LISTA DE PEDRAS
ÂMBAR
É uma mistura de várias resinas de origem vegetal, mas é utilizado como pedra para efeitos energéticos. É mais abundante na Alemanha, República Dominicana, Canadá e Sicília. Trabalha mais especificamente no plexo solar (terceiro chakra), fortalecendo-o e energizando-o. Sua energia é anti-depressiva, pois ajuda a encarar a vida com mais humor e alegria a cada passo do caminho. Ajuda também a aliviar dores, quando colocado diretamente sobre a área dolorida (qualquer área do corpo). Pode também ser usado como proteção contra qualquer tipo de negatividade, e nesse aspecto seu uso é especialmente recomendado para crianças e adolescente. Como amuleto, os antigos o usavam para atrair amor, aumentar o prazer no sexo, para assegurar fertilidade e combater a impotência.
ÁGATA AZUL RENDADA (BLUE LACE)
É proveniente dos Estados Unidos, Austrália, Uruguai e Brasil; sua cor original é azul bem clarinha com listas brancas que se assemelham a renda. Está relacionada ao quinto chakra e tem uma energia de livre expressão, espontaneidade e pureza. É uma pedra que atrai particularmente as crianças, por ter uma sintonia com a energia dos anjos da inocência, alegria e pureza. Ajuda a liberar nossa verdade interior sem censura e sem julgamento. Fisicamente, é usada para impedir a contração do chakra laríngeo, portanto aliviando tensões nos ombros e pescoço, infecções linfáticas, dores de garganta e problemas de tiróide. Também pode ser usada como auxiliar no tratamento da artrite, no fortalecimento da estrutura óssea e nos processos de desenvolvimento das unhas das mãos e dos pés.
ÁGUA MARINHA
Pertence ao grupo do berilo, e sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). É considerada a pedra básica do quinto chakra. Sua cor é azul claro, azul, ou azul esverdeado. Pode ser transparente ou opaca, porém as mais transparentes são mais fortes para o trabalho energético. É encontrada em diversas regiões do planeta, principalmente no Brasil (MG e BA), Rússia, Austrália, Índia e Sri Lanka. Sua energia representa a capacidade de verbalização, a expressão da verdade interior e universal através do poder da palavra falada. Relaciona-se também intimamente com a essência angélica de cada ser. A nível físico, sua força de purificação tem grande efeito em todo o sistema respiratório superior e nos órgãos da fala. Ajuda a combater congestões e infecções da garganta, problemas de tiróide, dificuldades respiratórias (rinite, sinusite, asma, bronquite), rouquidão e problemas nas cordas vocais. Seu uso é particularmente recomendado a pessoas que utilizam muito a voz (locutores, atores, cantores, professores, oradores, etc.)
ÁGATA MUSGO
Outra variedade especial de ágata, que se apresenta em cor branca leitosa ou transparente com inclusões verdes que se assemelham ao musgo. É usada no quarto chakra (cardíaco), como auxiliar nos processos de cura de doenças genéticas, congênitas ou hereditárias (diabetes, hemofilia, aneurismas, etc.). A nível emocional, é usada para aumentar e liberar a capacidade de alegria do coração.
AMAZONITA
Pertence ao grupo do feldspato e sua composição química é K (AlSi3O8) (silicato de alumínio e potássio). Sua cor é verde azulada, é opaca, e provém principalmente do Brasil, EUA, Índia e Madagascar. Seu potencial energético está mais ligado ao chakra laríngeo, mas também se aplica ao cardíaco. Ajuda no aperfeiçoamento da expressão pessoal, não somente através da fala, aliviando e acalmando o cérebro e o sistema nervoso. Por aumentar a expressão criativa, é recomendada para ser usada pelas pessoas envolvidas com a vida artística. Fisicamente, pode ser usada para aliviar tensões musculares, principalmente nos ombros e pescoço; ajuda também a minorar problemas relacionados com a gravides e o parto. Como amuleto, atribui-se a ela o poder de atrair sucesso e também a sorte no jogo.
AMETISTA
É uma das variedades do grupo do quartzo (SiO2 – Óxido de Silício), cuja cor é violeta, variando do lilás pálido ao roxo escuro, transparente. É mais amplamente encontrada no Brasil, Uruguai, México e Madagascar. Trabalha principalmente no chakra coronário (sétimo), mas também tem afinidades com as energias do chakra frontal (sexto). Representa a ligação com a espiritualidade propriamente dita e o poder de transmutação da chama violeta. Sua energia relaxante e suave a torna perfeita para trabalhos de relaxamento e meditação. Ajuda a eliminar sentimentos de raiva, medo e ansiedade e atrai a mente para uma compreensão mais profunda, com tranquilidade. Fisicamente, ajuda a eliminar dores de cabeça, enxaquecas e insônia. Pode também ser usada para auxiliar no combate à vícios mentais, como o alcoolismo.
APOFILITA
É um cristal raro, procedente da Índia, cuja composição química é KCa4(Si4O20) (OH, F). 8H2O (Fluorsilicato hidratado de cálcio e potássio). Pode ser incolor ou verde clara, e é bastante transparente. A Apofilita incolor ativa e equilibra o chakra “Estrela da Alma” (décimo primeiro) e o coronário (sétimo). A Apofilita verde tem maior sintonia com o cardíaco (quarto) e o laríngeo (quinto). Ela facilita o contato com energias angélicas, promovendo uma conexão definida e clara com o corpo físico e mandando informações para o consciente, ao mesmo tempo produzindo reflexão para o reconhecimento e a correção de deficiências. Possui ainda uma forte energia de preservação e rejuvenescimento de células e tecidos, podendo ser sempre usada para a recuperação e manutenção da saúde física. Ajuda também a melhorar e clarear a visão.
AVENTURINA (QUARTZO VERDE)
É a variedade verde da família do quartzo (SiO2 – óxido de silício). É opaca, translúcida e pode ser encontrada no mundo inteiro, principalmente no Brasil, EUA, Índia e Europa. Atua no chakra cardíaco, com a energia de cura que é comum a todas as pedras verdes. Estimula o tecido muscular, fortalece o sangue e trás saúde e bem-estar. É particularmente eficiente no tratamento de problemas da pele. Pode ser ainda usada para aliviar o stress, restaurar o equilíbrio emocional e ajudar a liberar o medo e a ansiedade. Como amuleto, atribuem-se a ela os poderes de prosperidade financeira e sorte.
AZURITA
É uma pedra azul escura (anil ou índigo), que pode ser transparente ou opaca e cuja composição química é Cu3[(OH)2 / (CO3)2] – (carbonato básico de cobre). É proveniente da África, EUA, Rússia, Grécia e Itália. Trabalha no chakra frontal (sexto), abrindo a visão interior, a percepção da verdade infinita e a consciência cósmica. Tem a capacidade de deslocar pensamentos subconscientes para a mente consciente, dissolvendo quaisquer bloqueios que possam estar impedindo a ligação com a visão interior. Ajuda a dissolver conceitos limitados e crenças antigas. Auxilia a recuperar a memória e a coordenação mental. É ótima para ser usada na elaboração de estudos, textos e teses. Fisicamente, age principalmente na área da visão e da audição. É indicada para o tratamento de infecções nos olhos e ouvidos, labirintite, amnésia e problemas de perda de memória e concentração.
CALCITA
É um mineral macio, de composição química CaCO3 (carbonato de cálcio). Pode ser encontrada em todo o planeta e pode apresentar as mais diferentes variedades de formas e cores, desde o incolor transparente até o preto. Frequentemente tem a forma de romboedros (sólidos de seis faces paralelas duas a duas). As melhores calcitas para o trabalho energético são as rombóides, pois nos ligam a realidades paralelas. A lição mais importante de todas as calcitas é a arte de ser, o conhecimento do nosso próprio ser em todos os aspectos e todas as dimensões.
A calcita incolor, também chamada de calcita ótica, tem a propriedade da refração dupla. Pode ser usada no chakra coronário (sétimo), mas também é uma das ativadoras do “Estrela da Alma” (décimo-primeiro), permitindo assim que a energia do “Divino Impessoal” se transmita à identidade personalizada. Ela também pode ser usada como elo de percepção de realidades paralelas, tanto passadas como presentes ou futuras. Fisicamente, pode ser usada no sexto chakra para melhorar a visão, e é ainda um agente de equilíbrio na assimilação de cálcio pelo corpo.
A calcita verde é basicamente uma equilibradora da mente, tornando mais flexíveis os limites rígidos do intelecto. Pode ser usada no sexto chakra para a liberação de padrões antigos de pensamento, e no quarto chakra para fazer contato com as emoções ligadas a esses padrões. Auxilia nas transições, no desapego, na liberação de coisas antigas e em processos de mudanças mentais, escolhas e decisões. Fisicamente, ajuda no tratamento dos ossos, ligamentos e tendões (artrite, tendinite, reumatismo) e na cura de alergias a fumaças tóxicas e produtos químicos.
A calcita azul equilibra o emocional e remove bloqueios para que as emoções possam fluir mais livremente. Reduz a intensidade de traumas relacionados a mudanças e de emoções fortes. Tem maior efeito quando usada no quarto ou no terceiro chakra.
A calcita rosa, usada no chakra cardíaco, ajuda a dissolver padrões emocionais de medos antigos, bem como de tristeza, mágoa e solidão, enquanto simultaneamente abre caminho para a entrada da energia do Amor Incondicional, expandindo a capacidade de amar e ser amado, de dar, receber e ser amor.
A calcita dourada pode ser usada no chakra coronário e no plexo solar, integrando a nova espiritualidade ao corpo físico e às realidades do plano físico. Auxilia a manter equilíbrio emocional durante fases de transição, assegurando a expressão perfeita do poder pessoal e aumentando a capacidade de reconhecer o que é verdadeiro. Fisicamente, ajuda o aparelho digestivo a manter o equilíbrio durante fases de transição, e é especialmente efetiva em problemas relacionados à vesícula.
A calcita amarela também pode ser usada simultaneamente no chakra coronário e no plexo solar, unindo o que é percebido pelo mental superior com as frequências mais densas da matéria. Quando usada no coronário, estimula a glândula pineal, para que perspectivas de maior grandeza sejam percebidas conscientemente.
A calcita laranja, geralmente usada no chakra sexual (segundo), transmite sensações de felicidade, reduz o ceticismo e ajuda a aceitação. Quando usada no plexo solar, pode também ajudar a equilibrar o emocional. As esferas lapidadas de calcita laranja transmitem uma aura de felicidade ao ambiente em que se encontra.
CELESTITA
É um mineral azul claro, transparente, de composição química SrSO4 (sulfato de estrôncio), proveniente do México, Polônia, EUA, Madagascar. Atua sobre o chakra laríngeo (quinto) e suas energias são de purificação, clareza, pureza, calma e compreensão. Tem uma sintonia direta com a energia angélica. Facilita a paz e o silêncio da mente para que a conexão com os planos superiores seja bem integrada. Ajuda a discernir se a orientação está realmente vindo dos planos espirituais ou se o ego está interferindo. Auxilia na canalização fluente e clara das mensagens e energias recebidas. Fisicamente, pode ser usada como substituta da água-marinha em qualquer problema físico ligado aos órgãos relacionados com o chakra laríngeo.
CHAROÍTA
É um mineral bastante novo, tendo sido descoberto na década de 60 na região do Rio Chara, na Sibéria. Sua composição química é (Kna) 5(CaBaSr) 8(Si6O15) 2Si4O 9(OHF) 11H2O (silicato hidratado complexo de potássio, sódio, cálcio, bário e estrôncio). Sua cor violeta intensa é permeada por traços pretos e brancos, formando desenhos magníficos. Por possuir essas linhas pretas, tem a importante propriedade de trazer ao corpo físico a energia mais pura da alma representada pelo violeta. É uma pedra que proporciona o reconhecimento dos medos mais profundos que se escondem em nosso ser, para que possamos resolvê-los. Faz também a ligação direta da energia do Eu Superior com a energia do centro da Terra, passando através de todo o nosso corpo físico. Liberta-nos dos condicionamentos impingidos por religiões, pela sociedade e pela própria História, mostrando que existem novos caminhos e novas possibilidades para o crescimento espiritual ainda no plano físico, sem termos que esperar a morte para entramos em contato com a energia de Deus/Deusa/Tudo O Que Existe.
CIANITA
É um mineral de cor azul, transparente a opaco, e de composição química Al2SiO5 (silicato de alumínio), procedente do Brasil, EUA, Áustria e Suíça. A cianita ativa e equilibra o chakra causal (décimo), promovendo através dele a conexão com o plano causal, que é o plano mais elevado e sutil do mental superior. Neste plano é que todas as frequências da energia espiritual se transformam em formas-pensamento, para serem depois trazidas à realidade (ou ilusão) do plano físico. Com o acesso a este plano através da cianita, podemos processar e programar o que desejamos manifestar em nossas realidades. A cianita é a ponte que une o corpo de luz ao corpo físico através da mente. Pode ser também usada em meditações para facilitar a canalização e o contato com guias espirituais e mestres. Assim como os cristais “laser”, lâminas de cianita também podem ser utilizadas para fazer incisões no campo áurico, atravessando camadas de formas mentais desnecessárias e criando novos espaços energéticos por onde possam penetrar pensamentos de luz. Essas mesmas lâminas também podem ser usadas para criar escudos energéticos de proteção em volta do campo áurico.
CITRINO
O citrino natural é uma variedade transparente de quartzo (SiO2 – óxido de silício), de cor amarelo claro até pardo-dourado, que pode ser encontrado no Brasil, Madagascar, EUA, Espanha, Rússia, França e Escócia. É importante saber diferenciar o citrino natural, que é usado energeticamente, do citrino comercial, que é uma ametista queimada por processos químicos para ter cor semelhante à do citrino natural. A energia desta pedra é semelhante à do sol: aquece, conforta, penetra, energiza e dá vida. Trabalhando no plexo solar (terceiro chakra), é um forte equilibrador emocional, dissipando tensões e depressões, acalmando e aliviando condições de distúrbio e removendo bloqueios de ordem emocional. É a pedra essencial para tratar dos distúrbios no aparelho digestivo, que estão sempre intimamente ligados aos distúrbios emocionais. Pode ser usado no tratamento de gastrites, úlceras, prisão de ventre, diarréia, etc. Remove medos, evita pesadelos, e usado com ametista assegura um bom sono para facilitar a percepção psíquica. Atua também fortemente contra a depressão, a autodestruição e a tendência ao suicídio, pois eleva a alma em direção à compreensão e à compaixão.
COBALTOCALCITA
É uma calcita que adquire a tonalidade magenta devido a presença do cobalto. Sua composição química é CaCO3 (carbonato de cálcio) e é mais encontrada no Zaire e na Espanha. Atua no chakra cardíaco (quarto) e no sexual (segundo). Esta descoberta recente no reino mineral é também chamada de Afrodite, em homenagem à deusa grega do amor, por representar a verdadeira manifestação do Amor Incondicional. Sua energia estimula suavemente o corpo emocional e faz renascer sentimentos de auto-estima e merecimento. Dilui traumas trazidos de vidas passadas associadas à falta de amor, ajudando a descartar crenças antigas de desmerecimento que obstruem o oferecimento e a aceitação do amor verdadeiro. Ancora a energia luminosa no corpo físico, fazendo com que este reflita e emane a luz do amor. associa e equilibra o amor físico com o espiritual, dando um sentido mais completo à sexualidade. A cobaltocalcita também é ótima companheira para as crianças, desenvolvendo a expressão de sua sabedoria interna e suavizando suas emoções. Pode ainda ser usada para um melhor entrosamento energético com a criança interior.
CORAL
Os corais são um empréstimo do reino animal ao reino mineral. São formados por pequenos pólipos que segregam uma substância calcária através de suas bases. Sua composição química é CaCO3 (carbonato de cálcio + magnésia + matéria orgânica). Suas cores mais comuns são o vermelho, rosado, branco, negro e azul. Para efeitos energéticos são mais usados os corais vermelhos, que atuam no segundo chakra. São provenientes do Mar Mediterrâneo ocidental, golfo de Biscaya, Canárias, Japão, Austrália e Havaí. Trabalham a nutrição da energia sexual e da criatividade e podem ser usados para aumentar a fertilidade e para garantir um bom desenvolvimento do feto durante a gravidez. Usados como amuletos, atribuem-se a eles os poderes de atração sexual e fertilidade.
CORNALINA
É uma variedade de ágata, do grupo do quartzo, e sua composição química é SiO2 (óxido de silício). Sua cor vai do laranja ao vermelho acastanhado, é translúcida e é encontrada principalmente na Índia e no Uruguai. Atua no chakra sexual (segundo), ativando-o e energizando-o. Sua energia inspira ação, movimento, eloquência e coragem, mantendo o corpo físico bem desperto e ativo, e inspirando sensação de bem-estar e de pertencer à Terra. Pode auxiliar a ensinar o indivíduo a moldar um lugar único para si na vida e a utilizar o poder pessoal no mundo físico. Recomenda-se seu uso para pessoas distraídas, confusas e desconcentradas. Assenta a atenção no momento presente para que se possa concentrar em acontecimentos correntes. Estimula um amor e uma apreciação mais profunda pela beleza e pelas dádivas da Terra. Deve ser usada pelos tímidos para aumentar sua coragem. Fisicamente, deve ser usada em casos de infertilidade, impotência, distúrbios dos órgãos sexuais e reprodutores e doenças da pele. Estimula os impulsos sexuais e fortalece a saúde em geral.
CRISOCOLA
É um mineral opaco, de cor verde azulada, cuja composição química é CuSiO3. 2 H2O (silicato de cobre hidratado). É procedente do Chile, Rússia, EUA e Zaire. Atua no chakra laríngeo (quinto) e na área entre o laríngeo e o cardíaco. Trata-se de uma pedra feminina, representante da água, do inverno, da Lua, do passivo porém poderoso, das emoções e da energia Yin. É ideal nos casos de perturbações femininas. É extremamente benéfica às mulheres que sofrem de desconforto menstrual (dor lombar, cólicas, depressão). Também é perfeita para segurar, usar ou meditar durante o trabalho de parto. É um equilibrador emocional e pode ser posta sobre o chakra do coração para colocar o comportamento errático ou emocionalmente descontrolado sob o controle da vontade. Alivia a dor da tristeza e a tensão da raiva, substituindo-as por compreensão e perdão. Proporciona paz à mente e ao coração. Pode-se empregá-la como pedra de resfriamento para baixar febres, curar queimaduras, neutralizar a raiva e acalmar nervos em frangalhos. Descongestionante, pode ser usada em casos de rinite e sinusite. Auxilia também no equilíbrio da pressão arterial. Na área psicológica, ajuda a eliminar ansiedade, stress, culpa, tensão nervosa e medo sobrenatural. Faz a limpeza do subconsciente e desenvolve o equilíbrio emocional e a maturidade.
CRISOPRÁSIO
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Faz parte do grupo do quartzo (calcedônia), e sua composição química é SiO2 (óxido de silício). É translúcido, de cor verde maçã, e existem jazidas na Índia, Brasil, Madagascar, Rússia. África do Sul e EUA. Atua no chakra cardíaco, capacitando o indivíduo a ter a coragem de ser, de amar e de aceitar incondicionalmente a si mesmo e aos outros. Ajuda a reduzir complexos de superioridade e inferioridade. Focaliza a habilidade de ser amoroso e de perdoar. Fisicamente, auxilia a aumentar a assimilação de vitamina C e a melhorar estados de fraqueza. Pode ser usado também para promover relaxamento e distensão muscular, principalmente nas áreas dos ombros e pescoço.
CROCOÍTA
É uma pedra rara, transparente, de cor laranja ou vermelho alaranjado e de composição química PbCrO4 (cromato de chumbo). É proveniente da Tasmânia (Austrália). Agindo diretamente sobre o segundo chakra, a crocoíta potencializa a energia sexual a níveis muitidimensionais, aumentando infinitamente nosso potencial de criação, de vitalidade e de coragem. Desperta em nós a consciência da vida infinita, procurando uma maior interação dos corpos sutis para a criação e manifestação de novas realidades, tanto a nível espiritual como físico. Dá-nos coragem e disposição para enfrentar o desconhecido, sem medos ou hesitações. No plano físico, fortalece os órgãos de reprodução, promovendo vitalidade e grande fluxo de energia. Aumenta a nossa consciência de pertencermos ao planeta, nosso sentimento de amor e apreciação pela Natureza e por tudo que faz parte, como nós, deste grande ser vivo que é a Terra. Representa o núcleo da Terra, a energia da matéria ígnea, o magma, a força vital, criadora e motriz.
DIAMANTE
A mais nobre das pedras preciosas, o diamante é o carbono cristalizado, de símbolo químico C. É transparente e sua coloração pode variar do incolor ao negro. As principais jazidas se encontram na África, Sibéria, Índia e Brasil. Atua principalmente sobre o chakra coronário (sétimo), mas pode ativar e energizar todos os outros. Símbolo mais alto da luz branca, ajuda-nos através da transformação, pela qual chegamos a um estado de não dualidade. Neste estado, podemos utilizar esta luz em todos os aspectos de nosso ser.
A energia do diamante fortalece as funções cerebrais e ajudam o alinhamento dos ossos do crânio. Ele pode ser utilizado no tratamento de todas as doenças ligadas ao cérebro, ao sistema nervoso e às glândulas pineal e pituitária. Ajuda a eliminar bloqueios no chakra coronário e na personalidade. Afastando a negatividade, purifica o corpo físico e o etérico. Promove a comunhão com o Eu Superior e amplifica as energias da abundância, da inocência, da pureza e da fidelidade.
DIAMANTE HERKIMER
É um tipo de cristal de quartzo (SiO2 – óxido de silício) encontrado unicamente nas minas de Herkimer, estado de New York. Por sua clareza excepcional, parece um diamante e pode substituí-lo em trabalhos energéticos. Atua no chakra coronário (sétimo) e também ativa o “Estrela da Alma” (décimo-primeiro). Promove a limpeza dos corpos sutis e equilibra a energia dentro do corpo e da mente, também purificando. Aumenta a percepção dos sonhos e ajuda em experiências conscientes fora do corpo, por isso sendo também conhecido como “cristal dos sonhos”. Guarda informações e amplifica formas-pensamento positivas, Colocado sobre o corpo, limpa e dissolve bloqueios em áreas emocionalmente tensas e congestionadas.
DIOPTÁSIO
É um mineral transparente, de cor verde esmeralda, de composição química Cu6 (Si6O18)6H2O (silicato de cobre hidratado). As principais jazidas estão na Namíbia e no Zaire. Atua no chakra cardíaco e tem a capacidade de fazer com que seu raio verde de cura penetre nos recessos mais profundos e escondidos de nosso coração, dissipando dores e medos enraizados e esquecidos. Sua forte energia faz com que dores emocionais, mesmo aquelas trazidas de vidas anteriores, sejam transmutadas, e o coração se manifesta em sua totalidade, pronto para receber e emitir a energia do amor novo transformando todo o nosso ser. Promove a união com o nosso próprio ser, eliminando quaisquer sentimentos de separação, fazendo a conexão direta com a fonte universal do amor. Usado sobre o quarto chakra, o dioptásio nos faz sentir uma verdadeira renovação do coração, dissipando todas as feridas antigas e nos dando ânimo e disposição para usar toda a potencialidade do coração rejuvenescido, transformando todos os padrões preestabelecidos de nossa relação com o amor.
ENXOFRE
O cristal do enxofre é amarelo claro, translúcido e seu símbolo químico é S (enxofre). É encontrado principalmente no México, Bolívia, EUA, Índia e Japão. Trabalha no plexo solar (terceiro chakra), e sua principal função é a de eliminação. Por isso mesmo é muito benéfico para a parte inferior do aparelho digestivo, auxiliando os órgãos de filtragem e eliminação (fígado, rins, vesícula, baço, pâncreas, bexiga e intestinos). Não deve ser colocado em água, pois se dissolve muito facilmente. Para limpá-lo energeticamente, o método mais efetivo é o uso da selenita. Nas civilizações antigas era comum queimar-se o enxofre para afastar demônios e maus espíritos e para proteger as habitações contra energias negativas. Pode ser usado também para aliviar sensações de queimadura e problemas da pele. Seu uso no plexo solar ajuda a eliminar sentimentos de raiva, depressão, irritabilidade e egoísmo, e para aumentar a força de vontade e o poder de argumentação.
ESMERALDA
É um mineral verde, de transparente a opaco e composição química Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de berílio e alumínio). Atua no chakra cardíaco (quarto) e simboliza a energia verde da cura. Ajuda a revitalizar o corpo físico, normaliza a pressão arterial e é a grande especialista das doenças do coração. Sua energia está relacionado com o renascimento, abundância e a maturidade. Na área psicológica, proporciona equilíbrio emocional e mental, harmonia e habilidade de expressão. Deve ser usada sozinha, pois sua energia não se compatibiliza com a de outras pedras, com exceção do diamante.
FENACITA
É uma pedra rara, incolor e transparente, formada por várias faces naturais, com brilho vítreo. Sua composição química é Be2 (SiO4) (silicato de berílio), e é encontrada no Brasil, Madagascar, Rússia e EUA. Atua principalmente no “Portal das Estrelas” (décimo-segundo chakra) e nos outros chakras acima da cabeça. Tem a capacidade de nos unir às energias provenientes do Sol Central do Universo, principalmente às energias angélicas. Em meditação com a fenacita, passamos a compreender a multidimensionalidade de nosso ser e a unicidade com Deus/Deusa/Tudo O Que Existe e nossa essência angélica. Recomendamos bastante prática com as pedras mais simples, como o cristal de quartzo, a ametista e o diamante Herkimer, antes de começar a praticar meditações com a fenacita. A energia é muito forte, e para que se atinjam bons resultados é necessário muita prática e conhecimento.
FLUORITA
É um mineral transparente ou translúcido, que pode ser encontrado em diversas tonalidades, do incolor ao violeta, sendo mais comum a violeta. Sua composição química é CaF2 (fluoreto de cálcio) e é proveniente dos EUA, Brasil, Inglaterra e Alemanha. Atua principalmente no chakra coronário (sétimo). As variedades de outras cores atuam nos chakras correspondentes àquelas cores. É uma pedra relativamente nova, que ainda está desenvolvendo seu potencial completo. É uma catalisadora de transmutação que pode levar à devoção inspiracional, à verdade cósmica e à sabedoria. Tem um potencial de cura semelhante ao da ametista. Ajuda em desordens mentais e no despertar espiritual. Os octaedros de vários tons podem ser usados no terceiro olho para ajudar na meditação e relaxamento. Trabalha com a mente consciente e é útil para colocar pensamentos em ordem, reduzir envolvimento emocional em situações em que se quer ganhar uma perspectiva mais acurada. É também utilizada para assimilação mais fácil de informações. Beneficia os dentes e os ossos, aliviando a artrite, o reumatismo e as dores na coluna. Aumenta a intuição e regulariza o apetite sexual. Manifesta o aspecto mais alto da mente; a mente em sintonia com o espírito. Facilita a comunicação interdimensional.
GOSHENITA
É o berilo incolor, transparente, que tem seu nome devido à jazida de Goshen, nos EUA. É também encontrada no Brasil. Sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). Ativa e energiza o chakra coordenador (nono), mas pode ser também usado no coronário. Ajuda a coordenar o movimento de energias entre todos os chakras e os corpos sutis, trazendo um estado de plenitude e conforto. Auxilia o indivíduo a manter a compostura e o autocontrole através das mudanças da vida e a dirigir a energia de cada revelação aos aspectos mais elevados do seu ser.
GRANADA
É um mineral de cor vermelho escuro, de transparente a translúcido, proveniente do Brasil, África do Sul, Checoslováquia, Austrália, Sri Lanka e Madagascar. Sua composição química é Fe3 Al2 (SiO4)3 (silicato de ferro e alumínio – variedade almandina) ou Mn3 Al2 (SiO3)2 (silicato de alumínio e manganês – variedade espessartita). Atua no chakra básico (primeiro) auxiliando no ancoramento, que significa estar presente no próprio corpo, e na habilidade para atuar de forma amorosa no plano físico. Dá energia e coragem e ajuda a sair de condicionamentos mentais. Fisicamente, trabalha diretamente com o sangue e a circulação. Seu uso é recomendado durante sangramentos, hemorragias e para todas as doenças relacionadas com sangue.
HELIODORO
Pertence ao grupo do berilo, é de cor amarelo claro, transparente, e sua composição química é Be3 Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). As principais jazidas estão na Rússia, Brasil, Namíbia e Madagascar.
Atua no sétimo chakra (coronário) e seu propósito é a conexão com a sabedoria do Eu Superior e da espírito. Ensina a parar de fazer o que não é necessário, filtrando as distrações e estímulos desnecessários. Aumenta a percepção psíquica, o otimismo e a felicidade.
Também é usado para trazer energia cósmica ao corpo físico através do chakra coronário e para auxiliar a mente consciente a reter informações. Como amuleto, é usado para proteger contra tempestades.
HELIOTRÓPIO
Faz parte do grupo do quartzo (calcedônia), é opaco e tem cor verde escura com pontos vermelhos. Sua composição química é SiO2 (óxido de silício), e é proveniente da Índia, Austrália, China, Brasil e EUA.
Atua sobre o chakra básico (primeiro) e seus pontos vermelhos trabalham para equilibrar deficiências de ferro no fluxo sanguíneo. Reforça e protege o sistema imunológico, sendo por isso recentemente muito usada no tratamento de pacientes com AIDS.
Pode ser também usada em quaisquer outros problemas do sangue e da circulação. Ajuda também a revigorar e estimular toda a saúde, a dar coragem, e a eliminar os medos e a raiva.
HEMATITA
É uma pedra opaca de cor cinzenta, encontrada em quase todo o mundo, principalmente no Brasil, Inglaterra, Alemanha e EUA. É um óxido de ferro (Fe2 O3), e por isso mesmo tem em sua essência a força do ferro e a natureza etérica do oxigênio, trabalhando tanto no corpo físico quanto no etérico. É um mineral que trabalha a metamorfose, incorporando elementos espirituais na forma física. A essência da hematita é de cor vermelha (quando passa por processos de polimento a água que escorre dela sai completamente vermelha) e por isso tem efeito direto sobre o sangue e sua circulação no corpo humano. Com o poder de fortalecer e purificar o sangue, é essencial no tratamento e prevenção de doenças como o câncer, leucemia, AIDS, anemia e diabete. Ajuda na coagulação, cicatrização, no controle de perda de sangue durante cirurgias e na purificação da corrente sanguínea. Sua principal missão é ancorar no corpo físico a essência do espírito. A hematita atua no chakra básico (primeiro) e principalmente no oitavo chakra, o “Estrela da Terra”, que é ativado e equilibrado por ela. Desta forma, a hematita constrói a ponte que liga a energia do espírito, que entrou através do “Estrela da Alma”, com as raízes do planeta. É uma pedra que promove o total ancoramento das energias na Terra, eliminando limitações da mente e promovendo um equilíbrio entre o sistema nervoso etérico e o sistema nervoso físico. Pode também ajudar a dissolver a negatividade. Fisicamente, é ótima para ser usada contra tonteiras, pressão baixa, após intervenções cirúrgicas e anestesia, e auxilia o sono quando usada em conjunto com a ametista. Auxilia no tratamento de cãibras e tem um grande poder de alinhar a coluna vertebral. Durante sessões de energização com cristais, deve-se sempre colocar hematitas nas mãos ou pés da pessoa, para que a energia recebida possa ancorar no corpo físico. É essencial o uso de hematita nos pés ou mãos quando se está trabalhando com pedras aceleradas nos chakras transpessoais. Sempre que houver uma exposição a um excesso de energia, a hematita deve ser usada dentro dos sapatos, para descarregar o excesso para a Terra.
INDICOLITA (TURMALINA AZUL)
É um mineral transparente, encontrado em variados graus de azul, principalmente encontrado no Brasil, Sri Lanka e Madagascar.
Sua composição química é (NaLiCa) (Fe11MgMnAl)3 Al6[(OH)4(BO3)3Si6O18] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável). Atua principalmente no chakra frontal (sexto), mas também pode ser usada no laríngeo e no cardíaco.
No frontal, ajuda a desenvolver a capacidade de concentração e de visualização e traz sensações de paz a mentes conturbadas; usada no laríngeo, permite uma expressão verbal mais clara e no cardíaco, acalma um coração zangado ou entristecido.
No entanto, a principal expressão energética da indicolita, como todas as outras turmalinas, está diretamente ligada à cura física ao nível celular. Para este tipo de aplicação, quando usada no chakra frontal, ajuda a combater todos os tipos de problemas dos órgãos da visão e da audição; no chakra laríngeo é usada contra dores de garganta, problemas de tireóide e problemas da fala.
JADE (JADEÍTA)
É um mineral verde, transparente, de composição química MaAl (Si2O6) (silicato de alumínio e sódio). É proveniente da Birmânia, China, Japão, México e Guatemala. No Extremo Oriente, é usada desde tempos imemoriais como pedra de cura em geral, proteção e harmonização emocional.
É também conhecida como pedra dos sonhos; pois aumenta a capacidade de lembrar dos sonhos e interpretá-los. Usada sob o travesseiro ajuda a liberar emoções reprimidas através do processo dos sonhos.
Era também muito usada pelos Maias e Astecas para trazer a paz equilibrando o físico, o emocional e o mental. Atua no chakra cardíaco (quarto) e seu uso é aconselhado como complemento a qualquer tipo de medicina oriental, pois sua vibração está em harmonia com este tipo de medicina.
JASPE VERMELHO
Pertence ao grupo do quartzo (SiO2 – óxido de silício), é opaco e cor de tijolo, encontrado em quase todo o mundo, principalmente no Brasil. Entre as inúmeras variedades do Jaspe, o vermelho é o mais usado para fins energéticos, auxiliando o processo de maior aceitação do corpo físico e da sexualidade.
Atua no segundo chakra (sexual), reduzindo sentimentos de vitimização e trazendo uma energia mais dinâmica e vivaz. É particularmente aconselhável para pessoas que sintam culpa ou vergonha por terem uma orientação sexual diferente, estimulando a auto-aceitação e a auto-estima.
KUNZITA
Pertence ao grupo do Espodumênio, tem cor rosa claro ou rósea-violeta, é transparente e sua composição química é LiAl (Si2O8). É mais encontrada no Madagascar, Brasil, EUA e Birmânia. ativa e equilibra o chakra cardíaco (quarto), exprimindo o amor em ações.
Expande a energia amorosa do chakra cardíaco para os outros chakras. É uma pedra ótima para se usar junto ao coração. Manifesta o estado maduro do coração: aberto, desobstruído, seguro, forte, vibrante, radiante, equilibrado e amoroso. Une as pessoas à própria fonte infinita do amor. Seu objetivo é preparar o amor-próprio internalizado para que se expresse externamente.
Tem habilidade em criar equilíbrio entre a mente e o coração. Também é uma poderosa pedra pessoal de meditação. Pode-se usá-la para equilibrar estados emocionais negativos e/ou estados mentais perturbados. É também usada para atrair amor.
LABRADORITA
Pertence ao grupo do feldspato, é opaca. de cor cinzenta escura, apresentando um jogo de cores em tons metálicos brilhantes, frequentemente azuis e verdes. É mais encontrada no Canadá, Madagascar, México, Rússia, Finlândia e EUA. Sua composição química é Na(AlSi3O8)Ca(Al2Si2O8) (silicato de alumínio, cálcio e sódio). Atua no chakra frontal (sexto), estimulando a visualização e a imaginação. Facilita a transformação da intuição em pensamento, trazendo para o consciente as informações guardadas no subconsciente. Tem uma sintonia muito forte com a estrela Sirius, e as pessoas que se sentem atraídas pela labradorita geralmente têm algum relacionamento com aquele sistema estelar.
LÁPIS LÁZULI
É uma pedra opaca de cor azul anil (índigo), e de composição química Na8(Al6Si6O24)S2 (silicato de alumínio e sódio com enxofre). É proveniente do Afeganistão, Rússia e Chile. Atua no chakra frontal (sexto). Acalma a mente, desenvolvendo a intuição, a meditação e a sabedoria. Ajuda a aumentar as habilidades mentais e a sensibilidade à energia sutil. Fisicamente, ajuda a melhorar a concentração, a memória e a visão. É muito importante para os alicerces da Terra, pois representa luz absoluta. Toca o âmago do coração, do amor e da beleza, harmonizando tanto o interno quanto o externo. É uma pedra de contemplação e meditação. Tem grandes propriedades de cura e purificação. Ajuda a desenvolver a estabilidade e o poder da mente que possibilitarão atuação da força espiritual. Atrai a mente para o interior à procura de sua própria fonte de poder. No Egito antigo era moída e colocada nos olhos dos faraós que faleciam, para que eles pudessem enxergar as portas de entrada para a outra vida.
LARIMAR
É uma variedade da pectolita, opaca, de cor azul-celeste, apresentando traços brancos e às vezes avermelhados ou pretos. É proveniente da República Dominicana e sua composição química é NaCa2Si3O8 (OH) (silicato de sódio e cálcio hidratado). Atua principalmente no chakra laríngeo (quinto). Transmitindo a tranquilidade pacífica dos mares do Caribe, o larimar é uma pedra extremamente útil para unir a calma do coração à paz da mente, integrando o amor emanado pelo quarto chakra com o pensamento positivo. Através de seu uso, facilitamos a comunicação de nossa energia mais pura, passando aos semelhantes nossa compaixão e paz interior. Embora seja de origem vulcânica, o larimar apresenta as qualidades da água e do ar, esfriando emoções afogueadas, tensões e facilitando a comunicação tranquila, compreensiva e eficiente entre seres. É uma pedra profundamente ligada à energia dos golfinhos, à inteligência pura e intuitiva, simples e inocente. Traz alegria, bem-estar, e desperta nossos sentimentos mais puros. Embora pertença ao quinto chakra pode ser igualmente usada no sexto e no quarto, em situações onde necessitemos de nossa pureza interior para aplacar pensamentos raivosos ou negativos e emoções intensas de raiva, ciúme ou inveja. Diz a lenda que as piscinas e fontes de Atlântida eram revestidas de larimar, e por isso mesmo ela também é conhecida como mármore de Atlântida. Experimente usar larimar em regiões onde existam golfinhos e prepare-se para uma agradável surpresa.
