ritual Nzambi é louvado, pois Nzambi é o princípio e o fim de tudo.

O culto no Brasil

A partir da Mameto de inkice Maria Nenen e de outros Tatetos como, Jubiabá, Olegário, Bernardinho, Ciriaco, Joãzinho da Goméia, Tombeici o culto Banto ou Candomblé da Nação de Angola, como é chamado o culto no Brasil, teve maior destaque na comunidade afro-brasileira.

Estes negros ou bantos, como eram chamados devido a língua que falavam, seguiam a tradição religiosa de lugares como: Casanje, Munjolo, Cabinda, Luanda entre outros.

Mas, o culto banto tem sua liturgia particular e muito diferenciada das culturas yorubá e fon.

História dos povos Banto

A grande maioria dos 11.000.000 habitantes que formam a população de Angola, são de origem Bantu. No entanto, outra considerável parte é formada por misturas que começaram muito cedo: primeiramente. entre os diversos grupos que migraram para o território e depois com Europeus (na grande maioria Portugueses) durante a colonização. Existem ainda algumas minorias que não são Bantu, como os Bochimane e um considerável número de Europeus. Há 3000 ou talvez 4000 anos atrás, os Bantu sairam da selva equatorial (a região que é hoje ocupada pelos Camarões e pela Nigéria) e dividiram-se em dois movimentos diferentes: para o Sul e para Este criando a maior migração jamais vista na áfrica. De causa desconhecida, esta migração continuou até ao século XIX. A selva equatorial era uma área de passagem impossível. Só o machado ou o cutelo, a rápida e nutritiva produção de banana e o inhame possibilitaram uma façanha que durou séculos. O excelente nível de nutrição deu lugar a uma invulgar explosão demográfica. A exuberância da selva equatorial, os rios e lagos das grandes savanas, tão bons para a agricultura e a descoberta do ferro – um mineral muito comum na áfrica – deram força à grande aventura. Caminhando sempre em direcção ao Sul. estes vigorosos, armados, organizados e jovens povos, venceram e fizeram escravos os indefesos pigmeus e os Bochimane.

O nome Bantu não se refere a uma unidade racial. A sua formação e migração originou uma enorme variedade de cruzamentos. Existem aproximadamente 500 povos Bantu. Assim, não podemos falar de uma raça Bantu, mas sim de povo Bantu, isto significa uma comunidade cultural com uma civilização comum e linguagens similares. Depois de muitos séculos de movimentações, cruzamentos, guerras e doenças, os grupos Bantu mantiveram as raízes da sua origem comum. A palavra Bantu aplica-se a uma civilização que manteve a sua unidade e foi desenvolvida por pessoas de raça negra. O radical ntu, vulgar para a maioria das línguas Bantu, significa homem, ser humano e ba é o plural. Assim, Bantu significa homens, seres humanos. Os dialectos Bantu, e existem centenas, têm uma tal semelhança que só pode ser justificada por uma origem comum. Os povos Bantu, além do semelhante nível linguístico, mantiveram uma base de crenças, rituais e costumes muito similares; uma cultura com características idênticas e específicas que os tornam semelhantes e agrupados.

Fora da sua identidade social, são caracterizados por uma tecnologia variada, uma escultura de grande originalidade estilística, uma incrível sabedoria empírica e um discurso forte e interessante com sinais de expressão intelectual. As línguas faladas hoje em Angola, são por ordem de antiguidade: Bochiman, Bantu e Português. Das três só o Português tem uma forma escrita. Os dialectos Bantu, apresentam uma unidade genealógica. Homburger, um eminente estudioso do Bantu diz que o primeiro ponto obtido no domínio da linguística comparada foi a unidade dos povos Bantu. Também diz, tendo em conta a história desta unidade, que os primeiros descobridores Portugueses viram que os Angolanos conseguiam comunicar com os povos da costa Moçambicana. Os Bantu Angolanos estão divididos em 9 grupos etnolinguísticos: Quicongo, Quimbundo, Luanda-Quioco (Tchôkwe), Mbundo, Ganguela, Nhaneca-Humbe, Ambó, Herero e Xindonga, que por seu turno estão subdivididos em cerca de 100 subgrupos, tradicionalmente chamadas tribos.