LEPIDOLITA
É a variedade lilás da mica, sendo também conhecida como mica roxa. Sua composição química é K(LiAl)3 (SiAl)4 O10 (F OH)2 (fluorsilicato básico de potássio, lítio e alumínio). É proveniente dos EUA, e do Brasil. Atua no chakra coronário (sétimo), causal (décimo) e cardíaco (quarto). A lepidolita une as energias dos raios rosa e violeta fazendo com que o amor gerado no coração atinja as mais altas esferas, através do equilíbrio dos chakras cardíaco e coronário e da ativação destas energias do plano causal. Com isso, prepara o caminho para a harmonização de sentimentos de auto-estima, aceitação, abertura, honestidade e perdão, provenientes do chakra cardíaco, com o intelecto e a energia do espírito. Desperta o amor à espiritualidade, por sua capacidade de sintonizar energias angélicas em alto grau. A lepidolita é uma pedra que ajuda nas transições, facilitando a restruturação e reorganização de padrões antigos de atitudes, crenças e pensamentos. Ela induz à mudança, quando necessário, estimulando a aceitação do novo. Fisicamente, ajuda a reduzir a tensão e o stress, auxilia o processo da digestão, e pode ser usada para aliviar cãibras nas pernas, tendinite, músculos tensos e para localizar áreas do corpo onde existam bloqueios energéticos
MALAQUITA
É um mineral opaco de cor verde clara a verde escura, e geralmente os traços de diversas tonalidades de verde formam lindos desenhos em sua superfície. Sua composição química é Cu2 [(OH)2 CO2] (carbonato básico de cobre). As malaquitas de melhor qualidade são provenientes do Zaire, mas também podem ser encontradas na Rodésia, Namíbia, EUA, Rússia, Austrália, Israel e Chile. É uma pedra do chakra cardíaco (quarto), mas também atua com grande eficácia sobre o plexo solar. Sua energia de cura é extraordinária, servindo praticamente para todos os fins curativos. É costume dizer-se que quando houver dúvida sobre qual pedra deve ser usada para um determinado mal. pode usar a malaquita pois, além de tudo, ela ajuda a restabelecer a saúde de uma forma geral. Colocada sobre o plexo solar, libera a tensão do diafragma e restaura a respiração profunda e plena. Ajuda o funcionamento de todo o aparelho digestivo, além do respiratório. Tem a qualidade de absorver energia podendo ser colocada sobre qualquer área doente ou dolorida para extrair a energia da dor e trazer à tona as causas pisico-emocionais. Emocionalmente, trabalha para revelar nossos medos mais profundos sobre mudança e crescimento, e nos auxilia a reconhecermos e utilizarmos nossos poderes. Por isso mesmo é uma pedra perfeita para trabalhar a abundância, a prosperidade e a manifestação de nossos desejos. Usada junto ao computador ou aparelhos de televisão, absorve a radiação emitida, protegendo os usuários. Para efeito de proteção contra acidentes de locomoção, deve ser sempre carregada dentro de automóveis, aviões e outros veículos. Junto à crisocola e à pedra da lua, é muito eficaz no tratamento e prevenção de qualquer tipo de câncer. Quando usada para extirpar dores ou doenças, deve ser limpa pelo processo da selenita imediatamente após o seu uso. Por ser derivada do cobre, a malaquita não reage bem ao sal e portanto sua limpeza energética nunca deve ser feita através do processo água / sal.
MOLDAVITA
É um mineral de origem extraterrestre, formado por rochas fundidas pela queda de meteoritos na região da Moldávia. É transparente, de cor verde garrafa. Sua composição química é SiO2 (+Al2O3) (óxido de silício+óxido de alumínio). Atua no chakra coronário (sétimo). Ajuda a canalizar informação e energia de fontes extraterrestres ou interdimensionais. Equilíbrio entre corpo físico e mente. alinhamento com o Eu Superior. reconexão espiritual, envolvendo mudança e regeneração. Ajuda a desvencilhar-se de crenças limitadoras que o impedem de receber maior percepção espiritual. Tem muito em comum com seres originários de Sírius, Plêiades e Orion, e ajuda “star children” a se aclimatarem no planeta. Novo raio verde-marrom, combinação de cura (verde) na Terra (marrom). Comunicação conscientes com forças de origem “star-seed” (semente estrela).
MORGANITA
Pertence ao grupo do berilo, é transparente, de cor rosa-lilás, rosa, ou rosa alaranjado. Sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). É encontrada principalmente no Brasil, Madagascar, Moçambique, Namíbia e EUA. A morganita abre o chakra cardíaco para a recepção e transmissão da energia do Amor Incondicional a níveis multidimensionais. Ensina o amor ao Todo, a compreensão da ligação de nosso coração com o coração universal. É a pedra do Amor Universal, trazendo a nossos corações a vibração angélica canalizada através da Fenacita. Atua também sobre a respiração, fortalecendo fisicamente os pulmões e permitindo o fluxo da energia do amor por todo o nosso corpo. Às vezes apresenta nuances alaranjadas fundindo o rosa do Amor Universal com o dourado da Iluminação e da Sabedoria Cósmica. O uso da Morganita sobre o chakra cardíaco nos dá a sensação da unidade do Amor Total e ajuda-nos a compreender que pertencemos a um todo. A qualidade acelerada da Morganita aplica-se principalmente aos cristais de boa transparência. Os cristais mais opacos funcionam dentro da mesma vibração do quartzo rosa.
OBSIDIANA
É uma rocha vulcânica, amorfa, rica em óxido de silício. Sua cor é geralmente negra, do opaco ao translúcido, e é encontrada no mundo inteiro. A obsidiana mais usada é chamada de “Lágrima de Apache” (Apache tear), proveniente dos EUA, e que, apesar de negra, apresenta uma transparência quando olhada contra a luz. Trabalha no chakra básico (primeiro), ancorando forças espirituais ao corpo. Tem a propriedade de amplificar as emoções negativas para que as percebamos melhor. Ajuda a liberar a raiva e ativa um senso de poder positivo que nos move a tomarmos conta de determinada situação. Ensina o desapego, com sabedoria e amor, ajudando a liberação de crenças e hábitos antigos. A obsidiana tem um forte poder de absorção das energias negativas, mesmo as mais resistentes, funcionando até em casos de obsessão espiritual. Para não permitir que ela acumule a energia negativa absorvida, é imprescindível limpá-la pelo processo da selenita após cada uso. existe uma variedade de obsidiana negra opaca com pontos brancos que se assemelham a flocos de neve, e por isso mesmo é chamada de “obsidiana floco de neve”, que é mais suave e deve ser usada nos casos menos graves.
ÔNIX
Pertence ao grupo do quartzo (SiO2 – Óxido de silício).
Existem várias cores de ônix, mas para efeitos energéticos o mais usado é o ônix negro. É encontrado no mundo inteiro.
Trabalha no chakra básico, agindo principalmente como pedra de ancoramento, que significa estar presente no próprio corpo.
Pode ser usado para eliminar a mágoa, para aumentar o autocontrole e para estimular o poder da tomada de decisões.
PEDRA DA LUA
Faz parte do grupo do feldspato, é geralmente incolor e translúcida, e sua composição química é K(AlSi3O8) (silicato de alumínio e potássio). É proveniente da Índia, Birmânia, Sri Lanka, Austrália, Brasil, Madagascar, Tanzânia e EUA. Atua no quarto chakra, fazendo conexão com a energia da lua e o aspecto feminino de nossa natureza emocional, abrindo o ser à parte feminina da personalidade, para que ele possa integrar-se inteiramente na unicidade. Ajuda a acalmar e equilibrar as emoções, trazendo-as sobre o controle da vontade superior, em vez de reprimi-las. Age como guardiã à entrada do subconsciente e serve para nos proteger das nossas próprias emoções. Auxilia os homens a se sintonizarem mais com o aspecto feminino de sua natureza. Fisicamente, estimula a glândula pineal a ajudar nos processo do crescimento, ajuda nos pequenos desequilíbrios das endócrinas nas mulheres, e pode ainda auxiliar na limpeza de linfáticos congestionados. É também usada na prevenção e tratamento do câncer.
PEDRA DO SOL
Pertence ao grupo do feldspato, é opaca, de cor alaranjada cintilante. Sua composição química é Na(AlSi3O8)Ca(Al2Si2O8) (silicato de sódio, cálcio e alumínio). Existem jazidas nos EUA, Índia, Canadá, Noruega e Rússia. Atua no plexo solar (terceiro chakra), ativando o nosso sol interior e irradiando sua luz para facilitar o fluxo livre de energias. Pode ser usada para dissipar medos, aliviar stress, aumentar a vitalidade e para encorajar a independência e a originalidade.
Na Grécia antiga, era usada para representar o Deus Sol, trazendo vida e abundância aos que a usavam. Na Índia, era usada pelos antigos como proteção contra as forças destrutivas dos reinos sobrenaturais.
PERIDOTO
Também conhecido como Crisólita ou Olivina, é um mineral de cor verde amarelada, transparente, e sua composição química é (MgFe)2 SiO4 (silicato de ferro e magnésio). É proveniente do Egito, Birmânia, Austrália, Brasil, África do Sul, EUA, Zaire e Noruega. O peridoto é um calmante, purificador e equilibrador do corpo físico. Atua principalmente no chakra cardíaco (quarto) e no plexo solar (terceiro). Auxilia a digestão de alimentos e alivia a prisão de ventre e as condições de inflamação do intestino. Estimula a cura dos órgãos do aparelho digestivo, principalmente fígado, rins e vesícula. Ajuda a equilibrar o sistema endócrino, principalmente as glândulas endócrinas que controlam a saúde do corpo físico e associam-se diretamente aos chakras. Age como um tônico para animar e acelerar todo o organismo, deixá-lo mais forte, sadio e radiante. Pode afetar certos estados emocionais negativos, como raiva e inveja. Purifica e cura mágoas, egos feridos e ajuda a reparar relacionamentos deteriorados. Cura mordidas de insetos e ajuda em doenças do fígado. É também usado para atrair amor e acalmar a raiva.
PIRITA
É um mineral opaco de cor cinzenta, ou cinzento-amarelada, com brilho metálico. Sua composição química é FeS2 (sulfeto de ferro). Existem jazidas em todo o mundo, mas as mais importantes se encontram na Itália (ilha de Elba) e nos Andes (Peru, Chile e Bolívia). É também conhecida como “ouro dos tolos”, devido à sua semelhança com o ouro. Atua no chakra coronário (sétimo), trazendo a sabedoria do espírito para trabalhar mais especificamente com o conceito da expectativa mais larga e abrangente, encorajando os ideais do bem-estar físico, emocional e mental. Também ajuda a ver além das aparências, promovendo uma compreensão maior daquilo que está entre as palavras e as ações. Como amuleto, é usada para atrair riqueza e prosperidade, e proteção contra perigos físicos e vibrações negativas.
QUARTZO ENFUMAÇADO (FUMÊ)
É o tipo de quartzo (SiO2 – óxido de silício) de cor parda a cinzenta enfumaçada. É transparente e provém de todo o mundo, principalmente Brasil, EUA e Escócia. Atua no chakra básico (primeiro), equilibrando o espírito na Terra e dando um escudo de proteção contra energias negativas. Ensina que há luz na escuridão. Ajuda nossa busca interior para que possamos nos integrar e transformar nossas sombras em luza. Estabiliza as emoções e dá segurança quando se teme o fracasso. Também encoraja a experimentar coisas novas e a desenvolver uma atitude de auto-aceitação no processo de aprendizagem. cura depressão e outras emoções negativas. Fortalece rins, pâncreas, aumenta a fertilidade, equilibra a energia sexual. Inicia o movimento da Kundalini. Dissipa bloqueios do subconsciente e negatividade em todos os níveis. Fortalece a percepção dos sonhos e habilidade de canalização. Aumenta o conhecimento da Natureza e a preocupação com o meio ambiente.
QUARTZO OLHO DE FALCÃO
É um agregado de quartzo opaco (SiO2 – óxido de silício), com inclusões de hornblenda, possuindo cor azul-acinzentado a azul-esverdeado e opalescência de superfície.
É encontrado principalmente na África do Sul. Atua no chakra frontal (sexto), e sua principal mensagem é a de estar sempre alerta, ajudando o indivíduo a observar mais profundamente o ambiente físico que o cerca.
O uso do Olho de Falcão é apropriado para auxiliar-nos na observação aguçada da realidade que estamos criando, e também da energia das pessoas que nos cercam.
QUARTZO OLHO DE TIGRE
É um tipo de quartzo (SiO2 – óxido de silício) opaco, listrado de dourado e marrom, apresentando um brilho sedoso. As jazidas mais importantes localizam-se na África do Sul, Austrália, Birmânia, Índia e EUA.
Pode ser usado no chakra básico (primeiro) e no plexo solar (terceiro). Sintetiza as energias do Sol e da Terra. Ajuda as pessoas a se tornarem mais práticas, trazendo um otimismo que conduz ao sucesso. Traz a percepção das necessidades pessoais, assim como das necessidades dos outros, e tem sido usada para estimular a criação e a manutenção da abundância.
QUARTZO ROSA
É a variedade rosa do quartzo (SiO2 – óxido de silício), transparente, proveniente do Brasil, EUA e Japão. É a pedra fundamental do chakra cardíaco. Ele representa o Amor Incondicional, e acende a chama rosa desse amor em nossos corações. Através de sua suave emanação, permite que nos lembremos de nossa essência amorosa, do nosso propósito, despertando no centro de nosso ser esse amor sem cobranças, sem culpas ou mágoas, sem posse e sem medo, o amor a todos os aspectos de nosso ser e do universo, um amor com perdão, consciência e compaixão. Munidos desta energia, estamos prontos para expandi-la e para criar uma nova realidade em nossas vidas e no universo. O quartzo rosa ensina o poder do perdão e reprograma o coração a amar-se, auxiliando a construção e manutenção da auto-estima, da auto-aceitação e do autovalor.
RODOCROSITA
É um mineral róseo-avermelhado, com listras brancas, de transparente a opaco, proveniente da Argentina. Sua composição química é MnCO3 (carbonato de manganês). Atua no chakra cardíaco (quarto), ensinando o amor à vida e a repartir o amor com os outros. Tem forte influência no processo criativo e na mente intuitiva. Atua bem em conjunto com a malaquita, adicionando energia amorosa ao potencial de cura da malaquita. a chama do amor gerada e alimentada pelo quartzo rosa se expande quando entra em sintonia com a energia da rodocrosita, a pedra de dar e receber amor. Quando em contato com o chakra cardíaco, a rodocrosita ocasiona a transmissão da energia amorosa para fora do coração, buscando a conexão direta com outras fontes de amor, Ela também age sobre o terceiro e o segundo chakras, unindo o amor às emoções e à energia sexual. A rodocrosita proporciona equilíbrio emocional para relacionamentos amorosos e amplifica nosso sentimento de amor ao planeta em que vivemos e à vida, de uma maneira geral.
RUBELITA (TURMALINA ROSA)
É a variedade de turmalina de cor rosa a vermelha, ocasionalmente com tonalidade violeta. É transparente e sua composição química é (NaLiCa)(Fe11MgMnAl)3 Al6[(OH)4(BO3)3Si6O18)] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável). As jazidas mais importantes são encontradas no Sri Lanka, Madagascar e Brasil. Atua no quarto chakra (cardíaco), transmitindo a energia de amor gerada no coração diretamente às células do corpo físico.
Reforça a vontade de compreender o amor e estimula a criatividade da aspiração amorosa. Amplifica as qualidades curativas do coração e promove paz e alegria durante o período de crescimento e de mudanças, liberando tendências destrutivas.
RUBI
Pertence ao grupo do Corindon, tem cor vermelha, de transparente a opaca, e sua composição química é Al2O3 (óxido de alumínio). É proveniente da Birmânia, Tailândia, Índia, Sri Lanka, Afeganistão, Austrália e Brasil. Atua no chakra básico (primeiro), ativando e vitalizando o corpo através da ação do fluxo sanguíneo. Trabalha diretamente com o sangue, a circulação e o coração. Representa o mais alto grau da justiça divina, que é o não-julgamento e proporciona o reconhecimento do poder através da verdade do espírito, Fisicamente, é usada para prevenir e combater qualquer tipo de doença ligada ao sangue. Ajuda a eliminar a desorientação, os desapontamentos, a depressão e a raiva. Auxilia ainda na tomada de decisões, nos problemas com a imagem paterna e nos assuntos de família. Proporciona equilíbrio emocional, flexibilidade, autoconfiança, habilidade para negociações, harmonia e auto-estima.
SELENITA (GIPSITA)
É a forma incolor, transparente e cristalizada do gipso. Sua composição química é CaSO4.2H2O (Sulfato hidratado de cálcio). É proveniente do México, Sibéria, Brasil e EUA. Atua sobre os chakras transpessoais acima da cabeça, principalmente o “Portal das Estrelas” (décimo segundo). Não é considerada pedra preciosa porque é muito macia e sensível demais para ser lapidada. Não é raro se notar que a selenita muda de forma, às vezes curvando-se. esta capacidade da selenita demonstra a maleabilidade do forma física quando em sintonia direta com a energia da luz do espírito. Por isso mesmo ela pode ser usada para promover flexibilidade à natureza, dando maior força às decisões. Com sua ajuda, uma pessoa pode perceber mais claramente os aspectos mais profundos de qualquer situação, compreendendo melhor tanto o que está na superfície quanto o que está no fundo. No corpo físico, promove flexibilidade à estrutura muscular e ajuda a alinhar a coluna vertebral. Quando colocada na base da coluna com seu fluxo energético direcionado para cima, ajuda a remover bloqueios energéticos em qualquer parte da coluna. na direção oposta, colocada na base do pescoço com o fluxo energético direcionado para baixo, ela vai ajudar a equilibrar o fluxo de energia vital na coluna. Também pode ser usada para facilitar a regeneração da estrutura das células, para corrigir deformações do sistema ósseo, e durante ataques de epilepsia. A selenita é um importante instrumento para ativar os chakras transpessoais, situados acima da cabeça, principalmente a ligação entre a “Estrela da Alma” e o “Portal das Estrelas”. através desses chakras, recebemos a energia da mais pura luz do espírito, ligando-nos ao grande Sol Central do Universo, a fonte de todas as energias e de toda a luz. Um dos aspectos mais importantes da selenita é a capacidade de maleabilizar a energia pura da luz para que possa manifestar-se no plano físico através da canalização. Como a selenita é muito sensível, devemos procurar não dar espaço a pensamentos ou atitudes negativas enquanto estivermos trabalhando com ela, pois ela pode se fraturar ou quebrar. Este mineral também apresenta propriedades de solubilidade, e por isso não deve ser deixado por muito tempo em contato com a água. Ao usar a selenita em meditações ou para ativar os chakras transpessoais, tenha ao mesmo tempo nas mãos, pés ou no chakra básico, pedras de ancoramento, como a hematita ou a turmalina preta. Outra função importantíssima da selenita é a limpeza e energização simultâneas de outras pedras, objetos, e até mesmo de pessoas ou ambientes. Por isso ela se transforma num instrumento indispensável para quem trabalha energeticamente com cristais ou com qualquer outro tipo de terapia energética.
SMITHSONITA
É um mineral translúcido a opaco, que pode ser de cor rosa, verde clara ou azul claro. Sua composição química é ZnCO3 (carbonato de zinco). Atua principalmente no chakra cardíaco (quarto). A smithsonita alivia, conforta e tranquiliza os sentidos. Sua energia suave e prazeirosa conduz à facilidade nos relacionamentos, ajudando-nos a encontrar saídas elegantes e satisfatórias em situações embaraçosas. Ela trabalha a auto-aceitação, e é excelente companheira em situações de desamor e abandono. Diminui tensões e ansiedades, promovendo a alegria de viver amorosamente. Um dos aspectos mais importantes é a capacidade de nutrir a criança interior com amor, o que ajuda o indivíduo a se sentir amado pelos outros. Auxilia os nascimentos e o trabalho do parto, ajudando também os bebês a se adaptarem à vida. Aumenta a capacidade psíquica, confirmando ou negando as mensagens recebidas através da clarividência e da intuição. Pode ser usada para ajudar na adaptação a novas fases e promove bem-estar e paz interior. Realça o charme pessoal e dá maior autoconfiança. Fisicamente, pode ser usada durante massagens para ajudar a aliviar tensões musculares. Neste caso, deve ser colocada no chakra correspondente ao músculo tensionado, ou no alto da coluna, se a massagem for nas costas. Também pode ser utilizada contra erupções da pele, congestionamentos nasais, problemas digestivos e no tratamento da osteoporose.
SODALITA
É um mineral de cor azul escura acinzentada, de translúcido a opaco, cuja composição química é Na8 (Cl2Al6Si6O24) (silicato de sódio e alumínio com cloro). É mais encontrada no Brasil, Canadá, Índia e EUA. Atua no chakra frontal (sexto), abrindo o subconsciente para a canalização da intuição. Atravessa a densidade e a ilusão trazendo clareza e verdade. Fortalece a comunicação e a expressão criativa. Ajuda a ser mais objetivo e e menos crítico sobre os modos de lidar com a existência. Ensina também a examinar as metas depois que elas foram atingidas.
É uma das despertadoras da terceira visão, preparando a mente para receber a visão interior e o conhecimento intuitivo, ajudando também a chegar a conclusões mais lógicas. Acalma e clareia a mente e alivia o medo. Fisicamente, equilibra o sistema endócrino e fortalece o metabolismo e o sistema linfático.
SUGILITA
É um mineral de cor magenta a violeta profundo, opaco, proveniente da África do Sul. Sua composição química é (K Na) (Na Fe3 + ) 2 (Li Fe3 +) Si12 O30 , (silicato ferroso de lítio e potássio). Atua no chakra coronário (sétimo), trazendo a visão da perfeição divina em todas as coisas. Surgiu no planeta há pouco tempo. Seu raio violeta representa o elo entre a mente e o corpo físico, sintonizando o indivíduo com seu corpo mental, a fim de que ele descubra o que gera o problema físico. Cria um estado de receptividade a influências mais elevadas. Pode ser usada como proteção contra as realidades duras do mundo e para capacitar o indivíduo a aceitar viver no aqui e agora, acreditando em si mesmo. Ajuda também a eliminar a hostilidade, o preconceito, a raiva, e todos os atributos negativos que se possa imaginar. Tem o poder de transmutação, trazido pela essência do raio violeta. Facilita e filtra a comunicação com energias angélicas e extraterrestres. Fisicamente, traz energia curativa ao sistema nervoso, auxiliando o equilíbrio entre os lados direito e esquerdo do cérebro; ajuda na coordenação física e na tratamento de doenças ligadas ao cérebro e ao sistema nervoso central, como autismo, dislexia, epilepsia, etc.
TANZANITA
É uma variedade da Zoisita, de cor violeta azulada, transparente e proveniente da Tanzânia. Sua composição química é: Ca2 Al3 (SiO4) 3(OH) (silicato de cálcio e alumínio). a suavidade dos tons violeta-azulados da Tanzanita nos permite a sintonia direta com a dimensão dos Arcanjos. Com este contato, o chakra coronário é estimulado para canalizar visões dos reinos espirituais mais elevados. Sua energia age como uma força espiralada que traz proteção e segurança durante toda a atividade. A Tanzanita é uma pedra mágica, e produz a perfeita simetria do poder pessoal e da atualização, trazendo força da vontade ao processo da manifestação das energias espirituais superiores. Também facilita a comunicação com o mundo espiritual das mais antigas comunidades tribais localizadas em todo o planeta, assim como o encontro com os diferentes aspectos do próprio ser e a compreensão das maravilhas que existem em outros planos. Fisicamente, pode ser usada no tratamento de problemas da pele, no alinhamento da coluna e para ajudar a voltar de um estado comatoso.
TEMPEST STONE
É uma pedra formada por uma mistura de Olho de Tigre, Olho de Falcão e Hematita, proveniente dos EUA. Atua no plexo solar e no chakra básico, e sua função principal é dar uma nova perspectiva ao conjunto de reações emocionais que possa estar provocando causa ou desordem na vida das pessoas.
Sua poderosa energia provoca mudanças pessoais, dissipando formas-pensamento que possam estar congestionando o corpo emocional. Seu uso é aconselhável durante “tempestades emocionais” de resistência ã mudança
TOPÁZIO
É uma gema transparente, que pode ser de várias cores diferentes, porém os mais comuns são o amarelo dourado, o azul claro e o incolor. Sua composição química é Al2 (SiO4) (FOH2) (silicato de alumínio fluorado). É proveniente do Brasil, Sri Lanka, Madagascar, Austrália, EUA, Rússia, México e Namíbia. O topázio incolor atua no chakra coordenador (nono), integrando a luz do espírito aos chakras do corpo físico. O topázio azul atua no chakra laríngeo (quinto), apresentando as mesmas características vibratórias da água-marinha. O topázio amarelo é conhecido como topázio imperial, e é o de uso mais comum para efeitos energéticos. Atua no plexo solar (terceiro chakra), ativando-o e equilibrando-o. Ajuda a promover a digestão física e mental, colocando em foco as emoções e os pensamentos. Ensina a respeito da irrealidade da matéria e da eternidade do espírito. Magnetiza nosso ser por inteiro, o que significa que nos carrega com uma capacidade maior de compreensão, vontade, clareza, concentração e criatividade. É excelente ajuda nos casos de trauma nervoso, exaustão ou depressão mental. Promove a ligação e a manifestação consciente da sabedoria. Alivia a dor do reumatismo. Age contra inveja, intriga, doença, injúria, morte súbita, feitiçaria e magia negativa e loucura. Regula o sistema digestivo e é usado para auxiliar na perda de peso.
TURMALINA MELANCIA
É um tipo de turmalina bicolor, apresentando normalmente a cor rosada no interior e verde externamente. É principalmente encontrada no Brasil, Madagascar e Sri Lanka e Moçambique.
Sua composição química é (NaLiCa) (Fe11MgMnAl)3 Al6 [(OH)4 (BO3)3 Si6 O18] (borossilicato complexo de alumínio de composição variável).
Atua no chakra cardíaco (quarto), representando a sinergia do coração, pois possui o verde da cura e o rosa do amor incondicional. Integrando essas duas energias e simbolizando a totalidade do chakra cardíaco.
TURMALINA NEGRA
É uma turmalina opaca, de cor negra brilhante, com a mesma composição química e proveniência das outras turmalinas. Atua no chakra básico, provendo um escudo protetor contra todas as energias negativas. Ela não absorve energia negativa, mas repele. Por esta razão sugere-se que as pessoas sempre tragam consigo uma turmalina preta para proteção.
Tem propriedades elétricas, como todas as turmalinas, e também ajuda a defesa contra doenças debilitadoras, como condições cardíacas, artrite e sistema imunológico fraco.
Ensina como conservar-se radiante nas circunstâncias mais obscuras e como manter uma consciência espiritual vivendo em grandes cidades poluídas e cercadas de gente sem consciência.
TURQUESA
É uma pedra opaca de cor azul celeste a azul esverdeado, de composição química CuAl2 [(OH)2 / PO4]4 4H2O (fosfato de alumínio e potássio, contendo cobre). Provém dos EUA, Irã, Afeganistão, Tibete, Austrália e Israel. Atua no chakra laríngeo (quinto), capacitando a verbalização, a clareza na comunicação e o equilíbrio da expressão emocional. Representa a paz interior, o estar em paz consigo mesmo e com todos os seus aspectos, devendo ser usada sempre que houver algum conflito interior. Fisicamente, ajuda na cura de quaisquer problemas do sistema respiratório e músculos do peito e do pescoço.
Atua também diretamente nas células da pele, amaciando e rejuvenescendo. Por isso mesmo, aconselha-se usar uma turquesa nos recipientes de cremes hidratantes.
VARISCITA
É um mineral verde claro, opaco, proveniente dos EUA e da Austrália. Sua composição química é Al PO4 2H2O (fosfato hidratado de alumínio). Atua no chakra cardíaco (quarto), emitindo energia curativa diretamente ao chakra básico. Com uma vibração suave e um movimento sutil, ajuda a compreender porque estamos aqui e como nos relacionamos com o planeta.
Ajuda a encontrar soluções ou ações que possam produzir resultados positivos para todos. Fisicamente, auxilia a regenerar a elasticidade das veias e da pele e pode ser usada no tratamento da impotência e das desordens do sistema de reprodução masculino.
VERDELITA (TURMALINA VERDE)
É a turmalina de cor verde, transparente, de mesma composição química e proveniência das outras turmalinas. Atua no chakra cardíaco (quarto), transmitindo a energia curativa do verde diretamente para as células afetadas, possibilitando assim uma recuperação mais rápida de qualquer enfermidade.
Esta propriedade torna a verdelita imprescindível como auxiliar das outras pedras no tratamento de todas as enfermidades do corpo físico.
WULFENITA
É um mineral translúcido, de cor laranja, cuja composição química é PbMoO4 (molibidato de chumbo). Provém do México e EUA. Atua no chakra sexual (segundo), trazendo para o foco a energia criativa, principalmente para remover obstáculos que possam impedir ou limitar o progresso e o desenvolvimento em qualquer situação. Pode ser também usada para auxiliar na conexão com energias naturais do planeta, como árvores, florestas, rios, montanhas, etc.
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TABELAS PRÁTICAS DE CONSULTA
SAÚDE EM GERAL
Acidez – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Pirita, Smithsonita, Topázio Imperial.
Acne – Magnetita, Smithsonita, Tanzanita, Turquesa, Zincita.
AIDS – Cuprita, Diamante, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Hematita, Jaspe Vermelho, Malaquita, Quartzo Vermelho, Realgar, Rubi, Selenita, Sugilita.
Alcoolismo – Ametista, Kunzita, Selenita, Sugilita.
Alergias – Ágata Musgo, Calcita Verde (fumaças tóxicas e produtos químicos), Cornalina, Jaspe Paisagem, Magnetita (pele), Peridoto, Smithsonita (pele), Tanzanita, Turquesa (pele), Zincita (pele).
Amigdalite – Ágata Azul Rendada, Água Marinha, Angelita, Celestita, Indicolita, Malaquita, Quartzo Azul, Shattuckita, Topázio Azul.
Amnésia – Azurita, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita, Tanzanita.
Anestesia – Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Selenita, Tanzanita.
Anemia – Coral, Cornalina, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Turmalinas (todas).
Aneurisma – Ágata Musgo, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.
Anorexia Nervosa – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Cornalina, Diamante, Kunzita, Topázio Imperial, Turquesa.
Apendicite – Citrino, Enxofre, Malaquita, Peridoto.
Arteriosclerose – Esmeralda, Madeira Petrificada, Selenita.
Artrite – Ágata Azul Rendada, Azurita, Calcita Verde, Coral, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Howlita, Kunzita, Madeira Petrificada, Rubelita, Turmalina Preta.
Asma – Água Marinha, Albita, Celestita, Crisocola, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.
Assimilação de Cálcio – Calcita (todas), Dolomita, Howlita.
Assimilação de Ferro – Heliotrópio, Hematita.
Assimilação de Flúor – Fluorita.
Assimilação de Oxigênio – Hematita.
Assimilação de Proteínas – Alexandrita, Rubelita.
Assimilação de Vitaminas – Piromorfita.
Assimilação de Zinco – Zincita.
Astigmatismo – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli.
Autismo – Ametista, Azurita, Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Malaquita, Opala Branca, Selenita, Sugilita.
Azia – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial. * Batimento Cardíaco* – Charoíta, Esmeralda, Magnesita, Malaquita.
Bronquite – Água Marinha, Albita, Celestita, Crisocola, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.
Bulimia – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Cornalina, Kunzita, Topázio Imperial, Turquesa.
Bursite – Fluorita, Malaquita.
Cãibras – Hematita, Lepidolita, Magnetita, Malaquita.
Câncer – Azurita-Malaquita, Crisocola, Diamante Herkimer, Fluorita, Hematita, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pedra da Lua, Pérola, Quartzo Azul, Rubelita.
Candidiase – Cinábrio, Hemimorfita.
Cardiovasculares – Adamita, Dioptásio, Esmeralda, Heliotrópio, Hematita, Kunzita, Malaquita, Rubi.
Catarata – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli, Malaquita, Quartzo (cristal), Turquesa.
Cicatrização – Hematita, Malaquita, Rubi, Verdelita.
Circulação – Ágata Musgo, Albita, Bixbita, Coral, Cornalina, Enxofre, Esmeralda, Espinélio, Galena, Granada, Heliotrópio, Hematita, Kunzita, Lápis Lázuli, Malaquita, Pirita, Quartzo Rosa, Rubi, Topázio Imperial, Turmalina Preta, Verdelita.
Cirrose Hepática – Enxofre, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.
Cirurgia – Esmeralda, Hematita, Malaquita, Peridoto, Verdelita.
Cisto – Cornalina, Crisocola, Magnesita, Malaquita, Shattuckita.
Coagulação – Hematita, Rubi, Shattuckita.
Cólera – Malaquita.
Colesterol – Coral, Esmeralda, Magnesita, Rubi.
Cólica – Crisocola, Granada, Magnesita, Malaquita, Safira.
Coma – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Selenita, Sugilita, Tanzanita.
Conjuntivite – Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.
Convulsões – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita.
Cura Generalizada – Aventurina, Diamante, Diamante Herkimer, Dioptásio, Esmeralda, Espinélio (verde), Hiddenita, Jadeíta, Malaquita, Nefrita, Peridoto, Quartzo (Cristal), Serpentina, Turquesa, Variscita, Verdelita.
Daltonismo – Ametista, Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.
Dengue – Malaquita.
Depressão – Citrino, Crisocola, Larimar, Topázio Imperial.
Derrames – Diamante, Diamante Herkimer, Rubi, Selenita, Sugilita.
Descongestionamento – Água Marinha, Amazonita, Celestita, Crisocola, Quartzo Azul, Smithsonita, Topázio Azul, Turquesa.
Desequilíbrios Hormonais – Granada, Kunzita.
Desmaios – Selenita, Zircão.
Diabetes – Ágata Musgo, Ametista, Ametrino, Bixbita, Citrino, Enxofre, Granada, Hematita, Magnetita, Malaquita, Peridoto, Rodocrosita, Rubi, Topázio Imperial.
Diarréia – Citrino, Enxofre, Halita, Hematita, Magnesita.
Dietas – Hemimorfita, Topázio Imperial.
Disenteria – Citrino, Enxofre, Halita, Hematita, Rubi.
Disfunções Cerebrais – Safira, Selenita, Sugilita.
Dislexia – Ametista, Azurita, Diamante, Hematita, Indicolita, Malaquita, Safira, Sugilita, Turmalina Preta, Vivianita.
Distrofia Muscular – Azurita-Malaquita, Turmalina Preta.
Diurético – Enxofre, Halita, Peridoto.
Diverticulite – Citrino, Enxofre, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial, Vesuvianita.
Doenças Genéticas e Congênitas – Ágata Musgo, Granada, Shattuckita, Turmalinas (todas).
Doenças Venéreas – Cornalina, Crocoíta, Granada, Heliotrópio, Hemimorfita, Opala Negra, Quartzo Rosa, Rubelita, Rubi.
Dor de cabeça – Ágata Azul Rendada, Ametista, Fluorita, Halita, Hematita, Kunzita, Magnetita, Zircão.
Dores em geral – Âmbar, Ametista, Diopsídio, Enxofre, Euclásio, Hemimorfita, Kunzita, Magnetita, Malaquita, Safira.
Eczema – Malaquita, Tanzanita, Turquesa.
Edema – Malaquita, Pedra da Lua.
Endurecimento de Vasos – Esmeralda, Granada, Heliotrópio, Rubi, Variscita.
Enfarte – Adamita, Esmeralda, Malaquita.
Enfizema – Malaquita.
Enxaqueca – Ametista, Charoíta, Malaquita, Zircão.
Epilepsia – Ametista, Diamante, Diamante Herkimer, Hematita, Kunzita, Malaquita, Opala Branca, Sugilita.
Equilíbrio (perda) – Azurita, Granada, Hematita, Zircão
Esclerose – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Sugilita.
Esclerose Múltipla – Água Marinha, Charoíta, Cuprita, Diamante, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Malaquita, Rubi, Selenita, Sugilita, Tanzanita.
Esterilidade – Cornalina, Crocoíta, Wulfenita.
Estomatite – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.
Fadiga – Crocoíta, Hematita, Selenita, Topázio Imperial, Vanadinita.
Faringite – Água Marinha, Angelita, Celestita, Malaquita, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul.
Febre – Água Marinha, Brasilianita, Celestita, Coral, Crisoberilo, Crisocola, Diopsídio, Jaspe Vermelho, Lápis Lázuli, Malaquita, Quartzo Azul, Rubi, Topázio Azul, Turquesa.
Ferimentos – Hematita.
Fertilidade – Âmbar, Cinábrio, Coral, Cornalina, Crisocola, Crocoíta, Lingam, Quartzo Enfumaçado, Wulfenita.
Fibroma – Cornalina, Crisocola, Malaquita.
Fome – Apatita (verde, amarela), Cornalina.
Fraqueza – Apatita, Cinábrio, Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Heliotrópio, Hematita, Magnesita, Malaquita, Peridoto, Pirita, Rubi, Turmalina Preta, Zircão.
Fraturas – Ágata Azul Rendada, Dolomita, Fluorita, Howlita, Malaquita.
Frigidez – Cornalina, Crocoíta, Uvarovita, Wulfenita.
Gagueira – Vivianita.
Gangrena – Citrino, Cuprita, Heliotrópio, Hematita.
Gases – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Peridoto.
Gastrite – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Dolomita, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.
Gengivite – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Coral, Cornalina, Malaquita, Piromorfita.
Glaucoma – Apatita (azul), Azurita, Indicolita, Lápis Lázuli.
Gota – Citrino, Crisoprásio, Enxofre, Kunzita, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.
Gravidez – Amazonita, Crisocola, Smithsonita, Unakita.
Gripe e Resfriados – Água Marinha, Celestita, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Malaquita, Quartzo Azul, Topázio Azul.
Halitose (mau hálito) – Citrino, Topázio Imperial.
Hemofilia – Ágata Musgo, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Shattuckita.
Hemorragia – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Coral, Cornalina, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Malaquita, Rubi, Topázio Imperial.
Hemorróidas – Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Turquesa.
Hepatite – Ágata Musgo, Azurita-Malaquita, Bixbita, Citrino, Coral, Enxofre, Fluorita, Granada, Hematita, Magnesita, Malaquita, Peridoto, Rubelita, Rubi, Topázio Imperial.
Hérnia – Malaquita.
Hérnia de Hiato – Citrino, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.
Herpes – Granada, Hemimorfita, Magnetita, Turquesa.
Hipertensão – Água Marinha, Celestita, Crisocola, Esmeralda, Quartzo Azul, Rubi, Topázio Azul, Turquesa.
Hipoglicemia – Ágata Musgo, Ametista.
Hipotiroidismo – Água Marinha, Azurita, Celestita, Crisocola, Cuprita, Indicolita, Kunzita, Quartzo Azul, Topázio Azul, Turquesa.
Impotência – Âmbar, Cornalina, Crocoíta, Lingam, Variscita, Wulfenita.
Indigestão – Âmbar, Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Malaquita, Peridoto, Smithsonita, Topázio Imperial.
Infecções – Angelita, Crisocola, Madeira Petrificada, Malaquita, Obsidiana, Peridoto, Rodonita, Rubi, Thulita.
Infecções causadas por fungos – Ágata Musgo.
Infecções Linfáticas – Ágata Azul Rendada, Pedra da Lua, Sodalita, Sugilita.
Inflamações – Ágata Musgo, Água Marinha, Âmbar, Celestita, Crisocola, Euclásio, Fluorita, Galena, Granada, Hematita, Malaquita, Obsidiana, Peridoto, Quartzo Azul, Rodonita, Thulita, Topázio Azul.
Insolação – Brasilianita, Crisoberilo, Crisocola, Turquesa.
Insônia – Ametista, Fluorita, Hematita.
Intoxicações – Ágata Musgo, Calcita, Citrino, Crisocola, Diamante, Diamante Herkimer, Espinélio, Granada, Halita, Lápis Lázuli, Magnesita, Magnetita, Malaquita, Nefrita, Pedra da Lua, Peridoto, Quartzo Azul, Rubelita, Safira, Turquesa.
Irritações da Pele – Pérola, Smithsonita, Tanzanita, Turquesa.
Labirintite – Azurita, Hematita, Indicolita, Zircão.
Laringite – Ágata Azul Rendada, Água Marinha, Angelita, Celestita, Crisocola, Lápis Lázuli, Pirita, Quartzo Azul, Topázio Azul.
Lepra – Tanzanita, Turquesa.
Leucemia – Alexandrita, Coral, Cuprita, Diopsídio, Granada, Heliotrópio, Hematita, Malaquita, Opala, Pedra da Lua, Quartzo (cristal), Quartzo Rosa, Realgar, Rubi.
Limpeza Energética – Selenita, Turmalina Preta.
Lumbago – Magnetita.
Lúpus – Água Marinha, Albita, Cuprita, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Malaquita, Realgar, Rubi, Selenita, Sugilita, Tanzanita, Turquesa.
Mal de Hodgkin – Ágata Musgo, Enxofre, Lápis Lázuli.
Mal de Meniere – Kunzita.
Mal de Parkinson – Kunzita.
Meningite – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.
Menopausa – Cornalina, Crisocola, Crocoíta, Pedra da Lua, Wulfenita.
Menstruação – Coral, Cornalina, Crisocola, Granada, Jadeíta, Magnesita, Pedra da Lua, Rubelita, Rubi, Wulfenita.
Miopia – Apatita (azul), Azurita, Calcita Ótica, Indicolita, Lápis Lázuli.
Mongolismo – Charoíta.
Narcolepsia – Charoíta, Diamante, Diamante Herkimer, Quartzo Olho de Tigre, Rodocrosita, Selenita, Sugilita.
Náusea – Citrino, Espinélio, Granada, Kunzita, Malaquita, Peridoto, Topázio Imperial.
Nefrite – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Cornalina, Diopsídio, Enxofre, Esmeralda, Halita, Jadeíta, Kunzita, Magnesita, Malaquita, Nefrita, Peridoto, Quartzo Enfumaçado, Rodocrosita, Safira, Serpentina, Uvarovita.
Obesidade – Apatita (verde, amarela) , Cinábrio, Topázio Imperial.
Odores do Corpo – Magnesita.
Osteoporose – Dolomita, Fluorita, Howlita, Smithsonita.
Otite – Azurita, Indicolita, Zircão.
Pancreatite – Bixbita, Citrino, Enxofre, Magnesita, Magnetita, Malaquita, Peridoto, Quartzo Enfumaçado, Topázio Imperial, Turmalina Preta.
Paralisia – Diamante, Diamante Herkimer, Selenita.
Parto – Ágata Musgo, Amazonita, Ametista, Crisocola, Jadeíta, Magnesita, Pedra da Lua, Rubelita, Smithsonita.
Pedras (rins) – Brasilianita, Crisoberilo, Enxofre, Malaquita, Peridoto.
Pedras (vesícula) – Brasilianita, Calcita Dourada, Crisoberilo, Enxofre, Malaquita, Peridoto.
Picadas de Insetos – Angelita, Malaquita, Peridoto, Turquesa.
Poliomielite – Selenita.
Pneumonia – Adamita, Malaquita.
Psoríase – Magnetita, Tanzanita, Zincita.
Prisão de Ventre – Citrino, Coral, Enxofre, Esmeralda, Halita, Jaspe, Magnesita, Peridoto.
Queimaduras – Ágata de Botswana, Cornalina, Crisocola, Enxofre, Hematita, Malaquita, Turquesa.
Quistos – Malaquita.
Recuperação – Apofilita, Heliotrópio, Hemimorfita, Malaquita, Smithsonita, Verdelita.
Regeneração – Ajoíta, Alexandrita, Apofilita, Hemimorfita, Smithsonita, Verdelita, Wulfenita.
Rejuvenescimento – Ajoíta, Apofilita, Hemimorfita, Smithsonita, Turquesa, Wulfenita.
Relaxamento Muscular – Amazonita, Crisocola, Crisoprásio, Diopsídio, Lepidolita, Smithsonita, Verdelita.
Retardamento – Kunzita.
Reumatismo – Calcita Verde, Crisocola, Enxofre, Fluorita, Howlita, Madeira Petrificada, Magnetita, Malaquita, Topázio Imperial.
Revitalização – Calcita Vermelha, Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Malaquita, Piromorfita, Realgar, Selenita, Smithsonita, Verdelita, Zincita.
Rinite – Água Marinha, Celestita, Quartzo Azul, Topázio Azul.
Senilidade – Coral, Diamante, Diamante Herkimer, Selenita, Smithsonita.
Sífilis – Cornalina, Crocoíta, Cuprita, Diamante, Enxofre, Granada, Hemimorfita, Rubelita, Turmalina Preta.
Síndrome de Downs – Diamante, Diamante Herkimer, Fluorita, Shattuckita, Sugilita.
Síndrome de Pânico – Cornalina, Crisocola, Quartzo (Cristal Ísis), Selenita.
Sinusite – Água Marinha, Celestita, Quartzo Azul, Smithsonita, Topázio Azul, Turquesa.
Sudorese – Malaquita.
Surdez – Azurita, Indicolita, Zircão.
Tabagismo – Ágata de Botswana.
Tendinite – Calcita Verde, Lepidolita, Malaquita.
Tensões Musculares – Ágata Azul Rendada, Crisocola, Diopsídio, Lepidolita, Malaquita, Smithsonita, Turquesa.
Tifo – Cuprita, Malaquita.
Tonteiras – Azurita, Hematita, Kunzita, Malaquita, Zircão.
Toxinas – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Cuprita, Hemimorfita, Malaquita, Uvarovita.
TPM – Crisocola.
Tuberculose – Adamita, Enxofre, Magnesita, Malaquita, Turmalinas (todas).
Tumores – Ágata de Botswana, Diamante Herkimer, Heliotrópio, Magnetita, Malaquita.
Úlceras – Ágata de Botswana, Ágata Musgo, Brasilianita, Citrino, Cornalina, Crisoberilo, Crisocola, Heliotrópio, Jaspe, Madeira Petrificada, Malaquita, Pedra da Lua, Peridoto, Quartzo (cristal), Topázio Imperial.
Varizes – Coral, Cuprita, Granada, Heliotrópio, Hematita, Rubi, Variscita.
Vertigem – Zircão.
Vitiligo – Magnetita, Tanzanita, Turquesa.
Vômito – Brasilianita, Citrino, Crisoberilo, Kunzita, Peridoto, Topázio Imperial.
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CRISTAIS E CHAKRAS
OS CHAKRAS CORRESPONDENTES AO CORPO FÍSICO.
Os chakras são pontos energéticos situados em nosso corpo, a respeito dos quais já existe extensa literatura.
Vamos dar aqui um pequeno resumo e estudar a utilização dos cristais e pedras preciosas de acordo com nossos chakras.
São sete os chakras principais, e cada um deles se associa a uma cor diferente, a glândulas diferentes e a cristais diferentes. Cada chakra é um vórtice energético em forma de cone, com o vértice no interior do corpo, ligado à coluna, e a base voltada para fora. O sétimo chakra tem a base arredondada no topo da cabeça, virada para cima, e o primeiro tem a base virada para baixo, em direção ao chão. Todos os outros são cones duplos, partindo do centro (coluna) para a frente e para trás (ver ilustração). Ao utilizar as pedras sobre os chakras, vamos colocá-las na frente do corpo, mas é preciso que a pessoa em que elas estarão sendo aplicadas visualize a energia das pedras atingindo também a parte posterior de cada chakra. O cristal de quartzo pode ser utilizado em conjunto com qualquer chakra, embora, por suas características principais, seja classificado como pertencente ao chakra coronário (sétimo). Descendo da cabeça para os pés, vamos iniciar nosso estudo pelo sétimo chakra.
O Chakra Coronário (sétimo chakra)
Situa-se na cabeça, bem no centro, e é também conhecido como coroa. Relaciona-se com a glândula pineal, sua cor é violeta, e está diretamente ligado à espiritualidade, ao contato com o Eu Superior, canalização e meditação. Fisicamente, rege nossa cabeça e o sistema nervoso central. É através do chakra coronário que entram no corpo as energias de transmutação, purificação e espiritualidade. As pedras que trabalham no sétimo chakra são as de cor branca transparente (incolores), violeta e dourada.
Branco transparente (incolor) |
Violeta/ Lilás |
Violeta e dourado |
Dourado |
Outras Cores |
Apofilita Incolor |
Ametista |
Ametrino |
Calcita Dente de Cão |
Alexandrita |
Calcita Ótica |
Charoita |
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Calcita Dourada |
Moldavita |
Cristal de Quartzo |
Fluorita |
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Heliodoro |
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Danburita |
Halita Violeta |
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Pirita |
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Diamante |
Iolita |
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Diamante Herkimer |
Lepidolita |
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Dolomita |
Sugilita |
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Escolecita |
Tanzanita |
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Fenacita |
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Goshenita |
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Selenita (Gipsita) |
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Topázio Incolor |
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Ulexita |
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Para ativar e energizar o sétimo chakra com um cristal de quartzo, sugerimos o seguinte exercício de meditação: Prepare o ambiente com incenso e música suave. Escolha a posição mais confortável para seu corpo, de preferência sentado numa cadeira de espaldar reto. Concentre-se praticando um relaxamento que se inicia pelos pés, subindo lentamente até a cabeça, e mentalize luz branca em volta de todo o seu corpo, para proteção. Segure com a mão direita um cristal de quartzo gerador ligeiramente inclinado, com a ponta direcionada a seu chakra coronário, mantendo uma distância de 10 a 12 centímetros. Feche os olhos e mentalize um raio de luz branca saindo pela ponta do cristal e penetrando em seu corpo através do chakra coronário, abrindo-o e energizando-o. Mantenha o cristal em constante movimento giratório, no sentido horário, por três a cinco minutos. Depois, baixe seu braço direito e, mantendo o cristal em suas mão e os olhos fechados, perceba quaisquer sensações, luzes, cores, imagens ou intuições. Terminada a meditação, é bom anotar as sensações para comparação com experiências futuras. Não se frustre se não houver nenhuma sensação nas primeiras experiências. Tudo vem com a prática e a regularidade, como em qualquer trabalho espiritual.
O Chakra Frontal (sexto chakra)
Está localizado entre as sobrancelhas, e é também conhecido como terceiro olho ou terceira visão. Associa-se também com a glândula pituitária e é responsável por nossa concentração, memória, imaginação e visualizações. Pode-se compará-lo ao computador que registra em nosso cérebro as informações e sensações recebidas através do chakra coronário, para que possamos compreendê-las e dar forma a elas através de pensamentos ou imagens. Sua cor é o índigo (azul anil), e as pedras que trabalham com esse centro energético têm também esta cor. As principais são:
Apatita |
Azurita |
Calcantita |
Cianita |
Halita Azul |
Indicolita (Turmalina Azul) |
Labradorita |
Lápis Lazuli |
Papagoita |
Safira Azul |
Sodalita |
Vivianita |
Fisicamente, este chakra e suas pedras correspondentes regem a visão, a audição, a memória, a capacidade de concentração e todas as funções cerebrais. Para energizar o sexto chakra, proceda da mesma forma que na meditação anterior, apontando o cristal ligeiramente inclinado na direção deste centro de energia. Lembre-se de visualizar a parte posterior do chakra também vibrando com esta luz. O sétimo e o sexto chakras devem ser trabalhados sempre em conjunto, começando-se pelo sétimo. Algumas das pedras do sexto chakra também agem sobre o quinto, como o Lápis Lazuli e a Indicolita. Para energizar o chakra laríngeo proceda exatamente como nos dois primeiros, modificando apenas a posição do cristal, que neste caso deverá ficar paralelo ao chão, horizontalmente apontando para este centro de energia, não esquecendo de girá-lo sempre em sentido horário e de visualizar sua parte posterior.
O Chakra Laríngeo (quinto chakra)
O quinto chakra situa-se na região da garganta e se associa à tiróide, que por sua vez está ligada ao metabolismo do corpo. Este centro energético é responsável pela verbalização, pela comunicação de nossa verdade interior e pela respiração. Fisicamente rege a garganta, a laringe, a boca e o nariz. É através desse chakra que purificamos nossas energias. Sua cor é o azul, assim como a das pedras que aí trabalham. As mais importantes são:
Ágata Azul Rendada |
Crisocola |
Água Marinha |
Euclásio |
Ajoita |
Hemimorfita |
Albita |
Larimar |
Amazonita |
Quartzo Azul |
Angelita |
Shattuckita |
Calcantita |
Sílica Gema |
Calcita Azul |
Topázio Azul |
Celestita |
Turquesa |
Algumas das pedras do sexto chakra também agem sobre o quinto, como o Lápis Lazuli e a Indicolita.
Para energizar o chakra laríngeo proceda exatamente como nos dois primeiros, modificando apenas a posição do cristal, que neste caso deverá ficar paralelo ao chão, horizontalmente apontando para este centro de energia, não esquecendo de girá-lo sempre em sentido horário e de visualizar sua parte posterior.
O Chakra Cardíaco (quarto chakra)
Localiza-se bem no centro do peito, entre os mamilos. É associado ao timo e é nele que se concentra a energia do Amor Incondicional, nossa fonte vital. É responsável também pela saúde e vitalidade do corpo físico, o coração e os pulmões. Sua cor é o verde, e as pedras a ele associadas são verdes (representando a cura e a energia vital) ou cor-de-rosa (representando o Amor).
Verde |
Rosa |
Verde e rosa |
Translúcida |
Ágata Musgo |
Calcita Rosa |
Jade do Transvaal |
Opala |
Apatita Verde |
Cobaltocalcita (Afrodite) |
Turmalina Melancia |
Pedra da Lua |
Aventurina (Quartzo Verde |
Halita Rosa |
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Apofilita Verde |
Kunzita |
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Brasilianita |
Morganita |
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Calcita Verde |
Quartzo Rosa |
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Crisoberilo |
Rodocrosita |
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Crisoprásio |
Rubelita (Turmalina Rosa) |
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Diopsídio |
Smithsonita Rosa |
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Dioptásio |
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Esmeralda |
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Hiddenita |
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Jade (Jadeíta e Nefrita) |
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Malaquita |
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Peridoto |
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Serpentina |
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Smithsonita Verde |
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Uvarovita |
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Variscita |
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Verdelita (Turmalina Verde) |
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Vesuvianita |
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As pedras de cor rosa trabalham diretamente com a energia do Amor Incondicional e promovem tranquilidade e paz ao coração. As verdes trabalham com a energia da cura, da saúde, da vitalidade, do amor físico e da prosperidade. A Turmalina Melancia é bastante especial por conter as duas cores básicas deste chakra, representando-o em sua totalidade. O chakra cardíaco é especialmente importante por ser o ponto central de nosso corpo, separando (e unindo) os chakras superiores (quinto, sexto e sétimo), que regem a espiritualidade, dos inferiores (primeiro, segundo e terceiro), que regem o físico. Para energizá-lo e ativá-lo, proceda como das vezes anteriores, mantendo o cristal paralelo ao chão, na posição horizontal, com a ponta direcionada ao quarto chakra, e visualize também um raio de luz branca saindo de dentro deste seu centro de energia, encontrando-se e unindo-se ao feixe de luz que sai pela ponta do cristal.
O Chakra do Plexo Solar (terceiro chakra)
Este chakra se localiza de quatro a seis centímetros acima do umbigo. Controla toda a nossa energia emocional e é fortemente ligado ao Ego individual. Fisicamente rege o aparelho digestivo. Não é por coincidência que problemas emocionais sempre causam problemas digestivos. A emoção e a digestão estão intimamente ligadas. A cor do terceiro chakra é o amarelo e ele se associa diretamente ao pâncreas. As pedras que aí trabalham também são amarelas, destacando-se:
A energização e a ativação do plexo solar são feitas da mesma maneira que as anteriores, ficando o cristal na posição horizontal.
O Chakra Sexual (segundo chakra)
O chakra sexual situa-se três a quatro centímetros abaixo do umbigo, e trabalha com a energia sexual e a criatividade. É ligado também à produção da adrenalina, e ao amor do homem pela Terra e pela Natureza. Tudo que criamos em nossa mente se ativa para manifestação através deste centro de energia. Fisicamente rege os órgãos sexuais. Sua cor é laranja, assim como a das pedras que lhe correspondem:
Andaluzita |
Calcita Laranja |
Coral |
Crocoita |
Cornalina |
Opala de Fogo |
Orpimento |
Vanadinita |
Wulfenita |
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Siga o mesmo processo de energização e ativação dos chakras anteriores, posicionando o cristal inclinado levemente com a ponta direcionada ao segundo chakra. Ao visualizar a luz branca entrando em seu corpo através do chakra sexual, faça com que ela se espalhe em círculos concêntricos por toda a região abdominal.
O Chakra Básico (primeiro chakra)
O chakra básico fica situado na direção da base da coluna, bem acima dos órgãos de reprodução, e se relaciona com a parte inferior do corpo, os pés, o ancoramento e os instintos físicos. É através dele que plantamos nossos pés no chão e nos relacionamos com o mundo físico. Sua cor é o vermelho e as pedras que com ele se relacionam são vermelhas, marrons, cinzas, pretas ou multicoloridas.
Vermelho |
Marrom/Cinza/Outras Cores |
Preto |
Bixbita |
Ágata de Botswana |
Crisântemo |
Calcita Vermelha |
Boji Stone |
Obsidiana |
Cinábrio |
Galena |
Ônix |
Cuprita |
Howlita |
Turmalina Preta |
Espinélio |
Jaspe Paisagem |
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Granada |
Jaspe Pele de Leopardo |
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Hematita |
Lingam |
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Heliotrópio (Bloodstone) |
Madeira Petrificada |
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Jaspe Vermelho |
Magnesita |
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Quartzo Vermelho |
Magnetita |
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Realgar |
Quartzo Enfumaçado (Fumê) |
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Rodonita |
Quartzo Olho de Falcão |
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Rubi |
Quartzo Olho de Tigre |
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Rutilo |
Quartzo Rutilado |
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Thulita |
Quartzo Turmalinado |
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Zincita |
Unakita |
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Zircão |
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As pedras vermelhas se relacionam diretamente com o sangue e a circulação. As pretas são de proteção contra a negatividade. Todas, de qualquer cor, proporcionam ancoramento. Para ativação e energização, proceda como nas meditações anteriores, mantendo o cristal ligeiramente inclinado com a ponta direcionada ao chakra básico. Importante: não gire o cristal, mantenha-o imóvel enquanto apontado para este centro energético. Os exercícios de meditação para ativação e energização dos chakras devem ser praticados com regularidade, até que você consiga sentir reações nas áreas correspondentes aos chakras. É importante anotar o que acontece durante e após os exercícios e tentar reconhecer sua influência no cotidiano. Não espere nem procure resultados imediatos. Como em todas as coisas na vida, só com a prática e a regularidade nos exercícios é que se chega a reconhecer os resultados.
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PLANTAS DE PODER
Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos deu uma completa farmácia natural.
DEUS DISSE:
“Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra e todas as árvores frutíferas, contendo em sí mesmas a sua semente, para que vos sirva de alimento”
Genesis 1,29
Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos uma completa fármácia natural. Umas alimentam, outras nos perfumam, outras nos purificam, nos calmam, nos dão prazer, etc. Porém, algumas plantas transportam a mente humana a regiões de maravilhas espirituais, alterando a nossa consciência, levando-nos ao Mundo Profundo, reconectando-nos com os nossos ancestrais.
A pergunta que os vegetalistas mais encontram é a seguinte:
– Para que é necessário tomar uma substância para encontrar a Deus ? Essa cansativa pergunta pode ser respondida por respostas cansativas, tais como :
O que seria do vermelho, se todos gostassem do azul ?
A casa do Meu Pai tem muitas moradas…
Todos os caminhos nos levam a Deus…. e por aí vai..
Quero começar tirando os rótulos: alucinógeno, drogas…
O uso de Plantas Sagradas vem fazendo parte da experiência humana há milênios. Não podem nunca serem confundidas com drogas que causam a dependência e colocam em risco a saúde de quem as usa. A Planta é criação de Deus, a droga é uma criação humana.
As Plantas de Poder são ingeridas em rituais. Obedecem a preceito mágico-religiosos e proporcionam cura, autoconhecimento, expansão da consciência.
Com as obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas de poder, para a expansão da consciência, mas há sinais de sua utilização em Escrituras Sagradas. Sabe-se por exemplo que os sacerdotes védicos se utilizavam do Soma para entrar em contato com o Reino Celestial, que o Rei Salomão era mestre no conhecimento de algumas plantas de poder. Os druidas tomavam uma poção que lhes conferia força e coragem, mas, foi entre os primitivos, os indígenas que se têm um relato mais preciso de sua utilização.
Conhecidas atualmente como plantas enteógenas ( entheos = Deus dentro ) são também reconhecidas como; Plantas Mestres, Plantas Professoras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder, Plantas Sagradas.
As plantas de Poder, em suas diferentes espécies, participaram e participam de cerimônias rituais em todos os continentes. Com o advento das obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas para expansão da consciência, porém há sinais de sua utilização em muitas escrituras sagradas.
Atualmente, existem comunidades religiosas que se utilizam de Plantas de Poder, como sacramento de seus rituais tais como; a Igreja Nativa Americana que se utiliza do Peiote ( Don Juan ) ; o Catimbó, da Jurema; a Ganja entre os Rastafaris, O Santo Daime, a União Vegetal, e a Barquinha, da bebida Sacramental conhecida no Peru como Ayauasca, e nas matas brasileiras com os nomes; iagé, nixi honi xuma, caapi.
As Plantas de Poder aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e transportam o praticante para outras camadas vibracionais ou dimensões. A experiência é individual, algumas pessoas tem visões, outras canalizam mensagens, fazem regressões, recebem insights, recebem soluções para seus problemas com maior claridade, percebem as causas de suas doenças, recebem cura, se conectam a arquétipos, aos mitos, aos medos, traumas, símbolos que estão no inconsciente coletivo, visualizam entidades, viajam astralmente, etc..
O uso ritualístico de Plantas de Poder, proporciona, sem dúvida, uma experiência místico-religiosa de beleza incomparável, proporcionando o samadhi, o êxtase, o nirvana, o encontro com o Eu Superior, o transe.
Gostaría de ressaltar uma pequena preocupação com relação ao uso de cogumelos e plantas sagradas, sabemos que estas plantas foram utilizadas por nossos ancestrais. Nós civilizados, que temos uma alimentação cheia de aditivos quimicos, onde reina, por exemplo, esse mundo dos refrigerantes, pricipalmente as “colas”,sei que nossos organismos não são puros e contaminados por corantes, conservantes, agrotóxicos e etc… Será que os nossos ancestrais suportavam melhor estas plantas pois seus organismos eram mais puros e naturais?
É óbvio que se observamos uma dieta, a experiência torna-se mais plena. E isso acontece na medicina também. Nos pós-operatório os médicos já vão recomendando uma certa dieta, na recuperação dos pacientes também há dietas. Porém, cada organismo é um. Eu conheço casos de pessoas que comem carne antes de irem para o trabalho espiritual. Assim como se você briga, discute, fica externando raiva de alguém, sua experiência muda. Alguns trabalhos no Perú exigem uma dieta de 7 dias, outros, antes de tomarem enteógenos passam por “purgas”.
Outro fator : O uso de plantas sagradas tende a fazer com que as pessoas passem a querer consumir produtos mais saudáveis. Quanto aos químicos, conheço muitos casos, nestes anos todos em que tive a graça de conhecer “as Plantas Sagradas”, de pessoas que largaram dependências químicas, vícios de álcool, etc. Lembrando que as Plantas possuem um poder depurativo, ou sejam elas provocam limpeza, quando acham algo a ser limpado. Tanto no corpo, como na mente, nas emoções e no espírito.
Alerta – A busca pelas Plantas de Poder pode ser perigosa. Não são todos os que dizem conhece-las, que as conhecem realmente. As Plantas de Poder só trazem resultados benéficos, se utilizadas dentro de um fundamento espiritual. Consagradas em rituais e preparadas de forma correta.
O texto abaixo é de Terence Mackenna foi um dos mais importantes e divertido estudioso de plantas enteógenas e visionário da América :
“A história humana tem sido uma corrida de quinze mil anos, desde o equilíbrio no berço africano até a apoteose de desilusão, desvalorização e morte em massa no século XX. Agora estamos no limiar do vôo estelar, das tecnologias de realidade virtual e de um xamanismo renascido que anuncia o abandono do corpo do macaco e do grupo tribal que sempre foram nosso contexto.
A era da imaginação está surgindo. As plantas xamânicas e os mundos que elas revelam são mundos dos quais imaginamos que viemos há muito, mundos de luz, poder e beleza que, de um modo ou de outro, estão por trás das visões escatológicas de todas as grandes religiões do mundo. Podemos reivindicar esse legado pródigo assim que pudermos refazer nossa linguagem e a nós mesmos.
Refazer nossa linguagem significa rejeitar a auto-imagem que herdamos da cultura dominadora – a imagem de uma criatura culpada pelo pecado, e portanto merecendo a exclusão do paraíso. O paraíso é nosso direito por nascença, e pode ser reivindicado por qualquer um de nós.
A natureza não é nossa inimiga, para ser estuprada e conquistada. A natureza somos nós, para ser investigada e tratada com carinho. O xamanismo sempre soube disso, e sempre, em suas expressões mais autênticas, ensinou que o caminho requer aliado. Esses aliados são as plantas alucinógenas e as misteriosas entidades mestras, luminosas e transcendentais, que residem na dimensão próxima, dimensão de beleza e compreensão extática que negamos até quase ser tarde demais.
Agora podemos nos dirigir para uma nova visão de nós mesmos e de nosso papel na natureza. Somos a espécie adaptável a tudo, somos os pensadores, os fazedores, os solucionadores de problemas
Trecho extraído do livro do meu querido amigo, o antropólogo Edward McRae: “Guiado Pela Lua “. – Ed. Brasiliense :
“O uso de psicoativos para variados fins, mas principalmente na busca da cura e contato com o divino, ocorre historicamente em muitas regiões do mundo. Os textos sagrados da Índia e os poemas épicos de Homero, na Grécia, trazem relatos sobre o uso de plantas e outras substâncias naturais para provocar alterações de consciência. Até em regiões tão ermas quanto a Sibéria usou-se cogumelos para fins xamânicos.
Entretanto, é nas Américas que se concentra o maior número dessas substâncias, e onde até hoje mais freqüentemente se faz uso delas. Seu emprego nesta região do mundo está ligado mais a fins sagrados, na recreacionais, para validar ou retificar a cultura, e não como uma maneira de temporariamente escapar dela. É possível que a maioria das tribos indígenas da região da bacia do Amazonas e do Orenoco use preparados feitos de uma ou mais plantas psicoativas em funções centrais da sua vida religiosa e cultural.
De todas as plantas, a que tem seu uso mais difundido é a Banisteriopsis, cujas variedades, caapi, quitenses e inebrians são utilizadas no preparo da ayahuasca. As receitas dessa bebida variam, e os diversos grupos adicionam a ela diferentes ervas, dependendo de suas tradições e dos fins a que ela se destina. Geralmente incluem a Diploterys Cabrerana, a Psychotria Carthaginensis ou mais comumente, a Psychotria viridis, que se crê eficientes em reforçar e sustentar as visões provocadas.”
Comentários do médico francês Jacques Mabit, estudioso da ayahuasca, fundador Takiwasi – Centro de Reabilitação de Toxicômanos e de Investigação de Medicinas Tradicionais, em Tarapoto – Peru :
“O vocabulário “alucinação”, amplamente utilizado, possui um claro sentido depreciativo que prejudica a questão a debater. Parece-nos mais apropriado em tal debate falar de “visão” e de “ver” para designar as percepções mentais experimentadas em uma sessão de Ayahuasca, cobrindo assim não sómente a imaginação mental, principal, mas também as percepções atribuídas aos outros sentidos. Não se qualifica de alucinação uma visão que conduza a uma ação eficiente ou operatória permitindo ao sujeito dominar melhor o seu universo interior. O “ver” não é experimentado como uma compreensão de ordem intelectual, mas como um entendimento imediato, global e instantâneo que mobiliza todos os sentidos e funções. A visão se manifesta do mesmo modo que um insight.
O mundo visionário das plantas oferece ampliar o panorama mental do sujeirto ocidental e em lugar da uniformização triste, linear e monótona de sua excessiva mentalização racional, outorgar-lhe uma abordagem renovada da vida em todas a sua amplitude, descobrindo-lhe realidades múltiplas ou múltiplos olhares sobre a realidade, com maior integração de seu corpo e de seu coração, de sua materialidade e sua afetividade “
Comentários do Padrinho Alex Polari de Alverga, Diretor de Comunicação do CEFLURIS – Santo Daime, fundador da Comunidade Céu da Montanha em Mauá -RJ
“Algumas teorias especulam que, na aurora dos tempos, as plantas divinatórias foram o fruto proibido que influiu decisivamente na passagem da semiconsciência biológica para a consciência humana, trazendo com ela a faca de dois gumes do livre-arbítrio. Ajustou-se assim o espírito à matéria e consumou-se a queda do espírito na carne.
Estamos no crepúsculo desse mesmo tempo e não é a toa que a relação entre mente, consciência e espírito, trazida a baila pelo uso de plantas de poder, esteja hoje tão presente em nossa civilização, confundida pela desinformação e pelo preconceito com uma das questões mais inquietantes dessa nova civilização : as drogas.
Pessoalmente acho positivo o fato das plantas de poder não serem uma unanimidade. Se assim fosse, talvez não houvesse plantas para todos, e a ciência se apropriaria desse conhecimento, do mesmo jeito que quer fazer hoje com a acupuntura e outras práticas naturais.”
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FOLHAS E PLANTAS MÁGICAS
clips do livro de Sangirardi Jr. ” Os índios e as plantas alucinógenas “
A palavra droga tem, hoje em dia, uma carga semântica negativa, de condenação, medo, curiosidade mórbida. Droga em grego é pharmakon , quer dizer remédio, medicamento, mas também é veneno. É o nome dado a Platão à bebida que matou Sócrates.
Em inglês o termo drug é o termo que serve tanto para remédio como para veneno. A Organização Mundial de saúde definiu : ” Dependência de droga é o uso habitual e compulsivo de qualquer droga narcórtica, de maneira que ameace a segurança e o bem-estar do próprio dependente ou de terceiros. ” Narcótico, é um termo genérico, que designa substância que produz estupor ou letargia e pode, inclusive, aliviar ou suprimir a dor.
O Bulletin on Narcotics, editado pelas Nações Unidas, já publicou inúmeros trabalhos sobre o hábito de mascar folhas de coca, o qual, além de não levar à narcose, tem efeito justamente oposto, o de eliminar sono e cansaço. Já o álcool, que pode até provocar sono comatoso, jamais foi chamado de narcótico, pois é uma das drogas sacramentadas pela civilização ocidental.
Para aumentar a confusão, entra em cena a palavra tóxico, que significa veneno, mas que adquiriu um sentido tão amplo quanto da palavra narcótico. Droga e tóxico passaram a ser palavras irmãs. Maconha é sinônimo de horror e delinqüência; cigarro de elegância e bom gosto ( hoje em dia já mudamos isso, ainda bem !).
Os meio de comunicação noticiam com destaque a prisão de maconheiros; mas veiculam insidiosas propagandas de cigarros e álcool. A sociedade combate a maconha como se fosse uma ” erva maldita ” e pune o seu uso. Mas permite que seja anunciada amplamente as bebidas alcoólicas. Não é um aguardente que o povo bebe, mas produtos falsificados pela ganância, na alquimia de fabricantes. A cachaça tem ação devastadora na saúde dos subalimento bóias frias, colonos de fazendas, operários de fábricas. E os alcoólatras se multiplicam na fermentação da miséria. Os ébrios apodrecem em vida nas sarjetas das grandes cidades.
Por que os que se empenham em combater tóxicos não começam pelos mais graves ? Basta olhar à volta, para constatar a gigantesca quantidade de tóxicos que ameaçam a saúde e a vida de nosso povo, em terra, nas águas, no ar.
Em terra, tóxicos oriundos de detritos, resíduos, podridões – a semeadura de imundices feita pela ganância do homem “civilizado” . Nos alimentos, tóxicos provenientes de substâncias químicas, produtos de conservação, defensivos agrícolas (agrotóxicos), toda uma tecnologia a serviço do lucro, através da adulteração e da fraude.
Rios, mares e lagos estão morrendo sob ação de tóxicos oriundos de esgotos, resíduos industriais, lixo, enfim, os restos pestilentos da civilização. Os ares estão envenenados pelos tóxicos de emanações deletérias, incluindo a fumaça das chaminés das fábricas e dos veículos motorizados.
Derrubam florestas e plantam dinheiro. A especulação imobiliária devasta e desumaniza. Aniquila-se a flora e a fauna, de norte a sul do país. Conseqüência : alternam-se, com intensidade crescente, secas flagelantes,e inundações diluviais. É a guerra total contra a ecologia. Seus comandantes decretaram a morte do índio – o homem da terra – enquanto desenvolvem a estratégia do “progresso”, cujas ações táticas multiplicam os tóxicos.
Missões salesianas no vale do Rio Negro, impunham, através de missionários a abolição de plantas de poder ( alucinógenos) consumidos ritualmente em cerimônias tradicionais. Abolir essas plantas é destruir a religião, pois impossibilita as práticas xamanísticas e impede que o índio se comunique diretamente com a divindade. Destruir a religião é um complexo cultural de importância básica, inclusive como fator de união tribal e intertribal. E o aniquilamento desse complexo vem ajudar o domínio do silvícola pelo homem branco.
O complexo das drogas é determinado pelo complexo cultural. Entre os maometanos o álcool é abominável e a maconha (haxixe), tranquilamente permitida. Entre nós a maconha é execrada e o álcool é amplamente institucionalizado.
Para o branco a droga fragmenta a personalidade : é um vício e um processo de fuga. Para o índio, a droga provoca uma comunhão com a divindade e a volta às mais profundas raízes ancestrais; é um processo de integração.
A rapidez e a amplitude da difusão das drogas entre os brancos teve como causa principal a ambição do lucro, que o índio desconhece. Em todas as nações indígenas, as drogas são sagradas, oriundas dos vegetais hierobotânicos. E o seu consumo é sempre cerimonial, em ritos determinados por tradição milenar.
O médico feiticeiro indígena, revelou ao homem branco importantes descobertas no reino vegetal, como as plantas de poder, que ampliaram e aprofundaram o campo das pesquisas em psicologia e psiquiatria.
O pajé, xamã ou medicine man tem a autoridade de quem conhece o efeito das plantas. E conhece porque também consumiu e consome as plantas que ministra. O mesmo tipo de conhecimento foi adquirido, modernamente, por notáveis cientístas, que fizeram auto-experiência.
O homem quer erguer-se da lama da terra. E alcançar as estrelas. E entrar em contato com seus deuses. Recorre então as ervas do sonho. A posse de plantas mágicas vem de muitos séculos, através de gerações. É legado de pioneiros que desbravaram o desconhecido. Os que ingeriram pela primeira vez cascas de árvores, folhas, flores, frutos, sementes, raízes – puros, triturados em infusões, para que se aprendesse a distinguir as espécies e quais as partes dos vegetais com poderes psicoativos.
Cada planta mágica abriga um espírito, cuja força o índio absorve, ingerindo o vegetal ou uma de suas partes. Essa força propicia o sono divinatório, as imagens (visões), o mistério das visões, a presença dos mortos, as revelações dos espíritos, enfim, o contato com o sobrenatural. Essa forca é o mana dos polinésios e dos antropólogos. É também o pneuma do Velho Testamento – sopro, vida, Espírito Santo.