Abaixo, encontram-se desmembrados os cargos e funções em um Candomblé Banto:

Tata Ria Inkice – Zelador / Pai

Mameto Ria Inkice – Zeladora / Mãe

Tata Ndenge – Pai pequeno

Kixika Ingoma – Tocador

Tata Kambono – Ogan

Tatta Kivonda – Aquele que sacrifica os animais

Kinsaba – O que colhe folhas

Kikala Mukaxe- Filho de santo

Tata Utala – Herdeiro da casa

Macota -Dikota – Ekedi

Kijingu – Cargo

Tata Unganga – O que joga búzios

Zakae Npanzo- Troncos de árvores colocados nas portas dos santos.

A partir da Mameto Ria Nkise Maria Nenen e de outros Tatetos como Bernardinho e Ciri Aco, o culto banto ou Candomblé da Nação de Angola, como é chamado o culto no Brasil, teve maior destaque na comunidade afro-brasileira.

Estes negros ou bantos, como eram chamados devido a língua que falavam, seguiam a tradição religiosa de lugares como: Kassanje, Munjolo, Kabinda, Luanda entre outros.

Mas, o culto banto tem sua liturgia particular e muito diferenciada das culturas yorubá e fon.

Abaixo, encontram-se desmembrados os cargos e funções em um Candomblé Banto:

Ordem do barco:

01º Muzenza Kamoxi Rianga (Kadianga)

02º Muzenza Kaiai Kairi

03º Muzenza Katatu Kairi

04º Muzenza Kakuãna Kauanã

05º Muzenza_Katanu

06º Muzenza Lusamanu

07º Muzenza Kasanbuadi

08º Muzenza_kanaké

09º Muzenza_kavua

10º Muzenza kakuinhi

OS NOMES DOS NKISES

      Na Angola os Nkises são masculinos      E Nkisi amês são femininos

Os Nkises

Os Nkises são para os Bantus o mesmo que orixás para os Yorubás, ou ainda, o mesmo que vodum para os Daometanos. Muitos autores cometem o mesmo erro ao tratar das semelhanças existentes entre um Nkise, orixá ou vodum, pois confundem semelhanças com correspondência, fazendo-nos acreditar que na verdade se tratam da mesma divindade apenas com nome distinto.       Esta visão é equivocada, e cabe a nós desfazermos tal equívoco. Cada Nkise, orixá ou vodum

possui peculiaridades próprias, tratamento e culto diferenciados. Pode-se sim, dizer que existem pequenas coincidências, como por exemplo o fato de Kabila, Oxósse e Otulu serem caçadores, ou ainda, por usarem as mesmas cores. Mas não há que se confundir um e outro, pois mesmo  em suas origens na África se diferem, sendo o primeiro ( Kabila ) originário do Congo, o  segundo (Oxósse) originário das terras Yorubás e o último ( Otulu ) do Reino do Dahomé.      Desta forma, elenco abaixo alguns dos Nkises de Angola e Congo, sem fazer qualquer correspondência entre orixá ou vodum, dando ao lado de seus nomes uma breve descrição :

Aluvaiá, Bombojira, Vangira (feminino), Pambu Njila.

É o Nkise responsável pela comunicação entre as divindades e os homens. Está nas  ruas, é a este Nkise que pertencem as “bu dibidika jinjila” (encruzilhadas). Suas cores são preto, vermelho, sua saudação: Kiuá Luvaiá Ngananzila Kiuá (Viva Aluvaiá, Senhor dos Caminhos)

 Nkosi Mukumbe, Roxi Mukumbe.

É o Nkise da guerra, das estradas. É a ele que se fazem oferendas com o fim de obter abertura de caminhos. Sua cor é o azul escuro, sua saudação: Luna Kubanga Mueto – Nkosi ê (Aquele que briga por nós – Nkosi ê)

 Kabila, Mutalambô, Burungunzo.

Nkise caçador, habita as florestas ou montanhas. É o responsável pela fartura, pela abundância de alimentos. Suas cores: verde para Mutalambô, Kabila e Burungunzo, e verde,azul e amarelo para Gongobira, sua saudação: Kabila Duilu – Kabila (Caçador dos Céus – Kabila)

Gongobira.

É um jovem caçador que obtém, seu sustento ora através da caça, ora através da pesca.

Suas características são as mesmas das dos caçadores ( Kabila, Mutambô, Lambaranguange) unidas as características dos Nkises da água doce ( Kisimbe, Samba ). Suas cores: verde cristal, azul cristal e amarelo ouro, sua saudação: Mutoni Kamona Gongobira – Muanza ê (Pescador Menino Gongobira – Rio ê)

 Katendê.

Nkise dono dos segredos das ” nsabas” ( folhas, ervas ). Sua cor é o verde ou verde e branco, sua saudação: Kisaba kiasambuká – Katendê (Folha Sagrada – Katendê)

 Zaze, Luango.