Para o índio, um princípio inteligente habita o reino vegetal. Está presente em cada espécie. Esta crença está cientificamente comprovada. Toda a planta psicoativa é sagrada. E toda a planta sagrada só é consumida ritualmente.
PLANTAS QUE CURAM
A antropóloga Beatriz Caiuby Labate é uma voz altiva e ativa no universo da pesquisa acadêmica brasileira sobre o uso das plantas de poder e, em especial, da ayahuasca (1). Aos 33 anos, Bia Labate já trilhou boa parte do vasto território-alvo de sua pesquisa e, literalmente, colocou o pé na estrada, nos últimos nove anos, viajando pelo Brasil, Peru, Colômbia, México e África.
Suas andanças, em busca da gênese e da história de distintas culturas e agrupamentos que fazem uso tradicional ou contemporâneo das plantas psicoativas, lhe renderam a co-organização do livro O Uso Ritual da Ayahuasca (Mercado de Letras, 2002), onde conseguiu reunir, numa edição virtuosa, a palavra de xamãs, vegetalistas, etnólogos, cientistas sociais e psiconautas (pesquisadores empíricos e científicos de psicoativos), tornando-se referência no campo de estudos sobre as religiosidades urbanas contemporâneas e o psicodelismo.
Seu mais recente livro, A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos (também editado pelo Mercado de Letras, 2004), recebeu o prêmio de melhor trabalho de mestrado, em 2000, pela Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais – ANPOCS
As plantas psicoativas têm sido utilizadas há cinqüenta mil anos pela humanidade, em diferentes culturas e épocas, sendo objeto de culto e reverência ou de demonização. A paixão que despertam revela-se, em primeiro lugar, pela própria maneira de nomeá-las. Alguns pesquisadores têm criticado o termo científico alucinógeno, por sugerir uma percepção falsa e ilusória da realidade. Uma opção adotada tem sido enteógeno, originário do grego antigo, com o significado de “Deus dentro” ou “o que leva o divino para dentro de si”. Outra, mais ligada à contracultura, é psicodélico, “aquilo que revela o espírito ou alma”. Alguns preferem utilizar termos nativos, como é o caso de plantas professoras, expressão característica do vegetalismo peruano, ou adotar denominações que sublinhem as dimensões neurofarmacológicas comuns às várias substâncias, como a proposta por Michael Winkelman, plantas psicointegradoras, aquelas que “integram os hemisférios direito e esquerdo do cérebro”.
As diversas populações que fazem uso dessas substâncias consideram, em geral, que elas são habitadas por um espírito, uma “mãe”, um “dono” — com o qual podemos nos comunicar e aprender. Elas seriam, portanto, um espírito-planta. Um traço comum aos variados contextos é a crença de que, por meio dessas substâncias, é possível estabelecer contato com o mundo espiritual, com os seres divinos, e transcender as fronteiras da morte. Historicamente, o uso de tais psicoativos tem sido associado ao reforço da identidade étnica, à promoção da coesão social, à transmissão de valores culturais, à produção artística, à morte simbólica do ego, ao autoconhecimento, à resolução de conflitos sociais, à guerra, à feitiçaria, à caça, ao poder político e cósmico, à metamorfose em animais e à divinação, entre outros.
Uma das dimensões centrais das plantas de poder é a sua conexão estreita com os sistemas de cura, seja através da figura do xamã, seja através das religiões institucionalizadas. A cura propiciaria uma conexão holística entre processos mentais, emocionais e espirituais — mesmo porque, em alguns dos contextos onde estas substâncias são consumidas, tais esferas são consideradas inseparáveis. A ciência norte-americana dos anos 50 e 60 desenvolveu diversas pesquisas e experimentações sobre as virtudes médicas e terapêuticas dos psicoativos, sobretudo antes da proibição legal do LSD nos EUA, em 1966. Entretanto, o tema permanece ainda pouco estudado, além de fortemente estigmatizado.
Os assim chamados estados alterados de consciência não são provocados apenas por substâncias químicas. Eles também podem ser produzidos por estímulos auditivos, jejuns nutricionais, isolamento social e deprivação sensorial, meditação, estados de sono, abstinência sexual, comportamento motor intensivo, opiáceos endógenos e estados mentais resultantes de alterações na neurofisiologia ou química corporal. Vamos nos deter aqui sobre duas plantas que têm sido usada ritualmente, na África e na América do Sul, como formas de transe e cura, a iboga e a ayahuasca, tentando compreender os seus múltiplos contextos de uso e aplicações.
Tabernanthe iboga
Trata-se de um arbusto com uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. A que mais tem interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada nos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo, Angola e Guiné Equatorial. Seu principal alcalóide é a ibogaína, extraída da casca da raiz.
Algumas espécies animais, entre as quais os mandris e os javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. Imagina-se que os pigmeus descobriram a eboka (iboga) observando o comportamento desses animais. Até hoje, estas populações utilizam a iboga em seus ritos.
Em 1901, a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícia de que ela teria sido usada no Ocidente desde o início do século XX, no tratamento de gripe, neurastemia, doenças infecciosas e relacionadas ao sono.
Em 1962, Howard Lotsof, um jovem dependente de heroína, acabou descobrindo, por acaso, a iboga na África. Após uma viagem astral de 36 horas, relatou que perdeu o desejo de consumir heroína por completo. Em 1983, Lostsof relatou as propriedades antiaditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, anfetamina, etanol e nicotina. Fundou o International Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma farmacoterapia experimental que faz uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito dura dois dias, haveria uma atenuação severa dos sintomas de abstinência e uma perda do desejo de consumir drogas por um período mais ou menos longo de tempo.
Atualmente, a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do Buiti na Guiné Equatorial, Camarões e, sobretudo, no Gabão, onde membros importantes das hierarquias políticas do país são adeptos do culto. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também se atribuem propriedades medicinais às folhas, à casca do tronco e à raiz. No Gabão, a raiz e a casca da raiz são encontradas facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas — uma parte desse conhecimento permanece secreto. Segundo depoimentos que colhi nos Camarões em 2001, ela é empregada no tratamento da depressão, da picada de cobra, da impotência masculina, da esterilidade feminina, da AIDS e também como estimulante e afrodisíaco. De acordo com as crenças locais, seria eficaz, ainda, sobre as doenças místicas, como é o caso da possessão.
Existem dois tipos de Buiti: o tradicional, que rejeita o cristianismo, e o sincrético, o mais difundido. O primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado, por sua vez, aos Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Esses grupos elaboraram durante o século XIX um culto dos mortos, o Buiti tradicional. O Buiti sincrético ou Fang foi formado por ocasião da primeira guerra mundial. Ele é produto de influências do Buiti tradicional, do culto ancestral, característico dos Fang, o Bieri (que utiliza uma outra planta psicoativa) e da evangelização cristã. Existe, ainda, um outro culto que utiliza a iboga, o Abri, até hoje pouco investigado. Esse último é comandado por mulheres e dedica- se ao tratamento de doenças por meio da iboga e de outros vegetais medicinais.
A religião buitista contempla um rito de iniciação que dura três dias. Na abertura, o candidato confessa seus pecados e toma um banho ritual. Ele passa, então, a ingerir, em jejum, uma enorme quantidade de iboga (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.
A iniciação tem como objetivo produzir um suposto coma induzido — os estudiosos ainda não conseguiram defini-lo com precisão. De acordo com os adeptos, em algum momento o espírito sai do corpo e viaja para o plano da criação. Podem-se receber revelações, curas de enfermidades ou comunicar-se com os ancestrais. A citar (harpa sagrada) orienta a viagem e traz o espírito de volta. Terminada a cerimônia, o indivíduo — renascido com uma nova identidade, bandzi, ‘aquele que comeu’ – deve relatar suas visões ao grupo.
Podem ocorrer mortes nos rituais de iniciação do Buiti. Segundo os líderes, isto pode acontecer devido a diversos fatores, como a incompetência do guerriseur, a administração da planta a um doente muito debilitado ou, ainda, pelo fato de o paciente ser um bruxo. Os Fang conhecem uma folha-antídoto (Ebebing) que anula o efeito da iboga.
A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz perda do equilíbrio corporal, tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos com ratos e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos, na medida em que é a única substância conhecida que age diretamente sobre o suposto mecanismo da dependência no corpo humano. Entretanto, não se conhece ao certo seu grau de eficácia e não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cure a dependência química; há apenas evidências anedóticas.
Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo assim, têm sido adotados clandestinamente. No Panamá, a instituição liderada por Lotsof cobra 15 mil dólares; na Itália, o custo é de 2.500 dólares, e, nos EUA, o tratamento varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel, a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da síndrome de pós-guerra que afeta os soldados.
De acordo com o médico italiano Antonio Bianchi, a ibogaína age sobre uma enorme quantidade de receptores neuronais. Sua característica fundamental é sua ação sobre a NMDA (N-metil-D-aspartate). Esses receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do nosso corpo físico. Se esses receptores forem bloqueados, a pessoa construirá uma imagem do “eu” que não está relacionada com o eu físico, ou seja, sentir-se-á fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da viagem astral, o ponto de encontro entre as concepções religiosas e as científicas. Nessas condições, o homem tende a construir aquilo que é definido como uma bird-eye image, assumindo uma projeção de si mesmo a partir de uma posição do alto — experiência também recorrente nos relatos da ayahuasca.
Banisteriopsis caapi
o xamanismo indígena e o vegetalismo
A palavra ayahuasca pertence à língua quéchua. De acordo com estudiosos, “Aya” quer dizer dead person, soul, spirit e “Waska” significa cord, liana, vine. Assim, poder-se-ia traduzir ayahuasca em português como corda (liana, cipó) dos mortos (da alma, dos espíritos). A ayahuasca geralmente consiste na infusão do cipó Banisteriopsis caapi e do arbusto Psychotria viridis. Podem-se acrescentar mais de trinta outras espécies ao cipó, como a folha de outro cipó, Diplopterys cabrerana, conhecida na Colômbia como chagro panga.
O arbusto Psychotria viridis contém um princípio ativo, a DMT (N, N, Dimetiltriptamina), que tem semelhança estrutural com a serotonina, um importante neurotransmissor do sistema nervoso central. Quando administrada por via oral, a DMT é decomposta pela monoaminoxidase (MAO), tornando-se inativa. O cipó contém alcalóides beta-carbolinas: a Harmina, a Harmalina e a Tetrahidroharmina. Esses alcalóides inibem a atuação da enzima de MAO, o que evita que esta inative a DMT contida na folha. Assim, a interação entre esses alcalóides e a DMT permite que a bebida produza alterações no corpo.
Cerca de setenta grupos indígenas fazem uso da ayahuasca na Amazônia Ocidental, geralmente associado ao xamanismo. A bebida possui um papel central na organização social e simbólica dessas populações. Em muitos casos, o mito de origem da ayahuasca ou yagé é o mesmo que narra o aparecimento daquele determinado grupo étnico na Terra. Durante a experiência, os participantes revivem cenas mitológicas que confirmam suas crenças e introjetam valores e comportamentos socialmente sancionados. A experiência ayahuasqueira está ligada também ao destino post-mortem.
O consumo indígena do cipó tem a ver com várias dimensões da vida social — aqui nos interessa, em particular, os seus usos medicinais, como o diagnóstico e a cura de doenças. No Peru, a bebida é conhecida também como la purga, devido às suas características de desintoxicação; em certas regiões da Colômbia, é denominada el remedio. Estudiosos levantam hipóteses de que o chá contenha propriedades eméticas, antimicrobianas e anti-helmínticas, o que o tornaria efetivo no combate a vermes ascáridos e protozoários. Os praticantes afirmam que a ayahuasca é útil no combate a males naturais e mágicos.
Generalizando aspectos comuns aos vários contextos indígenas, podemos afirmar que o xamã localiza, durante o transe, através de suas visões, o mal que causa a doença e/ou o responsável por ela (no caso da feitiçaria). Ele combate espíritos malignos, captura a alma do doente de volta e, por meio da sucção, retira o objeto patogênico. Dependendo do contexto, apenas o xamã toma a bebida, ou ambos, curandeiro e paciente, comungam da mesma. O tabaco é altamente estimado e, geralmente, acompanha as sessões de cura. É considerado purificador do corpo e comida dos espíritos. Outras plantas podem ser usadas, dependendo do problema.
A explicação antropológica convencional postula que o xamanismo medicinal indígena foi transportado para as populações das pequenas cidades na orla da selva, adaptando-se ao contexto de urbanização. Porém, autores como Peter Gow têm sugerido que o xamanismo ayahuasqueiro ligado à cura, tal como o conhecemos hoje, seria, de fato, freqüentemente, uma importação da cidade para a floresta, sendo menos significativo nas zonas mais marginais ao processo de contato colonial no espaço do capitalismo internacional da borracha.
O autor se refere a outra modalidade de consumo do cipó, o vegetalismo, praticada sobretudo por populações mestiças. Este fenômeno foi estudado pelo antropólogo Luis Eduardo Luna — trata-se de uma forma de medicina popular à base de vegetais, cantos e dietas. Os vegetalistas são curadores das populações rurais do Peru e da Colômbia que mantêm elementos dos antigos conhecimentos indígenas sobre as plantas, ao mesmo tempo em que absorvem influências do esoterismo europeu e do meio urbano. São procurados para sanarem problemas emocionais, físicos, psicológicos e somáticos, vícios, má sorte, questões amorosas, susto (medo que gera a perda da alma), daño (ataque prejudicial de terceiros) e mal de ojo (inveja), entre outros. Os pacientes não se envolvem necessariamente com as atividades do curandero — apenas alguns se dedicam ao aprendizado.
A iniciação do vegetalista é marcada por uma série de rígidas restrições alimentares e abstinência sexual, além da ingestão de uma boa quantidade de plantas psicoativas — a idéia é que o aprendiz adquire no próprio corpo a força das plantas que ingeriu nos períodos de dieta, absorvendo os espíritos dessas plantas e contatando outros espíritos protetores, os quais devem ser respeitados, pois geralmente são muito ciumentos. Durante esse processo, ele aprende os icaros — melodias ou cantos mágicos que os espíritos das plantas lhe ensinam e que representam a essência de seu poder. O ícaro possui relação estreita com o conteúdo das visões experienciadas e tem diversas propriedades, entre elas a capacidade de transportar para o vegetalista qualidades da planta evocada, curar ou prejudicar pessoas. Os curandeiros afirmam que a ayahuasca lhes ensina os idiomas indígenas dos cantos que cantam.
Uma das principais ferramentas do vegetalista é o arkana, uma espécie de armadura mágica que o protege. Outra dádiva recebida dos espíritos é uma substância chamada yachay ou mariri, secreções que o vegetalista armazena no seu corpo. Ele fuma ou traga o tabaco para regurgitar esta gosma grossa, que o auxilia a extrair objetos enviados por feiticeiros rivais, posteriormente cuspidos. Outra arma de defesa e ataque são os virotes, setas mágicas com formas variadas (de espinhos, insetos, penas, ossos) que ficam alojadas atrás do pescoço ou na espinha vertebral do praticante e podem ser enviadas a distância.
As sessões são à noite e duram várias horas. O vegetalista utiliza, além dos cantos, assobios, perfumes, uma schacapa (uma espécie de maracá feito com folhas), mapachos (cigarros de tabaco) e, eventualmente, orações — no caso dos curandeiros mais urbanos, há presença de imagens de santos, além das personagens que normalmente habitam o seu imaginário, como o chullachaki e o yakuruna. Apesar dos vegetalistas serem altamente individualistas e de haver diversas modalidades de praticantes, existe, não obstante, uma rede informal de relações que inclui a transmissão de conhecimentos ou o ataque sobrenatural.
As religiões ayahuasqueiras brasileiras
o caso do Santo Daime
Embora na Colômbia, Bolívia, Peru, Venezuela e Equador haja uma tradição de consumo da ayahuasca por xamãs e vegetalistas, curiosamente é somente no Brasil que se desenvolvem religiões que fazem uso da bebida, religiões essas formadas por populações não indígenas. A exemplo dos casos do Buiti africano e da Native American Church no México e nos EUA (que faz uso do peiote), as religiões ayahuasqueiras brasileiras reelaboram os antigos sistemas de conhecimento locais a partir de uma leitura cristã.. O Santo Daime, a Barquinha e a União do Vegetal são herdeiros das práticas de consumo da ayahuasca pelo curandeirismo amazônico e são influenciadas, além do catolicismo popular, pelas tradições afro-brasileira, espírita kardecista, esotérica de origem européia (por meio do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e do movimento Rosa Cruz), bem como pela religiosidade popular nordestina.
Na década de 30, Raimundo Irineu Serra fundou a religião do Santo Daime em Rio Branco (Acre), a vertente conhecida como Alto Santo; em 1945, Daniel Pereira de Mattos criou a Barquinha no mesmo estado; na década de 60, formou-se a União do Vegetal (UDV) em Porto Velho (Rondônia), através de José Gabriel da Costa. Na década de 70, apareceu o CEFLURIS, outra ramificação do Santo Daime, liderada por Sebastião Mota de Melo. A partir do final dos anos 70, a vertente daimista ligada ao Padrinho Sebastião e a UDV começaram a se expandir pelos centros urbanos brasileiros e, nos anos 90, pelo exterior. O Santo Daime possui núcleos no Japão, na Holanda, na França, na Itália e nos Estados Unidos, entre outros. Contam-se hoje por volta de 11 mil pessoas ligadas às religiões ayahuasqueiras.
A legalidade do uso da ayahuasca foi colocada em questão durante os anos de 1985 a 1987, quando a beberagem foi incluída na lista das substâncias proscritas da Divisão de Medicamentos do Ministério da Saúde brasileiro. Foi formada uma comissão multidisciplinar que, durante dois anos, estudou as formas de consumo do psicoativo. Como resultado, o (extinto) Conselho Federal de Entorpecentes elaborou um parecer positivo, retirando a substância da ilegalidade. Em 1992, houve uma nova tentativa de proibição, tendo sido organizada uma nova comitiva, que reafirmou as decisões da anterior.
O Santo Daime preserva o caráter sagrado da festa e da dança, oriundo do catolicismo popular. Convivem no seu panteão mítico Deus, Jesus, a Virgem Maria, os santos católicos, entidades originárias do universo afro-brasileiro e seres da natureza. Também são louvadas as figuras do Mestre Irineu, identificado com Jesus Cristo, e do Padrinho Sebastião, “encarnação de São João Batista” — de onde são derivadas algumas concepções messiânicas e apocalípticas. Do espiritismo kardecista são reelaboradas noções como as de carma e reencarnação. Os indivíduos possuem dentro de si elementos de uma “memória divina”; ao mesmo tempo, podem, através do próprio comportamento, alterar seu “carma”, “evoluindo espiritualmente” em direção a sua “salvação”. Em consonância com os sistemas xamânicos, verifica-se a existência de uma “guerra mística” entre os homens e os seres espirituais. Os daimistas são concebidos como os “soldados do Exército de Juramidam”, empenhados numa “batalha astral” para “doutrinar” os “espíritos sem luz”. Todo o ritual está permeado por um espírito militar com ênfase na ordem, na disciplina etc.
A cerimônia consiste no entoar coletivo de hinos, considerados “revelações do Astral”. Os trabalhos espirituais realizados pelos daimistas são de concentração (com períodos de meditação) ou bailado (execução de uma coreografia simples), podendo chegar a produzir um verdadeiro êxtase coletivo. Há também trabalhos de missa (para os mortos) e rituais de fardamento (momento em que o indivíduo adere oficialmente ao grupo, passando a usar suas vestimentas). Recentemente, vem ganhando força alguns ritos onde ocorre incorporação de espíritos, produto das influências crescentes da umbanda nesta instituição.
Um outro ritual é o feitio do daime (ayahuasca), que consiste no processo de cocção das plantas que compõem a bebida. As mulheres limpam as folhas e os homens maceram o cipó manualmente com marretas de madeira, o que envolve bastante esforço físico. O feitio é concebido como um processo através do qual a bebida é preparada e, simultaneamente, o adepto se aperfeiçoa. Costuma-se afirmar que “é o daime que produz o daime”. Durante o feitio, consomem-se altas quantidades da substância.
Há, ainda, diversos tipos de trabalhos de cura. Para os daimistas, a doença é compreendida como tendo suas raízes em transgressões a leis que governam o mundo social, localizadas na realidade espiritual: a cura significaria a reinserção individual numa ordem social e cósmica. Isto quer dizer que a doença espiritual e a doença física seriam simplesmente graus diferentes de uma mesma experiência de desequilíbrio. Os rituais possuem a função de descobrir as causas espirituais da aflição e o daime é o seu veículo de transformação.
Uma das formas através da qual a cura se dá é por meio dos vômitos e diarréias causados pela bebida, compreendidos como uma purificação necessária do corpo. Neste sentido, o Santo Daime aproxima-se da tradição indígena e vegetalista de consumo da ayahuasca. No Santo Daime, entretanto, o vômito é revestido também de um conteúdo moral, ligado ao comportamento do indivíduo. E existe uma ênfase muito menor na cura de males físicos: os daimistas não são médicos, como os vegetalistas, embora a dimensão mais estritamente medicinal também esteja presente, revestida de conteúdo religioso.
Às vezes, pode ocorrer, associada à limpeza (vômitos), uma experiência de intenso sofrimento: a peia, uma surra do daime. A peia está associada também a outros processos fisiológicos incômodos ou aparece, ainda, sob forma de pensamentos ou sensações. Apesar de extremamente desagradável — incluindo visões aterradoras de monstros, vermes, trevas, sensação de morte ou medo intenso, enfim, toda classe de tormentos conhecidos ou não — a peia produziria efeitos benéficos, didáticos e transformadores.
Neoxamanismo Urbano
Atualmente vários jovens do primeiro mundo têm viajado ao Peru e à Colômbia para terem experiências com a ayahuasca; alguns franceses têm procurado programas especiais, na África, que reproduzem a iniciação do culto da iboga. Novos especialistas estão surgindo: neocurandeiros de origem indígena ou mestiça que se globalizam e neoxamãs brancos que passam a se dedicar às artes nativas. Existe uma graduação nas práticas oferecidas, que vão desde as especialmente forjadas para o turista, até outras bastante próximas dos contextos regionais, compostas por vários dias de isolamento, jejum e consumo contínuo de psicoativos. Há também estrangeiros que viajam em busca de cura para problemas de saúde, artistas que almejam desenvolver sua criatividade e pesquisadores interessados no xamansimo.
Seria um equívoco, portanto, reduzir todas estas atividades em torno das plantas visionárias a uma só modalidade; porém, uma têm se destacado: o neoxamanismo urbano. Trata-se de uma porção do movimento Nova Era que faz releituras específicas das tradições xamânicas ao redor do globo, elaborando uma espécie de “xamanismo universal”, muitas vezes com cunho cristão. Esta recriação fundamenta-se na apropriação livre que os líderes fazem da literatura antropológica e das publicações esotéricas sobre o universo indígena.
O neoxamanismo é controverso. Ele tem sido criticado por tentar criar uma religião ameríndia única, homogênea, abstrata e idealizada por meio da não-referência às comunidades e etnias e, sobretudo, da falta de contato com os aspectos obscuros e conflitantes presentes no xamanismo — como a morte, a guerra, a violência e a ausência de uma distinção moral nítida entre “bem” e “mal”. Mas, por outro lado, pode-se argumentar que tais práticas são uma forma de colocar os ocidentais de classe média em contato com tradições autóctones, milenares, despertando-os para outras sensibilidades, modos de vida, visões de mundo etc.
É muito difícil, num mundo marcado pelo embaralhamento das fronteiras entre “representação” e “realidade”, distinguir práticas “autênticas” de “não autênticas”. Podemos, porém, sugerir algumas características que, em geral, só estão presentes em um “verdadeiro xamã”: ele não faz autopropaganda; o seu reconhecimento emana da comunidade; existe uma espécie de inevitabilidade do seu destino, que de certa forma é um fardo; o xamã tradicional pode curar, mas também causar danos; ele não fez curso de xamanismo.
CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANTAS DE PODER
Acredita-se que há 3 milhões de anos atrás o homem se destacava de outros primatas, numa lenta jornada em busca de si mesmo. Neste período o cérebro triplicou o seu peso. Mas segundo a ciência foi há 500.000 anos que se formou o neocórtex, onde a consciência humana, que era nebulosa ganhava amais nitidez. O neocórtex está relacionado com o raciocínio abstrato. Nos últimos cem mil anos o processo se acelerou de forma significativa. O Homo Sapiens tornara-se senhor do planeta e já devia contar com algo próximo de uma consciência de si mesmo como indivíduo singular da sua espécie e um sistema rudimentar de comunicação querendo se articular enquanto linguagem.
Nos últimos trinta mil anos, que uma verdadeira revolução ocorreu no processo evolutivo.
Por essa época, os nossos ancestrais caçadores e coletores já tinham uma forma de organização solidária que lhes garantiam a sobrevivência frente ao ataque dos predadores e os rigores do meio ambiente.
Até hoje, pesquisadores e cientistas buscam uma boa resposta para essa aceleração evolucionária, que corresponde aos últimos preparativos para que a humanidade entrasse na cena da história. Alguns autores, entre eles Wasson e Mckenna, apresentam uma sólida argumentação, que eu também partilho nessa exposição, de que uma das causas principais da súbita irrupção da auto-consciência humana teria sido a simbiose do homem com o mundo vegetal e especificamente com os psicoativos.
Essa é a perspectiva poética e visionária que sempre se apresenta quando “consultamos” a inteligência e a memória que a Mente Vegetal guarda desses eventos. Por meio dessa tese podemos entender também, o cenário onde esses homens e seus conhecimentos sobre as plantas nutritivas, curativas e psicoativas, o que causou mudanças e respostas cada vez mais rápidas na sua estrutura neural, estado de consciência e comportamento.
No entanto, foi no final da última glaciação, que ocorreu há uns doze mil anos, que as condições se tornaram propícias para a difusão da agricultura, domesticação de animais e pastoreio. A intimidade com o manejo dessa última atividade trouxe um contato cada vez mais estreito com os fungos psilocíbicos associados ao esterco de gado. Floresceram a partir dessa época festas consagradas aos cogumelos sagrados, como parte dos cultos à fertilidade associados à Grande Deusa.
Vestígios arqueológicos da arte desse período, principalmente a partir do oitavo milênio a.C., expressam de forma literal ou estilizada, o uso cerimonial dos fungos em povos e culturas bastante distantes entre si. O que parece indicar a importância e a universalidade desses cultos na formação de uma espécie de pré-religião, primeira separação que o homem fez de uma “esfera sagrada” em oposição a um “mundo profano”. Certas plantas e árvores, ou a natureza de um modo geral, eram revestidas de atributos divinos ou mesmo divinizados. Hoje estamos em condição de afirmar que esta postura não tinha nada de ingênua ou simplória, correspondendo sim à ação da psilocibina e outros agentes enteógenos e as conseqüências das visões dela decorrentes nos mitos, símbolos e arquétipos que se apresentavam à consciência da época.
Essas hierofanias vegetais foram portanto, cronologicamente, as mais antigas que se tem notícias. O que atesta que, por esse tempo, no limiar da história conhecida, já havia uma familiaridade com o tema do sagrado/vegetal, do Deus/Vegetal, que remonta a tempos ainda mais longínquos. Sem dúvida, este foi um dos principais substratos que mais tarde vieram a formar os diversos Cultos dos Mistérios da antiguidade e às grande religiões do mundo.Talvez o caso mais conhecido e também o mais eloqüente seja o do Soma
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Essas influência das plantas enteógenas na experiência dos estados místicos associados a cultos agrários e de fertilidade, podem ser encontrados desde a Ásia, passando pela Europa, até o extremo do continente sul-americano. O que nos permite supor que elas foram, desde uma antigüidade ainda mais remota, o agente acelerador e o detonador desse autêntico “Big Bang” da consciência que ocorreu nos últimos trinta mil anos. Existe um certo consenso de que as triptaminas tenham sido esse enteógeno primordial, não só pela reconstrução e suposição histórica, como também e principalmente por causa da excelência e peculiaridade do êxtase ou “miração” triptamínica, cujas visões são inigualáveis em florescência, intensidade, conteúdo e principalmente na capacidade do Eu interagir no interior dos eventos que fazem parte desse estado de consciência cósmica.
A consagração dos insights das visões como sendo de origem divina, explica a reverência com que essas plantas eram tratadas. Mais maravilhoso ainda é essa oportunidade que a Mente Vegetal ofereceu à Mente Humana e continua oferecendo ainda hoje na forma da mesma revelação que foi enviada aos nossos longínquos antepassados. Isso porque, “revelação” é uma verdade sempre idêntica em si mesma, apesar de poder ser expressa por símbolos diversos dentro da psique humana. Ela é a mesma visão dos místicos e iniciados de todas as idades, o que varia é apenas a convicção e o juízo de valor que tiveram sob o que experimentaram. Isso fica claro, quando constatamos as semelhanças e pontos comuns dos relatos das experiências de êxtase nas mais diversas tradições.
Se no passado foram considerados bem-aventurados “aqueles que não viram e creram”, maior prazer teremos nós quando pudermos enxergar tudo aquilo que a nossa fé sempre acreditou !
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SERIAM OS DEUSES ALCALÓIDES ?
Texto apresentado na ” International Transpersonal Associations Annual Conference
“The Technologies of the Sacred”
Manaus – Amazonas – Brazil*
I. INTRODUÇÃO
Queremos abordar aqui, através da pergunta título da nossa conferência, um pouco do papel das plantas psicoativas no processo evolucionário da consciência humana e do seu emprego desde a antigüidade como indutor dos estados expandidos ou alterados de consciência. Depois nos deteremos mais detalhadamente na questão da consciência xamânica e da descrição da “miração”, estado particular de experiência mística e êxtase visionário que ocorre sob o efeito da bebida sacramental enteógena denominada SANTO DAIME (Ayahuasca, Yagé, Caapi, etc.) e que por suas peculiaridades, parecem ser comum apenas ao relato de experiências com os compostos triptamínicos. E, finalmente, considerar em que precisamente a proposta enteógena pode se constituir em um paradigma para uma nova consciência centrada no verdadeiro Self.
II. UMA BREVE TEOLOGIA DOS ENTEÓGENOS
Para buscarmos uma resposta para nossa pergunta devemos retroceder cerca de três milhões de anos quando o homem, destacando-se dos demais primatas superiores começava a sua lenta evolução rumo a consciência de si mesmo. Durante o transcorrer de todo este período, o cérebro triplicou o seu peso mas foi durante os últimos quinhentos mil anos que se formou o néo-córtex. Podemos supor a consciência desta época como sendo um imenso Id dominando um lento embrião do ego em formação. Antroposofícamente falando, as mônadas ou os princípios espirituais que estavam se encarnando nessa época na Terra, promovendo a vida e a evolução humana, ainda não estavam suficientemente ajustados aos corpos físicos desses primeiros seres humanos. Segundo Steiner, eles teriam uma consciência do plano espiritual e das auras dos seres e objetos do mundo material, mas não tinham uma percepção nítida e diferenciada dos mesmos. Isso só veio a acontecer quando houve o acoplamento definitivo entre os corpos físicos etérico do homem, quando do ambos passaram a coincidir. Nesse momento, a consciência humana teria deixado de ser uma “consciência de clarividência nebulosa” para ganhar mais nitidez na apreensão do mundo material.
Nos últimos cem mil anos o processo se acelerou de forma significativa. O Homo Sapiens tornara-se senhor do planeta e já devia contar com algo próximo de uma consciência de si mesmo como indivíduo singular da sua espécie e um sistema rudimentar de comunicação querendo se articular enquanto linguagem. Foi na última fase deste período, nos últimos trinta mil anos, que uma verdadeira revolução ocorreu no processo evolutivo. Por essa época, os nossos ancestrais caçadores e coletores já tinham uma forma de organização solidária que lhes garantiam a sobrevivência frente ao ataque dos predadores e os rigores do meio ambiente. Até hoje, pesquisadores e cientistas buscam uma boa resposta para essa aceleração evolucionária, que corresponde aos últimos preparativos para que a humanidade entrasse na cena da história. Alguns autores, entre eles Wasson e Mckenna, apresentam uma sólida argumentação, que eu também partilho nessa exposição, de que uma das causas principais da súbita irrupção da auto-consciência humana teria sido a simbiose do homem com o mundo vegetal e especificamente com os psicoativos. Essa é a perspectiva poética e visionária que sempre se apresenta quando “consultamos” a inteligência e a memória que a Mente Vegetal guarda desses eventos. Por meio dessa tese podemos entender também, o cenário onde as hordas mais adaptadas desses homídeos onívoros ampliavam de forma crescente sua dieta e seus conhecimentos sobre as plantas nutritivas, curativas e psicoativas, o que causou mudanças e respostas cada vez mais rápidas na sua estrutura neural, estados de consciência e comportamento.
Levi Strauss, comentando a obra de Wasson, analisa o mito da árvore do conhecimento e a história bíblica de Adão e Eva, comendo o fruto proibido, como a metáfora do contato do homem com o enteógeno primordial. Em outras palavras, esse seria o momento da mudança do estado indiferenciado de clarividência nebulosa para o de auto-consciência lúcida, o que trouxe como conseqüência a sua expulsão do Éden.
No entanto, foi no final da última glaciação, que ocorreu há uns doze mil anos, que as condições se tornaram propícias para a difusão da agricultura, domesticação de animais e pastoreio. A intimidade com o manejo dessa última atividade, trouxe um contato cada vez mais estreito com os fungos psilocíbicos associados ao esterco de gado. Floresceram a partir dessa época festas consagradas aos cogumelos sagrados, como parte dos cultos à fertilidade associados à Grande Deusa. Vestígios arqueológicos da arte desse período, principalmente a partir do oitavo milênio a.C., expressam de forma literal ou estilizada, o uso cerimonial dos fungos em povos e culturas bastantes distantes entre si. O que parece indicar a importância e a universalidade desses cultos na formação daquilo que M. Eliade define como as primeiras hierofanias vegetais, uma espécie de pré-religião, primeira separação que o homem fez de uma “esfera sagrada” em oposição a um “mundo profano”. Certas plantas e árvores, ou a natureza de um modo geral, eram revestidas de atributos divinos ou mesmo divinizados. Hoje estamos em condição de afirmar que esta postura não tinha nada de ingênua ou simplória, correspondendo sim à ação da psilocibina e outros agentes enteógenos e as conseqüências das visões dela decorrentes nos mitos, símbolos e arquétipos que se apresentavam à consciência da época. Essas hierofanias vegetais foram portanto, cronologicamente, as mais antigas que se tem notícias. O que atesta que, por esse tempo, no limiar da história conhecida, já havia uma familiaridade com o tema do sagrado/vegetal, do Deus/Vegetal, que remonta a tempos ainda mais longínquos. Sem dúvida, este foi um dos principais substratos que mais tarde vieram a formar os diversos Cultos dos Mistérios da antiguidade e às grande religiões do mundo.
Talvez o caso mais conhecido e também o mais eloqüente seja o do Soma, que segundo os hinos do Rig-Veda era prensado e mesclado a leite para ser consumido em rituais e cerimônias dedicados ao Deus Indra. O Soma estava entronizado numa posição de destaque no Panteão Védico. É mesmo Haoma citado no Zed-Advesta, escrituras persas atribuídas a Zoroastro. O que nos permite estabelecer sua raiz ária e considerar que possa ter sido difundido pelas diversas ondas migratórias dos povos arianos que foram penetrando o Vale do Indo entre o segundo e o primeiro milênio a.C. É igualmente possível que com o passar do tempo, por dificuldades de suprimento ou de adaptação do Soma nas novas terras conquistadas, tenha havido uma planta substituta, já conhecida pelos povos drávidas que habitavam a região e cuja cultura se mesclou com a dos conquistadores. Já a Ioga e a Filosofia Sankhya seriam adições posteriores. Suas posturas corporais, métodos respiratórios e refinamento psicológico, enfatizavam a sadhana, as austeridades e a meditação como o novo método para alcançar o êxtase, o samadi, estado de consciência onde o Eu Átmico se funde no oceano de Braman. Experiência que certamente os antigos riskhis (sábios videntes que receberam a revelação dos Vedas) tiveram, embriagados pelo Soma.
Essas influência das plantas enteógenas na experiência dos estados místicos associados a cultos agrários e de fertilidade, podem ser encontrados desde a Ásia, passando pela Europa, até o extremo do continente sul-americano. O que nos permite supor que elas foram, desde uma antigüidade ainda mais remota, o agente acelerador e o detonador desse autêntico “Big Bang” da consciência que ocorreu nos últimos trinta mil anos. Existe um certo consenso de que as triptaminas tenham sido esse enteógeno primordial, não só pela reconstrução e suposição histórica, como também e principalmente por causa da excelência e peculiaridade do êxtase ou “miração” triptamínica, cujas visões são inigualáveis em florescência, intensidade, conteúdo e principalmente na capacidade do Eu interagir no interior dos eventos que fazem parte desse estado de consciência cósmica.
A consagração dos insights das visões como sendo de origem divina, explica a reverência com que essas plantas eram tratadas. O ego recém conquistado já podia transcender a si mesmo e travar contato com o Tu e com o Outro. Do respeito que nasceu do homem, com a fonte ao mesmo tempo vegetal e espiritual que lhe enviava aquela graça, aquela compreensão dele mesmo e do universo, nasceu a idéia de religiosidade, de se religar com a sua origem e pátria cósmica. Num certo sentido, religião é aquela ânsia de se relacionar corretamente com o Outro transcendente. Essa foi a aurora da consciência de si mesmo. No momento em que a consciência humana transcendeu a si mesmo e pode vislumbrar a consciência cósmica, o relâmpago precipitou-se no abismo e a Coroa do homem iluminou-se! Por isso os alcalóides, principalmente os triptamínicos, são fortes candidatos a serem protodeuses. Sob seus auspícios, foi feita a primeira grande conexão entre o mundo da jovem consciência humana recém desperta e o mundo divino e eterno, entre o sagrado e o profano. O primeiro ancestral ou herói mítico, de Gilgamesh até Viracocha, presentes em tantas cosmogonias de culturas tão distantes entre si, são os ecos e as sombras dos tempos dos titãs. Onde esses semi-Deuses, metade homem e metade Deus, foram iniciados por instrutores de uma ordem de consciência superior – vale dizer portanto divinos – a fim de trazerem a luz, o fogo de Prometeu para repartir com os seus irmãos.