Nkise responsável pela distribuição da Justiça entre os homens. Suas cores são: vermelho e branco, sua saudação: A Ku Menekene Usoba Nzaji – Nzaze (Salve o Rei dos Raios –  Grande Raio)

 Kaviungo ou Kavungo, Kafungê e Kingongo.

É o Nkise responsável pela saúde, estando intimamente ligado a morte. Usa preto, vermelho, branco e marrom, sua saudação: Tateto Mateba Sakula Oiza – Dixibe (O Pai da Ráfia Está  Chegando – Silêncio)

 Angorô e Angoroméa.

Assim como Njira, auxiliam na comunicação entre as divindades e os homens. São  representados por uma cobra, sendo o primeiro ( Angorô ) masculino e o segundo  ( Angoroméa ) feminino, sua saudação: Nganá Kalabasa – Angorô Le (Senhor do Arco Íris – Angorô Hoje

 Kitembo ou Tempo.

É o responsável pelo tempo de forma geral, e especificamente, pelas mudanças  climáticas (como chuva, sol, vento etc), portanto, atribuído a ele, o domínio sobre as estações do ano. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca.

Usa cores fortes, como: vermelho, azul, verde, marron e branco, sua saudação: Nzara  Kitembo – Kitembo Io (Gloria Kitembo – Kitembo do Tempo).

Tempo ou kitembo é um Nkise da nação de Angola, é o dono da bandeira de Angola, que  podemos ver em qualquer casa de Candomblé, perto do assentamento de Tempo, uma grande vara com uma bandeira branca no topo.

Tempo é o Nkise senhor das estações do ano, regente das mutações climáticas. Ainda, é  considerado o Pai da Maionga, que é o banho usado pelos seguidores e iniciados da Nação de Angola, tendo sua maior vibração justamente ao ar livre, ou seja, no tempo. É exatamente ali, no tempo, que este banho feito de ervas, água do mar, de cachoeira, de rio, chuva e outros elementares vai consagrar  através de tempo este iniciado.

Tempo está associado à escala do crescimento, por isso sua ferramenta é uma escada com uma  lança voltada para cima, em referência ao próprio tempo.

Como expliquei, este Nkise rege as estações do ano e está ligado ao frio, ao calor, a seca, as  tempestades, ao ambiente pesado e ao ambiente agradável.

Conta uma lenda da Nação de Angola, que Tempo era um homem muito agitado que fazia e resolvia muitas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, este homem vivia reclamando e cobrando de Zambi que o dia era muito pequeno para fazer e resolver tudo que quisesse. Um dia, Zambi lhe disse:

“Eu errei em sua criação, pois você é muito apressado.” Ele então respondeu a Zambi: “Não tenho  culpa se o dia é pequeno e as horas miúdas, não dando tempo para realizar tudo que planejo”. A  partir desse momento, Zambi então determinou que esse homem passa-se a controlar o tempo. Tendo} domínio sobre os elementares e movimentos da natureza. Assim nasceu o Nkise Tempo.

Matamba, Bamburussema, Nunvurucemavula.

Trata-se de um Nkise feminino, uma Nkisi amê. É guerreira e está intimamente ligada a morte, por conseguir dominar os mortos ( “Vumbe” ). Suas cores são o vermelho e o  marrom avermelhado, sua saudação: Nenguá Mavanju – Kiuá Matamba (Senhora dos  Ventos – Viva Matamba)

 Kisimbi, Samba, Dandalunda.

Nkise feminino, uma Nkisi amê, representa a fertilidade, é a grande mãe. Seu domínio é sobre as águas doces. Sua cor é o amarelo ouro e o rosa, sua saudação: Mametu Maza  Mazenza – Kisimbi ê (Oh, Mãe da Água Doce – Kisimbi ê)

 Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto.

Também um Nkise feminino, uma Nkisi amê,  tem domínio sobre as águas salgadas ( ” Kalunga Grande” , o mar ). Sua cor: branco cristal, sua saudação: Kiuá Kokueto –  Mametu Ria Amaze Kiuá (Viva Kokueto, Mãe das águas -Viva)

 Zumbarandá.

É um Nkise feminino, uma Nkisi amê, representa o início, vez que, é a mais velha das  mães. Também tem relação estrita com a morte. Sua cor: azul, sua saudação: Mametu  Ixi Onoká – Zumbarandá (Mãe da Terra Molhada – Zumbarandá)

 Wunje.

É o mais novo dos Nkises. Representa a mocidade, a alegria da juventude. Durante o toque para este Nkise, a dança se transforma numa grande brincadeira, sua saudação:  Wunje Pafundi – Wunje ê (Wunje Feliz – Bem Vindo)

Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda.

Nkise da criação, ora apresenta-se como jovem guerreiro, ora como velho curvado.  Está ligado a criação do mundo. Quando jovem tem como cores o branco e o azul, ou branco e prata, quando de idade avançada, apenas o branco, sua saudação: Kalaepi Sakula  Lemba Dilê – Pembele (Quietos, Ai Vem o Senhor da Paz – Eu te Saudo)

 Zambi, Zambiapongo.

Não se trata de um Nkise, mas sim do Deus Supremo, o grande criador. Na Angola toma-se benção como: Mukuiú – responde: Mukuiú no Zambi  Para os NkisesKonzondiô – responde: Zambeuatala Para as Nkisi amêsEnuncy – responde: Sendalá com Samburiká – Para Nzaze

Munzenza – Iniciado

Ndunbe – Abian

Vumbi – Egun

Dizungu Kilumbe – Saída de santo

Dimba Inkice – Obrigações oferecidas aos Santos

Kumbi Ngoma – Dias de toque

Kufumala – Defumação

Dizungu – Nlungu

Ordem do barco:

Kamoxi Rianga – o primeiro

Kaiai Kairi – o segundo

Katatu Kairi – o terceiro

Kakuãna Kauanã – o quarto

Sukuranise – Troca das águas nas quartinhas

Kota – Filhos com mais de 07 anos de feitura

OS principais Nkisis no Brasil são:

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: – Intermediário entre os seres humanos e o outros Nkisis (cf. Exú Orixá). Na sua manifestação feminina, é chamado Vangira.

  • Nkosi, Roxi Mukumbe: – Nkisi de guerra e Senhor das estradas de terra. Mukumbe, Biolê, Buré qualidades ou caminhos desse Nkisi.
  • Ngunzu: – Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
  • Kabila: – O caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
  • Mutalambô, Lambaranguange: – Caçador, vive em florestas e montanhas, Nkisi de comida abundante.
  • Gongobira ou Gongobila: – Caçador jovem e pescador.
  • Mutakalambô: – Tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
  • Katendê: – Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
  • Nzazi, Loango: – São o próprio raio, entrega justiça aos seres humanos.
  • Kaviungo ou Kavungo, Kafungê ou Kafunjê, Kingongo: – Nkisi da varíola, das doenças de pele, da saúde e da morte.
  • Nsumbu – Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
  • Hongolo ou Angorô (masculino) e Angoroméa (feminino): – Auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades (representado por uma cobra).
  • Kindembu ou Nkisi Tempo: – Rei de Angola. Senhor do tempo e estações. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca.
  • Kaiangu: – Têm o domínio sobre o fogo.
  • Matamba, Bamburussenda, Nunvurucemavula: – Qualidades ou caminhos de Kaiangu. guerreira, comanda os mortos (Nvumbe).
  • Kisimbi, Samba_Nkisi: – A grande mãe; Nkisi de lagos e rios.
  • Ndanda Lunda: – Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
  • Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: – Nkisi do Oceano, do Mar (Kalunga Grande)
  • Nzumbarandá: – A mais velha das Nkisi, conectada para morte.
  • Nvunji: – O mais jovem do Nkisi, Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
  • Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Nkasuté Lembá, Gangaiobanda: – Conectado à criação do mundo.

O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades da Mitologia_Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orishas da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.

NAÇÃO ANGOLA

Os Nkises

      Os Nkises são para os Bantus o mesmo que orixás para os Yorubás, ou ainda, o mesmo que
vodum para os Daometanos. Muitos autores cometem o mesmo erro ao tratar das semelhanças existentes entre um Nkise, orixá ou vodum, pois confundem semelhanças com correspondência, fazendo-nos acreditar que na verdade se tratam da mesma divindade apenas com nome distinto. 

      Esta visão é equivocada, e cabe a nós desfazermos tal equívoco. Cada Nkise, orixá ou vodum
possui peculiaridades próprias, tratamento e culto diferenciados. Pode-se sim, dizer que existem
pequenas coincidências, como por exemplo o fato de Kabila, Oxósse e Otulu serem caçadores,
ou ainda, por usarem as mesmas cores. Mas não há que se confundir um e outro, pois mesmo
em suas origens na África se diferem, sendo o primeiro ( Kabila ) originário do Congo, o
segundo (Oxósse) originário das terras Yorubás e o último ( Otulu ) do Reino do Dahomé.