Como a maior evidência arqueológica das contribuições realizadas, quando na passagem dos “Deuses Alcalóides” pelos labirintos da consciência humana, está a presença da serotonina, neuro-transmissor cerebral encarregado de estimular os receptores dos neurônios e que tem praticamente a mesma estrutura molecular da DMT (dimetil-triptamina) alcalóide presente nas várias plantas enteógenas usadas pelos homens desde a antigüidade.
Mais maravilhoso ainda é essa oportunidade que a Mente Vegetal ofereceu à Mente Humana e continua oferecendo ainda hoje na forma da mesma revelação que foi enviada aos nossos longínquos antepassados. Isso porque, “revelação” é uma verdade sempre idêntica em si mesma, apesar de poder ser expressa por símbolos diversos dentro da psique humana. Ela é a mesma visão dos místicos e iniciados de todas as idades, o que varia é apenas a convicção e o juízo de valor que tiveram sob o que experimentaram. Isso fica claro, quando constatamos as semelhanças e pontos comuns dos relatos das experiências de êxtase nas mais diversas tradições. Se no passado foram considerados bem-aventurados “aqueles que não viram e creram”, maior prazer teremos nós quando pudermos enxergar tudo aquilo que a nossa fé sempre acreditou !
III – CONSCIÊNCIA XAMÂNICA E “MIRAÇÃO”
Pode-se dizer que o xamanismo é o sistema de conhecimento espiritual mais arcaico que se conhece. E que, desde o começo, sua prática sempre esteve associada ao uso de enteógenos. Além de participar na maior parte de todas essas sensações, próprias dos demais estados expandidos de consciência, a consciência xamânica ou o estado de consciência xamânico também tem suas peculiaridades. A sua própria e já clássica definição como sendo “a arte do êxtase”, já pressupõe que o xamã detém um conhecimento específico de operar no êxtase e esta é a sua maior arte. Através dela, ele se aproxima de forma consciente até o máximo limiar possível da aniquilação. É este o vôo do xamã: atingir a realidade além da nossa percepção usual, mantendo sempre aberta as portas de acesso ao mundo espiritual. Porém o mais importante que queremos destacar dentro do xamanismo é a vivência, a mobilidade de atuação do Eu dentro do transe. O Eu se torna o veículo divino, a carruagem dos cabalistas (Merkabath) que alça vôo em busca dos palácios celestes. Mas ele não se limita em contemplar seus átrios e fachadas reluzentes. Ele caminha por seus labirintos, túneis secretos, ele procura conhecer o que se passa em cada um de seus aposentos e câmaras. Esse é o roteiro da “miração”, um estado de consciência místico-xamânico, obtido com a ingestão ritual do Santo Daime, que gostaríamos de nos deter mais minuciosamente.
A “miração” é um termo que foi cunhado na tradição do Santo Daime pelo Mestre Irineu para designar o estado visionário que a bebida produz. O verbo “mirar” corresponde a olhar, contemplar. Dele deriva-se o substantivo “mirante”, que é um local alto e isolado onde se pode descortinar uma vasta paisagem. A palavra “miração” une contemplação mais ação (mira+ação), o que expressa de maneira clara que o termo foi cunhado por pessoas que eram plenamente conscientes da viagem do Eu no interior da experiência visionária, característica do êxtase xamânico. E que é simbolizado pela viagem da águia voando em direção ao sol. Sem dúvida existe uma grande diferença entre uma iniciação quietista – que prepara o neófito através do silêncio e da meditação – e a iniciação xamãnica que o convida para ser protagonista totalmente responsável pelo seu desdobramento astral e vôo espiritual. Nele, somos convidados a participar de um filme em que as cenas que se desenrolam na tela, dependem, em última instância, do que está ocorrendo no interior da nossa consciência. Em outras palavras: só conseguiremos salvar a donzela do “filme astral” das garras do vilão, se a nossa disposição para tanto for tão verdadeira como a nossa capacidade de realizá-la. Temos que estar concentrados no nosso objetivo, mobilizando desde o nosso interior a coragem e a sabedoria necessária para atravessar as diversas provas do percurso iniciático. Caso contrário, a “narrativa visionária” sai do nosso controle podendo acontecer um desfecho negativo e uma interrupção do vôo do Eu rumo ao êxtase. Estamos querendo dizer que dentro da miração o estado de ação e contemplação são como as faces complementares de uma mesma moeda. A mente, antes de dar partida ao fluxo de imagem da miração, experimenta várias outras fases de preparação. Tem que distinguir a genuína experiência visionária da imaginação pura e simples, dos jogos mentais de projeção e visualização. As imagens visionárias, os eventos visionários que envolvem o nosso Eu dentro da “miração” são de ordem psico-noética, isso é, ocorrências numa ordem de realidade contígua ao mundo espiritual. O que nos permite afirmar que a “miração” ativa os nossos corpos sutis e os libera par agir dentro do cenário feérico e numinoso da realidade xamãnica.
Esse nível de consciência atingido pela “miração” vem quase sempre acompanhado de uma voz interior que guia, acompanha ou dirige o processo. Esta é, ao meu ver, a faceta mais incomum e maravilhosa da “miração” do Daime. Durante o seu transcurso nossa consciência participa dos fenômenos psíquicos, noéticos e espirituais, através dos nossos corpos sutis. Através deles, o nosso Eu comparece nos momentos decisivos e brevíssimos onde se decide sobre o nosso destino em meio às vagas probabilidades do mar de indeterminações quânticas. Dessa forma, imprimimos movimento ao que é imutável e eterno, manifestamos vida e fecundamos a matéria por seu intermédio. Ajudamos a tecer a trama do próprio destino, a complexa textura dos eventos geradores da realidade e da vida. Isso significa que, no êxtase da “miração”, estamos travando um diálogo com Deus, estamos trabalhando com Ele, estamos sendo convocados para essa grande responsabilidade de sermos co-criadores do universo. E sem dúvida, só um destino com tal nobreza justifica o plano da criação divina, as provas da evolução, o porquê da queda luciférica, a entrada em cena do mal e a nossa tarefa de convertê-lo e reunificá-lo com a verdade até o final dos tempos. Receber essa missão é o cerne da Revelação em todos os tempos. Enquanto que o cerne da iniciação é adquirir a força de vontade suficiente para executar tudo o que foi revelado na miração. Anteriormente nos referimos que a falta de mérito e de coragem durante o vôo xamãnico poderia desestabilizar a “miração”, ou o que é pior, fazer com que o fio narrativo da experiência visionária tenda para um desfecho desfavorável. Nesses reinos espirituais de deslumbrante beleza, parece que impera uma terrível justiça. O homem não está programado para ser perfeito. Ele tem que biológica, psicológica, social, moral e espiritualmente falando, escolher ser perfeito. Isso se faz através da faca de dois gumes do seu livre arbítrio. Graças a ele, o homem por um lado supera em estatura os deuses, devas e querubins, enquanto que por outro, se torna presa fácil da ambivalência de sua frágil inconsistência humana. O Budismo Tibetano se refere a esta eclosão súbita da ruptura do ego frente ao sublime, como sendo o momento em que, dentro da meditação, o meditador, sob a inspiração da Dakini (aspecto feminino do Buda), enfrenta as entidades terrificantes que se postam diante do Nirvana. Quando o ego consegue se apossar do Eu, a consciência já expandida se retrai novamente. Nesses momentos, as visões podem se tornar negativas, até mesmo terrificantes e isso está associado aos efeitos purgativos e miméticos da bebida enteógena indutora da “miração”. Reconhecido porém o impostor, é a hora da consciência, à semelhança da esfinge, lançar o seu desafio: Decifra-me ou te devoro! Somos cobrados a apresentar um desempenho compatível com a nossa presunção de alcançar a imortalidade. Se nessa hora não tivermos verdade para apresentar, o monstro elemental por nós mesmo criado, nos come. O Poder nos cobra sempre a nossa transformação para podermos continuar no caminho. Pois sem a verdade no ser, o caminho se torna perigoso para o impostor.
É o que Sebastião Mota, um dos principais “padrinhos” do Daime chama da necessidade de “ser em vez de parecer”. Ser verdadeiro é pois a ciência para entramos totalmente seguros nos estados elevados de consciência e deles conseguirmos sair, trazendo no retorno novas aquisições para continuarmos a Busca. Nos níveis sutis, a verdade atrai a verdade. O ser manifestado enquanto verdade é a matéria prima da criação. Quanto mais estamos na verdade, mais se apresenta a nós na miração aquilo que precisamos ser. E Deus nos usa como peças do seu quebra-cabeças divino, nos inspira amor e nos torna cúmplices da sua obra. A verdade do ser é exata, nela nada falta nem sobra. Não há lugar para condicionamentos mentais, hábitos viciosos disfarçados de caráter, máscaras ou papéis sociais. Se o nosso coração nos acusa, é porque não temos verdade. E sempre que esta falta de verdade interromper a nossa “miração”, desestabilizando-a, devemos aproveitar o seu momento sagrado para pedir ao Poder que nos conceda a chance de nossa transformação. O sofrimento e o desconforto, que às vezes essa disciplina nos acarreta, depois sempre é sentida como benéfica. Eis a autêntica terapia xamânica, uma terapia de conversão à verdade, onde nos afastamos das ilusões e das samsaras nos tornando cada vez mais conscientes do nobre script que Deus nos reservou.
Tentamos aqui, violando o item da inefabilidade da experiência mística, expressar de alguma maneira com as palavras, essa sensação extraordinária que é trabalharmos projetados em nossos corpos sutis nas oficinas seráficas da criação divina. Isso ocorre, como já vimos, mediante à atuação do Eu Superior no interior das imagens visionárias, como se a “miração” fosse um jogo interativo de “realidade virtual espiritual”. Para que esse processo traga benefícios que possam ser incorporados ao ser, exige-se deste uma postura passiva-receptiva e um padrão mental positivo e elevado. Dessa forma é que a barquinha da consciência pode navegar nas ondas do mar sagrado, que é a Mente, e se manter com as velas enfunadas em meio ao mau tempo e aos maus pensamentos.
Para finalizar esse ponto, gostaríamos de nos referir sucintamente a duas questões conexas à nossa abordagem de estado de consciência xamânico da “miração”. Trata-se do carma e da mediunidade, aspectos ligados ao tema da cura xamânica. Num certo sentido, a cura espiritual já é a própria imersão do Eu nesses estados elevados de consciência, fazendo com que ele amplie a sua visão interna sobre as causas dos desequilíbrios que geram as doenças. Nessas vivências visionárias do Eu no interior da “miração” também ocorre dele se lembrar de fatos relativos às suas vidas passadas, facilitando a compreensão de padrões cármicos que precisam ser interrompidos nessa encarnação.
Já o fenômeno da mediunidade, não se resume apenas ao transe e à incorporação. Num outro sentido, ele trata também da miríades de pequenos “eus” que orbitam em torno do nosso Eu central. E que à primeira distração nossa, entram por dentro da casa e assumem o lugar do dono. Em alguns estágios da “miração” podemos perceber esses “eus” como seres. Podemos perceber que cada pensamento que flui na nossa mente é um ser e com isso, aprendemos a melhor ajustar o nosso dial mediúnico para captar apenas a freqüência dos seres que nos interessam. Mas nem sempre podemos escolher o que chega à nossa mente. Portanto esse canal mediúnico também nos ajuda a auto-doutrinar os maus pensamentos e afastar as más influências psíquicas e espirituais que podem se tornar nossos futuros obsessores.
Tentamos expressar um pouco o nosso entendimento da “miração” compreendido como um estado de percepção mística que guarda várias semelhanças com aquilo que denominamos consciência cósmica. Escolhemos um aspecto da “miração”, a saber o da relação interativa do Eu com as visões, característica da tradição xamânica. Isso porque, a “miração” é ao mesmo tempo uma realidade visionária em movimento e um estado de contemplação extático. À maneira do samadi, comporta vários estágios, graus e possibilidades de realização. Apresenta planos e panoramas imensos e às vezes passa tempo trabalhando apenas alguns fotogramas. Sua meta suprema é a realização do Eu superior do homem. Apesar da ajuda inestimável das plantas sagradas para a sua consecução, o trabalho espiritual da “miração” nunca termina. Continua no dia-a-dia através do esforço de se manter coerente com os seus ensinos.
Algumas vezes, através da “miração”, temos uma percepção clara da realidade espiritual da vida além do corpo. Penetramos assim no mistério que a nossa ignorância chama de morte, mas que não passa de uma transição para um outro estado de consciência. Voltar dessa experiência da “morte” com conhecimento do que isso seja, significa ter renascido e recebido o mais alto grau de iniciação, independente do credo que cada um professe.
Por isso consagramos o ser divino presente nessas plantas amigas e professoras do homem e a “miração” que ela nos fornece. Mesmo que o seu uso responsável seja sempre benéfico, é porém dentro de um contexto ritual e religioso, que sentimos uma maior segurança para a utilização profilática e terapêutica dos enteógenos.
IV. O CONTEXTO RITUAL DA MIRAÇÃO
No movimento religioso do Santo Daime existem diversas modalidades de ritual: concentração, cura, feitio da bebida, estudo e desenvolvimento mediúnico e as festas dos hinários, que é a forma que nos deteremos mais aqui.
No hinário, dentro de um amplo salão na forma de uma estrela de seis pontas, se perfilam os batalhões masculino e feminino, e dos rapazes e das moças, cada um com seu setor de base. Os neófitos, idosos, senhoras e crianças, ficam sentados mais ao fundo. O sacramento enteógeno é distribuído, todos entram em fila e começa o bailado ao som dos hinos, que são cantos que os mestres e outros membros mais avançados da irmandade recebem por ocasião da miração, sendo desta forma considerados ensinos divinos, mensagens do poder do Daime para todos e não apenas para quem o recebeu. Todos cantam e bailam dentro de um retângulo de aproximadamente 80 cm. de comprimento. Cada um porta um maracá para acompanhar o ritmo do bailado. A perfeição do trabalho está na harmonia da música, no ritmo e no canto. A jornada começa no entardecer da data marcada e vai até o nascer do dia da manhã seguinte. Todo este dispositivo, predispõe seus participantes a terem uma atitude receptiva e segura em relação aos efeitos da bebida sacramental. Isto ocorre poucos minutos após sua ingestão. A consciência passa a perceber pessoas e objetos como portadoras de uma aura de leve irridescência. Logo depois sentimos uma pressão, o pulsar da energia dentro e fora do corpo, propagando-se em ondas concêntricas como uma pedra lançada na superfície de um lago. É a chegada daquilo que chamamos “Força”, a propriedade ativa do cipó, componente masculino da bebida cerimonial. O bailado e o ritmo dos maracás condensam cada vez mais energia, se constituindo também em indutores auxiliares do transe xamânico. É nesse ponto que a luz costuma chegar. A luz, o princípio feminino da folha, quando se casa com a força, o princípio masculino do cipó, gera a miração. Espoucam luzes, ouvimos zumbidos eletrônicos e o barulho de matracas. Suavemente ela se instala e nos transporta para o reino das visões. Progressivamente o nível de consciência se eleva para patamares mais elevados, tanto individual como grupalmente. Esse reservatório comum de energia psíquica e espiritual, denominamos de “corrente”, que é quem sustenta o vôo individual de cada um na miração e a beleza do conjunto. Quando isso ocorre, nosso campo visual se altera, aparecem luzes, imagens, sensações, lembranças, insights e visões. A intensidade do momento interior da viagem de cada um se expressa na força da corrente. Qualquer piscar de olhos altera o fluxo das imagens. É como se em nossa mente, um diafragma regulasse a entrada da luz e um zoom nos aproximasse dos ângulos mais desconhecidos do universo.
Dependendo do desenrolar do ritual, a corrente facilita ou dificulta a miração, sendo possível em determinados momentos, uma vivência coletiva da mesma visão, o que se constitui o ponto culminante do trabalho. Durante esse longo percurso, o eu se desdobra no astral, evoca e soluciona alguma situação cármica pendente, canaliza a energia para realizar uma cura nele mesmo ou em outro, obtém insights reveladores e libertadores para seus conflitos e é tomado por toda sorte de inefáveis estados de percepção mística, compreensão do universo, amor pelos seus irmãos, premonições e sincronicidades. Ao final de todos esses estágios, encontra-se sempre aberto à possibilidade do êxtase total e beatífico. Tudo isso, é bom que se diga, se processa em íntima conexão com a música, o canto, a dança e o ritmo dos maracás. A barquinha singra as ondas do mar sagrado da mente embalada pelo hinos que guiam a nossa travessia. Durante esta, os hinos tem o poder de responder a todas as questões que a nossa consciência coloca no exato momento em que elas são formuladas.
AYAHUASCA
Bebida Sacramental Ayahuasca, é, principalmente, fruto da decocção do cipó Banisteriopsis Caapi e a folha Psycotria Viridis. Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões.
Bebida Sacramental Ayahuasca, é, principalmente, fruto da decocção do cipó Banisteriopsis Caapi e a folha Psycotria Viridis. Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões.
É também conhecida por Yagé, Caapi, Nixi Honi Xuma,Oasca,Vegetal, Santo Daime, Kahi, Natema, Pindé, Dápa, Mihi, etc.
Seu nome mais conhecido, AYAHUASCA é de origem quechua, que significa “Liana ´(Cipó) dos Espíritos “. É chamada também de “O Vinho da Alma ” ou “Pequena Morte”.
Utilizada por povos pré-colombianos, incas, e muito utilizada, por pelo menos, 72 tribos indígenas diferentes da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil. Foi usada provavelmente na Amazônia por milênios, e está expandindo-se rapidamente na América sul e em outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados tais como Santo Daime, União do Vegetal (UDV), Barquinha que a consagram como sacramento de seus rituais.
Ingerindo essa bebida mágica, pode-se absorver o “Espírito da Planta”. Os sentidos são expandidos, os processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões. O vôo da alma, a partida do espírito do corpo físico, uma sensação de flutuar.
A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insight´s, produzir catarses, produzindo experiências de renovação, de renascimento positivas. Visões arquetípicas, de animais, de espíritos elementais, de cenas de vidas passadas, de Divindades, etc. Abre-se o portal de outros reinos da existência.
Não são todos que recebem visões na primeira vez que experimentam. O trabalho com Ayahuasca é um processo que exige exame, dedicação, disciplina, perseverenca e tempo para um benefício mais completo. Às vezes são necessárias várias sessões para se conseguir esse presente.
A experiência é ainda mais poderosa, quando abrimos a mente e o coração e nos entregamos para receber essa energia de cura e conhecimento.
Uma vez que iniciado, o processo da renovação e transformação, eles continuam. O grande passo no trabalho com a Ayahuasca é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária , ou seja por em prática o que se aprende. Isso garante a dimensão espiritual em nosso dia-a-dia, e é essencial para recebermos as dádivas e as bênçãos espirituais e para que possamos evoluir no estudo, aprender mais.
A ela atribui-se a cura de males físicos, psicológicos,mentais e espirituais. Os estudos científicos ocidentais estão confirmando aplicações médicas e psicoterapeuticas benéficas.
A medicina sempre é consumida corretamente em ceremoniais . No Perú os xamãs evocam guardiães, protetores espirituais. Evocam ARCANAS (escudos protetores) através de cânticos de poder ( Icaros), do fumo de tabaco,de uma poção de limpeza (vomitiva), CAMALONGA, e algumas águas perfumadas (Água de Florida, Flores de Kananga) que atraem os espíritos.
A jornada com Ayahuasca, leva a exploração tanto deste mundo “ordinário”, como mundos paralelos, que estão além de nossa percepção corrente. Libera os limites normais de espaço-tempo
A história da Huasca e Mariri é contada na União do Vegetal (UDV), mostrando de forma simbólica, a origem e o significado do chá utilizado nos templos incas do Alto e Baixo Peru.
Havia uma vez uma jovem princesa muito sábia e que era a conselheira do rei inca, sua sabedoria e conhecimento eram inigualáveis por qualquer pessoa e nenhuma decisão em seu templo era tomada pelo rei antes de consultá-la. Mas um dia Huasca morreu, o rei ficou triste, chorou sua perda e a fez sepultar num local especial. Com o passar do tempo, em sua tumba nasceu uma planta desconhecida.
Todos ficaram admirados observando a nova planta, que era diferente de todas as que conheciam. O rei, que muitas vezes visitava a sepultura de Huasca, acompanhava, dia a dia, o desenvolvimento daquele arbusto. Nesse tempo, ele já havia conseguido um novo conselheiro, ele era um marechal do exercito inka chamado Mariri. Mas, apesar de sua força e astúcia, ele não era tão sábio quanto Huasca fora.
Sempre observando aquela planta, o rei um dia pensou : ” Se não existia e agora existe na tumba de Huasca, só pode ser Huasca transformada em planta e nas suas folhas guarda o conhecimento de Huasca “.
Colheu então algumas folhas, preparou um chá e deu a Mariri para que adquirisse o seu conhecimento, sua sabedoria, mas ele não suportou toda a luz de Huasca e morreu.
Igualmente, Mariri foi sepultado ao lado de Huasca e, para surpresa de todos, em sua tumba nasceu um cipó, símbolo da força e resistência.
A planta cresceu e da mesma forma, o rei inka colheu as folhas de Huasca carregadas com sua luz e sabedoria, e também o cipó com força e resistência de Mariri.
Iluminado pela lus de Huasca e protegido pela força de Mariri, o rei ensinou o segredo da bebida aos seus conselheiros e sacerdotes, os quais, por sua vez, ensinavam a outras pessoas, buscando, assim, ajudar no aperfeiçoamento da sabedoria e para o progresso espiritual da humanidade.
Segue abaixo a tradução de um texto de Rosa Giove, médica cirugiã do Centro Takiwasi ( Centro de recuperação de drogados, dirigido pelo médico francês Jaques Mabit, que se utiliza da ayahuasca e métodos de cura dos xamãs e ayahuasqueiros em Tarapoto, no Perú)
Em meio a escuridão da noite, no profundo silêncio da selva ( que nunca é silêncio completo pelos cantos das cigarras, das aves noturnas, o deslizar futivo dos répteis…) se eleva o canto sagrado do xamã, o ” ícaro “, conduzindo-nos dentro do mundo mágico da Ayahuasca, planta mestre da Amazonia. Nos fundimos na profundidade da terra, sólida, tibia, acolhedora, mãe do cipó. O ícaro é grave, removendo nossa essência fundamental, terrena, e logo, ascendendo em ligeiras cadências, competindo com o vento, e então a essência volátil que nos remonta ao céu num vertiginoso vôo sem fronteiras. Sentimos crescer dentro de nós a planta, o animal, o espírito ao qual nunca nos sentimos ligados e que, agora descobrimos tomando parte de nosso ser transcendente.
Cálida, doce e amarga, forte, flue em meu corpo com o sabor acre das coisas boas. Uma paisagem descortinou na minha frente, muito céu azul, vento, sol e terra.
Ao apagar-se a luz e ao conjuro dos ícaros, veio a mim uma adolescente que, saindo da garrafa que contém ayahuasca, cresce enquanto vai dançando. Tem aparência ameríndia, cabelos negros grandes e lisos e olhos rasgados. Seu corpo flexível é vegetal e dança ao meu redor, enquanto sorrí e conforme vai girando, envelhece sem perder a graça do movimento. É agora uma anciã afetuosa e amiga e a sinto como protetora, me surpreende. E então me olha com olhar travesso e volta a ser jovem.
A ayahuasca me pega pelas mãos e leva-me através dos bosques, do ar e até o mar. Alí me submerge, pese o meu temor, e descubro com surpresa que o lugar que achava ser perigoso e desolado era um mundo cheio de vida, peixes coloridos, corais, luz e beleza. No fundo dos mares decubro um cofre enferrujado em cujo interior me reencontro com uma parte de mim mesma, alí presa. Eu entendia a olhada travessa da Ayahuasca e a sua intenção de levar-me com ela.
Me veio logo um caminho rodeado de flores, onde havia um forte castelo, onde se guardava um tesouro, que pode ser aberto utilizando uma chave.
Somos muitas pessoas no caminho….várias vão ficando no caminho.
Logo, num claro do caminho, encontro a Ayahuasca Mulher, sempre bailando, que me mostra que sempre possuí a chave sem me dar conta. Me avisa que não basta ter a chave se não encontrar a porta, a fechadura, e se não souber abrí-la. Neste caso eu tenho a chave e vejo a fechadura, mas não me compete abrir a porta. É outro quem deve abrir. Cada um deve encontrar no caminho seu próprio complemento, descobrir sua própria função.
PAZ ENTRE OS AYAHUASQUEIROS
É desafiante, falarmos abertamente sobre a nossa fé, temendo o preconceito, para não constrangermos nossos filhos, pais,amigos, numa sociedade que coloca rótulos e julga o tempo todo. É curioso as pessoas nos perguntarem se trabalhamos, se temos família, o que acha nossa familia, se não é droga, se vicia, se faz mal à saude, se enlouquece.
Muitos nos olham como pessoas diferentes ! Quem sabe como uma versão atualizada dos hippies ? Talvez como fanáticos religiosos ? Poder ser uma lavagem cerebral ? A fruta que expulsou o Homem do Paraíso ? Afinal, para que precisamos de algo externo para se ligar com Deus ? Não é verdade ?
Vai um desabafo ! E também um suspiro, consciente que muito temos ainda a caminhar para tornar um direito verdadeiro a liberdade de expressão da alma.
Tem também os medrosos, aqueles que gostariam de tomar, mas não têm coragem e , de alguma forma, se justificam, criticando, condenando, julgando. Tem os que querem alguma atenção, e o pior de todos os vírus, “OS CALUNIADORES”. Esse vírus, o caluniador, é o que se pode chamar de neo-inquisição. Como hoje eles não podem mais queimar e destruir corpos como no passado, hoje tentam destruir as imagens.
Tem também o “fogo amigo”. Esse também é duro ! É gente da própria casa, ayahuasqueiros, que reproduzem o correio da má notícia. Trazem “esses virulentos” para listas. Num momento onde se reestuda a situação da ayahuasca no país, ficam fazendo ataques entre si. É como se estivessem disputando adeptos à cada palmo.
Sou filiado ao CEFLURIS desde 1991, assim como realizo trabalhos de xamanismo com ayahuasca desde 1990. Tenho amizade com muitas pessoas e grupos, UDV, Alto Santo, peruanos, chilenos, argentinos, bolivianos e outros.
Sonho sempre que todos os lados levantem a bandeira da paz. Tem uma causa maior sendo discutida. Tanto os que agridem instituições como os que defendem, parem com esse fogo, que só contamina ambos os lados. Se eu fosse uma pessoa que não conhecesse plantas de poder, por ler de ambos os lados, os ataques, jamais iria me juntar a um povo tão desrespeitoso.
O que mais falamos sobre o uso de plantas de poder é a expansão da consciência, e vemos na prática usuários se agredindo por escrito. Fazendo uma verdadeira guerra, ao invés de cada um falar dos benefícios de seus trabalhos.
A irresponsabilidade é tanta, que pessoas não tem o mínimo de consciência do que provocam na mente de nossos amigos, dos amigos de escola de nossos filhos, dos professores, vizinhos, nos empregadores, empresas. E passamos a ficar visados como viciados fanáticos e etc. O mais curioso é que, por mais que condenam, mais gente chegando e comprovando as inverdades postadas em blogs,orkut, listas, sites.
Se existem pessoas insatisfeitas com os grupos mais antigos, hoje já começamos a receber insatisfeitos dos novos grupos que se formaram.
Falando do centro que dirijo, o Céu da Lua Cheia, somos pessoas comuns, que trabalhamos e damos nosso suor para sustentar nossas famílias. Não vivemos de espiritualidade. Todos têm os seus trabalhos. Temos médicos, antropólogos, psicólogos, educadores, ambientalistas, profissionais liberais de diversas áreas, donas de casa, estudantes.
Vemos próprios ayahuasqueiros condenando outras plantas de poder como se fossem drogas, sustentados numa lei proibicionista absurda, criada pelos EUA, para discriminar mexicanos e negros. Lembre-se que para muitos que não são ayahuasqueiros a ayahuasca é uma droga também. A diferença é que ela é permitida pela lei. O pensamento xamânico diz que nada que Deus criou na natureza é uma droga.
A Ayahuasca é um veículo muito poderoso, mas é um veículo. Depende de quem dirige. Ela pode ser utilizada para fins altruísticos e de cura, como para confundir e fanatizar. Há condutores que se fazem valer do poder da Ayahuasca, como se o poder fosse deles. Servir um copão de sacramento para fazer alguém ir para um estado alterado de consciência, não tem ciência nenhuma, é só abrir a torneira. O poder é do Universo, do Reino Vegetal.
Se apenas considerarmos os problemas, acidentes, que acontecem em todas as religiões, centros, vamos todos virar ateus. Pois a lista global vai de pedofilia, roubo, exploração, fanatismo e por aí vai. Acontece inclusive com as mais antigas. Quantos morreram e sofreram com o infeliz que fez a charge de Maomé ? Assim como um brasileiro estúpido que um dia chutou uma imagem da Nossa Senhora da Aparecida, a padroeira do Brasil.
Desde o começo da minha vida espiritual fui aprendendo a respeitar todas as crenças. Por trás de todas as crenças, está um esforço do homem para se conectar com o Divino. O que é o certo ? Em qual realidade você vê o certo? A sua ? A sua faz sentido para os seus e a minha faz sentido para os meus ! É tão fácil ! Uma rosa não tenta ser uma flor de milho e uma flor de milho jamais será uma rosa .
Aprendi que harmonia é arte de saber conviver com a diferenças. Vamos praticar e o livre-arbítrio meus irmãos ! Nós podemos mudar esse ambiente virtual juntos, sendo a maioria. Vamos deixar as pessoas livres para decidirem suas vidas, suas opções. Quem vai a algum lugar e não gosta, simplesmente não volte mais. E respeite, pois tem quem gosta, quem se curou, quem se encontrou. Tanto é fanático quem se defende do que não existe, quanto quem ataca.
Portanto deixem quem pode jogar a primeira pedra, aproveitar enquanto é tempo. Se você que lê pode e vai jogar, rogue para que quando uma mão levantar a pedra para atirar em você, que ele não lhe saia igual. Talvez nesse momento você irá aprender que o que dói em você, é aquilo que fez doer ao outro.
Cuidado quando você coloca a fé num “líder espiritual”, pois com o tempo, irá descobrir que se trata de um ser humano com seus defeitos e está tomado por uma “megalomalia espiritual”. Geralmente esse líder é reconhecido quando inflado por seu próprio ego, considera-se um “mestre salvador”. Julga e condena outras crenças para se auto-afirmar como iluminado.
Que Deus perdoe todos pelo mau uso da palavra, que carrega tanta intolerância, arrogância, soberba. e carências de todos os tipos.
Para os que gostam de usar palavras do Mestre Irineu, no seu decreto de serviço, que lemos todos os dias 15 e 30 nas nossas concentrações ele enfatiza :
“DECRETO DO MESTRE IRINEU”
Centro de Irradiação Mental Luz Divina
Decreto de serviço para o ano de 1970.
O Presidente Centro de Irradiação Mental Luz Divina, Senhor Raimundo Irineu Serra, usando as suas atribuições legais Decreta: Estado Maior, ficam definitivamente obrigados os membros desta Casa, a manter o acatamento e paz da mesma, normalizando assim a sinceridade e o respeito com seu próximo.
Dentro do Estado Maior não pode haver intrigas, ódio, desentendimento por mais insignificante que seja; todos que tomam esta Santa Bebida não só de¬vem procurar ver belezas, primores, e sim corrigir seus defeitos, formando assim o aperfeiçoamento da sua própria personalidade para ingressar neste batalhão e seguir nesta linha. Se assim fizerem, poderão dizer, sou irmão……
ARRUDA DA SÍRIA
PEGANUM HARMALA
Conheci a Arruda da Síria (Peganum Harmala) no final de um encontro em Campina Grande – Paraiba. Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre “Plantas de Poder” onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald. Nossas afinidades nos levaram a participar de uma colheita da “Raiz de Jurema” para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui efeitos semelhantes ao da Ayahuasca . Ela intensifica o efeito dos cogumelos e do DMT
Planta nativa da região do Mediterrâneo oriental, leste da Índia ,desertos do sul da Ásia e África, mas também tem sido encontrada selvagem em algumas partes do Texas-EUA
É uma planta perene que pode crescer até cerca de 0,8 m de altura, mas normalmente é cerca de 0,3 m de altura. As raízes da planta podem alcançar uma profundidade de até 6,1 m.
O uso comum para as sementes desta planta são para atuar como um inibidor da monoamina oxidase, ou IMAO. Esta inibição leva ao aumento dos níveis de substâncias químicas, como os neurotransmissores serotonina e dopamina.
Os alcalóides harmala são encontrados em uma variedade de plantas, a mais conhecida das quais é o cipó da Ayahuasca. A fonte mais concentrada de alcalóides de harmala é a semente da Peganum harmala, vulgarmente conhecida como Arruda da Síria.
Curiosidades:
Há relatos do uso de sementes de peganum para composição de uma poção de amor e uma teoria de que era a base para uma bebida considerada “dos imortais” nos tempos antigos.
Antes do Islamismo, a planta Harmala era adorado pelas comunidades que viviam ao longo das rotas de caravanas que o associavam com a divendade lunar Asfand
Conta-se que Leonardo da Vinci e Michelangelo usavam peganum pois seus poderes metafísicos abriam a visão criativa.
Na Pérsia antiga os seguidores de Zoroastro ingeriam o Haoma, bebida feira a partir de sementes de Arruda da Síria (Peganum Harmala). Ramos de arruda da Síria eram usados para aspergir água benta antes da missa,. Um herbalista grego sugeriu que a planta mágica que Hermes deu a Ulisses para defender-se contra a magia de Circe – pode ter sido a Arruda da Síria. É conhecido por ser usado como um potente afrodisíaco (no antigo Egito). Como para uso médico, ajuda contra a ousadia, dores período, vermes e piolhos.
Um apelido comum de Peganum harmala é “a ruína de plantas daninhas”, provavelmente porque a planta é geralmente encontrada em ruínas perto do Oriente Médio . Usada para conter plantas daninhas.
Na Turquia vagens secas da planta são amarradas e penduradas nas casas ou veículos para proteger contra o “mau olhado” e no Irã misturado com outros ingredientes – são queimadas, de modo a produzir uma luz, fumaça perfumada (incenso), usada como um purificador de ar e mente,
Alguns estudiosos afirmam que as sementes de peganum inspiraram os contos de magia dos tapetes voadores. As sementes eram usadas como um corante no processo de confecção de tapetes persas.
Aviso Peganum harmala se for misturado as com certos psicoativos ou determinados alimentos, pode causar-te dores de cabeça, vomitos, crises hipertensivas ou parada cardíaca, principalmente se os alimentos contém triptofano.
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CANNABIS
TRATA-SE DE UMA PLANTA GERADORA DE MUITAS POLÊMICAS ! PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL QUER PROIBIR, PARTE DESCRIMINALIZAR E OUTRA LIBERAR TOTALMENTE. QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?
A maior parte das divulgações de pesquisas feitas até hoje, foi com criminosos. Ela circula na ilegalidade. Até agora, pouco se divulgou a respeito de milhares de pessoas que a utilizam para fins relaxantes, espirituais, meditação, recreação, etc. Até porque existe medo na pesquisa. Já ouvimos até dizer: Fumei, mas não traguei !
Segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc – Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime O relatório revelou que a maconha foi utilizada por um número estimado de 162 milhões de pessoas ao menos uma vez em 2004, ou aproximadamente um quarto da população mundial com idades entre 15 e 64 anos. O documentou ressaltou ainda que o consumo continua aumentando.
Já há estudos desenvolvidos, como os do antropólogo Edward MacRae junto a grupos de indivíduos das camadas médias urbanas formalmente integradas à sociedade, que demonstram, que entre os milhares de usuários , há os que não são vagabundos e nem excluídos da sociedade. São pessoas comuns, que ajudam o próximo e não fazem mal a quem quer que seja. Você que está lendo deve conhecer algum. A grande polêmica é se um usuário precisa de ajuda e tratamento ou ser punido com prisão.
Foi pesquisado que entre os que usam, tem de tudo, tem um mundo. Milhares de usuários são trabalhadores, têm suas famílias, são responsáveis, pagam impostos, etc. Entre os usuários há Professores, terapeutas, médicos, advogados, policiais, executivos de empresas, esportistas, intelectuais, políticos, artistas, psicólogos, psiquiatras, e vai !
O maior problema da planta é o tráfico, que financia a criminalidade, o terrorismo. Que movimenta fortunas, aproxima os criminosos e drogas químicas, principalmente dos jovens que buscam, na verdade, estados diferentes de consciência. Há tempos atrás, a sociedade fazia dessas pessoas: criminosas. Acabavam sendo criminosos pois burlavam a lei assim como os criminosos que representam perigo para a sociedade. Tudo no mesmo mesmo saco !
Sabe-se que o trafico existe quando há proibição. Quanto mais aumentam os mecanismos de repressão, mais o tráfico se especializa e cresce. Foi esse o grande exemplo da lei seca americana. Temo que um dia o tráfico se sofistique tanto, se equipe tanto, que tome conta da situação. Os países investem fortunas combatendo o tráfico, estimulados pela lei proibicionista que nega o livre-arbítrio, quando poderiam investir esses valores em educação, saúde e para promover a paz.
A nova lei que chega ao Brasil , é um avanço na direção dos direitos humanos, tornando-a um caso de saúde e separando-a do tráfico. A Comissão Internacional de Controle de Narcóticos (INCB, na sigla em inglês) da ONU elogiou em seu relatório anual a iniciativa do sistema judicial brasileiro de se concentrar no combate aos traficantes de drogas e adotar penas alternativas para os usuários.