      Desta forma, elenco abaixo alguns dos Nkises de Angola e Congo, sem fazer qualquer correspondência entre orixá ou vodum, dando ao lado de seus nomes uma breve descrição :

Aluvaiá, Bombojira, Vangira (feminino), Pambu Njila.

      É o Nkise responsável pela comunicação entre as divindades e os homens. Está nas
ruas, é a este Nkise que pertencem as “bu dibidika jinjila” (encruzilhadas). Suas cores são
preto, vermelho, sua saudação: Kiuá Luvaiá Ngananzila Kiuá (Viva Aluvaiá, Senhor dos
Caminhos)

 

Nkosi Mukumbe, Roxi Mukumbe.

      É o Nkise da guerra, das estradas. É a ele que se fazem oferendas com o fim de obter
abertura de caminhos. Sua cor é o azul escuro, sua saudação: Luna Kubanga Mueto – Nkosi
ê (Aquele que briga por nós – Nkosi ê)

 

Kabila, Mutalambô, Burungunzo.

      Nkise caçador, habita as florestas ou montanhas. É o responsável pela fartura, pela
abundância de alimentos. Suas cores: verde para Mutalambô, Kabila e Burungunzo, e verde,
azul e amarelo para Gongobira, sua saudação: Kabila Duilu – Kabila (Caçador dos
Céus – Kabila)

Gongobira.

      É um jovem caçador que obtém, seu sustento ora através da caça, ora através da pesca.
Suas características são as mesmas das dos caçadores ( Kabila, Mutambô, Lambaranguange)
unidas as características dos Nkises da água doce ( Kisimbe, Samba ). Suas cores: verde
cristal, azul cristal e amarelo ouro, sua saudação: Mutoni Kamona Gongobira – Muanza ê
(Pescador Menino Gongobira – Rio ê)

 

Katendê.

      Nkise dono dos segredos das ” nsabas” ( folhas, ervas ). Sua cor é o verde ou verde e
branco, sua saudação: Kisaba kiasambuká – Katendê (Folha Sagrada – Katendê)

 

Zaze, Luango.

      Nkise responsável pela distribuição da Justiça entre os homens. Suas cores são: vermelho
e branco, sua saudação: A Ku Menekene Usoba Nzaji – Nzaze (Salve o Rei dos Raios –
Grande Raio)

 

Kaviungo ou Kavungo, Kafungê e Kingongo.

      É o Nkise responsável pela saúde, estando intimamente ligado a morte. Usa preto, vermelho,
branco e marrom, sua saudação: Tateto Mateba Sakula Oiza – Dixibe (O Pai da Ráfia Está
Chegando – Silêncio)

 

Angorô e Angoroméa.

      Assim como Njira, auxiliam na comunicação entre as divindades e os homens. São
representados por uma cobra, sendo o primeiro ( Angorô ) masculino e o segundo
( Angoroméa ) feminino, sua saudação: Nganá Kalabasa – Angorô Le (Senhor do Arco Íris
– Angorô Hoje

 

Kitembo ou Tempo.

      É o responsável pelo tempo de forma geral, e especificamente, pelas mudanças
climáticas (como chuva, sol, vento etc), portanto, atribuído a ele, o domínio sobre as estações
do ano. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca.
Usa cores fortes, como: vermelho, azul, verde, marron e branco, sua saudação: Nzara
Kitembo – Kitembo Io (Gloria Kitembo – Kitembo do Tempo)

  

Matamba, Bamburussema, Nunvurucemavula.

      Trata-se de um Nkise feminino, uma Nkisi amê. É guerreira e está intimamente ligada
a morte, por conseguir dominar os mortos ( “Vumbe” ). Suas cores são o vermelho e o
marrom avermelhado, sua saudação: Nenguá Mavanju – Kiuá Matamba (Senhora dos
Ventos – Viva Matamba)

 

Kisimbi, Samba, Dandalunda.

      Nkise feminino, uma Nkisi amê, representa a fertilidade, é a grande mãe. Seu domínio
é sobre as águas doces. Sua cor é o amarelo ouro e o rosa, sua saudação: Mametu Maza
Mazenza – Kisimbi ê (Oh, Mãe da Água Doce – Kisimbi ê)

 

Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto.

      Também um Nkise feminino, uma Nkisi amê,  tem domínio sobre as águas salgadas
( ” Kalunga Grande” , o mar ). Sua cor: branco cristal, sua saudação: Kiuá Kokueto –
Mametu Ria Amaze Kiuá (Viva Kokueto, Mãe das águas -Viva)

 

Zumbarandá.