Toda a situação demonstra ainda faltar mais estudos, mais pesquisas, e principalmente mais consciência. Para ter “consciência” é preciso que primeiramente se tenha “ciência”, pesquisando, comparando, deixar de lado preconceitos e paixões, e a sociedade ter a coragem de enfrentar paradigmas, fazendo realmente um estudo fitoquímico e psicológico para ver a verdade e não para satisfazer um ponto de vista. Mostrar os prós e os contras para que possamos orientar melhor nossos jovens.
Os aspectos científicos cabem à ciência. Os sociais a Lei, e o que é de César…para César. Não venho aqui iniciar qualquer tipo de movimento, trago abaixo informações que todo o pesquisador de plantas conhece. Quero ressaltar que sou um combatente dos vícios (sejam de substâncias, plantas, comidas,medicamentos, trabalho, esportes, jogos, bebidas, religião, pessoas). Meu interesse com as plantas é espiritual, como todo o estudioso de xamanismo que se preza e não envolve vícios. Aprendi que as coisas de Deus não viciam, O vício não é uma coisa de Deus. Deus é liberdade ! Não concordo porém, com a atitude de“satanizar” plantas. Aprendemos no xamanismo que as plantas são obras de Deus, não podem nunca ser confundidas com drogas. Deus não faz drogas. A droga é uma criação humana. Deus criou um jardim de mistérios e maravilhas na sua infinita sabedoria. Que direito tem o homem de destruir uma espécie da Criação ? E que a Verdade Divina prevaleça.
A Canabis Sativa é original da Ásia, da qual também é extraído o haxixe e o kif. A planta é também citada no Velho Testamento, cantada e louvada por Salomão, que a chamava de kálamo (cânhamo) . No Brasil era utilizada pelos escravos africanos que conheciam suas propriedades. Sabe-se que ela é de uso de muitas tribos por lá, mas principalmente os pigmeus e zulus povos de Angola, Moçambique, Congo, etc., que a utilizavam ritualisticamente como uma “planta sagrada”.
Sabe-se que os indios brasileiros também usam, principalmente na região de Maranhão e Sergipe. Vamos a algumas possibilidades : os Tenetehara (os mais famosos no uso), Saterê-Mawé, Guajajara, Tukano, Macu, Tucuna, Mura…….Era muito difundida entre negros e caboclos que a chamavam também de : fumo-de-caboclo
Era utilizada para fins terapêuticos na China, como anestésico; também por africanos e asiáticos para aliviar tosses, dores de cabeça e cólica menstruais. Alguns pesquisadores afirmam que ela é eficiente em casos de anorexia, glaucoma, enxaqueca, hipertensão, asma e ataques cardíacos. Utilizada também pela medicina Ayurveda
Segundo o pesquisador Rowan Robinson, uma antiga história relata que Shiva brigou com sua família e se afastou nos campos, e devido ao sol intenso, foi abrigar-se debaixo de uma planta alta de cânhamo, e come alguma de suas folhas, e ela o revigorou tanto, que ele a adotou como alimento preferido, tornando-se conhecido como o ” Senhor do Bangue . O Bangue era históricamente associado a Kali, aspecto feminino de Shiva.
No budismo mahaiana, prossegue Rowan, reza uma lenda que Buda viveu de uma semente de cannabis por dia durante seis anos de disciplina, antes da sua iluminação. Os budistas tântricos do Himalaia, usam cannabis ritualmente para aprofundar sua meditação e elevar a consciência.
Há traços de sua utilização ritual nas mais diferentes crenças, no taoismo chines, judaísmo, em tradições japonesas, no movimento rastafari, e em diversas práticas xamânicas.
A cannabis sativa é uma Planta da Lua. É bom entender o ensino que a lua nos dá, também através de suas plantas. A Lua reflete o brilho do Sol, porém tem uma parte da lua que o sol não Ilumina, que alguns podem chamar de Lua Negra, ou Lilith. Eu prefiro chamar de sombra.A luz do xamanismo ensina que quando lida-se com uma planta da lua, é preciso saber o que é a sombra da planta, já que a luz é evidente. Por exemplo a dependência é uma parte sombria, que pode ser provocada pelo uso sem consciência de qualquer planta. A luz de uma Planta da Lua é evidente quando consumida como um sacramento, como um poder de Deus atuante através do Reino Vegetal, refletido pela força da lua, que pode trazer conforto, introspecção, expansão da consciência, concentração. Isso é para todas as Plantas da Lua. A energia é da donzela, da rainha e da anciã . Da mãe.
O Dr. Andrew Weil , bacharel em biologia pelo Harvard College e formado em medicina pela Harvard School, fez várias experiências controladas com cannabis em seres humanos. Para fazer seu trabalho também viajou muito pela América do Norte, América do Sul, África, para estudar a medicina indígena, plantas psicoativas , e estados alterados de consciência. O Dr Weil serviu como “Research Associate” em Etnofarmacologia do Museu Botânico, Universidade de Harvard, pesquisando plantas medicinais e psicoativas. Também foi Presidente do Instituto de Pesquisas de Plantas Benéficas, em Sausalito, Califórnia, instituição sem fins lucrativos, educacional e científica, dedicada à investigação do uso de plantas para melhorar a vida humana. Atualmente é conferencista da Divisão de Perspectivas Sociais da Medicina, no Colégio de Medicina da Universidade do Arizona. Também é Conselheiro de Bem-Estar no “Canyon Ranch Spa, em Tucson, Arizona, onde oferece aconselhamento individual sobre medicina preventiva e alternativa, cuidados pessoais em medicina, e vícios. Trabalhou também no Instituto de Saúde Mental em Washington, serviu o exército no serviço de Saúde Pública, estudou na reserva índia dos Dakotas do Sul e escreveu o livro editado aqui no Brasil pela Ed. Ground ” Drogas e Estados Superiores de Consciência e outros.
Dado o currículo, sinto que não se trata de um curioso, ou alguém que tem uma “ideia fixa” tanto para a repressão como para a liberalização. Os resultados do trabalho do Dr. Weil foram publicados em importantes jornais científicos, e muitos de seus textos chegaram a ser publicados em cobertura de primeira página do New York Times. Veja alguns de seus depoimentos :
“As conclusões que cheguei eram sensatas, mas não apoiavam a visão da droga (maconha), como uma ameaça direta à saúde mental. É muito menos ameaçadora do que o álcool. Publiquei minhas descobertas na crença ingênua de que uma informação honesta sobre o assunto ajudaria a resolver o acre debate que estava destruindo famílias e cidades. Pela primeira vez na minha vida descobri que dizer a verdade poderia me deixar em dificuldades. Meus empregadores não queriam que o povo soubesse o que eu tinha descoberto sobre a maconha, e ressentiam-se de toda a atenção que a obra que publiquei continua a merecer.
Ao fim da primeira metade do que deveria ser um breve período de dois anos como funcionário público federal e oficial comissionado, minha vida profissional em Washington se tornara intolerável. Fui rotulado como rebelde e elemento perturbador, fui proibido de fazer qualquer trabalho relacionado com a maconha ou outras drogas, e recebi ordem para trabalhar no hospital federal do vício em Lexington, Kentucky, na enfermaria de viciados em heroína. Recusei-me a ir. Eventualmente, demiti-me e foi-me negado crédito militar pelo ano que servi. Requeri dispensa por objeção de consciência, mas declarei que não faria qualquer serviço alternativo para um sistema que para mim parecia comprometido com a desonestidade.
Meu primeiro ato como ex-funcionário do governo dos EUA foi ir para uma reserva índia de Dakota do Sul para estudar com um curandeiro Sioux. Queria aprender com ele sobre ervas medicinais e maneiras de alterar a consciência .
Ninguém em 1971 previa a epidemia de uso de cocaína que agora prevalece, por exemplo, ou entendia o vício do cigarro como o mais difícil de vencer e o nosso mais sério problema de saúde pública. Poucas pessoas acreditavam que os tratamentos médicos alternativos se tornariam populares como agora, ou que o estudo científico das interações corpo-mente se tornariam respeitáveis. Ninguém sabia das endorfinas, as moléculas semelhantes à morfina que são produzidas em todo o cérebro humano, que servem como o nosso narcótico interno.
Ao longo desses anos receei muitos comentários de leitores de meus livros. Mais freqüentemente, os leitores me dizem que o livro exprime idéias que eles mesmos tiveram e os fez se sentirem melhor consigo mesmos, especificamente sobre seu interesse em experimentar outras formas de consciência, que aprenderam considerar como anormal ou insalubre. Estes comentários revelam a carga imposta às pessoas por nossa cultura em seu fracasso de chegar a termos com a necessidade humana de variações da experiência consciente.”
A raiz do problema da droga é o fracasso de nossa cultura em satisfazer uma necessidade humana básica. Uma vez que reconheçamos a importância e o valor de outros estados de consciência, podemos começar a ensinar as pessoas, particularmente os jovens, como satisfazer suas necessidades sem drogas. Acredito que não podemos conhecer a realidade diretamente através da atividade intelectual. Ao invés, construímos modelos ou paradigmas da realidade através dos quais interpretamos e derivamos sentido de nossa experiência. Fala-se muito em nossos dias de “deslocamento de paradigmas e conflitos entre proponentes de modelos alternativos em muitos campos da atividade humana, da Física à Medicina, até as ciências sociais. Os modelos alternativos não estão nem certos nem errados, são apenas mais úteis ou menos úteis para operarmos bem no mundo e descobrir mais e melhores opções para resolver problemas.
Mais informações :
Entrevista do Dr. Drauzio Varella com Dr. Elisaldo Carlini é médico psicofarmacologista e trabalha no CEBRID, Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas, e é professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.
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COCA
Quero compartilhar um pouco do que aprendí com esta planta fabulosa a Erythroxylon Coca – La Cocamama.
Não pode se confundida com a droga cocaína. No Perú ela é considerada a síntese das Plantas de Poder. Suas folhas até hoje são utilizadas para leitura de um oráculo, por aqueles que tem esse conhecimento. Tanto no Perú, como na Bolívia ( Ipadu) ela tem até hoje uma grande importância como chá, para dores de estômago, cólicas, disturbios digestivos, para facilitar a digestão, normalizar a pressão, problemas de pele, do aparelho respiratório, da circulação, enjôos, fadiga na laringe.
Também era utilizada para diminuir o apetite. Os incas ao subirem as montanhas, as vezes ficavam dias sem comer, sómente mascando folhas, que tiravam a fome e lhe davam mais energia.
Utilizada também como antidepressivo, e como coadjuvante no tratamento de diabetes (regula o metabolismo). Outras indicações terapeuticas estudadas : acalma inflamações, fortalece ossos fraturados, para tirar o frio do corpo, o pó das sementes tem bons efeitos no sistema nervoso, como fortificante.
No início do Imperio Inca, eles não conheciam a coca, era um conhecimento indígena. Apenas a Família Imperial fazia uso. A Planta Sagrada, era de uso restrito ao filhos de Inti ( Sol ). Pouco a pouco ela foi se popularizando. Eram levadas em bolsinhas medicinais juntamente com a lifta ( resina que é utlizada para melhor extrair os princípios das folhas).As sacerdotizas utilizavam como instrumento uma haste que na ponta tinha um beija-flor.Com o bico extraia-se a lifta para ser juntada às folhas.
O velho hábito de mascar coca continua até hoje, principalmente entre os índios, que as usam para afastar maus espíritos e para gerar sonhos.
Ao Deus Inti, divindade suprema, foi consagrado o arbusto da coca, e suas folhas são oferecidas nos rituais e cerimônias.
Em todas as consagrações aos deuses incas, as pessoas levavam em suas bocas as folhas de coca. Eles queimavam folhas para predizer o futuro, jogavam no chão para evocar Viracocha. Os sacerdotes as mascavam para abrir portas do mundo profundo. Introduziam folhas de coca na boca dos mortos, para preservá-los de perigos espirituais, assim como nas sepulturas.
As folhas de coca também eram usadas nos ritos de passagem dos filhos do rei.
No Perú havia um Templo da Coca, onde consagrava-se La Cocamama, a entidade espiritual das folhas de Coca.
Em Cuzco tive uma experiência gratificante com Edwin Flores ou Küichy. Fomos até o Templo da Serpente para fazermos uma meditação com as fôlhas de coca.
A Coca é considerada para muitos peruanos como a síntese das plantas de poder. Os incas a mascavam para suportar grandes altitudes, para matar a fome, além de possuir propriedades terapêutica\s.
Conta-se que Machu Pichu tem-na em seu nome: pichu= ato de mascar a coca., muito embora dá-se o significado de “Cidade da Paz”.
Alguns peruanos dizem que se não existisse a Coca, não existiria o Perú.
Não havia entre os Incas nenhum ritual em que não estivessem presentes as folhas de Coca. A Coca era oferecida aos deuses, usada para a fins oraculares como as cartas de tarô, pulverizada para estancar feridas e para hematomas.
Segundo Küichy: as folhas são mascadas com a nossa mente, nós deixamos que o líquido se escorra por nossas almas.
As folhas são mascadas, juntamente com uma resina chamada lifta.
As sacerdotizas constumavam andar com um instrumento de poder, como uma varinha de mago, confeccionada em prata ou cobre com um beija-flor na extremidade. Através do bico do beija-flor, a lifta era extraída, juntando-se às folhas que serão mascadas.
Küichy começou a cerimônia com os maços de coca enrolados com a lifta, dizendo que antes precisamos acalentar as folhas ( soprar suavemente as folhas ) depois prosseguiu saudando as quatro direções ( pontos cardeais ), pedindo que repetisse junto com ele :
– Apu Inti ! ( de frente para o leste, saudando o Sol )
– Apu Pacha Mama ! ( saudando ao sul a Mãe Terra )
– Apú Huaira ! ( saudando ao oeste )
– Apú Uno ! ( saudando o norte )
Em poucas palavras, sentí uma vibração violeta. A enrgia é Sútil, traz insight´s, desde que conservemos o silêncio na mente. Ficaria horas e horas em contemplação.
A folha de coca, foi para mim, um aprendizado de interiorização, produzindo um bem estar e despreocupação com o tempo. Foi a religação de algo muito profundo, mas extremamente sutíl. Uma energia feminina, ligada ao masculino ( Sol ) inspirando criatividade, o amor, levando-me a prestar bastante atenção nas belezas da criação.
Quando os conquistadores espanhóis, sob comando de Pizarro, invadiram o Perú, eles queimaram as plantações de coca não respeitando seus fundamentos sagrados. Pizarro mandou queimar o templo da Cocamama, e as plantações, pois observou que isso iria destronar a moral do povo. E foi aí que : ATENÇÃO
Dizem que no momento em que as folhas iam sendo destruídas, os sacerdotes incas, fizeram a seguinte maldição :
– Assim como os brancos estão destruindo as folhas de coca, um dia as folhas de coca irão destruir os homens brancos ! (Através das folhas de Coca, e que se produz o veneno chamado cocaína, que mata, destroi e corrompe . Uma maldicão peruana, que tem acabado com pessoas e famílias. Essa sim uma verdadeira droga.
Deus não faz drogas, faz plantas. Quem faz as drogas são os homens
Comentários de Menkaiká :
” O ato de mascar coca se chama picchar , e a llipt’a é como uma pasta de cor escura, se não me engano feita com cinza de plantas como a quínoa, que usada junto com as folhas extrai melhor as propriedades da planta(caroteno, ferro, cálcio). Achados arqueológicos mostram vestígios de uso das folhas de coca há 2 mil anos a.c.
A coca para os andinos não é considerada droga, pois para eles droga é o que o homem produziu com suas próprias mãos usando uma dádiva da Mãe Terra. Os efeitos medicinais da folha da coca são como de um estimulante, além de melhorar o metabolismo, mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de cabeça, tirar a fome e ajudar em problemas estomacais. Por ser estimulante e revigorante, as folhas de coca são mastigadas pelos camponeses com o propósito de recarga das energias no duro trabalho empreendido nos campos e nas altitudes.
Os Pagos, sacerdotes andinos, usam uma chuspa, uma bolsinha de tecido ou de pele de lhama para carregar as folhas de coca. Fazem adivinhação através das folhas e também oferendas. A principal oferenda ritual chama-se k’intu que compreende em 3 folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três), sendo que a maior folha é dedicada aos Apus, espíritos da natureza protetores representados nas montanhas e picos andinos. A segunda folha, mediana, é dedicada à Pachamama, mãe terra, nutridora, provedora da vida. E a terceira folha, de menor tamanho, representa a humanidade.
Os Apus (que em quéchua significa “Senhores”) são respeitados e invocados nos rituais. Entre os eles estão: Apu Salcantay, Apu Ausangate, Apu Willkamayu, Apu Sawasiray, Verônica, Putukusi, Machu Picchu, Huayna Picchu, entre outros.
As folhas de coca também podem ser usadas para troca, para retribuir serviços, como sinal de amizade.
É interessante observar, para quem já teve a oportunidade, as relações interpessoais que se estabelecem através do ato de compartilhar a coca para a mastigação. Esse ato chama-se hallpay. Me marcou muito certa vez que tive a oportunidade de compartilhar com uma senhora campesina. Eu estava em Q’enqo, numa tarde de sol, lendo, quando passa por mim há alguns metros uma senhora campesina com seus animais. Ela acomodou-se entre as pedras para descansar. Eu estava encantada com as pequenas ovelhas e me aproximei oferecendo à senhora algumas folhas de coca. Por um momento compartilhamos em silêncio enquanto mascávamos a coca, mas esse ato silencioso foi suficiente para que conectássemos a nossa energia de algum modo através da mastigação. Depois conversamos sobre os animais e ela agradeceu as folhas. Essa é uma situação simples, mas um simples ato de compartilhar nos aproximou. Em cada lugar que vamos é muito bonito o ato de oferecernos a coca, é como compartilhar algo sagrado.
A coca é a mais linda oferenda que se pode fazer à nossa Pachamama. “
” No coqueo por vicio Ni tampoco poe el juicio %BR
Sino por el beneficio “
A coca é uma planta da família das Erythroxyles, indígena do Peru (Erythoxylon coca). Ao arbusto conhecido por este nome, os peruanos chamam “ipatú”, podendo atingir de 1 a 3 metros de altura. Uma casca esbranquiçada cobre toda a sua haste. As flores são pequenas e amarelas e o fruto vermelho, oblongo e carnoso.
Em estado selvagem abunda nos Andes até dois mil metros de altura. Os incas exaltavam excessivamente este arbusto e utilizavam-lhe a folha como moeda. Na antiga Colômbia, os sacerdotes do Sol mastigavam e queimavam folhas de coca em honra a divindades.
Os peruanos e bolivianos mascam as folhas, depois do que, dizem, podem resistir não só a maiores fadigas e ao sono, como também aos jejuns prolongados.
Entre os habitantes do vale Calchaqui, na Argentina, achava-se muito arraigado o costume de “coquear”, isto é, mascar folhas de coca.
Os peões não empreendiam trabalho algum sem fazer préviamente seu acullico, que é o mesmo que por na boca uma certa quantidade de folhas de coca, as quais misturam llifta.
A coca já cumpriu e ainda cumpre, um grande papel em todas as práticas religiosas e supersticiosas dos peruanos. Por exemplo, quando estão para empreender uma viagem ou um negócio, recorrem a coca do seguinte modo: molham com saliva a folha inteira e a pegam à ponta do nariz; logo dão um sopro forte e olham para o lado que caiu, se para a direita, é sorte, se para esquerda é sinal de desgraça. Raras vezes empreendem algo, se a coca lhe anunciou má sorte.
Antes de empreender qualquer negócio, oferecem coca a Pachamama, a Mãe dos cerros. Quando vão a caça, o caçador faz um buraco no chão, à beira do mato, onde todos depositam uma oferenda de coca, invocando a Pachamama para que lhes seja propícia a caça.
Em viagens pelas montanhas notam-se nas vertentes certos montinhos de pedra em que se encontram folhas de coca, que se sabe, foram ali atiradas pelos viajantes. A estes certos montinhos chamam “Apachetas” e raro é o viajante que lá passa e não tire da boca a folha que mascava, para depositá-la na Apacheta.
Esta cerimônia que tem por fim propiciar-se uma feliz viagem, encontrava-se também entre o povo guarani do Paraguai. Ali, se tinham cristianizados, formavam-se sempre ao pé de uma cruz montinhos que orlavam os caminhos e debaixo dos quais havia um enterrado.
Para os indígenas aymaras e quechuas, a folha da coca é sagrada, como a hóstia dos cristãos. É utilizada em cerimônias sociais e rituais.
Uma lenda nos conta que o Deus do Sol disse ao sacerdote Khana Chuyma:”Sobe esta montanha e encontrarás uma pequena planta com grande poder. Guarda suas folhas com amor e usa-a quando doer teu coração, ou quando tua carne sentir fome e tua mente estiver obscura.Mas quando o conquistador branco a tocar, encontrará veneno para seu corpo e loucura para sua mente.”
A folha de coca contém 0,5% de um produto anestesiante chamado cocaína. A partir do século XIX, os cientistas conseguiram sintetizar a cocaína da coca. Em um primeiro momento, ela foi utilizada por suas propriedades anestésicas. Mas, a partir de 1914, o cocaína foi definida como “droga perigosa” e proibida. Nos anos 60, após a guerra do Vietnam ressurgiu como uma droga popular. A demanda cresceu e a “máfia da droga” entrou em cena.
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COGUMELOS Mágicos
Os cogumelos não são considerados plantas pela ciência, não têm clorofila. Porém na visão xamânica “de tudo o que está plantado” sim. Os cogumelos enteógenos, têm sido de grande importância em várias cerimônias religiosas.
O texto abaixo é extraído do livro Retorno à Cultura Arcaica (Nova Era)de Terence Mckenna, um xamã e botãnico, que viveu no Hawai, onde reproduzia o cogumelo em seu laborátorio de plantas de poder :
” Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de adivinhação e indução do êxtase xamanista. Pretendo demonstrar que a interação entre homens e os cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual pelo menos uma das partes consegue atingir níveis culturais mais elevados.
O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o surgimento das formas culturais peculiares ao Homo Sapiens. ‘
Há um fator oculto na evolução dos seres humanos que não é nem o elo perdido nem a finalidade imposta pelos céus. Minha teoria é que esse fator oculto na evolução dos seres humanos e que teve à tona a consciência humana em um primata bípede dotado de visão binocular tem a ver com um laço de realimentação com alucinógenos vegetais.
Trata-se de uma noção que ainda não foi amplamente explorada, em bora uma forma muito conservadora dela apareça em Soma: de R. Gordon Wasson. Ainda que ainda não comente o surgimento da natureza humana nos primatas, Wasson sugere que os cogumelos alucinógenos foram o agente causal do aparecimento de seres humanos espiritualmente conscientes e da gênese da religião. “
Composição :
A ausência de clorofila impede os cogumelos de se alimentarem utilizando a energiaa solar, o que impele a espécie a desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas em outros animais e plantas ou habitando materia em decomposição. Os fungos também agem quimicamente no ar, de forma diferente das plantas com clorofila, eles aborvem o oxigênio e exalam ácido carbônico, agindo nesse ponro da mesma forma que os animais, aos quais se assemelham em composição química.
No continente americano há o Stropharia Cubensis; que nasce no estrume do zebu. Segundo Sangirardi Jr, essa espécie de fungo tem sido empregada na América Central desde muito antes da chegada dos espanhóis que trouxeram o gado bovino. Para ele, poderiam proliferar no estrume do búfalo americano e do gamo, animais considerados sagrados pelos maias.
Este Cogumelo é muito conhecido aqui no Brasil, notamente em regiões de pasto de gado.Seu princípio ativo é a psilocibina, a parte inferior do chápéu é escura e sua cor é um tom dourado escuro
Terence Mackenna, um xamã e botânico que morava no Hawai, em seu livro : ” Aluninações Reais”, conta como consegue reproduzir o cogumelo, no seu laboratório de plantas de poder, afirmou :
– A psilocibina está intimamente ligada com a serotonina. A serotonina torna possívei ao cogumelo as funções cerebrais do universo mental.
O mais interessante é como nasce o cogumelo. Imagine agora um zebu pastando. As plantas ingeridas vão para aquela bio-máquina, que é o seu processo digestivo, e vira depois estrume. Depositado o estume na terra, fica por conta do Universo. Vem a chuva irrigando o estrume, e em seguida o Sol com seus raios dourados, energizando.Desta alquimia natural, nasce o cogumelo.
Numa das vezes que ingerí o cogumelo, dentro de um ritual xamânico, estabelecí contato com um ser, que intuí ser o elemental . Tive a visão de um elemental bastante gordo, cheio de barrigas, bonachão, bastante sorridente, passando-me que possuia os registros da Mãe-Terra e das manifestações da natureza.
Sentí uma profunda conexão com a natureza, podia observar as mais sutís formas de vegetação, e tive a compreensão que esta planta não pode ser ingerida em centros urbanos. Dizem os erveiros que os cogumelos não devem ser tomados de forma sistemática. Eles dizem que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra. Um mateiro explicou-me a utilização da seguinte maneira:
– ” Tá vendo aquele cogumelo lá ? ( referindo a um cogumelo de outra espécie). Aquele a gente não come, porque faz mal. Aquele outro às vezes a gente usa prá botar numa salada. E este ( referindo-se ao stropharya), este é o seguinte : As vezes a gente tá com a cabeça cheia de problemas, e não consegue arrumar as idéias. Então, a gente come este que é prá entendê como resolvê “.
Alguns que estudam botânica mágica, acreditam que este cogumelo veio de Órion. Se o cogumelo veio de outro planeta, não posso afirmar, porém parece que ao ingerí-lo estabelecí uma conexão com algo que não era deste planeta.
Suas visões são bastantes fortes, não sentí o tempo passar, não sentí fome. Quando tocava maracás, eu via labaredas de fogo, saindo dos mesmos. A acuidade auditiva e visual, foi bem amplificada, e nessa vivência, recebí um insigth, que proporcionou uma grande transformação em minha vida.
AMANITA MUSCARIA
Outro famoso é o Amanita Muscária, que tem sido empregado há mais de 6.000 anos, por xamãs siberianos, um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais.
A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da humanidade).
Essa planta contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.
Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.
Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de um jogo de símbolos.
Alguns pesquisadores afirmam que ele é o próprio Soma, dos Vedas.
Soma era mais do que uma planta, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo.
O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.
Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por muitos anos.
Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.
O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll em “Alice no País das Maravilhas” Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?
Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas, artrites.
A amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.
Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.
O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.
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UMA HISTÓRIA DE NATAL
Natal sempre marca o solstício de inverno (hemisfério norte). É nesse período que os xamãs, até hoje, realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.
Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a “Árvore do Mundo”. Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos? Partimos da crença de que a lenda do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.
As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.
Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam. Alguns caçadores davam pedaços de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do enteógeno, os efeitos passariam para quem comesse a sua carne.
Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população. Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.
Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram amanita.
A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.
Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens estáticas (jornadas xamânicas) aos mundos profundos (transe) por um trenó de renas.
Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas
Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.
O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no xamanismo. O que acham ? Coincidência?
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Uma Lenda Siberiana
Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura:
Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.
O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força.
Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas – os espíritos do wapaq – apareceram: tinham chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve.
Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.
A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina.
Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin – plantas dos deuses.
TEONANÁCATL
Os Maias usavam o Teonanácatl ou “Carne de Deus” (Psilocybe Mexicana).
O primeiro registro do consumo do cogumelo Psilocybe, data de 1502, durante a coração do imperador Montezuma.
Pesquisadores da psilocibina, acreditam que ela abre uma porta para o subconsciente, permitindo que o mundo consciente seja encarado de uma perspectiva diferente.
Conhecido como a ” Carne De Deus ” é o cogumelo milenar dos índios mexicanos. Os Cogumelos Sagrados do México, têm como princípio ativo a psilocibina e a psilocina.
Maria Sabina :
“Há um mundo além do nosso, um mundo que , próximo, e invisível. E há onde o deus vive, onde o inoperantes vivem, os espíritos e os santos, um mundo onde tudo tem acontecido e tudo é sabido.
Esse mundo fala. Tem uma línguagem própria. Eu relato o que diz. O cogumelo sagrado faz exame, me pega pela mão e traz-me ao mundo onde tudo é sabido. É eles, os cogumelos sagrados, que falam em uma maneira que eu posso compreender. Eu pergunto-lhes e eles me respondem. “
Quando eu retorno da viagem que eu fiz, tiro a prova com ele, eu digo o que ele me disse e o que me mostrou.”
Maria Sabina, curandera legendária Mazateca “A Sábia dos Cogumelos Sagrados”Oaxaca, México, realizava o ritual chamado “Velada”, que consiste em consumir ritualmente os cogumelos juntamente com os participantes, apresentando ao xamã os problemas para serem resolvidos, as dúvidas que afligem, perguntas para serem respondidas.
Essas respostas não são dadas pelo xamã e sim pelo Teonanácatl.
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DATURA
Datura é um nome genérico que abrange várias várias espécies.
A mais conhecida é a Datura Stramonium. No Brasil é conhecida como Trombeteira, Lírio. No Perú é também conhecida como Floripôndio ou Tóe.
É utilizada desde a antiguidade, citada até na obra de Homero “Odisséia” . Conta que Ulisses chegou à ilha habitada pela ninfa Circe, esta deu de beber à tripulação uma poção, para que os marujos pudessem esquecer de sua terra natal.
Na Idade Média, a Datura compunha várias poções e ungüentos de feiticeiras. Conta-se que a pasta de Datura que as bruxas medievais aplicavam um unguento de Datura em várias partes do corpo, incluindo a genitália e o ânus, para produzir a sensação de estarem voando em suas vassouras.
Lu Gomes e Roberto Navarro (Planeta) descrevemque a imagem da bruxa voando na vassoura é considerada o estereótipo de um tipo específico de feiticeira medieval que se utilizava principalmente da Datura Stramonium. Talvez por isso a planta tenha sido apelidade de “erva do demônioe cizania.
A datura também era usada por motivos religiosos pelos índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada do colonizador branco.
Segundo Sangiradi Jr. …”planta sagrada dos Zunis, índios da cultura pueblo, o estramônio (a’neglakya) pertence aos sacerdotes da chuva e aos chefes de certas fraternidades religiosas. Somente o xamã pode colher esta erva. Ingerida, leva ao estado de transe que permite ouvir as vozes dos pássaros, curar e adivinhar. Também é usada pelos médicos-feiticeiros como tópico, em ferimentos e contusões.
Schhultes diz que os índios do nordeste dos Estados Unidos fazem uso limitado, mas o estramônio é o principal ingrediente do Wysoccan, bebido pelos algonkins, leste dos Estados Unidos, antes de um rito de passagem, em que se processa a iniciação dos adolescentes.
Também utilizada por índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada da colonização. Os componentes da planta são extremamente potentes e perigosos.
Don Juan, no livro “A Erva do Diabo” de Carlos Castañeda :
“– A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro”.
A ingestão de sementes de datura eram parte de umm rito de passagem feitos por jovens da tribo huichol. Eles retornam do delírio sem a memória de sua mãe, como se nascessem do nada, do vazio. As folhas secas de datura eram fumadas para combater os efeitos da asma.
O nome Datura, a sua denominação genérica, é a partir do Hindu Dhatura (dhat = a essência eterna (de Deus)), que foi derivada do sânscrito nome D’hastura.
SegundoSangirardi Jr
“…a intoxicação produzida pela droga tem dua fases opostas: a uma exaltada agitação segue-se o sono profundo e inquieto. Os sintomas são provocados por dois alcalóides do grupo tropano, que atua sobre os sistemas nervosos periférico e central. Esses dois alcalóides, dos quais a atropina é um composto racêmico, são: escopolamina (histocina), o principal e hiosciamina.
Floripondio – A Datura dos Andes
Datura arborea ( Brugmância arborea) Flores de corola branca, por vezes amarelada com 15 a 18 cm de comprimento.
No preparo da bebida mágica, raspa-se a casca do tronco, que é espremida numa cabaça. A dose média é aproximadamente um copo comum (200ml), o suficiente para provocar as duasclasicas etapas da embriaguez com esse tipo de substâncias : exaltação furiosa e depressão com sono comatoso.
Reinburg observou que, entre os zaparos, a issioma é reservada aos homens e constitui, quase sempre, uma bebida de prova para aspirantes de xamã.
Para os jivaros, a maikoa é beberagem dos guerreiros, que consultam os espíritos antes de partirem em expedição. Tem outros usos ainda como para o marido traido saber quem é o sedutor da esposa
Kastern menciona a grande festa do tsantsá, em que os guerreiros, na floresta, tomam uma bebedeira profética. Na rgande festa em honra do tambor sagrado, os mais velhos tomam maikoa e no dia seguinte, interpretam os próprios sonhos.
Seja qual for o tipo de datura, quantidades excessivas ou uso prolongado podem levar a convulsões, coma, danos permanentes no cerebro. Os seus alcaloides são extremamente potentes e perigosos.
Lewin, descrevendo os sintomas físicos e psíquicos provocados pela datura, mostra a preponderância de violencia insanidade e tendência de cometer desatinos.”Mais graves, diz o toxicologista alemão, eram os efeitos provocados pelos fanáticos religiosos, os taumaturgos, os magos, os sacerdotes e charlatães que, ao longo das cerimõnias cultuais, faziam fosse aspirada a fumaça daq planta atirada sobre um braseiro.
A titulo de curiosidade, diz Sangirardi Jr, vale menscionar que os negros escravos do Brasil preparavam o chamado amansa-senhor, com plantas tóxicas, entre as quais as raízes pulverizadas do estramônio. Servida pela mucama ou pelo pajem, misturada com alimentos líquidos, a planta levafva a vitima à demência ou as portas da morte.
Entre nós o estramonio tekm vários empregos na medicina popular, notadamente contra asma e coqueluche. Contra a asma fuman-se as folhas secas, que muitos compram nos hervanários, de onde a advertência de Hoehne:
“*As pessoas que as adquirem ignorando o modo de usar, preparam chás das mesmas e assim se envenenam.
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IBOGA
Afrique
Aterrizei no aeroporto de Yaounde, capital dos Camarões, com o objetivo de coletar dados sobre uma misteriosa raiz africana a qual se atribui fortes propriedades terapêuticas. A primeira sensação, o bafo quente e pegajoso, é de familiaridade. Os pagne, roupas tradicionais usadas pelos negros, fazem-nos sentir por um momento em Salvador… mas logo se percebe que não é bem “a mesma coisa”. Bastam poucas horas para que todas os nossos referencias conceituais fiquem suspensas no ar. Para o forasteiro, não existe nenhuma coerência ou ordem estética. Não há ruas nem endereços; o trânsito é cada um por si. Música 24 horas por dia. Homens passeiam (sem malícia) de mãos dadas pelas ruas. Ao andar pela “cidade”, medem, mexem e tocam em você. Como branca, dá vontade de ser invisível.
É difícil não se chocar na África, ficar imune. De repente, parece que acordamos de um sonho: existe sob os nossos olhos um continente todo pulsando e expandindo-se com sua pobreza sem precedentes. Em meio a este cenário, mil modelos de bonitos e criativos penteados enfeitiçam e contagiam o turista com uma sensação de uma alegria poderosa, encerrando simbolicamente a força de um povo.
A Iboga (1)
Não foi difícil achar o primeiro pé da tal planta. Trata-se de uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. 650 destas já foram identificadas na África Central. A que tem mais interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada sobretudo na região dos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo, Angola e Guinea Equatorial. O arbusto cresce em áreas de floresta tropical, solos pantanosos ou savanas molhadas. Ela floresce e produz frutos durante todo o ano. O seu principal alcalóide – leia-se: princípio ativo – é a ibogaína, extraída da casca da raiz e que representa 90% dos 30 alcalóides encontrados nas raízes desta espécie. A iboga pertence a família dos alucinógenos clássicos, entre eles o peyote, os cogumelos, a ayahuasca e o LSD.
Acredita-se que os pigmeus tenham descoberto a iboga em tempos imemoriais. Até hoje estas populações a utilizam em ritos nos quais dificilmente admitem a participação de brancos. Segundo os escritos de um especialista nesta planta, o italiano Giorgio Samorini, algumas espécies de animais, entre as quais os mandris e javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. É provável que os pigmeus tenham descoberto as propriedades alucinógenas da iboga observado o comportamento curioso destes animais.
Em 1901 a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícias de que ela teria sido usada no ocidente desde do início do século no tratamento de gripe, doenças infecciosas, neurastemia e doenças relacionadas ao sono.
Em 1962, Howard Lotsof, um jovem viciado em heroína em busca de uma nova droga, acaba descobrindo a iboga. Após uma viagem de 36 horas, relata que perdeu totalmente o desejo de consumir heroína e não sentiu nenhum sintoma de abstinência. Administrou a substância a sete amigos também viciados, e em cinco casos o resultado foi o mesmo.
Em 1983 Lostsof reportou as propriedades anti-aditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, afetamina, etanol e nicotina. Fundou o International Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma famacoterapia experimental que faz uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito dura dois dias, haveria uma atenuação severa ou completa dos sintomas de abstinência, permitindo que o dependente se desintoxique sem dor. Em segundo lugar, uma retirada ou perda do desejo de consumir drogas por um período mais ou menos longo de tempo.
Os rituais de iniciação da tradição do Bouiti (2)
Atualmente a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do Bouiti na Guinea Equatorial, Camarões e sobretudo no Gabão, onde membros importantes das hierarquias políticas e militares do país são adeptos. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também atribui-se propriedades medicinais às folhas, a casca do tronco e a raiz. No Gabão, a raiz e a casa da raiz são encontradas facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. Existe aí uma ONG dedicada inteiramente a iboga. Se mantida a tendência atual, a coleta da espécie selvagem está colocando-a em risco de extinção. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas. Ela é empregada no tratamentos da depressão, picada de cobra, impotência masculina, esterilidade feminina, AIDS e também como estimulante e afrodisíaco. Na crença dos curandeiros locais, é eficaz também sobre as “doenças místicas”, como é o caso da possessão.
Tonye Mahop, pesquisador do Jardim Botânico de Limbe, conta que “existem vários registros de cura da dependência de cigarro, de mganga (marijuana africana) e de fofo (um álcool local concentrado, feito de vinha de palmeira) com a iboga nos cultos do Bouiti. O problema é que os informantes não contam bem como preparam e usam a planta, tem uma parte do conhecimento que fica sempre em segredo”.
Existem dois tipos de Bouiti: o tradicional (que rejeita o cristianismo) e o sincrético, o mais difundido. O primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado por sua vez ao Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Estes grupos elaboraram durante o século XIX um culto dos mortos, o Bouiti tradicional. O Bouiti sincrético ou Fang foi elaborado na época da primeira guerra mundial. Ele é produto de influências do Bouiti tradicional; do culto ancestral tradicional dos Fang, o Bieri (que utilizava uma outra planta alucinógena), e da evangelização cristã, sobretudo católica. Atualmente há nove ramas do Bouiti. Existe um outro culto que utiliza a ioga, o Abri, até hoje pouquíssimo estudado. Este é comandado por mulheres e se dedica ao tratamento de doenças com ioga e outras plantas medicinais.
Abada Mangue Clavina é presidente da Associação Bombo Ima et Bandeei (ASSOKOBINAC) dos Camarões e líder de uma igreja Bouiti Dissumba Mono Bata em Yaounde, cuja base é o núcleo familiar composto por suas duas mulheres e 10 filhos. Há prières todos os sábados. De acordo com ele, existe um tratamento específico para a tóxico-dependência com o uso da iboga, que dura dois ou três dias, dependendo do paciente e da gravidade do problema. São ministradas duas, três ou quatro colheres de café (4 a 8 g) de um pó da casca da raiz (essa é raspada e picada). A “iboga purifica o sangue. Temos obtido sucesso em 100% dos casos”. Os casos mais difíceis podem exigir a realização de iniciação, que tem como custo 200.000 mil francos centro africanos (CFA) em oposição aos 50 mil empregados no tratamento ordinário.[3]
A iniciação dura três dias. Na abertura, o candidato confessa todos os seus pecados e toma um banho ritual. Este momento clímax da vida do bouitisita é marcado pela ingestão em jejum de uma enorme quantidade de eboka (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.
A iniciação tem como objetivo produzir um coma induzido – os estudiosos ainda não conseguiram definir com precisão o tempo de duração deste. De acordo com os praticantes, em algum momento o espírito sai do corpo e viaja para o plano da criação, para o “lado de lá”, isto é, visita o mundo dos mortos. Pode receber revelações, curas ou se comunicar com os seus ancestrais. A citar, a “harpa sagrada”, orienta a viagem e traz o espírito de volta para o corpo. Terminada a cerimônia, o sujeito, renascido com uma nova identidade – Bandzi, ‘aquele que comeu’ – deve relatar detalhadamente as suas visões e experiências. A diferença do ritual Bouiti com outros rituais de passagem tradicionalmente estudados pelos antropólogos, é que neste caso, a morte é quase real (e não metafórica ou simbólica), pois explora-se o limite concreto entre vida e morte.
A curandeira Nanga Nga Owono Justine, iniciada há 25 anos na rama Dissumba do Bouiti, explica: “A Eboka é uma ciência que corrige. Ela é como uma porta que se abre somente quando uma pessoa morre. Os negros tiveram a fortuna através da Eboka de visitar o lugar para onde iremos quando morreremos, só que antes de morrer – é uma ocasião de se transformar.” Sua mãe, a anciã Bilbang Nga Owono Christine, acrescenta: “para se curar você tem que estar convencido, é você mesmo que se cura. Precisa da intenção, da eboka e da fé em Deus, que é o maestro de tudo”. Lembrando a sua própria iniciação, época em que tinha uma “doença nos olhos”, contou que “uma estrela me guiou até um hospital no lado de lá, onde eu fui operada dos olhos. Vi o meu espírito saindo do meu corpo e os médicos me operando. Voltei curada”.
Podem ocorrer morte nos rituais de iniciação do Bouiti. Segundo Calvin, isto pode acontecer devido a diversos fatores. Um deles é a incompetência ou falta de capacidade do guerriseur. Outro é que a eboka não pode ser administrada para um doente que esteja demasiado debilitado fisicamente. Finalmente, “se doente que faz a iniciação é um bruxo, durante viagem astral o seu espírito quer para ir para a zona da obscuridade. Ele pode se perder e no caminho e não conseguir voltar, causando a morte do corpo físico”. Os Fang conhecem um antídoto, uma folha que anula o efeito da eboka, a qual chamam Ebebing.
A Versão científica
A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz ataxia (perda do equilíbrio corpóreo), tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos em ratos e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos na medida em que é a única substância conhecida que age diretamente sobre o mecanismo da dependência no corpo humano. Entretanto, não se sabe ao certo exatamente o seu grau de eficácia: há casos de recuperação e de fracasso do tratamento. Não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cura dependência, apenas evidências anedóticas – que não são poucas. Para entender o problema simplificadamente: uma substância é considerada segura para uso humano quando se aplicada em doses superiores a 10 vezes em um animal não apresente grau de toxicidade. No caso da iboga, foram constatados efeitos neurotóxicos em doses até 4 vezes superiores, ou seja, não existe uma margem de segurança suficiente. De fato, assim como há relatos de morte nos cultos de iniciação Bouiti com iboga, houve três mortes no tratamento não controlado de toxicodepentes com ibogaína na Holanda, França e Suíça. Mas não faltam entusiastas das suas virtudes e num rápido passeio pela internet é possível encontrar diversos relatos de cura de dependência com a ibogaína.
Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo assim tem sido usados clandestinamente em quartos de hotéis e apartamentos. No Panamá, a instituição liderada por Lotsof cobra 15.000 dólares o tratamento; na Itália, o custo é de US 2.500, e nos Estados Unidos varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da “síndrome do pós-guerra” que afeta soldados.
De acordo com italiano Antonio Bianchi, médico e toxicólogo em produtos naturais, a ibogaína “age sobre uma quantidade de receptores neuronais incrível. Sua característica fundamental é a sua ação sobre a NMDA (N-metil-D-aspartate). Estes receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do nosso corpo físico.” Se estes receptores são bloqueados, a pessoa constrói uma imagem do “eu” que não está relacionada com o eu físico, ou seja, está fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da “viagem astral”, o ponto de encontro entre a teoria nativa e a científica. «Nestas condições, o homem tende a construir aquilo que é definido como uma bird eye image, ou seja, o sujeito assume uma projeção de si mesmo a partir de uma posição do alto», afirma o médico.
Esta sensação não é provocada apenas pela ibogaína. Ela pode ser produzida também pela ketamina, um anestético endovenoso, ou ser resultado de um choque, uma meditação profunda etc. A medicina tem dedicado atenção crescente a um fenômeno conhecido como “near death experiences”, pessoas que passaram por perto da morte. Existem relatos de recorrências neste tipo de experiência: a presença de uma luz infinita que é a própria divindade, encontro com mortos, visão panorâmica da própria vida passada etc. Cientificamente, a explicação é de que o cérebro, quando submetido a uma enorme stress (como num ataque cardíaco, por exemplo) produz alucinações, reconstruindo imediatamente um mundo fantástico. A iniciação com a iboga seria uma experiência deste gênero. De fato, algumas descrições bouitistas sobre o « mundo de lá » coincidem com os relatos das pessoas que passaram por uma experiência vizinha da morte. Para os místicos, ao contrário, esta é uma evidência de que este mundo existe mesmo, a continuação da vida após a morte.
A profecia Bouiti
Existe uma profecia Bouiti, surgida nos anos 40 – período em que missionários católicos colonialistas franceses investiram severamente contra o culto – de que este se expandirá, unindo todos os povos negros do mundo. Por isso, os bouitistas estão abertos para a iniciação de brancos. Nos últimos anos, diversos estrangeiros, sobretudo franceses, têm se submetido a experiência. A curandeira Justine comentou, entretanto, que “já constatamos que os europeus não tem o mesmo organismo que nós. Então fazemos um tratamento mais leve, não se pode dar a mesma quantidade de eboka que damos para um africano. Quando sabemos que a pessoa já ‘viajou’, paramos.”
Participei de uma prière e comi uma colherinha de iboga. O efeito foi fortíssimo, durando 24 horas. Não posso dizer que entendi muita coisa, além do que achei o ritual bem cansativo. A sensação foi de que os Fang tem razão, a iboga é qualquer coisa que não tem a ver com este mundo, mas diz respeito ao mundo dos mortos. Ficou apenas uma enorme curiosidade – e medo – de me submeter a iniciação. A África, por si mesma, já é bastante inebriante.
Pós escrito:
Um pouco depois de terminar este escrito, meu companheiro de viagem descobriu que estava com malária. Fiquei “presa” durante 6 dias no norte do pais, numa região muçulmana (descobri que um homem pode ter no máximo 4 mulheres). Savana: calor e muito pó’. As diversas medicinas aplicadas não estavam surtindo efeito. Prossegue o tratamento. L’Afique c’est dure.
Yaounde, fevereiro de 2001.
[1]A grafia varia dependendo da região: eboga, eboka, iboga, liboka, ébogé. Há ainda denominações como mdombo, bondo, dibuyi, entre outros. Iboga é o vocábulo mais «universal».
[2]Bouti é a grafia em francês; em inglês é Bwiti e em português seria Buiti. Resolvi manter no original por via das dúvidas.
[3] Em fevereiro de 2001, 1 U$ dólar eqüivalia a 720 CFA.
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JUREMA
A “Jurema Negra” ( Mimosa Tenuiflora ), é também conhecida como Espinheiro Preto. É uma árvore muito conhecida no nordeste brasileiro~. São utilizadas a casca e a raiz macerada na água, vinho ou cachaça.
É desta planta que se origina o famoso “Vinho da Jurema”, citado até na obra “Iracema”, de José de Alencar :
“Através da planta, os guerreiros de Araquem entravam em comunicação com o mundo invisível”
É usada nos rituais do Catimbó e pajelanças, principalmente entre os índios Jês e Tapuias e Kariris (BR). O preparo da bebida e o cerimonial eram secretos. Era usada por médicos-feiticeiros, juntamente com o fumo e o maracá, para abençoar, aconselhar e curar. A ingestão permite ao pajé entrar em contato com seus espíritos ancestrais.Na Umbanda, Jurema é a dona das ervas mágicas.
Segundo Sangirardi Jr.,os pajés indigenas ensinaram aos brancos e mestiços os mistérios da pajelança, e esta influiu no Catimbó. O “Cauim” (cachaça com Jurema), dá um sentimento de plena energia, de paz com o mundo e com nós mesmo, de empatia com todas as criaturas.
No início dos anos 90 tive a oportunidade de experimentar algumas vezes a casca da raiz de Jurema em maceração a frio com vinho branco pelo período de 21 dias e pude sentir um transe moderado.
No final Encontro da Nova Consciência de 2.007 em Campina Grande – Paraiba, Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre “Plantas de Poder” onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald.
Nossas afinidades nos levaram a participar de uma jornada para colher a “Raiz de Jurema” para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui principio ativo semelhante ao da Ayahuasca .
Abaixo nota de Rodrigo:
“O termo Jurema designa várias espécies de plantas psicoativas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium, mas também vários tipos de bebidas, de cultos e de contextos de uso.
Há uma diversidade de significados abrangida pelos usos da Jurema, passando pelos contextos indígenas, pelo Catimbó, ou seu consumo nas religiões “afro”, até os experimentalismos urbanos contemporâneos. Assim, nos anos noventa, foi elaborada na Europa uma nova bebida feita a partir das cascas de raízes de Jurema (mimosa tenuiflora willd poir) e de sementes de Arruda da Síria (Peganum harmala). A esta beberagem se convencionou chamar, também, de Jurema. Diferente das Juremas dos cultos afro-ameríndios brasileiros, esta bebida serviu como um análogo da ayahuasca, bebida composta a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das folhas da Psychotria viridis e regularmente usada em cultos brasileiros com os nomes de Daime ou Vegetal.
A criação da Jurema européia objetivou sua utilização na substituição do Daime em trabalhos terapêuticos então realizados em Amsterdam. Posteriormente, esta Jurema difundiu-se pelo Brasil entre grupos urbanos que a acolheram dentro de perspectivas espirituais variadas, mas essencialmente informadas por uma bagagem fornecida pelas religiosidades ayahuasqueiras e “new age”. Alguns autores propuseram denominar esta nova bebida de “Juremahuasca”. A partir dessa caracterização e focando os processos sociais concretos de experimentação da jurema em tais contextos rituais recentes, o presente trabalho pretende analisar o ecumenismo presente em suas formatações, bem como apontar para obstáculos culturais que parecem dificultar sua expansão em larga medida.”
Rosane Volpatto descreve a cerimônia do Ajucá :
“A cerimônia do ajucá ou jurema, praticamente desapareceu do Brasil e é um dos rituais que combina elementos cristãos, indíigenas, espíritas e afro-brasileiros.
O nome jurema é originário de uma árvore (acácia jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida capaz de produzir sonhos adivinhatórios.
O antigo ritual realizado pelos indígenas, supunha que os guerreiros poderiam viajar ao mundo dos espíritos tomando a poção. Os índios sonhavam, mas eram somente as mulheres que interpretavam tal sonhos e podiam revelar o passado e o futuro.
Dois grandes grupos indígenas praticavam este ritual: os jês (tapuias) e os karirís. Os detalhes destas cerimônias ficaram perdidos para sempre, pois nenhum historiador ou escritor se preocupou em escrevê-los.
Até o século XIX, o fato de beber jurema era considerado um ato de bruxaria ou prática de magia e seu uso era secreto. Alguns indígenas foram presos praticando este ritual, entretanto foram ele que ensinaram aos brancos e mestiços o uso da planta.
Existem dois tipos de jurema, a branca (Pithecolobium diversifolium) e a negra (Mimosa nigra Hub.). Os pajés indígenas elaboravam uma bebida com a jurema branca que produzia sonhos afrodisíacos e premonitórios. Também é muito usada pelos pais e mães de santo do candomblé de Pernambuco.
A infusão de jurema é preparada com suas raízes, que devem primeiro serem raspadas para eliminar a terra que nela se apresenta agregada e depois serem muito bem lavadas. Em seguida, a raiz deve ser colocada sobre uma pedra e macerada com a utilização de outra pedra. A massa formada deve ser diluída em um recipiente com água. Pouco a pouco a água se transforma em um líquido avermelhado e espumoso, semelhante ao vinho, motivo pelo qual é conhecido por este nome.
Esta bebida sagrada era servida em rituais não só dos indígenas, mas também nos cultos afro-brasileiros. Estes últimos acrescentavam à bebida mel, ervas e outras substâncias. Nos rituais de magia negra acrescenta-se sangue de animais. Em alguns templos, costumava-se misturar a jurema com aguardente de cana de açúcar, o que chamam de “cauim”.
As folhas de jurema também são usadas secas, misturadas ao tabaco, que são fumados em cachimbos que os indígenas faziam com o tronco da jurema. O pajé coloca o cachimbo ao contrário, onde se deposita o tabaco, e sopra sobre a poção que se encontra no recipiente. Curiosamente, forma-se uma figura em forma de cruz no líquido com um ponto em cada um dos ângulos formados pelos braços da cruz. Os galhos e as flores da jurema são destinados à rituais de limpeza que combatem o mau-olhado e eliminam qualquer bruxaria do corpo. Também servem para que os médiuns do candomblé ou da umbanda possam ver o futuro com mais clareza.
Em outros rituais possui a função depuradora: costuma-se soprar a fumaça nos quatro cantos do templo ou da casa, expulsando assim os maus espíritos. Em seguida, um assistente recolhe o recipiente e o deposita sobre uma esteira de palha. As mulheres mais velhas das comunidades das regiões pobres do interior são convidadas a participar na cerimônia formando um círculo ao redor da poção. Todos os participantes acendem seus cachimbos que passam de mão e mão e de boca em boca, de modo cerimonioso e fraternal.
Uma cantadeira agita as maracás feitas com cabaças, enquanto entoa hinos para evocar a Jesus Cristo, à Virgem Maria, à Padre Cícero, à cabloca Jurema e outras entidades, pedindo-lhes a benção para todos os presentes. Elas também benzem individualmente todos os presentes. Quando a cantadeira se cansa, pede para ser substituída por outras mulheres. Ao final de algumas horas, o chefe da cerimônia serve a bebida sagrada à cada um: só podem beber dois tragos. O que sobra é jogado fora, a modo de libação, em um buraco sagrado.
Durante o transe (estado alterado de consciência)o participante, pode pedir aos santos ou entidades invocadas que lhe deixem ver com claridade o passado, presente e futuro. Também pode rezar para pedir a proteção individual ou coletiva aos espíritos protetores da natureza, geralmente de origem indígena ou afro-brasileiros. Os participantes também podem conectar os mortos. O ajucá é um dos reinos mágicos, invisíveis habitado por “espíritos dos bons conhecimentos”. Um destes reinos era o da Pedra Bonita, em Pernambuco, onde até hoje existem duas enormes pedras graníticas. Ali residiu o líder de uma seita que, no século passado, ordenou o sacrifício de muitas pessoas empregando a jurema em seus rituais. Entretanto, dizem que a jurema estava adulterada por outras substâncias que levavam à loucura, como o manacá (Brunfelsia hopeana Benth), uma planta tóxica.
Existe a crença de que os mortos se encarnam em algumas árvores, especialmente na jurema. Por isso, estas árvores são sagradas no nordeste do Brasil. Em torno delas acende-se velas e costuma-se rezar. Muitos são os que pedem à planta que lhes mostre seu destino, o que na maioria das vezes é revelado através de um sonho, na mesma noite ou nas noites seguintes a petição.
Os efeitos do “vinho de jurema”, são muito bem descritos por José de Alencar em seu romance Iracema.
“….Durante a preparação dos guerreiros tabajaras para a guerra com os pitiguaras, Iracema lhes serve o vinho da jurema e, enquanto os guerreiros deliram, ela …”
Também, segundo Andrade, “enraizamento lingüístico do termo Yu’rema na língua tupi é um forte indício de que o uso primordial, inclusive cerimonial do vinho da Jurema, além de ser herança da cultura indígena, regional, certamente já existia antes da presença dos colonizadores”.
A jurema sintetiza uma potente substância alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsáveis pelos efeitos. “
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PARICÁ – VIROLA
VIROLA (Virola Calophylla) – PARICÁ (Piptadenia / Anandathera Peregrina)
Utilizados em pó como rapé. Vem das sementes leguminosas (paricá) ou das cascas do tronco (virola). Utilizado pelos índios brasileiros, as plantas são aspiradas através de tubos, pelas narinas.
Há varios nomes para o Paricá : niopo, nupa, yopo, cohoba, niopa, nopa, yopa, jopa, yupa, curupa, niopa, cogioba, cohiba, coíba, kurupaiara, cebil, cevil, mori, hataj, hisioma, kakoímes, curuva, . Outros do Brasil : angico, angico-branco, angico-do-campo, angico-roxo, angico-vermelho, arapiraca, cambuí-angico, curupaí, paricá-de-curtume, paricá-de-terra-firme, tiborana e outros.
Ela é de uso restrito ao xamã/pajé, que a aspira e cai em transe, entrando em comunicação com os espíritos. Então ele fica com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, curador e conselheiro. Dizem que dá grande resistência física, e visões. Diminui a sensação de fome, sede.
è uma árvore perene do gênero uma árvore do género Anadenanthera para o Caribe e América do Sul. Ela cresce até 20 metros altura, com uma casca espinhosa. Suas flores são brancas e amarelo pálido ao esférico .Trata – se de uma enteogeno utilizado na cura e cerimônias rituais. Contém bufoteína, uma triptamina que está relacionada com o neurotransmissor serotonina. Esse alcalóide é encontrado na pele de alguns sapos (kampun)
Sangirardi Jr : O Pó sagrado dos Feiticeiros
“Massaricado nos instantes de fome, evoca Jurupari. O marido, desconfiado de que a mulher o traia, que tinha um amante, recorre às virtudes do paricá. “Aquele companheiro dela era uim pouco pajé, cheirou paricá, viu logo como sua mulher lhe fazia…”Esta lenda evidencia o caráter mágico e divinatório do paricá, restrito aos poderes do pajé, o xamã, o homem medicina.
É uma cena comum, no consumo ritual das drogas hierobotânicas. O pajé está sentado ou de cócoras, com toda a sua parafernália miraculosa. Diante dele estpá o enfêrmo, o deventurado ou o aflito.
Então o xamã absorve a substância prodigiosa, cai em transe e entra em comunhão com os espíri8tos. Agora está com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, médico e conselheiro. Profetiza, adverte, receita, orienta. Descobre a origem das influências maléficas e arregimenta as forças necessárias para combatê-las.
Entre os waikás do Alto orenoco, a Piptadenia (hisioma) é planta sagrada, ligada a dois espíritos que a criaram em tempos remotos. Segundo o Padre Pane, os índios que absorviam cohoba viam os companheiros caminhando no ar e, após despertarem, contavam tudo o que lhes haviam revelado os Cemi ou Grandes Espíritos.
Entre os índios karimés, o paricá é denominado kokoíme. E kokoíme é também o nome do Grande Espírito da Montanha, que vive nessa planta. Basta que se aspire o rapé, para receber uma parcela desse espírito e suas forças excepcionais. Durante o consumo cerimonial dos kokoíme, o médico feiticeiro conversa com os espíritos.
Os índios Kaxuiâna, trico xaribe do Rio Trombetas, consideram sagrado o pó de pariá, que consomem durante um longo e complicado ritual: a festa do mori absorveu todas as doenças e malefícios, sendo por isso atirada na mata, despachada; ; a outra parte está impregnada de mana, de qualidades purificadoras e fortificadoras, e é consumida durante a cerimônia.
Com mori, a tribo entra em comunicação com o uoroquiemã de cada indio ( espíritos animais, personificação das forças da natureza).
Finalmente, num recesso da mata, os xamãs consultam Utaré, o Grande Espírito dos Kaxuiânas, chefe de todos os pajé. Mas Trarére não fala diretamente com a voz humana, fala pelas linguagem das flautas sagradas, que só os pajés (piádzes) entendem.
Há tribos que usam o rapé paricá puro, o que é, no entanto, bastante raro. O Universal é usarem um ou mais aditivos, os quais são identicos ao da coca: cochas trituradas de caramujos hidrófilos, farinha de mandioca e, ainda, outras como o tabasco e a ayahuasca, caapi ou yajé.
Abaixo, parte da entrevista da antropóloga Beatriz Labate (B) com o antropólogo Anthony Henman (A) :
B: O que é o paricá? Quais são as evidências de que ele era consumido junto ao São Pedro?
– A: O paricá é um pó preparado a partir das sementes da Anadenanthera peregrina, uma árvore muito comum na selva, que cresce dos Andes até São Paulo. Essa semente contém dimetiltriptamina, o mesmo princípio ativo da ayahuasca (Banisteriopsis caapi + Psychotria viridis). Quando você toma o São Pedro e adiciona o paricá, faz com o que a viagem, que até aí teria sido mescalínica – ou seja, sem grandes vôos visuais – provoque uma alteração pronunciada no campo visual. Esse efeito do paricá dura de meia a uma hora no máximo.
Provavelmente nesse momento as pessoas eram colocadas diante da imagem felínica. Essa tese se apoia na existência, em Chavín, de uma série de cabeças incrustadas nas paredes da pirâmide, em vários estágios de transformação: desde um humano totalmente humano até um felino totalmente dragão. A metamorfose, como mostraram alguns pesquisadores,está claramente associada com o inchaço do nariz. Portanto, a minha interpretação é de que, ao adicionar o paricá – que é cheirado –, produzia-se uma transformação felínica, uma verdadeira “encarnação” do espírito tutelar do culto. Há também muitas evidências do uso conjunto das duas substâncias [São Pedro e paricá] em outras culturas que apareceram depois, no Horizonte Médio do Peru, entre os Mochica, os Nasca e os Wari.
– B: Mas o paricá e o São Pedro nem sempre são consumidos em conjunto…
– A: É verdade. As “tabletas” de paricá, espécie de bandejinhas para cheirar o pó, também foram amplamente distribuídas em épocas pré-hispânicas no sul andino, até o norte do Chilee o norte da Argentina. Aí não se sabe ao certo se as pessoas usavam o cacto também – é difícil precisar se as duas plantas sempre foram associadas ou se, em alguns casos, eram usadas separadamente. No caso amazônico, é claro que o paricá foi usado sem São Pedro,numa extensa área que incluía parte do Brasil. Mas as evidências de Chavín me estimularam a fazer experiências comigo mesmo e com pelo menos vinte pessoas sob minha orientação.Todos parecem concordar em que o efeito combinado de São Pedro e paricá é mais interessante, levando a espaços mais insólitos do que aqueles provocados por cada uma das substâncias separadamente.
– B: Existem evidências históricas de que os incas utilizavam a wachuma? Este tipo de idéia parece ser moeda corrente entre grupos esotéricos contemporâneos.
– A: Não há absolutamente nenhuma evidência histórica nesse sentido, assim como não háprovas arqueológicas, nem etnográficas, de que os incas consumissem a ayahuasca. Há certeza, sim, de que usavam folhas de coca e que consumiam as sementes de paricámoídas, misturadas na chicha (bebida de milho fermentado).
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VIROLA
Outros nomes: iàquí, hacudufa, epená, nyakuana, yaca, yala, yato. Os tucanos chamam a virola de paricá.
Arvore nativa da Colômbia, peru, Sul da Venezuela e noroeste da Amazônia brasileira. A resina avermelhada que escorre da casca, quando sua casca é arrancada, contém, entre seus princípios ativos, alta concentrações de triptaminas, principalmente a DMT, além de miristicina, óleo também encontrado na noz moscada.
Depois de extraída, coada e fervida, durante horas, a resina é trasnformada numa pasta que é colocada para secar, sendo em seguida pulverizada até se obter uma espécie de rapé, ao qual são misturadas cinzas vegetais. Entre os índios da Amazonia, este rapé é de uso exclusivo do feiticeiro ou xamã, que consome a droga em rituais mágicos, aspirando-a a través de um tubo. Ao ingerir o pó, o xamã mergulha num sono profundo e agitado, repleto de visões e sonhos, acompanhados por gritos e murmúrios, enquanto as mensagens dos espíritos são cuidadosamente anotadas por um assistente que o acompanha em seu transe.
Transcrevo abaixo trechos do livro O Círculo dos Fogos – Feitios e ditos dos indios Yanomami, do antropólogo Jacques Lizot :
“…Rikomi vascula a floresta procurando a casca da arvore Virola Elongata. Seca a casca e reduz a pó fino, que , que é despejado num longo tubo fino, fechado hermeticamente com pele de sapo.
…Eis que os xamãs avançam , com seus tubos para inalação. Colocam os pós mágicos num pote de cerâmica. Turaewê dá o sinal para a inalação. Seis vezes o caroço oblongo fixado na extremidade do tubo com resina é introduzido nas narinas de Rikomi e lá espalha a sua semente mágica. depois é a vez dos xamãs.
Então é preciso afastar as mulheres e crianças que ficavam por ali: as mulheres, por causa do odor vaginal que exalam, e que não agrada os hekura (espíritos de planta ou animal, seres sobrenaturais), as crianças, porque não poderão suportar as forças que irão se manifestar. Após um longo silêncio em que se concentrava buscando sua inspiração, Turaewe
– Espírito Lua ! Espírito do remoinho das águas ! Espírito do urubú ! Desçam em mim !
Segundo Sangirardi Jr.: ” Como acontece com os rapés oriundo da Pitadenia, os oriundos da virola também são de uso ritual exclusivo do médico-feiticeiro. este cai num sono profundo e inquieto, povoado de visões e sonhos reveladores.
Enquanto dorme, o xamã murmura, grita sons divinatórios atentamente observados por um acólito, que está ali para interpretar a mensagem dos espíritos.
Koch-Grunberg descreve um xamã dos índios Yekwana, do rio Ventuari, afluente do Orenoco, na Venezuela. ele foi preso de violenta excitação, começou a cantar e gritar selvagemente e, durante todo o tempo, seu corpo oscilava para frente e para trás.
Absorvendo o rapé pelas narinas o xamã absorve o espírito da planta e se integra no mundo mágico.
Em suas prises de paricá ou virola, os indios não usam os dedos para levar a pitada de pó nas narinas, como fazem os brancos com o rapé: utilizam sempre um tubo inalador.
Salvo raríssima excessões, os tubos de inalação são feitos de ossos ocos, formam um ângulo do tarso de um ave pernalta. O rapé é consumido de sua formas diferentes :
- através de aspiração nasal
- introduzido nas fossas nasais mediante ao sopro de terceiro.
As variaçõesde uso dependem principalmente da forma do tubo inalador em Y, em V em X ou formando um duto único em reta.
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PEYOTE
O Peiote ( Lophophora Williamsii ) é um pequeno cacto redondo (menos de 12 cm no diâmetro, uma planta de poder utilizada pelos nativos do México e EUA. O famoso mescalito, dos livros de Castañeda, (derivado da mescalina seu princípio ativo) É o sacramento da Igreja Nativo Americana – NAC (Native American Church ).
Segundo Sangirardi Jr., os nomes peyote, peiote, pellote são formas hispanizadas do nome vulgar do cato sagrado dos antigos astecas. Os autores ingleses e norte-americanos escrevem peyote. Em náuatle é peyotl. assim grafaram os primeiros cronistas coloniais. e assim permanece até hoje entre os indios mexicanos.
Os huicholes dão ao peiote o nome de hicurí; os coras, seus vizinhos de huatari. entre os tarahumares rambém é hicurí, mas seguido de um oposto, huanamê que significa superior, mais alto, por certo em decorrencia do caráter religioso da planta. É o señi dos kiowas, owokowi dos comanches e o ho dos apaches mescaleros.
A maioria das ceremonias formais do Peiote misturam rufar tambores de água, cantar, orar, e contar histórias como meios de oferecer agradecimentos e como uma maneira de compartilhar com o Criador.Usado pelas tribos mexicanas, seu uso, era uma tradição bem estabelecida na época da entrada européia no mundo novo. Este uso religioso pré-histórico difundiu eventualmente nas regiões norte-americanas. Junto com esta migração vieram as mudanças nas ceremonias básicos associadas com o Peiote.
O peiotismo mexicano é muito famoso pelas práticas tradicionais da Tribo Huichol. . A maioria do peiotismo norte-americano são identificados com a Igreja Americana Nativa – Native American Church (NAC), um grupo grande na maior parte composta por nativos. Há umas divisões numerosas do NAC (NAC de America do Norte, NAC de Navajoland, NAC de S. Arizona, etc.), com cada divisão composta de diversos núceos locais. Segue abaixo transcrição do artigo de Lu Gomes e Roberto Navarro :
” Com a chegada dos conquistadores espanhóis no México, o peiote foi perseguido pela inquisição e proibido como obra do demônio, o que não impédiu que seu uso continuasse muito difundido entre os indios mexicanos. na verdade, a disseminação cresceu nos anos seguintes, quando foi introduzida nos EUA pelos apaches mescaleros. No século XIX, o peiote desempenhava papel central na religião de várias tribos norte-americanas, incluindo os comanches, os cheyennes, os delawares e os kiowas.
Em 1906 surgiu a igreja Nativa Americana (Native American Church – NAC) que consomem legalmente o peiote em suas cerimônias, graças a um dispositivo constitucional que assegura total liberdade aos cultos religiosos, para o restante da população desses dois países, assim como para o resto do mundo, o uso da droga permanece proibido e restrito a experiências científicas.
O peiote deriva do cacto Lophophora, que cresce no Mexico e na região sudoeste dos estados Unidos. depois de colhido, o cacto é deixado para secar, adquirindo então, o aspecto de um botão enrugado de cor marrom. esse botão ressecado é o peiote, que contém vários alcalóides de ações diversas, incluindo, entre outros, um excitante dos reflexos, um convulsivo e um estimulante respiratório. A planta deve seu poder principalmente à mescalina, embora a presença de outros alcalóides psicoativos como a loforina e a anhalonina, produza efeitos mais fortes e diferentes daqueles experimentados com a ingestão da mescalina pura.
O uso médico do peiote foi bastante difundido entre médicos norte-americanos no final do século XIX, que receitavam como tônico cardíaco e medicamento para dificuldades respiratórias. ele também chegou a ser testado antiespasmódico e até mesmo em caso de manifestações histéricas, mas hoje em dia sua aplicação terapêutica é nula. estudos realizados na Universidade do estado da Califórnia, por James McCleary, revelaram que substâncias extraídas do peiote possuem propriedades antibióticas inibindo as atividades tóxicas do Sataphylococcus aureus , uma bactéria resistente à penicilina.
Samael Aun Weor, da Gnose, em seu livro : Tratado Esotérico de Endocrinologia, destaca a Glândula Pituitária, como regularizadora e controladora da estrutura celular. A pituitária é a glândula mestre do sistema endócrino, controlando as demais glândulas. Também tonifica os músculos involuntários do organismo. Cito ainda a afirmação do Dr. Jorge Adoun, de que o atómo do Cristo Cósmico se acha na glândula pituitária. Ela é do tamanho de uma ervilha e é localizada no cérebro. Blavatsky disse que a glândula pituitária é o pagem e a porta-luz da Glândula Pineal.
Os yoguis dizem que da glândula pituitária nasce a flor de lótus de duas pétalas, eles asseguram que é dai que vem o dom da clarevidência. Já alguns astrólogos afirmam que a pituitária está influenciada por Vênus.
Agora leiam o que Samael escreve sobre a pituitária, que tem a ver com o xamanismo :
Durante a colonização espanhola no México, conta-nos a tradição que sacerdotes católicos efetuaram trabalhos de catequese junto aos astecas, falando-lhes de Anjos e Arcanjos. Por sua vez, os sacerdotes astecas convidaram os católicos para comer. Dizem que os sacerdotes católicos comeram entre os alimentos um cactus. Esses cactus despertaram momentaneamente a clarevidência dos sacerdotes espanhóis. Em seguida estes viram anjos, arcanjos, etc, etc. O assombro foi terrível, e não sabiam os sacerdotes católicos o que fazer. Entretando os índios sorrindo diziam :
– Estes anjos e arcanjos de que nos falais, faz muito tempo que os conhecemos !
Conta a tradição que sacerdotes católicos fizeram matar os sacerdotes aztecas considerando-os bruxos ou feiticeiros. Não existe dúvidas de que esse cactus tem o poder de despertar instantaneamente a clarividência a quem come. Esse cactus é o Peiote. A biologia não pode subestimar o peiote, nem assegurar em forma dogmática e intransigente que as percepções sejam alucinações.
Castañeda em “A Erva do Diabo”:
” Os outros estados de realidade não comum que Dom Juan me fez experimentar foram provocados pela ingestão do cacto Lophophora williamsii (Mescalito), comumente conhecido por peiote. Geralmente a parte superior do cacto era cortada e guardada até secar e, depois, mastigada e ingerida; mas, em circunstânciais especiais, a parte superior era ingerida quando ainda fresca. A ingestão, porém, não era o único meio de experimentar um estado de realidade não comum com a Lophophora williarnsii. Dom Juan sugeriu que estados espontâneos de realidade não comum ocorriam em condições sui generis, e ele as classificou como dádivas do poder contido na planta.
A realidade não comum provocada pela Lophophora williamsii tinha três características distintas:
- acreditava-se que fosse produzida por uma entidade denominada “Mescalito”;
- tinha elementos constituintes.
Mescalito era suposto ser um poder único, semelhante a um aliado no sentido de permitir que a pessoa transcendesse os limites da realidade comum, mas também bem diferente de um aliado. Como um aliado, Mescalito era contido numa planta definida, o cacto Lophophora williamsii. Mas, ao contrário de um aliado, que era apenas contido numa planta, Mescalito e a planta que o continha eram o mesmo; a planta era o centro de manifestações francas de respeito, merecendo uma veneração profunda. Dom Juan acreditava firmemente que, sob certas condições, como num estado de profunda aquiescência para com Mescalito, o simples ato de estar próximo ao cacto produziria um estado de realidade não comum.
Mas Mescalito não tinha regulamento e, por esse motivo, não era um aliado, embora fosse capaz de transportar o homem além dos limites da realidade comum. O fato de não ter regulamento não só barrava Mescalito de ser usado como aliado, pois que, sem um regulamento, ele não podia ser manipulado, como ainda o tornava um poder muito diferente de um aliado.
Como conseqüência direta de não ter regulamento, Mescalito à disposição de qualquer homem, sem a necessidade de uma longa aprendizagem ou o compromisso de técnicas de manipulação, como exigia um aliado. E como ele estava disponível sem qualquer treinamento, Mescalito era considerado um protetor. Ser um protetor significava que podia ser alcançado por qualquer pessoa. E no entanto, Mescalito como protetor era acessível a todos; e, com certos a indivíduos, não era compatível. Segundo Dom Juan, essa incompatibilidade era causada pela discrepância entre a “moralidade inflexível” de Mescalito e o caráter duvidoso do próprio indivíduo.
Mescalito também era um mestre. Supunha-se que tivesse funções didáticas. Era um diretor, um guia para o procedimento correto. Mescalito ensinava o caminho do bem. A idéia que Dom Juan fazia do caminho do bem parecia ser um sentido de correção que consistia não de retidão em termos de moral, mas de uma tendência para simplificar os padrões de comportamento nos termos da eficiência promovida por seus ensinamentos. Dom Juan acreditava que Mescalito a simplificação ensinava ação do comportamento.
Acreditava-se que Mescalito fosse uma entidade. E como tal era suposto ter uma forma definida, que geralmente não era constante nem previsível. Essa qualidade indicava que Mescalito era percebido de maneiras diferentes não só por homens diferentes, como também pelo mesmo homem em ocasiões diferentes. Dom Juan exprimiu essa idéia em termos da faculdade de Mescalito de adotar qualquer formes a concebível. Para os indivíduos com quem ele era compatível, porém adotava uma forma imutável, depois que eles tivessem participado dele por alguns anos.