      É um Nkise feminino, uma Nkisi amê, representa o início, vez que, é a mais velha das
mães. Também tem relação estrita com a morte. Sua cor: azul, sua saudação: Mametu
Ixi Onoká – Zumbarandá (Mãe da Terra Molhada – Zumbarandá)

 

Wunje.

      É o mais novo dos Nkises. Representa a mocidade, a alegria da juventude. Durante o
toque para este Nkise, a dança se transforma numa grande brincadeira, sua saudação:
Wunje Pafundi – Wunje ê (Wunje Feliz – Bem Vindo)

         

Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda.

      Nkise da criação, ora apresenta-se como jovem guerreiro, ora como velho curvado.
Está ligado a criação do mundo. Quando jovem tem como cores o branco e o azul, ou branco
e prata, quando de idade avançada, apenas o branco, sua saudação: Kalaepi Sakula
Lemba Dilê – Pembele (Quietos, Ai Vem o Senhor da Paz – Eu te Saudo)

 

Zambi, Zambiapongo.

      Não se trata de um Nkise, mas sim do Deus Supremo, o grande criador.

TEMPO

Tempo ou kitembo é um Nkise da nação de Angola, é o dono da bandeira de Angola, que
podemos ver em qualquer casa de Candomblé, perto do assentamento de Tempo, uma grande vara
com uma bandeira branca no topo.

Tempo é o Nkise senhor das estações do ano, regente das mutações climáticas. Ainda, é
considerado o Pai da Maionga, que é o banho usado pelos seguidores e iniciados da Nação de Angola,
tendo sua maior vibração justamente ao ar livre, ou seja, no tempo. É exatamente ali, no tempo, que este
banho feito de ervas, água do mar, de cachoeira, de rio, chuva e outros elementares vai consagrar
através de tempo este iniciado.

Tempo está associado à escala do crescimento, por isso sua ferramenta é uma escada com uma
lança voltada para cima, em referência ao próprio tempo.

Como expliquei, este Nkise rege as estações do ano e está ligado ao frio, ao calor, a seca, as
tempestades, ao ambiente pesado e ao ambiente agradável.

Conta uma lenda da Nação de Angola, que Tempo era um homem muito agitado que fazia e
resolvia muitas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, este homem vivia reclamando e cobrando de Zambi
que o dia era muito pequeno para fazer e resolver tudo que quisesse. Um dia, Zambi lhe disse:
“Eu errei em sua criação, pois você é muito apressado.” Ele então respondeu a Zambi: “Não tenho
culpa se o dia é pequeno e as horas miúdas, não dando tempo para realizar tudo que planejo”. A
partir desse momento, Zambi então determinou que esse homem passa-se a controlar o tempo. Tendo}
domínio sobre os elementares e movimentos da natureza. Assim nasceu o Nkise Tempo.

OS CARGOS NA NAÇÃO DE ANGOLA

      A partir da Mameto Ria Nkise Maria Nenen e de outros Tatetos como Bernardinho e Ciri Aco,
o culto banto ou Candomblé da Nação de Angola, como é chamado o culto no Brasil, teve maior
destaque na comunidade afro-brasileira.

Estes negros ou bantos, como eram chamados devido a língua que falavam, seguiam a tradição
religiosa de lugares como: Kassanje, Munjolo, Kabinda, Luanda entre outros.

Mas, o culto banto tem sua liturgia particular e muito diferenciada das culturas yorubá e fon.

Abaixo, encontram-se desmembrados os cargos e funções em um Candomblé Banto:

Menen-Menen Bom Dia
Anangaiu Boa Tarde
Ingorossi Boa Noite
Tata Ngana-Mesú Babalaô – Sacerdote de Ifá
Tata Ria Nkise Zelador / Pai
Mameto Ria Nkise Zeladora / Mãe
Tata Ndenge Pai pequeno
Kixika Ingoma Tocador
Tata Kambono Ogan
Tata Kivonda ou Tata Musati Aquele que sacrifica os animais
Kinsaba O que colhe folhas
Kikala Mukaxe Filho de santo
Tata Utala Herdeiro da casa
Makota Ekedi
Kijingu Cargo
Tata Unganga O que joga búzios
Zakae Npanzo Troncos de árvores colocados nas portas dos santos
Munzenza Iniciado
Ndunbe ou Ntanji Abian
Vumbi Egun
Dizungu Kilumbe Saída de santo
Dimba Inkice Obrigações oferecidas aos Santos
Kumbi Ngoma Dias de toque
Kufumala Defumação
Dizungu Nlungu Ordem do barco***
Sukuranise Troca das águas nas quartinhas
Kota Filhos com mais de 07 anos de feitura

***Ordem do barco:
01ºMuzenza Kamoxi Rianga (Kadianga)
02ºMuzenza Kaiai Kairi
03ºMuzenza Katatu Kairi
04ºMuzenza Kakuãna Kauanã
05ºMuzenza_Katanu
06ºMuzenza Lusamanu
07ºMuzenza Kasanbuadi
08ºMuzenza_kanaké
09ºMuzenza_kavua
10ºMuzenza kakuinhi

OS NOMES DOS NKISES

      

Na Angola os Nkises são masculinos

      E Nkisi amês são femininos

                                      Na Angola toma-se benção como: 

Mukuiú – responde: Mukuiú no Zambi  

Para os Nkises

Konzondiô – responde: Zambeuatala 

Para as Nkisi amês

Enuncy – responde: Sendalá com Samburiká – Para Nzaze

INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ

Iniciação Ketu


Iniciação é um rito de passagem candomblé.

Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ouIyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é chamado de “Bolar no Santo” é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciaçãonão é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser IaôOgan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

Barco de Iaô

A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de “Barco de Iaô”. Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.

No caso do barco, o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de Gamutinho, o sétimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de Gremutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por diante. Essa sequência de nomes é usada na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros; nesse caso será recolhido sozinho.

Iniciação

Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza, que serão apurados no jogo de búzios e tomando banhos com folhas sagradas e abô. Ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento) próximo ao peji e será feita a primeira obrigação, que é o bori. No final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.

Em seguida começa a contar o período de 16 dias. Aí tem início o longo aprendizado das rezascostumes, práticas, lendashistórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidosanimaiscomida ritualflores e frutas.

Saída de Iaô

 

Segunda saída de Iaô, pintura colorida candomblé.

No final tem a festa que é chamada de “saída de iaô“, essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.

Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.

Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxue pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, da Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.

A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.

Momento mais esperado da iniciação

 

Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé.

A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente umBabalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.

A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

Banquete

 

Banquete no ritual de candomblé.

Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhaspatos,pomboscanjicamilho cozido, inhamepipocaacaçá e acarajé. Toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas e nesse caso é servido o Aluá. Nas casas que permitem, é servido refrigerante ecerveja.

Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes. Dependendo das posses do iniciado, poderá se contratar um Buffet para o banquete, onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.

Seguimento da iniciação chamado Urupim.

No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, IyaefunIyadaganiyamorôIyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inúmeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública,fechando um ciclo do rito de passagem de abiã ”não nascido” para iaô ”noviço ou recém nascido”.

Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.

Ritual do Panã.

iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seuBabalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).

Caída de kelê

 

Kelê de Obaluaye colocado em uma escultura do próprio orixá para tirar a foto – candomblé.

Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada “caída de quelê”.

É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em baresrestaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.

Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, bege, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.

Obrigações

Iyawo São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e os Delègún são os comprovantes e o diploma do iniciado.

Obrigação de um ano

(Odueta) ou (odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iyawo após sua iniciação. Somente esta obrigação dará ao iniciado à liberdade de viver materialmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal.

Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortarcabelo, tomar banho de mar e outros. Será feita na obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritualfrutas e flores.

Obrigação de três anos

(Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já está autorizado a conceber o seu ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu babalorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mòócan e Delègún. (conforme orientação do babalorixá)

Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas nocandomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).

Obrigação de sete anos

(Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu babalorixá.

Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.

A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búziospembasfavassementestesouranavalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.

Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.

Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.

– OIYE – quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.

– DEKA – é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Húnjèbé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbònme, é o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

Iniciação de Ogans e Ekedis

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.

Uma vez que não entram em transeOgans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.

Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá nobarracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquetede confraternização entre todos presentes.

Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelêe normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Ebômi em idade de santo, tendo portanto os 7 anos de idade perante os Iaôs.

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Candomblé bantu

A palavra Bantu compreende Angola e Congo, é uma das maiores nações do Candomblé, uma religiãoAfro-Brasileira. Desenvolveu-se entre escravos que falavam língua kimbundo e língua kikongo.