A realidade não comum produzida por Mescalito era utilizável, e nesse ponto era idêntica à produzida por um aliado. A única diferença era o fundamento lógico que Don Juan usava em seus ensinamentos para provocá-la: a pessoa devia procurar “as lições de Mescalito sobre o caminho certo”. A realidade não comum provocada por Mescalito também tinha elementos constituintes, e aqui mais uma vez os estados de realidade não comum produzidos por Mescalito e por um aliado eram idênticos. Em ambos, os característicos dos elelementos constituintes eram a estabilidade, singularidade e falta de consenso.”
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SÁLVIA DIVINORUM
A MARIA PASTORA
A Salvia Divinorum pertence à família das sálvias ou mentas. É um arbustro silvestre que chega a medir aproximadamente um metro de altura, sua folhas são ovaladas e chegam a quinze centímetros. Possue folhas com coroas brancas e cálices púrpuras. É originial de Oaxaca, México e era cultivada pelos mazatecas para adivinhações e cura. POara alguns indios era associada com a Virgem Maria de Guadalupe.
Um antropólogo da década de trinta, Jean Basset, mencionou uma infusão chamada de “Erva Maria” que provocava visões e era usada para adivinhações por um povo do México, na década de cinquenta o Dr. Weitlaner reportou o uso de “Maria Pastora ou Ska Pastora ” entre os mazatecas de um pequeno povo de Oaxaca. Na década de sessenta Gordon Wasson e Albert Hofmann levaram mostras da planta para identificação, onde deram o nome científico de Salvia Divinorum, salvia = salvar, e divinorum = dos adivinhos.
Segundo Wasson, era conhecida no Antigo México em náhuatl como pipiltzintzintli, que significa significa “A Mais Nobre Princesa”. Pipiltzintzintli refere-se a algo extremamente nobre, conotando a superioridade da planta aos olhos dos ancestrais. A Sávia Divinorum permaneceu quase desconhecida até a década de 90 quando um etnobotânico Daniel Sieberg comEçou seus experimentos e os publicou na internet.).
As folhas de Maria Pastora são usadas de forma oral, em infusões e mastigações. Na Europa e nos EUA, são fumadas folhas secas, ou extratos muito poderosos, que são fumados em cachimbos de água, acendido com isqueiros maçaricos, pois a substância ativa Salvinorina A tem uma temperatura de vaporização muito alta, e se fumada como cigarro ou com um isqueiro convencional não produz os efeitos desejados.
Mastigando folhas frescas os efeitos iniciam 30 minutos depois da ingestão e se prolongaram durante um pouco mais de uma hora. Fumada, faz efeito em aproximadamente trinta segundos. Os extratos variam em sua potência em 5X, 10X, 15X, 20X. À partir do 10X todos são extremamente potentes, desaconselháveis, sobretudo para principiantes.
Aparentemente a salvinorina-A não atua através de nenhum dos neurotransmisores conhecidos.Estudiosos tem dito que sua molécula não e alucinógena e sim onirógena; significa que dispara o mecanismo cerebral que troca o estado de vigilia pelo de sonho, estado que pode ser chamado de “Sonho Lúcido “
Vejam abaixo informações do site
http://plantadivina.vilabol.uol.com.br
Há muita informação sobre esta planta na internet. Mas muitas vezes são informações desencontradas, ou não confiáveis, contendo imprecisões, exageros e até mentiras levianas. A manipulação de informações realizada pelos meios de comunicação é um fato inegável e uma pessoa que busca conhecimento deveria estar alerta para isso. Uma fonte de informação recomendada é o “Guia do Usuário da Salvia Divinorum”, de Daniel Siebert, traduzido em várias línguas, neste endereço:http://sagewisdom.org/usersguide.html
Há vários livros publicados, embora nenhum ainda em português. Há uma bibliografia no fim da página pesquisa.
Até o momento, a ciência farmacológica considera que a planta Salvia Divinorum não possui qualquer substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica. Na verdade, tem-se observado que os elementos ativos da planta, Salvinorin A e Salvinorin B, são compostos moleculares únicos em seu gênero e que, portanto, não se enquadram em nenhuma classe de substâncias proscritas ou proibidas pela normas brasileiras e internacionais. Entretanto, sabe-se que o governo da Austrália criminalizou o uso desta planta em junho de 2002 assim como a Dinamarca em 2003 sendo, até agora, é os únicos países que tomaram semelhante diretriz. Também não há notícia de processos judiciais envolvendo o uso, posse, ou comércio de Salvia Divinorum em qualquer lugar do mundo. A fim de manter-se atualizado sobre o status de legalidade da Salvia Divinorum no mundo, verifique:
http://www.erowid.org/plants/salvia/salvia law.shtml
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PIPILTZINTZINTLI
Sangirardi JR. cita que R. Gordon Wasson esclarece que esta labíada é sempre cultivada, não se encontra em estado espontâneo. os antigos cronistas espanhóis a ela se referiam como hierba, com as variedades masculina e feminina; macho e hembra. e wasson conclui que o pipltzintzintli dos astecas, a divina planta da era pré-colombiana, deve ser identica á Sálvia Divinórun, hoje invocada pelos Mazatecas em suas súplicas religiosas. As folhas da erva, depois de esmagadas na metade, são infusas em água e filtradas, embora registros coloniais mencionem a utilização de raízes, ramos e flores, possivelmente porque a planta tem virtude divina em todas as suas partes.
Informa R. E Schultes que as folhas também podem ser mascadas frrescas. os efieetos são semelhantes aos dos cogumelos sagrados, porém de menor duração. o característico são desenhos coloridos e tridimensionais em movimento caleidoscópio.
TABACO
- NICOTIANA TABACO & NICOTIANA RÚSTICA*
O tabaco aqui citado, não é industrializado, e sim o Tabaco Xamânico,uma planta ancestral. O Tabaco sempre foi considerado pelos índios como uma Planta de Poder, porém caiu em mau uso pelos brancos, perdendo sua força original e seu poder, sendo usado de forma viciante, responsável por terríveis males no organismo.
O tabaco selvagem é uma planta muito poderosa e curativa, em seu estado original e na forma correta de sua utilização. O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas do xamanismo. Ele fumado no Cachimbo Ritualístico, carrega as preces para o Universo.
É usado para fazer oferenda aos guardiões, ao Grande Mistério, etc.Fumar tabaco ( em ritual ) é evocar o Plano Espíritual.
Desde a aparição da Mulher Búfalo Branco para os nativos norte-americanos, o tabaco é considerado uma planta que traz claridade. Ele é o totem vegetal da Direção Leste, do Elemento Fogo. E, como tudo que é fogo, é ambíguo. Pode elevar, transmutar ou pode destruir.Quando o tabaco é utilizado espiritualmente, traz purificação, centramento, transforma energias negativas em positivas, serve de mensagero.Quando utilizado como vício pode matar.É utilizado no Xamanismo Universal. No Perú é fumado em rituais na Pipa ( cachimbo ) e na forma de cigarro. Os ayahuasqueiros chegam a dizer que :
Sin tabaco ! Sin la Ayahuasca ! Geralmente o fumo não é tragado ( tragar é coisa do vício ).
No Perú também extraem o mel de tabaco, um poderoso alterador de consciência.Podemos ver nos rituais afro ( candomblé, umbanda, etc) a utilização do tabaco pela entidades, fazendo purificações, passes, exorcismos, oferecer charutos em despachos,etc.
No Chanumpa (EUA), para cada pitada de tabaco, convida-se um espírito para participar do ritual. Ele também é ofertado para os espíritos, para o fogo, utilizado para abrir portais da mata, honrar a Criação, confeccionar bolsas medicinais, pacote de preces,etc.
Outras formas de utilização
Entre os mateiros brasileiros, eles utilizam-se do rapé, para se harmonizarem com os seres da floresta.
Existem várias formas de utilização. Por exemplo : ao invés de utilizar produtos químicos, agrotóxicos para combater pulgões e outras pragas no seu jardim, faça uma maceração a frio com 50gr. de tabaco puro, ou fumo-de-rolo picado, durante 24 horas.
Leve para a panela, adicionando 20 pimentas, uma colher de sopa de cinzas peneirada, um pedaçõ de sabão de coco e um maço de losna.
Deixe cozinhar por 20 minutos. Ao esfriar coe. Para utilizar dilua um copo dessa solução em 3 litros de água.
COMPRESSA PARA RETIRAR ENERGIAS NEGATIVAS
( Bom para dôr-de-cotovêlo, final de caso,etc )
Para meio litro de água, coloque 4 colheres de sopa de folhas secas de tabaco ( caso não ache, serve fumo-de-corda), levando ao fogo até ferver. Quando ferver, deixe mais 5 minutos em fogo brando e retire deixando em repouso por 15 minutos coberto por um pano branco. Coe.
Pegue um pano que cubra toda a area do abdômem.Molhe o pano na infusão do tabaco e coloque em seu abdômem, deixando por 30 minutos.Esta compressa remove energias emocionais estagnadas, formas de pensamentos, quebrantes, etc.
Segundo Sangirardi Jr., o caráter religioso da fumaça remonta tempos imemoriais. Desde as cavernas da pré-história, o homem adorava o fogo. O fogo aquecia. Preparava os alimentos. Aclarava as trevas noturnas. Afastava os animais bravios. E passou a afastar também os espiritos inimigos e as forças adversas. Do fogo nasce a fumaça, que passa a participar do mesmo poder de purificar, exorcizar, de evocar os espíritos.
Fumado ou ingerido, produz o extase dos curandeiros, colocando-os em contato com forças superiores e invisíveis, que lhes permitem curar doenças, prever o futuro, afastar maus espíritos, purifica e neutraliza forças adversas.
Como expansor da consiência, é também usado um mel de tabaco, que é lambido. Também conta-se, que na forma de rapé, é utlizado para harmonização com os sêres espirituais da floresta.
Os rituais com cachimbo são utilizados por todos os povos xamânicos de todos os continentes. Também utilizados na forma de charuto, ou na palha do milho, mascados.É utlizado pelos nativos como estulantes capaz de vencer a fome, a sede e o cansaço.
Muitos povos nativos contam a história de uma Mulher Sagrada, que engravidou de gêmeos. Mesmo dentro do útero esses dois gêmeos brigavam. Um representava tudo o que era bom nos humanos, enquanto o outro representava o oposto. Quando chegou o tempo do nascimento, o garoto bom nasceu de maneira tradicional. O outro gêmeo estava tão ansioso para sair do útero, que ele se chutou para fora da mulher, ferindo-a mortalmente.
O bom filho permaneceu com a mãe, e com seus extraordinários poderes, sepultou-a conforme suas instruções. Ela lhe contou que mesmo com sua morte, boas coisas viriam para o povo. Ele permaneceu próximo de seu túmulo por alguns dias, conforme seu pedido. Antes que ele fosse embora, viu que de seu corpo nasceram as tres plantas irmãs : milho – feijão e abóbora – que deste momento em diante dariam sustento ao seu povo. De sua fronte nasceu a Planta Sagrada : Tabaco.
O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas, por muitos povos nativos. Para os nativos norte americanos, quando fumado no Cachimbo Sagrado, ele carrega as preces para os espíritos. Com frequência, é usado para se fazer oferendas para os Espíritos Guardiões. Fumar tabaco é chamar o plano espiritual para ajudar. Segundo Sun Bear, se alguém fuma por diversão, estará continuamente chamando Espírito para sí com um falso alarme. A maior parte do tabaco comprado em lojas é misturado com material químico, nocivo à saude.
Um dos nomes nativo-americano para a mistura do fumo é “kinniknnik “, que pode ser uma erva apenas (uva-ursi) ou uma combinação.
O tabaco é uma planta de grande ajuda. Utilizada para defumação ou no Cachimbo Sagrado, ele pode, trazer novos começos para quem quer que o esteja usando ou para quaisquer projetos ou lugares para o qual ele é queimado.
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WACHUMA – SAN PEDRO
O nome quéchua do cacto Trichocereus Panachoi é “Wachuma”. O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de altura, tendo a mescalina (Peiote) como princípio ativo.
Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. É conhecido por xamãs por estar sempre em harmonia com os poderes dos animais, de seres e personagens fortes, de seres sobrenaturais, principalmente o Jaguar.
O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc.
É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San Pedrillo.
Sanguirardi Jr:
” O emprego religioso, pelo índio, da bebida extraida do San Pedro é tradição secular, que se perdeu para sempre. Hoje, o uso ritual com finalidades mágicas e curativas ocorre em práticas nas quais as raízes ameríndias são enxertadas com o catolicismo, o espiritismo e a feitiçaria européia.
Mesmo na forma sincrética atual, seu conhecimento pelos estudiosos é recente.
Por que São Pedro ?
O cacto abre as portas do Céu. Daí ter recebido o nome do apóstolo a quem disse Jesus : ” Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares sobre a Terra será ligado aos céus…” (Matheus 16:19).
A mesma ligação é estabelecida pelo San Pedro, que dá ao xamã as chaves que abrem as portas do mundo invisível, fonte dos seus poderes mágicos, divinató0rios e terapêuticos.
Em Plants of the Gods de Schultes e Hofmann :
O San Pedro possui um símbolo do curandeirismo, pois sempre está em harmonia com os poderes dos animais, do seres fortes, dos seres sobrenaturais.
É uma das plantas mais antigas da América do Sul. A prova mais antiga remonta o ano de 1.200 a.C. Na imagem uma mulher com cara de coruja, possivelmente uma xamã, segurando um cacto San Pedro.
Quando os espanhóis chegaram ao Peru, usava-se muito San Pedro. Um texto eclesiástico diziam que os xamãs tomavam a bebida chamada Achuma, e como era muito forte, depois de tomaram perdiam o juízo e ficavam privados dos sentidos, tinham visões nas quais aparecia sómente o diabo. Como aconteceu com o Peyote no México.
Atualmente o São pedro é empregado para curar enfermidades, incluindo o alcooolismo e a loucura, par adivinhação, paa namoros, para combater qualquer tipo de feitiçaria e para assegurar êxito nas empresas pessoais.
Os xamãs distinguem quatro tipos de cactos à partir de suas costelas. Os mais raros são aqueles que tem quatro, e são considerados os mais potentes, possuem poderes sobrenaturais especiais, sendo que as quatro costelas representam os quatro ventos, os quatro caminhos.
Em 1992, estávamos Agustin,eu, e um grupo de norte-americanos em Machu Pichu. Tomamos a decisão de realizar um trabalho com Wachuma nas ruínas. E lá fomos.
Chegamos à tarde nas ruínas, e, quando foi por volta das 21:00 hs. iniciamos o trabalho, nenhuma pessoa mais estava presente, a não ser os Espíritos de Machu Pichu.Agustin tinha levado dois rapazes que ficavam tocando flautas andinas o tempo todo, o que ajudou muito na harmonização do trabalho.
Após duas horas, já na segunda dose de San Pedro, as visões. Machu Pichu, sem utilizar nenhuma planta, já conduz as pessoas a estados alterados de consciência. Podia perceber os Espíritos Incas, como se tivesse voltado no tempo. Os rituais, a Festa do Sol. Olhando para cima…num instante as nuvens se transformaram num imenso Condor..
Num momento pedí a Agustin, que falasse um pouco sobre os Incas. E, ele nos indicou uma pedra e pediu que encostássemos nossa testa nela. Foi, a melhor resposta, me senti como recebendo um “pen drive” em minha mente. Pude compreeender sem palavras a cosmologia do Povo Inca. O legítimo Império do Sol. Sentia muita emoção. Sabia que já tinha feito parte daquela história. Senti-me resgatando um pedaço do meu ser, que estava perdido no tempo e espaço.
Estávamos no Alto, as nuvens passavam por nosso corpo, parando nos joelhos e, acima o céu estava limpo e cheio de estrelas, as nuvens iam formando fendas, dando para ver a cidade embaixo. Tive a impressão de estar no céu, caminhando pelas nuvens.
O ponto que iniciamos o trabalho, era nas Fontes Sagradas, que ficam a 850 m. ao sul da cidade, onde as águas corriam por um canal de pedra despejando-se por cima de um terraço do Templo do Sol.Estávamos em centros religiosos onde realizavam-se as festas principais do calendário Inca e os cerimoniais ligados à água (setembro a março) e à agricultura.Foram também centros de purificação de iniciados e de sacerdotes conferindo-lhes renovação e conhecimentos místicos.
Era costume dos sacerdotes realizar cerimônias e rituais com oferendas de conchas do mar, chamadas : As Filhas do Mar. As conchas eram o alimento dos deuses do Yakumama, Serpente de Uma Cabeça.
Pude ver animais guardiões dos portais da cidade. Nesse trabalho pude compreender que Machu Pichu, ainda está muito habitada graças a força de Wachuma .
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USO SACRAMENTAL – CENTROS
As plantas enteógenas são um veiculo para penetrarmos na mente de Gaia. Com toda essa crise ambiental que o planeta atravessa pedem também uma revitalização, uma ressacralização do mundo. Em todas as partes do mundo já estão surgindo os “centros verdes”. As entidades religiosas ayahusqueiras de maior tradição são : Igreja Nativa Americana, Daime, Santo Daime (Linha do Pad. Sebastião); União do Vegetal; Barquinha, Catimbó, Igreja Nativa Americana, Movimento Rastari, Igreja Nativa America do Fogo Sagrado, entre outras.
Transcrevo abaixo parte do triálogo de Ralfh Abrahan, Terence McKenna e Rupert Sheldrake extraído do Livro: Caos, Criatividade e o Retorno do Sagrado, editado pela Cultrix :
Sheldrake : Uma das grandes vantagens emocionais do cientismo para as pessoas é o seu senso de superioridade. Converti-me ao cientismo por volta dos quatorze anos de idade. Mais ou menos como aconteceu com você Ralph, eu olhava para todas as pessoas à minha volta e as via rezando ou parecendo rezar, e imaginava que desde um ponto de vista superior, em face do qual tudo isso era superstição. As pessoas modernas sentem-se superiores à parte da religião que lhes parece infantil e pertencente ao passado. Entretanto, está ocorrendo, em toda nossa volta, um colapso de fé no cientismo; tem-se acentuado uma difundida desilusão pública com relação à ciência.
McKenna: A ciência e a política verde podem ser sacralizadas por meio da experiência psicodélica. A pessoa psicodélica sabe que o cientista que despreza pessoas curvadas em oração é um pobre tolo. Um partido verde que utilizasse uma linguagem mística, uma linguagem psicodélica, uma linguagem de integração com a natureza e com a emoção seria atraente ao extremo. É por isso que Rupert se mostra tão apaixonado pelos cultos da ayahuasca no Brasil, pois, em um novo nível, eles procuram preservar as florestas chuvosas e ajudar o povo dos duendes, mas, em outro nível, eles oferecem uma religião psicodélica que diz respeito à à imaginação, ao coração e à alma do mundo.
Sheldrake: A faixa noroeste da América voltada para o Oceano Pacífico é uma parte do mundo onde se verifica uma tentativa de reintegrar a política verde e os cultos psicodélicos das tradições judaicas e cristãs. Na Europa, muitos pessoas usam cogumelos nativos que contém psilocibina, mas não sei se eles são usados num cenário cerimonial . Na América, os culto do cogumelo desenvolveram-se sob a influência de círculos de peiote e das tradições norte-americanas da Igreja Nativa referente ao uso sacramental das plantas. Não creio que ainda restam na Europa tradições indígenas vivas desse tipo.
O moderno culto da ayahuasca originou-se na Amazônia, quando um cristão (Mestre Irineu) ingeriu essa substância e teve uma visão de Maria, que lhe apareceu como Nossa Senhora da Floresta. Ela estava vestida de verde e revelou o esquema do uso ritual da ayahuasca – que os devotos chamam de daime – como uma comunhão. Tais coisas são reveladas e não inventadas. precisam ser canalizadas. Se um culto do cogumelo tivesse de crescer na Inglaterra, isso precisaria ocorrer espontaneamente, por meio de oração e da orientação visionária.
CENTROS :
CENTRO DE REGENERAÇÃO E FÉ – A FUNDAÇÃO
A historia da Doutrina começa com o nascimento de Raimundo Irineu Serra, em São Vicente do Ferré no dia 15/12/1892 no Estado do Maranhão. Irineu um negro alto com 2 metros de altura, filho do ex-escravo Sancho Martino e Joana Assunção, o fundador da Doutrina Santo Daime.
Saiba mais http://dev1.wikionline.com.br/Lua/SubLua1185897462It001
SANTO DAIME – CEFLURIS
O seringueiro e construtor de canoas Sebastião Mota de Melo, natural de Eurinepé, Amazonas, foi um homem simples de sólida convicção espírita e trabalhador incansável. Discípulo do Mestre Irineu, dele recebeu o dom de trabalhar com o Santo Daime. Reuniu em torno de si centenas de adeptos – não por proselitismo, mas de forma natural, como resultado da amizade e do respeito que ele conquistou, ao atender a todos que o procuravam em busca de um conforto para os males da alma e do corpo. Há cerca de 15 anos retirou-se dos arredores do Rio Branco, Acre, onde havia fundado a comunidade religiosa conhecida como Colônia Cinco Mil, e levou parte de seu povo para uma área virgem no interior da floresta, denominada Rio do Ouro, onde trabalhavam a seringa e construíam casas, desenvolvendo também atividades agrícolas. Dois anos depois fundou o assentamento que se transformaria na atual Vila Céu do Mapiá, no município de Pauini, Amazonas.
A iniciativa cresceu sob sua liderança espiritual e seu exempCaminho: blockquote » table » lo de trabalho. Dirigia pessoalmente mutirões, acolhia pobres, doentes e necessitados. Em 1974 mandou registrar sua entidade, o Centro Eclético de Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra ( CEFLURIS ), com sede na cidade do Rio Branco, como um centro espírita estruturado sob a forma de sociedade religiosa sem fins lucrativos, responsável pela organização da Doutrina e pela feitura e distribuição da bebida sacramental utilizada nos rituais. O Padrinho Sebastião, como era carinhosamente chamado por seus afilhados, faleceu em 20 de janeiro de 1990 no Rio de Janeiro, vítima de uma insuficiência cardíaca que o fez sofrer nos últimos anos. Além da viúva, senhora Rita Gregório de Melo, deixou aos filhos Padrinho Alfredo e Pad. Waldete, respectivamente, como presidente e vice-presidente da instituição, a responsabilidade pela continuação de sua obra espiritual e da administração comunitária, feita a partir de uma associação de moradores, cuja diretoria é eleita periodicamente por seus sócios. Atualmente a população da comunidade compreende cerca de 1.000 pessoas, entre a vila e pequenas colocações ao longo do Igarapé Mapiá.Com o crescimento espontâneo registrado nas últimas duas décadas e os desafios sociais e institucionais decorrentes, a Doutrina se espalhou por diversas regiões do País e do Mundo. Website: http://www.santodaime.org
UNIÃO DO VEGETAL
O Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, sociedade religiosa sem fins lucrativos, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento humano, com o aprimoramento de suas qualidades intelectuais e suas virtudes morais e espirituais, sem distinção de cor, credo ou nacionalidade. Suas leis situam a cidade de Brasília – Distrito Federal, Brasil – como Sede Geral. A UDV tem como símbolo da paz e da fraternidade humana Luz, Paz e Amor.
Centro – é o espaço onde se reúnem os espíritos encarnados para obter a concentração mental, estado propício ao autoconhecimento.
Espírita – pela crença nos preceitos milenares da reencarnação.
Beneficente – pelos comprovados benefícios prestados aos seus discípulos e à sociedade.
União do Vegetal – por utilizar em seus rituais, para efeito de concentração mental, o chá denominado Hoasca, preparado com a união de dois vegetais, Mariri e Chacrona, comprovadamente inofensivos à saúde.
A missão do Mestre
O uso ritualístico do chá Hoasca entre os povos amazônicos remonta aos períodos anteriores ao descobrimento da América, no século XVI. A UDV foi recriada em 22 de julhode 1961 por José Gabriel da Costa. Aqui, de braços abertos aos seus primeiros discípulos, o Mestre da União dá início à sua missão. Em 10 de fevereiro de 1922. Ao meio-dia, nasceu o Mestre da União do Vegetal, José Gabriel da Costa, na localidade Coração de Maria – município de Feira de Santana, na Bahia. Filho de Manuel Gabriel e Dona Prima Feliciana, viveu até a juventude no seio de sua família, seus pais e mais treze irmãos, que dele dão o testemunho de pessoa simples e de notável correção moral. Ainda jovem, mudou-se para trabalhar na cidade de Salvador, onde viveu por apenas quatro anos. Alistou-se como Soldado da Borracha para colher seringa na floresta amazônica. Chegou a Manaus de navio e de lá partiu para Porto Velho, no antigo território federal de Guaporé (Rondônia), onde trabalhou como enfermeiro em hospital público e conheceu Raimunda Ferreira, dona Pequenina, sua esposa. Depois, mudou-se para os seringais. Próximo à fronteira com a Bolívia, entra em contato com a Hoasca, bebendo ali o Vegetal pelas primeiras vezes.
Ainda nos seringais, ao lado de Dona Pequenina, Mestre Gabriel recriou, a 22 de julho de 1961, a União do Vegetal.
No final de 1965, retornou a Porto Velho, em busca de melhores condições de desenvolver as atividades religiosas da sociedade que recriara, distribuindo o Vegetal inicialmente numa pequena olaria de sua propriedade.
Quando passou a realizar as sessões em sua residência, Mestre Gabriel já se fazia acompanhar de alguns discípulos que viriam depois a constituir-se nos mestres responsáveis pela expansão de sua doutrina por todo o país.
Estraido de siete da União do Vegetal. Mais informações : http://www.udv.org.br/
A BARQUINHA
Fonte: Wikipédia
A Barquinha foi fundada por Daniel Pereira de Mattos, ex-marinheiro oriundo do Maranhão. Após alguns anos da sua passagem para a vida espiritual, o centro foi oficializado como “Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus Fonte de Luz”. Com o tempo foram se abrindo outros centros que seguem a Doutrina.
Funcionando desde 1945, em Rio Branco, Acre, é uma organizacao religiosa cristã, que sincretiza práticas religiosas africanas, indígenas e européias.A história da Barquinha está ligada ao líder religioso do CICLU (Centro de Iluminação Cristã Luz Universal) Raimundo Irineu Serra – também sistematizador da doutrina daimista. Em 1936, Daniel, acometido de uma enfermidade no fígado, foi fazer um tratamento espiritual através do daime com o Mestre Irineu.Após uma visão, Daniel começou os trabalhos espirituais com o uso do Daime em um seringal, por nome de Santa Cecília. Neste espaço, começou o seu trabalho de atendimentos, por ele designados de Obras de Caridade.
Mestre Daniel tinha, segundo depoimentos, uma relação muito próxima com o mar.
Wladymir Sena Araújo, em A Barquinha: Uma cosmologia amazônica em construção, fala sobre o significado místico da barca:
“para os seus integrantes tem dois significados: o primeiro é o de que a mesma (a barca) representa a própria missão deixada por Daniel e a segunda expressa a viagem de cada um. Esta barca é a viagem de suas vidas, em resumo, uma viagem dentro da grande viagem. Ela tem como característica principal realizar uma grande travessia. A barca tenta sobretudo atravessar uma grande tempestade. Os homens que nela viajam estão na barca de Deus. Ele é portanto o seu proprietário de direito. Para que a barca não afunde é necessário “trabalhar”, procurando evitar que a Barquinha desapareça mar a dentro. Esses trabalhadores vivem em função de seu proprietário e o trabalho é uma dívida que os praticantes tem com ele.”
IGREJA NATIVA AMERICANA – NATIVE AMERICAN CHURCH
Seu fundador foi Quanah Parker, um chefe Comanche que estudou o peyote no México no 1880s, como a medicina para curar doenças e ferimentos sérios. Na época de sua morte em 1911, o peyote era usado por diversos tribos, que integravam elementos do cristianismo e dos nativos. Gradualmente o uso ceremonial do peyote espalhou para outras tribos.
O estabelecimento formal de igrejas veio principalmente em resposta às controvérsias sobre o uso do cacto, que ameaçavam criminalizar o seu uso. Os indios defenderam bravamente a liberdade religiosa em seus estados respectivos e no congresso. Consideravam o Peyote como uma medicina holística e um sacramento cristão como “uma parcela do corpo de Cristo”.
A igreja americana nativa representa uma fusão do cristianismo, invocações de Jesus, leituras da Bíblia, uso de crucifixos com as religiões do peyote . Primeiramente em Oklahoma e mais tarde em outra nativas americanas tradicionais. As contrapartes nativas do ritual que a igreja nativo americana usa é semelhante aos rituais mexicanos do peiote; o fumo sacramental envolvido na palha do milho, penas, tambor d’agua, chocalho, incensos, fogo central (fogo transversal na forma de meia lua), artefatos sagrados, a ênfase nas quatro direções. Estima-se que a Native American Church – NAC conta com aproximadamente 250.000 participantes.
Website : http://www.nativeamericanchurch.com/
IGREJA NATIVA DO FOGO SAGRADO DO FOGO SAGRADO DE ITZACHILATLAN
Fundada por Aurélio Dias Tekpankalli.aA Igreja do Fogo Sagrado, tem representações nos países EUA, Canadá, México, Nicarágua, Peru e Equador, além do Brasil.Cerimônias do Caminho Vermelho http://www.fogosagradodobrasil.com.br
CATIMBÓ
fonte:Wikipédia
O Catimbó baseia-se no culto em torno da planta Jurema. Não há dúvida que o Catimbó é xamanista com muita práticas de pajelança, mas é baseado em Mestres, apesar de os Caboclos também participarem. O Catimbó não é muito diferente ou melhor do que esses cultos, e não se pode dizer que suas entidades sejam de nível superior; pelo contrário, sob o ponto de vista espírita-kardecista, são entidades de baixa energia e que guardam muitas referências com a última vida que tiveram em “terra fria”. .
O Catimbó é uma reunião alegre e festiva quando em sua forma de roda (ou gira), mas, pela falta da corrente doutrinária formal vários formatos serão encontrados, dependendo da “ciência”, vidência, maturidade e ética de quem o dirige e realiza, podendo haver práticas bem soturnas.Cultua ervas, símbolos e santos católicos, mas se tivermos que caracterizar qual é o principal objeto de culto não ha dúvida que são as ervas. O Catimbó tem como principal elemento a árvore da Jurema e todos os Mestres tem um erva de fundamento.
A jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina. Da casca de seu tronco e de suas raízes faz-se uma bebida mágico sagrada que alimenta e dá força aos “ encantados do outro mundo” . Acredita-se também que é essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem, mas o Catimbó existe sem que seja necessário fazer ou beber a Jurema, Catimbó não é Santo Daime. Tal árvore é símbolo e núcleo de várias práticas mágico-religiosas de origem ameríndia. De fato, entre os diversos povos indígenas que habitaram o Nordeste, se fazia e em alguns deles ainda se faz o uso ritual desta bebida.
Este culto se difundiu dos sertões e agrestes nordestinos em direção às grandes cidades do litoral, onde elementos das outras matrizes étnicas entraram em cena. Desse modo, o símbolo da árvore que liga o mundo terreno ao além, embora amarga (muito amarga…), dá sapiência aos que dela se alimentam, ganha novos significados, surgindo um mito com traços cristãos. Neste sentido a Jurema surge como a árvore que escondeu a “ sagrada família” dos soldados de Herodes, durante a fuga para o Egito, ganhando desde então suas propriedades mágico religiosas.
Mais informações : http://www.catimbo.com.br/
TAKIWASI
Centro em Tarapoto, no Peru dirigido há anos pelo médico frances Jaques Mabit, especializado na cura e reabilitação de pacientes dependentes de drogas e outras doenças como câncer, aids e etc.Atualmente recebe pessoas do mundo inteiro, e a base do trabalho é a ingestão da ayauasca. O centro chama-se Centro de Rehabilitacion de Toxicomanos y de Investigacion de las Medicinas Tradicionales ” Takiwasi “. É formado da união de médicos, cientistas e curadores nativos. Website:http://www.takiwasi.com/
MOVIMENTO RASTAFARI
Apresenta impottantes traços de práticas xamânicas : uso de um sacramento vegetal (Ganja),busca da experiência mística / transcendental, tambores, musica.
Surgiu com a coroação do imperador da Etiópia Hailé Selassié, em 1930. Através da musica popular jamaicana, o reggae, ganhou conhecimento internacional na década de 70 e fez seguidores no mundo inteiro.
O rastafari é conhecido por suas enormes tranças de cabelo (dreads), alimentação vegetariana, sacralização da ganja, gestos vagorosos, olhar sereno e bom humor. Pró-cristãos, seguem os ensinamentos da Bíblia. A bebida alcoólica é evitada, bem como, além da carne, ovos, queijos e massa branca. Plantar o que se come é o ideal para eles (deveria ser para todos nós!). A alimentação rasta é comumente chamada de Ital, termo oriundo de natural e vital.
Os dreads (cabelos trançados) surgiram por voltas de 1935, inspiradas em fotos de guerreiros massais e somalis da Africa Oriental. A idéia correntre de que as tranças são sujas, nunca lavadas, não é verdadeira. Uma espécie de touca de lã tecidas nas cores etíopes, a tam, as guarnece do sol e vento.
Fumar a ganja é um sacramento, comparável a hóstia ou ao incenso na igreja cristã. Citam o Gênesis, 1 29 :
“Deus disse: Eis que vos dou toda a erva de semente que existe sobre toda a face da Terra, e toda a árvore que produz fruto com semente, para vos servires de alimento.
Sob o efeito da ganja, os rastas dizem manter íntima relação com divindades, unidade com o mundo e raciocínio lógico. É consagrada durante meditações , cânticos e orações. Na forma de chá, é utilizada para relaxar crianças pequenas que choram muito ou se mostram tensas. Inúmeros pratos da cozinha rasta fazem uso da erva, também usada contra males do corpo como infecções, febres e dores de cabeça.
Bob Marley, levou, através da sua música, a realidade jamaicana e os rastafaris, às primeiras páginas de todos os jornais do mundo.Está gravada na história da Jamaica a imagem do primeiro-ministro branco, Edward Seaga, unificando os brados de Jah Rastafari no funeral de Bob Marley. A música é o maior veículo de pregação e reivindicação social. São intrinsicamente ligados à musica. Em Salmos 18, 50 lê-se:
“Por isso, Senhor, te darei graças entre as nações, entoando hinos a teu nome.
A base de tudo são os tambores burru, tradição ritmica africana difundida nos tempos de escravidão e adotada pelos rstas comonyahbinhi drums Eles cantam e louvam a JAH = DEUS, com tambores e o sacramento vegetal na mão.
Segundo Ras Kadu, musico, vocalista, integrante da Banda Jah I Ras :
” Só duas coisas q acho importante corrigir, é que os Dreads não surgiram em 1935 e sim a milenios atrás. Na verdade quando se assume a vivencia RASTA é feito o voto Nazireu discrito na Biblia em Levitico 21 (Livros de Moisés) onde abandonamos as bebidas alcoolicas, consumo de carnes, o corte de cabelo e qualquer tipo de agressão ao corpo humano, tais como tatuagens, amputamento de algum membro, etc…
Talvez o adepto mais conhecido dessa antiga disciplina que temos informação seja Sansão, que como sabemos era Nazireu e desde de seu nascimento nunca havia cortado o cabelo, as escrituras inclusive narra que ele tinha “SETE TRANÇAS” que para nós é claro que são Sete Dreads imensos…..
Outro ponto importante é que a vivencia RASTAFARI é afirmada por nós como a cultura mais antiga da Terra, atraves da historia sabemos que os povos do mundo inteiro migraram na verdade do primeiro continente habitado por seres humanos de carne e osso, mas precisamente da ETHIOPIA.
Afirmo inclusive que o xamanismo rastafari é uma vertente das praticas e vivencias dos Anciões Africanos Etiopes e isso se comprova cientificamente e historicamente por dados e pesquisas dos antropologos.
(Entende-se “Apresenta importantes traços de práticas xamânicas : uso de um sacramento vegetal (Ganja),busca da experiência mística / transcendental, tambores, musica”)
A Etiopia guarda grandes segredos, entre eles o maior tesouro desse pais, que é a herança da humanidade, encontra-se dentro das montanhas de Askum, onde a cerca de 1.500 anos atras Salomão confiou na mão da Rainha de Sabá (ou Rainha do Sul) a guarda da ARCA DO PACTO DE JEOVA, talvez o objeto de maior importancia Biblica.
NA verdade esse encontro entre o Rei Salomão e a RAinha de Sabá gerou um descendente chamado Menelik, esse descendente de Salomão firmou uma dinastia de REIS honrada, fundamentada no DEUS UNICO, JEOVÁ (JAHOVAH) daí o nome JAH, vale lembrar que nessa epoca praticamente tdos povos africanos eram politeistas. MAs o fato mais intrigante dessa história é que na Afrika existe um livro chamado “KEBRA NEGAST” que tem tanta importancia quanto a Biblia para o povo Etiope, esse livro narra a historia dos Reis, e nele contem uma profecia maxima, que diz: “Quando o 225º Rei da Dinastia de Menelik fosse coroado Rei a redenção estaria proxima”
Esse Rei foi RASTAFARI MAKONNEN (Dai o Rastafari) coroado no 2 de Novembro de 1930, e honrado com o Titulo de HAILE SELASSIE I que significa “O PODER DA SANTISSIMA TRINDADE”
Selassie I restaurou a força, e junto com ele coroou toda humanidade.
Sobre os tambores, NYAHBINGHI quer dizer batida do coração, termo usado tambem no toque xamanico, me informaram os anciões da vivencia que existem dois sons primordiais na nossa existencia, a batida do coração e o sopro da respiração, sentidos e escutados quando ainda estavamos na barriga de nossa mãe.
Leozão espero ter ajudado, esses pontos são bem importantes, é a raiz da nossa historia, a raiz de Davi e Salomão, a raiz RASTAFARI. A Tribo RASTAFARI agradece a força!!!!!!!Se precisar de qualquer coisa estamos ai !
Mais informações:
http://www.ganjahzumba.hpg.ig.com.br
http://www.reggaevale.com.br/rastafari.htm