Principais Nkisis

  • AluvaiáBombo NjilaPambu Njila, Nzila, Bombogira, Mujilo, Mavambo, Vangira, Njila, Maviletanga : – Intermediário entre os seres humanos e o outros Nkisis (cf. Exú Orixá). Na sua manifestação feminina, é chamada de Pombagira por algumas casas, muitas aceitam o uso desse nome.
  • NkosiRoxo Mukumbe, Panzuá, Xauê, tawan: – Nkisi de guerra e Senhor das estradas de terra.MucumbeBiolêBuré qualidades ou caminhos desse Nkisi.
  • Ngunzu, Terecompenso: – Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
  • Kabila : – O caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
  • MutalambôLembaranguange: – Caçador, vive em florestas e montanhas, Nkisi de comida abundante.
  • Gongobira, Gongofila, Congobira, Mukongo Mbila, ou Gongobila: – Caçador jovem e pescador.
  • Mutakalambô: – Tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
  • Nzazi, Zaze, Loango, Barangange : – São o próprio raio, entrega justiça aos seres humanos.
  • Kaviungo ou KavungoKafungê ou Kafunjê, Cafunã, KingongoKafundeji: – Nkisi da varíola, das doenças de pele, da saúde e da morte.
  • Nsumbu, Sumbo – Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Congo e moçambique
  • Hongolo ou Angorô (masculino) ou Hangolo e Angoroméa (feminino): – Auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades (representado por uma cobra).
  • Kindembu, Kitempu ou Nkisi Tempo: – Rei de Angola. Senhor do tempo e das estações. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca, chamada de Bandeira de Tempo.
  • Kaiango ou Kayango, Cayango: – Têm o domínio sobre o fogo. (fontes no artigo)
  • Matamba, Mina Nganje, BamborucendaNunvurucemavula: – Qualidades ou caminhos de Katambo. guerreira, comanda os mortos(Nvumbe).
  • Kisimbi, Kiximbi,Samba Nkisi, Mina lugando : – A grande mãe; Nkisi de lagos e rios.
  • KaitumbaMikaia, Caiala, Iara, Koketo, Cuiganga: – Nkisi do Oceano, do Mar (Kalunga Grande), muito cultuada em moxico em angola.
  • Nzumbarandá, Zumbá, Zunganaranga, Karamoxe: – A mais velha das Nkisi, conectada para morte.
  • Wunji, Vunge, Nwunji: – O mais jovem do Nkisi, Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.

O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades da Mitologia Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orixás da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.

Ritual

Na Angola, os sacramentos são:

  • 1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
  • 2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.
  • 3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
  • 4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.
  • 5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
  • 6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
  • 7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).
  • As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
  • Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
  • Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser fotte.
  • Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola

1º – Rianga, 2º – kaiadi, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – katanu, 6º – Kassamanu, 7º – Kassambà.

Hierarquia

Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsábilidade são: é mais frequente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher)

Casas de candomblés Angola/Kongo no Brasil

  • Bate-Folha, Bahia
  • Bate-Folha- Kupapa Unsaba, Anchieta, Rio de Janeiro
  • Tumba Junsara, Bahia
  • Inzo Ia Nzambi – Nganga Kingongo- Tumba Junsara, Rio de Janeiro
  • nzo dandalunda ia ngunzu
  • Nzó Monaleucí N’gunzo de N’zambi
  • Terreiro Lumyjacarê Junsara, dirigente tata Luazemi Roberto Braga

Rua Machado de assis nº10, Imperador – Nova Iguaçu – Rio de Janeiro.

  • Terreiro Mokambo – Salvador Bahia
  • Terreiro Cabloco Rompe Mato Velho – Nzo Insalê Turiman Junsara.

Rua São Paulo Quadra 16 Chacara Nº2C Setor de Chacaras Anhanguera A Valparaiso II Valparaiso de Goiás – Entorno do DF

  • Terreiro Em Vaz Lobo – RJ

Rua Alice de freitas, 350, vaz lobo/RJ. Tata Nkisi Biolê de Ogum.(Roberto d’ Ogum xoroke)

  • Zazynde – Tata Edilson

Rua Virtude, Mesquita/RJ

  • Damba’Ynde Nova Iguaçu / RJ – Tata Dãrrudã
  • Roça Branca Terreiro de Candomblé – Candomblé de Angola – Responsável : Pai Marco Antônio – Tateto Londeji – Rua Padre Paulo Fernandes, 30, Bairro Floramar – Belo Horizonte – MG
  • Terreiro São Jorge Filho da Goméia (tombado como Patrimônio Cultural do Estado da Bahia) – Mãe Lúcia (Mametto Kamurici)- Endereço: Rua Queira Deus, 78, Portão – Lauro de Freitas (Bahia).
  • Nkosi Mucumbe Dendezeiro – Alto da Levada Cachoeira Bahia Brasil
  • Kumbata Amazy Kaiaia – Divinópolis/MG – Preisidido por Tatetu Tossyadê